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DOR PÓS-OPERATÓRIA Dor – Willians & Crayg (PAIN, nov/2016): sensorial, emocional, cognitivo e social. Componentes formam Experiência de dor de cada indivíduo. Comportamento Humano: natureza humana, componente somático, sistema sensorial, personalidade, natureza humana, aprendizado, sentimentos, caráter, autoestima. PERSPECTIVA BIOPSICOSSOCIAL Modelo Biopsicossocial Biológico Fatores genéticos, neuroquímicos, medicações, resposta imune. Psicológico Aprendizado, memória, emoções, percepções, pensamentos/atitudes. Social Suporte social, suporte familiar, relações interpessoais, Status socioeconômico/ Exercício físico EXPRESSÕES DE DOR MOORE et al. Estudaram a linguagem usada para descrever dor entre anglo-americanos e chineses: Dor muscular descrita como profunda: quase todos os americanos e apenas metade dos chineses; Dor de dente era dita tolerável: 82% dos chineses, 8% dos americanos Cultura influencia na sedação. DOR PÓS OPERATÓRIA INCIDÊNCIA Cerca de 50% dos pacientes submetidos a cirurgia tem dor intensa durante sua internação. Causas: uso inadequado das medicações e técnicas, prescrição inapropriada, falta de dedicação à analgesia PO. IMPORTÂNCIA : interfere nas necessidades humanas básicas. Incluída dentro da assistência em saúde como o 5º sinal vital – se a dor fosse avaliada como outros sinais vitais, haveria maior chance de promover tratamento adequado (James Campbel, 1996) DOR AGUDA DOR CRÔNICA Propósito definido/ alerta. Resposta a uma doença ou lesão Sem propósito definido Inicia reflexos de retirada ou protetores Desenvolve sinais vegetativos: perda do apetite, disturbios do sono, perda da libido, constipação. Principal resposta psicologica é a ansiedade A resposta psicologica inclui: medo, desespero, depressão, hipocondria, somatização. Terapia é direcionada à interrupção do sinal nociceptivo Terapia direcionada à procura do problema orgânico que iniciou ou mantem a dor. CONSEQUÊNCIAS DA DOR Aumento H. catabolizantes e redução dos anabolizantes Complicações pulmonares Aumento do trabalho cardíaco e do consumo de o2 para o miocárdio TVP e TEP Íleo paralitico/ redução da imunidade/ infecções/ retardo da recuperação/ evolução para dor crônica. DOR NO TRAUMA (pré-hospitalar) 1º 90% com dor, destes 40% dor intensa e 19% dor insuportavel; 2 . analgésicos – 14,5% ambulancias com analgesicos, 15,1% com médicos; 3. Tempo entre pré e intra-hospitalar 41 min, dor começa no trauma (76%), dor contínua (82%) JUSTIFICATIVA no pré-hospitalar Condições desfavoráveis Dificuldade para avaliar a dor Falta de experiência em prescrever analgésicos Falta de conhecimento sobre fármacos e técnicas Analgesia pode “mascarar” um diagnóstico “opiofobia” Opioides e técnicas de analgesia não são bem utilizadas. Quando é feita, analgesia se baseia na prática individual, crença profissional do socorrista. DOR NA EMERGÊNCIA (intra-hospitalar) • É a principal queixa, somente 44% recebem analgésicos • 85% dos pacientes tem alta c/escore EVA > desejavam JUSTIFICATIVAS no intra-hospitalar • Falta de experiência • Falta de conhecimento sobre fármacos e técnicas • Medo do vicio, de complicações pós- alta Eu não sei usar morfina e tramal...essas foram as justificativas NÃO HÁ JUSTIFICATIVA PARA NÃO TRATAR A DOR • dor abdominal • Avaliação antes e depois da analgesia • Analgesia reduziu 12% FR, FC, PA Diagnóstico não foi afetado • Sem lesões que ameaçam a vida • Hemodinamicamente estáveis • Vias aéreas controladas • Glasgow 15 Trata a emergência primeiro e depois a dor, se está estável pode tratar a dor. Como melhorar? Educação profissional, pacientes, órgãos governamentais, pesquisadores. BARREIRAS AO MANEJO ADEQUADO • Falta de conhecimento • Não saber avaliar a dor • Não atender as expectativas do paciente • Não documentar o que você fez • Não implementar guindlines BENEFÍCIOS DO TRATAMENTO DA DOR Para o paciente • permite tosse e ampla expansão pulmonar, reduzindo atelectasias, acumulo de secreção e pnm. o Reduz consumo de o2 e risco de isquêmica, reduz incidência de tromboembolismo; reduz íleo adinâmico. Para o médico • Melhora a evolução clínica; • Reduz a mortalidade • Reduz a incidência de infecções • Reduz incidencia de tromboembolismo Para a instituição • Alta precoce • Melhora a qualidade da assistência • Reduz tempo de internação • Menor risco de questões processuais DOR PO VARIA CONFORME: • Local da cirurgia • Tipo e tamanho da incisão • Estado fisico e tipo de paciente (idosos, orientais, sexo F) • Preparo pré-op (ansiedade, medo) • Complicações cirurgicas • Qualidade da analgesia • Tipo de anestesia (inalatória x balanceada) Inalatória acordam com mais dor do que os balanceada (inalatória + ev) COMO AVALIAR A DOR? Escalas fáceis, avaliação pontual, permitem acompanhar a eficácia terapêutica Alta da sala operatória com dor leve 1 a 3. Aí fica com analgésico de horário. ESCALAS DE DOR: tem a escala numérica, escala de descritores verbais, escala visual analógica, escala de faces Wong Baker. DOR X PROTOCOLO DE MACHESTER (SERVIN et al., 2015) – protocolo de acolhimento com classificação de risco. DOR ABDOMINAL (1) Dados vitais alterados: hipotensão, hipertensão, taquicardica, febre. Associações: náuseas ou vômitos ou sudorese Irradiações, tipo Com sangramento vaginal, e possível gravidez Dor intensa (8-10/10). Dados vitais normais Aguda, moderada (4-7/10) Distensão abdominal ou/e retenção urinária Prostação Febre (T > 38,5) Mais de 65 anos Obs - retenção urinária pode fazer uma PCR, por reflexo vagal Dor severa? Grande hemorragia incontrolável? Alteração do sinal de consciência? Criança quente? Caso SIM→ LARANJA PRINCÍPIOS DA ANALGESIA • Evitar complicações • Considerar riscos e beneficios • Usar analgésicos/técnica + eficaz e duradoura • Mudar técnica se necessário • Adicionar outras medicações/técnicas se indicadas • Levar em conta necessidade e desejo do paciente (individualizar) • Regra dos 3 P (pela boca, pelo relógio, pela escada) • Evitar demora • Deixar medicações de resgaste TIPOS DE DOR DE FUNDO: constante, requer prescrição de horário. INCIDENTAL: episódica, requer prescrição SOS. ANALGESIA É OBRIGATÓRIA : sempre que o paciente referir dor e não houver contra- indicação. Analgesia é parte terapêutica: queimaduras, trauma torácico, cólica nefrética, IAM, fraturas, cólica biliar. COMO PRESCREVER? 1 – Intensidade da dor (escalas) = Registrar. 2 – Escada analgésica da OMS = Escolher fármaco. 3 – Regras dos 3 P = escolher via, intervalo, escada OMS. 4- Avaliação com 15-30-60 minutos = Registrar. 5 – Prevenir e tratar efeitos adversos = Registrar. (Rangel e Teles; 2012) Não se usa tramal mais morfina, ou seja, opioide fraco com opioide forte, pois aumenta a incidência de efeito colateral dos opióides, a não ser que o paciente vá fazer algo que cause muita dor...aí vc pode deixar morfina SOS. opióides fracos: tramadol, codeína. opióides fortes: morfina, metadona, fentanila, oxicodona. COMO AVALIAR ANALGESIA? ALIVIO total, parcial ou nulo? = Ajustar a dose. DURAÇÃO suficiente ou insuficiente? = Ajustar intervalo. EFEITOS COLATERAIS? = Selecionar drogas. Obs...vou prescrever tramal de 8/8h, mas 4 horas depois ele está com dor, então preciso de uma medicação naquele intervalo. Nesse caso você pode tirar o tramal e colocar morfina que é de 4/4h, ou pode deixar o tramal e colocar outra medicação no intervalo da dor, como um AINE pra ajudar. Se tiver muito poliqueixoso de náuseas pode mudar de tramal pramorfina. ADEQUAÇÃO DA ANALGESIA IMD (índice de manejo da dor): PA – ID Valores negativos = analgesia inadequada Zero ou positivo = analgesia adequada Potência do analgésico (PA) x intensidade da dor (ID) OBS: Royal college of emergency medicine 1 – avaliação da dor – termina com adequada analgesia. 2 – dor moderada a severa – analgesia 20 minutos da chegada na emergência. 3 – efetividade da analgesia – a cada 30 minutos da primeira dose. 4 – manejo da dor – auditoria periódica 5 – treinamento de todo o staff PA (POTÊNCIA DO ANALGESICO) – ID (INTENSIDADE DA DOR) LEMBRAR QUE – A DEPRESSÃO RESPIRATORIA DO ÓPIOIDE É INVERSAMENTE PROPORCIONAL A INTENSIDADE DA DOR DO PACIENTE. (Se ele tiver como muita dor, não haverá parada respiratória se for feita analgesia na dose correta - conforme a intensidade da dor, a idade do paciente...etc., antes de haver parada respiratória, o paciente apresenta sedação – então ficar atento ao quadro de evolução/monitorização beira-leito do paciente. Dor leve Paracetamol ou AINE, EX. IBUPROFENO Dor moderada Usar uma medição oral, como um AINE ou associar com a codeína – que é um opioide fraco. Dor severa - já entra com opioide forte... ou associar com outros suplementos. Ver sempre a escala analgésica CASO CLÍNICO JAS, 18 anos, Cefaléia há 7 dias. Exame físico normal, lab: ndn, CT de crânio: velamentos seios frontais Avaliação da dor : Frontal, 7 = intensa 4,5 ,6 é dor moderada Opioide forte (morfina) + Analgésico – dipirona ou paracetamol Tramal dá mais efeito colateral de náuseas e vômitos do que a morfina. 0= sem analgésico 1 = AINH 2 = Opióide fraco 3 – Opióide Forte 0= sem dor 0 1 = dor LEVE 1-3 2 = dor MODERADA 4-6 3 – dor INTENSA 7-10 IMD (PA) 3 – (ID) 3 = 0 ANALGESIA ADEQUADA Reavaliar 15-20 minutos Dor = 5 (melhora de 20%) +3 mg Após 15 minutos Dor = 3 Conduta: ATB, CO, ALTA ANALGESIA CONTROLADA PELO PACIENTE – PCA 1 – combina infusão continua e/doses de demanda 2 – bomba de infusão – pc aciona dispositivo 3 – pc precisa ter cognição normal 4 – vários fármacos, várias vias VANTAGENS 1 - < TEMPO entre dor – recebimento do fármaco; 2 – pc tem o controle, reduz a ansiedade 3 – permite ajustes rápidos (curativo, fisioterapia) 4 – boa aceitação DESVANTAGENS: custo, treinamento. ANALGESIA CONTROLADA PELO PACIENTE – PCA 1 – dose inicial (loading) 2 – dose de demanda – quando o paciente aciona o aparelho 3 – intervalo (lockout): tempo entre 2 demandas 4 – Infusão: com ou sem. Garante ausência de vales (sérica baixa) Obs: no 4, diminui a chance do paciente ter concentrações séricas muito baixas e ele volte a ter dor. Na maioria das vezes isso não precisa, é só deixar o lockoute menor do que a duração do analgésico. A intensidade guia você para o tipo de analgésico. Analgésico você tateia a dose. Na via peridural e na raqui se usa menos devido ao aumento de complicações, você pode ter contaminação do cateter. PCA utiliza mais como droga de demanda – ou seja, só quando ele precisa. Indicado para pacientes com dor intensa ou moderada. Ex. bariátrica
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