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GIOVANNA LEÃO - FOR 18 Fármacos hemostáticos e coagulantes de interesse odontológico HEMOSTASIA Conjunto de mecanismos que faz cessar uma hemorragia, mantendo o sangue dentro do vaso, sem coagular ou extravasar, e em que se previnem processos hemorrágicos espontâneos e se contêm sangramentos traumáticos. HEMOSTASIA PRIMÁRIA Ao ocorrer uma lesão tecidual/vascular ocorre a liberação e ativação da fosfolipase A2 e consequentemente liberação do ácido araquidônico e seus produtos. Quando ocorre a lesão de parede de vaso, a primeira etapa que se cumpre é a constricção vascular. 1. Constricção vascular. 2. Formação do tampão plaquetário. No tampão plaquetário, as plaquetas vão migrar para a região, se aglomerando e fazendo uma espécie de rolha na região em que o vaso está lesado, no intuito de impedir que um volume de sangue excessivo saia por essa lesão de parede vascular. HEMOSTASIA SECUNDÁRIA Tampão já está formado e se diferencia na formação do coágulo. 1. Cascata de coagulação 2. Fase fibrinolítica 3. Formação do tampão hemostático final FIBRINÓLISE Quebra da rede de fibrina feita em excesso será quebrada, deixando apenas a área em que está havendo o tampão da região. Tecido cicatricial. FASE FINAL DA COAGULAÇÃO Ao final da cascata de coagulação, a protrombina é ativada em trombina, que irá ativar o fibrinogênio em monômeros de fibrina e ativa o fator XIII. O fator XIIIa, em conjunto com íons de cálcio, forma polímeros de fibrina (mais estável) → Trombo/ Coágulo. Após completada a hemostasia, ocorre a lise do coágulo e reparação vascular em um evento antitrombótico. Protrombina ↓ Ativador de protrombina Trombina ↪ Via intrínseca: Começa com traumatismo vascular e tecidual. ↪ Via extrínseca: Começa no próprio sangue. Fibrinogênio ↓ Trombina Fibrina FATORES DA COAGULAÇÃO FATOR SINONÍMIA ORIGEM I Fibrinogênio Fígado II Protrombina Fígado III Tromboplastina Tecidos IV Cálcio Tecidos V Fator lábil Fígado VI Prod. Intermed. - VII Fator estável Fígado VIII C Fator anti-hemofílico A Endotélio, fígado VIII Vw Fator von Willebrand Endotélio, megacariócitos IX Fator anti- hemofílico B Fígado GIOVANNA LEÃO - FOR 18 X Fator de Stuart-Prower Fígado XI Fator anti- hemofílico C Fígado XII Fator de contato Fígado XIII Fator estabilizador da fibrina Fígado, megacariócitos AVALIAÇÃO DO PACIENTE → Doenças hemorrágicas - Anamnese ↪ Antecedentes hemorrágicos ↪ História familiar ↪ Púrpuras, hematomas, sangramentos ↪ Epistaxe, melena, hematúria, menstruações prolongadas COAGULOGRAMA → TC: Tempo de coagulação ↪ Avaliação da via intrínseca da coagulação ↪ Alterado: Confirma a presença de defeitos em fatores da coagulação. ↪ Valores aumentados: Hemofilia (A e B), presença de anticoagulante circulante inespecífico ou específico (fator VII e XIII) ↪ VR: 4 a 10 minutos → TS: Tempo de sangramento ↪ Avaliação da hemostasia primária. ↪ Alterado: Salienta a dificuldade para a formação de um tampão hemostático. ↪ Valores aumentados: Plaquetopenia, doença de von Willebrand. uso de aspirina, mieloma múltiplo, uremia, insuficiência hepática. ↪ VR: até 5 minutos. → TP: Tempo de Protrombina ↪ Investigação do sistema extrínseco da coagulação sanguínea. ↪ Prova realizada nos estados hemorrágicos, pré-operatório, controle de terapêutica anticoagulante. ↪ TP normal: Entre 11 e 13 segundos. ↪ TP encurtado: Ação de medicamentos - barbitúricos, diuréticos, digitálicos, vit. K, contraceptivos orais. ↪ TP prolongado: def. dos fatores I, II, V, VII X, vit K, ação de anticoagulante e outros medicamentos. → TTPA: Tempo de Tromboplastina parcial ativado ↪ Investiga as alterações do mecanismo da coagulação sanguínea, envolvendo os fatores do sistema intrínseco, exceto plaquetas e fatores XIII e VII ↪ VR: 35 a 45 segundos. ↪ Encurtado: Sem importância clínica ↪ Prolongado: Deficiência dos fatores II, V, VII, IX, X, XI e XII. → INR: International Normalized Ratio ↪ Não é um teste laboratorial: média. ↪ Diferenças entre fabricantes de reagentes. ↪ Padronização dos resultados. ↪ Via extrínseca da coagulação. ↪ ISI (International Sensitivity Index): 10 e 2,0. INR = (TP do paciente em segundos / Média TP normal em segundos )ISI ↪ Utilizado em: Tratamento endodôntico ↠ Anestesia local ↠ Exodontias ↠ Cirurgia oral menor ↠ Cirurgia periodontal ↠ Biópsias ↠ Raspagem periodontal ANTIFIBRINOLÍTICOS Pró-coagulantes. Medicações que têm estabilidade maior do coágulo. → Ácido Aminocapróico - Ipsilon ↪ Pode ser usado pós-operatoriamente na prevenção do coágulo, a critério profissional. ↪ Comprimido: 05,g (500mg) ↪ Xarope: 0,5/ 5ml ↪ Injetável: 1g/ 20ml ou 4g/ 20ml. Diluir no SF, SG ou SRL. GIOVANNA LEÃO - FOR 18 ↠ Dependendo da gravidade, pode ser administrado direto na veia, sem diluição. ↠ Pode-se aplicar dose de ataque de 4 a 5g, durante a primeira hora do tratamento. ↪ Posologia: Adultos - 2 a 4 comp de 6/6 ou 8/8 horas ↠ Criança: 100 a 200 mg/ kg/ dia, de 6/6 ou 8/8 horas. ↪ Mecanismo: Inibição de plasminogênio e plasmina. ↠ Aumenta a eficiência do coágulo. ↠ Não ativa cascata da coagulação. ↪ Precauções: Injeção IV lenta para evitar hipotensão e bradicardia (ideal = 1ml/min). Reduzir a dose para paciente renal. Usar com cautela em pacientes com tendência à trombose. Não associar nenhum medicamento do mesmo equipo. → Ácido Tranexâmico - Transamin ↪ Comprimido: 250 mg ↪ Injetável: 50mg/ml ou 250mg/ml ↪ Bochecho: Forma preventiva em pacientes que têm um risco maior de hemorragia durante e depois de uma cirurgia. ↪ Posologia: 25 a 50mg/kg/dia para adultos e crianças, de 6/6 ou 8/8 horas. ↪ IV pode ser no SF, SG ou SRL. ↪ Mecanismo: Semelhante ao do ácido aminocapróico. → Vitamina K ↪ Injetável: Ampola 1ml - 10 mg de vitamina K1. ↪ Indicações: Tratamento de hemorragia ou risco de hemorragia como resultado de severa hipoprotrombinemia (I.E deficiência de fatores de coagulação II, VII, IX e X) ↠ Superdosagem de anticoagulantes do tipo cumarínicos. ↠ Não tem efeito instantâneo. ↪ Mecanismo: É fundamental para síntese hepática de proteínas envolvidas, como nos fatores II, VII, IX e X e as proteínas C, S e Z (inibidoras da coagulação). → Desmopressina ↪ Intranasal spray ↪ Injetável ↪ Indicações: Em pacientes com hemofilia A leve ou com doença de Von Willebrand do tipo 1 leve a moderada. ↠ 150mcg em cada narina. Repetir em função de exames laboratoriais e condições do paciente. ↠ 0,3 mcg por kg de peso (em 50ml de solução de cloreto de sódio a 0,9% durante 15 a 30 minutos). ↪ Mecanismo: Aumenta a concentração sanguínea de mediadores da coagulação como os fatores de von Willebrand e VIII presentes no endotélio dos vasos. ALTERAÇÕES DA COAGULAÇÃO → Alterações adquiridas: Anticoagulantes e orais. → Hemofilia A: Clássica, hereditária (recessivo ligado ao sexo - cromossomo X) ↪ Deficiência de fator VIII ↪ Gravidade: Menor de 1% do fator circulante - grave. ↠ De 1 a 5% do fator circulante - moderada ↠ 6 a 30% do fator circulante - leve. ↪ Alargamento do TTPA ↪ Restante dos exames e fatores normais. ↪ Tratamento Fator VIII: Reposição pré-operatória de fator VIII, geralmente sob a forma de crioprecipitado (fator VIII concentrado) ou forma liofilizada do fator VIII concentrado. ↠ Como a meia-vida do fator VIII é de 12 horas, o paciente deve receber a terapia de substituição a cada 12 horas, até o sangramento não constituir mais uma preocupação clínica. ↠ Evitar uso de ASS e derivados. ↠ Pode-se usar inibidores altamente seletivos da COX-2. GIOVANNA LEÃO - FOR 18 ↠ Desmopressina: 0,3ug/kg EV ou SC a cada 12/12 ou 24/24 horas. Nas formas leves ou moderadas. ↝ Função: Liberar FvW (Adesão PLT e transporte de fator VIII) → Hemofilia B: Doença de Christmans, hereditária recessiva ligada ao sexo - ligada ao cromossomo X. ↪ Deficiência de fator IX. ↪ Menos comum que a hemofilia A. ↪ Possui as mesmas manifestações clínicas. ↪ Tratamento: Plasma ↠ Fator IX - 18/18 ou 24/24 horas ↠ Antifibrinolíticos ↠ Desmopressina é ineficaz. → Doença de von Willebrand: Doença hereditáriaautossômica dominante. ↪ É a mais frequente doença hemorrágica hereditária. ↪ Produção baixa de proteína de von Willebrand ou pela síntese alterada da mesma. ↪ Função da proteína: Adesão plaquetária ↠ Transporte de fator VIII ↪ A liberação do fator de von Willebrand ocorre após a estimulação de 3 hormônios: ↠ Insulina ↠ Adrenalina ↠ Desmopressina ↪ 3 principais tipos da doença: ↠ Tipo I: Clássica, mais comum, leve ou moderada. ↠ Tipo II: Mais rara. ↠ Tipo III: 1 em 1 milhão e muito agressiva. ↪ Alargamento do TTP ↪ Contagem e morfologia de plaquetas normais. ↪ O resto dos exames e fatores são normais. ↪ Exames específicos: Dosagem dos níveis de FvW. ↠ Teste de atividade do FvW ↠ Dosagem dos níveis de antígeno FvW ↪ Tratamento: Desmopressina - primeira escolha na DvW leve. Em doses apropriadas, pode elevar em 2 a 5 vezes os níveis plasmáticos de FvW e fator VIII. ↠ 0,3 a 0,4 mg/kg IV - 12/12 ou 24/24 horas ↠ Spray nasal (1,5mg/ml) - 12/12 horas ↠ Concentrados plasmáticos de fator VIII: Infelizmente boa parte dos concentrados de fator VIII não contém FvW suficiente. ↠ Crioprecipitados plasmáticos com FvW. ↠ Antifibrinolíticos. HEMOSTASIA → Medidas locais: ↪ Compressão local com gaze. ↪ Sutura oclusiva. ↪ Ácido tranexâmico (Transamin) ↪ Cianoacrilato ↪ Celulose oxidada (Surgicel) ↪ Gelatina absorvível (Gelfoam) ↪ Selante de fibrina ↪ Trombina tópica ↪ Adrenalina → Medidas sistêmicas: ↪ Vitamina K ↪ Desmopressina ↪ Globulina Anti-Hemofílica (Fator) ↪ Fibrinogênio ↪ Ácido Aminocapróico (Ipsilon) ↪ Ácido Tranexâmico (Transamin)