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Adriane Macedo – Habilidades 2º período Habilidades 2º período Durante a ausculta cardíaca sopro na região do segundo espaço intercostal a direita na linha paraesternal que não condiz com o pulso radial. Diante desse exame físico pode determinar qual patologia? A – Estenose aórtica B – Estenose pulmonar C – Insuficiência aórtica *** D – Insuficiência pulmonar Ciclo cardíaco: é a sequência de fatos que acontece a cada batimento cardíaco. O coração ciclicamente se contrai e relaxa. Quando se contrai, ejeta o sangue em direção às artérias, na fase chamada de sístole. Quando relaxa, recebe o sangue proveniente das veias, na fase chamada diástole Insuficiência aórtica (IA) insuficiência de válvula aórtica (IVA) ou regurgitação aórtica é um transtorno da válvula aórtica caracterizado pelo retorno do sangue da aorta para o ventrículo esquerdo do coração durante a diástole ventricular. O fluxo sanguíneo ineficiente causa inicialmente fatiga e fraqueza. Durante a ausculta cardíaca sopro em região do quinto espaço intercostal a esquerda na linha hemiclavicular que não condiz com o pulso radial. Diante desse exame físico pode determinar qual patologia? A – Estenose tricúspide B – Estenose mitral *** C – Insuficiência mitral D – Insuficiência tricúspide Foco mitral está localizado no quinto espaço intercostal na linha hemiclavicular e corresponde ao ictus cordis. A estenose é considerada quando há redução da área valvar (“a válvula não abre direito”), e a insuficiência, quando há regurgitação através da válvula (“a válvula não fecha direito”). Não condiz com o pulso radial = diástole Sim, condiz com o pulso radial = sístole A sístole é a contração do músculo cardíaco que resulta do esvaziamento dos ventrículos, ou seja, quando o sangue sai dos vasos. Neste momento, ocorre a passagem Adriane Macedo – Habilidades 2º período do sangue para a artéria pulmonar e aorta, a partir da abertura das válvulas semilunares (aorta e pulmonar). A diástole é o período que corresponde ao relaxamento ventricular, ou seja, ao enchimento do ventrículo. Inicia-se com o fechamento das válvulas semilunares (mitral e tricúspide) e termina com a contração atrial. Neste período, o sangue flui do átrio para o ventrículo. Paciente com biotipo brevilíneo, podemos localizar o ictus cordis em que localização do tórax? A – Quinto espaço intercostal B – Sexto espaço intercostal C – Quarto espaço intercostal *** D – Sétimo espaço intercostal Brevilíneo = quarto espaço intercostal Normolíneo = quinto espaço intercostal Longilíneo = sexto espaço intercostal Para determinação de alteração em câmaras direitas seria importante análise em que local? A – Ictus cordis B – Pulso carotídeo C – Teste de Allen D – Pulso venoso *** Ictus cordis = esquerda Pulso carotídeo = direita e esquerda Teste de Allen = nada a ver Pulso venoso = tudo o que vai para as câmaras direitas (ventrículo e átrio) é veia Adriane Macedo – Habilidades 2º período Na ausculta cardíaca percebesse um desdobramento da segunda bolha, que ocorre durante a inspiração e expiração, porém com uma percepção maior durante a inspiração. Podemos classificar esse desdobramento em? A – Fixo B – Fisiológico C – Amplo *** D – Paradoxal Já de início descartamos fisiológico e paradoxal, e logo em seguida descartamos o fixo pois a percepção aumenta durante a inspiração. SOBRE COARCTAÇÃO DA AORTA Estreitamento do grande vaso sanguíneo (aorta) que leva o sangue do coração para o corpo. A coartação da aorta geralmente é congênita e pode ocorrer junto com outros problemas cardíacos. Muitas pessoas não apresentam sintomas, e a condição geralmente não é detectada até a idade adulta. O sintoma mais comum em adultos é a pressão arterial elevada. Raramente, os casos graves podem causar insuficiência cardíaca em bebês. O tratamento envolve cirurgia ou um procedimento com cateter para corrigir o estreitamento. A coarctação da aorta é um estreitamento da aorta, o principal vaso sanguíneo que leva sangue oxigenado vermelho do coração para o resto do corpo. Ocorre um estreitamento da aorta, o que causa redução do fluxo sanguíneo para a parte inferior do corpo. Exame físico para detectar coarctação da aorta: palpação das artérias radial e carótidas, encontrando assimetria nas analises das mesmas, posso garantir que a doença é na aorta. SOBRE O ICTUS CORDIS Pode ser palpável ou não, mesmo em indivíduos normais. Para facilitar a palpação, podemos solicitar ao paciente que se deite em decúbito lateral esquerdo. Adriane Macedo – Habilidades 2º período Na ausculta cardíaca, foi percebido a presença de bulha acessória no início da diástole, diante desta afirmativa, determine qual fase do ciclo cardíaco a bulha aparece e quais bulhas estarão audíveis nesse paciente? A – Contração atrial – B1, B2 e B4 B – Enchimento rápido – B1, B2 e B3 *** C – Relaxamento isovolumétrico – B1, B2 e B3 D – Contração isovolumétrica – B1, B2 e B4 Bulha protodiastólica = B3 Início da diástole = enchimento rápido Contração atrial = B4 (fim da diástole) Enchimento rápido = B3 (inicio da diástole) A terceira bulha cardíaca ou som protodiastólico não é de origem valvular, ocorrem no início da diástole logo após a B2. Foco mitral: situa-se no 5º espaço intercostal (EIC) esquerdo na linha hemiclavicular e corresponde ao ictus cordis. Foco pulmonar: situa-se no 2º EIC esquerdo, junto ao esterno. Nesse espaço podemos avaliar desdobramentos da 2ª bulha cardíaca. Foco aórtico: 2º EIC direito, justaesternal. Porém, algumas vezes, o melhor local para auscultar alterações de origem aórtica é a área entre o 3º e 4º EIC esquerdo, onde fica localizado o foco aórtico acessório. Foco tricúspide: situa-se na base do apêndice xifóide ligeiramente para a esquerda. Os fenômenos acústicos originados na valva tricúspide (sopro sistólico) costumam ser mais percebidos na área mitral. Adriane Macedo – Habilidades 2º período FOCO AÓRTICO 2º EIC DIREITO FOCO PULMONAR 2º EIC ESQUERDO FOCO TRICÚSPIDE BASE DO APÊNDICE XIFÓIDE à ESQUERDA FOCO MITRAL 5º EIC NA LINHA HEMICLAVICULAR SOBRE BULHAS CARDÍACAS: Primeira bulha (B1): fechamento da valva mitral e tricúspide, o componente mitral antecedendo o tricúspide. Coincide com o ictus cordis e o pulso carotídeo. É mais grave e tem duração um pouco maior que a 2ª bulha. O som pode ser representado por “TUM”. Segunda bulha (B2): é constituído por 4 grupos de vibrações, porém só são audíveis as originadas pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar. Ouve-se o componente aórtico em toda região precordial (principalmente foco aórtico), enquanto o ruído da pulmonar é auscultado em uma área limitada (foco pulmonar). Durante a expiração as duas valvas fecham dando origem ao som representado por “TA”. Na inspiração, devido ao prolongamento da sístole ventricular (maior afluxo de sangue), o componente pulmonar sofre um retardamento, sendo possível perceber os 2 componentes. Esse fenômeno é chamado de desdobramento fisiológico da 2ª bulha que pode ser auscultado como “TLA”. Terceira bulha (B3): é um ruído protodiastólico de baixa frequência que se origina da vibração da parede ventricular distendida pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento ventricular rápido. É mais audível na área mitral com o paciente em decúbito lateral esquerdo. Pode ser representada por “TU”. Quarta bulha (B4): ruído débil que ocorre no fim da diástole ou pré-sístole e pode ser ouvida mais raramente em crianças e adultos jovens normais. Sua gênese não está completamente esclarecida, mas acredita-se que seja originada pela brusca desaceleração do fluxo sanguíneo na contração atrial em encontro com o sangue no interior do ventrículo, no final da diástole. Adriane Macedo – Habilidades 2ºperíodo SOBRE RITMO E FREQUÊNCIA CARDÍACA Após reconhecer B1 e B2, o passo seguinte é determinar a o ritmo do coração e a frequência cardíaca (batimentos por minutos). Havendo apenas 2 bulhas, trata-se de ritmo binário ou em dois tempos. Quando se torna audível um terceiro ruído, passa a ser ritmo tríplice ou em três tempos. Ritmo em 2 tempos: TUM-TA; TUM-TA; TUM-TA Ritmo em 3 tempos: TUM-TA-TU; TUM-TA-TU Frequência: conta-se os batimentos em um minuto. Em adultos, < 60: bradicardia, > 100: taquicardia. OBS: ritmo cardíaco pode apresentar arritmias, sendo a principal encontrada na ausculta o ritmo de galope (PA-TA-TA), em que o ritmo cardíaco imita o som semelhante ao galopar de um cavalo devido a B3 patológica. SOBRE SOPROS Obs. sobre respiração, ausculta cardíaca e sopro: Normalmente no lado direito, sopros diminuem na expiração e aumentam na inspiração. Normalmente no lado esquerdo, sopros aumentam na expiração e diminuem na inspiração. Produzidos por vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo, que em condições patológicas adota um caráter turbilhonar, deixando de ser laminar, surgindo ruídos denominados sopros. Os sopros podem surgir dos seguintes mecanismos: • aumento da velocidade da corrente sanguínea (exercício físico, hipertireoidismo, febre); • diminuição da viscosidade sanguínea (anemia); • passagem do sangue por uma passagem estreita (estenoses); • passagem do sangue por zona dilatada (aneurismas). Os seguintes aspectos do sopro devem ser avaliados: • Situação do sopro no ciclo cardíaco: sistólico, diastólico, sistodiastólicos ou contínuos; Adriane Macedo – Habilidades 2º período • Localização: qual foco de ausculta o sopro é mais audível • Irradiação: deslocar o estetoscópio em várias direções para identificar irradiação. • Intensidade: avaliação subjetiva, feita em graduação (+ a ++++) • Timbre e tonalidade: “qualidade do sopro”; pode ser suave, rude, musical, em jato, piante, ruflar. Uma das mais importantes aplicações da avaliação dos sopros cardíacos é na suspeita diagnóstica de acometimento valvar estenose mitral ou aórtica, insuficiência mitral ou aórtica). Na tabela abaixo estão descritas as características dos sopros encontrados em cada condição: Insuficiência aórtica Sopro diastólico; melhor audível no foco aórtico acessório Estenose aórtica Sopro sistólico de ejeção; localizado no foco aórtico Insuficiência mitral Sopro sistólico de regurgitação no foco mitral Estenose mitral Sopro diastólico com estalido, melhor audível em decúbito lateral esquerdo Paciente do sexo masculino de 84 anos apresenta sopro sistólico +4/+6 de intensidade, em região do segundo espaço intercostal a direita que irradia para carótidas e fúrcula. Durante manobra respiratória o sopro aumenta a expiração. Qual hipótese diagnostica correta? A – Estenose pulmonar grave e insuficiência mitral moderada B – Estenose aórtica leve e insuficiência mitral moderada C – Insuficiência mitral grave D – Estenose aórtica grave *** E – Insuficiência aórtica grave Sopro sistólico +4/+6 = sopro grave Segundo espaço intercostal a direita = foco aórtico Adriane Macedo – Habilidades 2º período SOBRE RITMOS RESPIRATÓRIOS Taquipneia A taquipneia consiste no aumento do número de incursões respiratórias em relação à unidade de tempo. Em condições fisiológicas de repouso em adultos, a frequência respiratória habitualmente, encontra- se em torno de 12 a 20 incursões respiratórias por minuto (irpm). Dessa maneira, uma frequência superior a isso se enquadra na denominação de taquipneia. Além disso, vale mencionar que com frequência a detecção de taquipneia vem associada a certa redução da amplitude das incursões respiratórias (ou seja, de volume corrente). São diversas as condições que podem cursar com taquipnia, sendo ela, portanto, um achado inespecífico do exame físico. Nesse sentido, dentre as possíveis condições que podem cursar com taquipneia, temos, por exemplo, algumas síndromes restritivas pulmonares- dentre os quais devem ser mencionados os derrames pleurais, as doenças intersticiais e o edema pulmonar- bem como febre, ansiedade, dentre outros. Hiperpneia A hiperpneia consiste em um termo usado, em geral, para designar a elevação da ventilação alveolar secundária não apenas ao aumento da frequência respiratória, mas também decorrente do aumento da amplitude dos movimentos respiratórios. Dentre as situações que podem cursar com hiperpneia, temos diversas, incluindo a vigência de acidose metabólica, de febre, crises de ansiedade, dentre outros. Bradipneia A bradipneia designa a redução do número dos movimentos respiratórios, geralmente abaixo de oito incursões por minuto. Pode surgir em uma infinidade de situações, sendo, portanto, assim como o seu “oposto”- a taquipneia- um achado não específico do exame físico. Apesar de serem muitas as possíveis situações que cursam com bradipneia, dentre elas, deve- se mencionar a presença de lesões neurológicas, a depressão dos centros respiratórios por drogas (como os opioides e os benzodiazepínicos), bem como a bradipneia que precede a parada respiratória em casos de fadiga dos músculos respiratórios. Apneia Apneia é o termo utilizado para designar a interrupção dos movimentos respiratórios por um período de tempo prolongado. Nesse contexto, não devemos confundir o conceito de apneia com o de hipopneia. Isso porque, enquanto a hipopneia designa uma redução menos acentuada do fluxo de ar, de mais de 30%, a apneia significa a completa obstrução do fluxo de ar para os pulmões. Adriane Macedo – Habilidades 2º período No entanto, tanto a hipopneia quando a apneia podem estar presentes na Síndrome da apneia/ hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS). Assim, por exemplo, pacientes com o diagnóstico de SAHOS podem permanecer sem respirar durante minutos, cursando com hipoxemia acentuada e significantes riscos do surgimento de arritmias cardíacas e morte. Dessa forma, é evidente que os indivíduos em apneia necessitam de suporte respiratório, a fim de que se evitem os casos graves que, eventualmente, podem levar ao óbito. Dispneia suspirosa A dispneia suspirosa consiste na presença de inspirações profundas, esporádicas, em meio a um ritmo respiratório normal. Ela se manifesta, em geral, em indivíduos com distúrbios psicológicos ou, de maneira mais corriqueira, devido a um eventual quadro emocional ou de mudança de humor mais agudo. Ritmo de Cantani O ritmo de Cantani é caracterizado pelo aumento da amplitude dos movimentos respiratórios, de modo regular e secundário à presença de acidose metabólica. Tal ritmo pode ser evidenciado, por exemplo, em casos de cetoacidose diabética e de insuficiência renal. No entanto, vale lembrar que, à medida que ocorre o agravamento da acidose metabólica, pode haver o surgimento do ritmo de Kussmaul, traduzido pela alternância sequencial de apneias inspiratórias e expiratórias. (como será explicado com mais detalhes no tópico a seguir). Respiração de Kussmaul A respiração de Kussmaul é composta por quatro fases. A primeira, é caracterizada por inspirações ruidosas, a segunda por apneia em inspiração, a terceira por expiração ruidosa e, finalmente, a quarta, apneia em expiração. Dentre as suas possíveis causas, a principal é a vigência de acidose, com destaque para a acidose diabética, complicação possível da Diabetes Melitus, principalmente do tipo I (DM1). Ritmo de Biot O ritmo de Biot é o nome dado a um ritmo respiratório caracterizado por uma completa irregularidade no que se refere à amplitude das incursões respiratórias e à frequência das mesmas. Esse ritmo é frequentemente encontrado em pacientes com o diagnóstico de hipertensão intracraniana e que apresentam lesões do sistema nervoso central. Adriane Macedo – Habilidades 2º período Ritmo de Cheyne-StokesO ritmo de Cheyne- Stokes é carcaterizado pela alternância de períodos de apneia, seguidos por hiperpneia crescente e decrescente, a qual se mantém até a instalação de nova apneia, e, assim, sucessivamente. Esse ritmo respiratório ocorre mais comumente em pacientes portadores de insuficiência cardíaca congestiva grave, mas pode também estar presente em vigência de lesões do sistema nervoso central e de hipertensão intracraniana. Especificamente nos casos de insuficiência cardíaca, sua gênese é explicada pelo aumento do retardo circulatório dos pulmões para o cérebro. Nessa situação, ocorre uma dissociação entre os valores de pH e PaCO2 no nível pulmonar e no nível dos quimiorreceptores centrais, levando ao surgimento do ritmo de Cheynes- Stockes.
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