Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Microbiota Endógena É a população de microrganismos que habita a pele e as mucosas de pessoas hígidas. Estima-se que o número de microrganismos presentes no microbioma humano é de aproximadamente 1014, dez vezes mais que o total de células humanas em um ser humano. Microbiota Residente: Tipos relativamente fixos de microrganismos encontrados com regularidade em determinadas áreas e em certa idade, e que, quando perturbada, recompõe-se prontamente. Microbiota Transitória: Microrganismos não patogênicos ou potencialmente patogênicos, os quais permanecem na pele ou nas mucosas por horas, dias ou semanas, vindos do meio ambiente, não causando doença e nem se estabelecendo permanentemente na superfície. > Funções da Microbiota Residente: • Fornecer a primeira linha de defesa contra patógenos microbianos. • Participar do metabolismo dos produtos alimentares e na degradação de toxinas. • Fornecer fatores essenciais de crescimento (vitaminas: complexo B e K). • Proteger contra infecções provocadas por micro- organismos altamente virulentos. • Estimular a resposta imunológica e contribui para a maturação do sistema imunológico. • Antagonismo microbiano (competição por nutrientes essenciais ou produção de substâncias que eliminam espécies competidoras). Dependente: temperatura, umidade, substâncias inibitórias e nutrientes do local. Se encontra no interior e superfície do corpo. Tem fluxo continuo. É Dinâmica e sofre Influências: Idade / dieta / estado hormonal / emocional / estado de saúde / higiene / hospitalização / condição sócio- econômica / clima / ocupação / estilo de vida. > Estabelecimento da Microbiota Endógena: Inicia no momento do parto. Neonatos nascidos por parto normal são colonizados por microrganismos da microbiota vaginal das mães (Lactobacillus, Prevotella, Atopobium e Sneathia spp.) Neonatos nascidos de cesária são colonizados por microrganismos da pele de suas mães (Staphylococcus, Corynebacterium e Proprionibacterium spp.) No decorrer da vida podem ocorrer alterações na população de microrganismos: - Hospitalização (Klebsiella, Pseudomonas) - Antibióticos (Clostridium difficile) > Pele: • Varia nas diferentes regiões anatômicas e idades dos indivíduos. • Microbiota resistente ao dessecamento e a concentração elevada de sal. • Fatores importantes na eliminação da microbiota transitória: pH baixo - entre 3 e 5, ácidos graxos nas secreções sebáceas e lisozima. • Propionibacterium acnes - Mais freqüentes na puberdade e pós-puberdade, em locais ricos em glândulas sebáceas e folículos pilosos. Secreções sebáceas (ácido propiônico) → efeito bacteriostático contra patógenos. Microbiologia Letícia Maia @letbiomed 2 > Olhos: Barreira: • Química: a microbiota é controlada pelo fluxo de lágrimas (lisozima). • Física (cílios e pestana) • Biológica Ex. S.epidermidis > Trato respiratório superior: A maioria dos micro-organismos é avirulenta. FOSSAS NASAIS Microbiota semelhante a da pele do local, com predomínio de: • Staphylococcus epidermidis • Staphylococcus aureus (portadores) • Corynebacterium sp (difteróides) NASOFARINGE Maior riqueza de: • Streptococcus viridans • Streptococcus gama hemolíticos > Trato respiratório inferior: Geralmente estéril, pode ocorrer colonização transitória com secreções do trato respiratório superior. > Trato gastrintestinal: População microbiana permanece constante a menos que haja rompimento do equilíbrio. • Boca: ambiente ideal (umidade, calor e alimento). • Saliva: microbiota mista de cerca de 108 microrganismos/mL. As bactérias anaeróbias geralmente são observadas em nichos mais profundos como fendas da gengiva ao redor dos dentes, e nas criptas amigdalianas. • Esôfago: micro-organismos provenientes da saliva e dos alimentos, colonizadores transitórios. • Estômago: pequeno número de micro-organismos devido a acidez gástrica (proteção contra patógenos entéricos). > Trato gastrintestinal: • Intestino delgado: poucos micro-organismos; ação do ácido clorídrico gástrico e enzimas pépticas. • Intestino grosso: 1011 bactérias por grama de fezes (40% da massa fecal). • Bactérias intestinais: síntese de vitaminas (K e B) e antagonismo a patógenos microbianos. E ajudam na absorção dos nutrientes • Lactentes: alimentação rica em lactose favorece os Lactobacillus, responsáveis pela produção de fezes ácidas. 3 > Disbiose intestinal: FATORES: alimentação inadequada / stress / cigarro / idade / agrotóxicos / aditivos / antibiótico / antiinflamatório / alcoolismo / infecção bacteriana. CONSEQUÊNCIAS: baixa imunidade / alterações gastrointestinais (diarréia/constipação/gases/ estufamento) / obesidade / câncer / alterações de humor (depressão) / infecções urinárias e genitárias. > Trato gastrintestinal: Quatro filos principais: Firmicutes, Bacteroidetes, Proteobacteria e Actinobacteria. Alterações podem ocorrer ao longo da vida. > Trato geniturinário: • A urina é estéril, pode ser contaminada pela microbiota cutânea do final da uretra. • A uretra anterior (distal) de ambos os sexos contém pequeno número de micro-organismos provenientes da pele e períneo. • Staphylococcus epidermidis; Streptococcus sp; Corynebacterium sp • Trato genital externo em ambos os sexos microbiota rica e variada, decorrente de características próprias do local (glândulas sebáceas e folículos pilosos) e de contaminação perianal. • Corynebacterium sp; Mycobacterium smegmatis; Streptococcus sp; Candida sp; Trichosporon sp • Vagina: população microbiana influenciada por fatores hormonais. > Sangue, fluidos corporais e tecidos: • Normalmente, o sangue, fluidos corporais (líquor, urina, líquido pleural, pericárdico, sinovial) e tecidos são estéreis. • Ocasionalmente, micro-organismos podem quebrar as barreiras epiteliais como resultado de um trauma (incluindo traumas fisiológicos) causando uma infecção transitória. • Na maioria das vezes, os micro-organismos que aparecem transitoriamente na corrente sanguínea, são rapidamente eliminados pelas células do sistema reticuloendotelial (células fagocíticas). • O sistema nervoso central é altamente protegido anatomicamente, e só apresenta micro-organismo quando há quebra de barreiras. Traumatismo, extração dentária, cirurgia, queimados. Doença = desequilíbrio entre microbiota endógena e patogênicos. PATÓGENOS ESTRITOS • Micro-organismos sempre associados a doença. Mycobacterium tuberculosis, Neisseria gonorrhoeae PATÓGENOS OPORTUNISTAS 4 • Micro-organismos que são caracteristicamente da microbiota endógena, não causam doença em seu habitat normal mas sim em outro habitat (mudança de sítio) ou causam doença em número elevado. Escherichia coli, Candida albicans > Interação micro-organismo – hospedeiro: • Colonização – crescimento do microrganismo após o acesso aos tecidos do hospedeiro (pele, cavidade oral e trato gastrointestinal), sem causar danos, mantêm-se as defesas do hospedeiro. • Infecção – o crescimento microbiano atinge um nível onde as defesas do hospedeiro não tem mais capacidade de se manter ocorrendo lesão tecidular e resposta do tecido à presença dos micro-organismos. • Patogenicidade – capacidade de um parasita provocar danos em um hospedeiro. • Virulência – medida quantitativa da patogenicidade. > Mecanismo de Patogenicidade: > Fármacos antimicrobianos: São classificados de acordo com: • Estrutura molecular • Mecanismo de ação • Espectro da atividade antimicrobiana > Espectro de atividade antimicrobiana: • Toxicidade seletiva; capacidade de atuar seletivamente sobre o microrganismo, sem provocar danos ao hospedeiro • Antifúngicos e antiprotozoários/helmintos; Danificam a célula do hospedeiro. • Em nível celular, esses organismos se assemelham às células humanas muito mais intimamente do que as célulasbacterianas. > Ação dos fármacos antimicrobianos: • Bactericidas: destruição direta*. • Bacteriostáticos: impedem o crescimento. > Fármacos Antibacterianos Sintéticos: • Sulfas – análogo do ácido fólico – bloqueiam a via metabólica de ácido nucleico - ex.: bactrim • Izoniazida – Mycobacterium (tuberculose)– interfere na síntese de ácido micólico • Quinolonas – Interferem na DNA girase, impedem o empacotamento do DNA – Ex: ciplofloxacino > Fármacos Antibacterianos Naturais: Afetam a síntese proteica. Afetam a parede celular. β-lactâmicos: penicilinas; cefalosporina; aztreonam; carbapenêmicos. Impedem a formação da parede celular. Staphylococcus aureus resistente à meticilina, do inglês methicillin-resistant. Staphylococcus aureus (MRSA) 5 > Inibição da síntese da Parede Celular: • Seletivos, apresentando um elevado índice terapêutico. • ß-lactâmicos possui em comum no seu núcleo estrutural o anel ß-lactâmico, o qual confere atividade bactericida. • Que interage com proteínas denominadas PBPs (Penicillin Binding Protein), inibindo a enzima envolvida na transpeptidação, responsável pela ligação entre as cadeias de tetrapeptídeos do peptideoglicano: perda na rigidez da parede celular. *setinha: sitio de ação dos Beta-lactâmicos. > Fármacos Antivirais (Inibição da replicação): HIV: • Análogos de nucleotídeos ou inibidores da transcriptase reversa – impede a síntese de DNA. • Inibidores de protease – impede a formação de vírus maduros. • Inibidores de fusão – bloqueia a entrada do vírus na célula por alteração em uma proteína do envelope viral • Azidotimidina – AZT. - Primeiro antiviral aceito globalmente. > Fármacos Antifúngicos: • Difíceis de obter - drogas que atingem os fungos atingem também o hospedeiro (maioria dos antifúngicos é tópico). • Anfotericina B – liga-se ao ergosterol. • Azois – impedir a formação do ergosterol. > Resistência a Fármacos Antimicrobianos: Resistência intrínseca ou Natural - É uma propriedade já existente em determinadas espécies microbianas, sendo uma barreira natural para que o antimicrobiano não exerça sua atividade. Resistência adquirida - Mutações espontâneas. - Aquisição de genes. Resistência Adquirida - Transferência de genes de resistência 6 > Mecanismos Gerais de Resistência Bacteriana: 1. Desprovido da estrutura alvo do antibiótico - Micoplasma – sem parede celular = resistência a penicilinas. 2. Impermeabilidade ao antibiótico - Espessamento parede celular. - Alteração das porinas. 3. Modificação do antibiótico 4. Modificar o alvo do antibiótico - Modificação e diminuição da afinidade do receptor. - Substituição do receptor por uma via alternativa. 5. Via bioquímica resistente - Resistência as sulfas – passam a captar ácido fólico pré-formado do ambiente. 6. Bombear o antibiótico para fora da célula > Mecanismos de ação dos antibacterianos: > Antibiograma: É um teste aplicado para avaliar a sensibilidade ou resistência de um microrganismo a um determinado antimicrobiano.
Compartilhar