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05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%2… 1/19 Meios adequados de resolução de conflitos Unidade 2 - Negociação e justiça restaurativa Iniciar Autor: Guilherme Pavan Machado Revisão Técnica: Ana Carolina Quintela Introdução Nesta Unidade, iremos desenvolver os temas de Negociação, Design de Sistemas de Disputas e Justiça Restaurativa, que integram parte importante da disciplina de Meios Adequados de Resolução de Con�itos. Nossos objetivos serão: conhecer o meio Negociação e as metodologias aplicáveis a ela; desenvolver habilidades negociais por meio de treino mediante a análise de caso prático; reconhecer os interesses das partes; avaliar possibilidades juridicamente viáveis de alcance dos interesses; de�nir estratégias jurídicas de minimização dos riscos envolvidos; veri�car a metodologia de Design de Sistemas de Disputas; e veri�car a metodologia das práticas restaurativas com ênfase na Justiça Restaurativa. 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%2… 2/19 1. A negociação como meio adequado de resolução de conflitos A Negociação é um meio adequado de resolução de con�itos que pertence à estrutura clássica da autocomposição. Relembrando o nosso estudo da Unidade anterior, apontamos que existem três estruturas clássicas de resolução de con�itos, que são a autotutela, a autocomposição e a heterocomposição. A autotutela consiste em forma de resolução de con�itos sem a intervenção de terceiros, pela qual se chega a uma solução a partir da sobreposição do mais forte, ou seja, não há consenso. A Heterocomposição, por sua vez, é a resolução de um con�ito por meio da intervenção de um terceiro convocados pelas partes em con�ito, podendo ser um árbitro, no caso da Arbitragem, ou o Juiz, se estivermos falando de processo judicial. A Autocomposição é a estrutura clássica de resolução de con�itos, pela qual há a faculdade de possuir ou não a intervenção de terceiros, sendo que as partes buscam uma solução conjunta e consensual. Exemplos são a Conciliação, a Mediação e a Negociação. Nesse sentido, como primeiro aspecto diferencial da Negociação que podemos apontar é que trata-se de um meio de resolução de con�itos onde as partes que estão manejando um con�ito chegam a uma solução a partir das próprias vontades e interesses, por meio de negociação. A negociação é um procedimento dinâmico em que as partes procuram chegar a um acordo que possa satisfazer a ambas, de modo que é necessária a contribuição de cada uma, possivelmente com concessões ou o recebimento de elementos, até que seja encaminhada uma composição. É salutar rea�rmar que, uma vez que não exista a mediação de um terceiro na relação, o comprometimento das partes no entrave, com o objetivo de se �nalizar a contenda, é essencial ( GUILHERME, 2016, p. 18 ). 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%2… 3/19 Assim, podemos de�nir como conceito inicial da Negociação a noção de que se trata de resolução de con�itos a partir da qual as partes que �guram na divergência chegam a uma solução a partir da negociação entre os interesses particulares e coletivos em jogo, sem a intervenção de terceiros. 2. Técnicas e prática em negociação Após a abordagem sobre o conceito de Negociação, iremos falar sobre algumas técnicas e sobre a prática em negociação que você, enquanto pro�ssional, pode encontrar no seu dia a dia. Hidal e Sampaio (2016, p. 337) irão a�rmar que na Negociação: “[...] as partes envolvidas em uma controvérsia tendem a criar um acordo que resolva o con�ito estabelecido entre elas, de forma diferente de recorrer à força ou à decisão de um terceiro”. Ainda, os autores Hidal e Sampaio (2016, p. 337-338) destacam duas modalidades de Negociação, sendo a Negociação Distributiva e a Negociação Integrativa. A forma mais tradicional de negociação é chamada de negociação distributiva. Mais comumente chamada de barganha, esta abordagem presume que os recursos a serem negociados são �xos, tal que o ganho de um negociador resulta em uma perda para o outro. Para resolução de con�itos, no entanto, é necessário adotar outra abordagem chamada de negociação integrativa, na qual os negociadores procuram resolver uma disputa de maneira que maximize os seus interesses respectivos (ao contrário de ter um ganhador e um perdedor, ou de dividir a diferença). A maximização de ganhos mútuos é possível na medida em que as partes se concentrem em criar valor em vez de dividi-lo [...]. Exempli�cando em situações hipotéticas do nosso dia a dia, a negociação distributiva poderá ser aquela relacionada à compra de um carro que dá origem a um impasse em relação ao valor de pagamento. O objeto que está sendo discutido - dinheiro - não pode ser compartilhado entre as partes, de modo que o ganho será do vendedor. 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%2… 4/19 De outra ponta, a negociação integrativa pode ser demonstrada em uma negociação empresarial na qual duas empresas negociam para unir forças para realizar um empreendimento vultuoso. Aqui, há o compartilhamento do objeto e a soma dos interesses, não podendo visualizar ganhador ou perdedor. Existem outras classi�cações de Negociação que permitem visualizar, de maneira didática, a dinâmica negocial. Uma delas é a classi�cação em relação à pessoa, pela qual se distingue a negociação em Adversarial e Cooperativa. Uma negociação Adversarial, como o nome sugere, está relacionada a um tratamento entre as partes mais competitivo, possuindo interesses controversos e, na maioria das vezes, colidentes. Nesse tipo, as partes almejam resultados diferentes aos con�itos e travam uma luta durante a negociação. A negociação Cooperativa, ou Colaborativa, é aquela na qual as pessoas que estão negociando assumem uma postura facilitadora em relação à outra, empreendendo meios que lhes tragam uma solução que maximize os ganhos de ambas. O Manual de Negociação e Mediação para membros do Ministério Público (CNMP, 2015, p. 27) elucida as distinções acima expostas sobre os tipos de negociação, relacionando-os. O método competitivo se caracteriza quando um dos interlocutores objetiva maximizar vitórias sobre o outro. É o chamado ganha-perde, no qual o resultado substantivo, objetivo, tem valor preponderante, em detrimento do resultado subjetivo representado pela criação de um bom relacionamento entre os envolvidos. Já a postura colaborativa tem como preocupação do negociador atender aos interesses de ambos, de modo a que seja obtido um resultado substantivo (objetivo), mas, na mesma medida, aprimorado o relacionamento. É o chamado ganha-ganha, que tem na distinção entre posição e interesse a chave para a consecução do consenso ( CNMP, 2015, p. 27 ). Nesse sentido, nos apropriamos de um outro conceito na negociação que é a sistemática “ganha-ganha” e “ganha-perde”, que diz respeito à questão da possibilidade de compartilhamento do objeto em uma tratativa negocial. Outras características que podemos citar das negociações distributiva e integrativa está na postura adotada pelos negociadores. Veja: em uma negociação distributiva, 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%2… 5/19 percebemos posturas mais rígidas, menos �exíveis, ao passo que em uma negociação integrativa e colaborativa, por exemplo, percebemos posturas mais maleáveis entre as partes. Outro aspecto que pode ser relevante é que as negociações distributivas e adversariais, ou competitivas, tendem a demorar mais, em virtude doembate de interesses e das posturas adotadas. Em outro passo, na negociação colaborativa, a tendência é uma resolução mais rápida. Ainda está com dúvidas e não consegue visualizar como pode ocorrer uma negociação? Você conhece o Caso da Laranja? Leia abaixo: “O exemplo clássico fornecido pela Escola de Negociação de Harvard é o caso da laranja e das duas meninas que a disputavam. Ambas possuíam a mesma posição: ‘quero a laranja’. A mãe das meninas, não suportando mais a disputa, pegou uma faca, cortou a fruta ao meio e deu uma parte para cada �lha. A primeira, insatisfeita com a atitude, pergunta por que a mãe fez aquilo, pois desejava a laranja inteira para fazer um orifício em uma das extremidades e sorver o suco da fruta. Com apenas metade, isso não seria possível. Este era o seu interesse: sorver o suco da fruta diretamente. A segunda �lha, da mesma forma, �cou insatisfeita, pois queria somente a casca da laranja para fazer letrinhas, conforme havia aprendido em aula. Com metade da laranja, não teria o material necessário para tanto. Esse era o seu interesse. Em realidade, a mãe das meninas poderia ter feito apenas uma pergunta: “para que vocês querem a laranja?” Após a resposta, não precisaria adotar a conduta inadequada que efetivou. Bastaria descascar a laranja e entregar a fruta para a primeira e toda a casca para a segunda �lha. Assim, teria a satisfação das duas partes envolvidas no con�ito, com o estabelecimento de uma conclusão ganha-ganha” ( CNMP, 2015, p. 27-28 ). Concluindo esse nosso primeiro aprendizado sobre a Negociação como Meio Adequado de Resolução de Con�itos, compreendemos que trata-se de uma solução Você quer ver? Para saber mais sobre técnicas de Negociação, veja o vídeo A Arte da Negociação , com Diego Faleck, para o TEDx Talks. Para acessar a apresentação clique aqui . https://www.youtube.com/watch?v=8PDLTvJf46g 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%2… 6/19 ao con�ito a partir da própria desenvoltura e comunicação entre as partes com controvérsia, sem a intervenção de terceiros. Quando falamos em Meios Adequados de Resolução de Con�itos, em convergência com o Acesso à Justiça, percebemos que a Negociação Integrativa e Colaborativa consiste em melhor método para alçar a solução dos problemas entre as pessoas em con�ito, tendo em vista que essa sistemática possibilita a maximização dos ganhos e o atendimento do interesse de ambas as partes. 3. Design de sistemas de disputas Até o momento direcionamos nosso diálogo, na Unidade anterior e nesta Unidade 2, para os Meios Adequados de Resolução de Con�itos, ou seja, abordamos questões referentes à Mediação, Conciliação, Arbitragem e Negociação, que consistem em meios para resolver o con�ito. O Design de Sistemas de Disputas, tradução do nome original Dispute System Design (DSD), consiste em um método aplicável aos meios adequados de resolução de con�itos. O objetivo é “[...] a customização de sistemas para que estes abordem o con�ito, de forma mais adequada, em toda sua complexidade” (SOUSA; CASTRO, 2018, p. 107). [...] o Desenho de Sistema de Disputas é um método, e não um mecanismo de solução de con�itos, não se confundindo, portanto, com a sua �nalidade, que é, efetivamente, a criação do sistema capaz de solucionar adequadamente um con�ito. A metodologia DSD pressupõe a existência de um “designer” que, em cooperação com os interessados do con�ito, desenvolverá um produto sob medida, analisando as peculiaridades dos personagens, da relação e do objeto con�ituoso. Os sistemas devem ser desenhados em colaboração com os interessados, assim o designer oferece seus recursos técnicos, e as partes interessadas colaborarão com informações sobre o con�ito, seus interesses, contexto situacional, personagens do con�ito, dentre outras perspectivas ( SOUSA; CASTRO, 2018, p. 107-108 ). 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%2… 7/19 Nesse sentido, o DSD consiste em método no qual o “ designer ”, que é quem analisa as peculiaridades do caso, visualiza o con�ito, as partes afetadas, buscando criar um modelo que permita atender as prioridades destacadas por ele a partir da análise realizada. Sousa e Castro (2018, p. 108-109) elencam, com maestria, as etapas que o “ designer ” deve realizar para criação de um método que pode resultar na aplicação de um meio adequado de resolução de con�ito que melhor contemple as especi�cidades do caso. O processo de desenho de um sistema de disputa envolve a análise do con�ito e das partes interessadas e afetadas; a de�nição dos objetivos e prioridades do sistema; a criação de consenso e desenvolvimento do sistema; a implementação do sistema, disseminação e treinamento; a avaliação constante do sistema, adaptando-o de forma a permitir o aprendizado com a experiência. No primeiro momento, o designer vai se ocupar de identi�car a demanda, fazendo um levantamento acerca das partes envolvidas, dos fatos ocorridos, dos interesses envolvidos, bem como das formas que aquele tipo de demanda costumeiramente é resolvido, quais os modelos de sistema existentes para seu tratamento. Nesse momento é possível que diversos mecanismos de resolução de con�itos apresentem-se como viáveis, desde a via judicial, como a arbitragem, a mediação, a conciliação, sendo função do designer, em cooperação com as partes, utilizar de cada mecanismo, aquelas ferramentas que melhor se adequem ao caso concreto, não sendo necessário optar por uma, em detrimento da outra. A grande vantagem do uso dessa metodologia é permitir a hibridez entre os mecanismos de resolução de con�itos, possibilitando, assim, que, a depender do caso concreto, utilize-se de uma racionalidade mais polarizada, ou mais cooperativa. É nessa primeira fase que se mapeiam os procedimentos disponíveis para resolução da demanda, e contrasta-se com os procedimentos que estão em uso, com a �nalidade de determinar inovações e alterações de estratégias. Feito o diagnóstico desse panorama geral da demanda, parte-se para a de�nição dos objetivos e prioridades do sistema, com o �to de melhor desenvolvê-lo. Desse modo, o DSD proporciona que as partes tenham um modelo de aplicação dos meios adequados de resolução de con�itos que adeque-se ao con�ito posto e a vontade das partes. Uma característica importante do Desenho de Disputa de Sistema é que ele só pode ser realizado pelo designer se houver consenso das partes para sua aplicação. O processo de design de sistemas de disputas é tanto político quanto técnico. Para que o sistema seja bem-sucedido, ele deve ser aprovado por todas as partes interessadas e afetadas. A aprovação está intimamente ligada com a participação. As partes interessadas e afetadas que participarem, in�uenciarem, opinarem e que, na medida do possível, sejam 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%2… 8/19 trazidas para o processo de criação, poderão expor seus pontos sensíveis e sentir-se co criadores do projeto. Tal fato facilita em muito a aprovação do projeto e o aprimora por meio de um processo democrático que leva em consideração a perspectiva de todas as partes envolvidas e aumenta substancialmente as chances de sucesso. A aceitação depende de um processo baseado em valores como participação, dignidade, igualdade, autonomia, e�ciência e satisfação. Se o processo de criação é justo, o resultado deve ser justo ( FALECK, 2009, p. 19 ). Diego Falek (2009, p. 9) cita, como exemplo internacional de aplicação do DSD, o caso da “ September 11th Compensation Fund of 2001 ", que distribuiu aproximadamente 9 bilhões de dólares a mais de 7.000 vítimas e bene�ciáriosde vítimas do evento terrorista”. Nas palavras de Falek (2009, p. 20), avocando o doutrinador Ury, um dos criadores do DSD nos Estados Unidos, três são os elementos básicos para o Desenho de um Sistemas de Disputas: a) os interesses em jogo; b) as regras de direito que servem como guia; e c) a relação de poder entre as partes. Ainda, a criação do DSD pode direcionar seu objetivo em três situações distintas, quais sejam: a) conciliar os interesses em jogo; b) determinar quem está certo; ou c) determinar quem tem mais poder. Qual a mais apropriada? O enfoque nos interesses é capaz de resolver os problemas que estão por trás da disputa e pode ajudar as partes a identi�car quais pontos são de maior preocupação para uma parte e para outra. Ao trocar concessões em pontos de menor por de maior preocupação, as partes podem criar ganhos na resolução da disputa. Focar em direito ou poder, por seu turno, inevitavelmente faz com que uma das partes saia da disputa percebida como vencida. Em muitos casos de litígio, normalmente a parte vencida percebe a decisão como injusta, o juiz como alguém inábil para entender o seu caso e assim por diante. Reconciliar interesses tende, em geral, a um maior nível de satisfação mútua com os resultados do que determinar quem está certo ou quem tem mais poder. Se as partes estão mais satisfeitas, o relacionamento é bene�ciado e a chance de que a disputa volte a ocorrer é menor ( FALECK, 2009, p. 21 ).. Um exemplo prático da aplicação do DSD na realidade forense brasileira é o Plano Estratégico de Gestão de Con�itos Trabalhistas, vencedor da VII Edição do Prêmio Conciliar é Legal. Esse Plano consiste em um modelo de gestão de con�itos, a partir de 35 projetos diferentes, voltado para o desenvolvimento e sucesso das práticas conciliatórias. 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%2… 9/19 Outro exemplo da utilização do DSD no Brasil se deu com a Câmara de Indenização 3054, que possui o objetivo de viabilizar acordos com os familiares das vítimas do acidente aéreo do vôo 3054 da TAM. A CI 3054, como foi chamada, desenhou um procedimento que buscava analisar inúmeras variáveis para resultar na realização da autocomposição indenizatória aos familiares das vítimas. O procedimento da CI 3054 pode ser dividido em duas fases, (i)a preparatória ao ingresso do requerimento e (ii) o procedimento em si, consubstanciado nas reuniões propriamente ditas para coleta de informações e na apresentação da proposta de indenização. Na fase pré-ingresso, as partes tinham à sua disposição a "Divisão de Assistência" (DA), em que os bene�ciários eram atendidos pessoalmente para a preparação prévia de seus requerimentos, antes mesmo do ingresso formal no programa. Após o ingresso, as partes mantinham reuniões diretamente com as empresas área e seguradora, com a presença de observadoras, e tinham à disposição o Conselho de Órgãos de Proteção de Consumidor para consultas ( FALECK, 2009, p. 27 ). A operacionalidade do procedimento instaurado era simples e de fácil compreensão e consistia no preenchimento de formulários, entrega de documentação para comprovação de renda das vítimas, dependência econômica e vínculo afetivo (FALECK, 2009, p. 27-28). O resultado da CI 3054? Mais de 90% dos casos intermediados pela Câmara terminaram em acordo, sendo que dos 59 casos recebidos, 55 foram solucionados mediante autocomposição (CONJUR, 2009). Você quer ler? Para saber mais sobre o Plano Estratégico de Gestão de Con�itos, acesse aqui . Você quer ler? https://www.premioinnovare.com.br/praticas/3163 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%… 10/19 Desse modo, o Design de Sistemas de Disputas permite a criação de um método ou modelo para manejo de um con�ito a partir da utilização dos meios adequados de con�itos. Conforme apontamos anteriormente, não se trata de um mecanismo de resolução de con�itos, como a Negociação, mas sim de uma metodologia para a aplicação desses mecanismos. Para saber mais sobre a CI 3054, acesse aqui . 4. Justiça restaurativa A Justiça Restaurativa tem um espírito voltado para resolução amigável do con�ito entre as partes, mas, mais que isso, assume um viés que busca recuperar ou restaurar as relações sociais. A Justiça Restaurativa constitui-se como um conjunto ordenado e sistêmico de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias, que visa à conscientização sobre os fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores de con�itos e violência, e por meio do qual os con�itos que geram dano, concreto ou abstrato, são solucionados de modo estruturado ( CNJ ).. O surgimento da Justiça Restaurativa se deu em 2005, com três programas pioneiros nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal, com o apoio do Poder Judiciário, “[...] Secretaria da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)” (CNJ, 2019, p. 5). O cerne da questão por trás do surgimento da Justiça Restaurativa está em recomendações da Organização das Nações Unidas, que passou a se dedicar para a análise e implantação de práticas restaurativas no âmbito das justiças criminais. A Organização das Nações Unidas – ONU, a partir da Resolução n. 1999/26, de 28 de julho de 1999, passou a regulamentar, no âmbito do direito internacional, as práticas restaurativas na Justiça Criminal. Além dessa primeira, outras duas Resoluções foram editadas por este organismo internacional sobre esta forma alternativa de resolução de con�itos: a Resolução n. https://www.conjur.com.br/2009-ago-12/camara-indenizacao-encerrada-92-acordos-acidente-tam 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%… 11/19 2000/14 e a n. 2002/12. Ambas estabelecem princípios básicos para utilização de programas restaurativos em matérias criminais ( CNJ, 2019, p. 5 ). A Justiça Restaurativa tem como fundamento a Resolução 225/2016 do Conselho Nacional de Justiça, que atende as recomendações da ONU para sua implantação, bem como atenta para o direito ao Acesso à Justiça, destacando a complexidade dos con�itos no mundo atual e na necessidade de rea�rmação das relações sociais. A ideia de que os con�itos “solucionados de modo estruturado”, conforme conceito endossado pelo CNJ, está melhor descrita no art. 1º, incisos I, II e III da Resolução 225/2016. I - é necessária a participação do ofensor e, quando houver, da vítima, bem como da sua família e de todos os envolvidos no fato danoso, com a presença dos representantes da comunidade direta ou indiretamente atingida pelo fato e de um ou mais facilitadores restaurativos; II - as práticas restaurativas serão coordenadas por facilitadores restaurativos capacitados em técnicas autocompositivas e consensuais de solução de con�itos próprias da Justiça Restaurativa, podendo ser servidor do tribunal, agente público, voluntário ou indicado por entidades parceiras; III - as práticas restaurativas terão como foco a satisfação das necessidades de todos os envolvidos, a responsabilização ativa daqueles que contribuíram direta ou indireta para ocorrência do fato danoso e o empoderamento da comunidade, destacando a necessidade de reparação do dano e da recomposição do tecido social rompido pelo con�ito e suas implicações para o futuro ( CNJ, 2016 ). Nesse sentido, é possível perceber que a Justiça Restaurativa tem como fundamento precípuo a resolução de con�itos a partir de um contexto colaborativo, participativo, que olhe para todos os atores envolvidos e para seus interesses, almejando, ao�m e ao cabo, a restauração das relações sociais. No caminho do que estamos falando, a Resolução 225/2016 fala em “Enfoque Restaurativo”, especi�camente no artigo 1º, § 1º, inciso V, que signi�ca uma abordagem diferenciada do con�ito, contemplando a participação dos envolvidos, atenção às necessidades da vítimas e ofensor, reparação dos danos sofridos e o compartilhamento das responsabilidades e obrigações entre os participantes (VNJ, 2016). 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%… 12/19 Esses elementos consistem em princípios que devem ser observados pela Justiça Restaurativa e pelos programas que forem criados e implantados que levantarem essa bandeira, a citar os princípios da corresponsabilidade, reparação do dano, a consensualidade e a con�dencialidade (CNJ, 2016). Art. 2º São princípios que orientam a Justiça Restaurativa: a corresponsabilidade, a reparação dos danos, o atendimento às necessidades de todos os envolvidos, a informalidade, a voluntariedade, a imparcialidade, a participação, o empoderamento, a consensualidade, a con�dencialidade, a celeridade e a urbanidade. § 1º Para que o con�ito seja trabalhado no âmbito da Justiça Restaurativa, é necessário que as partes reconheçam, ainda que em ambiente con�dencial incomunicável com a instrução penal, como verdadeiros os fatos essenciais, sem que isso implique admissão de culpa em eventual retorno do con�ito ao processo judicial. § 2º É condição fundamental para que ocorra a prática restaurativa, o prévio consentimento, livre e espontâneo, de todos os seus participantes, assegurada a retratação a qualquer tempo, até a homologação do procedimento restaurativo. § 3º Os participantes devem ser informados sobre o procedimento e sobre as possíveis consequências de sua participação, bem como do seu direito de solicitar orientação jurídica em qualquer estágio do procedimento. § 4º Todos os participantes deverão ser tratados de forma justa e digna, sendo assegurado o mútuo respeito entre as partes, as quais serão auxiliadas a construir, a partir da re�exão e da assunção de responsabilidades, uma solução cabível e e�caz visando sempre o futuro. § 5º O acordo decorrente do procedimento restaurativo deve ser formulado a partir da livre atuação e expressão da vontade de todos os participantes, e os seus termos, aceitos voluntariamente, conterão obrigações razoáveis e proporcionais, que respeitem a dignidade de todos os envolvidos ( CNJ, 2016 ). Nesse sentido, a Justiça Restaurativa atua a partir do consentimento e da vontade das partes em resolverem o litígio de maneira colaborativa. Um dos benefícios mais relevantes que podemos perceber a partir do desenvolvimento da temática é o fortalecimento das relações pessoais antes fragilizadas pelo con�ito, bem como um resultado útil ao processo que satisfaça ambas as partes. Hoje, as práticas restaurativas já se espalharam por todo o Judiciário brasileiro, estando presentes tanto na Justiça Comum (Estadual e Federal), como na Especializada (Justiça do Trabalho). O Conselho Nacional de Justiça, em pesquisa junto aos Tribunais da Justiça Comum do país, descobriu resultados satisfatórios sobre a implantação de programas, projetos ou ações sobre Justiça Restaurativa. Houve 31 devolutivas aos questionários 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%… 13/19 enviados pelo CNJ (à exceção do TJAC que não respondeu), chegando à conclusão que “25 Tribunais de Justiça, 96% do total de respondentes, e três Tribunais Regionais Federais, 60% dos existentes, possuem algum tipo de iniciativa em Justiça Restaurativa” (CNJ, 2019, p. 8). Nessa pesquisa realizada pelo CNJ junto aos Tribunais, restou evidente o benefício que os programas, projetos e ações restaurativas trazem para a promoção e proteção dos direitos e garantias dos cidadãos, fortalecendo, principalmente, a proteção dos direitos da criança e adolescente e violência contra mulher. Figura 1 - Mapeamento dos programas de justiça restaurativa. Fonte: Conselho nacional de justiça (CNJ). Ademais, os benefícios com as práticas restaurativas podem ser sentidos em instituições da sociedade, efetivando o objetivo de recomposição do tecido social, cumprindo um papel fundamental no atual contexto político-social brasileiro de liquidez das relações interpessoais. O documento produzido pelo CNJ, “Mapeamento dos programas de Justiça Restaurativa” (2019, p. 17), apresenta o grá�co abaixo com as instituições que mais se bene�ciaram com as práticas restaurativas, com destaque para o sistema de educação. Figura 2 - Mapeamento dos programas de justiça restaurativa. Fonte: Conselho nacional de justiça (CNJ). Por conseguinte, o mesmo documento em destaque - Mapeamento dos programas de Justiça Restaurativa - nos mostra outras duas informações relevantes para nosso 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%… 14/19 estudo, que se baseiam nas metodologias utilizadas pelos facilitadores restaurativos e os tipos de encontros promovidos. Primeiramente, em relação às metodologias, podemos citar como as mais utilizadas os Círculos de Construção de Paz, o Processo Circular, Círculos restaurativos, entre outras. Figura 3 - Mapeamento dos programas de justiça restaurativa. Fonte: Conselho nacional de justiça (CNJ). Os Círculos de Construção de Paz baseados em Kay Pranis estão assentados na concepção de viabilizar o encontro entre as pessoas, criando ou fortalecendo vínculos, promovendo a compreensão recíproca entre os participantes, tanto vítima, ofensor e terceiros atingidos (TJPR, p. 10). O Manual de Justiça Restaurativa realizado pelo Tribunal de Justiça do Paraná (p. 10) aponta que os círculos poderão ser menos complexos, quando envolver. “[...] celebração, diálogo, aprendizado, construção de senso comunitário, compreensão) e mais complexos (reestabelecimento/apoio, con�ito, tomada de decisão, reintegração)”. Nesta metodologia podem ser visualizados duas etapas: uma primeira chamada de pré-círculos, e a segunda, que são os círculos propriamente ditos. Os pré-círculos são encontros individuais realizados com os futuros participantes, nos quais será explicado o procedimento e colhido consentimento expresso. Posteriormente, realizam-se os círculos, que poderão contar com a participação da vítima, ofensor, família, apoiadores e comunidade, que irão discorrer sobre a situação que gerou o con�ito. Os participantes se sentam em círculo sem mesas ou outras peças de mobiliário no meio. Um objeto, chamado bastão-de-fala circula pela ordem entre os participantes, que falam somente quando estão segurando o bastão-de-fala. A utilização desse bastão-de-fala reduz o papel do facilitador e elimina as conversas paralelas ou interrupções, pois só ele de�ne quem fala 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%… 15/19 enquanto os outros ouvem. O processo poderá acontecer em círculos diferentes, um para vítima e outro para o ofensor antes que todos se reúnam para determinar um plano de ação que trate das questões levantadas ao longo do processo. Por consenso, o Círculo poderá estruturar a sentença do ofensor e também estipular as responsabilidades dos membros da comunidade e dos operadores de justiça como parte do acordo ( PRANIS, 2010, p. 8 ). Kay Pranis (2010, p. 10-11) destaca como elementos estruturais do Círculo as orientações, o bastão de fala, a cerimônia, a partilha de histórias, o guardião ou facilitador e a tomada de decisão consensual. Ainda, Pranis (2010, p. 5) aponta que os encontros presenciais mais comuns são a mediação vítima-ofensor, a conferência grupalrestaurativa e os círculos de construção de paz. Esse último pode ser compreendido como: “[...] processo facilitado que envolve a vítima, seus apoiadores, o ofensor e seus apoiadores, membros da comunidade e membros relevantes do sistema judicial”. O tipo de encontro mais realizado nas práticas restaurativas dos Tribunais que responderam o questionário do CNJ são os círculos de construção de paz, onde participam da dinâmica a vítima, o ofensor, comunidade, família e os apoiadores. Na sequência, percebemos maior presença de encontros com ofensor e comunidade, assim como grupos de ofensores. Figura 4 - Mapeamento dos programas de justiça restaurativa. Fonte: Conselho nacional de justiça (CNJ). Concluindo esse tópico sobre a Justiça Restaurativa, foi possível visualizar os principais conceitos da temática, o que envolve questões práticas de aplicação das práticas restaurativas, metodologias que são aplicáveis e dados estatísticos do CNJ sobre os programas no âmbitos dos Tribunais da Justiça Comum. No encontro do que pretendemos abordar em um contexto geral nessa disciplina, a Justiça Restaurativa atua juntamente com os Meios Adequados de Resolução de 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%… 16/19 Con�itos para buscar a solução de con�itos que surgem constantemente nas relações humanas de maneira colaborativa. O principal objetivo da Justiça Restaurativa, no desiderato do que aprendemos na Unidade 1 e com o que desenvolvemos nessa Unidade, é promover a resolução do con�ito de maneira amigável, cooperativa, autocompositiva, onde se privilegie o fortalecimento daquela relação social abalada pelo con�ito. Muito embora os dados estatísticos apresentem uma atuação massiva dos Tribunais na implantação de práticas restaurativas, há um primeiro obstáculo que tem que ser transposto, que é a consensualidade das partes em participar do procedimento. No atual contexto político-social que vivenciamos, há que se incentivar o consenso para práticas de resolução de con�itos amigáveis em detrimento do litígio adversarial do processo judicial. Isso porque inúmeros são os benefícios para as partes envolvidas, podendo citar a resolução mais célere do mérito e o aumento da possibilidade de uma solução para o con�ito favorável para ambos. Síntese Estamos encerrando mais uma Unidade da nossa disciplina de Meios Adequados de Resolução de Con�itos. Nesta Unidade aprofundamos nosso conhecimento sobre Negociação, Design de Sistemas de Disputas e Justiça Restaurativa. É importante compreendermos que tudo que estamos abordando está conectado no grande grupo dos Meios Adequados de Resolução de Con�itos. A Negociação, por exemplo, constitui em um mecanismo para solucionar con�itos a partir da autocomposição. Nesse sentido, compreendemos: A Negociação como um Meio Adequado de Resolução de Con�itos que busca a resolução do con�ito a partir da autocomposição, sem a intervenção de terceiros, signi�cando que as próprias partes envolvidas no con�ito chegam a solução; 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%… 17/19 Por sua vez, não podemos dizer que o Design de Sistemas de Disputas (DSD) é um mecanismo, porque, na verdade, consiste em método para aplicação do meio de resolução de con�itos que melhor se adequar ao con�ito em destaque. O DSD pode ser compreendido, portanto, como uma customização de procedimento e metodologia para resolução de um con�ito, sendo um grande exemplo que abordamos a Câmara de Indenização 3054. No último tópico, falamos sobre a Justiça Restaurativa, que podemos de�nir como uma política pública para implantação de programas, projetos e ações de práticas restaurativas no âmbito dos Tribunais. O grande objetivo da Justiça Restaurativa é restaurar os laços sociais fragilizados pelo con�ito, assim como devolver para a sociedade uma espécie de recomposição do tecido social. O ponto em comum que encontramos de tudo que abordamos nessa Unidade é a preocupação do Direito brasileiro com os mecanismos de resolução de con�itos que priorizem soluções amigáveis, postas a partir da autocomposição. Isso em razão do abarrotamento do Poder Judiciário, do ingresso massivo de demandas e da fragilidade das relações sociais, sendo imprescindível incentivar procedimentos que fortalecem os laços interpessoais. Até a próxima! Download do PDF da unidade Bibliografia CÂMARA de indenização termina com 92% de acordos. CONJUR , publicado em 12 de agosto de 2009. Disponível em https://www.conjur.com.br/2009-ago-12/camara- indenizacao-encerrada-92-acordos-acidente-tam . Acesso em 13 out. 2019. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Justiça Restaurativa . Disponível em: https://www.cnj.jus.br/justica-restaurativa/ . https://www.conjur.com.br/2009-ago-12/camara-indenizacao-encerrada-92-acordos-acidente-tam https://www.cnj.jus.br/justica-restaurativa/ 05/04/2022 23:53 SU_DIR_MEAREC_19_E_2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=iS3fioofRDIJCs1JXxjgCg%3d%3d&l=wEaGLQu5w4%2bgvXE8tDH1Cg%3d%3d&cd=Jw%… 18/19 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Resolução n. 225/2016 . Disponível em: https://atos.cnj.jus.br/�les/resolucao_225_31052016_02062016161414.pdf . CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Mapeamento dos programas de justiça restaurativa . Brasília: CNJ, 2019. CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Manual de negociação e mediação para membros do Ministério Público . Brasília: Editora Movimento, 2015. FALECK, Diego. 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