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Slides Mediacao - FUNDAMENTOS HISTORICOS DO DIREITO_UNIDADE II

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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DO DIREITO 
 Unidade II 
T U TO R : L I N E U FA C U N D E S | T U R M A : F L C 9 0 7 9 S P U
AUTOATIVIDADES	DA	UNIDADE	I
Tópico
Reforçamos a orientação de realizar uma leitura minuciosa e atenta do 
enunciado da questão, bem como das opções de resposta. 
Para responder as autoatividades, além do Livro, vale lembrar sobre o 
material de apoio disponível.
TÓPICO 1 
1 Considere a seguinte afirmação: “Examinar e problematizar as relações entre a 
História e o Direito reveste-se hoje da maior importância, principalmente quando 
se tem em conta a percepção da normatividade extraída de um determinado 
contexto histórico definido como experiência pretérita que conscientiza e liberta o 
presente” (WOLKMER, Antonio Carlos. Paradigmas, historiografia crítica e direito 
moderno. In: Revista Fac. Direito. Curitiba, n. 28, 1994/95, p.55-67). 
Tendo como referência o estudo realizado, responda à seguinte questão: 
Qual a importância atual de problematizar a relação entre História e Direito?
AUTOATIVIDADES	DA	UNIDADE	I
Tópico
TÓPICO 1 
1 … 
Tendo como referência o estudo realizado, responda à seguinte questão: 
Qual a importância atual de problematizar a relação entre História e Direito?
Resposta esperada: 
Espera-se que sejam abordados os seguintes pontos: 
1. Que o Direito, para ser compreendido de forma crítica e inovadora, necessita 
compreender suas fontes sociais de produção. 
2. A concepção crítica do Direito e da História é resultado da metodologia 
desenvolvida pela Nova história – um movimento inovador e problematizador 
do direito. 
3. A relação entre história e direito permite identificar e rever as fontes 
normativas (normas e códigos).
AUTOATIVIDADES	DA	UNIDADE	I
Tópico
TÓPICO 2 
Considere a figura:
Com base na representação à direita, quais os 
elementos que você pode considerar relacionados 
ao surgimento do direito e por quê?
Resposta esperada: 
Espera-se que sejam apontados os seguintes elementos: 
1. A produção de excedente permite o surgimento do comércio e, 
consequentemente, a exigência de relações contratuais. 
2. Vida familiar e, por consequência, o surgimento de relações de direitos e 
obrigações na esfera familiar. 
3. Propriedade – seja individual ou coletiva – e a necessidade de regular as 
relações de propriedade entre os sujeitos.
AUTOATIVIDADES	DA	UNIDADE	I
Tópico
TÓPICO 3 
1 Com base no estudo realizado, estabeleça uma relação entre o direito
dos povos da Mesopotâmia, Egito e hebreus, destacando, no mínimo,
dois aspectos convergentes e divergentes.
Resposta esperada: 
Espera-se que sejam apontados, no mínimo, 
1. As seguintes convergências: as fontes das normas são sobrenaturais, 
divinas; não há distinção entre direito, moral e religião, há um forte vínculo 
entre os sacerdotes e a prática do direito, o conceito de justiça como divina. 
2. As seguintes divergências: o direito na Mesopotâmia é relacionado à lei, 
enquanto que para os egípcios, por exemplo, é vinculado a comportamentos 
morais preocupados com a vida pós-morte; o direito hebraico foi diretamente 
ditado pela divindade, diferentemente dos demais que são escritos sob 
inspiração divina.
AUTOATIVIDADES	DA	UNIDADE	I
Tópico
TÓPICO 4 
1 Considere a seguinte afirmação: 
A História do Direito grego antigo deve levar em consideração a variedade da Grécia, 
com suas diferentes pólis, e também um tempo histórico bem grande, que vai dos 
séculos XX a.C. a IV a.C. Devido a esses fatores, alguns historiadores do direito 
chegam a colocar em dúvida a possibilidade de se criar uma História do direito grego 
antigo, uma vez que se discute a unidade desse direito. Os historiadores do direito 
grego costumam adotar uma divisão temporal visando classificar o tipo de direito a que 
eles se referem, e para isso adotam marcos históricos.
Assim, são possíveis diferentes classificações temporais da história grega, que servem 
também para delimitar o tipo de direito produzido.
É possível encontrar uma divisão do direito utilizando as seguintes classificações 
segundo períodos: 
 a) pré-homérico/micênico (XX-XIII a.C.), homérico (XII-IX a.C.), arcaico (VIII-VII 
a.C.), clássico (VI-IV a.C.);
 b) jônico-dórico, ático, alexandrino e romano-cristão; 
 c) arcaico, clássico, helenístico e romano.
Ao se elaborar uma história do direito grego antigo é preciso que o historiador atente 
para cada época da sociedade à qual se refere, uma vez que o direito de cada uma 
delas é muito diferente.
AUTOATIVIDADES	DA	UNIDADE	I
Tópico
TÓPICO 4 
1 (…)
Com base no estudo do tópico e na afirmação acima, como você diferencia o 
direito pré-homérico do clássico na antiga Grécia?
Resposta esperada: 
Deverá ser apontado que o direito pré-homérico era relacionado às divindades e o 
conceito de justiça como dádiva ou virtude individual. Já na fase clássica o 
conceito de justiça e direito é advindo da condição humana, que é limitada e falha. 
Destaca-se também que há uma diferenciação entre Direito Natural e Direito 
Positivo. O primeiro como divino e o segundo como humano e, por esta razão, 
imperfeito, mas necessário.
PLANO	DE	ESTUDOS	
UNIDADE	2:	PENSAMENTO	JURÍDICO	MEDIEVAL	E	AS	
TRANSFORMAÇÕES	DO	DIREITO	NA	MODERNIDADE
TÓPICO	1	–	O	NAUFRÁGIO	DA	CIVILIZAÇÃO	
ANTIGA:	A	FORMAÇÃO	DA	IDADE	MÉDIA	
TÓPICO	2	–	AO	DIREITO	CANÔNICO:	
ELEMENTOS	CARACTERIZADORES
TÓPICO	3	–	A	MODERNIDADE:	UM	
CENÁRIO	DE	TRANSFORMAÇÕES	
TÓPICO	3	–	O	DIREITO	MODERNO	E	O	
POSITIVISMO	JURÍDICO
FUNDAMENTOS	HISTÓRICOS	DO	DIREITO
Objetivos da Unidade 
» Compreender o processo de 
transição da antiguidade para 
a Idade Média; 
» Refletir acerca dos elementos 
históricos constituintes da 
Idade Média; 
» Identificar as características 
do direito medieval; 
» C o m p r e e n d e r a s 
particularidades históricas de 
formação da modernidade; 
» Discutir os fundamentos do 
direito moderno.
TÓPICO		1:	O	NAUFRÁGIO	DA	CIVILIZAÇÃO	ANTIGA:	A	FORMAÇÃO	DA	IDADE	MÉDIA		
TEMÁTICAS	CENTRAIS:	
Etapa	histórica	que	se	estende	entre	os	séculos	V	ao	XV	no	mundo	europeu.		
Fatores	relevantes:	
A) Consolidação	dos	reinos	e	cultura	bárbara.	
B) Expansão	do	cristianismo	e	poder	papal.		
Predomínio	 de	 uma	 concepção	 pluralista	 de	 Direito:	 a	 coexistência	 de	 ordens	 jurídicas	
distintas	(direito	canônico	e	direito	secular).		
Tópico
TÓPICO		1:	O	naufrágio	da	civilização	antiga:	a	
formação	da	Idade	Média	
Pré-
História
Idade 
Antiga
Idade 
Média
Idade 
Moderna
Idade 
Contem-
porânea
Tópico
TÓPICO		1:	O	naufrágio	da	civilização	antiga:	a	
formação	da	Idade	Média	
Idade Antiga Idade Média Idade Moderna Idade Contemporânea
Tópico
TÓPICO		1:	O	naufrágio	da	civilização	antiga:	a	
formação	da	Idade	Média	
A Idade Média, ao contrário do que nosso imaginário pode supor, 
não foi um período somente dominado por superstições, perseguição 
a hereges e retrocesso civilizatório. Pode-se afirmar que na Idade 
Média serão definidos os elementos que irão edificar a Modernidade. 
Por exemplo, o cristianismo, precursor dos grandes valores 
humanistas e morais modernos, consolidou-se paulatinamente a 
partir do século V, transformando-se de uma crença perseguida a 
uma ideologia política que conduziu o modo de vida europeu por 
séculos. Como veremos, o cristianismo criou importantes dogmas e 
fundamentos para o direito. 
É na Idade Média que se consolidam os reinos bárbaros substituindo 
definitivamente os antigos domínios romanos. Os reinos bárbaros 
acabam por “personalizar” a lei e a prática da justiça, invocando-se a 
condição individual dos sujeitos para a aplicação da lei. Assim, vai-se 
construindo o chamado direito costumeiro (Direito 
Consuetudinário)que se torna legado para os dias de hoje.
Tópico
TÓPICO		1:	O	naufrágio	da	civilização	antiga:	a	
formação	da	Idade	Média	
O CRISTIANISMO 
Em síntese: 
• O cristianismo encontra um fértil terreno entre os empobrecidos por 
ser portador de ideais e formas de comportamento que uniam 
pessoasdivididas e fragmentadas pelo poder imperial romano que 
privava as pessoas de qualquer esperança. 
• A doutrina trazia em si um ideal comunitário. 
• O cristianismo foi visto pelos indivíduos mais cultos da época como 
uma espécie de reavivamento da relação entre o divino e o humano. 
• As práticas “pagãs” sobreviveram ao cristianismo adaptando-se a 
ele, a exemplo de rituais como procissões, invocação de santos, 
festas religiosas que substituíram as pagãs. 
• O cristianismo e sua ideologia salvacionista acabam por tornar-se a 
mais importante cultura ocidental, impregnando também, com seus 
princípios, a política e o direito. 
Tópico
TÓPICO		1:	O	naufrágio	da	civilização	antiga:	a	
formação	da	Idade	Média	
A BARBARIZAÇÃO DO COTIDIANO 
• O império, que até então parecia invencível, sucumbia a invasões 
de povos vindos do nordeste com uma cultura completamente 
distinta. A este fenômeno, agravando ainda mais o momento 
histórico, pouco a pouco há uma fragmentação política e todo 
saber e cultura helênica sucumbe. Novas línguas substituem o 
latim e grego clássicos. As comunidades se isolam e vai-se 
adquirindo novos hábitos, agora mais rudes. 
• Este período, como já vimos, foi conhecido como “invasões 
bárbaras”. Na verdade, eram povos que vinham ocupando o 
império desde o século II e chega o momento em que já não foi 
mais possível resistir, e assim o cotidiano foi se barbarizando. Esse 
processo de “barbarização do cotidiano” constitui-se em 
paulatino abandono do modo de vida romano que já não mais se 
sustentava. Muitos romanos assumem o modo de vida bárbaro
Tópico
TÓPICO		1:	O	naufrágio	da	civilização	antiga:	a	
formação	da	Idade	Média	
A 
BARBARI-
ZAÇÃO DO 
COTIDIANO
PIRÂMIDE SOCIAL 
MEDIEVAL
FONTE: Disponível em: <http://
portfoliocursoevc.blogspot.com.br/2013/04/
video-aula-1-contexto-historico-dos.html>. Acesso em: 17 
nov.
Tópico
TÓPICO		1:	O	naufrágio	da	civilização	antiga:	a	
formação	da	Idade	Média	
A EMERGÊNCIA DO PLURALISMO MEDIEVAL 
• Lima Lopes (2012, p. 53-54) faz uma breve síntese do processo de 
ransformação política e territorial: 
"A certa altura, no final do século V e inícios do século VI, a situação 
pode ser sumariada da seguinte maneira: 
Os francos, sob a liderança de Clóvis, os ostrogodos, sob a 
liderança de Teodorico, o Grande, e os visigodos sob a liderança 
de Eurico e depois Alarico disputam o Ocidente. 
Os francos controlam o norte do que hoje é a França, os ostrogodos 
controlam a Itália setentrional a partir de Ravena, e os visigodos 
controlam o sul da França, ou Gália. Especialmente na Gália a 
divisão entre os romanos e não romanos é forte. Teodorico governa 
a Itália com conselheiros romanos que mantêm de modo geral. 
Nesse mundo dividido, duas ordens de direito se estabelecem: o 
direito dos bárbaros e o direito romano vulgarizado, ou o direito 
romano bárbaro."
Tópico
TÓPICO		1:	O	naufrágio	da	civilização	antiga:	a	
formação	da	Idade	Média	
FONTE: Disponível em: <http://roberto-menezes.blogspot.com.br/2011/02/quedado-
imperio-romano.html>. Acesso em: 17 nov. 2017.
REINOS BÁRBAROS
Pausa	para	esticar	as	
pernas,	tomar	uma	
água,	um	chá	ou	um	
café	antes	de	
avançarmos	com	o	
encontro...	
18
TÓPICO	2:	DIREITO	CANÔNICO:	ELEMENTOS	CARACTERIZADORES.	
TEMÁTICAS	CENTRAIS:	
“direito	 canônico”	 é	 o	 conjunto	 de	 normas	 jurídicas	 que	
normatizam	a	vida	dos	cristãos.	
Causas	de	sua	hegemonia:		
a	 força	 espiritual	 e	 política	 da	 Igreja;	 por	 ter	 sido	 objeto	
doutrinário	 dos	 canonistas	 e	 formação	 das	 Universidades	
conduzidas	pelo	clero.	
Inovação	técnica:	processo	inquisitorial.		
			
	 
Tópico
TÓPICO		2:	Direito	Canônico:	Elementos	
Caracterizadores.
A REFORMA GREGORIANA: MARCO DO DIREITO CANÔNICO 
• DIREITO CANÔNICO. 
• “Direito Canônico” é uma expressão que designa um conjunto de 
normas jurídicas cujo objetivo é o de reger o modo de vida dos 
cristãos. Em 313, quando Constantino concedeu liberdade para 
que as autoridades cristãs – papa e bispos – pudessem julgar seus 
adeptos, segundo seus preceitos religiosos, iniciou-se um processo 
de autonomia que, no século V, ganha absoluta autonomia. 
• Com a queda do Império Romano e a multiplicidade de poderes 
medievais, a Igreja vai assumindo relevância absoluta no 
exercício do poder político e jurídico. Com esse aumento de 
poder e a sofisticação intelectual desenvolvida pelas universidades 
recém-criadas, o direito canônico passa a intervir prioritariamente 
na sociedade como um todo.
Tópico
TÓPICO		2:	Direito	Canônico:	Elementos	
Caracterizadores.
A REFORMA GREGORIANA: MARCO DO DIREITO CANÔNICO 
• “O evento que marca a construção do direito canônico e o poder da 
Igreja foi a Reforma Gregoriana. Trata-se de uma grande 
transformação liderada por Gregório VII (papa entre 1073 a 1085) 
- As 27 determinações de Gregório, cujo objetivo foi promover 
a absoluta autonomia do poder papal, uma vez que até este 
momento a Igreja era uma comunidade espiritual de natureza 
estritamente religiosa, mas não jurídica. 
• O plano do Papa Gregório era abolir totalmente a Interferência dos 
leigos nos assuntos da Igreja e privar os soberanos do direito de 
investidura – nomeação – de bispos, abades e do próprio papa, 
pois com a ordem papal as nomeações passavam a ser feitas 
somente pelo papa. Entretanto, acabou por tornar-se o maior e 
mais significativo conflito entre a Igreja e os Reinos Medievais
Tópico
TÓPICO		2:	Direito	Canônico:	Elementos	
Caracterizadores.
OS CONCEITOS DE JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 
• Com a Reforma Gregoriana, aos poucos a imposição de 
penitências impostas aos fiéis vai se diferenciando das sanções 
legais como consequência de violação da lei. 
• As penitências ou revisão da consciência do cristão são próprias 
do padre, do curador da alma, e se originam de um foro de 
consciência. Já as sanções ou penas derivam o foro judicial que 
detém o poder de aplicar a lei para normatizar as condutas dos 
cristãos como um todo. 
• Assim, a jurisdição ou foro judicial passa a ser matéria comum 
entre os eclesiásticos e os nobres. Como distingui-las? 
• Frente ao problema, os canonistas criam a separação de jurisdição 
tendo como base critérios objetivos – competência – conforme as 
pessoas envolvidas no processo e matéria disputada, e desde tais 
critérios definia-se a jurisdição – distribuição de justiça.
Tópico
TÓPICO		2:	Direito	Canônico:	Elementos	
Caracterizadores.
OS CONCEITOS DE JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 
• Os critérios de jurisdição dos tribunais canônicos eram: em razão 
da pessoa (ratione personarum) e em razão da matéria (ratione 
materiae). 
✓Ex ratione personarum: para os eclesiásticos havia o foro de 
privilégio absoluto, que não eram somente os padres, mas todo 
aquele que exercia uma função eclesiástica. Os professores e 
estudantes também eram considerados clérigos. Ainda aqueles 
que estavam sob a “proteção da cruz” – os cruzados –, que foro 
eclesiástico os miseráveis, que pediam proteção da Igreja, 
atendidos por profissionais nomeados pelos bispos. 
✓Para alguns, o foro de privilégio absoluto – como era o caso dos 
eclesiásticos – e para outros, relativo, podendo estes renunciar ao 
eclesiástico e pedir proteção à jurisdição secular. 
Tópico
TÓPICO		2:	Direito	Canônico:	Elementos	
Caracterizadores.
OS CONCEITOS DE JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 
• Os critérios de jurisdição dos tribunais canônicos… 
✓(…) 
✓Ex ratione materiae: algumas matérias deveriam ser tratadas 
somente em tribunais eclesiásticos, como era o caso de 
casamento, por ser um sacramento da Igreja. As matérias de 
testamento, ou últimas vontades, porque se acreditava da Igreja e 
os pecados públicos como usura, heresia, adultério etc.
Tópico
TÓPICO		2:	Direito	Canônico:	Elementos	
Caracterizadores.
O PROCESSO INQUISITORIAL 
• Ao se consolidar uma classe de profissionais do direito, também se 
disseminou uma forma de solucionar conflitos, uma prática processual 
cuja marca era a racionalidade e a técnica. Além de ter introduzidoo 
processo escrito – autos –, que passou a exigir um corpo notarial, a 
escrita processual exige termos e fórmulas específicas e, assim, a 
lógica de técnica vai assumindo relevância. 
• As fases processuais eram organizadas de modo claro:
1. Libellus: queixa apresentada pelo autor a uma autoridade oficial 
que lê na presença do réu a acusação ou pedido. 
2. Exceções: n o que hoje chamamos de preliminares - qualquer 
defesa que não seja o mérito propriamente dito – que seriam 
dilatatórias ou peremptórias, que poderiam impedir o andamento 
do processo ou atingir o próprio direito. 
3. Litis contestatio: contestação. 
4.Decisão: feita pelo magistrado resolvendo 
o mérito.
Ao	final,	como	terminava	o	
processo?	Quais	as	“soluções”	
possíveis?	
Vide	págs.	102	e	103	do	livro
Tópico
TÓPICO		2:	Direito	Canônico:	Elementos	
Caracterizadores.
A CRENÇA NA VERDADE REAL 
• Não havia limites para os tormentos! Ao contrário! O inquisidor não 
poderia ser negligente na aferição da verdade! 
• O ponto culminante do processo era o Auto de Fé. Um autêntico 
espetáculo público em que se reproduzia o juízo final com a execução 
do herege. Progressivamente, o Auto de Fé tornou-se a maior 
demonstração de poder, quando o rei e os inquisidores ocupavam 
os balcões centrais para desfrutarem da espetacular crueldade. No 
dia da execução o penitente deveria usar um tipo de vestimenta – 
sambenito – com uma espécie de mitra de papelão na cabeça, em 
geral com uma inscrição do crime cometido. 
• Em síntese, a Inquisição foi e até certo ponto é uma mentalidade que 
permanece viva, consistiu em um movimento político-religioso que 
em nome do combate ao demônio promoveu a perseguição 
indiscriminada e intolerante à diversidade, seja de crença ou 
opiniões. Sem dúvida, uma estrutura de poder mantida pelo terror.
Tópico
TÓPICO		2:	Direito	Canônico:	Elementos	
Caracterizadores.
A CRENÇA NA VERDADE REAL 
• Trecho do prefácio da tradução do livro Manual do Inquisidor, feito 
pelo importante teólogo brasileiro Leonardo Boff, que nos diz que a 
crença na verdade absoluta nos leva à intolerância:
Tópico
TÓPICO		2:	Direito	Canônico:	Elementos	
Caracterizadores.
O DIREITO COMUM MEDIEVAL 
• Os juristas, por sua importância e influência como uma segunda 
classe de intelectuais formada da Idade Média ao lado dos 
clérigos, impulsionados pelo humanismo, que se coloca como 
uma nova experiência na qual o sentido humano é renovado, e em 
meio à Reforma Luterana do século XV, que propõe uma forma de 
interpretação independente das autoridades católicas, vivenciam uma 
“viragem” da ciência jurídica no sentido da sistematicidade interna 
e construção de conceitos e princípios gerais. 
• Os juristas medievais desta nova etapa, também influentes diplomatas 
e administradores, não apenas foram os primeiros a reivindicar a 
soberania dos príncipes, com base nas fontes do absolutismo, 
como também, a partir da técnica jurídica formal, como análise lógica 
da realidade utilizada nas questões políticas, fornecem um 
“instrumental racionalizado” para as formas de poder que vinham se 
delineando com o surgimento do capitalismo burguês-mercantilista.
 TÓPICO 3: A MODERNIDADE: UM CENÁRIO DE TRANSFORMAÇÕES. 
TEMÁTICAS CENTRAIS 
“Modernidade” é um modelo (paradigma) civilizatório de origem 
europeia que se expande por meio do processo colonizador a partir 
dos séculos XIII e XIV. 
Traço marcante: a dominação colonial e hegemonia da cultura e 
economia eurocêntrica. 
Nova racionalidade científica e jurídica voltada para o tecnicismo. 
O b j e t i v o : f o r m a ç ã o d e u m a f o r m a d e c o n t r o l e s o c i a l 
institucionalmente racional. 
Tópico
TÓPICO		3:	A	modernidade:	um	cenário	
de	transformações
 AS COSMOVISÕES JURÍDICAS 
MODERNAS 
• Como expressão os momentos 
históricos estudados, os impérios 
ou sistemas culturais coexistiam 
entre si, e apenas com a expansão 
europeia, que atinge a América no 
século XV e o Oriente no XVI, é que 
o planeta se torna o “lugar” de uma 
“única” história mundial (DUSSEL, 
2000, p. 46). Na face interna, desde 
a Europa, modernidade é uma 
forma de emancipação de 
racionalização civilizada da 
humanidade. Um discurso que 
oculta a irracionalidade de 
dominação que justifica seu 
próprio mito.
Tópico
TÓPICO		3:	A	modernidade:	um	cenário	
de	transformações
AS COSMOVISÕES JURÍDICAS MODERNAS 
• O mito da modernidade, uma prática irracional de violência, é 
fundado nas seguintes crenças:justifica seu próprio mito. DUSSEL 
(2000),
1. a civilização eurocêntrica moderna se autocompreende como a mais 
desenvolvida e superior;
2. em troca desta superioridade lhe é imposta a exigência moral de desenvolver 
os povos mais primitivos, rudes e bárbaros;
3. este processo de educação civilizadora deve ser conduzido pela Europa;
4. como o bárbaro se opõe ao processo civilizador, se necessário for e em último 
caso, a violência pode ser utilizada em nome do progresso (justificando-se, assim, 
a “guerra justa” colonial);
5. o processo civilizatório produz vítimas, mas como a violência é inevitável há um 
heroísmo intrínseco neste sacrifício salvador; 6. portanto, o bárbaro não é vítima, 
mas sim o culpado dos sacrifícios necessários, já que o “civilizado” é inocente por 
ser nobre sua missão;
7. portanto, o processo civilizatório possui “custos” para os povos atrasados 
(imaturos), para as raças escravizáveis e para todo débil.
Tópico
TÓPICO		3:	A	modernidade:	um	cenário	
de	transformações
O PROCESSO DE DOMINAÇÃO COLONIAL 
• Na lógica de mercantilização sem limites ou obstáculos que não 
sejam profanáveis pela acumulação, (dominação colonial), o 
sagrado se reifica, se coisifica, se aliena e todo universo 
humano adquire valor de troca. 
• Contudo há um sentido da Renascença que impulsiona a 
modernidade. As experiências socialmente partilhadas pelo 
cotidiano, paulatinamente a partir dos séculos XIV e XV, espelham a 
emergência de uma nova racionalidade. 
• Porém, se, de um lado, a coragem para divergir dos preconceitos 
dominantes ia emancipando o espírito humano, de outro, o cotidiano 
parecia avassalador. Professores eram perseguidos quando não 
professavam a mesma fé do monarca e o debate teológico, com a 
Reforma, assume destaque no meio universitário. Institucionalmente, 
perdem o papel de liderança intelectual para as academias, que 
passaram a ser o centro de produção cultural a partir do século XVII. 
Nesse ambiente ainda as fogueiras da Inquisição ardiam sem parar!
Tópico
TÓPICO		3:	A	modernidade:	um	cenário	
de	transformações
O DIREITO DA CONQUISTA 
• Como parte desse ambiente, praticava-se como nunca magia negra e 
flagelação grupal. A Igreja, pedra angular do modelo social, para 
muitos era mais um centro de corrupção e decadência do que um 
exemplo de integridade moral. O cenário era visto mais como 
apocalíptico do que inovador. 
• Neste contexto, a recuperação do conhecimento e a revolução da 
cultura começam a ser considerados ponto de partida para a construção 
do novo espírito humano, impulsionando o domínio econômico e político 
europeu para além de suas fronteiras. As inovações técnicas se 
alastram e permitem a visualização de um novo horizonte existencial, por 
e.x, a bússola magnética, a pólvora, o relógio mecânico e a imprensa. 
• Esse é o ambiente de um novo ator social com mais confiança em 
sua própria capacidade de discernimento do que nas 
autoridades. Orgulhoso de sua própria razão e ciente de que 
seria capaz de compreender e controlar o mundo circundante 
sem depender de nenhuma divindade onipotente 
TÓPICO 4: O DIREITO MODERNO E O POSITIVISMO JURÍDICO. 
TEMÁTICAS CENTRAIS: 
O Positivismo Jurídico é a melhor expressão do Direito Moderno. 
Resulta da convergência de uma soma de fatores, dentre os quais: 
1. Liberalismo político – modelo que vem a substituir o absolutismo 
de fundamento jusnaturalista que entende ser o Estado o único 
ente político legítimo para produzir e aplicaro Direito. 
2. Legalismo – paradigma que entende que Direito é exclusivamente 
a previsão legal produzida pelo Estado. 
3. Movimento da Codificação moderna (França com o pensamento 
exegético e Alemanha com o pensamento historicista) 
Tópico
TÓPICO		4:	O	direito	moderno	e	o	
positivismo	jurídico
O MODELO POLÍTICO LIBERAL MODERNO 
• Se inicialmente o liberalismo constituiu um instrumento 
revolucionário capaz de enfrentar o Antigo Regime Absolutista, 
com o apoio das camadas populares que acreditavam na 
possibilidade de construção de uma sociedade livre, justa e 
fraterna, com a apropriação do poder político e econômico pela 
elite burguesa, os ideais revolucionários são mantidos 
unicamente no plano formal, excluindo-se da prática qualquer 
ação comprometida com a distribuição da riqueza e a 
democratização política. 
• Positivismo (Jus Posititium) X Naturalismo (jus Naturalismo). 
Tópico
TÓPICO		4:	O	direito	moderno	e	o	
positivismo	jurídico
O MODELO POLÍTICO LIBERAL MODERNO 
• Positivismo (Jus Posititium) X Naturalismo (jus Naturali). 
• O princípio básico de um novo paradigma jurídico, coerente com 
a concepção de que o estudo do Direito deve ser restringido à 
experiência constatada, consiste em identificar e reconhecer 
apenas como Direito o produzido pelo Estado, o único com 
existência objetiva – jus positum – que, com segurança, pode 
ser instrumento de planificação e manutenção da sociedade. 
• Por sua vês, o novo conceito de Direito Natural, que passa a 
dominar o pensamento dos juristas, traz como consequência a 
construção de sistemas jurídicos que têm como ponto de partida 
os direitos inatos do indivíduo.
Tópico
TÓPICO		4:	O	direito	moderno	e	o	
positivismo	jurídico
O DIREITO E A ORIENTAÇÃO EXEGÉTICA 
• Na França revolucionária do século XIX, o movimento da 
codificação veio a mudar radicalmente o conceito de Direito, 
fazendo verdadeira “tábula rasa” da ordem jurídica anterior. Ao 
criar uma nova mentalidade que identifica Direito com os códigos, 
os juristas desenvolvem um instrumental técnico de interpretação e 
aplicação do Direito, seguindo uma orientação exegética. 
• Vejamos que, até fins do século XVIII, predominava uma 
concepção dualista em que o Direito era definido individualmente 
em duas esferas distintas: o Direito Natural e o Direito Positivo, 
diferenciados quanto à gradação de superioridade ao longo da 
formação histórica do pensamento jurídico.
Tópico
TÓPICO		4:	O	direito	moderno	e	o	
positivismo	jurídico
O DIREITO E A ORIENTAÇÃO EXEGÉTICA 
• Por sua vez, na Antiguidade Clássica, como vimos, o Direito 
Natural era considerado hierarquicamente inferior ao Positivo, 
concebido como Direito comum (koinós nómos), enquanto o 
Direito Positivo era o particular. 
• Já na Idade Média, o Direito Natural é visto como “a lei escrita por 
Deus presente no coração dos homens”, como afirma São Paulo 
na Sagrada Escritura, o que resulta na inversão da relação entre 
as duas espécies de Direito, tendência que impregnou o 
pensamento jus naturalista de que considerou o Direito Natural 
superior ao Positivo. Porém, apesar de tais distinções, ambos 
eram considerados como legítimos.
Tópico
TÓPICO		4:	O	direito	moderno	e	o	
positivismo	jurídico
O DIREITO E A ORIENTAÇÃO EXEGÉTICA 
• Com o pensamento exegético, embora sem a coragem de negar 
completamente, o Direito Natural passa a ser de menor 
importância e sem significado prático. No dizer de Demolombe, 
um dos idealizadores do Positivismo Jurídico, o Direito Natural só 
importa ao jurista quando é inserido na lei, fazendo, assim, uma 
inversão própria do pensamento positivista, ao desconsiderar o 
Direito Natural como referencial de validade ao Direito Positivo. 
• É exatamente com a Escola da Exegese que ocorre a mais íntima 
simbiose entre o Direito e o Estado, não apenas no sentido de 
reconhecer como única fonte de Direito o Estado, mas sobretudo, 
por admitir como o único verdadeiro o Direito Estatal.
Declaração do Homem e do Cidadão – 1789: 
 expressão do liberalismo moderno 
		
Fonte:	www.wdl.org/pt/item/14430/
Sugestão	LEITURA	
COMPLEMENTAR
“Crítica e Emancipação: Direitos 
Humanos desde a experiência 
latino-americana” 
Ivone	Fernandes	
Morcilo	Lixa	
(Pág. 145 e 146 do livro didático) 
 
Tópico 3: O 
DIREITO 
MODERNO E 
O 
POSITIVISMO 
JURÍDICO 
Tópico
➢Lembre-se	que,		já	está	disponível	a	Avaliação	I	da	
disciplina,	e	que	você	tem	o	prazo	de	15	(quinze)	dias	
para	realizá-la.	NÃO	DEIXE	PARA	A	ÚLTIMA	HORA!	
➢A	Avaliação	I,	é	referente	à	Unidade	I	do	livro	de	
estudos	de	Expansão	em	Criminalidade..
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	E		
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Aprendizagem.
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tópico de estudo e depois confira o gabarito.
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HISTÓRICA	DO	
DIREITO	
BRASILEIRO	
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Tutor:	Lineu	Facundes
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UNIDADE	2:	PENSAMENTO	JURÍDICO	MEDIEVAL	E	
AS	TRANSFORMAÇÕES	DO	DIREITO	NA	
MODERNIDADE

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