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Desenvolvimento 
da Sexualidade Humana-
IAN- Instituto Anna Neves 
 
 
 
SEXUALIDADE 
Aprendendo a se relacionar com o mundo 
 
 
Sexóloga, 
Coaching em Relacionamento 
e Sexualidade e Terapeuta tântrica: 
 Léia Martins 
 
 
“Quando o homem atribuía um sexo a todas as coisas, não via nisso um jogo, mas 
acreditava ampliar seu entendimento: - só muito mais tarde descobriu, e nem mesmo 
inteiramente ainda hoje, a enormidade deste erro. De igual modo o homem atribuiu a 
tudo o que existe uma relação de moral, jogando sobre os ombros do mundo o 
manto de uma significação ética. Um dia, tudo isso não terá nem mais nem menos 
valor do que possui hoje a crença no sexo masculino ou feminino do Sol”. 
Friedrich Nietzsche, Aurora, (São Paulo: escala, 2008). 
 
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Sumário 
 
Introdução - Abordagens Terapêuticas da Sexualidade Humana............................................. 3 
Um breve conceito de Sexologia .................................................................................................... 5 
Um Resumo da História da Sexualidade ...................................................................................... 5 
Qual a importância da Educação Sexual Adequada ................................................................... 8 
A infância e as descobertas sobre a Sexualidade ....................................................................... 8 
Sexualidade e Gravidez ................................................................................................................. 10 
Terceira Idade e Sexualidade ....................................................................................................... 11 
Conceitos Básicos sobre Sexo ..................................................................................................... 12 
Respostas Sexuais Humana ......................................................................................................... 13 
Disfunção Sexual Masculina ......................................................................................................... 20 
Disfunção Sexual Feminina ........................................................................................................... 13 
Exercício intimo feminino e masculino: ........................................... Erro! Indicador não definido. 
Mitos sexuais mais frequentes: ........................................................ Erro! Indicador não definido. 
I- O Trabalho com TERAPEUTA da sexualidade: ..................... Erro! Indicador não definido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução - Abordagens Terapêuticas da Sexualidade Humana 
 
É impossível iniciarmos um texto que tem o objetivo de explorar as abordagens 
terapêuticas da sexualidade humana sem antes retomarmos alguns pontos 
fundamentais. O primeiro deles é que a sexualidade é parte singular e indissociável da 
existência humana e por isso deve ser entendida como sendo uma construção social a 
partir das marcas biológicas dos corpos. Apesar de estarmos em um contexto 
acadêmico, onde teorizamos sobre a sexualidade, nunca podemos nos esquecer de que 
ela está presente nas diferentes formas de comunicação, nas diversas expressões das 
artes, na maneira em que vivemos e que organizamos os relacionamentos afetivos e 
sociais expressos no nosso cotidiano. 
 
Outro ponto muito importante diz respeito ao que cada um traz consigo como repertório 
para compreensão e vivência da sexualidade. De uma forma sempre delimitada em um 
tempo histórico e baseada em aspectos do psiquismo, nossa compreensão acerca da 
sexualidade está calcada em valores pessoais e morais que definem o que é bom ou 
ruim, adequado ou inadequado. É preciso cuidado para que não reforcemos 
estereótipos ou cristalizações nas formas de expressão da sexualidade. Dessa maneira, 
é necessário que compreendamos que o que temos como “certo”, “exato”, “melhor” ou 
“pior” em relação à expressão e vivência da sexualidade em todas as suas facetas, não 
são suficientes para que possamos nos colocar na condição de cuidador, educador e 
ou terapeuta. Para que possamos assumir esses papéis é necessário que percebamos 
a complexidade que envolve o tema da sexualidade. 
 
Para tratar dele é necessário reaprendermos a ouvir, a refletir sobre o contexto no qual 
estamos inseridos, aprender a perceber a realidade criticamente e problematizar o que 
temos como verdades absolutas. Ou mesmo deixar de fazer generalizações sobre as 
formas de expressão da vida. Como a sexualidade é multidimensional, não podemos 
sucumbir à fantasia onipotente de que seremos os únicos capazes de oferecer 
respostas às questões envolvidas e que, como futuros “especialistas”, podemos definir 
a priori as necessidades dos sujeitos sem que estes sejam cuidadosamente 
compreendidos em toda sua integralidade. 
 
Nesse sentido, é importante ponderarmos nossa compreensão em relação à 
supervalorização de aspectos biológicos, psicológicos ou sociológicos isoladamente, ou 
seja, sem levar em consideração que essas três instâncias interagem e constituem a 
nossa sexualidade. Por exemplo, não é sempre que uma "queixa" é um problema 
médico e, muitas vezes, homens ou mulheres de diferentes idades se baseiam em 
formulações sociais em torno da definição de masculinidade e feminilidade para 
avaliarem a si mesmo como "normais" ou "anormais". 
 
Assim, quando desconsideramos o papel social da medicina na oferta de diagnósticos 
biológicos para problemas multifatoriais, acabamos valorizando uma questão orgânica 
em oposição aos outros aspectos da nossa constituição. Nem sempre a queixa é um 
"problema", e nem mesmo um problema é sempre um problema orgânico. A “clínica 
médica” original previa esse entendimento, mas o processo histórico de construção do 
saber e de legitimação dos corpos e comportamentos sexuais deixou o lugar biológico 
supervalorizado. 
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Hoje tentamos retomar isso na direção da ampliação da compreensão. Não se trata de 
desprezar ou menosprezar as questões orgânicas da sexualidade, afinal, sexualidade é 
a construção social que existe sobre as sensações corporais, mas trata-se de não 
priorizar a face biológica da sexualidade. 
 
Uma questão muito importante é que o biológico é definitivo enquanto processo e 
estrutura biológica e não enquanto construção social e vivência psíquica. Por exemplo, 
as pessoas transexuais nascem com uma determinada estrutura biológica, porém sua 
identidade sexual se constitui a partir de outros elementos. Dessa forma os processos 
fisiológicos, endocrinológicos, dentre outros na esfera biológica são importantes, mas 
isoladamente não oferecem uma resposta “verdadeira” e definitiva. 
 
Então, é importante que saibamos que as pessoas vão buscar na ciência as respostas 
para seus problemas, mas muitas vezes o conhecimento e as ferramentas que os 
profissionais de saúde, incluindo médicos, têm para lidar com as queixas da sexualidade 
são os mesmos que qualquer pessoa leiga. Em geral, a formação tradicional, não 
oferece condições para que o médico possa ir além do corpo. Ou para que um psicólogo 
possa ir além dos processos psicológicos. Nosso desafio não é passar sobre, mas ir 
além do corpo! 
 
É na noção de circularidade e de processos complementares e simultâneos que 
devemos colocar nossa atenção quando nos preparamos para trabalhar na abordagem 
terapêutica da sexualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seu corpo 
Sua 
Cor 
 
Suas Crenças 
 
Seu 
Sexo 
Sua Idade 
 
 
Seu 
Gênero 
Seus 
Desejos e 
Medos 
Sua Instrução 
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Um breve conceito de Sexologia 
 
Mas afinal o que é sexologia? O que ela estuda? 
Segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2014), é a ciência que tem por 
objetivo o estudo da sexualidade e dos problemas fisiológicos ou psíquicos a ela 
relacionados. 
A sexualidade trazconsigo a grande tarefa de descobrir os problemas referentes a 
sexualidade, ao contato íntimo e o bem-estar sexual. 
A qualidade da vida sexual se reflete na maneira como a pessoa se apresentará 
emocionalmente. Quanto mais realizada estiver e maior for seu conhecimento do 
próprio corpo, dos gostos e fantasias, mais feliz ela irá se apresentar. Quanto maior o 
desconhecimento e desprazer, mais infeliz ela será. 
A sexualidade é algo amplo, que envolve fatores sociais e emocionais. Ela se 
estabelece por meio das relações com o ambiente e com o outro, transformando se em 
algo particular e único em cada indivíduo. Ao compreender que as relações sociais 
influenciam direta e indiretamente nas ações estabelecidas pelo sujeito, é interessante 
visualizar a Sexualidade dentro dos diversos contextos históricos, pelos quais passou 
a sociedade, a fim de compreender as influências deixadas para a sua constituição 
atual. 
 
Um Resumo da História da Sexualidade 
 
A sexualidade dentro da 
história da humanidade, é 
marcada por intensas 
mudanças, influenciadas 
pelas percepções e 
pensamentos que foram 
surgindo a partir de 
diversos contextos 
culturais, econômicos e 
religiosos. 
Os primeiros vestígios da 
sexualidade humana 
aparecem no período 
paleolítico. Pinturas e 
gravuras nas cavernas, até 
esculturas contemplando o corpo feminino, principalmente as partes intimas. Tais 
aspectos indicam exaltação a fertilidade. Na maior parte do matriarcalismo primitivo há 
um culto a fertilidade feminina e como consequência, a sexualidade ao se ver envolta 
por uma significação mística é concebida como sagrada e divina. Verificam se que as 
comunidades eram comandadas pelas mulheres e eram elas que garantiam a 
sobrevivência dos membros. A sexualidade era percebida com naturalidade pelos 
indivíduos pertencentes a clã. Neste período, não é dado um valor substancial aos 
elementos emocionais e pessoas envolvidas na relação sexual, verifica se uma 
semelhança com os animais, nos quais executam o ato sexual apenas para satisfação 
e procriação. A segurança e a estabilidade, as condições de frio fizeram necessários 
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as cooperações entre tribos e este contato intertribal colocou um ponto final em todos 
os relacionamentos incestuosos. A união dentro de um mesmo grupo, tornava inevitável 
a consanguinidade. Onde o incesto surgia como primeiro tabu da humanidade. Quando 
tratamos do tema sexualidade, este é um ponto bastante importante, perceber a origem 
da união conjugal. Entender e compreender porque o incesto é malvisto dentro da 
sociedade, uma vez que atinge e fere os preceitos da família. 
O poder matriarcal se modifica no período Neolítico. O homem passa a ser o pai e o 
chefe devido aos meios de produção. Os exércitos foram criados para defender as 
propriedades, formando-se o poder real e a religião. 
A mulher passa a ser propriedade do homem. Com a monogamia, a taxa de natalidade 
aumentou favorecendo a mão de obra na lavoura. 
Logo após este período, com a formação do povo Hebreu, a visão da sexualidade se 
modificou, pois, os Hebreus destinavam o sexo a procriação dos filhos, que era uma 
tarefa destina por Deus. “Feliz o homem cuja família era numerosa”. A relação sexual 
ficou bem vista porque era sábio ter filhos. O aborto era crime. Era muito importante a 
linhagem familiar. O filho homem era vangloriado e a mulher descriminada e devido aos 
altos dotes que eram pagos as famílias que elas casavam. 
A sexualidade grega envolvia a submissão das mulheres e era misturada com seus 
deuses, sua religião e seus conhecimentos. 
Dentro do período Paleolítico, a sexualidade era percebida como algo místico, onde 
havia exaltação a a mulher e a fertilidade, porém, a cultura grega e seu patriarcalismo, 
predomina, desvalorizando a mulher e a sexualidade volta-se num caráter religioso. Os 
homens tinham liberdade dentro e fora do casamento, podendo eles manter relação 
com outras mulheres e homens. A mulher não tinha nem voz, nem vez, era submissa 
ao pai ou marido. 
Na Idade Média, o pensamento da igreja predominava, ditando regras a serem 
cumpridas. E esta entendia a sexualidade como pecado, ou seja, havia uma visão 
negativa, carregada por moralismo religioso. Quando eram pegos em pecado, os 
indivíduos eram reprimidos e suas partes queimadas ou eram enforcados. Esta rigidez, 
trouxe a exaltação e continência ao celibato e repulsão de todo sexo, submissão da 
mulher e corpo. 
Santo Agostinho também disserta a respeito do sexo como sendo o único fim- a 
procriação. Era contra qualquer tipo de expressão sexual e anticonceptivo, mesmo 
dentro do matrimonio. 
Interpretar o rigor da moral sexual cristã primitiva, é difícil. Provável que o rigorismo, 
ocorreu devido a extrema liberdade sexual dos povos pagãos da época, que pouco a 
pouco, “convertiam-se”, ou eram enquadrados à moral cristã. 
No período Medieval, a tentativa de superação do poder exercido pela igreja católica 
provoca a desestruturação do feudalismo ao mesmo tempo e que se formava uma nova 
classe social: a Burguesia. 
Inicia-se a Idade Moderna, a desconstrução dos argumentos propostos pela Igreja. “O 
mundo moderno que surge é um mundo profano, crítico, liberal, que elege a razão como 
nova forma de compreensão do mundo rejeitando a fé e os dogmas medievais”. 
Apesar da reforma protestante, proposta por Lutero, o pensamento a respeito da 
sexualidade não é modificado, ou seja, a base no pensamento Agostiano ainda 
permanece com ênfase bastante intensa. Porém, agora com a intenção de regular o 
capitalismo e fazer com a mão de obra poupe força e faça o capital ampliar-se. “O sexo 
vira o grande inimigo do trabalho”. No inicio da era moderna, a masturbação e a 
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expressão sexual são condenadas e consideradas como anomalias. O “EU” corporal 
não existe. Existem sim, a civilidade e a mascara social, o prazer desaparece e é 
reduzido ao privado com fim de procriação. Sobre o sexo nasce a cultura da vergonha 
com níveis ainda mais profundos que na Idade Média. Tudo isso para garantir a mão 
de obra barata para as indústrias. 
As modificações começam a acontecer devido a intervenção da medicina, que por meio 
de estudos científicos reconfigura o pensamento sexual da época, e os movimentos de 
libertação sexual. De diversas formas explodem os movimentos de contestação e em 
todas, estava presente a liberdade sexual que era símbolo de outras liberdades 
exigidas. 
No início do século XX, os movimentos desencadeados, como a luta da mulher pelo 
direito ao voto, o acesso a universidade e a vida profissional. A 1ª Guerra Mundial, 
dentre outros, trouxeram uma nova configuração social. O progresso motivou o homem 
ao alto consumo, disseminando a ideia que o importante era o TER e não o SER. O 
capitalismo identificou na sexualidade um grande grito e incorporou-a a sua máquina 
de consumo. 
Após a metade do século XX, o sexo passa a ser produto de consumo. Há uma grande 
produção de objetos referentes ao sexo, além da indústria de pornografia e exploração 
sexual. A mulher passa a ser vista como objeto sexual e a mídia expõe seu corpo 
escultural como estratégia para conseguir vender e lucrar. Esta exposição do sexo e do 
corpo, principalmente o feminino, proporcionando uma desconfiguração da visão dos 
adolescentes diante do sexo e da sexualidade. 
Nos dias atuais, a sexualidade é tratada de forma banal, influenciando no 
comportamento dos jovens e adolescentes. O “Sexo”, a mercadoria esta disponível na 
internet, no rádio, na televisão, nos namoros eletrônicos, nas bancas de jornais e 
livrarias, gerando informações distorcidas e levando a pratica desenfreada de 
compulsão e desejos. 
Por meio da história da sexualidade, podemos perceber que houve significativas 
mudanças em relação ao pensamento sexual estabelecido em cada sociedade. 
É cada vez mais reconhecida a importância da saúde sexual para a longevidade dasrelações afetivas e como parte da saúde global e bem-estar do indivíduo. 
Atualmente, independente do gênero, o aspecto prazeroso do sexo tem demostrado 
maior que sua finalidade reprodutiva. As mulheres estão procurando mais ajuda medica 
para os fins de desejo sexual, porem grande parte admite que os ginecologistas não 
estão preparados e qualificados para esta área. Muitas mulheres ainda não buscam 
ajuda medica por vergonha. Uma minoria das mulheres tem a iniciativa de falar sobre 
suas dificuldades sexuais e apenas uma pequena parcela dos ginecologistas 
questionam sobre a função sexual de suas pacientes. 
No Brasil, a sexologia é um campo novo dentro da especialidade de ginecologia e 
obstetra e áreas afins, possibilitando a qualificação dos profissionais para o acesso as 
estratégias de abordagem das queixas sexuais. 
A evolução da pesquisa em sexologia abordando amplamente o complexo 
biopsicossociocultural da função sexual humana disponibiliza um contingente sem 
precedentes de informações que possibilitam a construção de modelos de abordagem 
das disfunções sexuais de complexidade variável, adequáveis aos programas de 
assistência individual e populacional. 
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No entanto, para otimizar a pratica da medicina sexual na identificação e intervenção 
das queixas sexuais masculinas e femininas, são necessários amplos conhecimentos 
fisiológicos, psíquicos e anatômicos para a evolução do mesmo. 
 
Qual a importância da Educação Sexual Adequada 
 
Quando estudamos a Sexualidade, percebemos o quanto temos de potencial de prazer, 
plenitude e orgasmos presentes no corpo humano, mas que não é só isso. 
Ter uma reeducação sensorial do corpo, um amadurecimento fisiológico e emocional, 
tornar possível uma melhor qualidade de vida sexual. 
Se conectar com sua fonte de poder pessoal, trazendo a capacidade de realização de 
suas ideias e pensamentos. 
Em nossa sociedade, o sexo é vinculado a pornografia ou, pior ainda, é tratado como 
tabu. As escolas e religião até hoje ensinam uma visão muito limitada da sexualidade. 
Nossa sexualidade: Quais nossos traumas? Como foi sua sexualidade na infância? O 
que você pensa sobre a educação Sexual? 
 
 
A infância e as descobertas sobre a Sexualidade 
 
E muito importante a informação sexual já na 
infância. Não apenas no ambiente familiar, 
mas na escola, por parte dos professores, 
treinados adequadamente. A repressão e a 
desinformação dos adultos dificultam o 
entendimento das curiosidades que é normal 
das crianças. As respostas devem ter clareza. 
Histórias fantasiosas trazem consequências 
para a credibilidades para outros assuntos 
questionados por elas. Esta confiança é muito 
importante para uma boa relação entre pais e 
filhos. A presença afetiva é fundamental para 
a formação de um adulto feliz nos relacionamentos amorosos e sexuais. Quando 
necessário, procurar orientação de um profissional na área da psicologia infantil, para 
prevenir futuras dificuldades psicossexuais na vida adulta. Conhecer as fases de 
desenvolvimento da criança, ajuda os pais e educadores a não ter atitudes inadequadas 
que podem interferir diretamente no futuro. Os pais devem se conhecer melhor para 
saber as necessidades dos filhos, para que estes, se tornem adultos seguros. Meninos 
e meninas, durante toda a infância, aprendem a reconhecer e experimentar seu próprio 
corpo, cada um com seu ritmo e tempo. 
Dos dois aos quatro anos, as crianças podem ter pensamento de que quando 
crescerem casarão com seu pai ou sua mãe. Seja qual for a fantasia da criança, não 
devera ser zombada ou repreendida, apenas orientadas de maneira adequada para sua 
idade. Os jogos sexuais entre as crianças do mesmo sexo ou sexo oposto, ocorrem de 
maneira relativamente frequente, sem danos aparentes, mas que necessitam de 
orientação e não repressão de adultos que estão ao seu lado. Para as crianças do três 
aos quatros anos, é comum manipular seus próprios genitais. Muitos adultos têm 
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atitudes rígidas e proibitivas, negando que já vivenciaram esta fase, mas esta negação 
é consequência da rígida educação da sua época. 
É importante também expressões de afeto espontâneo entre os pais. Dos cinco aos 
seis anos, as crianças começam a copiar os adultos e já estão familiarizados com as 
diferenças entre meninos e meninas. Nesta idade, a um risco de envolvimento sexual 
com alguém mais velho, por isso é importante a orientação para a criança não ser 
enganada e seduzida em uma relação indesejada. 
Dos sete aos nove anos, os grupos de amigos estimulam a curiosidade, brincadeiras 
sexuais, especialmente no mesmo sexo são frequente nesta fase. Aos dez anos, a 
puberdade se inicia e os corpos se modificam, iniciando mudanças para a vida adulta. 
 
 
Sexualidade na adolescência 
 
 
A sexualidade atravessa um longo 
desenvolvimento e tem inicio na 
adolescência. O menino se inicia com a 
primeira ejaculação, as meninas têm 
modificação nos seios e corpo. 
Menarca é a primeira menstruação. 
Semenarca é a primeira ejaculação. A 
masturbação na adolescência para os 
meninos é um período muito marcante. É 
uma atividade importante porque 
proporciona autoconhecimento do corpo e 
das suas sensações e emoções. Acha que é pecado e muitas vezes tem ereção que 
ele próprio não controla. Acontece então as mudanças hormonais indicando que a 
criança está em direção ao mundo adulto. Nas meninas é bem antes dos meninos, mas 
tudo depende da programação genética. 
O prazer sexual muitas vezes acontece pelo acaso, outras voluntarias e começas a 
experimentar novas sensações físicas que antes desconheciam. 
Estrogênio- hormônio feminino que causa várias alterações de comportamento. 
Testosterona- hormônio masculino e surge de forma marcante por volta dos 13 anos. 
Quando a bolsa escrotal cresceu totalmente e a testosterona é produzida em grande 
quantidade. 
Muitos conflitos e problemas emocionais acontecem nessa fase. A cobrança pelo corpo 
bonito e perfeito. 
Iniciam-se as experiencias do ficar, vivenciar novas descobertas de sensações físicas 
e emocionais. 
Os meninos se interessam mais por pornografias, ao contrário das meninas. É muito 
importante a orientação sexual nesta fase não somente na escola, mas também na 
família, principalmente para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. 
(DST´s). Alertar sobre os riscos, porém não cometer o erro de associar sexo a doença, 
causando traumas emocionais que futuramente poderão ocasionar disfunções sexuais, 
comprometendo a afetividade e o emocional na vida adulta. 
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A camisinha é a principal aliada para as prevenções, mas os jovens necessitam ter 
consciência e treinar para se adaptar ao uso da mesma. A gravidez indesejada ainda 
tem um índice alto e preocupante 
 
Sexualidade e Gravidez 
 
A cumplicidade, a afetividade e o diálogo são 
essenciais para que o casal possa sentir-se 
tranquilo e a vontade para viver a sexualidade 
com prazer e alegria. 
A gravidez para a mulher é uma faze na vida 
de grande transformação físicas e emocionais. 
Pode ser um momento de muitas alegrias como 
pode ser uma fase de profunda angustia e 
sofrimento por uma gravidez não programada. 
A sexualidade da mulher gravida dependerá de 
como ela percebe, valoriza e avalia este 
momento de mudanças físicas e emocionais. 
Emoções e sentimentos se misturam envolvendo alegria, tristeza, entusiasmo, 
ansiedade ou até mesmo depressão. 
Nos primeiros três meses de gravidez, na grande maioria das vezes, o incomodo dos 
enjoos e o temor de perder o bebe, desestimulam as mulheres no interesse sexual. 
Quando o obstetra afirma ser uma gravidez de risco, o casal sequer procura saber o 
que é ou não permitido em relação ao sexo. Fragilizados, passam a evitar qualquer tipo 
de contato sexual. É um momento de descobertas para o casal e sim, eles podem 
vivenciar toques íntimos um no outro sem risco para a gravidez. A sexualidadenão 
apenas o prazer da penetração, mas está presente no corpo todo, através do beijo, do 
toque sensual e carinhoso no corpo um do outro. Saber que o parceiro pode atingir 
orgasmos não exclusivamente com a penetração. 
A criatividade também pode entrar em cena com jogos eróticos. Quando não tem 
restrições, mesmo assim o ginecologista deve orientar para continuarem vivenciando 
com tranquilidade a sexualidade, desmistificando os mitos e tabus a sexualidade da 
mulher gravida. 
A fase é de introspecção e isso faz a mulher mais sensível e necessite de mais carinho 
e proteção, se distanciando e evitando a penetração. Outras mulheres encontram na 
gravidez a liberdade de viver a sua sexualidade e se sentem mais atraentes. 
A questão religiosa e crenças podem afastar o desejo pela relação sexual durante a 
gravidez. 
Outro fator é a estética que influenciam homens e mulheres porque não sentem atração 
pelo corpo de uma mulher gravida. Outros acentuam o desejo pela parceira. No 
segundo trimestre de gestação a mulher se sente mais segura e confiante com o 
processo gestacional, refletindo no humor e na sexualidade. Após o parto, a 
amamentação, a rotina, o estressa nova realidade com um recém-nascido também 
interferem bastante, porem na medida que o tempo vai passando, papai e mamãe e 
bebe vão se adaptando a uma nova realidade de vida e a sexualidade recomeça a ter 
espaço importante no relacionamento. 
Para alguns casais infelizmente, é necessário a orientação de psicólogo, ginecologista 
ou terapeuta sexual para orientar em fatores desencadeados desta fase. É 
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fundamental a busca por ajuda logo no começo, para evitar disfunções sexuais, traumas 
ou ate uma separação do casal. 
 
Terceira Idade e Sexualidade 
 
O que acontece com o sexo 
neste período da vida? 
Pessoas idosa saudáveis, que 
gostam de sexo, são capazes 
de aproveitar ate com idade 
mais avançada. já os que 
apresentam problema sexuais 
podem ser ajudados. Durante 
toda nossa existência 
carregamos o peso das nossas 
experiencias sexuais, 
moldadas por nossos pais, 
família, professores, e por toda 
a sociedade de maneira positiva e negativa. A expectativa de vida mudou nas últimas 
décadas, hoje um homem chega aos 60 anos com uma vida saudável e atraente em 
nossa sociedade. Os homens que são mais velhos se julgam e são julgados pela 
comparação da frequência e potencia do desempenho sexual. As mulheres sofrem uma 
pressão menor, mas elas também se preocupam coma as mudanças. Dificuldade na 
forca muscular da vagina, problemas na lubrificação vaginal outras começam a sentir 
dores na penetração. A baixa autoestima também repercute nos sentimentos de 
inferioridade. 
O ato sexual é complexo e envolve a mente, o corpo e as emoções. 
Quando acontece a menopausa, as mulheres tendem a perder o desejo e entrar em 
depressão. Os homens percebem que desempenho sexual fica diferente comparando 
com a juventude. Demora um pouco mais para ter uma ereção e qualquer distração, já 
perde ela. Entretanto, a qualidade de vida sexual dos homens na terceira idade vem 
melhorando, devido aos avanços da medicina. A rotina esta sendo trocada por novas 
maneiras de prazer e de intimidade, proporcionando novas formas de sensações 
eróticas. 
Hoje em dia, a procura por terapias e especialistas na área da sexualidade é bem maior 
e isso se faz necessário muitas vezes diante de alguns problemas sexuais ou de 
relacionamento. 
Viver os prazeres da sexualidade não tem idade e é necessário desmitificar a ideia 
errônea que após os 60 anos, não sente ou não deveria sentir desejo sexual. Apesar 
das mudanças físicas, a mente continua a sentir necessidade de viver novas emoções, 
tais como, o afeto, o amor e o prazer na sexualidade. 
Porem, envelhecer assusta e o maior temor é a impotência sexual para os homens. 
Mas isso pode acontecer em qualquer idade, por diversas razoes, entre elas, o cansaço, 
tensão, doenças, bebidas em excesso e outros. É importante que a partir dos 40 anos, 
inicie os exames anuais com urologistas. Mas a grande maioria dos problemas tem 
causas psicológicas. Em muitos casos com a idade, as mulheres relaxam e começam 
a gostar mais de sexo. Mas o maior medo é a solidão depois de uma viúves ou 
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separação. A solução é não desistir e apostar em UM NOVO RELACIONAMENTO E 
SER FELIZ. 
 
Conceitos Básicos sobre Sexo 
 
O sexo implica no conhecimento fisiológico do corpo humano. Desde os tempos antigos 
se sabia que o corpo também era uma forma de encontrar prazer facilmente. Não 
existem muito estudos sobre o assunto, corpo humano como objeto de prazer, apenas 
alguns manuais escritos em locais como na Índia e na China. Existem ainda técnicas 
hindus e tântricas para o bom desenvolvimento sexual. 
O sexo significa um ato de amor para alguns e para outros, é uma simples satisfação 
de prazer. As pessoas que praticam o sexo carregam para si a reponsabilidade de 
assumir consequências, como a gravides ou a transmissão de doenças sexuais para o 
parceiro. 
Masturbação, namoro, casamento, ficar. Esta relação de autoconhecimento, ainda 
implica em muitas discussões até hoje. 
A busca do prazer sempre existiu e acompanha a evolução e a formação mundial, 
trazendo novas descobertas e formas de amor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Respostas Sexuais Humana 
A relação sexual bem sucedida depende de uma sequência complexa de ocorrências 
hormonais fisiológicas altamente vulneráveis aos efeitos de excitações emocionais, 
tanto intensas quanto crônicas. 
1- Excitação: duração de minutos a horas. Lubrificação vaginal na mulher e ereção 
no homem. 
2- Platô: excitação continua. Prolonga-se de minutos a vários minutos. 
3- Orgasmo: significa agitação, irritação. É uma descarga de imenso prazer, 
energia, representada no homem pela ejaculação peniana. 
Segundo Wilhelm Reich é “Tensão que aumenta, atinge o auge, e é 
descarregada, gerando relaxamento corporal” 
4- Resolução ou período Refratário: também chamada de fase da 
detumescência, é um estado subjetivo de bem estar. Tem duração de minutos a 
horas. 
A fase do Desejo ou Apetência só foi descrita por Kaplan em 1977, e correspondia a 
vontade de estabelecer relação sexual. 
Estimulação Psicogênica (estimulo psicológico): E quando os estímulos partem da 
fantasia, imaginação intencional. 
Estimulação Reflexiva (estimulo 
causado por outra pessoa): Causado 
por toques nos genitais ou regiões 
próximas. 
Na Masturbação: O estimulo realizado 
é de origem psicogênica, isto é, a 
imaginação erótica, traz uma 
experiência empobrecida em seus 
resultados sensoriais. Os movimentos 
são repetitivos, viciantes, localizados e 
condicionantes. 
 
Disfunção Sexual Feminina 
 
Transtorno do Desejo Sexual: 
São divididos em hipoativo ou transtorno de aversão sexual. O primeiro consiste na 
deficiência ou ausência persistente ou decorrente de fantasias ou desejo de ter atividade 
sexual. Já o segundo se refere a aversão ou fuga do contato sexual genital como o 
parceiro. 
14 
 
Muitas vezes adotam a velha 
postura de “luta ou fuga”. Insistem 
em uma relação sexual não 
prazerosa, fingindo orgasmo e 
prazer ou fogem do contato sexual 
como o “Diabo foge da Cruz”. 
Queixando–se de dores de cabeça, 
irritação ou cansaço (evita o apoio 
do parceiro que geralmente se 
sente rejeitado). A depressão é 
uma consequência frequente e o 
desajuste conjugal é o passo 
seguinte. 
 
 
Transtorno do Orgasmo (Anorgasmia) 
Consiste no atraso ou ausência persistente ou recorrente de orgasmo. Antes, a relação 
sexual tinha como objetivo a satisfação masculina. Hoje, apesar de muitos tabus sexuais 
terem sido derrubados, ainda é grande o número de mulheres que sofrem na cama. 
Mitos e conceitos equivocados sobre orgasmo, ou sobre a sexualidade de forma geral, 
sempre estiveram presentes em nossa cultura, que amulher deveria ser um ser 
assexuado, sem desejo, sem prazer, sem tesão e a disposição do outro. 
Durante séculos, a mulher foi privada do orgasmo, por ele não estar vinculado à 
procriação. Só mais tarde, o orgasmo feminino foi admitido, mas com muita cautela. E 
a mulher que atingia o gozo sem amor era tida como ninfomaníaca. 
A impossibilidade de atingir o orgasmo é chamada de Anorgasmia e é a mais frequente 
das disfunções sexuais femininas. As estatísticas apontam que há apenas 25% de 
mulheres orgásticas e 75% de mulheres que apresentam algum tipo de dificuldade em 
alcançar o orgasmo. 
 
Mas a desigualdade no orgasmo, 
embora reconhecida, raramente 
é discutida. Simplesmente é 
aceita como sendo a maneira 
como o sexo é. 
A desigualdade de orgasmos 
entre homens e mulheres não é 
apenas um problema individual. 
75% dos homens chegam 
regularmente ao orgasmo em 
relações sexuais com suas 
parceiras, mas somente 29% das mulheres o conseguem. 
15 
 
Atualmente, se percebe uma busca descontrolada pelo orgasmo, que passou a ser o 
objetivo único de uma relação, esquecendo-se do prazer do relacionamento. Praticar 
sexo é uma escolha, ter prazer, uma possibilidade. 
Entretanto, é comprovado que todas as mulheres são capazes de ter orgasmos, a não 
ser que estejam sofrendo de alguma doença neurológica e disfuncional, endocrinológica 
ou ginecológica, que tenha destruído ou comprometido a base física do orgasmo. A 
maioria das causas é de natureza psicológica ou de inabilidade e desconhecimento, sua 
ou de seu parceiro (a) em lidar com o seu corpo. 
Fatores psicológicos que podem inibir o orgasmo: 
 Tabus e preconceitos que comprometem uma participação ativa no ato sexual; 
 Desconhecimento do próprio corpo e do corpo do parceiro; 
 Cada um dos parceiros deve aprender a conhecer o seu próprio corpo e desenvolver a 
habilidade de expressar adequadamente as condições e os estímulos que o favorecem 
em direção ao orgasmo; 
 Conflitos inconscientes evocados pelas sensações eróticas; 
 Sensações de culpa em relação à sexualidade; 
 Medo da entrega ao parceiro; 
 Hostilidade ao parceiro; 
 Medo de se entregar às sensações fortes e desconhecidas (a excitação só chega até 
certo ponto, não permitindo alcançar a fase de platô, que é o nível máximo de excitação 
necessário para desencadear o orgasmo); 
 Preocupação excessiva em alcançar o orgasmo, o que gera ansiedade, impedindo o 
relaxamento, indispensável para desencadeá-lo. 
Algumas mulheres tendem a negar a importância do orgasmo em um esforço para se 
adaptar à disfunção, usufruindo apenas dos aspectos não orgásticos da relação. Ao 
serem repetidamente frustradas durante algum tempo, acabam ficando desinteressadas 
por sexo. 
Em alguns casos, a angústia da mulher por sua incapacidade de atingir os orgasmos, 
antecipa o fracasso quando começa a fazer amor, ocasionando perturbação suficiente 
para originar uma frigidez secundária ou ausência geral de resposta sexual, que não 
poderá ser completamente restaurada, a menos que ela aprenda a liberar seu reflexo 
orgástico inibido. 
As relações não têm favorecido o orgasmo da mulher: 
Os homens têm muita responsabilidade sobre o orgasmo da mulher. Estudos 
comprovam que 80% das vezes o homem penetra a mulher antes que ela esteja 
devidamente pronta e preparada para o ato sexual. 
No ato sexual convencional, o homem privilegia a penetração e desenvolve aspectos 
obsessivos compulsivos, gerando muita ansiedade para penetrar logo. 
16 
 
A maioria dos homens se prende ao mito da masculinidade, entrando no ato sexual 
como se estivesse cumprindo a missão de defender as atitudes machistas que lhes 
foram erroneamente passadas pelos modelos masculinos dos seus ancestrais e 
reforçados pela ignorância social que permeia o assunto – provar que é “macho”. 
Agrega-se a isso o pavor que os homens possuem de “falhar” na “hora H”, do pênis não 
se manter ereto, de se imaginar “avaliado” em sua performance, como se o seu 
comportamento fosse julgado por uma banca examinadora. Ou de se vangloriar por 
atuações, quase sempre medíocres, por desconhecer completamente os aspectos 
anatômicos e fisiológicos da vagina ou dos reflexos neurofuncionais do corpo da mulher, 
sendo incapazes de perceber as reações da mulher aos seus estímulos. 
Os homens ainda não sabem compartilhar a troca de prazeres eróticos que aos poucos 
dinamizam e potencializam a energia, abrindo caminhos para que os receptores dos 
neurotransmissores propiciem as condições para que o orgasmo feminino aconteça. 
Os homens estão submetidos à expressão primitiva do sexo, que determina que a 
expulsão do esperma aconteça o mais rápido possível. A frequência do vai-e-vem do 
pênis é rápida, a penetração é profunda, o ritmo frequente, a atenção fica concentrada 
na vagina, até que rapidamente, em pouco tempo, o homem ejacula, sem que a mulher 
experimente minimamente o prazer, a ponto de fluidificar e produzir a emoliência de 
seus músculos intravaginais e a produção dos hormônios responsáveis pelo orgasmo. 
Existem procedimentos concomitantes, através dos quais é possível à mulher 
experimentar orgasmos também em conjunto com a penetração. 
Na relação a dois, quando o homem se dedica, com cuidados especiais, a levar a sua 
parceira a experimentar as fases dos "altos platôs", ele contribui para a elevação do 
prazer e a culminância do orgasmo, a níveis mais elevados, levando a mulher a 
experimentar o estado de supraconsciência. 
Existem estatísticas que demonstram que mulheres que praticam o sexo com uma 
parceira feminina levam grande vantagem sobre os parceiros homens – gozam em 83% 
das vezes. Fica caracterizado então que o grande problema resume-se à forma como o 
sexo heterossexual é praticado e ao fato dos homens desconhecerem totalmente o 
corpo feminino e as necessidades dos estímulos específicos e adequados que as 
mulheres necessitam. 
Algumas constatações de Shere Hite: 
“O Relatório Hite”, um profundo estudo sobre a sexualidade humana, realizado por 
Shere Hite, informa que as mulheres que nunca gozaram sentem-se com frequência 
deprimidas ou lesadas por saberem que estão perdendo um grande prazer. 
Hite e os maiores estudiosos da sexualidade humana afirmam que o melhor jeito de 
uma mulher aprender a gozar é por meio da masturbação. 
 
17 
 
As mulheres não são menos orgásticas que os homens, pelo contrário. Elas são 
fisicamente capazes de múltiplos orgasmos, orgasmos secos e até mesmo ejaculações 
que ocorrem em concomitância com o orgasmo. 
Homens e mulheres precisam investir na experimentação e no seu desenvolvimento 
sensorial, explorando as características de prazer não só das partes erógenas do seu 
corpo, mas também em outras áreas dos sentidos. 
Esses novos pontos sensoriais podem ser acordados depois de um determinado 
período de estimulação. Nós aprendemos que é necessário um certo tipo de 
estimulação, no local específico e no tempo adequado. Os parceiros precisam conhecer 
esses pontos erógenos e se dedicar a produzir os estímulos corretos, no período de 
tempo apropriado, para que os resultados da excitação possam se expandir até a 
eclosão do orgasmo. 
Em muitos lugares ainda prevalece a ideia de que o prazer sexual não foi inventado 
para a mulher, só para os homens. Em muitos países mulçumanos, por exemplo, 
extirpam-se o clitóris das meninas, numa tentativa de que não entrem em contato com 
o prazer sexual. 
Os homens que se libertaram do mito da masculinidade e conseguiram penetrar na 
atmosfera feminina, entenderam que é importante que suas parceiras alcancem maior 
qualidade de orgasmo e de prazer, para desfrutarem de um relacionamento saudável e 
amigável, sem as neuroses convencionais que são um obstáculo para a perpetuação 
das boas relações. 
Mulheres fingem o orgasmo? 
É muito grande o número de mulheres que fingem o orgasmo como uma forma de 
agradar aos seus parceiros. Falta-lhes a autenticidadedo prazer e, consequentemente, 
os homens não mudam o seu comportamento conformista em relação às suas 
incapacidades e limitações, de proporcionar qualidade sexual aos seus 
relacionamentos. 
É muito raro encontrar uma mulher que nunca tenha fingido um orgasmo. 35% das 
mulheres fingem sistematicamente por razões distintas, para não serem consideradas 
frias e incapazes, ou para não decepcionar seus parceiros. 
E o homem, também sofre de ausência de orgasmos? 
A forma mais comum de ausência de orgasmos masculina é a disfunção erétil, também 
conhecida como impotência sexual. Ela se define pela incapacidade de obter ou manter 
uma ereção e é a disfunção sexual mais comum. 
Existem causas psicológicas e orgânicas. Na década de 90, as pesquisas em busca de 
soluções do problema chegaram ao sildenafil, comercializado com o nome de Viagra. É 
18 
 
um medicamento administrado por via oral que facilita a ereção, mas é necessário que 
haja o estímulo ou o desejo sexual, senão a ereção não acontece. 
Sempre que se fala na ausência do orgasmo, logo se pensa na mulher. Em muitos 
casos, pode ocorrer também que, muitas vezes, apesar da ereção ocorrer normalmente, 
um homem também pode não obter o orgasmo numa relação sexual. É mais ou menos 
recorrente que alguns homens tenham uma inibição do reflexo ejaculatório, definida 
como ejaculação retardada, identificada como uma demora demasiada e muitas vezes 
compulsiva, caracterizada por dificuldades em se obter a ejaculação e o orgasmo. 
O homem associou o orgasmo ao reflexo ejaculatório, apesar deles sobrevirem distinta 
e independentemente. Pode ocorrer um orgasmo – ou mesmo orgasmos múltiplos, sem 
ejaculação, assim como podem ocorrer ejaculações sem a ocorrência de orgasmos. Até 
mesmo pênis flácidos são passíveis de ejaculação com ou sem presença espermática. 
Isso é desconhecido ao homem comum. 
Existem diferentes tipos de orgasmo para homens e para mulheres. Os mais comuns e 
frequentes são os de natureza psicogênica, que necessitam da estimulação da fantasia 
e da imaginação. Esses orgasmos foram condicionados no corpo em função da 
masturbação. 
Os orgasmos mais intensos são os que são experimentados depois de muita preliminar. 
No orgasmo, os principais componentes orgânicos são os hormônios e para isso é 
necessário, muita caricia, tempo e dedicação. Sem a produção e a intensificação dos 
hormônios, não há prazer, e tampouco as respostas sexuais necessárias para produzir 
a experiência de orgasmo. 
Os médicos, psicólogos e psiquiatras tendem a menosprezar a importância do orgasmo. 
Mesmo porque, para eles não há muito que fazer no sentido de orientar os pacientes a 
uma prática sexual saudável que implique no perfeito entrosamento dos casais. Existem 
questões éticas que impedem a orientação adequada, somando-se também a ausência 
e/ou desconhecimento de procedimentos terapêuticos adequados para a solução do 
problema. 
 
Falta de Libido ou “ vontade”. 
A libido é uma carga energética que tem origem na sexualidade como um todo. Muitas 
pessoas acham que a sexualidade localiza-se apenas no aparelho genital, o que não é 
verdade. A libido é uma energia que faz os indivíduos buscarem a realização de suas 
necessidades básicas, como a fome, por exemplo, e também todas as formas de prazer. 
Assim, parte da libido é reprimida ou destruída através dos mecanismos repressores 
sociais, parte é deslocada para outros atos humanos como estudar, fazer arte, trabalhar 
ou outras atividades que julgamos importantes ao longo de nossas vidas, e uma última 
parte fica disponível para o prazer sexual. A libido é a energia que move o ser humano 
a se relacionar com os objetos, com o meio ambiente ou com outras pessoas, do mesmo 
sexo ou do sexo oposto. Se não fosse pela libido, o ser humano não iniciaria sua relação 
com o mundo e não a valorizaria. 
19 
 
É esta energia que garante que as crianças comecem a brincar, a locomoverem-se para 
explorar a realidade à sua volta. 
Libido também significa limites, ter 
a noção dos limites à nossa volta, 
reconhecer o que é proibido, o que 
é perigoso, ou o que é aceitável, o 
que é livre. 
A capacidade de canalizar a libido 
para o mundo exterior é 
fundamental para o equilíbrio do 
ser humano. Problemas nesta 
canalização podem ocasionar falhas na socialização, como o autismo, autoagressão, 
masturbação compulsiva e outros distúrbios de comportamento. 
Na linguagem comum, a libido pode ser entendida como “vontade” e para entender 
melhor este conceito podemos nos utilizar das nossas expressões cotidianas: “não 
estou com vontade”; “sem vontade não há solução”. Estas formas de expressão 
sinalizam a importância da libido em todas as nossas ações. Libido é um termo que 
significa vontade e desejo. 
A falta de libido nas mulheres está relacionada com a frigidez ou a insensibilidade em 
relação aos estímulos com base sexual. Muitas doenças, incluindo mentais e 
psicossomáticas, podem estar relacionadas com a falta ou perda de libido, como por 
exemplo: depressão, anorexia, cirrose, hemocromatose, hipogonadismo e outras. 
Por outro lado existem doenças que resultam em um aumento excessivo da libido, 
como: obsessão ou TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), transtorno bipolar, 
hipertireoidismo e sífilis. Alguns medicamentos e muitas drogas também provocam 
alterações na libido. Um aumento patológico da libido é também conhecido como vício 
do sexo ou ninfomania, satiríase ou compulsão sexual. 
 
Transtornos Sexuais Dolorosos: 
Chamada de “dispareunia”, a dor que ocorre durante as relações sexuais pode 
representar para as mulheres um empecilho maior à satisfação sexual. Nessa situação, 
que pode ocorrer em qualquer idade, a dor pode aparecer no começo das relações 
sexuais, no meio, durante a penetração ou fora dela, no momento do orgasmo ou até 
mesmo depois que as relações acabaram. 
A dor pode ser ardente, aguda, causticante ou espasmódica; pode ser externa, na 
vagina, ou dentro da região pélvica ou do abdômen. Não se conhece ao certo a 
incidência da dispareunia, mas estima-se que 15% das mulheres adultas, sexualmente 
ativas, já sentiram dor durante o coito (penetração) algumas vezes por ano. As 
pesquisas demonstram que é alto o número de mulheres adultas que têm relações 
sexuais dolorosas com frequência. 
20 
 
A dispaurenia retira o prazer sexual de uma pessoa e pode interferir na excitação sexual 
e no orgasmo. O medo da dor pode produzir ansiedade, tensão e afetar totalmente os 
reflexos que produzem a excitação. Em muitos casos a pessoa acaba evitando o ato 
sexual ou abstendo-se de todas as formas de contato sexual, com implicações até no 
retraimento das relações. 
Os parceiros de mulheres com 
dispareunia devem ser muito 
compreensivos e sensíveis aos 
seus sentimentos, auxiliando-a na 
busca por tratamentos que a 
acolham e a ajudem a superar o 
problema. 
Dependendo da gravidade e da 
intensidade do problema, o 
“trauma”, arquivado pelo reflexo 
neuromuscular no corpo da 
pessoa, vai se abrindo e sobrepondo a experiência traumática com novas informações 
relativas ao prazer e ao orgasmo. 
Nos atendimentos, o terapeuta não confronta o sistema de defesa do corpo, pois isso 
somente reforça o trauma. Num trabalho complexo de reintegração da aceitação e do 
afeto, vai reorganizando as sensações fazendo com que o corpo se abra naturalmente, 
permitindo-se experimentar novos níveis de aprofundamento sensorial, sem armar as 
defesas que produziam a tensão e a dor que afetam o ato sexual. 
 
 
 
Disfunção Sexual Masculina: 
 
Disfunção Erétil: 
Estima-se que, no Brasil, cerca de 10 milhões de homens sofram da forma crônica da 
doença e que cerca de 20 milhões de homens enfrentem a forma menos severa. Embora 
no passado a impotência sexual estivesse relacionada exclusivamente com causas 
físicas, hoje sabemos que 70% dos casos estão associados a causas orgânicas, como 
a diabetes, problemasvasculares ou efeitos secundários de drogas e remédios. 
 
A impotência sexual masculina também é definida como “disfunção erétil”. É um 
problema comum que atinge muitos homens ao menos uma vez, durante a vida. 
Segundo os estudos mais atuais, a doença afeta de 7% a 8% dos homens com idades 
de 20 a 39 anos e cerca de 55% a 60% de homens com idade acima dos 70 anos. 
A impotência também pode se traduzir como disfunção sexual ocasional por causas de 
origem psicológicas, emocionais ou traumáticas. Medo, raiva, frustração e ânsia pelo 
desempenho são as razões mais frequentes. A disfunção erétil pode afetar gravemente 
21 
 
a autoestima, piorando a dificuldade quando o problema físico se mistura com questões 
psicológicas. 
Ela pode começar abruptamente, geralmente após um grande trauma psicológico, ou 
pode se instalar 
gradualmente como resultado 
da depressão, ansiedade e 
estresse crônico. Além disso, 
em muitos distúrbios mentais, 
a libido sexual e a potência 
também são afetadas. 
Existe uma situação muito 
comum, que atinge no 
mínimo uma vez todos os 
homens adultos, 
particularmente, aqueles envolvidos em relações sexuais casuais, a chamada 
"ansiedade de performance" ou medo de falhar. Muitas sociedades esperam do homem 
um papel sexual agressivo e consideram que a falha no desempenho sexual é 
vergonhosa. 
Falhas ocasionais também ocorrem em muitas outras situações. Elas podem ser, por 
exemplo, uma simples falta de diálogo com o parceiro sexual, um atrito conjugal (por 
ex., após uma briga), a presença de elementos perturbadores no ambiente, tais como 
barulho ou luz, uma diminuição temporária na libido sexual, devido à fadiga ou 
preocupações, ou medo de ser pego em relações ilícitas. 
Uma questão importante feita pelos médicos para determinar a causa da impotência é 
se o paciente frequentemente acorda com ereção. Ereções "matutinas" são psicológicas 
e estão relacionadas aos mecanismos de suprimentos do sangue durante o sono e não 
à excitação sexual. A presença destas ereções geralmente significa que a principal 
causa pode não ser orgânica. 
Fatores psicológicos também estão presentes quando a causa da impotência é 
puramente orgânica. A incapacidade de alcançar ereção nestes casos aumenta a 
ansiedade e o medo de não conseguir ter a ereção. 
Existem muitas causas físicas para a impotência temporária ou crônica, as quais podem 
se estender desde as mais curáveis ou até as causas mais severas, que não podem ser 
curadas sem medidas invasivas ou radicais, tais como a cirurgia. 
As seguintes causas são bem conhecidas e estudadas: 
1. Problemas com o suprimento de sangue do pênis; 
2. Efeitos colaterais de drogas e medicamentos; 
3. Distúrbios do sistema nervoso; 
4. Distúrbios hormonais; 
22 
 
5. Danos estruturais do pênis; 
6. Outras doenças, complexas e multissistêmicas; 
Doença vascular periférica 
Esta é a causa mais comum da disfunção erétil, porque está correlacionada com muitas 
doenças sistêmicas que afetam os vasos sanguíneos da região genital, direta ou 
indiretamente. Doenças crônicas, tais como diabetes mellitus, colesterol alto e outras, 
levam à destruição das paredes contráteis das veias, ou provocam endurecimento, 
estreitamento ou bloqueio das artérias que chegam ao pênis. A ereção do pênis 
acontece quando o sangue, carregado pelas artérias do pênis, intumesce os corpos 
eréteis feitos de tecido esponjoso. Qualquer falha neste mecanismo de preenchimento, 
tal como o estreitamento das artérias e placas ateroscleróticas, pode conduzir a uma 
insuficiência erétil. A ereção é mantida por um aprisionamento fisiológico do fluxo de 
sangue acumulado no pênis, via vasos sanguíneos. Qualquer falha neste mecanismo 
(relaxamento do sistema vascular do pênis) resulta em ereções menos rígidas ou 
incapacidade em mantê-las pelo tempo suficiente para completar o coito. Insuficiência 
vascular talvez seja a causa que mais se correlaciona com a idade. Geralmente, a 
impotência causada por fatores vasculares parece aumentar lentamente ao longo dos 
meses ou anos, causando uma diminuição na firmeza das ereções, para finalmente 
tornar-se o fator preponderante. 
A abordagem diagnóstica para a doença vascular é investigá-la com ultrassom, através 
de um método chamado cavernossonograma Doppler, o qual é capaz de mostrar a 
imagem colorida do fluxo sanguíneo no pênis. 
Medicações e drogas: 
Mais de 200 medicamentos do receituário médico são conhecidos por afetar a função 
erétil no homem. De fato, existem tantos, e para tantas condições, que esta deve ser 
uma das principais causas da impotência orgânica. Algumas destas drogas promovem 
impotência por atuar no Sistema Nervoso Central. Outras afetam a intensidade do 
suprimento sanguíneo do pênis ou promovem relaxamento dos vasos sanguíneos. Entre 
elas, encontram-se: 
1. Medicamentos usados para tratar hipertensão arterial (pressão alta), tais como 
espironolactona e diuréticos à base de tiazida, bem como betabloqueadores; 
2. Medicamentos usados para tratar depressão (antidepressivos) e ansiedade 
(ansiolíticos), tal como fenotiazina; 
3. Medicamentos usados para tratar distúrbios neurológicos, tais como doença de 
Parkinson e outras; 
4. Medicamentos usados para tratar problemas gastrointestinais, tal como a cimetidina; 
5. Medicamentos usados para tratar alergias. 
Além disso, o abuso de substâncias como álcool, tabaco, cocaína e outras drogas 
também é a causa importante de impotência nos dias de hoje. É irônico que estas 
substâncias de abuso sejam consideradas afrodisíacas por seus usuários, quando 
tomadas em pequenas quantidades, mas produzem dependência quando usadas 
sistematicamente. Um cálice de vinho, durante um encontro romântico, pode "soltar" 
23 
 
inibições e diminuir a ansiedade de performance ou outros fatores psicológicos 
inibidores. Um ansiolítico leve pode causar o mesmo efeito. Alguns fumantes ficam mais 
calmos ao desfrutar lentamente um cigarro, cachimbo ou um charuto. Para algumas 
pessoas, a poderosa sensação de bem-estar que acompanha a ingestão de cocaína, 
metanfetaminas e outras drogas, pode atuar como excitante sexual. Entretanto, o abuso 
crônico e altas doses dessas substâncias têm o efeito oposto. 
Mais de 80% dos alcoólatras sofrem de impotência sexual crônica. Estudos científicos 
têm mostrado que fumantes crônicos têm danos importantes no seu sistema de 
suprimento sanguíneo genital. 
Dano neurológico: 
Doenças nervosas ou danos aos nervos que controlam o processo de ereção também 
estão entre as causas mais comuns de impotência. 
O grande aumento na incidência de hiperplasias e de câncer da próstata nas últimas 
décadas é um dos maiores responsáveis. A cirurgia da próstata danifica os nervos em 
mais de 80% dos casos. Parte destes pacientes recupera a função sexual, completa ou 
parcialmente, após um ano ou mais, mas a maioria permanece impotente por toda a 
vida. A terapia por radiação do câncer de próstata, ainda que menos traumática, também 
tem um efeito sobre a potência sexual. Outras cirurgias pélvicas podem ter um efeito 
deletério sobre a ereção. 
Outra causa da impotência é o trauma na virilha. Esta é mais comum do que 
imaginamos, particularmente em alguns esportes. Recentemente, um grupo de 
pesquisadores desvendou que andar de bicicleta pode ser a maior causa da impotência, 
porque fortes golpes do períneo (o triângulo entre o ânus e a base do escroto) contra a 
barra frontal da bicicleta são muito danosos. Ainda precisa ser comprovado se o trauma 
constante, de baixa intensidade causado pela fricção do períneo contra o assento, 
poderia também ser responsável pela disfunção erétil. 
Algumas doenças nervosas afetam fortemente a capacidade de alcançar a ereção, 
porque elas atuam sobre estruturas cerebrais que são responsáveis pelo controle 
central do impulso sexual e sua performance. Elas são: doença de Parkinson e outras 
doenças do sistema motor, derrame,esclerose múltipla, alguns tumores do cérebro e 
da glândula hipófise, e epilepsia. Afetações na medula espinhal ou nos nervos que vêm 
ou vão à área genital, tais como a compressão dos discos vertebrais ou afetações 
traumáticas como paraplegia e tetraplegia, ou em paralisia regional, podem afetar o 
desempenho sexual, causando impotência parcial ou total. 
Danos estruturais do pênis: Existem doenças menos comuns (por exemplo, a fibrose do 
tecido do pênis) causadas por doenças orgânicas, a doença de Peyronie (ela causa a 
um encurvamento anormal do pênis) e os cistos e tumores. 
Distúrbios hormonais: 
24 
 
Aproximadamente 5 a 10 % da população masculina sofre de algum tipo de distúrbio 
hormonal. O mais comum, também relacionado com a idade, é a constante diminuição 
nos níveis de testosterona, o principal hormônio sexual do homem. Ela tem 
provavelmente alguma coisa a ver com a diminuição na capacidade das células 
testiculares em sintetizar o hormônio. Este fenômeno levou alguns especialistas a 
afirmar que existe um tipo de "menopausa" para o homem, não tão drástica como para 
a mulher, denominada andropausa. Ainda que isto seja controverso, o fato é que muitos 
precursores metabólicos da testosterona (substâncias usadas pelo corpo no processo 
de síntese) tais como DHEA (dehidroxiepiandrosterona), diminuem significativamente 
com a idade. 
A diminuição de testosterona tem sido associada com a diminuição na libido sexual e 
performance, porque os circuitos cerebrais e os tecidos do pênis são dependentes 
destes níveis de hormônios. Entretanto, uma porcentagem significativa de homens com 
baixos níveis de testosterona permanece com performance sexual inalterada. Quando 
baixos níveis de testosterona afetam as características sexuais primárias e secundárias 
(por exemplo, quando o crescimento da barba é consideravelmente lento, ou existe 
perda de pelos no peito ou na pelve, ou mesmo a atrofia dos testículos e pênis, e um 
aumento na região das mamas chamado ginecomastia), diz-se que ocorre uma 
condição chamada hipogonadismo (de gônadas, ou glândula sexual). Existem dois tipos 
de hipogonadismo: 
1. Hipogonadismo primário, causado por uma doença nas células produtoras de 
testosterona; 
2. Hipogonadismo secundário, causado por uma doença ou disfunção nos sistemas que 
controlam a produção de testosterona, como a hipófise. A forma mais comum de 
hipogonadismo secundário é chamado de Hipogonadismo Hipogonadotrófico, porque 
existe uma diminuição demonstrável nos níveis de FSH (Hormônio Folículo 
Estimulante), ou hormônio gonadotrófico, que é produzido pela glândula hipófise. O 
Hipogonadismo Primário, em contraste, tem níveis normais ou até aumentados de FSH. 
Outra condição que pode frequentemente levar à impotência sexual é chamada de 
hiperprolactinemia, que é um aumento anormal de outro hormônio produzido pela 
hipófise, denominado prolactina. Nas mulheres, a prolactina é responsável por estimular 
as glândulas mamárias para produzir leite. Os homens normalmente têm níveis baixos 
de prolactina, mas em algumas doenças eles podem estar aumentados, tais como em 
um tipo de tumor benigno chamado prolactinoma. 
Nos exames diagnósticos feitos para diagnosticar as causas da impotência sexual, o 
médico normalmente pede testes de laboratório destinados a medir o nível de 
testosterona, FSH e prolactina. Simultaneamente, níveis baixos de testosterona e FSH 
significam um diagnóstico de Hipogonadismo Hipogonadotrófico. Hiperprolactinemia 
está também muitas vezes associada a esta condição. 
Com base no instinto humano e na habilidade de adaptação da espécie, percebemos 
que o corpo humano reorganiza as sinapses sensoriais que levam as informações ao 
cérebro, reativando as condições propícias ao orgasmo e ao prazer. 
25 
 
Existem inúmeras outras possibilidades de orgasmo, como o orgasmo seco, que pode 
beneficiar os homens que sofreram a remoção radical da próstata através de cirurgia. 
 
Ejaculação Prematura ou Precoce 
 
Também denominada ejaculação prematura, é a mais comum das disfunções sexuais 
masculinas. A ejaculação precoce (ejaculatio praecox) é inconfundível, caracterizada 
pela incapacidade do homem em controlar o reflexo ejaculatório. Uma vez que esteja 
sexualmente excitado, ele atinge o orgasmo rapidamente. 
 
A ejaculação precoce pode acontecer com ou sem a penetração; alguns homens 
ejaculam apenas com um pequeno estímulo tátil ou mesmo visual. 
Para alguns clínicos, o 
tempo que decorre entre a 
introdução na vagina e a 
ejaculação é o critério 
para se determinar o 
diagnóstico. A capacidade 
do homem para controlar 
a sua ejaculação é crucial 
para que haja um perfeito 
desempenho no ato 
sexual, capaz de 
proporcionar prazer a 
ambos os parceiros. O 
bom amante sexual deve ser capaz de dar continuidade aos jogos sexuais, mesmo que 
esteja envolvido por um alto grau de excitação, permitindo à parceira/parceiro chegar a 
um alto nível de excitação e de orgasmo. 
Muitos homens possuem grande dificuldade em receber a afetividade e a carícia. Com 
isso, existe a dificuldade em compreender que o efeito produzido pelo contato suave 
produz determinados resultados na mente e no cérebro, que resultam na supremacia 
do orgasmo e do prazer. Por outro lado, a musculatura peniana é hipotônica – tem baixo 
tônus muscular – e não consegue sustentar uma energia mais alta de prazer com maior 
demanda, por mais tempo. Quanto maior é a valorização da masturbação e da fantasia, 
por parte do homem, maior a probabilidade de tornar-se ejaculador precoce e impotente. 
Os problemas associados ao ejaculador precoce vão além da esfera genital. Junto com 
a ejaculação, o homem percebe a ausência ou a diminuição da sensação erótica. O 
trajeto das informações sensoriais do sistema nervoso fica congestionado com a 
excitação e com a proximidade do orgasmo e os homens acabam por experimentar uma 
sensação de anestesia dos órgãos genitais, pois a energia sobe muito rapidamente para 
o centro sexual adaptado, o cérebro congestionado de erotismo. 
O homem que experimenta a anestesia genital não tem conhecimento deste fenômeno, 
simplesmente porque ainda não se reeducou sensorialmente, nunca depurou a sua 
26 
 
percepção, permanecendo como um observador no momento do orgasmo. Quando o 
homem se coloca na postura de um observador, dissociado dos papéis de amante que 
representa no ato sexual, passa a compreender e a administrar melhor as mobilizações 
de energia provocadas pelo erotismo e pelo orgasmo, distribuindo a experiência da 
intensificação da energia, espalhando-a para outros músculos do seu corpo e não 
apenas concentrando-a nos músculos ejaculadores. 
 A ejaculação precoce pode ter como origem causas físicas e psicológicas. 
Os homens que sofrem de incontinência ejaculatória são infelizes e angustiados por 
conta dessa condição. A falha no controle do orgasmo produz a sensação de 
inadequação sexual, carregada com um sentimento de culpa e incapacidade de levar o 
outro a uma situação de prazer, de intimidade e de orgasmo. A falta de controle leva o 
homem a diminuir e a frustrar os seus contatos sexuais, sentindo-se envergonhado e 
ansioso. Muitos homens experimentam uma evolução do seu quadro para uma 
impotência reguladora, como uma reação ao quadro de medo, culpa, ansiedade e 
frustração. 
 
Ejaculação Retardada 
A Ejaculação Retardada (ejaculatio retardata), denominada como “incapacidade 
ejaculatória” por Masters e Johnson, pode ser definida como uma inibição do reflexo 
ejaculatório, tornando o ato ejaculatório retardado ou difícil de acontecer. 
Um homem que sofre de ejaculação retardada responde normalmente aos estímulos 
sexuais com uma ereção firme, porém, torna-se incapaz de ejacular. Embora deseje o 
alivio orgásmico, mesmo que ele receba a estimulação adequada para disparar o reflexo 
orgásmico, não o consegue. 
Em sua forma branda, a inibição ejaculatória é associadaa situações que provocam a 
ansiedade. Muitos homens que sofrem de ejaculação retardada no momento do sexo 
com uma parceira, conseguem-no mais facilmente com uma estimulação manual 
(masturbação). 
 
Desejo Sexual Hipoativo 
 
Já ouviu falar em ninfomaníaca? Ou quem sabe Satiríase? Estes são nomes dados aos 
desejos sexuais hiperativos. 
A pessoa que sofre deste transtorno deseja o sexo incessantemente, quer alcançar o 
orgasmo várias vezes seguidas, custe o que custar. O ato sexual e masturbação muitas 
vezes são seguidos de culpa e arrependimento, o que não impede de continuar 
buscando prazer através do sexo, assim como acontece em qualquer outro vício. 
 
Sintomas: 
 O indivíduo passa por cima de qualquer limite de certo e errado para obter sexo: 
adultério, pornografia, swing, prostituição, masturbação descontrolada. Sexo em 
locais inapropriados, com pessoas comprometidas e etc. não mede 
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consequência e coloca em jogo a vida do cônjuge, filhos, seu emprego, 
amizades, e relacionamentos em geral; 
 Fantasias sexualmente excitantes frequentes e intensas, impulsos ou 
comportamentos sexuais “anormais” que persistam durante um período de pelo 
menos seis meses. 
 As fantasias, comportamentos ou impulsos causam desconforto ou 
comprometimento na sua vida social, trabalho, amizade e relacionamento 
afetivo. 
 Os sintomas não estão relacionados com uso de drogas ou estimulantes. 
 Doenças de Pìck, lesões cerebrais, sífilis e demência também podem causar 
um aumento na sexualidade, impulsividade e obsessão sexual além de outros 
comportamentos socialmente inadequados similares. 
 
O primeiro passo para a cura é reconhecer o problema e aceitar a necessidade de 
ajuda. Quanto mais negar aos outros e a si mesmo, mais destruição trará para sua vida 
e para aqueles que o ama. Se permanecer preso a esse transtorno, dificilmente 
conseguira construir uma família e manter uma vida equilibrada. 
Saber controlar os impulsos através de terapias. Desenvolver habilidades para lidar 
melhor com a ansiedade, desconforto e carência afetiva. 
 
Antidepressivos que regulam a serotonina podem ajudar a diminuir a libido, a 
ansiedade, os pensamentos obsessivos e aumentar o autocontrole e bom humor.

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