Buscar

02 - Valvopatias

Prévia do material em texto

SEMIOLOGIA 
 Escrito por Jarbas Neto 
@medicardsbr 
1ª E 2ª BULHAS 
BOLHAS CARDÍACAS NORMAIS 
AUSCULTA CARDÍACA NORMAL 
 1ª bulha -B1 – Sístole – Fechamentos das Válvas 
Mitral e Tricúspide (atrioventriculares) logo B1 
= M1 + T1 
TUM 
 
 2ª bulha – B2 – Diástole – Fechamento das 
valvas aórtica e pulmonares (semilunares), logo 
B2 = A2 + P2. 
TÁ 
 
 
DESDOBRAMENTO FISIOLÓGICO DA 
SEGUNDA BULHA 
 Acontece na inspiração e desaparece na 
expiração. 
 Motivo: Quando INSPIRAMOS, aumentamos o 
retorno venoso. O ventrículo direito demora 
mais para esvaziar, causando atraso no 
fechamento da Valva Pulmonar. Dessa forma, o 
componente P2 da segunda bulha fica um pouco 
distanciado do componente A2. 
 
 
 
PATOLOGIAS VALVARES 
INSUFICIÊNCIA E ESTENOSE 
Insuficiência é a incapacidade por qualquer 
motivo seja de o órgão executar sua função de 
maneira apropriada. Ex.: Insuficiência Cardíaca é 
a incapacidade de o coração agir como bomba 
de sangue, ou seja, incapaz de fazer o sangue 
circular e levar seus nutrientes aos demais 
tecidos do corpo. 
Estenose se refere a um estreitamento ou 
constrição de um duto ou passagem. Ex.: Se há 
uma estenose cardíaca, há então um 
estreitamento de uma passagem, seja ela 
válvula ou ducto, por onde o sangue deveria 
passar. 
 
INSUFICIÊNCIA VALVAR 
Na insuficiência ocorre falha de coaptação dos 
folhetos da valva, causando regurgitação de 
sangue por ela. 
 
ESTENOSE VALVAR 
Na estenose existe estreitamento da abertura 
da valva. Ocasionando aceleração e 
turbilhonamento do fluxo por ela. 
 
Em ambos os casos, a consequência auditiva é 
o sopro. 
 
AUSCULTA NA ESTENOSE E INSUFICIÊNCIA 
VALVAR 
Primeiro precisamos detectar se o sopro ocorre 
na primeira ou segunda bulha. 
 
Em adultos e idosos, encontra-se mais 
frequentemente acometimento das valvas do 
lado esquerdo do coração. Ou seja, as valvas 
mitral e aórtica. 
 
Sopros da B1 podem causar: 
1. Insuficiência MITRAL 
2. Insuficiência TRICÚSPIDE 
3. ESTENOSE Aórtica 
4. ESTENOSE Pulmonar 
Sopros da B2 podem causar: 
1. Insuficiência AÓRTICA 
2. Insuficiência PULMONAR 
3. ESTENOSE Mitral 
4. ESTENOSE Tricúspide 
 
INSUFIENCIA MITRAL OU TRICUSPIDE 
Se durante a sístole a válvula mitral ou 
tricúspide apresentar falha de coaptação, 
haverá sangue retornando nos átrios. O fluxo 
SEMIOLOGIA 
 Escrito por Jarbas Neto 
@medicardsbr 
regurgitante pela valva, ocasiona o sopro de 
insuficiência. 
Esse sopro tem a característica de ser 
HOLOSSISTÓLICO e de intensidade mantida. Ele 
é melhor auscultado no foco mitral ou 
tricúspide. De acordo com a valva acometida. 
É classificado como SOPRO REGURGITANTE. 
 
 
ESTENOSE AÓRTICA OU PULMONAR 
Acontece também na sístole, porque é nesse 
momento que acontece a abertura dessas 
valvas. No caso da estenose elas abrirão com 
dificuldade causando aceleração e 
turbilhonamento do fluxo. E 
consequentemente um sopro. 
Esse sopro tem intensidade variável, sendo que 
vai aumentando até um pico e depois vai 
decrescendo. Por isso ele é chamado de sopro 
em losango ou diamante. 
Seu timbre é classificado como SOPRO EJETIVO. 
 
É melhor auscultado no foco aórtico ou 
pulmonar de acordo com a Valva acometida. 
Na prática geralmente identificamos estenose 
pulmonar mais em crianças, adolescentes e 
adultos jovens. Enquanto a estenose aórtica é 
mais observada nos adultos e idosos. 
 
SOPROS VALVARES DA DIÁSTOLE 
ESTENOSE TRICÚSPIDE E MITRAL 
Durante a diástole acontece a abertura das 
Valvas Mitral e Tricúspide para o enchimento 
ventricular. Caso a abertura dessas esteja 
restrita, o fluxo para os ventrículos estará 
acelerado e turbulento. Desta forma 
auscultaremos um sopro diastólico suave. 
Caracterizado como em ruflar. Pois pode 
lembrar o bater de asas de um pássaro. 
 
Na prática a estenose tricúspide é bastante 
rara. Sendo a estenose mitral a mais frequente. 
E no caso do Brasil ela é secundária ao 
acometimento por Febre Reumática prévia. O 
sopro é melhor auscultado no foco mitral ou 
tricúspide. De acordo com a Valva acometida. 
 
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA PULMONAR 
Também ocorre na diástole, no momento em 
que essas valvas estão fechadas. No entanto a 
coaptação está deficiente. Causando vazamento 
e refluxo de sangue para o ventrículo. Assim 
auscultaremos o sopro que é caracterizado 
como aspirativo. Isso porque ele tem 
intensidade decrescente como o barulho de 
aspiração pela boca. 
 
Na prática, o sopro causado na insuficiência 
pulmonar é mais raro de ser auscultado. Sendo 
a insuficiência aórtica mais frequentemente 
auscultada. 
 
3ª E 4ª BULHAS 
TERCEIRA BULHA 
Acontece na fase de enchimento rápido. No 
terço inicial da diástole, por isso ela é conhecida 
como ruído PROTODIASTÓLICO. Ela se origina 
das vibrações produzidas na parede ventricular, 
devido ao enchimento rápido. 
Por isso também está relacionada com 
sobrecarga de volume. Como nos casos da 
insuficiência do ventrículo esquerdo e 
insuficiência mitral. Ela pode ser fisiológica em 
algumas crianças e adultos jovens. 
 
O som de baixa frequência faz com que ela seja 
melhor audível com a campânula do 
estetoscópio (lembrar de não pressionar a 
campânula, apenas encostar, ela usa a pele 
como película, se pressionar, abafa o som) no 
SEMIOLOGIA 
 Escrito por Jarbas Neto 
@medicardsbr 
foco mitral e em decúbito lateral esquerdo. Ela 
é representada pelo som onomatopeico TÚ. 
 
 
4ª BULHA 
Também conhecida como bulha atrial, ocorre 
na fase de contração atrial. Ou seja, no terço 
final da diástole. Por isso é chamado de som 
TELEDIASTÓLICO ou mais especificamente PRÉ-
SISTÓLICO, visto que acontece logo antes da 
sístole. 
 
Acredita-se que ela se origina pela rápida 
desaceleração do fluxo sanguíneo que vai dos 
átrios para os ventrículos. Porém o mecanismo 
certo de gênese ainda é incerto. Geralmente 
está associada a sobrecarga de pressão e está 
relacionada com coronariopatas, 
miocardiopatias, hipertensão arterial sistêmica 
e estenose aórtica importante. Em alguns raros 
casos ela pode ser fisiológica. Como nos casos 
das crianças e adultos jovens. 
 
O som da quarta bulha é grave e de intensidade 
fraca. Sendo muitas vezes difícil de auscultar. 
Ela pode ser representada pelo som 
onomatopeico TU. 
 
Ocorre milissegundos antes da primeira bulha. 
Dessa forma representaremos por TLUM. Como 
se fosse uma fusão dos sons da quarta e primeira 
bulha. Infelizmente por essas características, ela 
pode ser confundida com o som da primeira 
bulha. Porém, uma diferença importante é que 
a 4ª bulha é melhor audível com a campânula e 
mais próximo da região da planta. Além de ter 
tonalidade mais baixa. 
 
Sabendo que a 4ª bulha é um som pré-sistólico, 
então ela se encontrará milissegundos antes da 
primeira bulha. 
 
 
 
RÍTMOS NA AUSCULTA CARDÍACA 
Podemos ter ritmos binários, tríplices e de 
galope. 
RÍTIMO BINÁRIO 
Acontece quando temos somente a primeira e 
segunda bulhas. Ou seja, é o ritmo normal 
auscultado. 
RÍTMO TRÍPLICE 
Ocorre quando temos a presença de uma 
terceira ou quarta bulha, e em poucos casos, ele 
pode ser auscultado em indivíduos sem 
patologias. 
RÍTMO DE GALOPE 
Lembra o galopar de um cavalo. Geralmente são 
indicativos de alguma patologia. Podem ser 
divididos em: 
 Ventricular – quando houver B3; 
 Atrial – quando houver B4; e 
 De soma – quando houver B3 + B4. 
RITMO DE GALOPE VENTRICULAR 
 
RITMO DE GALOPE ATRIAL 
 
RITMO DE GALOPE DE SOMA 
 
 
	1ª e 2ª bulhas
	bolhas cardíacas normais
	ausculta cardíaca normal
	desdobramento fisiológico da segunda bulha
	patologias valvares
	insuficiência e estenose
	insuficiência valvar
	Estenose valvar
	Ausculta na estenose e insuficiência valvar
	insufiencia mitral ou tricuspide
	estenose aórtica ou pulmonar
	Sopros valvares da diástole
	estenose tricúspide e mitral
	insuficiência aórtica pulmonar
	3ª e 4ª bulhas
	terceira bulha
	4ª Bulha
	rítmos na ausculta cardíaca
	Rítimo binário
	Rítmo tríplice
	rítmo de galope
	ritmo de galope ventricular
	ritmo de galope atrialritmo de galope de soma

Continue navegando