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1 Glecia Élen Ferreira FISIOPATOLOGIA DA REPRODUÇÃO DIFERENCIAÇÃO SEXUAL 1ª FASE: SEXO CROMOSSÔMICO OU GENÉTICO Nos mamíferos, todos os óvulos produzidos pelas fêmeas possuem um cromossomo sexual X. A metade dos espermatozoides produzidos pelos machos possuem um cromossomo X e a outra metade possui um cromossomo Y. Dependendo do cromossomo presente no espermatozoide que fertilize o óvulo pode-se gerar um indivíduo XX (fêmea) ou um XY (macho). (ZARCO, 2018). 2ª FASE: Diferenciação Gonodal No desenvolvimento do embrião, serão formadas estruturas que podem se diferenciar para formar o sistema genital do macho ou da fêmea, não dependente da influência hormonal. 01 Par de gônadas rudimentares: dará origem aos testículos ou ovários. Ductos Mesonéfricos: Desenvolvem-se em indivíduos XY (machos). 2 Ductos Paramesonéfricos: Desenvolvem-se em indivíduos XX (fêmeas). Seio Urogenital - Composto por: o Tubérculo Genital; o Protuberância Genital; o Prega Genital. Dará origem a porções do órgão genital comum em machos e fêmeas como a vulva, clítoris e corpo do pênis. A diferenciação ocorrerá posteriormente por influência hormonal. INDIVÍDUO XY O cromossomo Y possui em seu braço o gene SRY (Sex-determining Region of the Y chromossome – região do cromossomo Y determinante do sexo). Esse gene se expressa somente na gônada em formação nos embriões machos, em particular em células precursoras das células de Sertoli, e codifica proteínas como a SOX-9 e FGF-9 (Fibroblast Growth Factor- 9) que iniciam uma cascata de expressões que provocam a diferenciação das células de suporte da gônada indiferenciada (crista genital) em células de Sertoli, importantes para a espermatogênese e produção hormonal. O gene SRY é também responsável por decodificar uma proteína chamada Fator Determinante de Testículo (TDF), o qual diferencia a gônada indiferenciada para testículo. Em seguida, essas células dirigem a diferenciação das células intersticiais da crista genital em células de Leydig, que irá produzir hormônios e provocar a descida do testículo, principalmente. INDIVÍDUOS XX A diferenciação gonodal nas fêmeas, ocorre pela expressão do gene DAX-1 (Dosage Sensitive Sex Reversal – Reversão sexual dependente da dose). 3 Esse gene, localizado no cromossomo X, codifica uma proteína que atua no bloqueio de diversos fatores de transcrição, entre os que se encontra o SRY. Como a proteína DAX-1 impede a ação a proteína SRY, um excesso de expressão do gene DAX-1, pode provocar a feminilização gonodal de indivíduos XY, macho, embora tenham SRY. Em condições normais, a expressão adequada do gene DAX-1 não é capaz de evitar a masculinização gonodal de embriões com o gene SRY, daqui o nome de reversão sexual dependente da dose. 3ª FASE: SEXO FENOTÍPICO OU SOMÁTICO INDIVÍDUOS XY Essa fase ocorre de forma ativa pela influência hormonal da testosterona: Túbulos mesonéfricos dão origem ao ducto eferente. Ductos de Wolff (ductos mesonéfricos) formam o epidídimo, ducto deferente e glândulas vesiculares. Uma vez que a testosterona não consegue concluir a diferenciação do sistema reprodutor, a enzima 5−redutase a transforma em di-hidrotestosterona (DHT), uma molécula capaz de sinalizar e desenvolver a região de sinus urogenital em uretra, próstata e glândula bulbouretral; a região de tubérculo genital em pênis; e a região de pregas genitais em escroto e prepúcio. As células de Sertoli liberam o Hormônio Inibidor dos Ductos de Müller (MIH) para que entrem em atrofia. As células de Leydig liberam o fator semelhante a insulina tipo 3 (IGF-III) e testosterona, para que os testículos formados na cavidade abdominal (região caudal aos rins) desçam até as bolsas testiculares. INDIVÍDUOS XX Nas fêmeas, essa fase ocorre de forma passiva, pela ausência do hormônio testosterona. 4 Túbulos Mesonéfricos – atrofiam por falta do estímulo da testosterona. Ductos Mesonéfricos – Atrofiam por falta de estímulo da testosterona. Ductos Paramesonéfricos – desenvolvem-se em tuba uterina, útero e vagina cranial. Seio Urogenital diferencia-se em vagina caudal e vestíbulo. Tubérculo genital diferencia-se em lábios maiores. Prega genital diferencia-se em lábios menores. SEXO COMPORTAMENTAL Para que o indivíduo XY tenha comportamento sexual caraterístico masculino é necessário que os andrógenos sejam convertidos em estrógenos pela aromatase no SNC. A testosterona vai para o SNC e atravessa a barreira hematoencefálica, transformando-se em estradiol, este, sinaliza o comportamento sexual masculino (libido, dominância, competição, etc.). INDIVÍDUO XX Nas fêmeas não ocorre a produção de testosterona inicial. Os ovários produzem o estradiol, que não tem capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica, logo, não adquire comportamentos masculinos. 5 Referências • DA SILVA, Emanuel Isaque Cordeiro. Diferenciação Sexual. Disponível em: https://philpapers.org/rec/DASDED. Acesso em: Fevereiro de 2022.
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