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Imunossenescencia e Iartrogenia - Envelhecimento do Sistema Imune

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LLLNa inata:
 A diminuição progressiva da reserva
funcional do organismo, que ocorre
naturalmente em todos os sistemas na
medida em que eles envelhecem
(senescência), provocará limitações
também na resposta de defesa, que se
agravarão em condições de estresse
imunológico, situação na qual, muitas
vezes, as reservas já foram esgotadas.¹
 O fenômeno progressivo e fisiológico do
declínio da reserva funcional e imune é
chamado imunossenescência, isso se
traduz em um conjunto de modificações
tanto na imunidade inata quanto
adquirida.¹ 
 Os estudos recentes mostram três
principais alterações em relação a esse
sistema:
 Os neutrófilos encontram-se com duas
funções diminuídas: a capacidade
fagocitária e a quimiotática, isso dá mais
tempo para a proliferação bacteriana e o
dano tecidual. As células dendríticas, que
relacionam a inata com a adquirida, vão
ter a sua principal função, ser
apresentadora de antígeno, reduzida.
Levando a uma menor estimulação dos
linfócitos T. Os monócitos/macrófagos
apesar de aumentarem em quantidade,
sua diferenciação estará reduzida. As
células NK aumenta, mas são células killers
de menor competência.¹
Imunossenescência
e Iartrogenia
IMUSSENESCÊNCIA E IMUNIZAÇÃO DO IDOSO, FARMOCINÉTICA E
FARMACODINÂMICA DO IDOSO, IARTROGENIA E POLIFARMÁRCIA.
IMUNOSSENESCÊNCIA
Lorena Lima, M7
NO IDOSO LLL
 Na adaptativa:
 Os linfócitos T estarão com menor 
 capacidade de reagir a novos antígeno,
isso porque a proporção de células naives
(virgens) será bem menor que os linfócitos
T ativos/efetores. Também com a
involução do timo, o seu arsenal de células
estará reduzidos, principalmente os
linfócitos reguladores que permitiam um
equilíbrio entre as efetoras-assim,
processos autoimunes tem maiores
chances de acontecer. Além disso, 
 envelhecimento é marcado por um
aumento progressivo de células
disfuncionais, aumentam os linfócitos T
com fenótipo senescente. Isso significa que
esses linfócitos virgens tem defeitos
funcionais, redução dos telômeros, da
interleucina 2, da sua habilidade de
resposta antigênica e prejuízo na expansão
e diferenciação. Sendo essa perda na
capacidade de replicar-se a principal!¹
 Já os linfócitos B serão afetados
principalmente na sua qualidade, pois a
medula óssea com a idade perder na
capacidade de expansão dos linfócitos B,
que também serão menos estimulados.
Isso resulta em uma maior população de
células de memória diante dos linfócitos B
virgens, reduzindo a capacidade de
reconhecer novos antígenos. Assim, no
idoso os títulos de anticorpos para
partículas estranhas diminui, bem como a
resposta secundária, contudo há aumento
 
LLL
 dos autoanticorpos, que parece se originar
de uma diminuição do potencial de
autorregulação. Os anticorpos produzidos
pelos idosos é ainda de baixa afinidade,
isso significa que eles tem menor
especificidade e afinidade na eliminação
dos antígenos, o que leva a uma menor
eficácia da vacina nessa população.¹
 Quanto as interleucinas, que são
importantes ativadores e sinalizadores da
imunidade, elas terão modificações na
velhice. A IL-2, importante para o
crescimento do linfócito T, tem sua
produção diminuida, além disso, após a
ativação algumas células parecem poder
liberar a IL-2 e a interferon-γ, em vez disso,
há a liberação citocinas inflamatórias (IL-6
e TNF-α).¹
 Assim, todos essas deficiência irão se
agravar frente a necessidade de uma
resposta defensiva imediata, ao passo que
também há um produção prolongada de
mediadores inflamatório. Dessa forma, se
instala uma situação de cronicidade
inflamatória, seja por antígenos que não
foram devidamente inativados, ou por
restos celulares não completamente
eliminados, levando a uma estimulação
continuada e contribuindo para o
estabelecimento de doenças crônico-
degenerativas.¹
 Estas alterações que estimulam a
produção de citocinas pró-inflamatórias,
proteases, quimiocinas, entre outros, são
conhecidas como fenótipo secretor
relacionado à senescência, que pode ser
benéfico ou deletério, dependendo do
momento no qual ele é desencadeado e
por quanto tempo é mantido.¹
 O estado inflamatório prolongado, de
baixa intensidade (inflamm-aging), é o
resultado da ativação de macrófagos e
linfócitos T dirigidos, em que há um
desequilíbrio entre a rede inflamatória e a
anti-inflamatória.
Lorena Lima, M7
 Concentrações elevadas de interleucina-6
(IL-6) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-
α) são relacionados como preditores de
fragilidade, morbidade e mortalidade. A
maior sobrevivência associada a uma boa
qualidade de saúde dependerá do nível
particular de citocinas anti-inflamatórias e
de um “genótipo protetor”. Dessa forma os
centenários parecem estar equipados com
variantes de genes que lhes permitem
otimizar o equilíbrio entre os agentes pró e
anti-inflamatórios.¹
 A longevidade e o envelhecimento
saudável têm sido relacionados também
com altos níveis de citotoxicidade das
células NK que desempenham importante
papel contra células infectadas por vírus e
tumores, enquanto baixos níveis funcionais
têm sido associados ao aumento da
morbidade e mortalidade por infecções,
má resposta a vacinação contra a gripe e
aterosclerose.¹
 Há ainda dois aspectos que vêm sendo
estudados: o encurtamento dos telômeros
e o estresse oxidativo igualmente
envolvidos na diminuição da eficiência
imunológica relacionada à idade. Tal
fenótipo, a chamada senescência celular
replicativa, indica que a capacidade de
proliferar chegou à exaustão com o
encurtamento máximo dos telômeros
(Effros, 2012). Essas modificações poderiam
explicar o aumento da morbidade
relacionado com o envelhecimento,
incluindo não somente as doenças
infecciosas, mas também doenças
vasculares, demência e neoplasias.¹
 Existe ainda um papel neuroendócrino
relacionado ao envelhecimento e ao
sistema imune. Pois o sistema imune é
modulado por padrões hormonais,
principalmente em relação ao estresse
cotidiano, psicossocial e crônico, o eixo
eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) e
do eixo simpático-adrenal-medular (SAM) 
LLL
serão os mais afetados. O estresse
desencadeando a liberação do
hipotálamos de ACTH, que nas
suprarrenais fará a liberação de
glicocorticoides, o principal, o cortisol-
hormônio do estresse. 
 Em níveis fisiológicos, o cortisol será um
imunossupressor, diminuindo a resposta
inflamatória e a resposta da imunidade
adquirida.² 
 No caso do estresse psicossocial crônico,
parece que a liberação crônica de
glicocorticóides e catecolaminas na
circulação, em consequência à resposta ao
estresse ativo, produz alterações
citológicas que induzem estresse
oxidativo. Por sua vez, o estresse oxidativo
predispõe à ocorrência de uma resposta
inflamatória sistêmica crônica e também
ao encurtamento telomérico.³
Lorena Lima, M7
VACINAÇÃO DO IDOSO
 Vacina Dupla bacteriana do tipo
adulto- dT
 As doenças infecciosas são responsáveis
por elevadas taxas de morbidade,
hospitalização e letalidade da população
idosa. Para diminuir o risco de certas
infeções graves e promover melhor
qualidade de vida para essa população, os
programas de imunização são ferramentas
simples e de comprovado custo/benefício
na prevenção e promoção de saúde do
idoso.¹
 Algumas doenças de incidência na
infância (sarampo, caxumba, coqueluche e
rubéola) e passíveis de prevenção com a
vacinação também podem acometer os
adultos. Porém, essas doenças apresentam
menor taxa de incidência do que em
crianças, assim, nenhuma dessas vacinas
tem indicação formal na população
geriátrica.¹
 A vacina disponível na rede pública é uma
combinação do toxoide tetânico com o
diftérico, sendo, portanto, protetora contra
o tétano e a difteria. Na rede particular,
existe a dTpa (vacina acelular com Terceira
dose cobertura adicional à coqueluche). A
maior suscetibilidade da faixa etária
geriátrica a essas infecções pode ser
explicada pela diminuição da resposta
imunológica própria do processo de
envelhecimento. Além disso, o idoso
costuma apresentar maior taxa de déficit
psicomotor e de percepção do espaço,
estando mais propenso a acidentes dos
quais há possibilidade da contaminação
tetânica.-Estratégia de vacinação: Pelo MS consiste
me vacinar com três idosos com histórico
vacinal desconhecido, senha os intervalos
de 0-1-6 ou 12 meses. Já a SBIm
recomenda que idosos nunca vacinados
recebam a 1º dose de dTpa, seguida de
duas doses de dT (2-4 ou 8 meses); 
LLL
Influenza
e aqueles com histórico vacinal completo,
receberiam apenas o reforço da dTpa.
Assim, todos os adultos que completarem
um intervalo de 10 anos após a série
primária da vacinação deverão receber
uma dose de reforço da vacina dT (rede
pública) ou dTpa (rede privada).
-Efeitos adversos: Após administração da
vacina dT, podem ocorrer reações locais
como dor, eritema e enduração. Febre e
outras manifestações sistêmicas são
menos comuns.¹
-Contraindicações: A vacina dever ser
adiada no caso de doença febril aguda. No
caso de reação anafilática prévia às vacinas
ou a algum de seus componentes, a vacina
tem contraindicação absoluta.¹
-Intramuscular
 As vacinas contra influenza utilizadas em
nosso meio são preparadas a partir do
cultivo do vírus em fluidos alantoicos de
embriões de galinha. O vírus é purificado,
inativado e fragmentado, ou seja, a vacina
não oferece risco de causar doença no
paciente e apresenta boa
imunogenicidade e tolerabilidade. Na
composição das vacinas são incluídas duas
cepas de vírus influenza A e B.¹
-Estratégia de vacinação: Campanha anual
para idosos (60 anos). Dose única.¹
-Efeitos adversos: Reações sistêmicas
como mialgia, febre baixa, mal-estar geral
e cefaleia, ou locais como dor,
sensibilidade no local da injeção, eritema e
enduração regridem espontaneamente
em no máximo 48 h. A reação anafilática
(eritema, angioedema, asma alérgica e
anafilaxia) raramente acontece e resulta
provavelmente de hipersensibilidade a
alguns componentes da vacina,
geralmente a proteínas residuais do ovo.
- Contraindações: A vacinação deve ser
adiada na presença de doença febril aguda
moderada ou grave.¹
Lorena Lima, M7
Vacina pneumocócica
ara pacientes com trombocitopenia ou
qualquer distúrbio de coagulação, com
risco de sangramento pela via
intramuscular, deve-se considerar a via
subcutânea. vacina é contraindicada nos
casos de reação anafilática prévia ou
alergia grave relacionada com o ovo de
galinha e seus derivados, assim como a
qualquer componente da vacina.¹
 -Intramuscular ou subcutânea
 O pneumococo é uma das principais
causas de pneumonia adquirida na
comunidade em idosos e resulta em
elevada morbimortalidade, mas nem
sempre é acompanhada de bacteriemia.¹
 A infecção pelo pneumococo é mais
comum nos extremos de vida. Além disso,
doença cardiovascular, pulmonar,
hepática, renal, diabetes e
imunossupressão são comorbidades
frequentes em pacientes acima de 60 anos
e fatores de risco bem estabelecidos para
doença invasiva. Assim, a vacinação da
população idosa é de extrema
importância.¹
 Existem atualmente duas opções
estabelecidas para a vacina
pneumocócica: vacina polissacarídica e
vacinas conjugadas. A vacina
polissacarídica induz resposta T-
independente, de curta duração, que não
que induz memória imunológica e,
portanto, não confere soroproteção abaixo
de 2 anos de idade.¹ 
 Em virtude dessas limitações, a vacina
contra pneumococo polissacarídica não
conjugada é utilizada apenas para
determinados grupos de pacientes que
apresentam suscetibilidade aumentada à
infecção pneumocócica, como por
exemplo, os idosos. A vacina disponível
atualmente no Brasil contém
polissacarídios da cápsula de 23 sorotipos
do Streptococcus pneumoniae.¹
LLLHerpes Zoster
-Esquema vacinal:
 nunca vacinados- iniciar com dose única
de 13valente, seguida de 23valente 2 meses
após e o reforço pós 5 anos a 1º com
23valente.
 com 1 dose de 23valente- após 12 meses,
aplica uma dose de 13 valente, aplicar 2
dose da 23 valente 5 anos após a 23 valente
e no mínimo 2 meses da 13.
 com 2 doses de 23valente- Se a segunda
dose foi aplicada antes dos 65 anos, está
indicada uma terceira dose depois dessa
idade, com intervalo mínimo de 5 anos da
última dose.¹
-Contraindicação: A única contraindicação
formal é história de reação anafilática a
dose anterior da vacina ou algum de seus
componentes. No caso de síndrome febril
aguda, a vacina pode ser adiada e, no caso
de trombocitopenia grave, deve-se
considerar a administração por via
subcutânea.¹
-Efeitos adversos: Os eventos adversos mais
comuns são os locais (dor, eritema), que
regridem espontaneamente em curto
intervalo de tempo. Febre ou reações mais
graves são muito raras (anafilaxia, por
exemplo).¹
 O herpes-zóster (HZ), conhecido
popularmente como “cobreiro”, é uma
doença resultante da reativação da
infecção latente causada pelo vírus
varicela-zóster (VVZ), que se mantém não
manifesta nas células dos gânglios da raiz
dorsal dos nervos sensoriais após a
infecção primária. Aproximadamente 3%
dos pacientes acometidos por HZ são
hospitalizados. A principalcomplicação do
HZ é a neuralgia pós-herpética (NPH).
Aproximadamente 10 a 18% dos pacientes
com HZ são acometidos pela NPH que
interfere negativamente nas atividades de
vida diária, piorando a qualidade de vida.¹
Lorena Lima, M7
Hepatite B
 O herpes-zóster acomete geralmente
adultos com mais de 50 anos, mais da
metade das pessoas acometidas são
idosas. Essa alta prevalência em idosos
pode ser explicada pelo fato de que à
medida que envelhecemos, ocorre o
declínio fisiológico da imunidade celular, o
que parece estar relacionado com o
aumento da incidência e prevalência do
HZ e da NPH.¹
 No Brasil, não há grandes estudos sobre a
prevalência e a incidência de HZ em
idosos. Uma investigação epidemiológica
realizada na cidade de São Paulo
demonstrou prevalência de 4,8%.
-Estratégia vacinal: Dose única
-Contraindicações: Pessoas
imunodeprimidas. Alergia grave
(anafilaxia) a algum dos componentes da
vacina. Pessoas com tuberculose ativa não
tratada. Gestantes.
-Efeitos adversos: Trata-se de uma vacina
segura; os efeitos colaterais mais comuns
foram eritema, dor e prurido no local da
aplicação.¹
-Subcutânea
*não tem no caléndario do MS
 A indicação de vacina contra hepatite B
para idosos não é recomendação de rotina,
porém as especificidades dessa faixa da
população, como baixa imunidade,
concomitância de doenças crônicas e
internações hospitalares recidivantes,
requerem que sua utilização.¹
 Além disso, houve uma mudança no
padrão de atividade sexual entre os idosos
após o surgimento de medicações para o
tratamento de disfunção erétil, o que deve
deixar os médicos atentos na prevenção de
doenças sexualmente transmissíveis nessa
faixa etária.¹
-Estratégia vacinal: iniciar ou completar, 0-
1-6 meses.
-Intramuscular
LLL
Hepatite A
Febre Amarela
Tríplice viral
Meningocócica ACWY
 Aos 50 anos, são poucos os indivíduos que
não tiveram ainda contato com o vírus.
Assim sendo, para os idosos, a vacinação é
indicada apenas para aqueles suscetíveis,
com sorologia negativa para a doença.¹
-Estratégia vacinal: duas doses, 0-6 meses
-Intramuscular
Essa vacina está disponível apenas na rede
particular, onde também é encontrada na
forma combinada com a vacina contra
hepatite B.
 A vacina contra febre amarela deve ser
realizada em todos os residentes em área
de risco e habitantes de outras regiões
maiores de 9 meses de idade que se
dirijam às áreas de risco. Vacina com dose
única e realização de dose de reforço a
cada dez anos.¹
 A vacina é composta por vírus vivo
atenuado e já foram descritos efeitos
adversos graves da vacina, sobretudo na
população acima de 60 anos, fato esse não
verificado no Brasil.¹
 A vacina contra sarampo, caxumba e
rubéola não é recomendada de forma
rotineira para idosos, pode ser indicada em
casos de surto ou caso o paciente tenha
viagem programada para locais onde essas
doenças são endêmicas.¹
 É considerado protegido o indivíduo que
tenha recebido duas doses da vacina após
1 ano de idade, com intervalo mínimo de 1
mês entre elas. Está disponível em redes
privadas e na rede pública apenas em
situações especiais.¹
 São poucos os estudos na população idosa
e não é uma vacina recomendada no
calendário de rotina para idosos,devendo
ser realizada apenas em situações de
epidemia.
Lorena Lima, M7
LLL
 Idosos são os principais consumidores de
medicamentos em uma população. A
terapêutica medicamentosa em idosos é
altamente influenciada pelas alterações
farmacocinéticas e farmacodinâmicas
próprias do envelhecimento, que alteram a
sensibilidade e o efeito de vários fármacos.
Além disso, a elevada prevalência de
multimorbidades nessa população
aumenta a chance de eventos adversos,
levando à necessidade por parte do
geriatra do conhecimento de
determinadas particularidades associadas
ao uso de medicamentos.¹ 
FARMARCOLÓGIA DO IDOSO
Lorena Lima, M7
Distribuição
Metabolismo
 As significativas alterações de massa
corporal (+40% lipídio e -15% H2O) que
acontecem na velhice interferem
diretamente na distribuição dos
medicamentos. 
 Fármacos hidrofílicos gentamicina, lítio e
digoxina) terão prejuízo na distribuição,
por desse desbalanço lipídico/água,
tendendo ao aumento da concentração
plasmático, e contando com a perda
fisiológico do clearance total (capacidade
de excreção total) esse fármaco sofrerá
pouca efeito na sua meia vida, tendo
tempo de chegar aonde precisa.¹
 Em contrapartida, fármacos lipofílicos
(benzodiazepínicos, morfina e
amiodarona), a distribuição tende a
aumentar, assim o tempo de meia vida
dessa substância também aumenta,
levando a um maior risco de efeitos
colaterais mesmo após o encerramento da
tomada do fármaco.¹
 Além disso, o principal fator que
determina o efeito medicamentoso é a
concentração livre do fármaco.
Medicamentos ácidos– diazepam,
fenitoína, varfarina, ácido acetilsalicílico –
ligam-se à albumina sérica, enquanto
fármacos básicos– lidocaína, propranolol–
agregam-se à alfa-1 glicoproteína ácida.
Em idoso saudáveis não mudanças
significativas na concentração dessas
proteínas, mas quando há algum desajuste
entre a ligação do fármaco e a sua
carreadora isso muda a interação
medicamentosas e os efeitos fisiológicos
do medicamento. Exemplos é a fenitoína,
que tem efeito colateral máximo em
vigência de baixa [albumina].
 A depuração hepática depende do fluxo
sanguíneo e da capacidade intrínseca dele.
FARMACOCINÉTICA
Absorção
 Define-se farmacocinética como o
conjunto de processos sofridos pelos
fármacos no corpo humano, dentre elas a
absorção, distribuição, metabolismo 
 eexcreção:
 No idoso, as alterações fisiológicas do
sistema digestório podem interferir com
esse processo. A absorção oral de
medicamentos sofre interferências quando
ocorre aumento do pH gástrico, retardo no
esvaziamento do estômago, redução na
mobilidade e no fluxo sanguíneo do
sistema digestório.¹
 Essas alterações interferem mais em
substâncias que dependem do transporte
ativo para a absorção intestinal como a
glicose e a vitB12, mas, felizmente, a
maioria dos medicamentos irão passar por
difusão.¹
 Em contrapartida, a primeira passagem
hepática – importante em processos de
biodisponibilidade farmacológica –
encontra-se geralmente reduzida em
idosos. Deve-se isto à redução do
parênquima e do fluxo sanguíneo hepático
durante o envelhecer.¹ 
LLLExcreção
 Classificam-se os fármacos quanto ao seu
grau de depuração hepática (DH) em três
grupos: (1) alto (DH > 0,7) como
propranolol, meperidina e lidocaína; (2)
intermediário (DH entre 0,3 e 0,70) como
ácido acetilsalicílico, codeína, morfina e
triazolam; e (3) baixo (DH < 0,3) como
carbamazepina, diazepam, fenitoína e
varfarina.¹
 Sabe-se quando a DH é baixa ocorrem
poucas alterações na depuração por conta
da redução fisiológica do fluxo sanguíneo
hepático, contudo, para DH baixa essa
função será prejudicada pelo fluxo baixo.
Assim sendo, a progressiva redução do
fluxo sanguíneo do fígado durante o
envelhecimento afeta principalmente
medicamentos com alto grau de DH.¹
 No fígado está ocorrendo a
biotransformação, conversão de
medicamentos em metabólitos. Das suas
duas fases, a I, que converte fármacos em
metabólitos ativos ou inativos por meio da
oxidação/redução está prejudicada, isso
porque o volume e a atividade do
complexo enzimático citocromo P-450 tá
30% reduzido na velhice.¹
 A redução da taxa de filtração glomerular
provocada pelo envelhecimento afeta a
depuração de vários medicamentos como,
por exemplo, anti-inflamatórios não
hormonais, anticoagulantes orais
(rivaroxabana e dabigatrana), diuréticos,
digoxina, betabloqueadores hidrossolúveis
(atenolol e nadolol), antibióticos
hidrossolúveis (cefalosporinas e
aminoglicosídios) e lítio.
 A importância clínica dessa redução
relaciona-se ao risco potencial de
toxicidade do fármaco. Medicamentos
com doses terapêuticas estreitas como
lítio, aminoglicosídios e digoxina tornam-
 
FARMARCOLÓGIA DO IDOSO
Lorena Lima, M7
FARMACODINÂMICA
se altamente suscetíveis a efeitos
colaterais graves.¹ 
 Define-se farmacodinâmica como o(s)
efeito(s) do fármaco no organismo, que, no
paciente idoso, depende de alterações em
mecanismos homeostáticos e de
modificações em receptores e sítios de
ação.¹
 Alterações homeostáticas da senilidade,
como redução do fluxo cerebral
secundária à aterosclerose, interfere na
sensibilidade a fármacos de ação central,
levando o paciente a quadros de confusão
mental e/ou disfunção cognitiva
(benxodiazepínicos e antidepressivos).
Anti-hipertensivos podem acarretar na
hipotensão ortostática, por conta do
menor reflexo de barorreceptores que
ocorre na velhice. Igualmente, a associação
das alterações da termorregulação em
idosos com medicamentos como
psicofármacos apresenta potencial de
gerar quadros de hipotermia nessa faixa
etária.¹
 Já as modificações dos receptores de ação 
que supostamente ocorre na velhice,
alterações no número e na afinidade,
modulações celulares alteradas, levam a
uma alteração na resposta padrão dos
fármacos.¹
Interação medicamentosa
 Interações medicamentosas
correspondem à capacidade de um
medicamento modificar a ação de outro
administrado sucessivamente ou
simultaneamente. Existem interações
benéficas, em que há aumento da eficácia.¹
 Essas alterações podem ser 
 farmacodinâmicas, ocorrendo no órgão-
alvo com ação local de outro fármaco
LLL
ou farmacocinéticas, quando um
medicamento afeta o
metabolismo/excreção ou outro momento
do processo de outro fármaco. ¹
 A prevalência de interações
medicamentosas na população idosa é
considerável, qualquer que seja a situação
estudada, podendo ocorrer em 54 a 80%
de todos os idosos da comunidade.
Prejuízo da funcionalidade, piora da
qualidade de vida e até eventos adversos
potencialmente fatais são outras
complicações das interações
medicamentosas.¹
 O risco da ocorrência de eventos adversos
é de 13% com o uso de dois
medicamentos, aumentando para 58%
com o uso de cinco medicamentos, e 82%
quando são prescritos 7 ou mais
medicamentos. Além de aumentar com o
número de medicamentos prescritos, a
prevalência de interações
medicamentosas também se eleva
linearmente com o aumento da idade.¹
 Os medicamentos implicados com mais
frequência em interações potenciais são
justamente aqueles usados de rotina por
idosos portadores de doenças crônicas,
como os de ação no sistema
cardiovascular e no sistema nervoso
central. Tais medicamentos costumam
estar implicados com interações
medicamentosas graves, ou seja, aquelas
que podem levar a eventos adversos sérios,
inclusive risco de morte (IECAS e
diuréticos).¹
 Outro fator que influência essa interação
medicamentosa é a aderência
medicamentosa, que é entendida como a
utilização correta (horário, dose e tempo
de tratamento) em pelo menos 80%. Pois
pacientes com uso inferior a 80%
apresentam risco 4x maior de 
FARMARCOLÓGIA DO IDOSO
Lorena Lima, M7
complicações, como eventos
cardiovasculares agudos. Estimativas
conservadoras sugerem que a má
aderência está associada a 10% das
admissões hospitalares de pacientes
idosos e a 23% das institucionalizações.
 A aderência medicamentosa em idosos é
assunto complexo e multifacetado, que
sofre influência de ampla gama de fatores,
como polifarmácia, declínio cognitivo e
funcional, dificuldade de acesso aos
serviços de saúde, sintomas depressivos,
faltade suporte social e dificuldades
financeiras.¹
 A aderência deve sempre ser considerada
uma via de mão dupla, e, desse modo,
tanto o médico quanto o paciente
exercem papel fundamental. Cabe ao
médico acolher, orientar, informar, explicar
sobre possíveis eventos adversos, ensinar a
montar tabelas com horários de
administração e de doses, e encaminhar o
paciente a programas públicos e privados
de disponibilização de medicamentos,
quando for o caso.¹
LLL
 Com o aumento da expectativa de vida da
população, aumenta o contingente de
portadores de doenças crônicas não
transmissíveis, que demandam assistência
contínua e na qual os medicamentos têm
um papel importante. O uso de vários
medicamentos pode causar problemas
tais como o aumento do risco do uso de
medicamentos inadequados (incluindo
interações medicamentosas e duplicação
de terapia), a não adesão ao tratamento e
a ocorrência de efeitos adversos.¹
 Polifarmácia pode ser definida como: “uso
de 5 ou mais medicamentos”, “uso de pelo
menos um medicamento potencialmente
inapropriado” ou ainda “mais
medicamentos usados do que
clinicamente indicados”. 
 A prevalência de polifarmácia varia nos
diferentes países, compreendendo 27 a
59% em pacientes ambulatoriais e 46 a
84% em pacientes internados.
IARTROGENIA E POLIFARMÁCIA
Lorena Lima, M7
Cascata iatrogênica
Consideram-se como afecções
iatrogênicas aquelas decorrentes da
intervenção do médico e/ou de seus
auxiliares, seja ela certa ou errada, 
 Cascade iatrogenesis 
Prescribing iatrogenesis 
justificada ou não, mas da qual resultam
consequências prejudiciais para a saúde
do paciente.
 Ou cascata iatrogênica que é “o
desenvolvimento de complicações
médicas múltiplas associadas com
redução dos mecanismos para lidar com
estressores externos”, tendo como
exemplo um paciente com dor pós-
operatória que é muito sedado, evoluindo
para insuficiência respiratória, levando a
necessidade de ventilação mecânica e que,
subsequentemente, desenvolve uma
pneumonia associada à ventilação
mecânica.
 Ou iatrogenia prescritiva que “ocorre
quando um evento adverso é interpretado
incorretamente como nova condição
médica que exige nova prescrição. No caso
do Brasil, essa é a definição aplicada.
Reação adversa 
A Organização Mundial da Saúde (OMS)
define “reação adversa a medicamento”
(RAM) como “qualquer efeito prejudicial ou
indesejado que se manifeste após a
administração do medicamento, em doses
normalmente utilizadas no homem para
profilaxia, diagnóstico ou tratamento de
uma enfermidade”.¹
 As RAM em pessoas idosas são um grave
problema de saúde pública, uma vez que
os idosos são mais propensos a RAM por
causa de mudanças fisiológicas próprias 
LLL
IARTROGENIA E POLIFARMÁCIA
Lorena Lima, M7
do envelhecimento que alteram a
farmacocinética e a farmacodinâmica dos
fármacos. Cabe lembrar que, no âmbito da
Geriatria, muitas reações adversas a
medicamentos podem apresentar-se
como síndromes geriátricas ou por meio
de outros sintomas, como por exemplo:
confusão mental, incontinência urinária,
fraqueza excessiva, alterações do sono,
quedas e déficit cognitivo. De modo geral,
as RAM são associadas a desfechos
negativos da terapia.¹
 
Reação adversa 
 Algumas categorias de medicamentos
passaram a ser consideradas impróprias
para o uso nessa população, seja por falta
de eficácia terapêutica ou por um risco
aumentado de efeitos adversos que supera
seus benefícios quando comparadas com
outras categorias de medicamentos,
devendo ter seu uso evitado.¹
 Estudos mostram que os medicamentos
inapropriados mais prescritos são os
benzodiazepínicos de meia-vida longa e
os anti-histamínicos que, por provocarem
sedação prolongada, aumentam o risco de
quedas e fraturas, e os antidepressivos
tricíclicos que, por terem propriedades
anticolinérgicas, podem agravar quadros
de constipação intestinal e retenção
urinária em idosos, prejudicando, dessa
forma, a qualidade de vida desses
indivíduos.¹
 Para identificar medicamentos
potencialmente inapropriados para idosos,
diversos critérios estão sendo amplamente
utilizados na prática clínica e na educação
médica. As versões dos critérios de Beers e
outros (Beers et al., 1991) e posteriormente
a de Beers-Fick (Fick et al., 2003) tornaram-
se as mais citadas e utilizadas
mundialmente.¹
 Em um estudo publicado em 2011, cerca
de 25% dos medicamentos disponíveis no
Programa Farmácia Dose Certa (programa
para fornecimento de medicamentos
gratuitos em São Paulo) eram
potencialmente inapropriados para
idosos de acordo com os critérios de Beers-
Fick e a maioria desses medicamentos
poderiam ser substituídos por outros mais
adequados para essa faixa etária.¹
 A versão mais atual do critério de Beers-
Fick foi publicada em 2012 (Campanelli,
2012) e é dividida em três listas. A primeira
contém 34 medicamentos ou classes de
medicamentos que devem ser evitados
por idosos, seus potenciais riscos e
algumas de suas dosagens. A segunda
contém os medicamentos que devem ser
evitados considerando o diagnóstico e a
terceira contém 14 medicamentos ou
classes de medicamentos que devem ser
usados com cautela.¹
 Em 2015, foram publicados dados
preliminares de um consenso brasileiro de
especialistas (Oliveira et al., 2015) sobre o
uso de medicamentos potencialmente
inapropriados para idosos brasileiros. Por
meio de uma avaliação utilizando o
método de Delphi, foram analisados 22
critérios de Beers (2012) com 11 critérios de
STOPP (2006) e 9 critérios de ambos. Na
lista parcial foram incluídos 42 critérios
contendo medicamentos utilizados no
Brasil, que não deveriam ser utilizados em
idosos independentemente da condição
clínica. Provavelmente, no futuro teremos
a oficialização desses critérios para nossa
realidade, necessitando então da validação
dos mesmos no cenário nacional.¹
LLL
1- TRATADO DE GERIATRIA
2- EFEITO NEUROPROTETOR DO ÓLEO DE ABACATE (PERSEA
AMERICANA) EM UM MODELO IN VITRO DE ESTRESSE INDUZIDO POR
CORTISOL 
3-ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DECORRENTES DO ENVELHECIMENTO
Lorena Lima, M7
REFERÊNCIAS LLL

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