Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV A úlcera péptica é a erosão em um segmento de mucosa gástrica, geralmente no estômago (úlcera gástrica) ou nos primeiros centímetros do duodeno (úlcera duodenal), que penetra a mucosa muscular. Praticamente todas as úlceras são causadas por Helicobacter pylori (H. pylori) • Úlceras gastroduodenais: soluções de continuidade da mucosa gastrointestinal que se estendem através da muscular da mucosa e atingido a submucosa. • Erosões gastroduodenais: agressão ao tecido que não atinge submucosa e não deixa cicatriz Manchinhas pretas: hematina; ficam por cima da erosão. Úlcera EPIDEMIOLOGIA • Mais frequente em homens. • Úlcera duodenal é mais comum que a gástrica. • Quando gástrica, acomete mais o antro. FATORES DE RISCO • Principais: infecção pelo H. pylori uso de AINE/AAS. • Outros: idade > 60 anos, antecedente de úlcera péptica, uso de corticosteroide em altas doses, tabagismo, etilismo. Os fatores de risco quebram o equilibro que existe entre os fatores de agressão e os fatores de proteção da mucosa gastroduodenal. QUADRO CLÍNICO • Até cerca de 2/3 dos casos são assintomáticos → Não são isento de complicações futuras. • Dor abdominal, náusea, plenitude gástrica, pirose, vômitos DIAGNÓSTICO • Dado por Endoscopia digestiva alta (EDA). Quando biopsiar a úlcera: • Aparência maligna. • UG sempre! → Obs. Toda úlcera gástrica deve ser biopsiada. Nas duodenais, não é necessário. • Se suspeita de uma etiologia específica (doença de Crohn, sarcoidose, gastroenterite eosinofílica...) • Biopsiar os 4 quadrantes da úlcera (6 a 7 fragmentos). • Biópsia de corpo e antro do estômago para pesquisa de H. pylori. MANEJO • Tratar a causa de base. • Cessar tabagismo. • Inibidor de bomba de prótons (IBP): cicatrização da úlcera e melhora dos sintomas. • A dose e tempo do tratamento dependerão da localização e tamanho da úlcera. • Pacientes usuários crônicos de AINEs/AAS: manter IBP a longo prazo. Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV • Repetir EDA pós-tratamento se: úlceras gástricas, sintomas persistentes, etiologia não esclarecida, biópsias não realizadas ou não adequadas, se fator de risco para câncer gástrico. COMPLICAÇÕES - SANGRAMENTO: • Ocorre mais em úlceras localizadas na parede posterior do duodeno (proximidade com a artéria gastroduodenal). • Pode se manifestar como anemia ferropriva (sangramento crônico) ou hematêmese/melena (agudo). - Obstrução: • Mais comum quando a úlcera acomete o canal pilórico. Penetração: • A úlcera pode penetrar na parede do órgão, sem perfurar. • Pode fistulizar com estruturas adjacentes. Perfuração: • Mais frequente em úlceras localizadas na parede anterior do duodeno. • Dor intensa, rigidez abdominal, instabilidade hemodinâmica. HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA Definição: Hemorragia do trato gastrointestinal, proximal ao ligamento de Treitz (esôfago, estômago e duodeno). ABORDAGEM INICIAL A base inicial do tratamento é a estabilização do paciente (ABC) com avaliação de necessidade de suporte ventilatório imediato e avaliação do estado hemodinâmico com reposição volêmica, controle de sinais vitais e hemoderivados (caso necessário). APRESENTAÇÃO: • Hematêmese - vômito com sangue vivo ou em borra de café - digerido • Melena: fezes escurecidas com sangue digerido e cheiro fétido • Enterorragia: sangue vivo ou coagulado acompanhado ou não de fezes • Hematoquezia: é presença de sangue vivo nas fezes, mas em menor proporção. PRINCIPAIS CAUSAS • Úlcera Péptica: é a principal causa de HDA (50% dos casos) • Os principais fatores causais são: H. Pylori, uso de AINE e hipercloridria ABORDAGEM DA HDA: 1. Abordagem inicial geral 2. Drogas EV (IBP) 3. Endoscopia após estabilização (Nas primeiras 12h) A partir da endoscopia digestiva alta, podemos usar a escala de Forrest para classificar a lesão e estimar a probabilidade de ressangramento. EXEMPLOS: Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV Tratamento clínico: inibidor de bomba de próton, suspender AINE. EDA: pacientes com sangramento ativo, vaso visível ou coágulo aderido (Forrest I ou IIa ou IIb) se beneficiam de terapia endoscópica (cauterização elétrica, hemoclipes ou injeção de adrenalina). Referências: • Atlas de Endoscopia Digestiva da SOBED, 2ª Ed. Tratado de Gastroenterologia da Graduação à Pós-graduação – Federação Brasileira de Gastroenterologia, 2ª Ed • Martins HS et al. Emergências clínicas: abordagem prática. 12a edição. São Paulo: Manole, 2017.
Compartilhar