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A relação entre o direito e a educação inclusiva

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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA 
MAYARA VALERIO DE MOURA 
A relação entre o direito e a educação inclusiva
BELFORD ROXO
2022
A escola é direito de todos. Essa frase inquieta muitos professores quando constatam em suas salas de aula a realidade da diversidade humana. A origem da educação tradicional fez com que alguns profissionais da Educação despertassem o desejo de nivelar os conhecimentos dos alunos. A proposta da Educação Inclusiva deu novo aspecto à educação, visando um olhar diferenciado às singularidades humanas.
Pelos questionamentos dos colegas de profissão e na busca da fundamentação dessa nova perspectiva de educação é que tomo a inclusão como objeto de estudo, visando conhecer e identificar os fatores que permeiam essa proposta.
Os estudos foram baseados na Declaração de Salamanca, na Carta para o Terceiro Milênio, na Convenção de Guatemala, na Declaração das Pessoas Deficientes, na Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão e em leis como a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB sobre Educação Especial, o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Programa de Complementação aos Atendimentos Educacionais Especializados às Pessoas Portadoras de Deficiência, o Plano Educacional de Educação - Educação Especial e decretos como o Decreto nº 2.208/97, que regulamenta a LDB; o Decreto nº 3.298/99, que regulamenta a Lei nº 7.853/89; o Decreto nº 914/93, da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Esses documentos legitimam as discussões sobre a política de inclusão e embasam este artigo.
 Histórico do processo inclusivo
Muito se tem falado e escrito sobre inclusão, que tem como princípio a inserção de pessoas com deficiência no âmbito social. De acordo com a Constituição Federal de 1988, no Art. 205, “a Educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade. Visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Quando se afirma que “a educação é direito de todos”, faz-se necessário compreender que a educação está baseada na aceitação das diferenças e na valorização do indivíduo, independente dos fatores físicos e psíquicos. Nessa perspectiva é que se fala em inclusão, em que todos tenham os mesmos direitos e deveres, construindo um universo que favoreça o crescimento, valorizando as diferenças e o potencial de todos.
Antigamente, pessoas que nasciam com alguma deficiência eram separadas, afastadas de qualquer convívio social, pois sua diferença era vista como maldição, destino, marca do demônio e de todo tipo de crendice. Mittler (2000, apud Santana, 2003). Daí surgiu à segregação até chegar ao preconceito que se inicia com a jornada da História da Educação das pessoas com deficiência.
No período anterior ao século XX, que pode ser chamado de “fase da exclusão”, a maioria das pessoas com deficiência era considerada indigna de educação escolar. Foi com as grandes descobertas na área da Medicina, Biologia e Saúde que se começou a estudar os deficientes com a finalidade de dar respostas para os seus problemas; assim as pessoas com deficiência passaram a ser recebidas em instituições filantrópicas de cunho religioso ou asilos, que foram a última morada para muitos.
A fase chamada de segregação, já no século XX, começou com a inserção de pessoas deficientes em grandes instituições que propiciavam a alfabetização. A partir da década de 1950 e mais intensamente nos anos 60, eclodiu o movimento de pais a quem tinha sido negado o ingresso de seus filhos em escolas comuns; após a Segunda Guerra Mundial, “consistia na crença de que o problema da deficiência era algo restrito à pessoa que a possuía e que, por isso, a solução seria prover a essa pessoa o máximo de habilidades a fim de que ela se tornasse apta a ingressar ou reingressar na sociedade” (Sassaki, 1997). Surgiram então as escolas especiais e, mais tarde, as classes especiais dentro de escolas regulares.
A década de 1970 constituiu a fase da integração, em que houve mudança filosófica em direção à ideia de educação integrada, ou seja, só era possível essa junção quando o aluno com deficiência se adaptava ao regime da escola, sem modificações ou adaptações do sistema; a partir desse modelo é que famílias e orientadores prepararam essas pessoas para participar de uma comunidade sem modificações substanciais para integrar as pessoas com deficiência. Daí então a educação integrada ou integradora excluía aqueles que não tinham condições de acompanhar os demais alunos. As leis sempre tinham o cuidado de deixar aberta a possibilidade de manter as crianças e adolescentes com alguma deficiência em escolas regulares.
No final dos anos 1980 surgiu a ideia de adaptar o sistema escolar às necessidades dos alunos, desde que a inclusão propiciasse uma educação de qualidade e igualitária pra todos, aceitando as diferenças individuais como atributo e não como obstáculo e valorizando a diversidade para o enriquecimento das pessoas tendo isso declarado em documentos chave como a Declaração de Salamanca, a Carta para o Terceiro Milênio, a Convenção de Guatemala, a Declaração das Pessoas Deficientes, a Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão e outros que garantem a acessibilidade a pessoas com deficiência. No Brasil, diversos documentos legislativos e administrativos tratam desse assunto, a começar pela Constituição Federal de 1988 e a LDB/96.
 Leis que regulamentam a inclusão
A filosofia da inclusão propõe uma educação de qualidade e igualitária a todos, aceitando as diferenças individuais como atributo e não como obstáculo e valorizando a diversidade para o enriquecimento das pessoas tendo isso declarado nos documentos e legislações já citados aqui.
A Declaração de Salamanca e o Plano de Ação para a Educação de Necessidades Especiais, que foi aprovado e adotado por mais de 300 participantes de 92 países e 25 organizações internacionais na Conferência Mundial sobre Educação de Pessoas com Necessidades Especiais: Acesso e Qualidade, realizada na cidade de Salamanca, Espanha, em junho de 1994, com o patrocínio da Unesco e do governo espanhol. È o mais completo dos textos sobre inclusão na educação; seus parágrafos evidenciam que a Educação Inclusiva não se refere apenas aos deficientes, mas sim a todas as pessoas com necessidades educacionais especiais em caráter temporário, intermitente ou permanente (Sassaki, 1997). Isso se coaduna com a filosofia da inclusão na medida em que a inclusão não admite exceções – todas as pessoas devem ser incluídas.
A Declaração de Salamanca (apud Brasil, 1994) tem como princípios:
· Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem;
· Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas;
· Sistemas educacionais deveriam ser definidos e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades;
· Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades;
· Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias, criando-se comunidades mais acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas que proveem uma educação efetiva à maioria das crianças aprimoram a eficiência e, em ultima instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional.
Estratégias pedagógicas para promover a inclusão na escola
1. Promover campanhas de inclusão escolar
O esclarecimento e a comunicação efetiva são as melhores formas de combater eventuais impactos negativos no processode inclusão. É natural que alguns alunos possam ter dificuldades em lidar com outras crianças e jovens portadores de deficiência, especialmente se não estão acostumados com esse tipo de socialização.
Por isso, as campanhas de inclusão são essenciais para a erradicação do preconceito e o estímulo à integração mútua. Ciclos de debates, palestras e visitas a instituições assistenciais são algumas das formas de os estudantes compreenderem a realidade dos portadores de deficiência e se sentirem receptivos às novas amizades.
2. Invista em tecnologia
Salas de aula com recursos multifuncionais, lousa interativa, aplicativos, netbooks, tablets. Na era digital atual, são inúmeros os recursos que podem contribuir para as estratégias pedagógicas de inclusão escolar. Quanto maior for o número de recursos e a familiaridade dos alunos e professores com eles, melhores serão os resultados de aprendizagem.
Um dos principais objetivos da tecnologia, no caso dos alunos portadores de deficiência, é romper barreiras físicas que os recursos analógicos podem trazer (como segurar um lápis ou virar as folhas de um livro).
Além disso, de forma geral, a tecnologia nas instituições de ensino está deixando de ser um recurso a mais que o professor tem à disposição para suas aulas para se tornar um instrumento por meio do qual a aprendizagem é propagada.
Como o ensino tradicional há tempos mostra sua ineficácia, os recursos digitais e as novas tecnologias vêm favorecendo uma mudança de paradigma nos objetivos e papéis de alunos e professores no ensino.
Na esteira das metodologias ativas de aprendizagem, a utilização de recursos digitais em sala de aula tem proporcionado resultados surpreendentes em todo o mundo.
Ela possibilita, principalmente, a personalização do ensino ao oferecer uma diversidade de conteúdos que dá a oportunidade de cada aluno explorar suas melhores facetas ― algo totalmente válido e esperado no processo de aprendizagem dos estudantes portadores de deficiência.
PROJETO
Projeto: Percepção de educadores sobre o processo de inclusão em uma Unidade de Educação Infantil.
Período de duração: três meses outubro/novembro/dezembro.
Tema: Inclusão.
Justificativa: Um dos grandes desafios que vivemos dentro da Rede Municipal de Ensino (apesar de serem muitos) é a inclusão social, uma vez que muitas vezes temos que pesquisar e estudar bastante cada caso, para que possamos trabalhar no sentido de contribuir para a educação das crianças com necessidades especiais.
Por serem dois temas novos dentro da história da Educação: a Educação Infantil e a Inclusão de crianças com deficiências, que são dois pontos que merecem atenção e que precisam de estudo e aprofundamento, é que senti a necessidade de compreender e reconhecer as dificuldades que cada profissional possui em relação ao tema, e pesquisar a percepção das educadoras sobre o processo de inclusão.
Cronograma Outubro: Pesquisa de campo e observação em diário de bordo. 
Novembro: Reunião Pedagógica para discussão do artigo sobre Inclusão e a real situação da Educação Inclusiva dentro da Rede Municipal e da Instituição. 
Dezembro: Entrevistas com cinco educadoras na Instituição (será a mesma descrita para a análise de dados e respostas e avaliação)
Procedimentos metodológicos
Para a elaboração e execução do plano de ação foram utilizados alguns procedimentos metodológicos trabalhados passo a passo, para que a pesquisação fosse concluída e analisada.
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com os autores compreendi que nós educadores temos que conhecer as fases do desenvolvimento das crianças dando a importância a cada criança respeitando as suas especificidades. Sabendo que as crianças em suas diversidades aprendem na interação com as outras e que o educador possui o papel importante em desenvolver nas crianças o seu potencial auxiliando em seu desenvolvimento integral.
E através dessa pesquisa-ação pude perceber que as educadoras envolvidas nesse processo tem um compromisso com o trabalho desenvolvido com a inserção de crianças das crianças com necessidades especiais e buscam estratégias e necessitam de uma formação continuada para que o nosso trabalho seja realmente de qualidade.
REFERÊNCIAS: 
AMARAL , D.P..Paradigmas da Inclusão Uma introdução. Em: F.P.
 Nunes Sobrinho (org.) (2003). Inclusão educacional pesquisa e interfaces (p.p 11-20). Rio de Janeiro: Livre Expressão. BEHRENS, Marilda. 
O paradigma emergente e a prática pedagógica. Petrópolis: Vozes, 2005. BRASIL. Lei Nº 7.853, de 24 de outubro de 1989.Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências. Diário Oficial da União. 24 out 1989.
SANTOS, M. T. C. T. De que escola estamos falando na perspectiva da inclusão escolar? Temas sobre desenvolvimento. v. 7, n. 40, p. 49, 1998. 
SASSAKI, Romeu Kasumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro : WVA, 1997 SEESP - Secretaria de Educação Especial do MEC, Conceitos da Educação Especial - Censo Escolar 2005. SMED (Secretaria Municipal de Educação, Prefeitura Municipal de Belo Horizonte- Desafios da formação- Proposições Curriculares da Educação Infantil, Belo Horizonte;2009.pág: 15. 
Stainback, Susan e Stainback, William (organizadores). Inclusão: um guia para educadores. ARTMED: Porto Alegre, 1999. UNESCO/Ministério da Educação e Ciência (1994). Relatório Final sobre a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade. Salamanca, Espanha, 7-10, Junho, 1994.

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