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Teoria Geral dos Contratos

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Isabele Espairani - DC 
 
 
 
 
Escada Ponteana: Existência /Validade /Eficácia 
Existência: Pressuposto para o seu surgimento no mundo jurídico. 
Validade: Sem os quais os negócios será considerado nulo ou se sujeitara a anulação 
Eficácia: Mostra-se apto a efeitos jurídicos 
Os contratos acompanham a evolução da sociedade, à medida que nós evoluímos mais e mais os 
contratos vão se atualizando. 
Sua função primordial é atender os interesses da coletividade trazendo segurança para as relações. 
 
Conceito 
Trata-se de um negócio jurídico bilateral, envolvendo pelo menos duas declarações de vontade. 
Contrato unilateral temos a doação. 
Para Maria Helena Diniz: Alteridade (pelo menos duas pessoas) + (harmonização de interesses 
contrapostos). 
Objeto lícito, não contrariando a lei, a boa-fé, os bons costumes e sua função econômica e social 
(TARTUCE). 
Tradicionalmente envolve um elemento patrimonial. 
Atualmente pode ir além desse elemento, apresentando elementos existenciais (direitos da 
personalidade por exemplo). 
Preocupação com as vontades individuais, más também com elementos sociais. 
A manifestação de vontade válida (consentimento) 
Bilatérias ou plurilaterais: modelo clássico do negócio jurídico. 
Agora pessoa com deficiência é capaz, caso não seja, ela vai ser indicada ao procurador. 
Patrimonialidade (entendido de maneira ampla). 
Obrigatoriedade: “criando, modificando ou extinguindo” o contrato vincula as partes. 
 
Autonomia da vontade x Autonomia privada 
Não basta só a vontade da parte, é necessário outras questões. A termologia hoje utilizada é a 
privada. 
 
 
 
 
 
Teoria Geral dos Contratos 
Isabele Espairani - DC 
Princípios específicos 
Fases do dirigismo contratual: o estado 
começa a ter maiores participações 
relativizando a autonomia privada. 
A vontade das partes precisam ser colocadas 
no contrato. 
“pode ser constitucional, mas não é 
convencional” 
Depositário infiel: pessoa a quem foi dada a 
guarda de um bem e a mesma desaparece 
com ele. 
 
1) Autonomia privada 
A base do direito privado, sobretudo do direito 
contratual. As partes podem colocar no 
contrato tudo o que quiserem, desde que não 
haja vedação legal. 
 
2) Função social dos contratos 
É dar a uma relação jurídica, uma finalidade 
não só interpartes, mas sim uma finalidade 
coletiva/social. 
Os contratos a eles devem ser dados uma 
finalidade social, de modo que eles não dão 
apenas força jurídicas para as partes a uma 
projeção externa para as partes, isso é a 
função social dos contratos. Ex: ônus da 
prova 
Usucapião, no brasil existe 5 modalidades 
previstas no Código Civil, o sujeito perde a 
propriedade do bem por não ter a finalidade 
social do bem. 
 
Súmula 297 do STJ: "O Código de Defesa do 
Consumidor é aplicável às instituições 
financeiras." 
Súmula 381 do STJ: “Nos contratos 
bancários, é vedado ao julgador conhecer, de 
ofício, a abusividade das cláusulas.” 
Preservar a segurança jurídica aos contratos 
de trabalho. 
Afirma a doutrina civilista, o intuito do 
legislador é proteger a função social e o 
legislador não fez, a súmula 381 quer dizer 
que o juiz só pode declarar a nulidade da 
cláusula contratual se haver contrariedade 
das partes, mas o juiz de ofício não. Qualquer 
outro contrato o juiz pode conhecer de ofício, 
mas o contrato bancário não. 
 
3) Princípio da força obrigatória dos 
contratos (pacta suat servanda) 
Aquilo que foi pactuado nos contratos deve 
ser cumprido, obrigação do cumprimento do 
contrato. 
 
4) Princípio da boa fé 
Art. 113 do Código Civil - “Os negócios 
jurídicos devem ser interpretados conforme a 
boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.” 
Impõe-se aos contratantes uma conduta 
proba, não apenas interpartes más também 
para terceiros, isto é, clausulas baseadas para 
as partes e para terceiros. 
 
Desdobramentos do princípio da boa fé 
- Instituto da supressio x surrectio 
Supressio: vem da palavra supressão. A 
renúncia tácita ao exercício de um direito. 
Surrectio: a aquisição de um direito pelo não 
exercício de outro. 
Onde haverá supressio haverá surrectio. 
 
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito 
em outro local faz presumir renúncia do credor 
relativamente ao previsto no contrato. 
Venda de celular com pagamento de 10 
parcelas. Contrato de compra e venda com 
pagamento em Presidente Prudente no 
domicílio do credor. Mudança de local feita por 
acordo verbal. O credor, de má-fé, resolve 
cobrar o não pagamento. Ocorreu uma 
renúncia tácita de um direito do contrato 
Isabele Espairani - DC 
(supressio). Difere-se de prescrição e 
decadência. 
Prescrição: Perda da pretensão pelo decurso 
do tempo. 
Decadência: Perda do direito. 
 
- “Duty to mitijate the loss” 
Significa: dever de mitigar o dano. O credor 
mesmo sendo credor tem dever de mitigar o 
dano. 
 
Isabele Espairani - DC 
 
 
 
Princípio: Não se aplica a regra do tudo ou 
nada nos princípios, aqui é possível se aplicar 
dois princípios opostos no mesmo caso. 
Regra: Tem um mandamento impositivo, ou 
seja, o seu descobrimento gera uma 
consequência jurídica. 
Se aplica a regra do “tudo ou nada”, isto é, não 
se consegue aplicar duas regras 
contraditórias no mesmo caso, ou aplica uma 
ou a outra. 
 
O que é o fenômeno da 
constitucionalização do Direito Civil? 
É interpretar um direito infraconstitucional a 
partir da leitura da Constituição. 
Ex: casamento homoafetivo. 
1789 – Não se aplica mais esse código para a 
união estável. 
1823 – Direitos sucessório para quem é 
casado, e para união estável. 
 
O código possui 3 princípios basilares 
Princípio da eticidade: é trazer valões éticos e 
cunho moral para o direito. Ex: art. 113. O 
legislador tem que se preocupar com os 
valores éticos. 
Princípio da operabilidade: O legislador quis 
criar com código mais acessível. 
Princípio da Sociabilidade: Conteúdo 
patrimonial dos contratos 
 
Venire contra fato impróprio: Quebra da 
confiança, existência de um comportamento 
contraditório que vem a prejudicar a outra 
parte. Vedação do comportamento 
contraditório que tem o intuito de beneficiar a 
própria torpeza (reserva mental de prejudicar 
terceiro). 
O contrato possui 4 elementos, sendo eles: 
Fato: Conduta, fato reiterado. 
Confiança: O fato tem como consequência 
gerar confiança. 
Contraditório: Comportamento contraditório 
durante o fato. 
Dano: Consequente dano. Ex: Golpe do 
Tinder. 
 
 
 
Art. 481 CC. Pelo contrato de compra e venda, um 
dos contratantes se obriga a transferir o domínio 
de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço 
em dinheiro. 
O Legislador se valeu em obrigar porque a 
compra e venda é uma obrigação, o não 
cumprimento desse contrato gera uma 
consequência jurídica. 
A compra e venda tem como objeto uma 
coisa, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 
O pagamento desta compra e venda é através 
do dinheiro, o papel do vendedor é transferir o 
domínio da coisa e do comprador é o domínio 
de receber a coisa com dinheiro. 
Se não existir o elemento dinheiro, essa 
relação jurídica pode configurar doação. 
 
 
 
Contrato Bilateral: no contrato existem duas 
partes com obrigações mútuas. 
Contrato Oneroso: envolve sacrifício 
patrimonial, não existe compra e venda de 
coisa gratuita; 
Contrato não personalíssimo: as 
características dos sujeitos são irrelevantes 
para o contrato. Pouco importa quem é o 
comprador e quem é o vendedor. Ex: contrato 
personalíssimo: Contrato o show do cantor x e 
na hora quem vem é o cantor y. 
Contrato de execução imediata: uma vez 
celebrado já gera efeitos jurídicos. A 
consumação pode ser que demore um pouco, 
más a execução é imediata. Uma vez 
assinado ela já começa a gerar efeitos desse 
Contratos em espécie de compra e 
venda 
Características da Compra e Venda 
 
Noções Introdutórias dos Contratos 
Isabele Espairani - DC 
contrato, mesmo que a tradição sejafeito em 
um momento posterior 
Contrato Comutativo: aquele que as partes 
já sabem desde o início quais serão as suas 
obrigações e quais serão os objetos. 
 
Art. 483. A compra e venda pode ter por 
objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará 
sem efeito o contrato se esta não vier a existir, 
salvo se a intenção das partes era de concluir 
contrato aleatório. 
Contrato Não solene: não existe uma 
ritualística prevista na lei para compra e 
venda. Qualquer pessoa pode fazer um 
contrato de compra e venda. 
A princípio, o contrato não exige uma forma 
própria, sendo em regra não solene – basta 
ficar clara a intenção de comprar e vender (só 
existe solenidade se o legislador assim 
exigir).Porém, a compra e venda também 
embute a possibilidade do objeto ser um bem 
imóvel, que é adquirido por registro – o que 
exige um documento escrito; ou seja, se o 
bem for imóvel, o contrato necessariamente 
deverá ser escrito (registro) – e ainda, se for 
acima de 30 salários mínimos, deverá ser por 
escritura pública. 
Obs: essas características (a até d) envolvem 
problemas de existência. 
 
 
 
Vicio redibitório: aquele vício oculto, que não 
está nítido quando você adquire algum bem, e 
pode acontecer de duas formas: diminuir o 
valor da coisa adquirida ou torná-la imprópria. 
Ex: você compra um carro em estado 
“perfeito” e depois de comprar descobre que 
ele tem um problema no motor. Diferente do 
vicio aparente que você já sabe dos defeitos, 
mas compra mesmo assim. 
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato 
comutativo pode ser enjeitada por vícios ou 
defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a 
que é destinada, ou lhe diminuam o valor. 
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste 
artigo às doações onerosas. 
 
Art. 18 do CDC. Os fornecedores de produtos de 
consumo duráveis ou não duráveis respondem 
solidariamente pelos vícios de qualidade ou 
quantidade que os tornem impróprios ou 
inadequados ao consumo a que se destinam ou 
lhes diminuam o valor, assim como por aqueles 
decorrentes da disparidade, com a indicações 
constantes do recipiente, da embalagem, 
rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas 
as variações decorrentes de sua natureza, 
podendo o consumidor exigir a substituição das 
partes viciadas. 
O legislador não fez diferença de vício oculto 
e aparente, ou seja, os contratos regidos pelo 
CDC pode-se aplicar o vicio redibitório, já o 
código civil não, pois para ele você aceitou 
esse defeito. 
Ação redibitória: aquela onde o comprador 
busca na justiça rejeitar o bem viciado. 
Ação estimatória (Quant I Minoris): exigir na 
justiça o abatimento do preço. 
 
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a 
redibição ou abatimento no preço no prazo de 
trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for 
imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na 
posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à 
metade. 
O adquirente tem prazo para reclamar do 
direito ao vício oculto a partir do momento em 
que adquire o bem. 
Móvel: 30 dias 
Imóvel: 1 ano 
Se passar do tempo haverá uma citação 
tácita. 
 
E quando o vicio aparecer depois de 30 
dias? 
§ 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder 
ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do 
momento em que dele tiver ciência, até o prazo 
máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de 
bens móveis; e de um ano, para os imóveis. 
 
Aqui o prazo irá contar a partir do momento do 
conhecimento do defeito e não no memento 
da aquisição. 
 
Móvel: 180 dias 
Peculiaridades dessa Compra e 
Venda 
Isabele Espairani - DC 
Imóvel: 1 ano 
 
 
§ 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos 
de garantia por vícios ocultos serão os 
estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, 
pelos usos locais, aplicando-se o disposto no 
parágrafo antecedente se não houver regras 
disciplinando a matéria. 
 
Art. 446. Não correrão os prazos 
do artigo antecedente na constância de cláusula 
de garantia; mas o adquirente deve denunciar o 
defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao 
seu descobrimento, sob pena de decadência. 
Esses prazos acima não ocorre caso houver 
prazo de garantia. 
 
 
 
Conceito: a evicção ocorre quando o 
adquirente do bem perde a posse ou a 
propriedade através de um ato administrativo 
ou sentença, que reconhece tal direito a um 
terceiro evictor, por conta de uma relação 
jurídica pré-existente. Restará ao adquirente/ 
evicto os direitos previstos no artigo 450. 
Obs: existem três pessoas envolvidas na 
evicção: 
Alienante: aquele que vende. 
Adquirente: aquele que adquire. 
Terceiro evictor: aquele que se vale da 
evicção. Possuidor da coisa que acabou 
perdendo para um terceiro. 
É imprescindível que haja uma sentença ou 
um ato administrativo que tire do adquirente a 
posse ou a propriedade. Caso não tenha, não 
é evicção. 
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem 
direito o evicto, além da restituição integral do 
preço ou das quantias que pagou: 
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado 
a restituir; 
II - à indenização pelas despesas dos contratos e 
pelos prejuízos que diretamente resultarem da 
evicção; 
III - às custas judiciais e aos honorários do 
advogado por ele constituído. 
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou 
parcial, será o do valor da coisa, na época em que 
se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, 
no caso de evicção parcial. 
 
 
Clausula de não evicção 
Se prevista no contrato serve para afastar a 
responsabilidade do alienante. 
 
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela 
evicção, se sabia que a coisa era alheia ou 
litigiosa. 
A cláusula de não evicção é expressa, precisa 
estar no contrato. O adquirente tem que saber 
dos riscos que ele está passando. Não pode 
ser comparada com uma cláusula de 
irresponsabilidade. 
 
 
 
É uma defesa de contrato não cumprido que 
as partes poderão se valer em um contrato 
bilateral e oneroso. 
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos 
contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, 
pode exigir o implemento da do outro. 
Uma das partes vai se valer pra não cumprir 
uma obrigação, até a outra parte cumprir. 
 
 
 
Sujeitos: comprador e vendedor. 
Em tese, são pessoas capazes, caso 
incapazes precisam estar representados por 
tutor ou curador. 
Objeto: precisa ser lícito, deve ter 
possibilidades jurídicas, deve ser determinado 
ou determinável. 
Objeto determinável: no momento da 
compra as partes não conseguem 
individualizar, sabe o que vai comprar más ele 
vai se tornar determinável no momento 
posterior a compra. 
Preço: tem que ser em dinheiro e sério, ou 
seja, tem proporcionalidade a coisa. 
Evicção 
Exceção de Contrato não Cumprido 
Elementos da Compra e Venda 
Isabele Espairani - DC 
 
O vendedor precisa ser o dono da coisa? 
1ª corrente: o vendedor não precisa ser dono 
da coisa. 
2ª corrente: embora não esteja na lei, há a 
necessidade do vendedor ser dono da coisa, 
caso contrário teríamos a venda “non domino”. 
A segunda corrente prevalece. 
 
 
 
Estatuto da Pessoa com Deficiência 
considerou capacidade plena a pessoa com 
deficiência. 
Art. 3º CC. São absolutamente incapazes de 
exercer pessoalmente os atos da vida civil os 
menores de 16 (dezesseis) anos. 
Art. 4º CC. São incapazes, relativamente a certos 
atos ou à maneira de os exercer: 
Instituto da curatela: onde o sujeito vai 
representar os interesses da pessoa com 
deficiência. 
Instituto da tomada de decisão apoiada: é 
o processo pelo qual a pessoa com deficiência 
elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, 
com as quais mantenha vínculos e que gozem 
de sua confiança, para prestar-lhe apoio 
na tomada de decisão sobre atos da vida civil. 
 Pessoas com deficiência podem 
praticar compra e venda. 
Compra: A jurisprudência entende que 
quando o assunto envolver compra, via de 
regra não há a necessidade de autorização 
judicial. 
Não há problema em adquirir patrimônio, a 
não ser que isso venhapedir autorização 
judicial em casos de grande patrimônio. 
Venda: Quando a pessoa com deficiência for 
vender, há a necessidade de autorização 
judicial. 
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser 
comprados, ainda que em hasta pública: 
I - Pelos tutores, curadores, testamenteiros e 
administradores, os bens confiados à sua guarda 
ou administração; 
 
 Tutor e curador jamais poderão 
comprar patrimônio tutelado/ curatelado, 
mesmo que em hasta pública. 
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou 
direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que 
estejam sob sua administração direta ou indireta; 
III - pelos juízes, secretários de tribunais, 
arbitradores, peritos e outros serventuários ou 
auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que 
se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar 
onde servirem, ou a que se estender a sua 
autoridade; 
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de 
cuja venda estejam encarregados. 
Parágrafo único. As proibições deste artigo 
estendem-se à cessão de crédito. 
 
 
 
Princípio relacionados ao regime de bens 
Princípio da autonomia privada: Os 
casados podem escolher o regime de bem 
que se adeque a sua realidade, via de regra. 
Princípio da indivisibilidade: o regime de 
bens escolhido é imposto a ambos os 
cônjuges. 
Princípio da variedade: as partes podem 
escolher a variedade de bens segundo STJ. 
Princípio da mutabilidade justificada: as 
pessoas casadas podem modificar os regimes 
de bens, desde que haja essa mudança em 
juízo e que ela seja justificável. Os cônjuges 
devem comprovar cabalmente que essa 
modificação não vai interferir terceiros. Não há 
indício de prejudicar nenhum credor. 
[Apelação 644 416-0] 
 
 
1- Regime da Comunhão Universal de 
Bens 
Todos os bens anteriores a constância do 
casamento se comunicam, isto é, num 
eventual divorcio todos os bens anteriores ao 
casamento serão divididos entre os dois. 
 
2- Regime da Separação Total de Bens 
Compra e Venda e Pessoa com 
Deficiência 
Compra e Venda nas Relações de 
Família 
Regimes de Bem 
Isabele Espairani - DC 
O regime da separação total de bens promove 
uma absoluta separação patrimonial e 
os bens do casal não se comunicam. Isso 
significa que, tanto os bens adquiridos depois 
do casamento, quanto os bens adquiridos 
antes do casamento, permanecerão sendo 
particulares de cada cônjuge (ou 
companheiro/a). 
Separação Convencional: Quando as partes 
escolherem esse regime de bens. 
Separação Legal/ Obrigatória: A própria lei 
impõe a separação total de bens. 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de 
bens no casamento: 
I - das pessoas que o contraírem com 
inobservância das causas suspensivas da 
celebração do casamento; 
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; 
(Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010) 
III - de todos os que dependerem, para casar, de 
suprimento judicial. 
 
Não importa se as partes querem se casar em 
outro regime, é a lei que irá impor o regime 
total. 
Súmula 377 STF: 'No regime da separação legal 
de bens, comunicam-se os adquiridos na 
constância do casamento'. 
Obs: não é aplicada a separação 
convencional. 
A súmula 377 diz que os bens adquiridos na 
constância legal do casamento serão 
divididos. 
Há quem diz que a súmula 377 não é vigente 
pois acaba se transformando em uma 
comunhão parcial de bens, más aí vem o STF 
dizendo que ela está em vigência sim. 
O artigo 1641 traz as hipóteses do regime da 
separação total de bens por imposição legal 
(separação obrigatória). Pela leitura do art. 
1641 inciso II, aqueles que possuírem 70 anos 
ou mais estarão obrigatoriamente 
subordinados ao regime da separação 
obrigatória. 
Questionando a justiça do dispositivo surge a 
súmula 377 do STF. Segundo a doutrina, a 
aplicação da referida súmula depende de 
prova da participação do maior de 70 anos 
(cônjuge) na construção do patrimônio. 
 
3- Regime da comunhão parcial de 
bens (Regime legal/supletório) 
Aplica-se a união estável. Só haverá 
comunicação de patrimônio daquilo que foi 
adquirido na constância do casamento, já os 
bens particulares continuarão sendo de cada 
um. 
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: 
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e 
os que lhe sobrevierem, na constância do 
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-
rogados em seu lugar; 
 
 Bens adquiridos por doação ou 
sucessão não se comunica. Esse inciso 
não se aplica a compra e venda. 
II - os bens adquiridos com valores 
exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges 
em sub-rogação dos bens particulares; 
III - as obrigações anteriores ao casamento; 
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, 
salvo reversão em proveito do casal; 
V - os bens de uso pessoal, os livros e 
instrumentos de profissão; 
 
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada 
cônjuge; 
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e 
outras rendas semelhantes. 
 
4- Regime da Participação Final nos 
Aquestos 
Art. 1.672. No regime de participação final nos 
aqüestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, 
consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, 
à época da dissolução da sociedade conjugal, 
direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a 
título oneroso, na constância do casamento. 
Por esse regime, cada cônjuge possuem 
patrimônio próprio e a havendo a dissolução 
do casamento, cada cônjuge terá direito a 
metade dos bens adquiridos na constância do 
casamento. Trata-se de um regime híbrido, 
pois existe uma regra para a constância do 
casamento e outra para a dissolução. 
Ele começa como separação total e termina 
como separação parcial. 
 
Estão excluídos dos aquestos os 
seguintes bens: 
Isabele Espairani - DC 
 Os adquiridos anteriormente ao 
casamento; 
 Os que houverem por sucessão ou 
herança; 
 As dívidas relativas a esses bens; 
 Os sub-rogados. 
 
Na participação final dos aquestos 
Participação final dos aquestos não precisa da 
anuência para bens móveis, e para bens 
imóveis há duas correntes, uma que acredita 
que não se aplica, cada um administra como 
quer, e outra que se aplica, pois é dado ao 
cônjuge apenas a administração, e se não lhe 
colhe a anuência do cônjuge poderia estar 
prejudicando e partir em eventual divórcio. 
 
 
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, 
com relação a bens excluídos da comunhão. 
Não se aplica ao regime da comunhão 
universal de bens. 
Pode-se aplicar ao regime da separação 
parcial, total e final dos aquestos. 
 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, 
nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do 
outro, exceto no regime da separação absoluta: 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses 
bens ou direitos; 
III - prestar fiança ou aval; 
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de 
bens comuns, ou dos que possam integrar futura 
meação. 
Parágrafo único. São válidas as doações 
nupciais feitas aos filhos quando casarem ou 
estabelecerem economia separada. 
 
 
 
Para ocorrer a venda de um cônjuge para um 
terceiro pode acontecer más necessita da 
anuência do outro cônjuge, salvo na 
separação total de bens que não se aplica. 
Essa regra se aplica aos bens moveis, por 
exemplo um carro? 
Não, a lei fala de bens imóveis. 
 
 
 
Art.496. É anulável a venda de ascendente a 
descendente, salvo se os outros descendentes e 
o cônjuge do alienante expressamente houverem 
consentido. 
O legislador se preocupou com fraude 
sucessória. 
Essa regra não se aplica ao cônjuge casado 
com alienante. E se casado pelo regime da 
separação total de bens, não é necessário o 
consentimento do cônjuge. 
Essa regra vale tanto do descendente p/ 
ascendente e vice-versa, porém existe uma 
falha. 
Conforme a redação do art. 496, constata-se 
que é necessário o consentimento do cônjuge 
e de mais herdeiros na venda de ascendente 
para descendente. 
Obs 1: essa regra não se aplica se o alienante 
(vendedor) for casado noregime da 
separação total de bens, havendo apenas 
consentimento dos herdeiros e não do 
cônjuge. 
Obs 2: pela leitura do § único, o legislador se 
valeu da seguinte expressão “em ambos os 
casos”, o que faz presumir que o 
consentimento seria imprescindível na venda 
de ascendente para descendente e inverso na 
venda de descendente par ascendente. 
Obs 3: Corrigindo esse equívoco surge o 
enunciado 177 da jornada de direito civil, 
quando o filho que vende algo para o pai não 
é necessário o consentimento da mãe e dos 
irmãos. 
Enunciado 177. Por erro de tramitação, que 
retirou a segunda hipótese de anulação de venda 
entre parentes (venda de descendente para 
ascendente), deve ser desconsiderada a 
expressão "em ambos os casos", no parágrafo 
único do art. 496. 
 
Art. 496- se aplica à união estável? 
Existem 2 posicionamentos, sendo eles: 
1ª corrente: o artigo 496 se aplica a união 
estável pois o STF a 4 anos igualou as regras 
Compra e Venda de Cônjuge para 
Terceiro 
Compra e Venda de Ascendente 
para Descendente 
Compra e Venda entre Cônjuges 
Isabele Espairani - DC 
do casamento para a união estável. Ano 
passado o STF julgou outro caso e foi além do 
direito de família em direção do direito 
sucessório. Por isso Tanto união estável 
quanto casamento aplica-se o art. 1.828. 
2ª corrente (Tartuce): o artigo 496 não se 
aplica a união estável, pois é uma norma 
restritiva de direitos e norma restritiva de 
direitos é interpretada de forma restritiva, se o 
legislador falou cônjuge não pode se estender 
para companheiro, ainda mais que a norma é 
restritiva. 
Quando o STF jugou a questão de igualar 
casamento e união estável é direito de família 
e direito sucessório, nada a ver com direito 
contratual, e união estável tem a ver com 
direito de família e direito sucessório. 
Obs: Resp. 1.211.531/MS. 
 
Ação anulatória de compra e venda: 
aplicável para qualquer vício dos negócios 
jurídicos e que se encaixa na compra e venda 
de ascendentes e descendentes. O prazo 
para se buscar anular esse negócio jurídico é 
de 20 anos. 
 
Prazo para a anulação da compra e venda 
• Súmula 152 STF (revogada) 
A ação para anular venda de ascendente a 
descendente, sem consentimento dos demais, 
prescreve em quatro anos a contar da abertura da 
sucessão (revogada). 
• Súmula 494 STF – 20 anos 
A ação para anular venda de ascendente a 
descendente, sem consentimento dos demais, 
prescreve em vinte anos, contados da data do ato, 
revogada a súmula 152. 
O prazo para anulação de compra e venda 
pela ausência do consentimento é de 20 anos, 
contados da realização do negócio jurídico. 
• Enunciado 368 da IV jornada de Direito 
Civil do CJF 
O prazo para anular venda de ascendente para 
descendente é decadencial de dois anos (art. 179 
do Código Civil) 
O prazo é de dois anos, a partir do 
conhecimento da ausência do consentimento. 
 
 
 
São colocados em contratos de compra e 
venda e quando colocados geram alguns 
requisitos. 
1-Venda a contento; 
Art. 509. A venda feita a contento do comprador 
entende-se realizada sob condição suspensiva, 
ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não 
se reputará perfeita, enquanto o adquirente não 
manifestar seu agrado. 
Dar condição suspensiva a esse contrato, a 
compra e venda não será consumada até o 
comprador se manifestar em dizer que quer ou 
não ficar com aquela coisa. 
É uma regra de eficácia suspensiva, pois a 
consumação estará suspensa até a 
manifestação de vontade do comprador. 
 A vontade do comprador é facultativa 
ou potestativa e subjetiva, isto é, o simples 
fato de não querer ficar com o bem já não 
dá direitos a executar o contrato. 
 Caso o comprador não devolva o bem, 
o vendedor pode notificar o comprador 
para devolver o bem ou executar o 
contrato. 
 Precisa ser expressa no contrato. 
Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do 
comprador, que recebeu, sob condição 
suspensiva, a coisa comprada, são as de mero 
comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la. 
 Durante a constância dessa condição 
suspensiva será o comprador considerado 
comandatário (venda de coisa fungível). 
Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a 
declaração do comprador, o vendedor terá direito 
de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para 
que o faça em prazo improrrogável. 
Venda sujeita a prova; 
Art. 510. Também a venda sujeita a prova 
presume-se feita sob a condição suspensiva de 
que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo 
vendedor e seja idônea para o fim a que se 
destina. 
Segue a mesma loja da venda a contento, 
também é uma regra de eficácia suspensiva, 
Regras Especiais da Compra e 
Venda 
Isabele Espairani - DC 
potestativa e subjetiva, e vai depender da 
manifestação de vontade do comprador 
A diferença da venda a contento é sutil, o 
comprador já tem conhecimentos prévios 
sobre a coisa, só vai precisar dessa eficácia 
suspensiva pra realmente aferir se aquele 
bem que ele comprou/provou é o mesmo que 
ele queria ter comprado. 
 
2- Venda por amostra, por protótipo ou 
modelo (art. 484 CC) 
Art. 484. Se a venda se realizar à vista de 
amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á 
que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades 
que a elas correspondem. 
Parágrafo único. Prevalece a amostra, o 
protótipo ou o modelo, se houver contradição ou 
diferença com a maneira pela qual se descreveu a 
coisa no contrato. 
 
Aquela venda que acontece quando o 
vendedor fornece ao comprador uma amostra 
daquilo que ele está vendendo. 
Na impossibilidade de o comprador ter acesso 
ao produto, o comprador pega uma amostra, 
um protótipo da coisa. 
Caso o produto não seja o mesmo da amostra, 
extingue o contrato. 
Segundo apontamentos doutrinários: 
1- Amostra é a resolução perfeita, 
corpórea de determinada coisa. 
2- Protótipo é o primeiro exemplar de uma 
coisa criada, através de uma invenção. 
3- Modelo é uma reprodução 
exemplificativa da coisa, seja por desenho, 
imagem que é acompanhada por uma 
descrição detalhada. 
Caso for comprovado que a coisa não é o 
mesmo que foi mostrado através da amostra, 
protótipo ou modelo, extingue a obrigação. 
 
3- Venda por medida, extensão ou ad 
mensuram 
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular 
o preço por medida de extensão, ou se determinar 
a respectiva área, e esta não corresponder, em 
qualquer dos casos, às dimensões dadas, o 
comprador terá o direito de exigir o complemento 
da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar 
a resolução do contrato ou abatimento 
proporcional ao preço. 
Aquela venda que o que interessa é o 
tamanho, a quantidade do bem. 
 Essa regra só tem sentidos nos bem 
imóveis, não se aplica a compra e venda 
de bens moveis. 
Se o comprador adquiriu um bem que não 
está na medida adequada: 
1- Exigir cumprimento da área. 
2- Exigir o abatimento do preço; 
3- A resolução desse contrato. 
A primeira posição irá dizer que a última ratio 
do contrato é a resolução desse contrato, 
princípio da preservação contratual. 
A segunda corrente vai dizer que essas regras 
são aleatórias, discricionárias. (encontra-se 
na doutrina). 
§ 1º Presume-se que a referência às dimensões 
foi simplesmente enunciativa, quando a diferença 
encontrada não exceder de um vigésimo da área 
total enunciada, ressalvado ao comprador o direito 
de provar que, em tais circunstâncias, não teria 
realizado o negócio. 
Só tem sentido de pensar nas regras do caput 
se essa diferença não for meramente 
ilustrativas. 
§ 2º Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor 
provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da 
área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, 
completar o valor correspondente ao preço ou devolver o 
excesso. 
Ou paga o valor a mais ou devolve o excesso. 
§ 3º Não haverá complemento de área, nem 
devolução de excesso, se o imóvel for vendido 
como coisa certa e discriminada, tendo sido 
apenas enunciativa a referência às suas 
dimensões, ainda que não conste, de modoexpresso, ter sido a venda ad corpus. 
Trás a chamada venda ad corpus, nela o 
comprador está adquirindo não o tamanho, e 
sim as qualidades que esse bem possui. 
Art. 501. Decai do direito de propor as ações 
previstas no artigo antecedente o vendedor ou o 
comprador que não o fizer no prazo de um ano, a 
contar do registro do título. 
Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de 
posse no imóvel, atribuível ao alienante, a partir 
dela fluirá o prazo de decadência 
Isabele Espairani - DC 
Prazo decadência de um ano, a partir da data 
em que foi registado essa compra no nome do 
comprador. 
E se a data do registro for diferente do da 
emissão da posse, a que valerá será a data da 
emissão 
Art. 502. O vendedor, salvo convenção em 
contrário, responde por todos os débitos que 
gravem a coisa até o momento da tradição. 
Art. 504. Não pode um condômino em coisa 
indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro 
consorte a quiser, tanto por tanto. 
Traz a regra do condômino, caso um seja 
condômino não poderá vender a coisa para 
terceiros estranhos da sociedade. 
Se um condômino vender algo sem o outro, 
poderá no prazo de 180 dias buscar a anulação 
dessa venda. 
 Essa regra se aplica a cond. Indivisível. Ex: 
A e B são donos de uma fazenda e A vende a 
parte dele para C, isso não pode, é indivisível. 
 
4- Venda de coisas conjuntas (art. 503 
CC) 
Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o 
defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de 
todas. 
Pela regra do 503, nas coisas vendidas 
conjuntamente o defeito de uma não atinge as 
demais, com fundamento no princípio da 
conservação dos contratos. Não atingi a 
integridade dos demais. Ex: compro 50 
cabeças de gabo e dois deles estão 
machucados, os defeitos desses dois não 
passam para os ouros 48. 
Exceto quando compromete os demais. Ex: 
compra 500 porcos da china e 50 vieram com 
a gripe suína, por isso é preciso sacrificar os 
500. 
 
 
 
Retrovenda 
 Também chamada de Cláusula de 
Arrependimento. 
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode 
reservar-se o direito de recobrá-la no prazo 
máximo de decadência de três anos, restituindo o 
preço recebido e reembolsando as despesas do 
comprador, inclusive as que, durante o período de 
resgate, se efetuaram com a sua autorização 
escrita, ou para a realização de benfeitorias 
necessárias. 
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, 
úteis ou necessárias. 
§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou 
recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, 
ainda que o tornem mais agradável ou sejam de 
elevado valor. 
§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso 
do bem. 
§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar 
o bem ou evitar que se deteriore. 
 
Na retrovenda, a única benfeitoria indenizada 
será a necessária. 
 
Conceito 
Essa cláusula dá o vendedor o direito de 
compra e venda. No prazo de até 3 anos o 
direito de retrato, isto é, pegar a coisa de volta. 
 
Cláusula resolutiva expressa (imóveis). 
Essa cláusula só se aplica a bens imóveis, 
não se aplicando a bens moveis. 
É também restritiva de direitos, sendo assim 
deve estar expressa no contrato. 
 
Prazo de 3 anos 
Prazo limite para esse retrato é de até 3 anos. 
- Direito de resgate (Art. 506) - depósito 
Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as 
quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o 
direito de resgate, as depositará judicialmente. 
Parágrafo único. Verificada a insuficiência do 
depósito judicial, não será o vendedor restituído no 
domínio da coisa, até e enquanto não for 
integralmente pago o comprador. 
 
- Direito de retrato (art. 507 CC) 
Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e 
transmissível a herdeiros e legatários, poderá ser 
exercido contra o terceiro adquirente. 
Cláusulas Especiais da Compra 
e Venda 
Isabele Espairani - DC 
É transmitido para os herdeiros do vendedor, 
por herança ou cessão. 
Cessão inter vivos? 
1.4- Retrovenda x empréstimo simulado: 
art. 167 CC 
 
Cláusula expressa: matrícula e registro, para 
aplicação para terceiros 
Para gerar efeitos a terceiros é imprescindível 
que ela tenha sido gravada na matrícula desse 
imóvel. 
 
O pacto de melhor comprador (art. 1158 ss 
CC-16) x retrovenda 
 
Preempção, preferência ou prelação 
convencional 
Conceito 
Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao 
comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a 
coisa que aquele vai vender, ou dar em 
pagamento, para que este use de seu direito de 
prelação na compra, tanto por tanto. 
Parágrafo único. O prazo para exercer o direito 
de preferência não poderá exceder a cento e 
oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, 
se imóvel. 
 
É uma cláusula acessória, pois ela vai dar 
apoio para outra relação jurídica. 
 
Prazo 
O prazo de preferência será o que o contrato 
disser, caso contrário não poderá exceder a 
cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a 
dois anos, se imóvel. 
 
Espécies 
- Convencional (art., 513 a 518 CC) 
= perdas e danos 
- Legal (art. 504 CC) 
 Quando a Lei impõe uma preferência. 
anulação + depósito (Ex: art. 33 Lei de 
Locação) 
É dever do vendedor prestigiar, oferecer 
primeiramente aquele bem para aquele que 
tem a cláusula/ preferência. 
A preferência é dada a uma pessoa, para que 
ela tenha acesso ao bem, isso não quer dizer 
que ele vai comprar o bem. 
E se o vendedor passa esse bem para um 
terceiro e desrespeita a preferência, qual a 
consequência jurídica disso? 
Art. 518. Responderá por perdas e danos o 
comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao 
vendedor ciência do preço e das vantagens que 
por ela lhe oferecem. Responderá solidariamente 
o adquirente, se tiver procedido de má-fé. 
Aquele que desrespeitou a preferência, ele 
responderá por perdas e danos e se for 
comprovado má-fé responderá 
solidariamente. 
Má-fé tem que ser provada e não presumida. 
 
- Art. 519: Direito Civil ou Administrativo? 
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de 
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse 
social, não tiver o destino para que se 
desapropriou, ou não for utilizada em obras ou 
serviços públicos, caberá ao expropriado direito de 
preferência, pelo preço atual da coisa. 
Muitos criticam esse dispositivo, pois ele diz 
expropriação. 
Expropriação/ Desapropriação: formas de 
intervenção do Estado na propriedade. 
Expropriação: É a modalidade de 
desapropriação forçada por lei. Consiste no 
ato de privar o proprietário da coisa que lhe 
pertence, como das glebas de terra onde são 
cultivadas plantas psicotrópicas ou a 
exploração de trabalho escravo. 
Desapropriação: O estado se valendo da 
entendia publica desapropria o imóvel e paga 
sobre isso. 
Se o estado se apropriar na propriedade para 
vende-la o antigo dono tem direito de 
preferência. 
 
- Art. 520: natureza personalíssima 
Isabele Espairani - DC 
Art. 520. O direito de preferência não se pode 
ceder nem passa aos herdeiros. 
 
Venda sobre documentos 
Origem: Lex Mercatória; bens móveis 
Tem origem na lex mercatória, regras de lei 
internacional privada (comum em contratos 
internacionais). A compra e venda se 
consuma com a entrega de documentos, visto 
que a entrega do bem demorará para ser 
entregue. 
Qualquer documento que for imprescindível 
para compra e venda, como contrato, 
comprovante de pagamento de impostos 
alfandegários, comprovante de pagamento do 
bem etc. 
 Se perfaz com a entrega de 
documentos. 
 
Conceito: 
Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição 
da coisa é substituída pela entrega do seu título 
representativo e dos outros documentos exigidos 
pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos. 
Art. 530. Não havendo estipulação em contrário, o 
pagamento deve ser efetuado na data e no lugar 
da entrega dos documentos. 
Art. 531. Se entre os documentos entregues ao 
comprador figurar apólice de seguro que cubra os 
riscos do transporte, correm estes à conta do 
comprador, salvo se, ao ser concluído ocontrato, 
tivesse o vendedor ciência da perda ou avaria da 
coisa. 
Art. 532 CC x S. 297 STJ: aplicação do CDC 
ou CC? 
 
Cláusula de reserva de domínio 
Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o 
vendedor reservar para si a propriedade, até que 
o preço esteja integralmente pago. 
Cláusula expressa no contrato de compra e 
venda e só é aplicada para bens móveis. 
O vendedor se compromete a vender a coisa 
ao comprador, transfere a posse, mas a 
propriedade não. O comprador tem o domínio, 
posse, mas não tem a propriedade do bem. 
A compra é feita a crédito e só passará a 
transferência da propriedade depois da 
quitação do bem. Caso seja a vista terá que 
passar a propriedade imediatamente. 
Exemplo: Transferência do nome 
(propriedade no contrato) apenas após o 
pagamento, satisfação do crédito. 
Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será 
estipulada por escrito e depende de registro no 
domicílio do comprador para valer contra terceiros. 
 
Cláusula e efeitos perante terceiros 
Elementos: 
- Compra feita à crédito. Caso seja feita vista, 
a transferência da propriedade será imediata. 
- Coisa individualizada, não pode ser uma 
coisa indeterminada. 
- Entrega imediata do bem, de modo que o 
comprador tenha a posse imediatamente. 
- Propriedade após o pagamento. 
Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá 
o vendedor mover contra ele a competente ação 
de cobrança das prestações vencidas e vincendas 
e o mais que lhe for devido; ou poderá recuperar a 
posse da coisa vendida. 
Caso o pagamento seja feito de maneira 
errada, falsa, o vendedor pode mover uma 
ação de cobrança para cobrar as parcelas 
vencidas e vincendas. 
Primeira posição: Ação de procedimento 
comum, é pedido uma liminar e o pedido de 
apreensão do bem. 
Segunda posição: Ação possessória, leva 
em consideração a parte final do art. 526. 
Ação de reintegração da posse, 
 
Contrato estimatório ou da venda em 
consignação; 
O vendedor transfere a posse do bem ao 
comprador, que só irá pagar o vendedor 
quando houver a revenda desse bem para um 
terceiro. 
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante 
entrega bens móveis ao consignatário, que fica 
autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço 
Isabele Espairani - DC 
ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, 
restituir-lhe a coisa consignada. 
Aquele que compra terá coisa consignada, ele 
terá a posse do bem e com aquele contrato 
ajustado ele pode vender ou se não vender 
devolve o produto consignado. 
A venda em consignação geralmente é de 30 
a 40 dias. 
Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto 
de penhora ou seqüestro pelos credores do 
consignatário, enquanto não pago integralmente o 
preço. 
Eventuais credores consignatários não 
poderão penhorar ou sequestrar bens 
colocados em consignação. 
Os bens dados em consignação não podem 
ser alvos de penhora por dívidas do 
consignatário. 
Aquele que está consignado é um mero 
possuidor, tem a posse, não a propriedade. Só 
terá a partir do momento que pagar. 
 
* Alienação Fiduciária 
 É um contrato próprio e acessório, pois 
ele dá a base para a compra e venda. 
Pode ser para bens móveis e imóveis. 
 
Sujeitos 
Comprador, vendedor e terceiro (instituição 
financeira). 
 
3 tipos de contrato 
- A venda; o contrato de compra e venda entre 
o comprador e o vendedor. 
- Contrato de mútuo financeiro; entre 
comprador e terceiro (instituição financeira). 
- “Venda do bem do vendedor para a 
instituição financeira”; 
 
Essa garantia fiduciária precisa ser registrada 
em cartório. 
 
Informativo 679 STJ 
Quando o banco retirar a garantia do 
vendedor, se for colocado em leilão para ser 
vendido, este deve ser com base no valor da 
tabela Fipe. 
Depositário infiel, sujeito comprou um 
maquinário, fez uma alienação fiduciária 
(empréstimo com o banco) e não pagou. O 
banco exigiu ao juiz a prisão do depositário 
infiel. A constituição e o código civil autoriza a 
prisão civil do depositário infiel, mas o STF 
não. Súmula vinculante 25, entende que o art. 
5º LXVII é uma norma de eficácia limitada. 
 
 
 
Conceito 
Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições 
referentes à compra e venda, com as seguintes 
modificações: 
I - salvo disposição em contrário, cada um dos 
contratantes pagará por metade as despesas com 
o instrumento da troca; 
II - é anulável a troca de valores desiguais entre 
ascendentes e descendentes, sem consentimento 
dos outros descendentes e do cônjuge do 
alienante. 
 
Por esse com os contratantes pactuam na 
permuta de bens ou vantagens, de modo que 
haja compensação recíproca entre ambos. 
A base da troca é a compra e venda. 
O valor das despesas adquiridas nessa troca, 
ficarão de responsabilidade daquele que o 
adquiriu. 
Troca 
Isabele Espairani - DC 
 
 
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que 
uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu 
patrimônio bens ou vantagens para o de outra. 
A marca registrada dessa doação está no fato 
que ela é oriundo de um fato de mera 
liberalidade, aquele ato de mera disposição, 
de livre manifestação de vontade, de forma 
gratuita. 
 
Característica 
- Mera disposição patrimonial 
- É um ato benévolo, um ato lastreado de boas 
intensões 
- É um contrato unilateral, pois o ônus 
(sacrifício) só é cumprido por uma parte, o 
doador * 
- Trata-se de um contrato gratuito, pois o 
doador irá transferir um patrimônio sem que 
haja contraprestação pecuniária * 
- É um contrato consensual, depende da 
convergência de vontades entre o doador e o 
donatário. 
- É um contrato comutativo, as partes já 
sabem desde o início qual será o objeto e suas 
obrigações nessa relação jurídica. 
- É um contrato forma e solene se o valor da 
doação for superior a 30 salários-mínimos. 
 
 
 
É uma modalidade de doação onde o doador 
para efetivar a doação exige uma 
contraprestação para o donatário. 
Essa doação é unilateral ou bilateral? 
1ª corrente: Diz que é uma doação bilateral, 
que precisa de uma contraprestação. 
2ª corrente: Diz que continua sendo 
unilateral, pois essa doação não vai exigir do 
donatário um sacrifício patrimonial. 
3ª corrente: doação unilateral imperfeita, pois 
a contraprestação prestada pelo donatário é 
um ônus, não constitui um dever jurídico 
imposto pela lei. 
A corrente que prevalece, é que é uma doação 
unilateral perfeita. 
 
Prazo de aceitação 
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, 
para declarar se aceita ou não a liberalidade. 
Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, 
dentro dele, a declaração, entender-se-á que 
aceitou, se a doação não for sujeita a encargo. 
 
O aceite é necessário? 
Art. 543. Se o donatário for absolutamente 
incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se 
trate de doação pura. 
O aceite será dispensado se a doação for pura e 
destinada ao incapaz. 
A doação pura destinada ao incapaz tem que ser 
constituída prova de que essa doação não 
causará prejuízos ao incapaz. 
“O doador pode fixar prazo ao donatário, para 
declarar se aceita ou não...” Surge na doutrina 
então perguntas, o aceite é elemento ou não 
da doação. Qual o papel do aceite na 
doação? 
1ª corrente: Maria Helena Diniz: o aceite é 
elemento essencial da doação, enquanto o 
donatário não se manifestar o contrato estará 
suspenso. 
2ª corrente: Paulo Lobo: O aceite é 
complementar, pois a manifestação do aceite 
é uma fase de exaurimento da doação, de 
modo com que a transferência ou a 
manifestação de transferência já consuma a 
ação. 
3ª corrente: Flavio Tartuce: o aceite não é 
preponderante para a consumação da 
doação, pois a consumação se dará a partir 
da intenção de doar. 
A corrente que prevalece é a 1ª. 
 
 
 
 
Doação 
Doação Modal 
Isabele Espairani - DC 
 
 
- Doação Remuneratória 
Art. 540. A doação feita em contemplação do 
merecimento do donatário não perde o caráter de 
liberalidade, como não o perde a doação 
remuneratória, ou a gravada,no excedente ao 
valor dos serviços remunerados ou ao encargo 
imposto. 
É aquela realizada em retribuição ao serviço 
prestado pelo donatário, más cuja prestação não 
poderia ser exigida, pois se fosse estaríamos 
diante de outro contrato, diferente de doação. 
Aquela que o donatário praticou um ato com tanto 
primor que desperta o prazer de doar do doador. 
- Está modalidade de doação aplica a teoria dos 
vícios redibitórios, de modo com que o donatário 
pode devolver o bem ou algo do tipo. 
Art. 564. Não se revogam por ingratidão: 
I - as doações puramente remuneratórias; 
II - as oneradas com encargo já cumprido; 
III - as que se fizerem em cumprimento de 
obrigação natural; 
IV - as feitas para determinado casamento. 
 
- Essa doação não é revogada por ingratidão, 
mesmo que o donatário seja considerado ingrato. 
Art. 2.011. As doações remuneratórias de 
serviços feitos ao ascendente também não estão 
sujeitas a colação. 
- As doações remuneratórias feitas pelo 
ascendente não estão submetidas a colação. 
Colação é um instituto do direito sucessório, o seu 
intuito é equalizar, redistribuir o valor da herança 
de modo a abater bens da herança que foram 
considerados adiantamento da legítima. 
Tem o intuito de trazer para inventario uma 
equalização, bens que foram gastos de forma 
exacerbada, serão considerados em vida 
adiantamento de herança. 
 
Bem sonegado: Bens que não aprecem na 
partilha. A partilha da partilha. 
 
 
- Doação Meritória 
Aquela direcionada ao donatário pelo simples 
fato de o donatário ser quem ele é. O que se 
busca é uma retribuição dos méritos do 
donatário. 
- Doação do Nascituro 
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, 
sendo aceita pelo seu representante legal. 
Nascituro: aquele foi concebido más não ouve 
o nascimento. 
Causa suspensiva: o nascimento com vida. 
Os seus representantes irão prestar o aceite, 
porém só haverá concretização do 
nascimento com vida do nascituro. Uma 
doação sob clausula suspensiva que só se 
concretizará com o nascimento com vida. 
Se ele nascer com vida e um segundo morrer 
passa aos seus descendentes. E caso ele não 
nasça a doação volta a seu doador. 
Há a impossibilidade do aborto no Brasil, 
somente com uma emenda 
Doação sob forma de subvenção periódica 
Art. 545. A doação em forma de subvenção 
periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o 
doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas 
não poderá ultrapassar a vida do donatário. 
O doador estipula essa doação de forma 
mensal. Direcionada mensalmente ao 
donatário ou com uma certa frequência, por 
exemplo de 15 em 15 dias. 
- Em regra essa doação ultrapassa a pessoa 
do doador, salvo disposição no contrato. 
Vigora na vida do doador, se ele morrer 
passará para os seus descendentes. 
- Jamais passara da pessoa do donatário. 
Caso o donatário morra não passará para os 
seus descendentes. 
- Em regra essa doação não ultrapassa a 
pessoa do doador, salvo disposição em 
contrário 
- Jamais essa doação passará a pessoa do 
donatário 
Doação em contemplação de casamento 
futuro 
Art. 546. A doação feita em contemplação de 
casamento futuro com certa e determinada 
Modalidades da Doação 
Isabele Espairani - DC 
pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por 
terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, 
de futuro, houverem um do outro, não pode ser 
impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem 
efeito se o casamento não se realizar. 
O doador para transferir o patrimônio é 
necessário que o donatário case com a 
pessoa proposta, só irá se efetivar caso o 
donatário case com tal pessoa. Caso case 
com outra pessoa não terá doação. 
Doação com cláusula de reversão 
Art. 547. O doador pode estipular que os bens 
doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao 
donatário. 
Tem traços de Doação Personalíssima, ou 
seja, ela é destinada apenas ao donatário, 
caso ele faleça esses bens serão revertidos 
ao doador. 
Caso o doador faleça antes do donatário, 
automaticamente estará concretizado a 
doação e essa cláusula de reversão estará 
suspensa. 
Essa doação, essa cláusula é uma condição 
resolutiva expressa, que quando o donatário 
morre reverte ao doador os bens que ele 
passou ao donatário. 
Doação conjuntiva 
Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação 
em comum a mais de uma pessoa entende-se 
distribuída entre elas por igual. 
Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, 
forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a 
doação para o cônjuge sobrevivo. 
 
Aquela direcionada a mais de uma pessoa, 
onde o doador não deixa expresso no contrato 
ou na escritura qual será a parte de cada um 
dos donatários. 
Se o doador não deixa claro haverá uma 
presunção da lei de que essa doação foi 
direcionada em partes iguais para ambos os 
donatários. 
Doação manual 
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública 
ou instrumento particular. 
Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, 
versando sobre bens móveis e de pequeno valor, 
se lhe seguir incontinenti a tradição. 
 
Aquela doação de bens de pequeno valor, de 
bens móveis de que muitas das vezes é 
realizada pela modalidade virtual. 
Doação inoficiosa 
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte 
que exceder à de que o doador, no momento da 
liberalidade, poderia dispor em testamento. 
Aquela que adentra um patrimônio 
indisponível da herança. 
É possível considerar esse tipo de doação 
aquela em que o doador transfere de forma 
periódica além dos limites da herança. Ex: faz 
7 doações de 10 Mil. 
Ex: patrimônio da pessoa é 100% 400.00 e a 
parte disponível da herança é 200.000, e o 
doador faz uma doação além do permitido. 
O doador pode doar todo seu patrimônio em 
vida desde que ele tenha condições de se 
manter (renda fixa). Ele pode doar para quem 
ele quiser e outra parte direcionada aos 
herdeiros. Não existe herança de pessoa em 
vida. 
Para a salvaguarda do princípio da autonomia 
e preservação dos contratos mantem-se a 
doação até o limite que o patrimônio que era 
disponível. 
Prazo para anulação 
1ª corrente: O prazo para anulação dessa 
doação é de 10 anos, de acordo com o art. 205 
do CC. (a que prevalece). 
2ª corrente: O prazo para anulação dessa 
doação é imprescritível, se a doação é nula o 
prazo é nulo. 
Doação universal 
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem 
reserva de parte, ou renda suficiente para a 
subsistência do doador. 
Onde o doador transfere todo seu patrimônio 
para o donatário. Em regra, ela é nula, a não 
ser que seja reservado os bens suficientes 
para a subsistência do doador. 
Doação do cônjuge adulto e seu cúmplice 
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu 
cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou 
por seus herdeiros necessários, até dois anos 
depois de dissolvida a sociedade conjugal. 
Isabele Espairani - DC 
Aquela modalidade em que o sujeito se 
apaixona pela amante e quer fazer para ela o 
que não faz pra família dele, querendo então 
fazer doação para amante. 
Essa doação pode ser anulada pelo cônjuge 
vítima de adultério ou pelos seus herdeiros no 
prazo de 2 anos contados da doação ou do 
conhecimento da doação. 
Doação a entidade futura 
Art. 554. O proprietário, ou inquilino de um prédio 
tem o direito de impedir que o mau uso da 
propriedade vizinha possa prejudicar a segurança, 
o sossego e a saúde dos que o habitam. 
É muito criticada pois adultério não é mais 
crime e segundo porque essa regra é aplicada 
a união estável ou não? 
Uma parte da doutrina diz não se aplica a 
união estável, pois fala cônjuge. 
A primeira corrente diz que ela não é possível, 
porque o legislador fala cônjuge. Por usar 
cumplice, essa doação subsiste, mesmo após 
a lei que descriminalizou o adultério. E 
também porque a união instável é restritiva de 
direitos. 
A segunda corrente diz que se aplica a união 
estável, pois a pessoa também tem direito de 
pedir anulação dessa doação. (a que 
prevalece). 
Doação em entidade futuraOnde o doador se compromete a transferir 
parte do seu patrimônio a alguma entidade 
que será criada. 
O prazo para criação dessa entidade é de 2 
anos contados da data da doação. 
Não havendo a criação acontece a reversão 
desse patrimônio, ou seja, ele volta para o 
doador ou para o espólio, caso o doador tenha 
falecido. 
Só será efetivada se tiver a criação dessa 
entidade. 
Isabele Espairani - DC 
 
Art. 544. A doação de ascendentes a 
descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa 
adiantamento do que lhes cabe por herança. 
É possível a doação entre cônjuges e de 
ascendentes para descendentes e será 
considerada adiantamento de herança. 
Quando há a doação de um cônjuge a outro 
automaticamente esses bens poderão ser 
trazidos a tal discussão 
A lei não diz nada sobre o aceite, más na 
prática o cartório vai chamar os descendentes 
e o cônjuge para prestar anuência. 
Caso um receba mais que o outro, esse 
assunto será discutido na ação de colação. 
Não possível a doação regida a comunhão de 
bens universal, pois não é possível doar algo 
que já é seu. 
Caso altere o regime será possível a doação 
na separação total de bens. 
E também é possível a doação na separação 
total imposta pela lei, nas hipóteses dos 
incisos I e III do art. 1641 do CC, desde que 
superada a hipótese que fez a separação total 
de bens. 
En. 262. III JDC. A obrigatoriedade da separação 
de bens nas hipóteses previstas nos incs. I e III do 
art. 1.641 do Código Civil não impede a alteração 
do regime, desde que superada a causa que o 
impôs. 
O inciso II do art. 1641 do CC não entra, pois, a 
legislação diz que não é possível a pessoa maior 
de 70 anos casar em outra modalidade de 
separação. 
A doutrina vem caminhando para que haja essa 
doação em relação ao maior de 70 anos casado 
em separação obrigatória de bens, desde que os 
herdeiros da pessoa com +70 anos preste 
anuência. 
 
Revogação da Doação 
Acera da possibilidade da revogação vigora o 
princípio da tipicidade, pois só será possível a 
revogação nas hipóteses previstas na lei. Pela 
ingratidão do donatário ou no não cumprimento de 
um encargo. 
Art. 555. A doação pode ser revogada por 
ingratidão do donatário, ou por inexecução do 
encargo. 
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito 
de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário. 
O doador não pode renunciar o seu direito a 
revogação por comportamento ingrato do 
donatário. 
Não é possível ter no contrato um cláusula 
que diz que renuncia antecipada é revogável 
de forma antecipada essa revogação. 
 
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as 
doações: 
I - se o donatário atentou contra a vida do doador 
ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele; 
 
Donatário praticar homicídio doloso contra o 
doador, ou se atentou com a vida dele. 
II - se cometeu contra ele ofensa física; 
Crimes de integridade física. 
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; 
Difamação não entra, somente injuria ou 
calunia. 
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao 
doador os alimentos de que este necessitava. 
Se tinha condições de prestar alimento ao 
doador e não fez. (Alimentos básicos de 
sobrevivendo do ser humano) 
 
Art. 558. Pode ocorrer também a revogação 
quando o ofendido, nos casos do artigo 
anterior, for o cônjuge, ascendente, 
descendente, ainda que adotivo, ou irmão do 
doador. 
Chamada de ingratidão reflexa ou oblíqua, o 
doador pode revogar quando o donatário não 
pratica as hipóteses contra os ascendentes, 
descendentes e cônjuges do doador. 
Art. 559. A revogação por qualquer desses 
motivos deverá ser pleiteada dentro de um ano, a 
contar de quando chegue ao conhecimento do 
doador o fato que a autorizar, e de ter sido o 
donatário o seu autor. 
O direito de o doador revogar essa doação, 
será no prazo decadencial de um ano, a partir 
de quando o doador tomou conhecimento dos 
atos de ingratidão do donatário. 
Isabele Espairani - DC 
Art. 560. O direito de revogar a doação não se 
transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica 
os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir 
na ação iniciada pelo doador, continuando-a 
contra os herdeiros do donatário, se este falecer 
depois de ajuizada a lide. 
O doador não pode delegar esse direito de 
revogar a terceiros, o direito de revogação é 
personalíssimo do doador. Caso o doador 
faleça durante a ação, aí sim os herdeiros 
podem dar continuação. 
Art. 561. No caso de homicídio doloso do doador, 
a ação caberá aos seus herdeiros, exceto se 
aquele houver perdoado. 
Ex: donatário atire no doador, mas o doador 
chama o donatário e o perdoa em seguida ele 
morre. Nesse caso os filhos do legitimado não 
pode promover a ação. 
 
563. A revogação por ingratidão não prejudica os 
direitos adquiridos por terceiros, nem obriga o 
donatário a restituir os frutos percebidos antes da 
citação válida; mas sujeita-o a pagar os 
posteriores, e, quando não possa restituir em 
espécie as coisas doadas, a indenizá-la pelo meio 
termo do seu valor. 
A doação não pode prejudicar interesse de 
terceiros. 
O legislador criou uma regra, até a citação do 
donatário ingrato, todos os frutos que a coisa 
deu serão do donatário. Após a citação os 
frutos serão do doador. 
 
Art. 564. Não se revogam por ingratidão: 
I - as doações puramente remuneratórias; 
 
Feita em função de atitude do donatário. 
II - as oneradas com encargo já cumprido; 
A contraprestação do donatário já foi efetuada 
III - as que se fizerem em cumprimento de 
obrigação natural; 
 
IV - as feitas para determinado casamento. 
Aquela contemplação de casamento futuro.