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Introdução à Seguridade Social, prrincípios e Legislação

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Prévia do material em texto

Direito Previdenciário
Introdução à seguridade social, princípios e legislação
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Claudio Alves da Silva
Revisão e adequação de conteúdo:
Profa. Ms. Fernanda Garcez Lopes de Souza
Revisão Textual:
Profa. Dr. Patricia Silvestre Leite Di Iorio
5
• Seguridade Social: conceito, divisão, denominação e natureza 
jurídica 
• Seguridade social no Brasil e no mundo
• Conceitos básicos de previdência social, assistência social e saúde
Estudem o material disponibilizado, aprofundando os conhecimentos no nosso fórum. 
Lembrem-se de que o fórum de estudos é o local privilegiado para sanar dúvidas e, 
especialmente, para desenvolver a capacidade de se expressar por escrito, debatendo ideias 
e empreendendo pesquisas.
Acompanharei de perto seus estudos!
Sejam bem-vindos e aproveitem bem o semestre!
Iniciamos nosso curso de Direito Previdenciário. Nesta unidade 
estudaremos os pontos iniciais de nossa disciplina, suas origens, 
espécies, princípios e leis.
Trata-se de uma parte importante da matéria, sem a qual a 
compreensão de todo o curso de Direito Previdenciário ficará 
comprometida.
Introdução à seguridade social, 
princípios e legislação
• Relação do direito da seguridade social com os demais ramos do 
direito
• Princípios da seguridade social
• Competência legislativa
• Legislação da seguridade social
• Interpretação, integração, vigência e eficácia das normas de 
seguridade social
6
Unidade: Introdução à seguridade social, princípios e legislação
Contextualização
Antes de adentrarmos o tema da unidade, gostaria de trazer para vocês um texto elaborado 
pelo Professor Airton Zanghelin, em 30/09/2006, publicado no Jornal O Economista, 
edição de 17 de julho de 2011, chamado “A importância econômica da Previdência Social 
Brasileira”. O texto demonstra a real importância da Seguridade Social para a população 
brasileira. Vejamos:
“Apesar de influenciar, de forma direta ou indireta, a vida de grande parte da população 
brasileira, a Previdência Social ainda é pouco conhecida. E são ainda menos conhecidos os 
seus impactos positivos para a sociedade brasileira. Contribuem para isso parte da imprensa e 
o próprio governo, que têm por hábito destacar somente os seus aspectos negativos, como o 
déficit previdenciário e as filas.
A Previdência Social faz parte da Seguridade Social. A Constituição de 1988 dotou esse termo 
para se referir a um conjunto de ações e serviços, de responsabilidade dos poderes públicos, que 
visa garantir à população bem-estar e justiça social. O sistema de Seguridade Social é formado 
por um tripé constituído pela saúde, assistência social e previdência social.
Os serviços na área da saúde integram o Sistema Único de Saúde (SUS) e são de 
responsabilidade dos municípios. A assistência social, direcionada aos cidadãos que não estão 
cobertos pela proteção previdenciária e que apresentem uma situação de vulnerabilidade social, 
está centrada no Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Já a Previdência Social é um 
seguro social, que, mediante contribuição, garante aos segurados várias formas de proteção na 
velhice e na incapacidade para o trabalho. Seus benefícios são concedidos e administrados pelo 
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Apesar de padecer das mesmas dificuldades atuariais e financeiras que afetam os sistemas 
previdenciários em todo mundo, notadamente em decorrência do aumento quase geométrico 
da expectativa de vida da população, a Previdência Social brasileira tem cumprido o seu papel 
social dentro do esperado. Surpreendente mesmo tem sido a sua importância econômica, 
notadamente na redução da pobreza e na geração de renda, que algumas estatísticas recentes 
poderão evidenciar:
- A quantidade de benefícios pagos pela Previdência Social passou de 11,6 milhões em 
1988 para 23,9 milhões no final de 2005. Um aumento de 106%! (I)
- Mais de 7 milhões de pessoas recebem benefícios previdenciários rurais atualmente no 
Brasil. (I)
- Segundo estimativas do IBGE, cada benefício pago pela Previdência Social beneficia 
indiretamente 2,5 pessoas. Portanto, atualmente a Previdência Social beneficia direta ou 
indiretamente 82,3 milhões de brasileiros, o que corresponde a 44% da população. (II)
- A proteção social atinge 82% dos brasileiros com mais de 60 anos de idade. (III)
7
- Em 2003, 53,97 milhões (31,7& da população) de brasileiros viviam abaixo da linha de 
pobreza (correspondente a R$ 120,00). Se não fossem os benefícios da Previdência Social 
, esse número seria de 74,27 milhões (43,6% da população). Graças a eles, 20,3 milhões 
de pessoas foram retiradas da condição de pobreza. (IV)
- Uma pesquisa realizada em 2003 constatou que em 67,85% dos 5.561 municípios 
brasileiros, o valor dos benefícios pagos pelo INSS supera o Fundo de Participação dos 
Municípios (FPM). (V)
É digno de destaque observar que, no país com umas das piores distribuições de renda 
do planeta, a Previdência Social tem sido um instrumento efetivo de combate à pobreza e 
de garantia de renda às pessoas em idade avançada, resgatando a dignidade de milhões de 
brasileiros e reduzindo as desigualdades sociais.
Além de contribuir de forma eficaz para a melhoria do bem-estar social, a Previdência Social 
adquire uma inesperada importância econômica para a maioria dos municípios brasileiros, 
pelo efeito multiplicador dos recursos injetados na economia através do pagamento dos 
benefícios previdenciários.
(I) BOLETIM ESTATÍSTICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Brasília: Ministério da Previdência 
Social, v.10, nr. 12, dez. 2005.
(II) MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Secretaria de Previdência Social. Resultado 
do Regime Geral de Previdência Social – RGPS. Brasília, DF, jun. 2005.
(III) INFORME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. Brasília: Ministério da Previdência Social, v.17, 
n. 3, mar. 2005.
(IV) INFORME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. Brasília: Ministério da Previdência Social, v.17, 
n. 3, mar. 2005.
(V) FRANÇA, Álvaro Sólon de. A Previdência Social e a economia dos municípios. Brasília: 
ANFIP, 2003”.
• Link para consulta: http://www.oeconomista.com.br/a-importancia-economica-da-
previdencia-social-brasileira/
http://www.oeconomista.com.br/a-importancia-economica-da-previdencia-social-brasileira/
http://www.oeconomista.com.br/a-importancia-economica-da-previdencia-social-brasileira/
8
Unidade: Introdução à seguridade social, princípios e legislação
Seguridade Social: conceito, divisão, denominação e natureza jurídica 
Conceito
Seguridade Social é o conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos 
destinadas a assegurar os direitos à saúde, à previdência e à assistência social (cf. art. 194, 
Constituição Federal, 1988).
De acordo com Ibrahim (2009), trata-se de uma rede protetiva formada pelo Estado 
e particulares, com contribuições de todos, incluindo parte dos beneficiários, no sentido de 
estabelecer ações positivas no sustento de pessoas carentes, trabalhadores em geral e seus 
dependentes, providenciando a manutenção de um padrão mínimo de vida.
Denominação
A expressão seguridade social denota provisão para o futuro e engloba a ideia de assegurar 
aos indivíduos e às suas famílias os meios de subsistência básicos a fim de que, na ocorrência 
de uma contingência, sua qualidade de vida não seja diminuída a ponto de não mais se 
proporcionar sequer a manutenção das necessidades básicas. 
Divisão 
A seguridade é gênero que tem por espécies a Saúde, a Assistência Social e a Previdência 
Social, sendo que somente para a prestação da Previdência Social se exige contribuição. 
Natureza jurídica 
É direito público subjetivo fundamental da pessoa humana, irrenunciável, inalienável 
e intransmissível; um direito especialmente protegido através de normas gerais de 
imprescindibilidade. Decorre da lei e não da vontade das partes.
Seguridade social no Brasil e no mundo
• Evolução no mundo
A ideia de proteção social surgiu com a concepção de família e vem se desenvolvendo na 
medida em que a sociedadeevolui. Podemos destacar, na história da humanidade, vários 
marcos, como adiante veremos. 
9
Podemos destacar como exemplos de direitos de seguridade, em Roma: 
1) o pater familias tinha obrigação de prestar assistência aos servos e clientes; 
2) o exército romano guardava duas partes de cada sete partes do salário do soldado e, na 
aposentadoria, este recebia suas economias mais uma gleba; 
3)	havia	 associações	 denominadas	 “collegia‟	 ou	 “sodalitia”	 visando	 a	 garantia	 de	 seus	
participantes e assegurar sepultura e despesas dos funerais dos sócios; 
4) era necessária licença estatal para a mendicância, só concedida aos incapazes de trabalhar. 
Glossário
Pater Familias – Verdadeiro “Pai da Família”. Era a mais elevada posição familiar que, na Roma 
Antiga, era sempre ocupada por homens.
Gleba – Terreno próprio para cultura de produtos agrícolas.
Collegia ou Sodalitia – Associação de pessoas, sem finalidade lucrativa, com o intuito de 
promover socorro mútuo, além de assegurar sepultamento digno aos corpos de seus associados.
Na Idade Média, as confrarias, as guilras ou guildas, possuíam a finalidade de conceder 
assistência a seus associados, em caso de doenças, velhice e pobreza, além de prover despesas 
funerais de seus membros.
Em 1344, registra-se o primeiro contrato de seguro marítimo. 
Em 1601, a Poor Relief Act – Lei de Amparo aos Pobres – na Inglaterra, foi considerada a 
primeira lei de assistência social. 
Entre 1883 e 1911 foram editadas diversas leis que formaram o sistema alemão de seguridade 
social, introduzido por Otto Von Bismarck, com destaque para a criação do seguro contra 
acidentes do trabalho (custeados pelos empresários) e o seguro de invalidez e velhice (custeado 
pelos empregados, empregadores e também pelo Estado). 
Em 1917, no México, surgiu a primeira constituição a prever o seguro social, em seu artigo 123. 
Em 1919, foi criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Esse organismo 
internacional editou diversas convenções versando sobre a matéria previdenciária, com destaque 
para os acidentes do trabalho (ex. Convenções de n. 12, em 1921, e de n. 17, em 1927).
 A Constituição de Weimar, assinada na Alemanha, em 1919, determinava ao Estado prover 
a subsistência dos cidadãos aos quais não pudesse proporcionar acesso ao trabalho produtivo. 
Em 1935, nos Estados Unidos, houve a aprovação da Social Security Act, que instituiu a 
seguridade social naquele país, que inovou ao instituir o auxílio-desemprego.
Na Inglaterra de 1941/1944 foi proposto o denominado Plano Beveridge, um projeto inglês 
10
Unidade: Introdução à seguridade social, princípios e legislação
que visava à segurança social a ser prestado do berço ao túmulo, protegendo os cidadãos de 
certas contingências sociais quando o trabalho fosse impossibilitado. 
Em 1948, foi adotada pela ONU a Declaração Universal dos Direitos do Homem que, nos 
seus artigos 22, 25 e 28, tratam do direito à seguridade social. 
Artigo 22
Todo o homem, como membro da sociedade, tem direito à segurança 
social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional 
e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos 
econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre 
desenvolvimento de sua personalidade.
Artigo 25
I) Todo o homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar 
a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, 
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito 
à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou 
outros casos de perda de meios de subsistência em circunstâncias fora de 
seu controle.
II) A maternidade e a infância tem direito a cuidados e assistência especiais. 
Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da 
mesma proteção social.
Artigo 28
Todo o homem tem direito a uma ordem social e internacional em que 
os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser 
plenamente realizados.
• Evolução no Brasil 
Em nossa legislação pátria, podemos destacar os seguintes marcos evolutivos:
• No período Colonial, podemos citar a criação das Santas Casas de Misericórdia, sendo 
apontada como mais antiga a de Santos (1543). 
• No ano de 1795, estabeleceu-se o Plano de Beneficência dos Órfãos e Viúvas dos 
Oficiais da Marinha. 
• Em 1821, por intermédio do Decreto de 1° de Outubro, foi concedida aposentadoria 
aos mestres e professores após 30 anos de serviço e assegurado abono de ¼ dos ganhos 
aos que continuassem em atividade. 
• Em 1835, é criado o Montepio Geral dos Servidores do Estado – MONGERAL, primeira 
entidade privada a funcionar no país. 
11
• Em 1888, o Decreto n° 9.912-A concedeu aposentadoria aos servidores dos correios, 
desde que contassem 60 anos de idade e 30 anos de contribuição.
• Em 1890, o Decreto n° 221 instituiu a aposentadoria para os empregados da Estrada 
de Ferro Central do Brasil, posteriormente estendida aos demais ferroviários do Estado 
pelo Decreto 565.
• A Constituição de 1891 previu aposentadoria por invalidez para os servidores 
públicos (art. 75). 
• Em 1919, a Lei n° 3.724 criou, no direito pátrio, a proteção para o acidente de trabalho, 
consagrando a responsabilidade objetiva do empregador.
• Em 1923, sobreveio o Decreto Legislativo n° 4.682, de 24 de janeiro - a Lei Eloy 
Chaves. Essa norma criou as Caixas de Aposentadoria e Pensão nas empresas de 
estrada de ferro, mediante contribuição dos trabalhadores, das empresas e do Estado. 
As garantias criadas pela Lei Eloy Chaves foram rapidamente estendidas às demais 
categorias profissionais. Note-se que as Caixas de Aposentadoria e Pensão eram por 
empresa, sendo que a primeira empresa a criar sua Caixa de Pensão foi a atual FEPASA, 
então Great Western do Brasil. 
• Após a revolução de 1930, o sistema foi reformulado, deixando de existir as Caixas 
de Aposentadoria e Pensão por empresas, passando-se para a criação dos Institutos 
de Aposentadoria e Pensão (IAP) por categoria profissional. O primeiro IAP foi o 
dos Marítimos (IAPM), em 1933, seguido do IAP dos Comerciários (IAPC) e o dos 
bancários (IAPB), em 1934; do IAP dos Industriários (IAPI), em 1936; do IAP dos 
empregados em transportes e cargas, em 1938 (IAPETC) e do IAP dos Servidores do 
Estado (IAPSE), fundado em 1938.
• A Constituição de 1934 foi a primeira a utilizar a expressão “previdência”, mas 
não a adjetivava como “social”. Estabeleceu tríplice forma de custeio (ente público, 
empregado e empregador), além da aposentadoria por invalidez e benefícios integrais 
para empregado acidentado. Para os funcionários públicos, garantiu aposentadoria 
compulsória aos 68 anos de idade.
• A Constituição de 1937 empregou a expressão “seguro social” como sinônima de 
“previdência social” e não trouxe evolução em relação às constituições anteriores.
• A Constituição de 1946 foi a primeira a utilizar a expressão “previdência social”. 
• Em 1960, foi criado o Ministério do Trabalho e da Previdência Social e promulgada a Lei 
Orgânica da Previdência Social - LOPS (Lei 3.807), que padronizou o sistema assistencial. 
• Em 1963, foi criado o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural - FUNRURAL 
(Lei n° 4.214), o salário-família (Lei n° 4.296), o décimo terceiro salário e o abono 
anual (Lei n° 4.281).
12
Unidade: Introdução à seguridade social, princípios e legislação
• Em 1966, o Decreto Lei n° 72 criou o Instituto Nacional da Previdência Social (INPS), 
unificando todos os institutos de aposentaria e pensão existentes, exceto o IAPSE, 
extinto apenas em 1977.
• A Constituição de 1967 foi a primeira a prever seguro desemprego.
• Em 1971, a Lei Complementar n° 11 instituiu o Programa de Assistência ao Trabalhador 
Rural, inserido os trabalhadores rurais como segurados da Previdência Social. 
• Em 1972, os empregados domésticos tornaram-se segurados obrigatórios da 
Previdência Social. 
• Em 1977, foi instituído o SINPAS (SistemaNacional de Previdência e Assistência Social) 
agregando INPS, INAMPS, LBA, FUNABEM, IAPAS e CEME. O SINPAS se submetia à 
orientação, coordenação e controle do Ministério da Previdência e Assistência Social.
• A Constituição de 1988 trouxe um capítulo tratando somente da Seguridade Social 
(art. 194 a 204), englobando, nesse gênero, Previdência Social, Assistência Social e 
Saúde, marca evidente do Estado de bem-estar social. 
• Em 1990, a Lei n° 8.029 criou o INSS, com a fusão entre INPS e IAPAS. O SINPAS foi 
extinto. Também foram extintos o INAMPS (1993), a LBA e CBIA – antiga FUNABEM 
(1995) e desativada a CEME (1997).
• Em 1991, entraram em vigor as duas leis fundamentais da seguridade social: Lei n° 8.212 
e Lei n° 8.213, tratando, respectivamente, do custeio e dos benefícios previdenciários. 
• Em 1993, vem a lume a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei n° 8.742. 
• Em 1999, surge outra importante norma jurídica: Decreto n° 3.048, Regulamento da 
Previdência e Assistência Social. 
• Em 2001, surgem as Leis Complementares 108 e 109, a primeira traçando requisitos entre 
agentes políticos e entidades de Previdência complementar e a última regulamentando 
a Constituição no que tange ao regime de previdência privada complementar. 
Também foram bastante importantes as denominadas Emendas 
Constitucionais:
• EC 20/1998 – estabelece aposentadoria por tempo de contribuição; salário família 
e auxílio reclusão devidos somente ao dependente do segurado de baixa renda; 
• EC 41/2003 – estabeleceu nova reforma previdenciária para os funcionários 
públicos; 
• EC 47/2005 – modificou regras de transição da EC 41/2003, relativa a ocupantes 
de cargos efetivos e vitalícios, pertencentes aos chamados Regimes Próprios. 
13
Conceitos básicos de previdência social, assistência social e saúde
Previdência social (art. 201 da Constituição Federal)
De acordo com Castro e Lazzari (2009), é o sistema pelo qual, mediante contribuição, as 
pessoas vinculadas a algum tipo de atividade laborativa e seus dependentes ficam resguardadas 
quanto a eventos de infortunística (morte, doença, invalidez) ou outros que a lei reputa exigirem 
um amparo financeiro ao indivíduo (maternidade, aposentadoria, reclusão), mediante prestações 
pecuniárias (benefícios previdenciários) ou serviços. 
Assistência social (Lei 8.742/93 - Leia também os arts. 203 e 204 da CF/88) 
É política de seguridade social não-contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada por 
meio de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o 
atendimento às necessidades básicas.
Segundo a Constituição, a assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos a proteção à família, 
à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; o amparo às crianças e adolescentes 
carentes; a promoção da integração ao mercado de trabalho; a habilitação e reabilitação das 
pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária. Além 
disso, a assistência social garantirá um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora 
de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção 
ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
Saúde (Lei 8.080/90. Leia também os arts. 196 a 200 da Constituição Federal) 
É direito fundamental do ser humano e dever do Estado mediante formulação e execução 
de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos 
e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos 
serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. 
A saúde é administrada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, vinculado ao Ministério da 
Saúde e não guarda qualquer relação com o INSS.
Relação do direito da seguridade social com os demais ramos do direito
A Seguridade Social possui regras (leis) e princípios próprios, mas não deixa de se relacionar 
com os diversos ramos do Direito. Vejamos:
14
Unidade: Introdução à seguridade social, princípios e legislação
• Direito Constitucional – A estrutura do Sistema de Seguridade Social e os princípios 
gerais do Direito da Seguridade Social estão estampados na Constituição, que destinou ao 
tema um capítulo e alguns dispositivos esparsos.
• Direito do Trabalho – Vários conceitos oriundos do direito do trabalho são também 
empregados pelo Direito da Seguridade Social e diversas questões abrangem esses 
dois ramos do Direito. O relacionamento é tão estreito a ponto de alguns doutrinadores 
preconizarem ser o Direito da Seguridade Social parte do Direito do Trabalho.
• Direito Civil - Entre outras, pode-se apontar a adoção de conceitos, pelo Direito da 
Seguridade Social, de institutos de direito de família, como caracterização do estado 
das pessoas, de obrigações, responsabilidade civil, no caso de acidentes e doenças 
ocupacionais; e de sucessões.
• Direito Comercial – A empresa é a principal fonte de recursos da Seguridade Social. 
Desse modo, a escrituração contábil, objeto de estudo do Direito Comercial, é de grande 
relevância, bem assim conceitos como recuperação judicial e falência, especialmente 
quanto à habilitação de crédito previdenciário. 
• Direito Processual - Na Lei de Custeio estão previstos privilégios ao ente previdenciário 
na execução fiscal; por outro lado, no processo administrativo de interesse do contribuinte 
ou beneficiário, estão presentes diversos princípios processuais.
• Direito Financeiro – O Direito Financeiro é a parte do Direito Público que tem por 
objeto a ordenação jurídica das atividades financeiras do Estado e dos entes públicos 
descentralizados. É estreito o relacionamento, haja vista que, a partir da CF/88, é obrigatória 
a fixação da receita que será destinada a compor orçamento da Seguridade Social e que 
não pode ser empregada pelo governo em outras áreas. 
• Direito Penal – O Código Penal tipifica condutas que se constituem em crimes contra a 
Seguridade Social. 
• Direito Tributário - Vários conceitos de Direito Tributário são empregados no Direito 
da Seguridade Social, tais como: fato gerador, obrigações, sujeito ativo, base de cálculo 
e contribuinte. Lembre-se, também, que uma das grandes controvérsias do direito é o 
problema da natureza jurídica da contribuição à seguridade social. 
• Direito internacional – Há diversos tratados e convenções internacionais sobre 
Seguridade Social. A Declaração Universal de Direitos do Homem, de 1948, por 
exemplo, prevê o direito à segurança social. A OIT, por intermédio de convenções 
e recomendações, também estabelece preceitos relativos à Seguridade Social, como 
as Convenções n° 102 (que trata das normas mínimas de Seguridade Social); n° 
121 (que trata do Acidente de Trabalho) e n° 134 (que trata da Assistência Médica). 
Convém destacar, como conhecimento geral, que o Brasil firma acordos internacionais 
bilaterais com outros países no campo da Seguridade Social. O objetivo é assegurar 
os direitos de seguridade social previstos nas legislações dos dois países aos 
respectivos trabalhadores e dependentes legais, residentes ou em trânsito no país. 
15
 Os Acordos Internacionais estabelecem uma relação de prestação de benefícios 
previdenciários, não implicando na modificação da legislação vigente no país, 
cumprindo a cada Estado contratante analisar os pedidos de benefícios apresentados 
e decidir quanto ao direito e condições, conforme sua própria legislação aplicável. O 
Brasil mantém acordo com os seguintes países: Portugal, Itália, Luxemburgo, Chile, 
Grécia, Espanha, Cabo Verde, Uruguai, Paraguai, Argentina e Japão. 
 
 
Explore
Para mais informações sobre o Acordo e seu regulamento consulte http://www8.
dataprev.gov.br/e-aps/servico/431.
Princípios da seguridade social
Princípios gerais aplicáveis à seguridade social e aos demais 
ramos do direito
Igualdade 
Está no caput do art. 5º da Constituição“todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza” (igualdade formal). Consiste em tratar iguais com igualdade e conceder a 
desiguais tratamento desigual na medida da sua desigualdade (igualdade material). 
O inciso I do art. 5º estabelece que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, 
nos termos da Constituição. Assim, conforme previsão constitucional, há benefícios e prestações 
previdenciárias que distinguem homem e mulher, como a aposentadoria por idade dos 
trabalhadores urbanos (mulher aos 60 e homem aos 65).
 
Legalidade 
Está no previsto inciso II do art. 5º: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa, senão em virtude de lei”. É a expressão maior do Estado Democrático de 
Direito, a garantia vital de que a sociedade não está presa às vontades particulares, pessoais, 
daquele que governa. 
Lei é a norma geral e abstrata de comportamento, aprovada pelo Legislativo e sancionada 
pelo Executivo. Esse conceito compreende: leis complementares; leis ordinárias; leis delegadas; 
medidas provisórias; decretos legislativos e resoluções. 
http://www8.dataprev.gov.br/e-aps/servico/431
http://www8.dataprev.gov.br/e-aps/servico/431
16
Unidade: Introdução à seguridade social, princípios e legislação
Direito adquirido
Imagine a seguinte situação:
Existe uma lei dispondo que a aposentadoria se daria aos 50 anos. Todavia, José, com 60 anos de 
idade, não requereu a aposentadoria, por julgar-se plenamente capaz de continuar trabalhando. 
Porém, em dado momento, uma nova lei é aprovada para alterar a aposentadoria por idade para 
65 anos. Será que José poderá pedir sua aposentadoria ou deverá aguardar completar 65 anos a 
fim de fazê-lo?
Pelo princípio do direito adquirido, mesmo vigente a lei nova, José poderá requerer a aposentadoria 
a qualquer tempo (mesmo não estando com 65 anos), porque já havia completado, na vigência 
da lei anterior, os requisitos para se aposentar, estando este direito incorporado ao seu patrimônio.
Ainda assim, vigente a lei nova, José poderá requerer a aposentadoria a qualquer tempo, porque 
já havia completado, na vigência da lei anterior, o requisito para se aposentar, estando este direito 
incorporado ao seu patrimônio jurídico.
Direito adquirido é aquele que faz parte do patrimônio jurídico da pessoa, podendo ser 
exercido a qualquer momento. 
O titular do direito adquirido está protegido de futuras alterações legislativas que regulem as 
situações que fizeram surgir o seu direito.
O artigo 6º da Lei de Introdução ao Código Civil dispõe:
A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, 
direito adquirido e a coisa julgada. (...) § 2º Consideram-se adquiridos 
assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como 
aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixado, ou condição 
preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
Vale dizer que o direito adquirido é um fato consumado na vigência da lei anterior. Não 
está sujeito, portanto, a prescrição ou a decadência. Além disso, o direito adquirido não se 
confunde com a expectativa de direito, na qual há a esperança, a probabilidade de adquirir 
o direito no curso do tempo.
É princípio de grande importância no Direito Previdenciário, especialmente em relação às 
aposentadorias. Direito adquirido em Previdência Social é um direito de aquisição sucessiva, no 
curso do tempo, e, portanto, complexo. Se houvesse uma mudança no prazo para concessão 
de certo benefício e a pessoa já houvesse implementado todas as condições para requerê-lo, 
poder-se-ia dizer que a pessoa já havia adquirido o direito à concessão do benefício, de acordo 
com o prazo anteriormente estabelecido. 
17
Princípios específicos da seguridade social
Solidarismo 
Thinkstock/Getty Images
Também denominado solidariedade ou mutualismo, é 
postulado fundamental do Direito da Seguridade Social.
Tem origem na Assistência Social, em que as pessoas 
faziam uma assistência mútua para alguma finalidade e, 
também com base no mutualismo, de se fazer empréstimo 
ao necessitado.
Na Assistência Social, percebe-se o solidarismo, a 
solidariedade de todos em benefício dos necessitados, 
pois, na renda mensal vitalícia, o beneficiário recebe a 
prestação sem nunca ter contribuído para o sistema.
Na Constituição, o inciso I, do art. 3º, informa que é objetivo fundamental da República 
a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. Reflexo desse preceito, na Seguridade 
Social, vamos encontrar que aqueles que têm melhores condições financeiras devem contribuir 
com uma parcela maior para o financiamento da Seguridade. 
No art. 40 da Constituição é mencionado que o regime de previdência do servidor público é 
contributivo e solidário. Pode ser definido como o espírito que deve orientar a seguridade social, de 
forma que não haja, necessariamente, paridade entre contribuições e contraprestações securitárias. 
Esse princípio pode ser analisado sob a ótica vertical ou horizontal. Horizontalmente, 
representa a redistribuição de renda entre as populações e, verticalmente, significa que uma 
geração deve trabalhar para pagar os benefícios das gerações passadas. 
Pelo princípio do solidarismo, o contribuinte deve verter parte de seu patrimônio para sustentar 
o regime protetivo, ainda que nunca tenha a oportunidade de usufruir os benefícios oferecidos.
Universalidade 
Postulado básico da Seguridade Social, quer dizer que todos os residentes no país farão 
jus aos benefícios da Seguridade Social, sem distinção. Pode-se falar em universalidade da 
cobertura e em universalidade do atendimento. 
A universalidade da cobertura, também chamada de universalidade objetiva, significa que 
todos os riscos sociais, todas as contingências, devem ser cobertas pelo sistema, desde que 
previstas em lei, como a impossibilidade de retornar ao trabalho, a idade avançada, a morte etc. 
É chamada objetiva, porque se refere ao objeto da relação jurídica previdenciária, isto é, a 
prestação de benefícios e serviços.
A universalidade do atendimento, ou universalidade subjetiva, quer dizer que todos devem 
estar cobertos pela proteção social. É chamada subjetiva, pois se refere ao sujeito da relação 
jurídica previdenciária, isto é, o segurado ou o dependente. 
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Unidade: Introdução à seguridade social, princípios e legislação
Cumpre destacar que a universalidade no atendimento se dá na Saúde, pois todos têm direito 
a socorrer-se ao sistema, independentemente do pagamento de contribuição ou condição social. 
A Assistência Social, conquanto independa de contribuição, será prestada somente a quem 
dela necessitar, na forma da lei. Para se ter acesso aos benefícios da Previdência Social, somente 
mediante contribuição. Por isso, há autores que destacam que a Universalidade se constitui em 
um ideal a ser alcançado. 
Ideias-chave
 Universalidade - De Cobertura (objetiva): O sistema cobre as contingências previstas em lei.
- Do Atendimento (subjetiva): O sistema presta assistência social àqueles que necessitam.
Seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços. 
Implica na escolha das necessidades que o sistema poderá proporcionar às pessoas, 
selecionando-as para poder distribuir. Isso porque o modelo de proteção máxima não dispõe 
de recursos ilimitados para atender às necessidades de toda a população. Trata-se, portanto, de 
um contrapeso ao princípio da universalidade da cobertura. 
A seletividade implica em que as prestações dos benefícios e serviços sejam fornecidas a 
quem necessitar, desde que se enquadre nas situações que a lei definir. 
A distributividade informa que os recursos captados, de acordo com a capacidade econômica 
dos contribuintes, são distribuídos para quem precise da proteção previdenciária. Assim 
sendo, os benefícios e serviços devem ser oferecidos de forma seletiva, buscando sempre fazer 
justiça social, distribuindo os benefícios e serviços de acordo com a prioridade de cada grupo 
populacional.Como exemplo de seletividade, podemos citar o salário-família e o auxílio reclusão 
para segurado e dependente de baixa renda. 
Irredutibilidade do valor dos benefícios 
Os benefícios não poderão ser reduzidos. Esse princípio visa a manter o poder real de compra, 
protegendo os benefícios dos efeitos maléficos da inflação. O poder aquisitivo dos benefícios 
não pode ser onerado e a forma de correção dos benefícios previdenciários será feita de acordo 
com o preceituado na lei.
É importante destacar que o valor dos benefícios não está atrelado ao salário mínimo, 
por expressa vedação constitucional (vide art. 7º, IV). Todavia, segundo o art. 58 do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias e entendimento fixado pelo Supremo Tribunal Federal 
na súmula 687, os benefícios de prestação continuada, concedidos até a data da promulgação 
da Constituição, terão seus valores revistos, a fim de que seja restabelecido o poder aquisitivo, 
expresso em número de salários mínimos, que tinham na data de sua concessão, obedecendo-
se a esse critério de atualização até a implantação do plano de custeio e benefícios. 
19
Equidade na forma de participação no custeio 
É um desdobramento do princípio da igualdade. Quer dizer que aqueles que estiverem em 
iguais condições contributivas terão de contribuir da mesma forma. Por isso, a título de exemplo, 
a legislação prevê três alíquotas de contribuição para o trabalhador (8%, 9% e 11%), conforme 
o salário que perceba. 
Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços à populações 
urbanas e rurais 
Desdobramento do princípio da igualdade. A Constituição igualou os direitos das populações 
urbana e rural, dando fim a inaceitável distinção que havia no passado. 
Vale frisar, no entanto, que a uniformidade diz respeito aos aspectos objetivos, às contingências 
que serão cobertas. A equivalência tem por base o aspecto pecuniário ou do atendimento 
dos serviços, que não serão iguais, necessariamente, mas equivalentes, consoante o tempo de 
contribuição, sexo, idade etc. 
 
 Atenção
Apenas a Constituição, com o objetivo de adequar a prestação às características de cada atividade, 
pode trazer algumas diferenças em relação aos benefícios das populações urbanas e rurais, como, por 
exemplo, a redução de 5 anos para a aposentadoria por idade do trabalhador rural. 
Caráter democrático e descentralizado da administração 
Informa este princípio da gestão democrática e descentralizada que a administração dos 
negócios referentes à Seguridade Social, em todos os níveis, desde a fase de planejamento 
orçamentário, passando pela aplicação destes recursos, chegando até o acompanhamento dos 
programas, deve contar com a efetiva participação dos empregados, empregadores, aposentados 
e governo – por isso se diz que a administração da Seguridade Social é quadripartite. 
O caráter democrático decorre do Estado Democrático de Direito previsto no preâmbulo 
e no art. 1º da Constituição e se evidencia pela efetiva participação dos representantes dos 
empregados, empregadores, aposentados e governo.
A descentralização da gestão visa a proporcionar o atendimento das necessidades básicas 
dos indivíduos. Resta evidenciada a descentralização por intermédio da criação do INSS e do 
SUS. Exemplos de caráter democrático e da descentralização da administração da Seguridade 
Social são o Conselho Nacional de Previdência Social, os Conselhos Estaduais de Previdência 
Social e os Conselhos Municipais de Previdência Social. Também podem ser citados o Conselho 
de Recursos da Previdência Social e as Juntas de Recurso da Previdência Social. O Conselho 
Nacional da Seguridade Social é composto por seis representantes do Governo Federal; três 
representantes dos aposentados e pensionistas; três representantes dos trabalhadores em 
atividade e três representantes dos empregadores. 
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Unidade: Introdução à seguridade social, princípios e legislação
Precedência da fonte de custeio 
Está prevista no § 5° do art. 195 da Constituição, que estabelece que nenhum benefício ou 
serviço poderá ser criado ou majorado ou estendido sem a respectiva fonte de custeio total. Em 
outras palavras, se inexistir receita na Seguridade Social não poderá haver benefício ou serviço.
Diversidade da base de financiamento 
Quer dizer que o financiamento da seguridade social deve ser diversificado e não dependente 
de um exclusivo setor da economia. A Constituição Federal prevê como formas de custeio por 
meio da empresa, dos trabalhadores, dos entes públicos, dos concursos de prognósticos e do 
importador de bens ou serviços do exterior. 
Competência legislativa
Quando se fala em competência legislativa, está se tratando de competências constitucionalmente 
definidas para elaborar leis. Há duas modalidades de competência legislativa na Carta de 1998: 
a competência privativa, prevista no art. 22, na qual a União pode autorizar os Estados a legislar 
sobre questões específicas das matérias do referido artigo; e a competência concorrente, art. 
24, que prevê para a União estabelecer normas gerais, que poderão ser suplementadas pelos 
Estados, ou, inexistindo a norma geral, as Unidade da Federação gozarão de eficácia plena, até 
que incida norma geral da União.
Nessa última situação, advindo norma posterior da União, a parte da norma do Estado ou do 
DF que lhe for contrária fica com eficácia suspensa. 
Sobre o tema Direito da Seguridade Social, o art. 22, XXIII, da Constituição, informa que compete 
privativamente à União legislar sobre seguridade social. E, no art. 24, II, define como competência 
concorrente da União, Estados e DF, legislar sobre previdência social, proteção e defesa da saúde.
Legislação da seguridade social
Constituição 
A Constituição é, por excelência, fonte do Direito da Seguridade Social. A Constituição de 
1988, no seu art. 1°, III, define como fundamento da República Federativa do Brasil a dignidade 
da pessoa, valor supremo que envolve os direitos sociais, entre os quais se insere a Seguridade 
Social, e traz consigo um imperativo de justiça social.
21
No art. 3°, que trata dos objetivos fundamentais da República, pontuam a seguridade social, 
ao definir objetivos como construir uma sociedade justa e solidária, erradicar a pobreza e a 
marginalização, promover o bem de todos, sem qualquer espécie de discriminação. 
O art. 6° informa que são direitos sociais à saúde, à previdência social, e à assistência aos 
desamparados. 
O art. 7° define algumas regras sobre seguridades, por exemplo, seguro desemprego, 
aposentadoria, seguro contra acidentes do trabalho, entre outros. 
Há todo um capítulo sobre Seguridade Social (Capítulo II, do Título VIII), no qual encontramos 
os princípios da Seguridade Social, regras sobre as contribuições, Saúde, Previdência e 
Assistência Social. 
Ideias-chave
Outros dispositivos constitucionais importantes para nosso estudo: 
- Arts. 194 a 203;
- Art. 109, I e § 3;
- Art. 149;
- Art. 165 
- Art. 114, VIII.
Leis da seguridade social 
Leis são também fontes materiais da Seguridade Social. Em matéria de Seguridade Social 
podemos destacar as seguintes normas:
• Lei n° 8.080/90 – Lei Orgânica da Saúde;
• Lei n° 8.212/91 – Plano de Custeio da Seguridade Social;
• Lei n° 8.213/91 – Plano de Benefícios da Seguridade Social;
• Lei n° 8.742/93 – Lei Orgânica da Assistência Social;
• Lei Complementar n° 108, de 29/05/01 – dispõe sobre entidades fechadas de previdência 
complementar;
• Lei Complementar n° 109, de 29/05/01 – dispõe sobre o regime de previdência 
complementar. 
A legislação de Seguridade Social atualizada pode ser obtida no seguinte endereço 
eletrônico: http://www3.dataprev.gov.br/sislex/index.asp.
http://www3.dataprev.gov.br/sislex/index.asp
22
Unidade: Introdução à seguridade social, princípios e legislação
Atos do Pode Executivo 
São fontes secundárias do Direito da Seguridade Social, mas de grande relevância, porque 
o sistema protetivo do Estado é demasiado complexo, competindo ao administradorbuscar 
preceitos que permitam o atendimento da clientela protegida a partir de regras legais de extrema 
generalidade. Por essa razão, o Executivo emite decretos e regulamentos. 
O principal decreto sobre Seguridade Social é o Decreto nº 3.048/99, que detalha as Leis 
8.212/91 e 8.213/91.
O Ministério da Previdência Social também expede portarias, ordens de serviço, instruções 
normativas, circulares, resoluções. 
Leis Especiais
Além das normas já citadas, há outras que tratam de regimes especiais, ou próprios, de 
previdência. O fundamento constitucional dos regimes próprios, que são mantidos pela União, 
pelos Estados e por alguns Municípios em favor de seus servidores públicos e militares, encontra-
se nos artigos 40 (servidores públicos) e 142, X (militares) da Constituição. 
A Lei n° 9.717/98 trata da organização dos regimes próprios de previdência social dos 
servidores públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
A Lei n° 6.880/80 e a Lei n° 3.765/60 tratam do funcionamento previdenciário dos militares.
Interpretação, integração, vigência e eficácia das normas de 
seguridade social
Interpretação 
Interpretar uma norma jurídica é determinar o seu sentido e a sua abrangência das normas 
jurídicas. Para interpretar uma norma, o intérprete pode se valer de vários processos, dentre os 
quais destacamos: 
• Interpretação gramatical – interpretação literal, baseada nas palavras do texto da lei. 
• Interpretação teleológica – na qual se indaga o fim almejado pelo legislador. O direito não 
é fim em si mesmo, mas sim um modo de proporcionar o bem comum. 
• Interpretação sistemática - a lei é uma parte de um todo homogêneo. Assim, deve-se buscar 
a interpretação compatível com o ordenamento, verificando-se a compatibilidade da lei 
a ser interpretada com os outros diplomas e com os princípios de direito envolvidos. A 
adoção dessa interpretação permite solucionar conflitos aparentes de normas e possibilita 
a aplicação do princípio da completude do ordenamento jurídico. 
23
Podemos mencionar também outras formas de interpretação, como a lógica (que visa a 
estabelecer uma conexão entre vários textos legais, analisando preposições enunciadas pelo 
legislador); a extensiva (que dá a norma um sentido mais amplo ao ser interpretado do que, pela 
simples leitura, ela teria); a restritiva; a histórica; a sociológica e a autêntica.
Importa destacar, no Direito da Seguridade Social, que vamos encontrar o princípio da 
aplicação da norma mais favorável ao segurado quando da interpretação do texto legal. Tanto 
assim o é, que, por vezes, a própria legislação contém a expressão “o que for mais vantajoso” 
para o beneficiário, como ocorre no art. 22 ou no inciso VI do art. 124 da Lei nº 8.213. 
Integração
Integração difere de interpretação. A integração objetiva o preenchimento de lacunas do 
ordenamento jurídico, de modo a torná-lo completo. As técnicas utilizadas na integração são a 
analogia, a equidade, os costumes e os princípios gerais de Direito.
• Analogia – é a aplicação de uma jurídica reguladora de certo fato a outro fato não 
regulamento pelo ordenamento jurídico, mas semelhante ao primeiro fato. A analogia não 
pode ser empregada para criar obrigações, como exigir contribuição social de pessoa não 
definida em lei como sujeito passivo dessa contribuição. 
• Costumes – representa as práticas reiteradas, de longa data, pela sociedade e aceitas 
com a convicção de serem obrigatórias, desde que não contrárias à legislação.
• Princípios gerais do Direito - são regras dotadas de grande abstração que fornecem as 
principais diretrizes do ordenamento jurídico em sua aplicação e integração. 
• Equidade – confunde-se com o ideal de justiça; é a possibilidade de suprir a imperfeição 
da lei ou torná-la mais branda de modo a moldá-la à realidade. Como exemplo, as 
decisões que estenderam o direito à pensão por morte à companheira, antes de a regra 
ser estabelecida em lei. 
Vigência e Eficácia 
Eficácia significa aplicação ou execução da norma e a vigência diz respeito à existência 
jurídica da norma em determinado momento. 
A eficácia da norma jurídica pode ser dividida em relação ao tempo e ao espaço. 
A eficácia no tempo refere-se à entrada da lei em vigor, que geralmente se dá na data 
da publicação, ou inexistindo disposição expressa em lei, 45 dias após sua publicação. Há 
exceções, como o art. 195, § 6º da Constituição da República, que introduziu o princípio da 
anterioridade previdenciária, mitigada ou nonagesimal, o qual retém a eficácia de nova lei 
relativa a contribuição social por 90 dias a contar da publicação. 
A eficácia no espaço diz respeito ao território em que vai ser aplicada a norma. A lei da 
Seguridade Social se aplica no Brasil tanto para nacionais como para estrangeiros. Podem surgir 
conflitos de lei no espaço. O Direito Internacional Privado estuda os conflitos de leis no espaço. 
O inciso I, do art. 12, da lei 8.212, dispõe sobre certos casos em que se aplica a lei brasileira ao 
trabalhador brasileiro que presta serviços em outro país.
24
Unidade: Introdução à seguridade social, princípios e legislação
Material Complementar
Sugerimos, como material complementar, a seguinte bibliografia:
• MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da Seguridade Social. Editora Atlas: Capítulos 1 a 9.
• IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. Editora Impethus, 2009. 
Capítulos 1 e 3.
• BRAGANÇA, Kerlly Huback. Direito Previdenciário. Editora Lumem Juris. Capítulos 
1 e 2.
• DIAS, Eduardo Rocha; MACÊDO, José Leandro Monteiro de. Curso de Direito 
Previdenciário. Editora Método. Capítulos 1, 2, 3 e 5.
 
Sugerimos também alguns sites com materiais interessantes para nosso estudo:
• www.mpas.gov.br
• www.ibdp.org.br
• http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_
content&view=category&layout=blog&id=3&Itemid=10
http://www.mpas.gov.br
http://www.ibdp.org.br
http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=3&Itemid=10
http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=3&Itemid=10
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Referências
CASTRO, C. A. P.; LAZZARI, J. B. Manual de Direito Previdenciário. 11 ed. São Paulo: 
Conceito Editorial, 2009. 
DIAS, E. R.; MACÊDO, J. L. M. Curso de Direito Previdenciário. São Paulo: Editora 
Método, 2009
HORVATH JUNIOR, M. Direito Previdenciário. 7 ed. São Paulo: Quartier Latin, 2008.
IBRAHIM, F. Z. Curso de Direito Previdenciário. 14 ed. Rio de Janeiro: Impethus, 2009. 
MARTINS, S. P. Direito da Seguridade Social. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
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Unidade: Introdução à seguridade social, princípios e legislação
Anotações
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Campus Liberdade
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CEP 01506-000
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Tel: (55 11) 3385-3000
http://www.cruzeirodosulvirtual.com.br

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