Prévia do material em texto
1 Desenvolvimento da Sexualidade Humana- IAN- Instituto Anna Neves SEXUALIDADE Aprendendo a se relacionar com o mundo Sexóloga, Coaching em Relacionamento e Sexualidade e Terapeuta tântrica: Léia Martins “Quando o homem atribuía um sexo a todas as coisas, não via nisso um jogo, mas acreditava ampliar seu entendimento: - só muito mais tarde descobriu, e nem mesmo inteiramente ainda hoje, a enormidade deste erro. De igual modo o homem atribuiu a tudo o que existe uma relação de moral, jogando sobre os ombros do mundo o manto de uma significação ética. Um dia, tudo isso não terá nem mais nem menos valor do que possui hoje a crença no sexo masculino ou feminino do Sol”. Friedrich Nietzsche, Aurora, (São Paulo: escala, 2008). 2 Sumário Introdução - Abordagens Terapêuticas da Sexualidade Humana............................................. 3 Um breve conceito de Sexologia .................................................................................................... 5 Um Resumo da História da Sexualidade ...................................................................................... 5 Qual a importância da Educação Sexual Adequada ................................................................... 8 A infância e as descobertas sobre a Sexualidade ....................................................................... 8 Sexualidade e Gravidez ................................................................................................................. 10 Terceira Idade e Sexualidade ....................................................................................................... 11 Conceitos Básicos sobre Sexo ..................................................................................................... 12 Respostas Sexuais Humana ......................................................................................................... 13 Disfunção Sexual Masculina ......................................................................................................... 20 Disfunção Sexual Feminina ........................................................................................................... 13 Exercício intimo feminino e masculino: ........................................... Erro! Indicador não definido. Mitos sexuais mais frequentes: ........................................................ Erro! Indicador não definido. I- O Trabalho com TERAPEUTA da sexualidade: ..................... Erro! Indicador não definido. 3 Introdução - Abordagens Terapêuticas da Sexualidade Humana É impossível iniciarmos um texto que tem o objetivo de explorar as abordagens terapêuticas da sexualidade humana sem antes retomarmos alguns pontos fundamentais. O primeiro deles é que a sexualidade é parte singular e indissociável da existência humana e por isso deve ser entendida como sendo uma construção social a partir das marcas biológicas dos corpos. Apesar de estarmos em um contexto acadêmico, onde teorizamos sobre a sexualidade, nunca podemos nos esquecer de que ela está presente nas diferentes formas de comunicação, nas diversas expressões das artes, na maneira em que vivemos e que organizamos os relacionamentos afetivos e sociais expressos no nosso cotidiano. Outro ponto muito importante diz respeito ao que cada um traz consigo como repertório para compreensão e vivência da sexualidade. De uma forma sempre delimitada em um tempo histórico e baseada em aspectos do psiquismo, nossa compreensão acerca da sexualidade está calcada em valores pessoais e morais que definem o que é bom ou ruim, adequado ou inadequado. É preciso cuidado para que não reforcemos estereótipos ou cristalizações nas formas de expressão da sexualidade. Dessa maneira, é necessário que compreendamos que o que temos como “certo”, “exato”, “melhor” ou “pior” em relação à expressão e vivência da sexualidade em todas as suas facetas, não são suficientes para que possamos nos colocar na condição de cuidador, educador e ou terapeuta. Para que possamos assumir esses papéis é necessário que percebamos a complexidade que envolve o tema da sexualidade. Para tratar dele é necessário reaprendermos a ouvir, a refletir sobre o contexto no qual estamos inseridos, aprender a perceber a realidade criticamente e problematizar o que temos como verdades absolutas. Ou mesmo deixar de fazer generalizações sobre as formas de expressão da vida. Como a sexualidade é multidimensional, não podemos sucumbir à fantasia onipotente de que seremos os únicos capazes de oferecer respostas às questões envolvidas e que, como futuros “especialistas”, podemos definir a priori as necessidades dos sujeitos sem que estes sejam cuidadosamente compreendidos em toda sua integralidade. Nesse sentido, é importante ponderarmos nossa compreensão em relação à supervalorização de aspectos biológicos, psicológicos ou sociológicos isoladamente, ou seja, sem levar em consideração que essas três instâncias interagem e constituem a nossa sexualidade. Por exemplo, não é sempre que uma "queixa" é um problema médico e, muitas vezes, homens ou mulheres de diferentes idades se baseiam em formulações sociais em torno da definição de masculinidade e feminilidade para avaliarem a si mesmo como "normais" ou "anormais". Assim, quando desconsideramos o papel social da medicina na oferta de diagnósticos biológicos para problemas multifatoriais, acabamos valorizando uma questão orgânica em oposição aos outros aspectos da nossa constituição. Nem sempre a queixa é um "problema", e nem mesmo um problema é sempre um problema orgânico. A “clínica médica” original previa esse entendimento, mas o processo histórico de construção do saber e de legitimação dos corpos e comportamentos sexuais deixou o lugar biológico supervalorizado. 4 Hoje tentamos retomar isso na direção da ampliação da compreensão. Não se trata de desprezar ou menosprezar as questões orgânicas da sexualidade, afinal, sexualidade é a construção social que existe sobre as sensações corporais, mas trata-se de não priorizar a face biológica da sexualidade. Uma questão muito importante é que o biológico é definitivo enquanto processo e estrutura biológica e não enquanto construção social e vivência psíquica. Por exemplo, as pessoas transexuais nascem com uma determinada estrutura biológica, porém sua identidade sexual se constitui a partir de outros elementos. Dessa forma os processos fisiológicos, endocrinológicos, dentre outros na esfera biológica são importantes, mas isoladamente não oferecem uma resposta “verdadeira” e definitiva. Então, é importante que saibamos que as pessoas vão buscar na ciência as respostas para seus problemas, mas muitas vezes o conhecimento e as ferramentas que os profissionais de saúde, incluindo médicos, têm para lidar com as queixas da sexualidade são os mesmos que qualquer pessoa leiga. Em geral, a formação tradicional, não oferece condições para que o médico possa ir além do corpo. Ou para que um psicólogo possa ir além dos processos psicológicos. Nosso desafio não é passar sobre, mas ir além do corpo! É na noção de circularidade e de processos complementares e simultâneos que devemos colocar nossa atenção quando nos preparamos para trabalhar na abordagem terapêutica da sexualidade. Seu corpo Sua Cor Suas Crenças Seu Sexo Sua Idade Seu Gênero Seus Desejos e Medos Sua Instrução 5 Um breve conceito de Sexologia Mas afinal o que é sexologia? O que ela estuda? Segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2014), é a ciência que tem por objetivo o estudo da sexualidade e dos problemas fisiológicos ou psíquicos a ela relacionados. A sexualidade trazconsigo a grande tarefa de descobrir os problemas referentes a sexualidade, ao contato íntimo e o bem-estar sexual. A qualidade da vida sexual se reflete na maneira como a pessoa se apresentará emocionalmente. Quanto mais realizada estiver e maior for seu conhecimento do próprio corpo, dos gostos e fantasias, mais feliz ela irá se apresentar. Quanto maior o desconhecimento e desprazer, mais infeliz ela será. A sexualidade é algo amplo, que envolve fatores sociais e emocionais. Ela se estabelece por meio das relações com o ambiente e com o outro, transformando se em algo particular e único em cada indivíduo. Ao compreender que as relações sociais influenciam direta e indiretamente nas ações estabelecidas pelo sujeito, é interessante visualizar a Sexualidade dentro dos diversos contextos históricos, pelos quais passou a sociedade, a fim de compreender as influências deixadas para a sua constituição atual. Um Resumo da História da Sexualidade A sexualidade dentro da história da humanidade, é marcada por intensas mudanças, influenciadas pelas percepções e pensamentos que foram surgindo a partir de diversos contextos culturais, econômicos e religiosos. Os primeiros vestígios da sexualidade humana aparecem no período paleolítico. Pinturas e gravuras nas cavernas, até esculturas contemplando o corpo feminino, principalmente as partes intimas. Tais aspectos indicam exaltação a fertilidade. Na maior parte do matriarcalismo primitivo há um culto a fertilidade feminina e como consequência, a sexualidade ao se ver envolta por uma significação mística é concebida como sagrada e divina. Verificam se que as comunidades eram comandadas pelas mulheres e eram elas que garantiam a sobrevivência dos membros. A sexualidade era percebida com naturalidade pelos indivíduos pertencentes a clã. Neste período, não é dado um valor substancial aos elementos emocionais e pessoas envolvidas na relação sexual, verifica se uma semelhança com os animais, nos quais executam o ato sexual apenas para satisfação e procriação. A segurança e a estabilidade, as condições de frio fizeram necessários 6 as cooperações entre tribos e este contato intertribal colocou um ponto final em todos os relacionamentos incestuosos. A união dentro de um mesmo grupo, tornava inevitável a consanguinidade. Onde o incesto surgia como primeiro tabu da humanidade. Quando tratamos do tema sexualidade, este é um ponto bastante importante, perceber a origem da união conjugal. Entender e compreender porque o incesto é malvisto dentro da sociedade, uma vez que atinge e fere os preceitos da família. O poder matriarcal se modifica no período Neolítico. O homem passa a ser o pai e o chefe devido aos meios de produção. Os exércitos foram criados para defender as propriedades, formando-se o poder real e a religião. A mulher passa a ser propriedade do homem. Com a monogamia, a taxa de natalidade aumentou favorecendo a mão de obra na lavoura. Logo após este período, com a formação do povo Hebreu, a visão da sexualidade se modificou, pois, os Hebreus destinavam o sexo a procriação dos filhos, que era uma tarefa destina por Deus. “Feliz o homem cuja família era numerosa”. A relação sexual ficou bem vista porque era sábio ter filhos. O aborto era crime. Era muito importante a linhagem familiar. O filho homem era vangloriado e a mulher descriminada e devido aos altos dotes que eram pagos as famílias que elas casavam. A sexualidade grega envolvia a submissão das mulheres e era misturada com seus deuses, sua religião e seus conhecimentos. Dentro do período Paleolítico, a sexualidade era percebida como algo místico, onde havia exaltação a a mulher e a fertilidade, porém, a cultura grega e seu patriarcalismo, predomina, desvalorizando a mulher e a sexualidade volta-se num caráter religioso. Os homens tinham liberdade dentro e fora do casamento, podendo eles manter relação com outras mulheres e homens. A mulher não tinha nem voz, nem vez, era submissa ao pai ou marido. Na Idade Média, o pensamento da igreja predominava, ditando regras a serem cumpridas. E esta entendia a sexualidade como pecado, ou seja, havia uma visão negativa, carregada por moralismo religioso. Quando eram pegos em pecado, os indivíduos eram reprimidos e suas partes queimadas ou eram enforcados. Esta rigidez, trouxe a exaltação e continência ao celibato e repulsão de todo sexo, submissão da mulher e corpo. Santo Agostinho também disserta a respeito do sexo como sendo o único fim- a procriação. Era contra qualquer tipo de expressão sexual e anticonceptivo, mesmo dentro do matrimonio. Interpretar o rigor da moral sexual cristã primitiva, é difícil. Provável que o rigorismo, ocorreu devido a extrema liberdade sexual dos povos pagãos da época, que pouco a pouco, “convertiam-se”, ou eram enquadrados à moral cristã. No período Medieval, a tentativa de superação do poder exercido pela igreja católica provoca a desestruturação do feudalismo ao mesmo tempo e que se formava uma nova classe social: a Burguesia. Inicia-se a Idade Moderna, a desconstrução dos argumentos propostos pela Igreja. “O mundo moderno que surge é um mundo profano, crítico, liberal, que elege a razão como nova forma de compreensão do mundo rejeitando a fé e os dogmas medievais”. Apesar da reforma protestante, proposta por Lutero, o pensamento a respeito da sexualidade não é modificado, ou seja, a base no pensamento Agostiano ainda permanece com ênfase bastante intensa. Porém, agora com a intenção de regular o capitalismo e fazer com a mão de obra poupe força e faça o capital ampliar-se. “O sexo vira o grande inimigo do trabalho”. No inicio da era moderna, a masturbação e a 7 expressão sexual são condenadas e consideradas como anomalias. O “EU” corporal não existe. Existem sim, a civilidade e a mascara social, o prazer desaparece e é reduzido ao privado com fim de procriação. Sobre o sexo nasce a cultura da vergonha com níveis ainda mais profundos que na Idade Média. Tudo isso para garantir a mão de obra barata para as indústrias. As modificações começam a acontecer devido a intervenção da medicina, que por meio de estudos científicos reconfigura o pensamento sexual da época, e os movimentos de libertação sexual. De diversas formas explodem os movimentos de contestação e em todas, estava presente a liberdade sexual que era símbolo de outras liberdades exigidas. No início do século XX, os movimentos desencadeados, como a luta da mulher pelo direito ao voto, o acesso a universidade e a vida profissional. A 1ª Guerra Mundial, dentre outros, trouxeram uma nova configuração social. O progresso motivou o homem ao alto consumo, disseminando a ideia que o importante era o TER e não o SER. O capitalismo identificou na sexualidade um grande grito e incorporou-a a sua máquina de consumo. Após a metade do século XX, o sexo passa a ser produto de consumo. Há uma grande produção de objetos referentes ao sexo, além da indústria de pornografia e exploração sexual. A mulher passa a ser vista como objeto sexual e a mídia expõe seu corpo escultural como estratégia para conseguir vender e lucrar. Esta exposição do sexo e do corpo, principalmente o feminino, proporcionando uma desconfiguração da visão dos adolescentes diante do sexo e da sexualidade. Nos dias atuais, a sexualidade é tratada de forma banal, influenciando no comportamento dos jovens e adolescentes. O “Sexo”, a mercadoria esta disponível na internet, no rádio, na televisão, nos namoros eletrônicos, nas bancas de jornais e livrarias, gerando informações distorcidas e levando a pratica desenfreada de compulsão e desejos. Por meio da história da sexualidade, podemos perceber que houve significativas mudanças em relação ao pensamento sexual estabelecido em cada sociedade. É cada vez mais reconhecida a importância da saúde sexual para a longevidade dasrelações afetivas e como parte da saúde global e bem-estar do indivíduo. Atualmente, independente do gênero, o aspecto prazeroso do sexo tem demostrado maior que sua finalidade reprodutiva. As mulheres estão procurando mais ajuda medica para os fins de desejo sexual, porem grande parte admite que os ginecologistas não estão preparados e qualificados para esta área. Muitas mulheres ainda não buscam ajuda medica por vergonha. Uma minoria das mulheres tem a iniciativa de falar sobre suas dificuldades sexuais e apenas uma pequena parcela dos ginecologistas questionam sobre a função sexual de suas pacientes. No Brasil, a sexologia é um campo novo dentro da especialidade de ginecologia e obstetra e áreas afins, possibilitando a qualificação dos profissionais para o acesso as estratégias de abordagem das queixas sexuais. A evolução da pesquisa em sexologia abordando amplamente o complexo biopsicossociocultural da função sexual humana disponibiliza um contingente sem precedentes de informações que possibilitam a construção de modelos de abordagem das disfunções sexuais de complexidade variável, adequáveis aos programas de assistência individual e populacional. 8 No entanto, para otimizar a pratica da medicina sexual na identificação e intervenção das queixas sexuais masculinas e femininas, são necessários amplos conhecimentos fisiológicos, psíquicos e anatômicos para a evolução do mesmo. Qual a importância da Educação Sexual Adequada Quando estudamos a Sexualidade, percebemos o quanto temos de potencial de prazer, plenitude e orgasmos presentes no corpo humano, mas que não é só isso. Ter uma reeducação sensorial do corpo, um amadurecimento fisiológico e emocional, tornar possível uma melhor qualidade de vida sexual. Se conectar com sua fonte de poder pessoal, trazendo a capacidade de realização de suas ideias e pensamentos. Em nossa sociedade, o sexo é vinculado a pornografia ou, pior ainda, é tratado como tabu. As escolas e religião até hoje ensinam uma visão muito limitada da sexualidade. Nossa sexualidade: Quais nossos traumas? Como foi sua sexualidade na infância? O que você pensa sobre a educação Sexual? A infância e as descobertas sobre a Sexualidade E muito importante a informação sexual já na infância. Não apenas no ambiente familiar, mas na escola, por parte dos professores, treinados adequadamente. A repressão e a desinformação dos adultos dificultam o entendimento das curiosidades que é normal das crianças. As respostas devem ter clareza. Histórias fantasiosas trazem consequências para a credibilidades para outros assuntos questionados por elas. Esta confiança é muito importante para uma boa relação entre pais e filhos. A presença afetiva é fundamental para a formação de um adulto feliz nos relacionamentos amorosos e sexuais. Quando necessário, procurar orientação de um profissional na área da psicologia infantil, para prevenir futuras dificuldades psicossexuais na vida adulta. Conhecer as fases de desenvolvimento da criança, ajuda os pais e educadores a não ter atitudes inadequadas que podem interferir diretamente no futuro. Os pais devem se conhecer melhor para saber as necessidades dos filhos, para que estes, se tornem adultos seguros. Meninos e meninas, durante toda a infância, aprendem a reconhecer e experimentar seu próprio corpo, cada um com seu ritmo e tempo. Dos dois aos quatro anos, as crianças podem ter pensamento de que quando crescerem casarão com seu pai ou sua mãe. Seja qual for a fantasia da criança, não devera ser zombada ou repreendida, apenas orientadas de maneira adequada para sua idade. Os jogos sexuais entre as crianças do mesmo sexo ou sexo oposto, ocorrem de maneira relativamente frequente, sem danos aparentes, mas que necessitam de orientação e não repressão de adultos que estão ao seu lado. Para as crianças do três aos quatros anos, é comum manipular seus próprios genitais. Muitos adultos têm 9 atitudes rígidas e proibitivas, negando que já vivenciaram esta fase, mas esta negação é consequência da rígida educação da sua época. É importante também expressões de afeto espontâneo entre os pais. Dos cinco aos seis anos, as crianças começam a copiar os adultos e já estão familiarizados com as diferenças entre meninos e meninas. Nesta idade, a um risco de envolvimento sexual com alguém mais velho, por isso é importante a orientação para a criança não ser enganada e seduzida em uma relação indesejada. Dos sete aos nove anos, os grupos de amigos estimulam a curiosidade, brincadeiras sexuais, especialmente no mesmo sexo são frequente nesta fase. Aos dez anos, a puberdade se inicia e os corpos se modificam, iniciando mudanças para a vida adulta. Sexualidade na adolescência A sexualidade atravessa um longo desenvolvimento e tem inicio na adolescência. O menino se inicia com a primeira ejaculação, as meninas têm modificação nos seios e corpo. Menarca é a primeira menstruação. Semenarca é a primeira ejaculação. A masturbação na adolescência para os meninos é um período muito marcante. É uma atividade importante porque proporciona autoconhecimento do corpo e das suas sensações e emoções. Acha que é pecado e muitas vezes tem ereção que ele próprio não controla. Acontece então as mudanças hormonais indicando que a criança está em direção ao mundo adulto. Nas meninas é bem antes dos meninos, mas tudo depende da programação genética. O prazer sexual muitas vezes acontece pelo acaso, outras voluntarias e começas a experimentar novas sensações físicas que antes desconheciam. Estrogênio- hormônio feminino que causa várias alterações de comportamento. Testosterona- hormônio masculino e surge de forma marcante por volta dos 13 anos. Quando a bolsa escrotal cresceu totalmente e a testosterona é produzida em grande quantidade. Muitos conflitos e problemas emocionais acontecem nessa fase. A cobrança pelo corpo bonito e perfeito. Iniciam-se as experiencias do ficar, vivenciar novas descobertas de sensações físicas e emocionais. Os meninos se interessam mais por pornografias, ao contrário das meninas. É muito importante a orientação sexual nesta fase não somente na escola, mas também na família, principalmente para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. (DST´s). Alertar sobre os riscos, porém não cometer o erro de associar sexo a doença, causando traumas emocionais que futuramente poderão ocasionar disfunções sexuais, comprometendo a afetividade e o emocional na vida adulta. 10 A camisinha é a principal aliada para as prevenções, mas os jovens necessitam ter consciência e treinar para se adaptar ao uso da mesma. A gravidez indesejada ainda tem um índice alto e preocupante Sexualidade e Gravidez A cumplicidade, a afetividade e o diálogo são essenciais para que o casal possa sentir-se tranquilo e a vontade para viver a sexualidade com prazer e alegria. A gravidez para a mulher é uma faze na vida de grande transformação físicas e emocionais. Pode ser um momento de muitas alegrias como pode ser uma fase de profunda angustia e sofrimento por uma gravidez não programada. A sexualidade da mulher gravida dependerá de como ela percebe, valoriza e avalia este momento de mudanças físicas e emocionais. Emoções e sentimentos se misturam envolvendo alegria, tristeza, entusiasmo, ansiedade ou até mesmo depressão. Nos primeiros três meses de gravidez, na grande maioria das vezes, o incomodo dos enjoos e o temor de perder o bebe, desestimulam as mulheres no interesse sexual. Quando o obstetra afirma ser uma gravidez de risco, o casal sequer procura saber o que é ou não permitido em relação ao sexo. Fragilizados, passam a evitar qualquer tipo de contato sexual. É um momento de descobertas para o casal e sim, eles podem vivenciar toques íntimos um no outro sem risco para a gravidez. A sexualidadenão apenas o prazer da penetração, mas está presente no corpo todo, através do beijo, do toque sensual e carinhoso no corpo um do outro. Saber que o parceiro pode atingir orgasmos não exclusivamente com a penetração. A criatividade também pode entrar em cena com jogos eróticos. Quando não tem restrições, mesmo assim o ginecologista deve orientar para continuarem vivenciando com tranquilidade a sexualidade, desmistificando os mitos e tabus a sexualidade da mulher gravida. A fase é de introspecção e isso faz a mulher mais sensível e necessite de mais carinho e proteção, se distanciando e evitando a penetração. Outras mulheres encontram na gravidez a liberdade de viver a sua sexualidade e se sentem mais atraentes. A questão religiosa e crenças podem afastar o desejo pela relação sexual durante a gravidez. Outro fator é a estética que influenciam homens e mulheres porque não sentem atração pelo corpo de uma mulher gravida. Outros acentuam o desejo pela parceira. No segundo trimestre de gestação a mulher se sente mais segura e confiante com o processo gestacional, refletindo no humor e na sexualidade. Após o parto, a amamentação, a rotina, o estressa nova realidade com um recém-nascido também interferem bastante, porem na medida que o tempo vai passando, papai e mamãe e bebe vão se adaptando a uma nova realidade de vida e a sexualidade recomeça a ter espaço importante no relacionamento. Para alguns casais infelizmente, é necessário a orientação de psicólogo, ginecologista ou terapeuta sexual para orientar em fatores desencadeados desta fase. É 11 fundamental a busca por ajuda logo no começo, para evitar disfunções sexuais, traumas ou ate uma separação do casal. Terceira Idade e Sexualidade O que acontece com o sexo neste período da vida? Pessoas idosa saudáveis, que gostam de sexo, são capazes de aproveitar ate com idade mais avançada. já os que apresentam problema sexuais podem ser ajudados. Durante toda nossa existência carregamos o peso das nossas experiencias sexuais, moldadas por nossos pais, família, professores, e por toda a sociedade de maneira positiva e negativa. A expectativa de vida mudou nas últimas décadas, hoje um homem chega aos 60 anos com uma vida saudável e atraente em nossa sociedade. Os homens que são mais velhos se julgam e são julgados pela comparação da frequência e potencia do desempenho sexual. As mulheres sofrem uma pressão menor, mas elas também se preocupam coma as mudanças. Dificuldade na forca muscular da vagina, problemas na lubrificação vaginal outras começam a sentir dores na penetração. A baixa autoestima também repercute nos sentimentos de inferioridade. O ato sexual é complexo e envolve a mente, o corpo e as emoções. Quando acontece a menopausa, as mulheres tendem a perder o desejo e entrar em depressão. Os homens percebem que desempenho sexual fica diferente comparando com a juventude. Demora um pouco mais para ter uma ereção e qualquer distração, já perde ela. Entretanto, a qualidade de vida sexual dos homens na terceira idade vem melhorando, devido aos avanços da medicina. A rotina esta sendo trocada por novas maneiras de prazer e de intimidade, proporcionando novas formas de sensações eróticas. Hoje em dia, a procura por terapias e especialistas na área da sexualidade é bem maior e isso se faz necessário muitas vezes diante de alguns problemas sexuais ou de relacionamento. Viver os prazeres da sexualidade não tem idade e é necessário desmitificar a ideia errônea que após os 60 anos, não sente ou não deveria sentir desejo sexual. Apesar das mudanças físicas, a mente continua a sentir necessidade de viver novas emoções, tais como, o afeto, o amor e o prazer na sexualidade. Porem, envelhecer assusta e o maior temor é a impotência sexual para os homens. Mas isso pode acontecer em qualquer idade, por diversas razoes, entre elas, o cansaço, tensão, doenças, bebidas em excesso e outros. É importante que a partir dos 40 anos, inicie os exames anuais com urologistas. Mas a grande maioria dos problemas tem causas psicológicas. Em muitos casos com a idade, as mulheres relaxam e começam a gostar mais de sexo. Mas o maior medo é a solidão depois de uma viúves ou 12 separação. A solução é não desistir e apostar em UM NOVO RELACIONAMENTO E SER FELIZ. Conceitos Básicos sobre Sexo O sexo implica no conhecimento fisiológico do corpo humano. Desde os tempos antigos se sabia que o corpo também era uma forma de encontrar prazer facilmente. Não existem muito estudos sobre o assunto, corpo humano como objeto de prazer, apenas alguns manuais escritos em locais como na Índia e na China. Existem ainda técnicas hindus e tântricas para o bom desenvolvimento sexual. O sexo significa um ato de amor para alguns e para outros, é uma simples satisfação de prazer. As pessoas que praticam o sexo carregam para si a reponsabilidade de assumir consequências, como a gravides ou a transmissão de doenças sexuais para o parceiro. Masturbação, namoro, casamento, ficar. Esta relação de autoconhecimento, ainda implica em muitas discussões até hoje. A busca do prazer sempre existiu e acompanha a evolução e a formação mundial, trazendo novas descobertas e formas de amor. 13 Respostas Sexuais Humana A relação sexual bem sucedida depende de uma sequência complexa de ocorrências hormonais fisiológicas altamente vulneráveis aos efeitos de excitações emocionais, tanto intensas quanto crônicas. 1- Excitação: duração de minutos a horas. Lubrificação vaginal na mulher e ereção no homem. 2- Platô: excitação continua. Prolonga-se de minutos a vários minutos. 3- Orgasmo: significa agitação, irritação. É uma descarga de imenso prazer, energia, representada no homem pela ejaculação peniana. Segundo Wilhelm Reich é “Tensão que aumenta, atinge o auge, e é descarregada, gerando relaxamento corporal” 4- Resolução ou período Refratário: também chamada de fase da detumescência, é um estado subjetivo de bem estar. Tem duração de minutos a horas. A fase do Desejo ou Apetência só foi descrita por Kaplan em 1977, e correspondia a vontade de estabelecer relação sexual. Estimulação Psicogênica (estimulo psicológico): E quando os estímulos partem da fantasia, imaginação intencional. Estimulação Reflexiva (estimulo causado por outra pessoa): Causado por toques nos genitais ou regiões próximas. Na Masturbação: O estimulo realizado é de origem psicogênica, isto é, a imaginação erótica, traz uma experiência empobrecida em seus resultados sensoriais. Os movimentos são repetitivos, viciantes, localizados e condicionantes. Disfunção Sexual Feminina Transtorno do Desejo Sexual: São divididos em hipoativo ou transtorno de aversão sexual. O primeiro consiste na deficiência ou ausência persistente ou decorrente de fantasias ou desejo de ter atividade sexual. Já o segundo se refere a aversão ou fuga do contato sexual genital como o parceiro. 14 Muitas vezes adotam a velha postura de “luta ou fuga”. Insistem em uma relação sexual não prazerosa, fingindo orgasmo e prazer ou fogem do contato sexual como o “Diabo foge da Cruz”. Queixando–se de dores de cabeça, irritação ou cansaço (evita o apoio do parceiro que geralmente se sente rejeitado). A depressão é uma consequência frequente e o desajuste conjugal é o passo seguinte. Transtorno do Orgasmo (Anorgasmia) Consiste no atraso ou ausência persistente ou recorrente de orgasmo. Antes, a relação sexual tinha como objetivo a satisfação masculina. Hoje, apesar de muitos tabus sexuais terem sido derrubados, ainda é grande o número de mulheres que sofrem na cama. Mitos e conceitos equivocados sobre orgasmo, ou sobre a sexualidade de forma geral, sempre estiveram presentes em nossa cultura, que amulher deveria ser um ser assexuado, sem desejo, sem prazer, sem tesão e a disposição do outro. Durante séculos, a mulher foi privada do orgasmo, por ele não estar vinculado à procriação. Só mais tarde, o orgasmo feminino foi admitido, mas com muita cautela. E a mulher que atingia o gozo sem amor era tida como ninfomaníaca. A impossibilidade de atingir o orgasmo é chamada de Anorgasmia e é a mais frequente das disfunções sexuais femininas. As estatísticas apontam que há apenas 25% de mulheres orgásticas e 75% de mulheres que apresentam algum tipo de dificuldade em alcançar o orgasmo. Mas a desigualdade no orgasmo, embora reconhecida, raramente é discutida. Simplesmente é aceita como sendo a maneira como o sexo é. A desigualdade de orgasmos entre homens e mulheres não é apenas um problema individual. 75% dos homens chegam regularmente ao orgasmo em relações sexuais com suas parceiras, mas somente 29% das mulheres o conseguem. 15 Atualmente, se percebe uma busca descontrolada pelo orgasmo, que passou a ser o objetivo único de uma relação, esquecendo-se do prazer do relacionamento. Praticar sexo é uma escolha, ter prazer, uma possibilidade. Entretanto, é comprovado que todas as mulheres são capazes de ter orgasmos, a não ser que estejam sofrendo de alguma doença neurológica e disfuncional, endocrinológica ou ginecológica, que tenha destruído ou comprometido a base física do orgasmo. A maioria das causas é de natureza psicológica ou de inabilidade e desconhecimento, sua ou de seu parceiro (a) em lidar com o seu corpo. Fatores psicológicos que podem inibir o orgasmo: Tabus e preconceitos que comprometem uma participação ativa no ato sexual; Desconhecimento do próprio corpo e do corpo do parceiro; Cada um dos parceiros deve aprender a conhecer o seu próprio corpo e desenvolver a habilidade de expressar adequadamente as condições e os estímulos que o favorecem em direção ao orgasmo; Conflitos inconscientes evocados pelas sensações eróticas; Sensações de culpa em relação à sexualidade; Medo da entrega ao parceiro; Hostilidade ao parceiro; Medo de se entregar às sensações fortes e desconhecidas (a excitação só chega até certo ponto, não permitindo alcançar a fase de platô, que é o nível máximo de excitação necessário para desencadear o orgasmo); Preocupação excessiva em alcançar o orgasmo, o que gera ansiedade, impedindo o relaxamento, indispensável para desencadeá-lo. Algumas mulheres tendem a negar a importância do orgasmo em um esforço para se adaptar à disfunção, usufruindo apenas dos aspectos não orgásticos da relação. Ao serem repetidamente frustradas durante algum tempo, acabam ficando desinteressadas por sexo. Em alguns casos, a angústia da mulher por sua incapacidade de atingir os orgasmos, antecipa o fracasso quando começa a fazer amor, ocasionando perturbação suficiente para originar uma frigidez secundária ou ausência geral de resposta sexual, que não poderá ser completamente restaurada, a menos que ela aprenda a liberar seu reflexo orgástico inibido. As relações não têm favorecido o orgasmo da mulher: Os homens têm muita responsabilidade sobre o orgasmo da mulher. Estudos comprovam que 80% das vezes o homem penetra a mulher antes que ela esteja devidamente pronta e preparada para o ato sexual. No ato sexual convencional, o homem privilegia a penetração e desenvolve aspectos obsessivos compulsivos, gerando muita ansiedade para penetrar logo. 16 A maioria dos homens se prende ao mito da masculinidade, entrando no ato sexual como se estivesse cumprindo a missão de defender as atitudes machistas que lhes foram erroneamente passadas pelos modelos masculinos dos seus ancestrais e reforçados pela ignorância social que permeia o assunto – provar que é “macho”. Agrega-se a isso o pavor que os homens possuem de “falhar” na “hora H”, do pênis não se manter ereto, de se imaginar “avaliado” em sua performance, como se o seu comportamento fosse julgado por uma banca examinadora. Ou de se vangloriar por atuações, quase sempre medíocres, por desconhecer completamente os aspectos anatômicos e fisiológicos da vagina ou dos reflexos neurofuncionais do corpo da mulher, sendo incapazes de perceber as reações da mulher aos seus estímulos. Os homens ainda não sabem compartilhar a troca de prazeres eróticos que aos poucos dinamizam e potencializam a energia, abrindo caminhos para que os receptores dos neurotransmissores propiciem as condições para que o orgasmo feminino aconteça. Os homens estão submetidos à expressão primitiva do sexo, que determina que a expulsão do esperma aconteça o mais rápido possível. A frequência do vai-e-vem do pênis é rápida, a penetração é profunda, o ritmo frequente, a atenção fica concentrada na vagina, até que rapidamente, em pouco tempo, o homem ejacula, sem que a mulher experimente minimamente o prazer, a ponto de fluidificar e produzir a emoliência de seus músculos intravaginais e a produção dos hormônios responsáveis pelo orgasmo. Existem procedimentos concomitantes, através dos quais é possível à mulher experimentar orgasmos também em conjunto com a penetração. Na relação a dois, quando o homem se dedica, com cuidados especiais, a levar a sua parceira a experimentar as fases dos "altos platôs", ele contribui para a elevação do prazer e a culminância do orgasmo, a níveis mais elevados, levando a mulher a experimentar o estado de supraconsciência. Existem estatísticas que demonstram que mulheres que praticam o sexo com uma parceira feminina levam grande vantagem sobre os parceiros homens – gozam em 83% das vezes. Fica caracterizado então que o grande problema resume-se à forma como o sexo heterossexual é praticado e ao fato dos homens desconhecerem totalmente o corpo feminino e as necessidades dos estímulos específicos e adequados que as mulheres necessitam. Algumas constatações de Shere Hite: “O Relatório Hite”, um profundo estudo sobre a sexualidade humana, realizado por Shere Hite, informa que as mulheres que nunca gozaram sentem-se com frequência deprimidas ou lesadas por saberem que estão perdendo um grande prazer. Hite e os maiores estudiosos da sexualidade humana afirmam que o melhor jeito de uma mulher aprender a gozar é por meio da masturbação. 17 As mulheres não são menos orgásticas que os homens, pelo contrário. Elas são fisicamente capazes de múltiplos orgasmos, orgasmos secos e até mesmo ejaculações que ocorrem em concomitância com o orgasmo. Homens e mulheres precisam investir na experimentação e no seu desenvolvimento sensorial, explorando as características de prazer não só das partes erógenas do seu corpo, mas também em outras áreas dos sentidos. Esses novos pontos sensoriais podem ser acordados depois de um determinado período de estimulação. Nós aprendemos que é necessário um certo tipo de estimulação, no local específico e no tempo adequado. Os parceiros precisam conhecer esses pontos erógenos e se dedicar a produzir os estímulos corretos, no período de tempo apropriado, para que os resultados da excitação possam se expandir até a eclosão do orgasmo. Em muitos lugares ainda prevalece a ideia de que o prazer sexual não foi inventado para a mulher, só para os homens. Em muitos países mulçumanos, por exemplo, extirpam-se o clitóris das meninas, numa tentativa de que não entrem em contato com o prazer sexual. Os homens que se libertaram do mito da masculinidade e conseguiram penetrar na atmosfera feminina, entenderam que é importante que suas parceiras alcancem maior qualidade de orgasmo e de prazer, para desfrutarem de um relacionamento saudável e amigável, sem as neuroses convencionais que são um obstáculo para a perpetuação das boas relações. Mulheres fingem o orgasmo? É muito grande o número de mulheres que fingem o orgasmo como uma forma de agradar aos seus parceiros. Falta-lhes a autenticidadedo prazer e, consequentemente, os homens não mudam o seu comportamento conformista em relação às suas incapacidades e limitações, de proporcionar qualidade sexual aos seus relacionamentos. É muito raro encontrar uma mulher que nunca tenha fingido um orgasmo. 35% das mulheres fingem sistematicamente por razões distintas, para não serem consideradas frias e incapazes, ou para não decepcionar seus parceiros. E o homem, também sofre de ausência de orgasmos? A forma mais comum de ausência de orgasmos masculina é a disfunção erétil, também conhecida como impotência sexual. Ela se define pela incapacidade de obter ou manter uma ereção e é a disfunção sexual mais comum. Existem causas psicológicas e orgânicas. Na década de 90, as pesquisas em busca de soluções do problema chegaram ao sildenafil, comercializado com o nome de Viagra. É 18 um medicamento administrado por via oral que facilita a ereção, mas é necessário que haja o estímulo ou o desejo sexual, senão a ereção não acontece. Sempre que se fala na ausência do orgasmo, logo se pensa na mulher. Em muitos casos, pode ocorrer também que, muitas vezes, apesar da ereção ocorrer normalmente, um homem também pode não obter o orgasmo numa relação sexual. É mais ou menos recorrente que alguns homens tenham uma inibição do reflexo ejaculatório, definida como ejaculação retardada, identificada como uma demora demasiada e muitas vezes compulsiva, caracterizada por dificuldades em se obter a ejaculação e o orgasmo. O homem associou o orgasmo ao reflexo ejaculatório, apesar deles sobrevirem distinta e independentemente. Pode ocorrer um orgasmo – ou mesmo orgasmos múltiplos, sem ejaculação, assim como podem ocorrer ejaculações sem a ocorrência de orgasmos. Até mesmo pênis flácidos são passíveis de ejaculação com ou sem presença espermática. Isso é desconhecido ao homem comum. Existem diferentes tipos de orgasmo para homens e para mulheres. Os mais comuns e frequentes são os de natureza psicogênica, que necessitam da estimulação da fantasia e da imaginação. Esses orgasmos foram condicionados no corpo em função da masturbação. Os orgasmos mais intensos são os que são experimentados depois de muita preliminar. No orgasmo, os principais componentes orgânicos são os hormônios e para isso é necessário, muita caricia, tempo e dedicação. Sem a produção e a intensificação dos hormônios, não há prazer, e tampouco as respostas sexuais necessárias para produzir a experiência de orgasmo. Os médicos, psicólogos e psiquiatras tendem a menosprezar a importância do orgasmo. Mesmo porque, para eles não há muito que fazer no sentido de orientar os pacientes a uma prática sexual saudável que implique no perfeito entrosamento dos casais. Existem questões éticas que impedem a orientação adequada, somando-se também a ausência e/ou desconhecimento de procedimentos terapêuticos adequados para a solução do problema. Falta de Libido ou “ vontade”. A libido é uma carga energética que tem origem na sexualidade como um todo. Muitas pessoas acham que a sexualidade localiza-se apenas no aparelho genital, o que não é verdade. A libido é uma energia que faz os indivíduos buscarem a realização de suas necessidades básicas, como a fome, por exemplo, e também todas as formas de prazer. Assim, parte da libido é reprimida ou destruída através dos mecanismos repressores sociais, parte é deslocada para outros atos humanos como estudar, fazer arte, trabalhar ou outras atividades que julgamos importantes ao longo de nossas vidas, e uma última parte fica disponível para o prazer sexual. A libido é a energia que move o ser humano a se relacionar com os objetos, com o meio ambiente ou com outras pessoas, do mesmo sexo ou do sexo oposto. Se não fosse pela libido, o ser humano não iniciaria sua relação com o mundo e não a valorizaria. 19 É esta energia que garante que as crianças comecem a brincar, a locomoverem-se para explorar a realidade à sua volta. Libido também significa limites, ter a noção dos limites à nossa volta, reconhecer o que é proibido, o que é perigoso, ou o que é aceitável, o que é livre. A capacidade de canalizar a libido para o mundo exterior é fundamental para o equilíbrio do ser humano. Problemas nesta canalização podem ocasionar falhas na socialização, como o autismo, autoagressão, masturbação compulsiva e outros distúrbios de comportamento. Na linguagem comum, a libido pode ser entendida como “vontade” e para entender melhor este conceito podemos nos utilizar das nossas expressões cotidianas: “não estou com vontade”; “sem vontade não há solução”. Estas formas de expressão sinalizam a importância da libido em todas as nossas ações. Libido é um termo que significa vontade e desejo. A falta de libido nas mulheres está relacionada com a frigidez ou a insensibilidade em relação aos estímulos com base sexual. Muitas doenças, incluindo mentais e psicossomáticas, podem estar relacionadas com a falta ou perda de libido, como por exemplo: depressão, anorexia, cirrose, hemocromatose, hipogonadismo e outras. Por outro lado existem doenças que resultam em um aumento excessivo da libido, como: obsessão ou TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), transtorno bipolar, hipertireoidismo e sífilis. Alguns medicamentos e muitas drogas também provocam alterações na libido. Um aumento patológico da libido é também conhecido como vício do sexo ou ninfomania, satiríase ou compulsão sexual. Transtornos Sexuais Dolorosos: Chamada de “dispareunia”, a dor que ocorre durante as relações sexuais pode representar para as mulheres um empecilho maior à satisfação sexual. Nessa situação, que pode ocorrer em qualquer idade, a dor pode aparecer no começo das relações sexuais, no meio, durante a penetração ou fora dela, no momento do orgasmo ou até mesmo depois que as relações acabaram. A dor pode ser ardente, aguda, causticante ou espasmódica; pode ser externa, na vagina, ou dentro da região pélvica ou do abdômen. Não se conhece ao certo a incidência da dispareunia, mas estima-se que 15% das mulheres adultas, sexualmente ativas, já sentiram dor durante o coito (penetração) algumas vezes por ano. As pesquisas demonstram que é alto o número de mulheres adultas que têm relações sexuais dolorosas com frequência. 20 A dispaurenia retira o prazer sexual de uma pessoa e pode interferir na excitação sexual e no orgasmo. O medo da dor pode produzir ansiedade, tensão e afetar totalmente os reflexos que produzem a excitação. Em muitos casos a pessoa acaba evitando o ato sexual ou abstendo-se de todas as formas de contato sexual, com implicações até no retraimento das relações. Os parceiros de mulheres com dispareunia devem ser muito compreensivos e sensíveis aos seus sentimentos, auxiliando-a na busca por tratamentos que a acolham e a ajudem a superar o problema. Dependendo da gravidade e da intensidade do problema, o “trauma”, arquivado pelo reflexo neuromuscular no corpo da pessoa, vai se abrindo e sobrepondo a experiência traumática com novas informações relativas ao prazer e ao orgasmo. Nos atendimentos, o terapeuta não confronta o sistema de defesa do corpo, pois isso somente reforça o trauma. Num trabalho complexo de reintegração da aceitação e do afeto, vai reorganizando as sensações fazendo com que o corpo se abra naturalmente, permitindo-se experimentar novos níveis de aprofundamento sensorial, sem armar as defesas que produziam a tensão e a dor que afetam o ato sexual. Disfunção Sexual Masculina: Disfunção Erétil: Estima-se que, no Brasil, cerca de 10 milhões de homens sofram da forma crônica da doença e que cerca de 20 milhões de homens enfrentem a forma menos severa. Embora no passado a impotência sexual estivesse relacionada exclusivamente com causas físicas, hoje sabemos que 70% dos casos estão associados a causas orgânicas, como a diabetes, problemasvasculares ou efeitos secundários de drogas e remédios. A impotência sexual masculina também é definida como “disfunção erétil”. É um problema comum que atinge muitos homens ao menos uma vez, durante a vida. Segundo os estudos mais atuais, a doença afeta de 7% a 8% dos homens com idades de 20 a 39 anos e cerca de 55% a 60% de homens com idade acima dos 70 anos. A impotência também pode se traduzir como disfunção sexual ocasional por causas de origem psicológicas, emocionais ou traumáticas. Medo, raiva, frustração e ânsia pelo desempenho são as razões mais frequentes. A disfunção erétil pode afetar gravemente 21 a autoestima, piorando a dificuldade quando o problema físico se mistura com questões psicológicas. Ela pode começar abruptamente, geralmente após um grande trauma psicológico, ou pode se instalar gradualmente como resultado da depressão, ansiedade e estresse crônico. Além disso, em muitos distúrbios mentais, a libido sexual e a potência também são afetadas. Existe uma situação muito comum, que atinge no mínimo uma vez todos os homens adultos, particularmente, aqueles envolvidos em relações sexuais casuais, a chamada "ansiedade de performance" ou medo de falhar. Muitas sociedades esperam do homem um papel sexual agressivo e consideram que a falha no desempenho sexual é vergonhosa. Falhas ocasionais também ocorrem em muitas outras situações. Elas podem ser, por exemplo, uma simples falta de diálogo com o parceiro sexual, um atrito conjugal (por ex., após uma briga), a presença de elementos perturbadores no ambiente, tais como barulho ou luz, uma diminuição temporária na libido sexual, devido à fadiga ou preocupações, ou medo de ser pego em relações ilícitas. Uma questão importante feita pelos médicos para determinar a causa da impotência é se o paciente frequentemente acorda com ereção. Ereções "matutinas" são psicológicas e estão relacionadas aos mecanismos de suprimentos do sangue durante o sono e não à excitação sexual. A presença destas ereções geralmente significa que a principal causa pode não ser orgânica. Fatores psicológicos também estão presentes quando a causa da impotência é puramente orgânica. A incapacidade de alcançar ereção nestes casos aumenta a ansiedade e o medo de não conseguir ter a ereção. Existem muitas causas físicas para a impotência temporária ou crônica, as quais podem se estender desde as mais curáveis ou até as causas mais severas, que não podem ser curadas sem medidas invasivas ou radicais, tais como a cirurgia. As seguintes causas são bem conhecidas e estudadas: 1. Problemas com o suprimento de sangue do pênis; 2. Efeitos colaterais de drogas e medicamentos; 3. Distúrbios do sistema nervoso; 4. Distúrbios hormonais; 22 5. Danos estruturais do pênis; 6. Outras doenças, complexas e multissistêmicas; Doença vascular periférica Esta é a causa mais comum da disfunção erétil, porque está correlacionada com muitas doenças sistêmicas que afetam os vasos sanguíneos da região genital, direta ou indiretamente. Doenças crônicas, tais como diabetes mellitus, colesterol alto e outras, levam à destruição das paredes contráteis das veias, ou provocam endurecimento, estreitamento ou bloqueio das artérias que chegam ao pênis. A ereção do pênis acontece quando o sangue, carregado pelas artérias do pênis, intumesce os corpos eréteis feitos de tecido esponjoso. Qualquer falha neste mecanismo de preenchimento, tal como o estreitamento das artérias e placas ateroscleróticas, pode conduzir a uma insuficiência erétil. A ereção é mantida por um aprisionamento fisiológico do fluxo de sangue acumulado no pênis, via vasos sanguíneos. Qualquer falha neste mecanismo (relaxamento do sistema vascular do pênis) resulta em ereções menos rígidas ou incapacidade em mantê-las pelo tempo suficiente para completar o coito. Insuficiência vascular talvez seja a causa que mais se correlaciona com a idade. Geralmente, a impotência causada por fatores vasculares parece aumentar lentamente ao longo dos meses ou anos, causando uma diminuição na firmeza das ereções, para finalmente tornar-se o fator preponderante. A abordagem diagnóstica para a doença vascular é investigá-la com ultrassom, através de um método chamado cavernossonograma Doppler, o qual é capaz de mostrar a imagem colorida do fluxo sanguíneo no pênis. Medicações e drogas: Mais de 200 medicamentos do receituário médico são conhecidos por afetar a função erétil no homem. De fato, existem tantos, e para tantas condições, que esta deve ser uma das principais causas da impotência orgânica. Algumas destas drogas promovem impotência por atuar no Sistema Nervoso Central. Outras afetam a intensidade do suprimento sanguíneo do pênis ou promovem relaxamento dos vasos sanguíneos. Entre elas, encontram-se: 1. Medicamentos usados para tratar hipertensão arterial (pressão alta), tais como espironolactona e diuréticos à base de tiazida, bem como betabloqueadores; 2. Medicamentos usados para tratar depressão (antidepressivos) e ansiedade (ansiolíticos), tal como fenotiazina; 3. Medicamentos usados para tratar distúrbios neurológicos, tais como doença de Parkinson e outras; 4. Medicamentos usados para tratar problemas gastrointestinais, tal como a cimetidina; 5. Medicamentos usados para tratar alergias. Além disso, o abuso de substâncias como álcool, tabaco, cocaína e outras drogas também é a causa importante de impotência nos dias de hoje. É irônico que estas substâncias de abuso sejam consideradas afrodisíacas por seus usuários, quando tomadas em pequenas quantidades, mas produzem dependência quando usadas sistematicamente. Um cálice de vinho, durante um encontro romântico, pode "soltar" 23 inibições e diminuir a ansiedade de performance ou outros fatores psicológicos inibidores. Um ansiolítico leve pode causar o mesmo efeito. Alguns fumantes ficam mais calmos ao desfrutar lentamente um cigarro, cachimbo ou um charuto. Para algumas pessoas, a poderosa sensação de bem-estar que acompanha a ingestão de cocaína, metanfetaminas e outras drogas, pode atuar como excitante sexual. Entretanto, o abuso crônico e altas doses dessas substâncias têm o efeito oposto. Mais de 80% dos alcoólatras sofrem de impotência sexual crônica. Estudos científicos têm mostrado que fumantes crônicos têm danos importantes no seu sistema de suprimento sanguíneo genital. Dano neurológico: Doenças nervosas ou danos aos nervos que controlam o processo de ereção também estão entre as causas mais comuns de impotência. O grande aumento na incidência de hiperplasias e de câncer da próstata nas últimas décadas é um dos maiores responsáveis. A cirurgia da próstata danifica os nervos em mais de 80% dos casos. Parte destes pacientes recupera a função sexual, completa ou parcialmente, após um ano ou mais, mas a maioria permanece impotente por toda a vida. A terapia por radiação do câncer de próstata, ainda que menos traumática, também tem um efeito sobre a potência sexual. Outras cirurgias pélvicas podem ter um efeito deletério sobre a ereção. Outra causa da impotência é o trauma na virilha. Esta é mais comum do que imaginamos, particularmente em alguns esportes. Recentemente, um grupo de pesquisadores desvendou que andar de bicicleta pode ser a maior causa da impotência, porque fortes golpes do períneo (o triângulo entre o ânus e a base do escroto) contra a barra frontal da bicicleta são muito danosos. Ainda precisa ser comprovado se o trauma constante, de baixa intensidade causado pela fricção do períneo contra o assento, poderia também ser responsável pela disfunção erétil. Algumas doenças nervosas afetam fortemente a capacidade de alcançar a ereção, porque elas atuam sobre estruturas cerebrais que são responsáveis pelo controle central do impulso sexual e sua performance. Elas são: doença de Parkinson e outras doenças do sistema motor, derrame,esclerose múltipla, alguns tumores do cérebro e da glândula hipófise, e epilepsia. Afetações na medula espinhal ou nos nervos que vêm ou vão à área genital, tais como a compressão dos discos vertebrais ou afetações traumáticas como paraplegia e tetraplegia, ou em paralisia regional, podem afetar o desempenho sexual, causando impotência parcial ou total. Danos estruturais do pênis: Existem doenças menos comuns (por exemplo, a fibrose do tecido do pênis) causadas por doenças orgânicas, a doença de Peyronie (ela causa a um encurvamento anormal do pênis) e os cistos e tumores. Distúrbios hormonais: 24 Aproximadamente 5 a 10 % da população masculina sofre de algum tipo de distúrbio hormonal. O mais comum, também relacionado com a idade, é a constante diminuição nos níveis de testosterona, o principal hormônio sexual do homem. Ela tem provavelmente alguma coisa a ver com a diminuição na capacidade das células testiculares em sintetizar o hormônio. Este fenômeno levou alguns especialistas a afirmar que existe um tipo de "menopausa" para o homem, não tão drástica como para a mulher, denominada andropausa. Ainda que isto seja controverso, o fato é que muitos precursores metabólicos da testosterona (substâncias usadas pelo corpo no processo de síntese) tais como DHEA (dehidroxiepiandrosterona), diminuem significativamente com a idade. A diminuição de testosterona tem sido associada com a diminuição na libido sexual e performance, porque os circuitos cerebrais e os tecidos do pênis são dependentes destes níveis de hormônios. Entretanto, uma porcentagem significativa de homens com baixos níveis de testosterona permanece com performance sexual inalterada. Quando baixos níveis de testosterona afetam as características sexuais primárias e secundárias (por exemplo, quando o crescimento da barba é consideravelmente lento, ou existe perda de pelos no peito ou na pelve, ou mesmo a atrofia dos testículos e pênis, e um aumento na região das mamas chamado ginecomastia), diz-se que ocorre uma condição chamada hipogonadismo (de gônadas, ou glândula sexual). Existem dois tipos de hipogonadismo: 1. Hipogonadismo primário, causado por uma doença nas células produtoras de testosterona; 2. Hipogonadismo secundário, causado por uma doença ou disfunção nos sistemas que controlam a produção de testosterona, como a hipófise. A forma mais comum de hipogonadismo secundário é chamado de Hipogonadismo Hipogonadotrófico, porque existe uma diminuição demonstrável nos níveis de FSH (Hormônio Folículo Estimulante), ou hormônio gonadotrófico, que é produzido pela glândula hipófise. O Hipogonadismo Primário, em contraste, tem níveis normais ou até aumentados de FSH. Outra condição que pode frequentemente levar à impotência sexual é chamada de hiperprolactinemia, que é um aumento anormal de outro hormônio produzido pela hipófise, denominado prolactina. Nas mulheres, a prolactina é responsável por estimular as glândulas mamárias para produzir leite. Os homens normalmente têm níveis baixos de prolactina, mas em algumas doenças eles podem estar aumentados, tais como em um tipo de tumor benigno chamado prolactinoma. Nos exames diagnósticos feitos para diagnosticar as causas da impotência sexual, o médico normalmente pede testes de laboratório destinados a medir o nível de testosterona, FSH e prolactina. Simultaneamente, níveis baixos de testosterona e FSH significam um diagnóstico de Hipogonadismo Hipogonadotrófico. Hiperprolactinemia está também muitas vezes associada a esta condição. Com base no instinto humano e na habilidade de adaptação da espécie, percebemos que o corpo humano reorganiza as sinapses sensoriais que levam as informações ao cérebro, reativando as condições propícias ao orgasmo e ao prazer. 25 Existem inúmeras outras possibilidades de orgasmo, como o orgasmo seco, que pode beneficiar os homens que sofreram a remoção radical da próstata através de cirurgia. Ejaculação Prematura ou Precoce Também denominada ejaculação prematura, é a mais comum das disfunções sexuais masculinas. A ejaculação precoce (ejaculatio praecox) é inconfundível, caracterizada pela incapacidade do homem em controlar o reflexo ejaculatório. Uma vez que esteja sexualmente excitado, ele atinge o orgasmo rapidamente. A ejaculação precoce pode acontecer com ou sem a penetração; alguns homens ejaculam apenas com um pequeno estímulo tátil ou mesmo visual. Para alguns clínicos, o tempo que decorre entre a introdução na vagina e a ejaculação é o critério para se determinar o diagnóstico. A capacidade do homem para controlar a sua ejaculação é crucial para que haja um perfeito desempenho no ato sexual, capaz de proporcionar prazer a ambos os parceiros. O bom amante sexual deve ser capaz de dar continuidade aos jogos sexuais, mesmo que esteja envolvido por um alto grau de excitação, permitindo à parceira/parceiro chegar a um alto nível de excitação e de orgasmo. Muitos homens possuem grande dificuldade em receber a afetividade e a carícia. Com isso, existe a dificuldade em compreender que o efeito produzido pelo contato suave produz determinados resultados na mente e no cérebro, que resultam na supremacia do orgasmo e do prazer. Por outro lado, a musculatura peniana é hipotônica – tem baixo tônus muscular – e não consegue sustentar uma energia mais alta de prazer com maior demanda, por mais tempo. Quanto maior é a valorização da masturbação e da fantasia, por parte do homem, maior a probabilidade de tornar-se ejaculador precoce e impotente. Os problemas associados ao ejaculador precoce vão além da esfera genital. Junto com a ejaculação, o homem percebe a ausência ou a diminuição da sensação erótica. O trajeto das informações sensoriais do sistema nervoso fica congestionado com a excitação e com a proximidade do orgasmo e os homens acabam por experimentar uma sensação de anestesia dos órgãos genitais, pois a energia sobe muito rapidamente para o centro sexual adaptado, o cérebro congestionado de erotismo. O homem que experimenta a anestesia genital não tem conhecimento deste fenômeno, simplesmente porque ainda não se reeducou sensorialmente, nunca depurou a sua 26 percepção, permanecendo como um observador no momento do orgasmo. Quando o homem se coloca na postura de um observador, dissociado dos papéis de amante que representa no ato sexual, passa a compreender e a administrar melhor as mobilizações de energia provocadas pelo erotismo e pelo orgasmo, distribuindo a experiência da intensificação da energia, espalhando-a para outros músculos do seu corpo e não apenas concentrando-a nos músculos ejaculadores. A ejaculação precoce pode ter como origem causas físicas e psicológicas. Os homens que sofrem de incontinência ejaculatória são infelizes e angustiados por conta dessa condição. A falha no controle do orgasmo produz a sensação de inadequação sexual, carregada com um sentimento de culpa e incapacidade de levar o outro a uma situação de prazer, de intimidade e de orgasmo. A falta de controle leva o homem a diminuir e a frustrar os seus contatos sexuais, sentindo-se envergonhado e ansioso. Muitos homens experimentam uma evolução do seu quadro para uma impotência reguladora, como uma reação ao quadro de medo, culpa, ansiedade e frustração. Ejaculação Retardada A Ejaculação Retardada (ejaculatio retardata), denominada como “incapacidade ejaculatória” por Masters e Johnson, pode ser definida como uma inibição do reflexo ejaculatório, tornando o ato ejaculatório retardado ou difícil de acontecer. Um homem que sofre de ejaculação retardada responde normalmente aos estímulos sexuais com uma ereção firme, porém, torna-se incapaz de ejacular. Embora deseje o alivio orgásmico, mesmo que ele receba a estimulação adequada para disparar o reflexo orgásmico, não o consegue. Em sua forma branda, a inibição ejaculatória é associadaa situações que provocam a ansiedade. Muitos homens que sofrem de ejaculação retardada no momento do sexo com uma parceira, conseguem-no mais facilmente com uma estimulação manual (masturbação). Desejo Sexual Hipoativo Já ouviu falar em ninfomaníaca? Ou quem sabe Satiríase? Estes são nomes dados aos desejos sexuais hiperativos. A pessoa que sofre deste transtorno deseja o sexo incessantemente, quer alcançar o orgasmo várias vezes seguidas, custe o que custar. O ato sexual e masturbação muitas vezes são seguidos de culpa e arrependimento, o que não impede de continuar buscando prazer através do sexo, assim como acontece em qualquer outro vício. Sintomas: O indivíduo passa por cima de qualquer limite de certo e errado para obter sexo: adultério, pornografia, swing, prostituição, masturbação descontrolada. Sexo em locais inapropriados, com pessoas comprometidas e etc. não mede 27 consequência e coloca em jogo a vida do cônjuge, filhos, seu emprego, amizades, e relacionamentos em geral; Fantasias sexualmente excitantes frequentes e intensas, impulsos ou comportamentos sexuais “anormais” que persistam durante um período de pelo menos seis meses. As fantasias, comportamentos ou impulsos causam desconforto ou comprometimento na sua vida social, trabalho, amizade e relacionamento afetivo. Os sintomas não estão relacionados com uso de drogas ou estimulantes. Doenças de Pìck, lesões cerebrais, sífilis e demência também podem causar um aumento na sexualidade, impulsividade e obsessão sexual além de outros comportamentos socialmente inadequados similares. O primeiro passo para a cura é reconhecer o problema e aceitar a necessidade de ajuda. Quanto mais negar aos outros e a si mesmo, mais destruição trará para sua vida e para aqueles que o ama. Se permanecer preso a esse transtorno, dificilmente conseguira construir uma família e manter uma vida equilibrada. Saber controlar os impulsos através de terapias. Desenvolver habilidades para lidar melhor com a ansiedade, desconforto e carência afetiva. Antidepressivos que regulam a serotonina podem ajudar a diminuir a libido, a ansiedade, os pensamentos obsessivos e aumentar o autocontrole e bom humor.