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5- Fundamentos dos contratos

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Fundamentos dos contratos
Prof. Gilberto Fachetti Silvestre
Descrição
Abordagem conceitual e prática dos planos de análise e dos princípios dos contratos.
Propósito
Essa é uma das principais matérias das quais resultam demandas discutidas em ações judiciais, sendo,
portanto, um assunto de grande viés prático e operabilidade para o exercício das profissões jurídicas que o
aluno irá exercer no futuro.
Preparação
Tenha o Código Civil atualizado em mãos, pois você precisará consultá-lo para compreender a disciplina
jurídica.
Objetivos
Módulo 1
Evolução histórica, fontes, ato, fato e negócio jurídico e conceito
Reconhecer os conceitos básicos da matéria contratual.
Módulo 2
Elementos e validade dos contratos
Analisar os principais elementos e requisitos de validade do contrato.
Módulo 3
Princípios e teoria da imprevisão
Identificar os princípios contratuais e as consequências da teoria da imprevisão.
O contrato é um instrumento importante para o desenvolvimento social e econômico, pois a partir
dele ocorre a circulação e a produção de bens e serviços (riquezas), base do sistema capitalista. 
As consequências sociais e jurídicas dos contratos servem de campo fértil para o desenvolvimento
profissional do aluno que está sendo formado. Apresentaremos um panorama geral do contrato,
abordando como constituí-lo de forma válida e mostrando quando ele está de acordo com a
legislação. 
Por fim, veremos o regime jurídico dos princípios contratuais, de modo a resumir e sistematizar as
principais regras sobre a matéria.
Introdução
1 - Evolução histórica, fontes, ato, fato e negócio jurídico
e conceito
Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de reconhecer os conceitos básicos da matéria
contratual.
Conceito de contrato
No vídeo a seguir, o especialista Gilberto Fachetti Silvestre, Doutor em Direito Civil, apresenta uma definição
contemporânea de contrato. Vamos assistir!

Fontes dos contratos
O contrato, para o Direito, é um negócio jurídico bilateral, um ato não lesivo, ato jurídico em sentido estrito,
que, por sua vez, é um fato jurídico. 
Fato jurídico é o evento (dependente ou não da vontade humana) que recebeu qualificação de norma
jurídica, caracterizando-se pela possibilidade de produzir efeitos jurídicos. Esses efeitos jurídicos têm a ver
com o surgimento, modificação ou extinção de relações jurídicas. 
Veja o esquema de classificação dos fatos jurídicos:
Imagem 1: Classificação do fato jurídico.
São os eventos que decorrem de fenômenos naturais e que produzem efeitos jurídicos. Tais fatos
não podem ser controlados pela vontade humana e ocorrem por força da natureza. 
São considerados:
Lesivos: se tais fatos naturais ocasionam prejuízos (ex.: incêndio, tempestade, furacão, que
destroem propriedades e ensejam o pagamento de seguro).
Não lesivos: se tais fatos não causam prejuízo (ex.: o nascimento de um filho, que cria o vínculo
de filiação; a morte, que abre a sucessão legítima e testamentária).
São aqueles acontecimentos sobre os quais o ser humano tem controle e consciência sobre sua
realização. Por isso, são chamados de atos de vontade, pois resultam da vontade da pessoa
Fato jurídico stricto sensu (ou fato jurídico em sentido estrito) 
Ato jurídico lato sensu (ou em sentido amplo) 
envolvida. 
Desse modo, toda vez que se desejar dizer que algum acontecimento foi produzido pela ação
humana, deve-se chamar tal fenômeno de “ato”. Ou seja, “ato” designa aquilo que é realizado pela
vontade humana. 
São chamados de:
Lesivos: se desse ato decorrem danos. Suas subcategorias são:
Ato ilícito (ex.: arts. 186 e 187 do Código Civil);
Ato lícito ou benéfico (ex.: art. 188 do Código Civil).
Não lesivos: se não há danos, pois o objetivo é produzir efeitos jurídicos normais.Suas
subcategorias são:
Ato jurídico stricto sensu (ex.: art. 185 do Código Civil);
Negócio jurídico (ex.: arts. 104 a 184 do Código Civil).
É quando alguém pratica um determinado ato sem intenção de obter os resultados que acabam
surgindo daquele ato. O indivíduo assume determinada conduta dirigida a algum objetivo. 
Porém, na realização do ato, acaba por praticar outro acontecimento que não havia planejado
inicialmente. Por isso, é um ato sem vontade, pois o resultado obtido não era o planejado.
Quanto ao negócio jurídico, trata-se de um tipo de ato jurídico lato sensu que corresponde a uma
manifestação de vontade de uma ou mais pessoas. Assim, o negócio jurídico é um ato voluntário, o que
significa dizer que ele é produzido por acordo de vontade de uma ou mais pessoas. 
A constituição de um negócio jurídico pode ocorrer a partir da manifestação de uma pessoa ou de mais
interessados. Por isso, os negócios jurídicos podem ser assim classificados:
Unilaterais
São aqueles negócios que passam a existir pela manifestação de vontade de uma pessoa. Ou seja, basta
um sujeito manifestar sua vontade para que exista negócio jurídico com outra pessoa.
Ato-fato 
Bilaterais
Nesses atos deve ocorrer um acordo de vontades entre as pessoas envolvidas. Não basta que um sujeito
queira constituir o negócio; é preciso que a outra pessoa aceite celebrá-lo.
Plurilaterais
Nesse tipo de negócio serão necessárias as manifestações de vontade de mais de duas partes para a
celebração e existência do ato.
O negócio jurídico é um acordo de vontades (negócios bilaterais) ou uma vontade dirigida
a produzir efeitos (negócios unilaterais).
Assim como nos atos jurídicos stricto sensu, o negócio jurídico depende da vontade de querer ou não
constituir o vínculo. A diferença está em como os efeitos são produzidos. Vejamos:
Ato jurídico stricto sensu
As partes envolvidas se submetem a efeitos já previstos e determinados na lei (eficácia ex legge).
Negócio jurídico
As partes têm ampla liberdade para determinar quais serão os efeitos, como eles podem ser produzidos e
quais condutas devem ser assumidas pelas partes.
Enfim, a eficácia é concebida e criada pelas partes e justamente por isso os negócios têm eficácia ex
voluntate: os efeitos jurídicos produzidos por esse acordo de vontades ou pela simples manifestação de
vontade são elaborados pelas pessoas envolvidas no ato (partes ou negociantes), tendo a lei papel limitante
dessa autonomia e, às vezes, supletivo.
Todo negócio é produzido pela liberdade das pessoas (autonomia negocial) de criar obrigações para seu
âmbito civil. Assim, o negócio jurídico, portanto, é concebido como aquela situação em que pessoas se
vinculam e criam obrigações para atender a interesses geralmente patrimoniais, promovendo a circulação
de riquezas (bens e serviços). 
O contrato é um negócio jurídico e, portanto, um ato voluntário caracterizado como um acordo de vontades
entre dois ou mais polos de interesse – as partes –, no qual ocorre uma transação econômica. 
O negócio jurídico, tal qual concebido pela Pandectística, comporta algumas espécies. Uma delas – talvez a
mais importante ou pelo menos a socialmente predominante – é o contrato.
O contrato é um acordo de vontade que promove a circulação de riquezas entre pessoas.
Atenção!
Não é obrigatório que se trate de uma circulação recíproca entre os sujeitos contratantes
(sinalagmaticidade), pois há contrato em que apenas uma parte pode ter que prestar o crédito (gratuidade-
unilateralidade).
Então, o que distingue o contrato de outras modalidades de negócio se em todas elas a circulação de
riquezas aparece como a característica comum? 
O fato de que a circulação somente ocorrerá se houver consenso recíproco entre os contratantes, isto é, se
uma proposta (manifestação de vontade) foi aceita pela outra parte. Quer dizer, o contrato é o “encontro” de
duas manifestações de vontade dos polos de um negócio.
Diferentemente de outras figuras negociais, como o testamento, o legado, o codicilo, a promessa de
recompensa. Nelas, basta que uma das partes manifeste sua vontade para que o negócio se constitua,
independentemente da vontade do outro sujeito, que irá adquirir seus direitos. Caso nadadesejar, o
adquirente dos direitos deverá renunciá-los.
Resumindo
As figuras negociais citadas, como o testamento, o legado, o codicilo, a promessa de recompensa, são
chamadas de negócios unilaterais, pois basta a vontade de um sujeito para serem formadas; e os contratos
são os típicos negócios bilaterais, já que dependem de duas vontades consonantes (proposta + aceitação).
Conceito de contrato e sua evolução
Individualmente, o contrato é um modo de satisfação de um interesse privado; coletivamente, é o
instrumento de desenvolvimento socioeconômico da sociedade. Nesta última perspectiva, o contrato é a
base do desenvolvimento econômico porque promove a circulação de riquezas (bens e serviços).
Na perspectiva social, o contrato é a forma mais comum de relação entre as pessoas; é a base da relação
de trabalho e, como forma de aquisição da propriedade, permite às pessoas o mínimo patrimonial e a
satisfação de seus interesses legítimos.
Estes são os elementos fundamentais que caracterizam o contrato e, consequentemente, ajudam em sua
definição.
Acordo de vontades
T d t t t t ( t ) it d t i d b
Todo contrato representa um consenso entre pessoas (partes) a respeito determinado bem
da vida de valor patrimonial. O contrato não é o papel assinado pelas partes.
Autonomia das pessoas
O contrato tem como causa eficiente a autonomia privada dos sujeitos, que é o poder que o
direito dá às pessoas para constituir relações jurídicas.
Fonte do direito
Como toda relação jurídica é um complexo de direitos e deveres (situações jurídicas), tem-se
que o contrato é fonte do direito, ou seja, é ato jurígeno.
Lei entre as partes
Como cria direitos e deveres, ou seja, vínculo jurídico, o contrato assume caráter obrigatório,
constituindo verdadeira lei para as pessoas que dele participam. Essa obrigatoriedade dá ao
contrato juridicidade, isto é, exigibilidade jurídica.
Relação obrigacional (obrigação)
Em todo contrato, dado seu caráter patrimonial, haverá pelo menos uma prestação
(obrigacional), isto é, o contrato é um acordo no qual as partes assumem o compromisso de
dar, fazer ou não fazer algo.
Instrumento de desenvolvimento econômico
O t t é f j ídi d l ã t t d b d
No que diz respeito a todo contrato ser uma relação obrigacional (obrigação), suas prestações, ou seja, o
compromisso de dar, fazer ou não fazer algo, podem ser recíprocas ou não, classificando-se o contrato em:
Aquele em que somente uma das partes tem que dar, fazer ou não fazer algo em favor de outra
parte, que apenas se beneficia, não tendo que nada prestar ao outro. Geralmente, o contrato
unilateral também é gratuito, ou seja, apenas a parte que recebe a prestação em seu favor tem
benefícios patrimoniais. Por isso, os contratos unilaterais e gratuitos são chamados de negócio
benéfico. 
Exemplo: doação pura, comodato, mútuo
O contrato é umas formas jurídicas de relação entre as pessoas, estando na base da
sociedade (contrato social) e da legítima aquisição de propriedade. Promove a circulação de
bens e riquezas. Esses elementos tornam o contrato o instrumento fundamental do
capitalismo.
Desenvolvimento social
Um país economicamente desenvolvido apresenta as melhores condições para promover o
desenvolvimento social (embora, claro, essa correspondência teórica nem sempre se
verifique na realidade).
Espaço de liberdade
O contrato serve à satisfação dos interesses particulares, sendo livre a fixação do seu
conteúdo para atender a tais interesses. Contudo, tal liberdade se exerce com
responsabilidade e de acordo com as proibições de ordem pública fixadas em lei.
Unilateral 
Aquele em que ambas as partes assumem prestações uma para com a outra. Geralmente, a
bilateralidade também representa uma onerosidade (contratos onerosos), pois há transmissão de
valores patrimoniais entre as partes. 
A bilateralidade contratual é caracterizada pela existência de um sinalágma, ou seja, uma
contraprestação para uma prestação (sinalagmaticidade). Por esse motivo, os contratos bilaterais
também são chamados de contratos sinalagmáticos. 
Aplicam-se ao contrato as regras da parte geral das Obrigações (arts. 233 a 420) para os casos de
lacuna no regime jurídico próprio dos contratos (arts. 421 a 853).
Quanto ao regime jurídico dos contratos no Código Civil, as normas que se aplicam aos contratos são as
seguintes:
Normas gerais (regras e princípios) para todos os contratos
Artigos 421 a 480
Normas especí�cas de cada tipo contratual
Artigos 481 a 853
Normas gerais das obrigações para caso de lacunas no regime
jurídico próprio dos contratos
Artigos 233 a 420
Normas (regras e princípios) do negócio jurídico
Artigos 104 a 184
Atualmente, o contrato deixou de ser visto apenas como um instrumento de satisfação de interesses
econômicos das partes para ser visto em uma perspectiva maior: um instrumento de desenvolvimento
econômico e social.
Bilateral 
Além do interesse particular, privado, reconhece-se sobre o contrato um interesse social,
público, para que o negócio traga benefícios não só para as partes mas, também, para a
sociedade
No âmbito dos contratos, o Estado também passou a regulamentar a atividade negocial por meio da
promulgação de leis que limitam a liberdade contratual, a submissão do contrato ao interesse público e a
criação de agências fiscalizadoras e reguladoras. Fala-se, assim, em dirigismo contratual.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Negócios jurídicos unilaterais
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Negócios jurídicos plurilaterais

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a alternativa que se apresenta como um elemento fundamental do contrato:
A Acordo de vontades.
B Ato da natureza.
C Sem força de lei entre as partes.
D Inexistência de um sinalagma no contrato bilateral.
E Função apenas de instrumento de desenvolvimento entre as partes.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Se assim podemos definir, o acordo de vontades é o elemento precípuo de todo e qualquer
contrato, eis que representa o consenso (intuito comum) de um determinado bem da vida.
Questão 2
Marque a alternativa que indica a diferença entre negócio jurídico e ato jurídico stricto sensu.
A
Nos negócios jurídicos, os efeitos são criados de antemão pelo legislador, enquanto nos
atos jurídicos stricto sensu eles dependem exclusivamente da vontade dos reclamantes.
B
Nos atos jurídicos stricto sensu, não há necessidade de ser perquirida a capacidade do
agente, enquanto nos negócios jurídicos a sua falta é causa de anulação do negócio.
C
Os negócios jurídicos são sempre bilaterais e seus efeitos são invariáveis, enquanto os
atos stricto sensu são sempre unilaterais e seus efeitos são variáveis.
D
Os negócios jurídicos têm seus efeitos determinados pelas partes, desde que dentro dos
limites legais, enquanto nos atos jurídicos stricto sensu os efeitos são ex lege.
E
Não há uma diferença essencial entre eles, podendo alguns atos stricto sensu serem
considerados negócios.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A eficácia ex lege é característica do ato jurídico em sentido estrito, enquanto os efeitos do
negócio jurídico provêm da vontade das partes (ex voluntate).

2 - Elementos e validade dos contratos
Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de analisar os principais elementos e requisitos
de validade do contrato.
Planos de análise do contrato
O especialista Gilberto Fachetti Silvestre, Doutor em Direito Civil, faz uma explicação geral dos planos do
contrato, apontando a sua importância para a formação do negócio.
Planos de análise do contrato
A análise dos requisitos essenciais de todo contrato ocorre em três planos progressivos:

Existência

Validade


Eficácia
Verificada a existência do contrato no universo jurídico, passa-se à análise da validade desse ato, isto é, se
ele se encontra de acordocom o ordenamento jurídico, não violando normas jurídicas. 
Sendo o contrato existente e de acordo com a lei, pode, então, produzir seus efeitos, ou seja, implementar
sua eficácia, que compreende, basicamente, a aquisição, modificação, transferência e extinção de direitos
subjetivos. 
A verificação do atendimento a cada plano é objetiva, dependendo da presença dos seguintes elementos
pré-determinados:
Existência
Elementos de existência
1. Agentes; 
2. Manifestação de vontade; 
3. Forma; 
4. Objeto.
Validade
Requisitos de validade
1. Capacidade; 
2. Liberdade; 
3. Adequação; 
4. Idoneidade.
E�cácia
F d � á i
Todo contrato deverá ou poderá ser constituído de três categorias de elementos:
São os elementos que todos os contratos devem ter, sob pena de não existirem. São, portanto, os
elementos de existência, verificados na análise do plano da existência.
Categoria que cuida de elementos próprios de cada tipo contratual, que o caracteriza e o diferencia
de outros contratos. Por exemplo, o preço na compra e venda e o aluguel na locação. A ausência
desses elementos não torna o contrato inexistente, mas faz com que ele seja desvirtuado.
São elementos apostos no contrato por vontade própria das partes e que irão interferir na eficácia,
seja liberando ou bloqueando a produção dos efeitos jurídicos. Trata-se da condição, termo e
encargo ou modo (arts. 121 a 137 do Código Civil). 
Uma das principais características desses elementos é que eles não são obrigatórios, mas, quando
acordados entre as partes, tornam-se vinculantes e obrigatórios.
Plano da existência
Fatores de e�cácia
1. Eficácia imediata; 
2. Eficácia de trato sucessivo; 
3. Presença de elementos acidentais.
Elementos essenciais ou essentialia negotii 
Elementos naturais ou naturalia negotii 
Elementos acidentais ou acidentalia negotii 
Neste plano, é verificada a presença de elementos constituidores do contrato, sem os quais ele não existirá
na esfera jurídica, isto é, será mero fato social sem qualquer relevância para o Direito e, portanto, sem
exigibilidade jurídica. 
A ausência de qualquer desses elementos torna o ato inexistente ou um não-ato, o qual independe de
declaração judicial para deixar de ser cumprido.
O plano da existência tem a ver com o ser do contrato, ou seja, se o pacto é um contrato.
Veremos a seguir os elementos de existência.
Agentes
Refere-se aos sujeitos que podem ser partes de uma relação jurídica. Para tanto, faz-se necessário que o
agente seja um ente que tenha recebido a personalidade civil. Quer dizer: os agentes de um contrato sempre
serão pessoas (naturais ou jurídicas), pois somente essas pessoas podem assumir direitos e deveres na
ordem social, situação inerente a todo contrato.
Atenção!
Excepcionalmente, em situações específicas determinadas por lei, o agente poderá ser um ente
despersonalizado, como o espólio, que continua as obrigações do de cujus (tanto ativa, quanto
passivamente), a massa falida, que segue as relações creditícias e debitórias da empresa.
Manifestação de vontade
Sendo o contrato um ato voluntário, para que exista e seja produzido, é necessário que o agente tenha
vontade para celebrá-lo. Contudo, não basta ter vontade, sendo necessário manifestá-la para que seja
conhecida pelo receptor e possa, assim, vincular seu emissor.
Para que um contrato exista, é imprescindível que a vontade seja conhecida e, para
tanto, deverá ser manifestada.
Forma
É a maneira como se dá a manifestação de vontade para que seja conhecida pelo seu receptor. A forma tem
a ver, assim, com o processo de comunicação entre os contratantes, envolvendo uma mensagem emitida
pelo emissor (proponente) e compreendida pelo receptor (aceitante). 
A forma é o veículo pelo qual se dá o processo de emissão da mensagem, compreendendo as formas
socialmente convencionadas de comunicação, quais sejam:
Tal documento poderá ser produzido pelas próprias partes e por elas assinadas, com ou sem
reconhecimento de firma em cartório: trata-se do instrumento particular.
Objeto
É o bem da vida para o qual se voltam as manifestações de vontade dos agentes. Então, ele é o centro de
interesse dos contratantes. O objeto não é, necessariamente, a coisa (bem corpóreo) frequente na maioria
dos negócios.
Todo contrato, sendo fonte das obrigações, é caracterizado pela presença de prestações
(dar, fazer e não fazer), as quais terão por objeto um bem ou um comportamento.
O objeto poderá ser compreendido de duas maneiras:
É a prestação, aquilo que se pretende realizar no âmbito do vínculo para atender aos interesses dos
contratantes.
Verbal
É quando se assume uma comunicação falada, oral, ou por linguagem de sinais (libras), não
necessariamente na presença física, porque poderá ser por telefone ou outro meio de
semelhante.
Escrita
Dá-se pela produção de um documento chamado escritura ou instrumento.
Objeto direto ou imediato 
É o objeto da prestação, que, no caso das obrigações de dar, será uma coisa e, no caso de
obrigações de fazer e não fazer, será um comportamento (ativo ou omissivo).
Plano da validade
São os atributos dos elementos de existência. Ausentes os requisitos, o contrato é considerado inválido
(nulo ou anulável), contrariando a ordem jurídica e não produzindo efeitos legítimos. 
Nesse caso, o ato inválido necessita de declaração judicial para que o agente se exonere de cumprir a
prestação ilegítima. Aqui, está no plano do dever-ser do contrato. 
Vejamos a seguir os requisitos de validade.
Capacidade
Refere-se à capacidade de fato, isto é, à possibilidade de a pessoa exercer seus direitos e criar para si
obrigações (neste caso, o exercício de sua autonomia privada). Dessa maneira, o ato não pode ser praticado
pelo absolutamente incapaz ou não pode ser praticado pelo relativamente incapaz sozinho.
Atenção!
Isso não significa dizer que o incapaz não possa ser agente de um contrato. Poderá sê-lo por meio da
representação, quando o representante negocia pelo incapaz, ou pela assistência, em que o assistente
negocia com o incapaz.
Há ainda que se atender, quanto ao agente, o requisito da legitimidade, que consiste no atendimento de
certos requisitos específicos do ato para que ele tenha validade.
Por exemplo: a outorga uxória ou marital, no caso de alienações; a autorização dos demais descendentes,
Objeto indireto ou mediato 
em caso de venda de ascendente para descendente; a titularidade da propriedade, para alienação, sob pena
de configurar venda a non domino.
Liberdade
Sendo o contrato produto da autonomia privada, a vontade manifestada deve ser formulada livremente pelo
sujeito. Significa que não pode haver engano, engodo, malícia, pressão, violência, fraude.
Adequação
A forma assumida deve ser permitida pela lei (ou seja, não defesa pela ordem jurídica) ou, então, ser a
exigida pela lei, já que em algumas situações específicas a lei determinará que certos contratos tenham
uma forma por ela estabelecida.
Exemplo
Compra e venda de imóvel de valor superior a 30 salários-mínimos, que deve ser feito por escritura pública.
Idoneidade
Refere-se a qualidades do objeto, quais sejam, licitude, possibilidade e determinabilidade. Fala-se, então, em:
Objeto lícito
Trata-se da coisa ou da conduta que sejam permitidas pela lei, isto é, não são proibidos, como ocorre, por
exemplo, com drogas, produtos proibidos pela ANVISA, falsificação de marcas, produtos contrabandeados,
encomendar a morte de alguém.
Objeto possível
Refere-se a condições reais de se realizar determinado objetivo de um contrato.
Objeto determinado ou determinável
Toda vez que se faz um contrato é preciso especificar qual a coisa ou conduta daquele acordo de vontades.
Ou se pré-determina o objeto nas negociações das condições do acordo ou deixa-se para o futuro
especificar de qual se trata. 
Neste caso, fala-se em objeto determinável. Contudo, determinável deve ter pré-estabelecidas a espécie, a
qualidade e a quantidade do objeto.
No que diz respeito ao objeto possível,existem dois tipos de possibilidades:
Compreende a aceitação jurídica da prática daquela prestação. 
Por exemplo, não é possível juridicamente a comercialização de órgãos e tecidos.
Trata-se de condições do agente de realizar no mundo dos fatos determinada conduta. Não é
fisicamente possível que o ser humano voe batendo os próprios braços, que fique sem praticar atos
reflexos (piscar, por exemplo), que atravesse a nado um oceano, que dome um elefante adulto, que
venda lotes no céu.
Sobre a impossibilidade física do objeto, existem duas impossibilidades:
Impossibilidade absoluta
Trata-se de tudo aquilo que todas as pessoas não podem praticar, ou seja, a impossibilidade atinge a todos.
Impossibilidade relativa
Aquela que atinge apenas a pessoa de uma das partes.
Há, ainda, a impossibilidade inicial, aquela que se verifica na conclusão do contrato. Se essa impossibilidade
inicial for relativa, o contrato não será invalidado, de acordo com o art. 106. 
Da mesma forma, se houver condição interferindo na eficácia do contrato (evento futuro e incerto) e a
Possibilidade jurídica 
Possibilidade física 
impossibilidade relativa cessar antes do implemento de tal condição, também não se fala em invalidade do
contrato.
Elementos de existência, validade e e�cácia
Os elementos de existência e validade se associam, nos termos do art. 104, para conferir eficácia ao
negócio:
Elemento de
existência
Requisito de
validade
Base legal Negócio eficaz
Agente
Capacidade e
legitimidade
Art. 104, I Agente capaz e legítimo
Manifestação de
vontade
Liberdade
Arts. 138 a 167 c/c
art. 171, II
Manifestação de
vontade livre
Forma Adequação Art. 104, III
Forma adequada: 
1. Permitida pela lei
(não defesa); ou 
2. Exigida pela lei.
Objeto Idoneidade Art. 104, II
Objeto idôneo: 
1. Lícito; 
2. Possível; 
3. Determinado ou
determinável.
Tabela 4: Base legal dos planos do contrato. Elaborado por Gilberto Fachetti Silvestre.
Contrato inválido
O contrato inválido é aquele que contraria as regras do plano da validade, ou seja, as disposições legais, não
sendo recebido pelo ordenamento jurídico.
A invalidade é caracterizada pela lesão à lei e os interesses juridicamente protegidos.
Com relação à invalidade do contrato, há:
Nulidade
Dá-se quando o contrato fere com gravidade a ordem jurídica e o interesse social.
Anulabilidade
Ocorre se o ato ferir com menor gravidade a norma jurídica e prejudicar interesses particulares.
Ambas têm a mesma consequência: a invalidade do contrato. Entretanto, distinguem-se quanto a quem
pode alegar, quando se pode alegar e como podem ser declaradas:
Característica Nulidade Anulabilidade
Interesse ofendido
Interesse coletivo, de toda a sociedade. Por isso,
sua declaração produz efeitos erga omnes.
Interesse particular,
ou seja, do
prejudicado. Os
efeitos da
invalidação atingem
apenas os que
alegaram a
anulabilidade.
Característica Nulidade Anulabilidade
Convalescência
Nunca convalesce, ou seja, nunca deixará de
existir a nulidade. Justamente por isso o
contrato é nulo, de pleno direito,
independentemente da vontade das pessoas
envolvidas ou do momento histórico em que é
alegado.
Pode convalescer, ou
seja, se tornar válido,
em razão de dois
fatores: 
1) A vontade das
pessoas envolvidas,
que aceitam
confirmar o ato
mesmo anulável; 
2) O decurso do
tempo (dois ou
quatro anos). 
Nesses casos, o ato
é anulável, ou seja,
se ninguém pleitear
poderá se tornar
válido; é
potencialmente
passível de ser
anulado.
Legitimidade para
alegar em juízo
Ministério Público ou qualquer indivíduo que
tenha sido prejudicado ou tenha interesse na
invalidação.
Somente a parte
prejudicada.
Decretação de
ofício pelo juiz
Pode ser declarada ex officio.
Não pode ser
declarada
oficiosamente,
dependendo de
manifestação e
pedido da parte.
Provimento judicial Ação declaratória Ação constitutiva
Característica Nulidade Anulabilidade
Prazo para
propositura da
ação
Como nunca convalesce, a qualquer momento
poderia ser arguida. Porém, entende-se que se a
nulidade do ato prejudicar a segurança dos atos,
o prazo para se pleitear a invalidação é de 10
anos (prazo geral de prescrição), mesmo que
nunca convalesça.
O prazo decadencial
é de dois ou quatro
anos.
Tabela 5: Diferenças entre as invalidades. Elaborado por Gilberto Fachetti Silvestre.
Quanto à relação entre o ato inexistente e o ato inválido, a existência do contrato é um pressuposto anterior
a sua validade, pois se verifica a partir de atributos que os elementos essenciais do contrato devem ter.
Vejamos:
Característica
Contrato inexistente ou
“não-ato”
Contrato inválido
Definição
Ausência de qualquer dos
elementos de existência
do contrato (agentes;
manifestação de vontade;
forma; e objeto).
Ausência de qualquer dos requisitos de
validade do contrato, que são atributos dos
elementos de existência (capacidade e
legitimidade; liberdade; adequação; e
idoneidade).
Execução
Não precisa ser cumprido,
pois nada existe.
Deve ser cumprido até a decretação
judicial de invalidade em ação anulatória
ou ação declaratória de nulidade.
Efeitos Não produz efeitos.
Produz efeitos até a decretação judicial de
invalidade, podendo ser revertidos.
Característica
Contrato inexistente ou
“não-ato”
Contrato inválido
Conteúdo da
sentença, em caso
de propositura de
ação
Declaratório: apenas
prolata que o contrato não
existe.
Apresenta os três conteúdos: 
1) Declaratório: declara ser inválido; 
2) Constitutivo: desvincula os negociantes,
ou seja, desfaz o vínculo entre eles
(provimento constitutivo negativo ou
desconstitutivo); e 
3) Condenatório: determina que as partes
retornem ao estado patrimonial e pessoal
anterior à celebração do negócio.
Tabela 6: Diferenças entre contrato inexistente e contrato inválido. Elaborado por Gilberto Fachetti Silvestre.
As hipóteses de nulidade do contrato estão previstas no art. 166 do Código Civil e em outras normas
especiais do Código ou da legislação especial. 
Quanto ao art. 166, deve-se observar, preliminarmente, o seguinte:
1. O caput diz que nos casos das hipóteses o negócio é nulo, o que significa que a invalidade é
ipso jure, isto é, de pleno direito, sendo tal situação irreversível. Lembre-se, o contrato é um
negócio jurídico;
2. As invalidades verificam-se no momento da formação do contrato, quer dizer, na sua
conclusão, de modo que a incidência das hipóteses posteriormente à celebração do ato não
invalida o contrato. Isto é: a invalidade verifica-se no momento da manifestação da vontade.
As hipóteses gerais de nulidade do art. 166 são as seguintes:
Contrato celebrado por pessoa absolutamente incapaz
Quando pelo menos uma das partes é menor de 16 anos (art. 3º). Contudo, o fato de alguém
ser absolutamente incapaz não o impede de configurar como parte de um negócio, desde que
o ato seja realizado por meio do seu representante (pais, tutor ou curador), o que tornará o
negócio plenamente válido.
Ilicitude, impossibilidade e indeterminabilidade do objeto do contrato:
O bj t d t t é b d id l lt if t õ d t d d
O objeto do contrato é o bem da vida para o qual se voltam as manifestações de vontade dos
agentes.
O motivo determinante, comum a ambas as partes, é ilícito
Motivo é a causa ou razão que leva as partes a celebrar um contrato. É determinando quando
sem aquele motivo o contrato não se realizaria. Para tornar nulo o contrato, o motivo deve ser
ilícito, quer dizer, a causa não é aceita pelo ordenamento jurídico. Além disso, tal motivo ilícito
precisa ser comum às duas partes.
O contrato não reveste a forma prescrita em lei
Ser preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a validade do
contrato
O contrato tem por objetivo fraudar lei imperativa
Quando o contrato é produzido como um meio ardil para driblar deveres impostos pela lei.
A lei taxativamente declara o contrato nulo ou proíbe-lhe a prática, sem cominar
sanção
A nulidade será a sanção nas hipótesesem que a lei trata o contrato como nulo ou lhe proíbe
e não estabelece outras sanções específicas. É uma hipótese abstrata. Exemplo: cobrança
indevida.
Saiba mais
Além dessas hipóteses de nulidade existe, ainda, uma oitava, qual seja, a simulação (art. 167), que é um
vício do negócio caracterizado por uma mentira, uma falsa declaração de vontade que tem o objetivo de
celebrar um falso negócio.
Já a anulabilidade do contrato tem como hipóteses gerais de anulabilidade:

A incapacidade relativa da parte (hipóteses do art. 4º)

Os vícios do negócio jurídico (arts. 138 a 165)
Há, ainda, outra hipótese geral: quando a lei exige a autorização de terceiro para a prática do contrato. 
A referida autorização é um fator de legitimidade para a parte contratual. Exemplo: outorga marital ou uxória
(art. 1.647 c/c art. 1.649); autorização dos demais descendentes em caso de venda de ascendente para
descendente (art. 496).
Plano da e�cácia
O plano de eficácia refere-se aos fatores que possibilitam que um contrato produza direitos e deveres entre
as partes. Tais efeitos são jurídicos porque o contrato cumpriu os requisitos dos planos da existência e da
validade.
Neste plano, analisa-se a capacidade do contrato de produzir efeitos, ou seja, como o
contrato alcança seus objetivos.
Nesse sentido, fala-se em contratos instantâneos (execução imediata) e contratos de longo prazo
(sucessivos e de execução diferida). Veremos a seguir.
Contratos instantâneos ou de execução imediata:
São aqueles cuja execução (isto é, o cumprimento da prestação) ocorre instantaneamente ao momento da
celebração do contrato. Tão logo o contrato é concluído (celebrado), ele já é cumprido pelas partes. 
Um exemplo é a compra e venda à vista
Contratos de longo prazo ou de trato sucessivo
São aqueles que terão uma fase de execução estendida, prolongada para bem após a celebração. Ou seja, o
contrato é executado ao longo do tempo, após sua finalização. Podem ser dias, semanas, meses ou até
anos.
Exemplo
Podemos citar o financiamento de um carro (alienação fiduciária), a “venda no crediário” e a prestação de
serviço periódico.
Esses contratos de longo prazo podem ser de dois tipos, dependendo da forma como a prestação será
cumprida no futuro:
Quando a prestação é cumprida integralmente, de uma só vez, no futuro (isto é, após a celebração
do contrato). No momento adequado, a prestação será paga totalmente, porém, esse momento
adequado é posterior à conclusão do contrato.
Quando a prestação é cumprida no futuro parceladamente ao longo do tempo, em partes. Costuma-
se falar em “pagar as prestações” ou “pagar as parcelas”.
Há outras circunstâncias que podem interferir na eficácia do contrato: os elementos acidentais. Em todo
contrato é possível convencionar elementos que não são de sua natureza e nem essenciais. São, por isso,
facultativos, isto é, derivam da vontade das partes, mas quando postos no negócio se tornam obrigatórios.
Trata-se dos elementos acidentais ou acidentalia negotii, compostos de três categorias:
Contratos de execução diferida 
Contratos de execução sucessiva ou continuada 
Condição
Termo
Encargo ou modo
Os elementos acidentais interferem na eficácia do contrato de duas maneiras:
1. Bloqueiam a produção de efeitos: o contrato inicia sua eficácia após ser concluído entre as
partes; porém, advindo o elemento acidental convencionado, seus efeitos param de ser
produzidos;
2. Liberam a produção de efeitos: o contrato é concluído entre as partes, mas a produção de
efeitos fica suspensa até que ocorra o elemento acidental, quando, então, a eficácia terá
início.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Capacidade (requisito de validade)
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Contratos de trato sucessivo

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A compra e venda de cocaína é um contrato
A inexistente, inválido e ineficaz.
B existente, válido e ineficaz.
C inexistente, inválido e eficaz.
D existente, inválido e ineficaz.
E existente, válido e eficaz.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A) Existe, pois estão presentes os elementos de existência; B) O contrato é inválido porque o
objeto é ilícito; C) Aquilo que é inválido não pode ser eficaz; D) Correta, pois a ilicitude do objeto
interfere na validade do negócio; E) Errada, pois o objeto é ilícito.
Questão 2
Pedro, 15 anos, decide vender por conta própria um carro que está registrado em seu nome. Esse contrato é
A resolúvel
B nulo
C anulável
D inexistente
E diferido
Parabéns! A alternativa B está correta.
O contrato celebrado com menor de 16 anos é nulo, ou seja, inválido (inciso I do art. 166 do
Código Civil).

3 - Princípios e teoria da imprevisão
Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de identi�car os princípios contratuais e as
consequências da teoria da imprevisão.
Princípios do contrato
No vídeo a seguir, o especialista Gilberto Fachetti Silvestre (doutor em Direito Civil) apresentará uma
definição geral dos princípios contratuais, lançando conceitos comuns para que o aluno possa entender as
consequências sobre as obrigações contratuais.

Princípios do contrato
Além das regras que fixam direitos e deveres, ônus, encargos e direitos potestativos para as partes, o
contrato também possui princípios que servem à sua compreensão e à interpretação das cláusulas. 
Tais princípios podem ser divididos em duas categorias:

Princípios fundamentais ou clássicos

Princípios contemporâneos
Princípios fundamentais ou “clássicos”
São os princípios essenciais do contrato, que estão na sua base histórica e conceitual, bem como na sua
caracterização.
Os princípios sociais são muito valorizados, mas não se pode esquecer de que o contrato é um acordo de
vontade, surgido dos legítimos interesses das pessoas envolvidas e que faz lei entre essas pessoas para
garantir e respeitar as legítimas expectativas criadas a partir do compromisso recíproco.
Os princípios fundamentais podem ser descritos como:
Liberdade contratual;
Consensualismo (solus consensus obligat);
Relatividade (res inter alios acta);
Obrigatoriedade (pacta sunt servanda).
Veremos melhor cada um a seguir.
Liberdade contratual
É a liberdade das pessoas de contratar e dar conteúdo ao contrato. O contrato surge da vontade das
pessoas, não existindo contratação obrigatória.
A autonomia privada, como consectária da autonomia da vontade, é o poder que as
pessoas têm de constituir relações jurídicas.
Quando de caráter patrimonial, essas relações voluntárias decorrem da autonomia negocial e da autonomia
contratual, que são repercussões da autonomia privada. 
A autonomia privada é mais ampla do que a liberdade contratual, que se limita ao poder de
autorregulamentação dos interesses concretos e contrapostos das partes, mediante acordos vinculativos. 
A autonomia contratual manifesta-se por meio de cinco liberdades deliberativas:
Celebração
Consiste em celebrar ou não o contrato, isto é, a liberdade de contratar ou não.
Escolha do sujeito
Refere-se à possibilidade de escolher com quem contratar.
Tipo contratual
As partes escolhem as figuras contratuais já existentes ou elaboram uma nova modalidade (art. 425) de
modo a melhor atender aos seus interesses.
Estipulação
Refere-se à fixação do conteúdo do contrato, ou seja, de como contratar.
Objeto
Escolha do objeto do contrato, ou seja, sobre o que contratar.
Solus consensus obligat
É o consensualismo. Significa que o contrato tem origem no consenso entre as pessoas,
independentemente da forma escrita ou qualquer outra formalidade e solenidade (arts. 107 e 108). O
simples acordo e celebração do contrato são suficientes para criar a obrigação.
O artigo dispõe que, para o aperfeiçoamento do negócio, ou seja, a possibilidade de produzir seus efeitos
por ser existente e válido, depende apenas do consenso entreos contratantes, independentemente de
qualquer forma (verbal ou escrita) que possa assumir.
Assim, a forma de um contrato, em regra, é livre, exceto quando a lei exigir expressamente em situações
específicas. Nesses casos, haverá a incidência do princípio da formalidade, que consiste na obrigatoriedade
de forma.
Exemplo
Para a compra e venda de imóveis de grande valor, exige-se a escritura pública.
Por outro lado, o art. 108 traz uma hipótese de exceção ao consensualismo e serve de exemplo para o
princípio da formalidade. Em determinadas situações específicas, a lei irá exigir que o contrato assuma uma
forma. Assim, não basta o consenso; será preciso que este esteja formalizado em um documento.
É o que ocorre com a alienação de bens imóveis de valor superior a 30 salários-mínimos. Toda vez que se
pretender realizar algum ato de disposição de um direito real (aqueles enumerados no art. 1.225),
especialmente a propriedade de bem imóvel, deverá a forma ser por escritura pública.
Res inter alios acta
É o princípio da relatividade. O contrato produz efeitos para as partes que o celebraram. Quer dizer que as
partes não podem interferir na esfera jurídica de terceiros, ou seja, de quem não participou das negociações.
Pacta sunt servanda
É a obrigatoriedade do contrato, sua imperatividade, sua força de lei, sua exigibilidade. Não pode o contrato,
unilateralmente, ser modificado (imutabilidade) e menos ainda revogado (irrevogabilidade). 
O não cumprimento do contrato implica na responsabilidade do sujeito inadimplente, que é a chamada
responsabilidade civil contratual (arts. 389 a 420 e arts. 946 e 947).
Princípios sociais ou “contemporâneos”
São aqueles que decorrem da ascensão da fraternidade/solidariedade, produto do pós-Segunda Guerra
Mundial, impondo uma relação cooperativa dentro e fora do contrato. 
São os seguintes:
Função social
Dá ao contrato um enfoque ultra subjetivo, limitando o exercício da liberdade contratual das
partes à ordem pública. Significa que a satisfação dos interesses particulares das partes não
pode significar um prejuízo à sociedade. Tem previsão no art. 421.
Boa-fé objetiva
É a imposição de deveres de conduta entre as partes para o correto cumprimento da
prestação, criando um padrão cooperativo de desenvolvimento do contrato. Tem previsão no
art. 422.
Função social do contrato
A função social do contrato (arts. 421 e 421-A do Código Civil) é uma condicionante do exercício da
liberdade de contratar (ou autonomia contratual), que consiste no poder de contratar (escolha do tipo
contratual), de com quem contratar (escolha da parte), de como contratar (estabelecimento das cláusulas e
condições do contrato) e de sobre o que contratar (objeto). 
Assim, o contrato submete-se a duas ordens de interesses:
Particular
Interesse individual das partes, de ordem econômico-patrimonial, com a finalidade de lucro e de aquisição
de propriedade.
Social
É o interesse que a sociedade (os “terceiros”) tem sobre o contrato entre dois sujeitos.
O interesse social pode ser expresso de três modos:
Equilíbrio contratual
É uma forma de garantir a comutatividade entre as partes toda vez que houver desequilíbrio
entre as prestações posterior à formação do vínculo. Proporciona “justiça contratual” para
que uma parte não enriqueça às custas do empobrecimento da outra. 
De forma bem simples, pode-se dizer que esse princípio exige que o contrato seja “bom para
ambas as partes”. Exemplo de sua previsão é a revisão do contrato prevista dos arts. 479 e
317.
Favor negotti ou conservação
Aplicado desde a Roma Antiga, é o princípio que determina a conservação ou a manutenção
dos contratos inválidos sempre que for possível sanar o defeito. Justifica, por exemplo, a
aplicação da teoria do adimplemento substancial (art. 187 c/c art. 475).
Aspecto econômico
O contrato é um instrumento de desenvolvimento da economia de um país. A circulação de bens e serviços
gera riquezas para uma nação. Por isso, o interesse primário da sociedade é o adimplemento do contrato.
Aspecto social
O contrato também permite o desenvolvimento social de um país. A riqueza que ele gera permite
desenvolver políticas sociais para a melhoria das condições de vida.
Aspecto ético
A contratação deve se realizar de modo lícito. Os direitos inerentes à liberdade não podem ser exercidos de
modo abusivo. Quer a sociedade coibir o abuso de direito, a prática de atos ilícitos por meio de um contrato.
O contrato continua produzindo efeitos entre as partes, representando manifestação dos interesses
privados. Contudo, a funcionalização reconhece os efeitos indiretos que um contrato provoca no meio social
para terceiros. A Lei nº 13.874/2019 (Declaração de Direitos de Liberdade Econômica) reformulou a redação
original do art. 421 do Código Civil e acresceu o art. 421-A ao Código. 
Antes da Lei nº 13.874/2019, a função social do contrato era vista em dupla perspectiva: como causa ou
razão do contrato e como limite da liberdade de contratar. 
Como o Judiciário aplicava indiscriminadamente a perspectiva da causa, o que promovia arbitrariedades e
insegurança, a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica alterou o art. 421 para que a função social
não seja mais considerada uma causa do contrato, mas apenas um conjunto de deveres limitadores do
exercício da liberdade contratual. 
A função social como razão da liberdade de contratar supunha que as partes, quando celebram o contrato,
devem fazê-lo de acordo com aquele interesse social.
A função social como razão do contrato signi�ca que o interesse social é um motivo que
legitima o vínculo entre os sujeitos.
Resumindo
A razão de ser do contrato é a promoção do desenvolvimento socioeconômico. Tem a ver, portanto, com os
aspectos econômico e social decorrentes do interesse social.
Permanece o entendimento de que a função social é o limite da liberdade de contratar. Quando se fala em
limite, inevitavelmente, haverá a fixação de deveres. Porém, esses deveres não são apenas para as partes,
mas também para terceiros. 
Toda pessoa – em especial, as partes, mas todos em âmbito social – deve proporcionar condições para que
um contrato alcance seus objetivos; afinal, do contrário, não realizará seus propósitos econômicos e sociais.
A função social como fator que cria uma relação entre as partes e a sociedade faz com que surjam deveres
para as partes e para os terceiros. Tem a ver, então, com o aspecto ético do interesse social:
O principal dever é o adimplemento, para fazer com que o contrato atinja seus fins. Além disso, o
contrato não pode ser celebrado com fins ilícitos e abusivos, como a simulação, por exemplo. 
Um contrato não pode prejudicar terceiros. Quando os contratantes prejudicam intencionalmente
alguém com seu vínculo, aquele que sofreu o dano é chamado de terceiro ofendido.
Também as partes devem respeitar a função social. Ninguém pode, no exercício de sua liberdade,
prejudicar a eficiência do vínculo contratual entre duas partes. Assim, ninguém pode, com uma
proposta de outro contrato, estimular ou patrocinar o inadimplemento entre as partes. 
Deveres para as partes 
Deveres para os terceiros 
Aquele que promove o inadimplemento é chamado de terceiro ofensor. Fala-se, aqui, em tutela
externa do crédito.
Saiba mais
Também em decorrência do grupo de deveres para terceiros, houve para o Brasil a importação do tortius
interference, ou teoria do terceiro cúmplice do inadimplemento (ou teoria do terceiro ofensor), que considera
ato ilícito (arts. 186 e 187) quando algum terceiro patrocina o descumprimento contratual entre duas partes,
pois descumpre um dever imposto pelo art. 421 (dever legal). 
Sendo assim, o terceiro que interfere ilegitimamente no vínculo contratual deve indenizar os prejuízos que
causou à parte.
Boa-fé objetiva
Primeiramente, o art. 422 coloca a boa-fé ao lado da probidade. Embora guarde semelhança com os deveres
éticos da boa-fé, a probidade com esta não se confunde.
A probidade é odever de honestidade que deve haver entre as partes para que uma não
enriqueça em detrimento do patrimônio da outra.
Em segundo lugar, não se deve confundir a boa-fé subjetiva e a boa-fé objetiva. Apesar da nomenclatura
semelhante, não se trata de espécies ou tipos de boa-fé, mas situações distintas que recebem o mesmo
nome. A diferença entre ambas é a seguinte:
Boa-fé subjetiva
É um estado psicológico do sujeito, uma ignorância da realidade. A pessoa crê que age
corretamente, de acordo com a lei, porém sua conduta não é legítima. O oposto da boa-fé
subjetiva é a má-fé, ou seja, a malícia, quando a pessoa conhece a irregularidade da sua
conduta e mesmo assim a realiza. 
A boa-fé subjetiva produz efeitos no Direito de Família (art. 1.561) e no Direito das Coisas, em
especial na posse (arts. 1.214, 1.216, 1.217, 1.218, 1.219, 1.220 e 1.242). No âmbito dos
contratos, a boa-fé subjetiva não produz qualquer efeito, sendo irrelevante para fins de
responsabilidade, havendo a exceção do art. 443 (vício redibitório).
A boa-fé objetiva a imposição de um padrão de conduta entre os contratantes. Esse conceito pode ser
analisado da seguinte maneira:
“Imposição”
Agir com boa-fé não é uma opção das partes, que pode, portanto, ser afastada pela vontade das partes na
celebração do contrato. É a lei, por meio do art. 422, que estabelece com obrigatoriedade que as partes
ajam de acordo com a boa-fé. 
Por isso, a boa-fé é uma cláusula obrigatória de todo contrato, ou seja, “uma cláusula contratual não escrita”,
implícita no contrato porque independe de vontade das partes.
“Padrão”
A boa-fé é o arquétipo comportamental dos contratantes. É uma cláusula irrevogável. Estabelece o modo
como as partes devem proceder durante o processo de negociações preliminares e como devem cumprir as
prestações. A boa-fé é a ética dos contratos.
“Conduta”
Boa-fé objetiva
Padrão de conduta imposto pela eticidade aos contratantes para preservação da confiança e
correto cumprimento das prestações. Não se trata de um estado do sujeito, mas de um
conjunto de deveres a serem seguidos pelos contratantes. 
Independentemente da intenção, a parte que não se adequa a esse padrão responde pelos
danos ocasionadas à outra, falando-se em responsabilidade civil pré-contratual, contratual e
pós-contratual.
O comportamento ético exigido pela boa-fé é a atitude cooperativa entre as partes. Os contratantes devem
cooperar entre si para que ambos alcancem seus objetivos, isto é, para que ambos realizem seus interesses
particulares. 
Como conduta, a boa-fé impõe uma série de deveres anexos à prestação principal. São deveres éticos:
informação, verdade, colaboração, coerência, confiança, isto é, todos os deveres necessários ao
cumprimento correto e saudável do contrato.
“Entre os contratantes”
A proteção da boa-fé é a tutela interna do crédito. A boa-fé impõe deveres éticos às partes (a relação com a
sociedade é a função social).
A boa-fé objetiva apresenta três funções fundamentais:
Interpretativa
Artigo 113
A boa-fé é um referencial de compreensão do sentido, do alcance e dos objetivos das
cláusulas contratuais. 
Por essa função, o juiz deve interpretar o contrato a partir dos critérios éticos estabelecidos
pela boa-fé, fazendo com que a relação entre as partes seja desenvolvida de modo
cooperativo.
Limitativa
Artigo 187
A boa-fé aparece como um critério de caracterização do exercício abusivo do direito. Por
exemplo, se o direito é exercido de modo a satisfazer um interesse legítimo do seu titular.
A função integrativa da boa-fé cria um conjunto de deveres que determinam como a prestação pode ser
cumprida de forma correta, ou seja, de acordo com o padrão cooperativo exigido pela eticidade. Assim, um
contrato tem duas ordens de cláusulas e deveres:
Deveres principais
Aqueles inerentes à prestação ajustada entre as partes. Seu descumprimento caracteriza o inadimplemento
absoluto ou relativo.
Deveres anexos
Aqueles deveres decorrentes da cláusula da boa-fé e que se referem ao cumprimento da prestação.
O descumprimento dos deveres anexos também configura inadimplemento, cujo nome é violação positiva
do contrato. É “positiva” porque a prestação é cumprida; é “violação” porque a prestação é cumprida de
maneira prejudicial a uma das partes.
Saiba mais
A violação positiva do contrato efetivamente se apresenta como uma terceira modalidade de
descumprimento obrigacional, considerada a cláusula geral de boa-fé inserta no art. 422 do Código Civil,
conferindo às relações jurídicas contratuais o obrigatório adimplemento obrigacional consoante os ditames
do princípio da eticidade (SILVESTRE; PEREIRA, 2014, p. 227-250).
Nesse tertium genus do inadimplemento obrigacional, devem ser respeitados os deveres anexos,
decorrentes da boa-fé objetiva, coexistentes na relação obrigacional junto aos deveres de prestação. 
Há duas modalidades de violação positiva do contrato:
Integrativa
Artigo 422
Refere-se à criação de deveres anexos ou acessórios para o correto cumprimento da
prestação.
No cumprimento imperfeito, também denominado de mau cumprimento, há efetivamente a execução
da prestação principal. Contudo, ela será adimplida de maneira deficiente, inexata, em decorrência da
infração de um dever anexo derivado da boa-fé. 
Tal modalidade, frise-se, merece especial atenção quanto à não incidência das regras dos vícios
ocultos e vícios do produto existentes em relação de consumo, cujos regramentos possuem
disposição própria, respectivamente, no próprio Código Civil – vícios redibitórios – e no Código de
Defesa do Consumidor (SILVESTRE; PEREIRA, 2014, p. 227-250).
Ocorre efetivamente a perfeita prestação da obrigação principal; porém, revela-se infringido um dever
de conduta, proveniente da boa-fé objetiva.
Em ambos os casos, o resultado decorrente de sua caracterização culmina em danos típicos, também
chamados de sucessivos ou acompanhantes, pois dizem respeito a danos diferentes daqueles que se
configurariam em caso de mora ou impossibilidade da prestação principal. 
Aí reside a questão fulcral para diferenciar a violação positiva do contrato dos regimes da mora e da
impossibilidade, haja vista que os danos típicos possuem fato gerador divergente, já que decorrentes da
lesão a um dever acessório, oriundo da boa-fé objetiva. 
Por isso, não há de se falar em englobamento da violação positiva do contrato pelo regime da mora, o que o
faz notadamente do termo “forma” a que se refere o art. 394 do CC (SILVESTRE; PEREIRA, 2014, p. 227-250).
A boa-fé incide em todos os momentos do processo de contratação:
Cumprimento imperfeito 
Quebra de deveres laterais 
Vejamos acerca dessas fases:
Outra repercussão da boa-fé objetiva na esfera contratual é a proibição de comportamento contraditório,
baseada no nemo potest venire contra factum proprium. 
A proteção da confiança também depende da coerência do contratante. A parte não pode agir de maneira
contrária às legítimas expectativas que criou no outro contratante.
Exemplo
O devedor tem a obrigação de pagar no dia 1º de cada mês, mas o credor tolerou durante meses que o
pagamento fosse feito no dia 10, sem cobrança da multa moratória. 
Não pode esse credor, de repente, exigir o pagamento no dia 1º e o pagamento da multa, pois a ausência de
Fase pré-contratual
As negociações preliminares são o processo no qual as partes estipulam as futuras
condições do contrato, ou seja, as cláusulas a serem cumpridas.
Fase contratual
Execução é a fase na qual as prestações são cumpridas, caracterizando o adimplemento.
Podem ocorrer, porém, situações excepcionais que também extinguem o contrato, mas sem o
pagamento (resolução, resilição, incumprimento involuntário, nulidade, cláusula de
arrependimento, onerosidade excessiva).
Fase pós-contratual
Não há contrato, mas há um vínculo especial entre as partes, caracterizado pela repercussão
post pactum finitum do contrato.
oposição durante o tempo de cumprimento extemporâneo criou no devedora expectativa – legítima – de
que o credor aceitou a alteração da data de vencimento.
É a chamada proibição de comportamento contraditório, que em resumo significa o seguinte: a parte tem
um determinado direito, mas não se comporta de acordo com esse direito, o que cria na outra parte a
expectativa de que o novo comportamento caracteriza o contrato. 
Por causa dessa expectativa, não pode a parte que alterou sua atitude desejar retornar a exercer o direito tal
e qual anteriormente estava estipulado, pois isso feriria a confiança que o outro contratante desenvolveu a
partir do comportamento reiterado daquela outra parte. 
Essa proteção da confiança pela proibição de comportamento contraditório é expressa pela máxima
romana Nemo potest venire contra factum proprium (ninguém pode agir contra seus próprios atos), que
assim pode ser analisada:
Nemo potest...
Proibição imposta à parte de agir de forma contrária ao seu comportamento reiterado.
...factum proprium
Comportamento reiterado assumido pela parte, que age de forma diferente daquela que foi prevista no
momento da conclusão do contrato. 
A parte age de outra maneira, criando no outro contratante a expectativa de que o novo modo de agir é
correto.
...venire contra...
Tentativa da parte que reiteradamente se comportou de modo diverso do previamente fixado na formação
do contrato de retomar esta forma de agir.
A proibição de comportamento contraditório traz consigo alguns consectários:
Supressio
É a supressão do direito fixado nas negociações preliminares, que consta desde o termo a quo do contrato.
A parte tem um direito, e a tolerância a um comportamento diverso implicará renúncia tácita a esse direito.
Surrectio
É o surgimento do direito para a parte que cria legítimas expectativas na conduta reiterada. A renúncia tácita
caracterizada pela supressio implica surgimento do novo direito contratual que preserva a confiança.
Tu quoque
É a proibição de uma parte inadimplente exigir do outro contratante que adimpla sua prestação. É uma
forma de dar significado à boa-fé na sua função limitativa e evitar o abuso de direito contratual de uma das
partes (art. 187).
Outra consequência da boa-fé objetiva é o chamado dever de mitigar as próprias perdas (duty to mitigate the
loss), que recai sobre o credor. 
Também o credor deve cooperar com o devedor, ainda que haja inadimplemento. Admite-se como
repercussão da boa-fé objetiva o dever do credor de mitigar suas perdas em caso de inadimplemento ou ato
ilícito (duty to mitigate the loss).
Tendo em vista que nas relações jurídicas civis (até mesmo as originadas de ato ilícito)
há o dever de cooperação imposto pela eticidade, deve o credor evitar ao máximo o
aumento ou o incremento da extensão do dano por ele sentido.
Defende-se a mitigação dos prazos prescricionais dos arts. 205 e 206, de modo que a pretensão deve ser
exercida na primeira oportunidade após o ato ilícito ou inadimplemento. Não poderia o credor exercer sua
pretensão dentro do prazo legal se o pode fazer antes. O Superior Tribunal de Justiça, inclusive, já decidiu
nesse sentido no Recurso Especial nº 758.518-PR.
Contudo, essa tese é questionável. Primeiro, porque o prazo é uma garantia legal que gera no credor uma
legítima expectativa. E segundo porque a diligência se exige do devedor, que tem opções no ordenamento
jurídico para evitar a extensão do dano (consignação em pagamento, por exemplo).
Equilíbrio contratual
É uma forma de garantir a comutatividade entre as partes toda vez que houver desequilíbrio entre as
prestações posterior à formação do vínculo. Proporciona “justiça contratual” para que uma parte não
enriqueça às custas do empobrecimento da outra. De forma bem simples, pode-se dizer que esse princípio
exige que o contrato seja “bom para ambas as partes”. 
Exemplo de sua previsão é a revisão do contrato prevista dos arts. 479 e 317.
Conservação do negócio jurídico ou favor negotii
Aplicado desde a Roma Antiga, é o princípio que determina a conservação ou a manutenção dos contratos
inválidos sempre que for possível sanar o defeito. Justifica, por exemplo, a aplicação da teoria do
adimplemento substancial (art. 187 c/c art. 475).
O princípio da conservação ou manutenção dos atos jurídicos determina que se deve
preservar, dentro das possibilidades, em caso de invalidade, a manifestação de vontade
das partes para o alcance dos �ns práticos pretendidos. Importa a �nalidade prática, e
não o meio jurídico para tal.
Esse princípio implica derrogação da antiga máxima quod nullum est, nullum producit effectum. O postulado
da conservação (favor negotii) é um princípio superior dos sistemas jurídicos das famílias de Direito
ocidentais (romano-germânica e Common Law). A análise da conservação deve, também, partir da tríade
axiológica básica do Código de 2002. 
Assim, a conservação é manifestação da eticidade, pois diz respeito à boa fé, ou seja, à fidelidade das
partes que se propõem um vínculo obrigacional; de igual forma, enquanto efetivação de um princípio
superior, ganha caráter operativo (operabilidade), além de, por outro lado, operacionalizar o contrato quando
permite outra qualificação jurídica que possibilita a validade de outro negócio. 
Por fim, também é faceta da socialidade porque seu enfoque é ultra subjetivo, pois ela decorre,
verdadeiramente, de uma fundamentação objetiva, baseada na ordem jurídica, cujo propósito é a
conservação do contrato pela importância que a relação jurídica entre particulares tem para toda a
sociedade enquanto manifestação de seu poder autorregulatório (autonomia privada), que é uma fonte de
Direito.
A conservação encontra regras específicas que a institucionalizam: art. 170 (conversão do contrato nulo);
art. 172 (confirmação ou ratificação do contrato anulável); art. 184 (redução da nulidade parcial); art. 157, §
2º (redução da onerosidade do contrato lesivo); arts. 317 e 479 (revisão judicial do contrato por onerosidade
excessiva).
Onerosidade excessiva do contrato e teoria da
imprevisão
Dois grupos de circunstâncias podem causar a onerosidade excessiva, que prejudica o cumprimento da
obrigação:
São circunstâncias supervenientes que alteram a base subjetiva do acordo, referindo a situações
pessoais do devedor. A prestação se torna onerosa, por exemplo, porque o devedor perdeu o
emprego, está com problemas de saúde, houve morte na família. Tais fatores não ensejam a
revisão/resolução do contrato por falta de previsão legal.
São aqueles não previstos ou de difícil ocorrência, que alteram a base objetiva do acordo, criando
dificuldades para o devedor cumprir sua parte no negócio. Esses fatores sim, por causa da previsão
legal, ensejam a revisão do contrato.
Os fatores de onerosidade são caracterizados por:
Fatores pessoais 
Fatores extraordinários ou imprevisíveis 
Imprevisibilidade
São aquelas situações cuja ocorrência não pode ser aventada no passado por alguém, geralmente, dotado
de conhecimento técnico para realizar previsões precisas.
Extraordinariedade
São aqueles cuja ocorrência é estranha. Não é normal que ocorra; não é típico; vai além do que comumente
ocorre.
Saiba mais
Nessas hipóteses, pode ser aplicada a teoria da imprevisão. Ela está prevista nos arts. 317, 478 e 479, a
partir das possibilidades de revisão e resolução contratual por onerosidade superveniente das prestações
nos contratos de trato sucessivo.
Quando houver onerosidade excessiva da prestação, que se caracteriza pela desproporção do valor nominal
originalmente fixado no título e o valor do momento da execução, a parte poderá propor ação revisional para
que o juiz ajuste (corrija) o referido valor da prestação, para garantir o equilíbrio obrigacional.
O objetivo é que a correção feita pelo juiz assegure o valor real da prestação, sem que a prestação se torne
impossível de ser executada porque se tornou muito onerosa.
Atenção!
A revisão somente poderá ocorrer se a onerosidade for causada por um fator imprevisível, que consiste em
fato queninguém ou nenhum especialista previu a ocorrência e que interfere na ordem econômica. São
exemplos: guerras, efeitos de uma crise econômica, pandemia, catástrofes, crise política. 
Observe que tais fatos atingem a coletividade ou a um grupo de pessoas de modo geral; não são situações
pessoais do devedor, como doença, perda de emprego ou morte de alguém. Esses fatores não ensejam a
revisão da prestação pela teoria da imprevisão.
Pode-se enumerar os seguintes requisitos para aplicação da teoria da imprevisão, a serem apurados pelo
juiz:
O contrato a ser revisado deve ser comutativo e de execução continuada, isto é, não poderá
ser aleatório, já que neste uma das partes assume riscos, dentre eles a onerosidade, e cujas
prestações sejam cumpridas ao longo do tempo (ou seja, não são executados imediatamente
após a conclusão). 
Como a teoria da imprevisão tem por base uma modificação superveniente das condições
originariamente estabelecidas, nada mais lógico que os contratos cujo adimplemento é
imediato não se incluam em seu âmbito de aplicação, exatamente em razão da
impossibilidade de serem acometidos posteriormente por circunstâncias que abalem sua
base objetiva originária.
Alteração substancial da base objetiva do contrato, isto é, uma modificação das condições
econômicas que existiram no momento da conclusão do contrato. 
A base objetiva do negócio jurídico, portanto, relaciona-se ao ambiente econômico em que se
celebrou o pacto, de maneira que, caso sobrevenha circunstância imprevista e extraordinária
que macule aquela condição originária, gerando sua alteração radical e, ainda, onerosidade
excessiva para uma das partes com extrema vantagem para outra, o pacto deixa de ser
exigível tal qual o foi o originariamente entabulado.
Imprevisão da possibilidade de modificação da base objetiva do contrato, ou seja, que não
tenha sido especulada a ocorrência de algum fato posterior à formação do contrato que
levasse à alteração substancial de suas condições originárias. 
Toma como base a capacidade das partes de, na oportunidade da assinatura do contrato,
prever aqueles acontecimentos supervenientes.
Extraordinariedade do fato modificador da base objetiva do contrato, o que significa que tal
t i t ã lid d ê i ti j ã t
Pela teoria da imprevisão, o contrato será revisto com base na cláusula rebus sic stantibus. Ela é a cláusula
contratual não escrita que determina a aplicação da teoria da imprevisão aos contratos quando houver
alteração fundamental das circunstâncias. 
Pode ser compreendida como uma modalidade de mitigação da intangibilidade dos contratos (pacta sunt
servanda), decorrente de uma alteração superveniente imprevisível pelas partes, responsável pela
majoração das obrigações originariamente acordadas em patamar a assolar o status econômico de ao
menos um dos centros de interesse da relação jurídica. 
Quanto às questões processuais, para a procedência do pedido de resolução ou revisão, o autor da ação
(pagador da prestação onerosa) deve estar solvente com suas obrigações, ou seja, não pode estar
inadimplente.
Por isso, tão logo se dê a onerosidade, o devedor terá que propor a ação de resolução/revisão; a sentença
que julga procedente o pedido de revisão ou resolução produz efeitos ex tunc até a data da citação, ou seja,
não desconstitui os efeitos produzidos antes da citação do réu.
acontecimento não ocorra com normalidade e recorrência e atinja não apenas a parte
prejudicada, mas sim toda a sociedade ou um grupo social.
Onerosidade excessiva da prestação de uma das partes, tendo como contrapartida uma
vantagem extrema para a parte adversa, quer dizer, haverá um enriquecimento de um
contratante em detrimento do empobrecimento da outra parte, quebrando o equilíbrio entre
os sujeitos. 
A excessiva onerosidade deve ser compreendida como uma diferença substancial no valor do
objeto da prestação entre o momento da celebração do contrato e o de sua efetiva execução,
não se confundindo com meras dificuldades ou agravamento da obrigação.
O autor pode, nesse caso, se propor a consignar em juízo o valor que considera devido ou pedir autorização
judicial para suspender o pagamento. 
É permitido que o beneficiário da prestação onerosa (réu) se proponha a reduzir o valor a que faz jus como
forma de proporcionar o equilíbrio contratual. Trata-se de um acordo previsto no art. 479. 
Consequentemente, não é obrigado o autor a aceitá-lo, mas o juiz poderá considerar a proposta do réu para
julgar improcedente o pedido de resolução. O juiz não poderá obrigar o autor a aceitar a proposta e, assim,
promover a revisão, pois sua decisão será ultra petita.
Quanto aos contratos unilaterais e gratuitos, o art. 480 permite a revisão por onerosidade excessiva em
caso de contrato unilateral e gratuito (apenas uma das partes assume prestações perante a outra, que
enriquece). Observe que o artigo não prevê a possibilidade de resolução, mas apenas de revisão (redução
da prestação).
A teoria da imprevisão e a possibilidade de revisão de uma obrigação contratual também estão previstas no
art. 317:
Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da
prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido
da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
(ART. 317 DO CÓDIGO CIVIL)
Apesar da mesma fundamentação, existem diferenças entre o art. 317 e o art. 478. 
O art. 317, embora fundamentado na teoria da imprevisão, guarda uma relação distante da
resolução/revisão do contrato prevista nos arts. 478 e 479. 
Veja as diferenças entre os arts. 317 e 478:
Elemento
Revisão pelo art.
317
Resolução ou revisão dos arts. 478 e 479
Objeto da revisão
Apenas se revisa o
valor da prestação.
Embora a onerosidade tome por referência o valor
da prestação, a revisão atinge a todo o vínculo
contratual, e não apenas a prestação.
Resolução Não prevista.
É a regra (art. 478), admitindo-se,
excepcionalmente e por vontade dos contratantes,
a revisão (art. 479).
Causa da
onerosidade
Fatores
imprevisíveis.
Fatores extraordinários e imprevisíveis.
Fundamento
É um direito do
devedor previsto na
lei.
É um direito dos contratantes decorrente da
cláusula rebus sic stantibus, uma cláusula
resolutiva não escrita que dá à parte o direito à
resolução do contrato e, se for da vontade dos
contratantes, sua revisão.
Tabela 12: Diferenças entre art. 317 e art. 478. Elaborado por Gilberto Fachetti Silvestre.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Teoria da imprevisão
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Conservação

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O princípio contratual cuja função é estabelecer um padrão ético de conduta para as partes, e segundo o
qual as partes possuem o dever de agir com base em valores éticos e morais da sociedade, é a
A boa-fé objetiva
B boa-fé subjetiva
C obrigatoriedade
D conservação
E relatividade
Parabéns! A alternativa A está correta.
A) O princípio da boa-fé objetiva impõe às partes de uma relação contratual a adoção de postura
que guarde conformidade com os padrões sociais de ética, correção e transparência, a respeitar a
legítima expectativa depositada nessa relação; B) Não é princípio; C, D e E) Não impõem deveres
éticos e comportamento.
Questão 2
Leia o trecho a seguir, que explica determinado princípio contratual: 
“[...] pode ser enfocado sob dois aspectos: um individual, relativo aos contratantes, que se valem do contrato
para satisfazer seus interesses próprios, e outro, público, que é o interesse da coletividade sobre o contrato.
Nesta medida, [...] somente estará cumprida quando a sua finalidade – distribuição de riquezas – for
atingida de forma justa, ou seja, quando o contrato representar uma fonte de equilíbrio social.” 
(GONÇALVES, Carlos Roberto. DireitoCivil Brasileiro. Vol. 3 – Contratos e Atos Unilaterais. 17. ed. São Paulo,
SP: Saraiva, 2020, p. 26). 
O princípio definido no texto é
A o pacta sunt servanda
B o equilíbrio contratual
C a equidade contratual
D a oponibilidade contratual
E a função social do contrato
Parabéns! A alternativa E está correta.
Considerações �nais
Neste conteúdo, demonstramos como devem ser constituídos e quais as consequências da correta
constituição dos contratos. 
A abordagem realizada foi destinada a apresentar não somente aspectos teóricos, mas também, e
principalmente, os aspectos práticos. 
É preciso ter em mente que os contratos são uma das principais matérias discutidas em ações judiciais.
Podcast
Agora, o especialista Gilberto Fachetti Silvestre (doutor em Direito Civil) relembra tópicos importantes
abordados em nosso estudo. Vamos ouvir!
A função social do contrato é vital para a criação e manutenção dos contratos, seja para as partes
envolvidas (contratantes) ou para toda a sociedade.

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Referências
DINIZ, M. H. Curso de Direito Civil Brasileiro. v. 3 – Contratos. 36. ed. São Paulo, SP: Saraiva, 2020.
FARIAS, C. C.; ROSENVALD, N. Curso de Direito Civil. v. 4 – Contratos. 11. ed. Salvador, BA: Juspodivm, 2021.
GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro. v. 3 – Contratos e Atos Unilaterais. 17. ed. São Paulo, SP: Saraiva,
2020.
SILVESTRE, G. F.; PEREIRA, C. F. B. As modalidades de violação positiva do contrato. Revista Fórum de
Direito Civil – RFDC. v. 3. Belo Horizonte, MG: Fórum, 2014. p. 227-250.
Explore +
Para saber mais sobre os assuntos abordados neste conteúdo, leia: 
O texto Boa-fé entre o princípio jurídico e o dever geral de conduta obrigacional, de Paulo Lôbo, que
descreve as bases do princípio da boa-fé objetiva no Código Civil brasileiro. 
O texto Reflexões sobre o princípio da função social dos contratos, de Judith Martins-Costa, que
desenvolve as bases do princípio da função social no Código Civil brasileiro. 
O artigo Esboço de uma classificação funcional dos atos jurídicos, de Gustavo Tepedino, que discorre sobre
como a alteração da noção de autonomia repercute na teoria da interpretação do contrato. 
O texto A repercussão da causa na teoria do negócio jurídico: um paralelo com a função social dos
contratos, de Mariana Ribeiro Santiago, que analisa a causa como elemento do contrato no direito
comparado e sua repercussão no direito brasileiro, dentro do contexto do princípio da função social dos
contratos.
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