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Isabele Espairani - DC Escada Ponteana: Existência /Validade /Eficácia Existência: Pressuposto para o seu surgimento no mundo jurídico. Validade: Sem os quais os negócios será considerado nulo ou se sujeitara a anulação Eficácia: Mostra-se apto a efeitos jurídicos Os contratos acompanham a evolução da sociedade, à medida que nós evoluímos mais e mais os contratos vão se atualizando. Sua função primordial é atender os interesses da coletividade trazendo segurança para as relações. Conceito Trata-se de um negócio jurídico bilateral, envolvendo pelo menos duas declarações de vontade. Contrato unilateral temos a doação. Para Maria Helena Diniz: Alteridade (pelo menos duas pessoas) + (harmonização de interesses contrapostos). Objeto lícito, não contrariando a lei, a boa-fé, os bons costumes e sua função econômica e social (TARTUCE). Tradicionalmente envolve um elemento patrimonial. Atualmente pode ir além desse elemento, apresentando elementos existenciais (direitos da personalidade por exemplo). Preocupação com as vontades individuais, más também com elementos sociais. A manifestação de vontade válida (consentimento) Bilatérias ou plurilaterais: modelo clássico do negócio jurídico. Agora pessoa com deficiência é capaz, caso não seja, ela vai ser indicada ao procurador. Patrimonialidade (entendido de maneira ampla). Obrigatoriedade: “criando, modificando ou extinguindo” o contrato vincula as partes. Autonomia da vontade x Autonomia privada Não basta só a vontade da parte, é necessário outras questões. A termologia hoje utilizada é a privada. Teoria Geral dos Contratos Isabele Espairani - DC Princípios específicos Fases do dirigismo contratual: o estado começa a ter maiores participações relativizando a autonomia privada. A vontade das partes precisam ser colocadas no contrato. “pode ser constitucional, mas não é convencional” Depositário infiel: pessoa a quem foi dada a guarda de um bem e a mesma desaparece com ele. 1) Autonomia privada A base do direito privado, sobretudo do direito contratual. As partes podem colocar no contrato tudo o que quiserem, desde que não haja vedação legal. 2) Função social dos contratos É dar a uma relação jurídica, uma finalidade não só interpartes, mas sim uma finalidade coletiva/social. Os contratos a eles devem ser dados uma finalidade social, de modo que eles não dão apenas força jurídicas para as partes a uma projeção externa para as partes, isso é a função social dos contratos. Ex: ônus da prova Usucapião, no brasil existe 5 modalidades previstas no Código Civil, o sujeito perde a propriedade do bem por não ter a finalidade social do bem. Súmula 297 do STJ: "O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras." Súmula 381 do STJ: “Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, a abusividade das cláusulas.” Preservar a segurança jurídica aos contratos de trabalho. Afirma a doutrina civilista, o intuito do legislador é proteger a função social e o legislador não fez, a súmula 381 quer dizer que o juiz só pode declarar a nulidade da cláusula contratual se haver contrariedade das partes, mas o juiz de ofício não. Qualquer outro contrato o juiz pode conhecer de ofício, mas o contrato bancário não. 3) Princípio da força obrigatória dos contratos (pacta suat servanda) Aquilo que foi pactuado nos contratos deve ser cumprido, obrigação do cumprimento do contrato. 4) Princípio da boa fé Art. 113 do Código Civil - “Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.” Impõe-se aos contratantes uma conduta proba, não apenas interpartes más também para terceiros, isto é, clausulas baseadas para as partes e para terceiros. Desdobramentos do princípio da boa fé - Instituto da supressio x surrectio Supressio: vem da palavra supressão. A renúncia tácita ao exercício de um direito. Surrectio: a aquisição de um direito pelo não exercício de outro. Onde haverá supressio haverá surrectio. Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. Venda de celular com pagamento de 10 parcelas. Contrato de compra e venda com pagamento em Presidente Prudente no domicílio do credor. Mudança de local feita por acordo verbal. O credor, de má-fé, resolve cobrar o não pagamento. Ocorreu uma renúncia tácita de um direito do contrato Isabele Espairani - DC (supressio). Difere-se de prescrição e decadência. Prescrição: Perda da pretensão pelo decurso do tempo. Decadência: Perda do direito. - “Duty to mitijate the loss” Significa: dever de mitigar o dano. O credor mesmo sendo credor tem dever de mitigar o dano. Isabele Espairani - DC Princípio: Não se aplica a regra do tudo ou nada nos princípios, aqui é possível se aplicar dois princípios opostos no mesmo caso. Regra: Tem um mandamento impositivo, ou seja, o seu descobrimento gera uma consequência jurídica. Se aplica a regra do “tudo ou nada”, isto é, não se consegue aplicar duas regras contraditórias no mesmo caso, ou aplica uma ou a outra. O que é o fenômeno da constitucionalização do Direito Civil? É interpretar um direito infraconstitucional a partir da leitura da Constituição. Ex: casamento homoafetivo. 1789 – Não se aplica mais esse código para a união estável. 1823 – Direitos sucessório para quem é casado, e para união estável. O código possui 3 princípios basilares Princípio da eticidade: é trazer valões éticos e cunho moral para o direito. Ex: art. 113. O legislador tem que se preocupar com os valores éticos. Princípio da operabilidade: O legislador quis criar com código mais acessível. Princípio da Sociabilidade: Conteúdo patrimonial dos contratos Venire contra fato impróprio: Quebra da confiança, existência de um comportamento contraditório que vem a prejudicar a outra parte. Vedação do comportamento contraditório que tem o intuito de beneficiar a própria torpeza (reserva mental de prejudicar terceiro). O contrato possui 4 elementos, sendo eles: Fato: Conduta, fato reiterado. Confiança: O fato tem como consequência gerar confiança. Contraditório: Comportamento contraditório durante o fato. Dano: Consequente dano. Ex: Golpe do Tinder. Art. 481 CC. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro. O Legislador se valeu em obrigar porque a compra e venda é uma obrigação, o não cumprimento desse contrato gera uma consequência jurídica. A compra e venda tem como objeto uma coisa, móvel ou imóvel, material ou imaterial. O pagamento desta compra e venda é através do dinheiro, o papel do vendedor é transferir o domínio da coisa e do comprador é o domínio de receber a coisa com dinheiro. Se não existir o elemento dinheiro, essa relação jurídica pode configurar doação. Contrato Bilateral: no contrato existem duas partes com obrigações mútuas. Contrato Oneroso: envolve sacrifício patrimonial, não existe compra e venda de coisa gratuita; Contrato não personalíssimo: as características dos sujeitos são irrelevantes para o contrato. Pouco importa quem é o comprador e quem é o vendedor. Ex: contrato personalíssimo: Contrato o show do cantor x e na hora quem vem é o cantor y. Contrato de execução imediata: uma vez celebrado já gera efeitos jurídicos. A consumação pode ser que demore um pouco, más a execução é imediata. Uma vez assinado ela já começa a gerar efeitos desse Contratos em espécie de compra e venda Características da Compra e Venda Noções Introdutórias dos Contratos Isabele Espairani - DC contrato, mesmo que a tradição sejafeito em um momento posterior Contrato Comutativo: aquele que as partes já sabem desde o início quais serão as suas obrigações e quais serão os objetos. Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório. Contrato Não solene: não existe uma ritualística prevista na lei para compra e venda. Qualquer pessoa pode fazer um contrato de compra e venda. A princípio, o contrato não exige uma forma própria, sendo em regra não solene – basta ficar clara a intenção de comprar e vender (só existe solenidade se o legislador assim exigir).Porém, a compra e venda também embute a possibilidade do objeto ser um bem imóvel, que é adquirido por registro – o que exige um documento escrito; ou seja, se o bem for imóvel, o contrato necessariamente deverá ser escrito (registro) – e ainda, se for acima de 30 salários mínimos, deverá ser por escritura pública. Obs: essas características (a até d) envolvem problemas de existência. Vicio redibitório: aquele vício oculto, que não está nítido quando você adquire algum bem, e pode acontecer de duas formas: diminuir o valor da coisa adquirida ou torná-la imprópria. Ex: você compra um carro em estado “perfeito” e depois de comprar descobre que ele tem um problema no motor. Diferente do vicio aparente que você já sabe dos defeitos, mas compra mesmo assim. Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas. Art. 18 do CDC. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. O legislador não fez diferença de vício oculto e aparente, ou seja, os contratos regidos pelo CDC pode-se aplicar o vicio redibitório, já o código civil não, pois para ele você aceitou esse defeito. Ação redibitória: aquela onde o comprador busca na justiça rejeitar o bem viciado. Ação estimatória (Quant I Minoris): exigir na justiça o abatimento do preço. Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. O adquirente tem prazo para reclamar do direito ao vício oculto a partir do momento em que adquire o bem. Móvel: 30 dias Imóvel: 1 ano Se passar do tempo haverá uma citação tácita. E quando o vicio aparecer depois de 30 dias? § 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. Aqui o prazo irá contar a partir do momento do conhecimento do defeito e não no memento da aquisição. Móvel: 180 dias Peculiaridades dessa Compra e Venda Isabele Espairani - DC Imóvel: 1 ano § 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria. Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência. Esses prazos acima não ocorre caso houver prazo de garantia. Conceito: a evicção ocorre quando o adquirente do bem perde a posse ou a propriedade através de um ato administrativo ou sentença, que reconhece tal direito a um terceiro evictor, por conta de uma relação jurídica pré-existente. Restará ao adquirente/ evicto os direitos previstos no artigo 450. Obs: existem três pessoas envolvidas na evicção: Alienante: aquele que vende. Adquirente: aquele que adquire. Terceiro evictor: aquele que se vale da evicção. Possuidor da coisa que acabou perdendo para um terceiro. É imprescindível que haja uma sentença ou um ato administrativo que tire do adquirente a posse ou a propriedade. Caso não tenha, não é evicção. Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. Clausula de não evicção Se prevista no contrato serve para afastar a responsabilidade do alienante. Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. A cláusula de não evicção é expressa, precisa estar no contrato. O adquirente tem que saber dos riscos que ele está passando. Não pode ser comparada com uma cláusula de irresponsabilidade. É uma defesa de contrato não cumprido que as partes poderão se valer em um contrato bilateral e oneroso. Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. Uma das partes vai se valer pra não cumprir uma obrigação, até a outra parte cumprir. Sujeitos: comprador e vendedor. Em tese, são pessoas capazes, caso incapazes precisam estar representados por tutor ou curador. Objeto: precisa ser lícito, deve ter possibilidades jurídicas, deve ser determinado ou determinável. Objeto determinável: no momento da compra as partes não conseguem individualizar, sabe o que vai comprar más ele vai se tornar determinável no momento posterior a compra. Preço: tem que ser em dinheiro e sério, ou seja, tem proporcionalidade a coisa. Evicção Exceção de Contrato não Cumprido Elementos da Compra e Venda Isabele Espairani - DC O vendedor precisa ser o dono da coisa? 1ª corrente: o vendedor não precisa ser dono da coisa. 2ª corrente: embora não esteja na lei, há a necessidade do vendedor ser dono da coisa, caso contrário teríamos a venda “non domino”. A segunda corrente prevalece. Estatuto da Pessoa com Deficiência considerou capacidade plena a pessoa com deficiência. Art. 3º CC. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. Art. 4º CC. São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: Instituto da curatela: onde o sujeito vai representar os interesses da pessoa com deficiência. Instituto da tomada de decisão apoiada: é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil. Pessoas com deficiência podem praticar compra e venda. Compra: A jurisprudência entende que quando o assunto envolver compra, via de regra não há a necessidade de autorização judicial. Não há problema em adquirir patrimônio, a não ser que isso venhapedir autorização judicial em casos de grande patrimônio. Venda: Quando a pessoa com deficiência for vender, há a necessidade de autorização judicial. Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública: I - Pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração; Tutor e curador jamais poderão comprar patrimônio tutelado/ curatelado, mesmo que em hasta pública. II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta; III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade; IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados. Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito. Princípio relacionados ao regime de bens Princípio da autonomia privada: Os casados podem escolher o regime de bem que se adeque a sua realidade, via de regra. Princípio da indivisibilidade: o regime de bens escolhido é imposto a ambos os cônjuges. Princípio da variedade: as partes podem escolher a variedade de bens segundo STJ. Princípio da mutabilidade justificada: as pessoas casadas podem modificar os regimes de bens, desde que haja essa mudança em juízo e que ela seja justificável. Os cônjuges devem comprovar cabalmente que essa modificação não vai interferir terceiros. Não há indício de prejudicar nenhum credor. [Apelação 644 416-0] 1- Regime da Comunhão Universal de Bens Todos os bens anteriores a constância do casamento se comunicam, isto é, num eventual divorcio todos os bens anteriores ao casamento serão divididos entre os dois. 2- Regime da Separação Total de Bens Compra e Venda e Pessoa com Deficiência Compra e Venda nas Relações de Família Regimes de Bem Isabele Espairani - DC O regime da separação total de bens promove uma absoluta separação patrimonial e os bens do casal não se comunicam. Isso significa que, tanto os bens adquiridos depois do casamento, quanto os bens adquiridos antes do casamento, permanecerão sendo particulares de cada cônjuge (ou companheiro/a). Separação Convencional: Quando as partes escolherem esse regime de bens. Separação Legal/ Obrigatória: A própria lei impõe a separação total de bens. Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010) III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. Não importa se as partes querem se casar em outro regime, é a lei que irá impor o regime total. Súmula 377 STF: 'No regime da separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento'. Obs: não é aplicada a separação convencional. A súmula 377 diz que os bens adquiridos na constância legal do casamento serão divididos. Há quem diz que a súmula 377 não é vigente pois acaba se transformando em uma comunhão parcial de bens, más aí vem o STF dizendo que ela está em vigência sim. O artigo 1641 traz as hipóteses do regime da separação total de bens por imposição legal (separação obrigatória). Pela leitura do art. 1641 inciso II, aqueles que possuírem 70 anos ou mais estarão obrigatoriamente subordinados ao regime da separação obrigatória. Questionando a justiça do dispositivo surge a súmula 377 do STF. Segundo a doutrina, a aplicação da referida súmula depende de prova da participação do maior de 70 anos (cônjuge) na construção do patrimônio. 3- Regime da comunhão parcial de bens (Regime legal/supletório) Aplica-se a união estável. Só haverá comunicação de patrimônio daquilo que foi adquirido na constância do casamento, já os bens particulares continuarão sendo de cada um. Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub- rogados em seu lugar; Bens adquiridos por doação ou sucessão não se comunica. Esse inciso não se aplica a compra e venda. II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; III - as obrigações anteriores ao casamento; IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. 4- Regime da Participação Final nos Aquestos Art. 1.672. No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento. Por esse regime, cada cônjuge possuem patrimônio próprio e a havendo a dissolução do casamento, cada cônjuge terá direito a metade dos bens adquiridos na constância do casamento. Trata-se de um regime híbrido, pois existe uma regra para a constância do casamento e outra para a dissolução. Ele começa como separação total e termina como separação parcial. Estão excluídos dos aquestos os seguintes bens: Isabele Espairani - DC Os adquiridos anteriormente ao casamento; Os que houverem por sucessão ou herança; As dívidas relativas a esses bens; Os sub-rogados. Na participação final dos aquestos Participação final dos aquestos não precisa da anuência para bens móveis, e para bens imóveis há duas correntes, uma que acredita que não se aplica, cada um administra como quer, e outra que se aplica, pois é dado ao cônjuge apenas a administração, e se não lhe colhe a anuência do cônjuge poderia estar prejudicando e partir em eventual divórcio. Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão. Não se aplica ao regime da comunhão universal de bens. Pode-se aplicar ao regime da separação parcial, total e final dos aquestos. Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; III - prestar fiança ou aval; IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada. Para ocorrer a venda de um cônjuge para um terceiro pode acontecer más necessita da anuência do outro cônjuge, salvo na separação total de bens que não se aplica. Essa regra se aplica aos bens moveis, por exemplo um carro? Não, a lei fala de bens imóveis. Art.496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. O legislador se preocupou com fraude sucessória. Essa regra não se aplica ao cônjuge casado com alienante. E se casado pelo regime da separação total de bens, não é necessário o consentimento do cônjuge. Essa regra vale tanto do descendente p/ ascendente e vice-versa, porém existe uma falha. Conforme a redação do art. 496, constata-se que é necessário o consentimento do cônjuge e de mais herdeiros na venda de ascendente para descendente. Obs 1: essa regra não se aplica se o alienante (vendedor) for casado noregime da separação total de bens, havendo apenas consentimento dos herdeiros e não do cônjuge. Obs 2: pela leitura do § único, o legislador se valeu da seguinte expressão “em ambos os casos”, o que faz presumir que o consentimento seria imprescindível na venda de ascendente para descendente e inverso na venda de descendente par ascendente. Obs 3: Corrigindo esse equívoco surge o enunciado 177 da jornada de direito civil, quando o filho que vende algo para o pai não é necessário o consentimento da mãe e dos irmãos. Enunciado 177. Por erro de tramitação, que retirou a segunda hipótese de anulação de venda entre parentes (venda de descendente para ascendente), deve ser desconsiderada a expressão "em ambos os casos", no parágrafo único do art. 496. Art. 496- se aplica à união estável? Existem 2 posicionamentos, sendo eles: 1ª corrente: o artigo 496 se aplica a união estável pois o STF a 4 anos igualou as regras Compra e Venda de Cônjuge para Terceiro Compra e Venda de Ascendente para Descendente Compra e Venda entre Cônjuges Isabele Espairani - DC do casamento para a união estável. Ano passado o STF julgou outro caso e foi além do direito de família em direção do direito sucessório. Por isso Tanto união estável quanto casamento aplica-se o art. 1.828. 2ª corrente (Tartuce): o artigo 496 não se aplica a união estável, pois é uma norma restritiva de direitos e norma restritiva de direitos é interpretada de forma restritiva, se o legislador falou cônjuge não pode se estender para companheiro, ainda mais que a norma é restritiva. Quando o STF jugou a questão de igualar casamento e união estável é direito de família e direito sucessório, nada a ver com direito contratual, e união estável tem a ver com direito de família e direito sucessório. Obs: Resp. 1.211.531/MS. Ação anulatória de compra e venda: aplicável para qualquer vício dos negócios jurídicos e que se encaixa na compra e venda de ascendentes e descendentes. O prazo para se buscar anular esse negócio jurídico é de 20 anos. Prazo para a anulação da compra e venda • Súmula 152 STF (revogada) A ação para anular venda de ascendente a descendente, sem consentimento dos demais, prescreve em quatro anos a contar da abertura da sucessão (revogada). • Súmula 494 STF – 20 anos A ação para anular venda de ascendente a descendente, sem consentimento dos demais, prescreve em vinte anos, contados da data do ato, revogada a súmula 152. O prazo para anulação de compra e venda pela ausência do consentimento é de 20 anos, contados da realização do negócio jurídico. • Enunciado 368 da IV jornada de Direito Civil do CJF O prazo para anular venda de ascendente para descendente é decadencial de dois anos (art. 179 do Código Civil) O prazo é de dois anos, a partir do conhecimento da ausência do consentimento. São colocados em contratos de compra e venda e quando colocados geram alguns requisitos. 1-Venda a contento; Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado. Dar condição suspensiva a esse contrato, a compra e venda não será consumada até o comprador se manifestar em dizer que quer ou não ficar com aquela coisa. É uma regra de eficácia suspensiva, pois a consumação estará suspensa até a manifestação de vontade do comprador. A vontade do comprador é facultativa ou potestativa e subjetiva, isto é, o simples fato de não querer ficar com o bem já não dá direitos a executar o contrato. Caso o comprador não devolva o bem, o vendedor pode notificar o comprador para devolver o bem ou executar o contrato. Precisa ser expressa no contrato. Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob condição suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la. Durante a constância dessa condição suspensiva será o comprador considerado comandatário (venda de coisa fungível). Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável. Venda sujeita a prova; Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina. Segue a mesma loja da venda a contento, também é uma regra de eficácia suspensiva, Regras Especiais da Compra e Venda Isabele Espairani - DC potestativa e subjetiva, e vai depender da manifestação de vontade do comprador A diferença da venda a contento é sutil, o comprador já tem conhecimentos prévios sobre a coisa, só vai precisar dessa eficácia suspensiva pra realmente aferir se aquele bem que ele comprou/provou é o mesmo que ele queria ter comprado. 2- Venda por amostra, por protótipo ou modelo (art. 484 CC) Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem. Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato. Aquela venda que acontece quando o vendedor fornece ao comprador uma amostra daquilo que ele está vendendo. Na impossibilidade de o comprador ter acesso ao produto, o comprador pega uma amostra, um protótipo da coisa. Caso o produto não seja o mesmo da amostra, extingue o contrato. Segundo apontamentos doutrinários: 1- Amostra é a resolução perfeita, corpórea de determinada coisa. 2- Protótipo é o primeiro exemplar de uma coisa criada, através de uma invenção. 3- Modelo é uma reprodução exemplificativa da coisa, seja por desenho, imagem que é acompanhada por uma descrição detalhada. Caso for comprovado que a coisa não é o mesmo que foi mostrado através da amostra, protótipo ou modelo, extingue a obrigação. 3- Venda por medida, extensão ou ad mensuram Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço. Aquela venda que o que interessa é o tamanho, a quantidade do bem. Essa regra só tem sentidos nos bem imóveis, não se aplica a compra e venda de bens moveis. Se o comprador adquiriu um bem que não está na medida adequada: 1- Exigir cumprimento da área. 2- Exigir o abatimento do preço; 3- A resolução desse contrato. A primeira posição irá dizer que a última ratio do contrato é a resolução desse contrato, princípio da preservação contratual. A segunda corrente vai dizer que essas regras são aleatórias, discricionárias. (encontra-se na doutrina). § 1º Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio. Só tem sentido de pensar nas regras do caput se essa diferença não for meramente ilustrativas. § 2º Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso. Ou paga o valor a mais ou devolve o excesso. § 3º Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modoexpresso, ter sido a venda ad corpus. Trás a chamada venda ad corpus, nela o comprador está adquirindo não o tamanho, e sim as qualidades que esse bem possui. Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o vendedor ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título. Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de posse no imóvel, atribuível ao alienante, a partir dela fluirá o prazo de decadência Isabele Espairani - DC Prazo decadência de um ano, a partir da data em que foi registado essa compra no nome do comprador. E se a data do registro for diferente do da emissão da posse, a que valerá será a data da emissão Art. 502. O vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição. Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. Traz a regra do condômino, caso um seja condômino não poderá vender a coisa para terceiros estranhos da sociedade. Se um condômino vender algo sem o outro, poderá no prazo de 180 dias buscar a anulação dessa venda. Essa regra se aplica a cond. Indivisível. Ex: A e B são donos de uma fazenda e A vende a parte dele para C, isso não pode, é indivisível. 4- Venda de coisas conjuntas (art. 503 CC) Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas. Pela regra do 503, nas coisas vendidas conjuntamente o defeito de uma não atinge as demais, com fundamento no princípio da conservação dos contratos. Não atingi a integridade dos demais. Ex: compro 50 cabeças de gabo e dois deles estão machucados, os defeitos desses dois não passam para os ouros 48. Exceto quando compromete os demais. Ex: compra 500 porcos da china e 50 vieram com a gripe suína, por isso é preciso sacrificar os 500. Retrovenda Também chamada de Cláusula de Arrependimento. Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. § 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. § 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. § 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Na retrovenda, a única benfeitoria indenizada será a necessária. Conceito Essa cláusula dá o vendedor o direito de compra e venda. No prazo de até 3 anos o direito de retrato, isto é, pegar a coisa de volta. Cláusula resolutiva expressa (imóveis). Essa cláusula só se aplica a bens imóveis, não se aplicando a bens moveis. É também restritiva de direitos, sendo assim deve estar expressa no contrato. Prazo de 3 anos Prazo limite para esse retrato é de até 3 anos. - Direito de resgate (Art. 506) - depósito Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente. Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o vendedor restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o comprador. - Direito de retrato (art. 507 CC) Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a herdeiros e legatários, poderá ser exercido contra o terceiro adquirente. Cláusulas Especiais da Compra e Venda Isabele Espairani - DC É transmitido para os herdeiros do vendedor, por herança ou cessão. Cessão inter vivos? 1.4- Retrovenda x empréstimo simulado: art. 167 CC Cláusula expressa: matrícula e registro, para aplicação para terceiros Para gerar efeitos a terceiros é imprescindível que ela tenha sido gravada na matrícula desse imóvel. O pacto de melhor comprador (art. 1158 ss CC-16) x retrovenda Preempção, preferência ou prelação convencional Conceito Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto. Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel. É uma cláusula acessória, pois ela vai dar apoio para outra relação jurídica. Prazo O prazo de preferência será o que o contrato disser, caso contrário não poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel. Espécies - Convencional (art., 513 a 518 CC) = perdas e danos - Legal (art. 504 CC) Quando a Lei impõe uma preferência. anulação + depósito (Ex: art. 33 Lei de Locação) É dever do vendedor prestigiar, oferecer primeiramente aquele bem para aquele que tem a cláusula/ preferência. A preferência é dada a uma pessoa, para que ela tenha acesso ao bem, isso não quer dizer que ele vai comprar o bem. E se o vendedor passa esse bem para um terceiro e desrespeita a preferência, qual a consequência jurídica disso? Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé. Aquele que desrespeitou a preferência, ele responderá por perdas e danos e se for comprovado má-fé responderá solidariamente. Má-fé tem que ser provada e não presumida. - Art. 519: Direito Civil ou Administrativo? Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa. Muitos criticam esse dispositivo, pois ele diz expropriação. Expropriação/ Desapropriação: formas de intervenção do Estado na propriedade. Expropriação: É a modalidade de desapropriação forçada por lei. Consiste no ato de privar o proprietário da coisa que lhe pertence, como das glebas de terra onde são cultivadas plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo. Desapropriação: O estado se valendo da entendia publica desapropria o imóvel e paga sobre isso. Se o estado se apropriar na propriedade para vende-la o antigo dono tem direito de preferência. - Art. 520: natureza personalíssima Isabele Espairani - DC Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros. Venda sobre documentos Origem: Lex Mercatória; bens móveis Tem origem na lex mercatória, regras de lei internacional privada (comum em contratos internacionais). A compra e venda se consuma com a entrega de documentos, visto que a entrega do bem demorará para ser entregue. Qualquer documento que for imprescindível para compra e venda, como contrato, comprovante de pagamento de impostos alfandegários, comprovante de pagamento do bem etc. Se perfaz com a entrega de documentos. Conceito: Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos. Art. 530. Não havendo estipulação em contrário, o pagamento deve ser efetuado na data e no lugar da entrega dos documentos. Art. 531. Se entre os documentos entregues ao comprador figurar apólice de seguro que cubra os riscos do transporte, correm estes à conta do comprador, salvo se, ao ser concluído ocontrato, tivesse o vendedor ciência da perda ou avaria da coisa. Art. 532 CC x S. 297 STJ: aplicação do CDC ou CC? Cláusula de reserva de domínio Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago. Cláusula expressa no contrato de compra e venda e só é aplicada para bens móveis. O vendedor se compromete a vender a coisa ao comprador, transfere a posse, mas a propriedade não. O comprador tem o domínio, posse, mas não tem a propriedade do bem. A compra é feita a crédito e só passará a transferência da propriedade depois da quitação do bem. Caso seja a vista terá que passar a propriedade imediatamente. Exemplo: Transferência do nome (propriedade no contrato) apenas após o pagamento, satisfação do crédito. Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros. Cláusula e efeitos perante terceiros Elementos: - Compra feita à crédito. Caso seja feita vista, a transferência da propriedade será imediata. - Coisa individualizada, não pode ser uma coisa indeterminada. - Entrega imediata do bem, de modo que o comprador tenha a posse imediatamente. - Propriedade após o pagamento. Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor mover contra ele a competente ação de cobrança das prestações vencidas e vincendas e o mais que lhe for devido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida. Caso o pagamento seja feito de maneira errada, falsa, o vendedor pode mover uma ação de cobrança para cobrar as parcelas vencidas e vincendas. Primeira posição: Ação de procedimento comum, é pedido uma liminar e o pedido de apreensão do bem. Segunda posição: Ação possessória, leva em consideração a parte final do art. 526. Ação de reintegração da posse, Contrato estimatório ou da venda em consignação; O vendedor transfere a posse do bem ao comprador, que só irá pagar o vendedor quando houver a revenda desse bem para um terceiro. Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço Isabele Espairani - DC ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada. Aquele que compra terá coisa consignada, ele terá a posse do bem e com aquele contrato ajustado ele pode vender ou se não vender devolve o produto consignado. A venda em consignação geralmente é de 30 a 40 dias. Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou seqüestro pelos credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o preço. Eventuais credores consignatários não poderão penhorar ou sequestrar bens colocados em consignação. Os bens dados em consignação não podem ser alvos de penhora por dívidas do consignatário. Aquele que está consignado é um mero possuidor, tem a posse, não a propriedade. Só terá a partir do momento que pagar. * Alienação Fiduciária É um contrato próprio e acessório, pois ele dá a base para a compra e venda. Pode ser para bens móveis e imóveis. Sujeitos Comprador, vendedor e terceiro (instituição financeira). 3 tipos de contrato - A venda; o contrato de compra e venda entre o comprador e o vendedor. - Contrato de mútuo financeiro; entre comprador e terceiro (instituição financeira). - “Venda do bem do vendedor para a instituição financeira”; Essa garantia fiduciária precisa ser registrada em cartório. Informativo 679 STJ Quando o banco retirar a garantia do vendedor, se for colocado em leilão para ser vendido, este deve ser com base no valor da tabela Fipe. Depositário infiel, sujeito comprou um maquinário, fez uma alienação fiduciária (empréstimo com o banco) e não pagou. O banco exigiu ao juiz a prisão do depositário infiel. A constituição e o código civil autoriza a prisão civil do depositário infiel, mas o STF não. Súmula vinculante 25, entende que o art. 5º LXVII é uma norma de eficácia limitada. Conceito Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações: I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca; II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante. Por esse com os contratantes pactuam na permuta de bens ou vantagens, de modo que haja compensação recíproca entre ambos. A base da troca é a compra e venda. O valor das despesas adquiridas nessa troca, ficarão de responsabilidade daquele que o adquiriu. Troca Isabele Espairani - DC Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. A marca registrada dessa doação está no fato que ela é oriundo de um fato de mera liberalidade, aquele ato de mera disposição, de livre manifestação de vontade, de forma gratuita. Característica - Mera disposição patrimonial - É um ato benévolo, um ato lastreado de boas intensões - É um contrato unilateral, pois o ônus (sacrifício) só é cumprido por uma parte, o doador * - Trata-se de um contrato gratuito, pois o doador irá transferir um patrimônio sem que haja contraprestação pecuniária * - É um contrato consensual, depende da convergência de vontades entre o doador e o donatário. - É um contrato comutativo, as partes já sabem desde o início qual será o objeto e suas obrigações nessa relação jurídica. - É um contrato forma e solene se o valor da doação for superior a 30 salários-mínimos. É uma modalidade de doação onde o doador para efetivar a doação exige uma contraprestação para o donatário. Essa doação é unilateral ou bilateral? 1ª corrente: Diz que é uma doação bilateral, que precisa de uma contraprestação. 2ª corrente: Diz que continua sendo unilateral, pois essa doação não vai exigir do donatário um sacrifício patrimonial. 3ª corrente: doação unilateral imperfeita, pois a contraprestação prestada pelo donatário é um ônus, não constitui um dever jurídico imposto pela lei. A corrente que prevalece, é que é uma doação unilateral perfeita. Prazo de aceitação Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo. O aceite é necessário? Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura. O aceite será dispensado se a doação for pura e destinada ao incapaz. A doação pura destinada ao incapaz tem que ser constituída prova de que essa doação não causará prejuízos ao incapaz. “O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não...” Surge na doutrina então perguntas, o aceite é elemento ou não da doação. Qual o papel do aceite na doação? 1ª corrente: Maria Helena Diniz: o aceite é elemento essencial da doação, enquanto o donatário não se manifestar o contrato estará suspenso. 2ª corrente: Paulo Lobo: O aceite é complementar, pois a manifestação do aceite é uma fase de exaurimento da doação, de modo com que a transferência ou a manifestação de transferência já consuma a ação. 3ª corrente: Flavio Tartuce: o aceite não é preponderante para a consumação da doação, pois a consumação se dará a partir da intenção de doar. A corrente que prevalece é a 1ª. Doação Doação Modal Isabele Espairani - DC - Doação Remuneratória Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada,no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto. É aquela realizada em retribuição ao serviço prestado pelo donatário, más cuja prestação não poderia ser exigida, pois se fosse estaríamos diante de outro contrato, diferente de doação. Aquela que o donatário praticou um ato com tanto primor que desperta o prazer de doar do doador. - Está modalidade de doação aplica a teoria dos vícios redibitórios, de modo com que o donatário pode devolver o bem ou algo do tipo. Art. 564. Não se revogam por ingratidão: I - as doações puramente remuneratórias; II - as oneradas com encargo já cumprido; III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural; IV - as feitas para determinado casamento. - Essa doação não é revogada por ingratidão, mesmo que o donatário seja considerado ingrato. Art. 2.011. As doações remuneratórias de serviços feitos ao ascendente também não estão sujeitas a colação. - As doações remuneratórias feitas pelo ascendente não estão submetidas a colação. Colação é um instituto do direito sucessório, o seu intuito é equalizar, redistribuir o valor da herança de modo a abater bens da herança que foram considerados adiantamento da legítima. Tem o intuito de trazer para inventario uma equalização, bens que foram gastos de forma exacerbada, serão considerados em vida adiantamento de herança. Bem sonegado: Bens que não aprecem na partilha. A partilha da partilha. - Doação Meritória Aquela direcionada ao donatário pelo simples fato de o donatário ser quem ele é. O que se busca é uma retribuição dos méritos do donatário. - Doação do Nascituro Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal. Nascituro: aquele foi concebido más não ouve o nascimento. Causa suspensiva: o nascimento com vida. Os seus representantes irão prestar o aceite, porém só haverá concretização do nascimento com vida do nascituro. Uma doação sob clausula suspensiva que só se concretizará com o nascimento com vida. Se ele nascer com vida e um segundo morrer passa aos seus descendentes. E caso ele não nasça a doação volta a seu doador. Há a impossibilidade do aborto no Brasil, somente com uma emenda Doação sob forma de subvenção periódica Art. 545. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário. O doador estipula essa doação de forma mensal. Direcionada mensalmente ao donatário ou com uma certa frequência, por exemplo de 15 em 15 dias. - Em regra essa doação ultrapassa a pessoa do doador, salvo disposição no contrato. Vigora na vida do doador, se ele morrer passará para os seus descendentes. - Jamais passara da pessoa do donatário. Caso o donatário morra não passará para os seus descendentes. - Em regra essa doação não ultrapassa a pessoa do doador, salvo disposição em contrário - Jamais essa doação passará a pessoa do donatário Doação em contemplação de casamento futuro Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada Modalidades da Doação Isabele Espairani - DC pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar. O doador para transferir o patrimônio é necessário que o donatário case com a pessoa proposta, só irá se efetivar caso o donatário case com tal pessoa. Caso case com outra pessoa não terá doação. Doação com cláusula de reversão Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário. Tem traços de Doação Personalíssima, ou seja, ela é destinada apenas ao donatário, caso ele faleça esses bens serão revertidos ao doador. Caso o doador faleça antes do donatário, automaticamente estará concretizado a doação e essa cláusula de reversão estará suspensa. Essa doação, essa cláusula é uma condição resolutiva expressa, que quando o donatário morre reverte ao doador os bens que ele passou ao donatário. Doação conjuntiva Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual. Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo. Aquela direcionada a mais de uma pessoa, onde o doador não deixa expresso no contrato ou na escritura qual será a parte de cada um dos donatários. Se o doador não deixa claro haverá uma presunção da lei de que essa doação foi direcionada em partes iguais para ambos os donatários. Doação manual Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular. Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição. Aquela doação de bens de pequeno valor, de bens móveis de que muitas das vezes é realizada pela modalidade virtual. Doação inoficiosa Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. Aquela que adentra um patrimônio indisponível da herança. É possível considerar esse tipo de doação aquela em que o doador transfere de forma periódica além dos limites da herança. Ex: faz 7 doações de 10 Mil. Ex: patrimônio da pessoa é 100% 400.00 e a parte disponível da herança é 200.000, e o doador faz uma doação além do permitido. O doador pode doar todo seu patrimônio em vida desde que ele tenha condições de se manter (renda fixa). Ele pode doar para quem ele quiser e outra parte direcionada aos herdeiros. Não existe herança de pessoa em vida. Para a salvaguarda do princípio da autonomia e preservação dos contratos mantem-se a doação até o limite que o patrimônio que era disponível. Prazo para anulação 1ª corrente: O prazo para anulação dessa doação é de 10 anos, de acordo com o art. 205 do CC. (a que prevalece). 2ª corrente: O prazo para anulação dessa doação é imprescritível, se a doação é nula o prazo é nulo. Doação universal Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador. Onde o doador transfere todo seu patrimônio para o donatário. Em regra, ela é nula, a não ser que seja reservado os bens suficientes para a subsistência do doador. Doação do cônjuge adulto e seu cúmplice Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. Isabele Espairani - DC Aquela modalidade em que o sujeito se apaixona pela amante e quer fazer para ela o que não faz pra família dele, querendo então fazer doação para amante. Essa doação pode ser anulada pelo cônjuge vítima de adultério ou pelos seus herdeiros no prazo de 2 anos contados da doação ou do conhecimento da doação. Doação a entidade futura Art. 554. O proprietário, ou inquilino de um prédio tem o direito de impedir que o mau uso da propriedade vizinha possa prejudicar a segurança, o sossego e a saúde dos que o habitam. É muito criticada pois adultério não é mais crime e segundo porque essa regra é aplicada a união estável ou não? Uma parte da doutrina diz não se aplica a união estável, pois fala cônjuge. A primeira corrente diz que ela não é possível, porque o legislador fala cônjuge. Por usar cumplice, essa doação subsiste, mesmo após a lei que descriminalizou o adultério. E também porque a união instável é restritiva de direitos. A segunda corrente diz que se aplica a união estável, pois a pessoa também tem direito de pedir anulação dessa doação. (a que prevalece). Doação em entidade futuraOnde o doador se compromete a transferir parte do seu patrimônio a alguma entidade que será criada. O prazo para criação dessa entidade é de 2 anos contados da data da doação. Não havendo a criação acontece a reversão desse patrimônio, ou seja, ele volta para o doador ou para o espólio, caso o doador tenha falecido. Só será efetivada se tiver a criação dessa entidade. Isabele Espairani - DC Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. É possível a doação entre cônjuges e de ascendentes para descendentes e será considerada adiantamento de herança. Quando há a doação de um cônjuge a outro automaticamente esses bens poderão ser trazidos a tal discussão A lei não diz nada sobre o aceite, más na prática o cartório vai chamar os descendentes e o cônjuge para prestar anuência. Caso um receba mais que o outro, esse assunto será discutido na ação de colação. Não possível a doação regida a comunhão de bens universal, pois não é possível doar algo que já é seu. Caso altere o regime será possível a doação na separação total de bens. E também é possível a doação na separação total imposta pela lei, nas hipóteses dos incisos I e III do art. 1641 do CC, desde que superada a hipótese que fez a separação total de bens. En. 262. III JDC. A obrigatoriedade da separação de bens nas hipóteses previstas nos incs. I e III do art. 1.641 do Código Civil não impede a alteração do regime, desde que superada a causa que o impôs. O inciso II do art. 1641 do CC não entra, pois, a legislação diz que não é possível a pessoa maior de 70 anos casar em outra modalidade de separação. A doutrina vem caminhando para que haja essa doação em relação ao maior de 70 anos casado em separação obrigatória de bens, desde que os herdeiros da pessoa com +70 anos preste anuência. Revogação da Doação Acera da possibilidade da revogação vigora o princípio da tipicidade, pois só será possível a revogação nas hipóteses previstas na lei. Pela ingratidão do donatário ou no não cumprimento de um encargo. Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo. Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário. O doador não pode renunciar o seu direito a revogação por comportamento ingrato do donatário. Não é possível ter no contrato um cláusula que diz que renuncia antecipada é revogável de forma antecipada essa revogação. Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações: I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele; Donatário praticar homicídio doloso contra o doador, ou se atentou com a vida dele. II - se cometeu contra ele ofensa física; Crimes de integridade física. III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; Difamação não entra, somente injuria ou calunia. IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. Se tinha condições de prestar alimento ao doador e não fez. (Alimentos básicos de sobrevivendo do ser humano) Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador. Chamada de ingratidão reflexa ou oblíqua, o doador pode revogar quando o donatário não pratica as hipóteses contra os ascendentes, descendentes e cônjuges do doador. Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada dentro de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o donatário o seu autor. O direito de o doador revogar essa doação, será no prazo decadencial de um ano, a partir de quando o doador tomou conhecimento dos atos de ingratidão do donatário. Isabele Espairani - DC Art. 560. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide. O doador não pode delegar esse direito de revogar a terceiros, o direito de revogação é personalíssimo do doador. Caso o doador faleça durante a ação, aí sim os herdeiros podem dar continuação. Art. 561. No caso de homicídio doloso do doador, a ação caberá aos seus herdeiros, exceto se aquele houver perdoado. Ex: donatário atire no doador, mas o doador chama o donatário e o perdoa em seguida ele morre. Nesse caso os filhos do legitimado não pode promover a ação. 563. A revogação por ingratidão não prejudica os direitos adquiridos por terceiros, nem obriga o donatário a restituir os frutos percebidos antes da citação válida; mas sujeita-o a pagar os posteriores, e, quando não possa restituir em espécie as coisas doadas, a indenizá-la pelo meio termo do seu valor. A doação não pode prejudicar interesse de terceiros. O legislador criou uma regra, até a citação do donatário ingrato, todos os frutos que a coisa deu serão do donatário. Após a citação os frutos serão do doador. Art. 564. Não se revogam por ingratidão: I - as doações puramente remuneratórias; Feita em função de atitude do donatário. II - as oneradas com encargo já cumprido; A contraprestação do donatário já foi efetuada III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural; IV - as feitas para determinado casamento. Aquela contemplação de casamento futuro.