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FSM – P8 – M13 | HELOYSA 1 Cirurgia Heloysa Ribeiro Cirurgia ambulatorial INTRODUÇÃO É a cirurgia que não precisa de internação hospitalar Deve ser realizado em ambiente hospitalar, com condições de antissepsia similares a procedimentos de maior porte; • Pode ser em uma clínica, desde que ela tenha as condições similares a do hospital de antissepsia, e também material caso necessite de alguma intercorrência. • Exemplos de reações: Anafilaxia (o local tem que ter respirador), Fibrilação ventricular (o local tem que ter um cardioverssor); A anestesia pode ser local, loco-regional ou geral (como uma sedação); CRITÉRIOS MÍNIMOS DE SELEÇÃO DOS PACIENTES Critérios Clínicos • Idealmente ASA I ou ASA II; • Estabilidade clínica e psíquica; • Intervenção que se prevê de curta duração, ou seja, procedimento deve ser curto (Cerca de 60 minutos); • Desconforto no pós-operatório tem que ser passível de controle com medicação por via oral; Critérios Sociais • Aceitação de ser operado nas condições oferecidas; • Transporte assegurado em veículo automóvel; • Área de residência a menos de 60 minutos de distância do hospital → Porque se tiver complicação não vai ter como intervir, se a cirurgia tiver sido realizada em um local distante; • Condições adequadas do local da pernoita; • Acesso a comunicação (telefone); • Assegurada a companhia de um adulto responsável pelo menos nas primeiras 24 horas; CONDIÇÕES DE ALTA DO PACIENTE Orientação do tempo e espaço; Estabilidade dos sinais vitais há pelo menos 60 minutos; Ausência de Náusea e vômito, dificuldade respiratória e retenção urinária; Capacidade de ingerir líquidos; Capacidade de Locomoção, se não houver contraindicação; Sangramento mínimo ou ausente; Ausência de dor grande intensidade (a dor tem que poder ser controlada por medicamentos via oral); Conhecimento por parte do paciente e do acompanhante, verbalmente e por escrito, da relação dos cuidados P8 – M13 FSM – P8 – M13 | HELOYSA pós-anestésicos e pós-operatórios, bem como a determinação da Unidade para atendimento de eventuais intercorrências; Tem que ter uma boa relação médico paciente, deve explicar tudo o que pode acontecer no pós-operatório; VANTAGENS DA CIRURGIA AMBULATORIAL Diminuição de ocupação dos leitos; Menor risco de infecção hospitalar; Retorno rápido ao domicílio; Redução dos custos hospitalares; Melhor aceitação do procedimento; Nenhum aumento da morbidade ou mortalidade; Diminuição de lista de espera; Exemplos De Indicações De Cirurgia Ambulatorial Cirurgias de Tumores cutâneos e subcutâneos benignos: • Corno cutâneo; • Ceratoacantoma; • Quelóide; • Hemagioma; • Lipoma; • Neurofibroma Neuroma; • Cisto Sebáceo; Cirurgias de Tumores Malignos: • Carcinoma Basocelular; • Carcinoma espinocelular (Epidermóide); • Melanoma Maligno; Cisto Sinovial; Retirada de Corpo estranho; Paroníquia; Biópsia de lesão acessível; Herniorrafia inguinal (quando pequena); Postectomia; Curetagem Diagnóstica; Cistoscopia; Colocação de Catete Venoso Central; Paracentese; Toracocentese; Exemplos: Cisto Sebáceo Ceratoacantoma Cisto sinovial CIRURGIAS DE PELE Objetivos • Realizar exérese de lesões cutâneas seguindo as linhas naturais de força, para que a cicatriz fique agradável esteticamente - linhas de langer: Obs: Se for realizar uma laparotomia exploradora não precisa seguir essas linhas, pois a prioridade não é a estética; Obs: Linhas da dependência dos idosos: são mais flácidas; • Corrigir cicatrizes esteticamente desagradáveis ou patológicas; • Selecionar a direção das incisões cutâneas (Cicatriz menos visível) e 3 revestir áreas cruentas com enxertos ou uso de retalhos; • Evitar incisões que cruzam as pregas articulares do punho, cotovelo, pescoço, pois as cicatrizes podem retrair e resultar em prejuízos funcionais; Técnicas Da Cirurgia De Pele Em cirurgias de nariz, as vezes é necessário fazer um enxerto; Quando se faz um retalho, é feita uma incisão na pele e mantem a base do retalho (pedículo vascular) para que cubra uma área cruenta que por acaso tenha. Já o enxerto, retira um pedaço da pele (ex.: dorso) e enxerta na face, ou seja, não mantém a base que é a área que vai vascularizar, logo, a chance de um enxerto cutâneo necrosar é maior, porque vai ser preciso formar uma neovascularização. Cirurgia na pele, precisa ter a técnica adequada → antissepsia, luva estéril, campo cirúrgico estéril, resseca a lesão e faz a sutura da pele com fio inabsorvível, fazer hemostasia com pinças Halsted ou cauterização; Diérese: bisturi com lâmina apropriada; Hemostasia: pinçamento com pinças Halsted (laqueadura do vaso com fio fino e inabsorvível) e uso de eletrocoagulação; Síntese: pode ser feita sutura em 1, 2 ou 3 planos ou sutura intradérmica que é esteticamente mais agradável. Geralmente, na face utiliza-se a sutura intradérmica ou um fio bem fino para que não tenha uma cicatriz “feia”; Retirada de pontos: na face, pode ser feita em 72 horas, manter o curativo com microporo e retirar após 10 dias. Em outras regiões, retira-se com 10 a 12 dias. Exemplo: quando faz uma cirurgia aberta (nefrectomia) que ocupa uma área grande na região do dorso, o se costuma deixa os pontos por 14 dias. EXÉRESE DE TUMOR CUTÂNEO Paciente com lesão tumoral que foi retirado e colocado um enxerto: Nesse caso, por ser próximo à pálpebra, foi colocado um retalho para evitar que tivesse prejuízo funcional no fechamento da pálpebra: EXÉRESE DE CISTO SEBÁCEO (EPIDERMÓIDE) É uma cirurgia muito comum → lesão benigna com grande conteúdo gorduroso; É feita assepsia, anestesia local, isola o cisto sebáceo e tem que retirá-lo completamente com a cápsula. Porque, se tirar apenas o cisto sebáceo e deixar a cápsula, ele pode crescer novamente. PARONÍQUIA Pode ser aguda ou crônica e caracteriza- se por eritema e edema periungueais → • quando é agudo, geralmente a causa é bacteriana; Ela é caracterizada pelo edema, eritema agudo ou crônico, doloroso dos tecidos ao redor da unha → pode haver formação de pus; A paroníquia aguda ocorre quando corta o canto ungueal e a unha cresce para FSM – P8 – M13 | HELOYSA dentro do tecido, levando à uma inflamação e infecção bacteriana secundária com formação de pus. Seu tratamento é cirúrgico, fazendo a ressecção do leito ungueal e antibioticoterapia em alguns casos; O patógeno que mais frequentemente causa paroníquia crônica é a Candida albicans. • O tratamento é feito com antifúngico local por 2 a 3 meses; As bactérias causadoras da paroníquia são: Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa ou Steptococcus. ONICOCRIPTOSE (UNHA ENCRAVADA) Margem ungueal penetra e irrita tecidos vizinhos; Etiologia: • Corte inadequado do canto ungueal (mais comum); • Tumorações subungueais (aumentam a pressão interna); • Deformidades congênitas das unhas; • Sapatos que pressionam a região anterior do pé. Tratamento: cirurgia, pode ser feita por duas técnicas → Cantoplastia ungueal (mais comum) ou Kanavel; Orientação: falar para o paciente quando for cortar a unha, deixar o canto ungueal mais elevado. CANTOPLASTIA UNGUEAL → Eleva a prega lateral; → Realiza a incisão lateral para drenagem do abscesso e faz a curetagem do canto ungueal; → A cicatrização é por segunda intenção. TÉCNICA DE KANAVEL → É feita quando a onicocriptose é mais bilateral; → Faz duas incisões paralelas longitudinais → expõe a base da unha → drena o abscesso → coloca um retalho subcutâneo; → Cicatrização por segunda intenção. PANARÍCIO Abscessona polpa do dedo; Tratamento: drenagem. Faz a anestesia, antissepsia do dedo e drena. Sempre que for anestesiar extremidades, é com lidocaína sem vasoconstrictor. FIMOSE Definição: enrijecimento na parte distal do prepúcio, que impede a sua retração e exposição da glande; Fimose (aderências) no recém-nascido é fisiológica e se apresenta como uma estrutura tubular; Prepúcio é retrátil em 4% dos RN, 20% com 6 meses, 50% com 3 anos e 99% aos 17 anos → ou seja, a maioria ao nascer tem aderências fisiológicas como fator de proteção; A fimose verdadeira ou patológica é menos comum e está associada a um anel cicatricial esbranquiçado não-retrátil → causa dor na ereção e durante a relação sexual, prejudica a limpeza adequada podendo acumular sujeira, causar irritação crônica e predispor à câncer de pênis; Classificação: • Grau 1: não consegue expor nada; • Grau 2: consegue expor metade da glande. 5 Circuncisão diminui o risco de contágio pelo HIV; Circuncisão na infância diminui o risco de câncer de pênis → Israel é o país que tem menor incidência de câncer de pênis; Etiologias da fimose adquirida: • Retração forçada (fissuras com cicatrização); • Irritações químicas recorrentes (dermatite amoniacal); • Urina residual; • Infecção secundária → principal causa de formação de fimose em pacientes adultos. Ex.: paciente diabético que tem infecções secundárias que levaram a cicatrização e formação de anel fibrótico no pênis. Tratamento 1. Tratamento tópico Postec (bons resultados na literatura) → creme com corticoide e haluronidase indicado para crianças que vai fazer a dissolução das aderências e a criança consegue expor a glande com o crescimento. É utilizado duas vezes ao dia por 3 semanas, coloca o creme e massageia. Se responder a esse tratamento, evita de expor o paciente à cirurgia; Exemplo: Criança de 1 ano com aderências naturais → tranquilizar a mãe, falar que vai soltar espontaneamente, e, se não soltar, pode tentar o tratamento tópico com Postec. 2. Cirurgia Contraindicações: hipospádia, epispádia, prematuros, pênis embutido. → A hipospádia é uma localização anômala da uretra, o normal é que ela desemborque na extremidade distal da glande, mas aqui ela pode ficar um pouco abaixo dessa extremidade, no corpo do pênis, na base do pênis, na bolsa escrotal e até na região perineal. Porque não se faz cirurgia de fimose em paciente com hipospádia? Porque uma das técnicas de reconstrução com a formação da neouretra, o paciente com hipospádia, a gente usa o prepúcio, por isso não faz a cirurgia de fimose desse paciente. → Sempre que o pct tiver hipospádia proximal tem que investigar o estado de hermafroditismo. → Epispádia = Região dorsal / Hipospádia = Região ventral do pênis → Geralmente paciente com epispádia é o aquele que tem distrofia vesical, a não formação da parede abdominal inferior com exposição da bexiga. Obs: Também não se faz a cirurgia em paciente com epispádia pelo mesmo motivo da hipospádia. → No prematuro é uma aderência fisiológica; → O pênis embutido é devido a obesidade (o acúmulo de gordura) que acaba escondendo a haste peniana, então tem uma falsa concepção do tamanho do pênis, impedindo a exposição. Perder peso é o suficiente. Indicações cirúrgicas: • Fimose verdadeira – o anel na ponta do pênis que impede a exposição • Balanopostites de repetição - criança com aderência; • Infecções urinárias recorrentes; • Adolescentes com fimose e ereção dolorosa; Postectomia Cirurgia ambulatorial, não precisa internar, ele só faz no centro cirúrgico com anestesia local do pênis, antissepsia, capote e campo cirúrgico. Essa anestesia na base do pênis nunca com anestésico com vasoconstrictor, ex: junta bupivacaína e lidocaína sem vasoconstrictor em água destilada, pois anestesia mais rápida com a lidocaína e a bupivacaína dá um conforto maior pós- cirúrgica. Dose: 1 ampola de bupi sem vaso + 1 ampola de lidocaina sem vaso em 20 ml de AD Procedimento: Aplica a anestesia, faz a excisão retirando o excesso de prepúcio com o anel da fimose, cauteriza os vasos, e sutura mucosa com pele com fios absorvível para não ter que tirar os pontos FSM – P8 – M13 | HELOYSA depois. Tem que tomar cuidado com a retirada exacerbada para durante a ereção pode ter deiscência dos pontos e sempre ficar com a glande exposta. PARAFIMOSE Retração do prepúcio com edema, impedindo sua recolocação ao redor da glande; Tratamento: • Redução • Cirurgia Geralmente ocorre em pacientes idosos, que possuem alguma demência, que estão em uso de sonda; O paciente chega no PS faz a antissepsia, a anestesia, porque dói bastante devido a infecção bacteriana secundária, e primeiro tenta reduzir com umas manobras (apertando a glande para o sangue voltar para o corpo cavernoso e depois puxando o prepúcio por cima da glande). Postostomia é a opção cirúrgica caso a redução não dê certo. Faz a excisão do prepúcio, abre e puxa para cima da glande novamente, depois sutura as bordas hemostáticamente. Depois que o edema melhora, faz-se a postectomia para retirar o prepúcio excedente, não faz antes pois o pênis estava edemaciado e provavelmente um processo infeccioso secundário. Recomendações para o paciente que faz a cirurgia de fimose: Lavar bem a ferida operatória com água e sabão 3-4x por dia, troca o curativo quando tiver úmido, viver a castidade (sem sexo) por 30-40 dias e evitar ereção no ínicio! Não usar clorexidina, álcool ou PVPI, porque pode matar os macrófagos e células de reepitelização.
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