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Apostila direito das coisas

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APOSTILA 
DE DIREITO 
DAS COISAS 
PROF. ME. BRUNO FONSECA GURÃO 
DO DIREITO DAS 
COISAS 
 CONCEITO, DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS REAIS E 
PESSOAIS E CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS; 
 
 
 POSSE 
 
 
• Denominação: 
• Direitos Reais / Direito das Coisas 
 
 
Coisas Res Reais 
 
 
 
• Ambas corretas  Código Civil optou por Direito das Coisas 
(Livro III, art. 1.196 a 1.510 - E); 
• Direito das Coisas: 
• Ramo do Direito Civil que tem como conteúdo relações 
jurídicas entre pessoas e coisas determinadas ou 
determináveis; 
• Direitos Reais são as relações jurídicas em si. 
Coisas Tudo que não é humano 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Real: Direitos pessoais: 
 
 
 
Relação pessoa (credor) – 
pessoa (devedor) 
Poder imediato que a pessoa 
exerce sobre a coisa 
obrigações 
pessoais contratos 
Direitos 
p is atrimonia empresas 
reais Direito das Coisas 
 
 
 
• Assim: 
 
 
 
 
•  Conceito de “obrigação” (Stolze e Pamplona): relação jurídica pessoal que 
vincula duas pessoas, credor e devedor, em razão da qual uma fica “obrigada” 
a cumprir prestação patrimonial de interesse da outra. 
 
 
•  Conceito de contrato (Stolze e Pamplona): negócio jurídico por meio do 
qual as partes declarantes, limitadas pelo princípio da função social e da boa- 
fé objetiva, autodisciplinam os efeitos patrimoniais que pretendem atingir, 
segundo a autonomia das suas próprias vontades. 
 
 
 
 
Direitos Reais Direitos pessoais patrimoniais 
Relação jurídica entre pessoa e coisa. 
Sujeito ativo: pessoa / sujeito passivo: 
indeterminado; coletividade 
Relações jurídicas entre pessoa e 
pessoa. 
Sujeito ativo: credor / sujeito passivo: 
devedor 
Princípio da publicidade (tradição e 
registro) 
Princípio da autonomia privada 
Efeitos contra todos (erga omnes) Efeitos inter partes 
Rol taxativo (numerus clausus) Rol exemplificativo (numerus apertus) 
Direito de sequela: a coisa responde 
Responsabilidade patrimonial: bens 
respondem 
Caráter permanente: propriedade Caráter transitório: contrato 
ROL TAXATIVO 
• Art. 1.225. São direitos reais: 
• I - a propriedade; 
• II - a superfície; 
• III - as servidões; 
• IV - o usufruto; 
• V - o uso; 
• VI - a habitação; 
• VII - o direito do promitente comprador do imóvel; 
• VIII - o penhor; 
• IX - a hipoteca; 
• X - a anticrese. 
• XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 
2007) 
• XII - a concessão de direito real de uso. (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) 
• XIII - a laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 
POSSE 
 
Conceito: 
A posse é o domínio fático que a pessoa exerce sobre a coisa. 
É um conceito intermediário entre os direitos pessoais e os direitos reais. 
Caráter híbrido 
 
 
• 1ª questão: a posse é um fato ou um direito? 
• Resposta majoritária: a posse é um direito autônomo 
 
 
 
 
 
 
 
> Para Maria Helena Diniz, a posse é um direito real como desdobramento do 
direito de propriedade. 
TEORIAS EXPLICATIVAS DA POSSE 
 
Posse = Corpus + animus domini 
 
 
• Teoria subjetivista ou subjetiva (Savigny) 
 
 
 
 
• Poder imediato sobre um bem + a intenção de tê-lo para si ou 
defendê-lo de agressão contra quem quer que seja. 
 
 
 
 
• Para essa teoria, o locatário, o comodatário, o depositário, etc, 
não seriam possuidores  não haveria intenção de tornarem- 
se proprietários (detenção); 
TEORIAS EXPLICATIVAS DA POSSE 
 
Posse = Corpus 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem 
de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes 
inerentes à propriedade. 
 
 
• Teoria objetivista ou objetiva (von Lhering) 
• Para essa teoria, basta que a pessoa disponha fisicamente da coisa. 
Dispensa a intenção de ser o dono. 
 
 
 
 
• O Código Civil de 2002 adotou, parcialmente, a teoria 
objetivista. 
 
TEORIAS EXPLICATIVAS DA POSSE 
 
Quais são os poderes inerentes à propriedade? 
Art. 1.228 
 
 
• Teoria objetivista ou objetiva (von Lhering) 
• Adiantando para compreensão: 
 
 
 
 
Gozar 
Reivindicar 
Usar 
Dispor 
Possuidor: não tem o poder de dispor da 
coisa, mas pode defendê-la; 
 
Proprietário: tem todos os poderes + 
título ou registro; 
Todo proprietário é possuidor, mas 
nem todo possuidor é proprietário 
 
Art. 1.228, §1º - O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com 
suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de 
conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas 
naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como 
evitada a poluição do ar e das águas . 
Art. 5, XXIII - a propriedade atenderá a sua função social. 
TEORIAS EXPLICATIVAS DA POSSE 
• Teoria da função social da posse (Raymond Saleilles) 
• Não basta saber do corpus mas do uso que se faz do corpus e seu impacto 
sobre a coletividade. 
A função social da posse advém da função social da propriedade. 
 
 
• Fundamentação legal:Art. 1.228, §1º do Código Civil;Art. 5º, XXIII CF 
 
 
 
 
• Ex: usucapião com redução de tempo em função da posse/trabalho e desapropriação 
jurídica privada por posse/trabalho. 
 
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de 
dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento 
de ordens ou instruções suas. 
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância 
Permissão: prévia e expressa 
Tolerância: posterior e tácita 
ATENÇÃO! POSSE NÃO É DETENÇÃO! 
 
• Detentor (fâmulo da posse; gestor da posse; detentor 
dependente ou servidor da posse): 
• Dependência econômica ou subordinação (ato de mera custódia)  posse em 
nome de outrem. 
 
 
> A conversão de detenção em posse é possível desde que rompida a 
subordinação. 
 
 
 
O detentor não pode invocar as ações possessórias mas pode defender a posse alheia 
por meio da autotutela prevista pelo art. 1.210, §1º do CC 
CLASSIFICAÇÕES DA POSSE 
 
Direta 
Locatário 
Comodatário 
Usufrutuário 
depositário 
Indireta 
Locador 
Comodante 
Nu proprietário 
depositante 
 
 
 
• Direta ou imediata  exercida por quem tem a coisa 
materialmente. Ex: locatário na locação. 
 
 
• Indireta ou mediata  exercida por meio de outra pessoa 
havendo mero exercício de direito. Ex: locador proprietário do bem. 
 
 
 
CLASSIFICAÇÕES DA POSSE 
 
 
• Posse justa não apresenta os vícios da violência, da 
clandestinidade, ou da precariedade. 
 
• Posse injusta apresenta qualquer dos vícios (violência, 
clandestinidade, ou precariedade). 
• Posse violenta: violência ou grave ameaça (parece crime de roubo); 
• Posse clandestina: obtida sorrateiramente (parece crime de furto); 
• Posse precária: quando tem que devolver o bem e não devolve (parece crime 
de apropriação indébita). 
 
• OBS 1: mesmo a posse injusta pode ser defendida por ações 
possessórias contra terceiros; 
• OBS 2: quem tem a posse injusta não pode pleitear a usucapião. 
CLASSIFICAÇÕES DA POSSE 
 
 
QUANTO À BOA-FÉ 
(princípios do CC 2002  eticidade, socialidade e operabilidade): 
• Boa-fé subjetiva: estado psíquico que envolve crenças e/ou 
ignorância sobre tal ou qual estado jurídico. Ex: casamento putativo. 
• Boa-fé objetiva: é a exigência de conduta leal dos contratantes e 
está relacionada com os deveres anexos inerentes a qualquer negócio 
jurídico. 
 
• Na posse está presente a boa-fé subjetiva. 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede 
a aquisição da coisa. 
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo 
prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. 
 
 
Portanto: posse de má-fé é quando alguém sabe do vício mas mesmo assim pretende 
exercer o domínio fático sobre a coisa  nunca possui um justo título. 
CLASSIFICAÇÕES DA POSSE 
 
QUANTO AO TEMPO 
(efeitos processuais) 
QUANTO AOS EFEITOS 
• Posse com título há uma causa representativa da transmissãoda posse, via de regra 
um documento escrito. Ex: locação e comodato. 
• Posse sem título não há uma causa representativa da transmissão do domínio 
sobre a coisa. Ex: alguém acha um tesouro. 
 
 
• Posse nova menos de 1 ano e 1 dia. 
• Posse velha pelo menos 1 ano e 1 dia. 
 
• Posse ad interdicta  é a que pode ser defendida pelas ações possessórias diretas ou 
interditos possessórios. 
• Posse ad usucapionem  se prolonga por determinado lapso temporal previsto em 
lei. É a posse com vistas à usucapião – mansa pacífica e duradoura. 
 
EFEITOS MATERIAIS DA POSSE 
(ART. 1.210 A 1.222) 
 
• Percepção dos frutos; 
 
• Indenização e retenção das benfeitorias; 
• Responsabilidades pela perda ou deterioração da coisa; 
 
• Direito à usucapião. 
 
QUANTO À ORIGEM 
PERCEPÇÃO DOS FRUTOS 
 
• O que são frutos? 
• São bens que saem do principal sem diminuir sua quantidade. 
• Classificação dos frutos: 
 
 
 
 
 
 
 
• Frutos naturais: são os que decorrem da essência da coisa. Ex: maçã 
produzida pela macieira. 
• Frutos industriais: são os que se originam de uma atividade humana. Ex: 
peça produzida em uma fábrica. 
• Frutos civis: são originados em uma relação jurídica ou econômica 
(também chamados rendimentos). Ex: aluguel, juros remuneratórios. 
PERCEPÇÃO DOS FRUTOS 
 
Produtos geram diminuição do bem principal 
 
 
 
• Frutos pendentes: estão ligados à coisa principal. Ex: maçã presa ao pé. 
• Frutos percebidos: são os já colhidos e separados. Ex: maçã colhida da macieira. 
• Frutos estantes: são os que foram colhidos e estão armazenados. Ex: maçãs já na 
caixa para venda. 
• Frutos percipiendos: são os que deveriam ter sido colhidos e que não foram. Ex: 
maçã que está apodrecendo no pé. 
• Frutos consumidos: são os que foram colhidos e não existem mais. Ex: maçã 
vendida a terceiros. 
 
Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de 
negócio jurídico. 
 
FRUTOS PRODUTOS 
QUANTO AO ESTADO EM QUE SE ENCONTRAM 
PERCEPÇÃO DOS FRUTOS 
 
Pergunta-chave: 
O possuidor está de boa-fé ou má-fé? 
 
 
• Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos 
frutos percebidos. 
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem 
ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem 
ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. 
• Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e 
percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o 
momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção 
e custeio. 
 
 
 
 
A quem de má-fé nada, 
exceto despesas de produção 
A quem de boa-fé tudo 
DIREITO AOS FRUTOS 
 
INDENIZAÇÃO E RETENÇÃO DAS 
BENFEITORIAS 
• O que são benfeitorias? 
• São bens acessórios introduzidos em um bem móvel ou imóvel, visando 
sua conservação ou melhora da utilização. 
 
• Art. 96.As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 
• § 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não 
aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável 
ou sejam de elevado valor. 
• § 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
• § 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar 
que se deteriore. 
 
DIREITO À INDENIZAÇÃO E RETENÇÃO DAS BENFEITORIAS 
Boa-fé 
• Indenização ou retenção: 
necessárias e úteis 
• Levantar as voluptuárias 
Má-fé 
• Ressarcimento: necessárias 
• Sem direito de retenção 
(princípio da eticidade) 
OBS 2: Súmula 619 STJ - A ocupação indevida de bem público 
configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível de 
retenção ou indenização por acessões e benfeitorias. 
INDENIZAÇÃO E RETENÇÃO DAS BENFEITORIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS: para locação de imóveis urbanos existem regras específicas previstas na lei 
8.245/91 (Lei do Inquilinato). O art. 35 prevê que o locador deve indenizar o 
locatário pelas benfeitorias necessárias mesmo sem sua autorização. 
 
 
 
Art. 1.220 Art. 1.219 
 
Boa-fé 
• Possuidor não responde pela 
perda ou deterioração da coisa 
se não der causa  depende da 
comprovação de culpa (em 
sentido amplo) 
Má-fé 
• Possuidor responde pela perda 
ou deterioração da coisa 
mesmo que acidentais, salvo se 
provar que de igual modo, teria 
se dado na posse do 
reivindicante. 
Art. 1.217 Art. 1.218 
RESPONSABILIDADES PELA PERDA OU 
DETERIORAÇÃO DA COISA 
 
 
 
 
 
 
 
EFEITOS PROCESSUAIS DA POSSE 
 
 
 
 
• Ação de reintegração de posse  esbulho 
 
• Ação de manutenção de posse  turbação 
 
• Ação de interdito proibitório  ameaça à posse 
 
 
Art. 
1.210 
 
 
 
 
 
 
 
NOVO CPC: Art. 554 e ss 
Poucas modificações no novo CPC  a possibilidade de uma ação ser 
convertida em outra (fungibilidade) foi mantida  princípio da 
instrumentalidade das formas 
EFEITOS PROCESSUAIS DA POSSE 
 
•
 
 
 
•
Prazos mantidos no novo CPC 
 Condenação em perdas e danos 
 Indenização dos frutos 
 Evitar nova turbação ou esbulho (multa) 
Não se discute propriedade em sede de ações possessórias. Via adequada é a 
ação petitória. 
 
Ação de força nova: se a ameaça, turbação ou esbulho tiverem 
ocorrido há menos de um ano e um dia, ação segue o procedimento 
especial e cabe liminar; 
Ação de força velha: se a ameaça, turbação ou esbulho forem 
velhos, ou seja, tiverem ocorrido há um ano e um dia ou mais, a 
ação segue o procedimento comum e não cabe liminar. 
 
 O autor pode pedir: 
 
 
EFEITOS PROCESSUAIS DA POSSE 
 
Art. 554 novo CPC 
Art. 565 novo CPC: 
 
• Quando o litígio for coletivo, mesmo passado um ano e um dia do esbulho ou 
turbação, cabe liminar mas antes o juiz deverá designar audiência de mediação; 
• Também se intima o MP e a DP; 
• Juiz pode fazer inspeção judicial; 
• Órgãos públicos interessados podem ser intimados para audiência se houver 
interesse na solução do conflito  prestígio ao princípio da função social da 
posse 
 
• Principais inovações: quando o polo passivo conter grande 
número de pessoas, a citação será feita pessoalmente na pessoa dos 
que forem encontrados no local e citação por edital dos demais; 
intimação do MP e defensoria em casos de pessoas em 
hipossuficiência econômica 
 
 
EFEITOS PROCESSUAIS DA POSSE 
 
 
• Legítima defesa da posse e desforço imediato (autotutela): 
Art. 1.210, §1º 
• Ameaça à turbação (atentado à posse): legítima defesa 
• Esbulho (privação da posse consumada): desforço imediato 
• Requisitos: 
• Defesa imediata; 
• Não ir além do indispensável para recuperação da posse (proporcionalidade); 
 
• OBS 1: quem não cumpre o fim social da posse ou da propriedade não 
pode exercer autotutela. 
• OBS 2: o detentor está autorizado a exercer a autotutela  os abusos 
praticados pelo detentor são de responsabilidade do possuidor (Art. 932 
e 933 CC) 
 
AQUISIÇÃO,TRANSMISSÃO E PERDA DA POSSE 
 
• Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna 
possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes 
à propriedade. 
 
 
 
• A posse pode ser adquirida 
 
 
Própria pessoa ou seu 
representante 
 
Terceiro sem mandato + 
ratificação 
 
Constituto possessório 
 
• Transmissão da posse (Art. 1.206): a posse transmite-se aos herdeiros 
ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres; 
• Perda da posse (Art. 1.223): cessando os atributos da propriedade, cessa 
a posse. 
 
 
 
Art. 1.205 
 
 
COMPOSSE OU COMPOSSESSÃO 
• Definição: 
• Situação em que duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, poderes 
possessórios sobre a mesma coisa  condomínio de posses. Ex: contrato de 
doação de um imóvel a duas pessoas; composse do espólio (antes da 
partilha). 
 
• Qualquer um dos possuidores poderá usar de ações possessórias contra 
terceiras ou contra outro compossuidor; 
 
• Composse pro indiviso ou indivisível  compossuidores possuem 
fração ideal da coisa; 
 
• Composse pro diviso ou divisível cada compossuidor sabe qual sua 
parte (fração real). 
 
 
 
 
 
O que é propriedade? 
 
“A propriedade não consistirá jamais em uma regrinha 
técnica mas em uma resposta ao eterno problema da 
relação entre homens e coisas, da fricção entre o mundo 
dos sujeitos e mundo dos fenômenos, e aquele que se 
propõe a reconstruir sua história, longe de ceder a 
tentações isolacionistas, deverá, ao contrário, tentar 
colocá-la sempre no interior de uma mentalidade e de 
um sistema fundiário com função eminentemente 
interpretativa.” 
(Paolo Grossi, citado por Nelson Rosenvald)
 
 
 
 
 Situação natural ou artificial? 
 Simples fato ou construção social? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Enquanto as relações humanas estiverem presas na localização 
geográfica, deverá existir uma forma de regime de propriedade. 
O conceito de propriedade é muito evasivo.” 
(Nelson Rosenvald)
 
 
 Direito fundamental previsto no art. 5, XXII, CF
 XXII: é garantido o direito de propriedade
 Código Civil art. 1.228
 Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, 
gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder 
de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
 § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em 
consonância com as suas finalidades econômicas e 
sociais e de modo que sejam preservados, de 
conformidade com o estabelecido em lei especial, a 
flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio 
ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como 
evitada a poluição do ar e das águas.
 
FUNÇÃO SOCIAL 
 
 
A propriedade no Código Civil 
 
Gozar 
Reivindicar 
Usar 
Dispor 
 
 
 
 
 
Interesses da coletividade 
 Gozar: possibilidade de tirar frutos da coisa;
 Reivindicar: proteção da propriedade por meios processuais;
 Usar: o uso é a utilização do bem para o fim a que se 
destina, observados os limites da lei;
 Dispor: pode ser inter vivos ou mortis causa
 
 
 
Classificação tradicional 
 
 Propriedade plena ou alodial: o proprietário tem 
todos os atributos do GRUD
 
 Propriedade limitada ou restrita: situação em 
que recai sobre a propriedade algum ônus. Ex: 
hipoteca, servidão ou usufruto.
 
 
Características do direito 
de propriedade 
 Direito absoluto: em função do seu caráter erga omnes diz-se que a 
propriedade é um direito absoluto. No entanto, as limitações já 
expostas mostram que ele pode ser relativizado;
 Direito exclusivo: uma coisa não pode pertencer a mais de uma pessoa,
salvo nos casos de condomínio e copropriedade  ainda assim é 
exclusivo (a cada um); 
 Direito perpétuo: direito independe do seu exercício, salvo no 
caso de usucapião;
 Direito elástico: propriedade plena ou parcial;
 Direito complexo: caráter individual e social;
 Direito fundamental: previsto na CF.
 
 
 
 
 
 
Restrições da propriedade – função social 
 
 
 Art. 1.228, §1º e art. 5º, XXIII da CF
 
A finalidade da propriedade deve ser entendida 
com base em sua função social  as duas se 
confundem em um mesmo conceito. 
 
 
 
 
Direitos transgeracionais
 
 
 
 
 
 Art. 3º, I, CF – sociedade livre, justa e solidária
 Art. 1.228, §2º - são proibidos atos ao proprietário que intentem 
prejudicar outrem (abuso de direito). Ex.: proprietário de 
apartamento que sempre faz festas e incomoda os vizinhos com 
barulho.
 Art. 1.228, §3º - desapropriação por necessidade ou utilidade pública 
art. 5º, XXIV da CF. 
 Art. 1.229 CC – a propriedade abrange profundidade e altura úteis 
ao seu exercício. Espaço aéreo e subsolo são de interesse público.
 Art. 1.230 CC – a propriedade do solo não abrange jazidas, minas e 
demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os 
monumentos arqueológicos, etc.

 
 
 
 
 
 
 
Art. 1.228, § 4º e 5º 
 
Desapropriação judicial 
privada por posse-
trabalho 
 
 
 
Não se trata de 
usucapião! “Justa indenização” 
 
 
Uma das mais importantes (ao menos do ponto de vista teórico) 
restrições ao direito de propriedade 
 Posse-trabalho : posse sem interrupção e de boa-fé, 
por mais de 5 anos, de número considerável de 
pessoas em extensa área 
 
 
 
 
 
 
 
Desapropriação judicial 
privada por posse-
trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 1.228, §4º e 5º 
 
 
Formas de aquisição 
da propriedade 
imóvel 
 
 
 
 
 
acessões 
 
 
usucapião 
ilhas 
aluvião 
avulsão 
álveo abandonado 
plantações e construções 
 
 
registro de título (arts. 1.227 e 1245) 
 
 
sucessão hereditária 
 Formas originárias: contato direto da pessoa com a coisa
 Formas derivadas: há intermediação subjetiva – uma ou mais pessoas
 
 
 
 
Reflexos importantes em relação às formas de aquisição da 
propriedade 
 Se a aquisição é originária, a propriedade NÃO 
conserva as características. Se a aquisição é derivada, 
há um sentido de continuidade. 
 
 
 
 
Usucapião: não há responsabilidade por pagar os 
tributos anteriormente devidos 
 
Compra e venda: o adquirente é responsável 
pelos tributos 
 
 
 
Acessões naturais e artificiais 
 
 
 
 Modo originário de aquisição da propriedade imóvel em virtude do 
qual passa a pertencer ao proprietário tudo aquilo que foi 
incorporado de forma natural ou artificial.
ilhas 
 aluvião 
avulsão 
álveo abandonado 
 
 
plantações e construções 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Da formação de ilhas 
 
 Para o Direito, a ilha é um acúmulo paulatino de areia, 
cascalho e materiais levados pela correnteza ou de 
rebaixamento das águas, deixado a descoberto e a seco uma 
parte ou fundo do leito.
 
 
 OBS: somente se aplicam as regras do CC aos rios não 
navegáveis ou particulares. As demais ilhas pertencem aos 
estados, municípios ou União.
 
 
 
Regras para definir quem é o 
proprietário de ilha nova 
 
 
Consideram-se acréscimos aos terrenos dos 
proprietários fronteiras na proporção em que surgirem 
 
 Fonte: TARTUCE, F. Direito das Coisas. 
 
 
 
 
 
 
 
Regras para definir quem é o 
proprietário de ilha nova 
 
 
 
 
Consideram-se os acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiras do mesmo 
lado 
 
 
Fonte: TARTUCE, F. Direito das Coisas
 
 
 
 
 
 
 
Regras para definir quemé o 
proprietário de ilha nova 
 
 
Se uma ilha se formar num novo curso d’água aberto, a ilha 
será daquele que tem a propriedade do termo no qual o novo 
braço do rio se constituiu 
 
Fonte: TARTUCE, F. Direito das Coisas. 
 
 
 
 
 
 
 
Da aluvião 
 

 A aluvião ocorre quando dos acréscimos formados sucessiva e 
imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens 
das correntes. Pertencem aos donos dos terrenos marginais exclusiva ou 
proporcionalmente.
 
 
Fonte: TARTUCE, F. Direito das Coisas. 
 
 
 
 
 
Da avulsão 
 

 Ocorre quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de 
um prédio e se juntar a outro. O dono do acrescido adquirirá a propriedade 
por acréscimo se indenizar o dono do diminuído ou sem indenização se em 
um ano ninguém houver reclamado.
 
Fonte: TARTUCE, F. Direito das Coisas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Do álveo abandonado 
 
 Segundo o art. 9º do Código de Águas, álveo é o rio ou a 
corrente de água que seca; é o rio que desaparece.
 
 
Fonte: TARTUCE, F. Direito das Coisas. 
 
 
 
 
1ª 
 
Das plantações e das 
construções 
 
 São formas originárias e artificiais de aquisição da propriedade. Ex: uma ponte 
sobre um córrego em uma fazenda; o cultivo de uma lavoura qualquer.
 Art. 1.253: toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se 
feita pelo proprietário e a sua custa, até que se prove o contrário.
 
 
 
 Art. 1.254: Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com 
sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica 
obrigado a pagar- lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de 
má-fé. Tome-se por exemplo alguém que, por amizade, guarda cimento de um amigo em 
sua fazenda. O guardador do cimento, no entanto, constrói algo em sua fazenda 
com o cimento do amigo. O fazendeiro será proprietário do bem construído mas 
deve ressarcir o valor do cimento e pagar eventuais perdas e danos, pois agiu de 
má-fé.
 
 
 
 
 
 
 
2ª 
 
 
 
 
 
 Tome-se como exemplo alguém que está ocupando a casa de um parente a qual está 
vigiando. Durante a ausência, constrói, com material próprio, uma piscina na casa. O 
ocupante não terá qualquer direito, pois agiu de má-fé. Se construiu algo que visava 
proteger a casa, agiu de boa-fé e deverá ser indenizado.
 
 
 
 
 
3ª 
 
 
 
 
 

 Ex: o proprietário de um imóvel permite que alguém construa uma 
piscina com recursos próprios, no fundo de sua casa. O proprietário 
pensa que se beneficiará da construção sem pagar por isso, e 
aquele que constrói o faz pensando que adquirirá o bem principal.
 
 
 Nesse caso, o proprietário fica com a piscina e deve indenizar o 
que construiu pelos gastos com a construção.
 
 
 
 
 
 
REGRAS 
ESPECÍFICA 
 Ex: alguém constrói uma churrasqueira com cobertura e invade não 
mais que 5% (1/20 parte) do terreno alheio. A boa-fé, no caso, é 
não saber da invasão.
 
4ª 
 
5ª 
 
 
 
 
 Art. 1.258. Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e 
danos previstos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a 
propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à 
vigésima parte deste e o valor da construção exceder 
consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a 
porção invasora sem grave prejuízo para a construção.
 
 Exemplo igual ao da churrasqueira, mas com má-fé. Deve-se pagar dez 
vezes o valor das perdas e danos mencionados no art. 1259 ao 
proprietário do imóvel invadido (inclui o valor que a invasão acresceu à 
construção, a área perdida e o valor correspondente à desvalorização 
do remanescente).
 
6ª 
 
 
 
 
 
 Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio 
exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do 
solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que 
a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da 
desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a 
demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que 
serão devidos em dobro.
 
 
 Mesmo exemplo da churrasqueira, mas aplica-se regra nos casos em 
que exceder os 5%.
 
 
 
 
Da usucapião de bens imóveis 
 
 
 Situação de aquisição do domínio, ou mesmo de outro direito real (caso do 
usufruto e de servidão), pela posse prolongada, permitindo a lei que uma 
determinada situação de fato alongada por certo intervalo de tempo se 
transforme em uma situação jurídica: a aquisição originária da propriedade;
 A usucapião garante estabilidade da propriedade, fixando prazo para que 
não se possa mais levantar dúvidas a respeito da ausência ou vícios do título 
de posse;
 A usucapião atende à função social da propriedade;
 Atos de mera tolerância não induzem a usucapião.
 
 
 
Características da 
posse usucapível 
 Posse com intenção de dono (animus domini): exceção  aplicação 
da teoria subjetivista de Savigny;
 Posse mansa e pacífica: não pode haver manifestação de oposição do 
proprietário do bem;
 Posse contínua e duradoura: posse sem interrupção;
 *exceção do art. 1.243 que admite a soma de posses sucessivas – 
herdeiro pode continuar a posse do falecido 
 Posse justa: não pode apresentar os vícios de violência, 
clandestinidade ou precariedade;
 Posse de boa-fé e com justo título: requisitos da usucapião ordinária.
 
 OBS: art. 1.244 – aplica-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor 
acerca das coisas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição.
 
 
Art. 197 a 202 adaptados ao Direito das 
Coisas 
 
 Não correrão os prazos de usucapião entre os cônjuges, na constância 
da sociedade conjugal. Exceção: usucapião urbana para os casos de 
abandono do lar conjugal.
 Não haverá usucapião entre ascendentes e descendentes, durante o 
poder familiar, até o menor completar 18 anos.
 Não correrão os prazos entre tutelados e curatelados, e seus tutores e 
curadores durante a tutela e a curatela.
 Os prazos de usucapião não correm contra os absolutamente incapazes.
 Os prazos não contam contra os ausentes do país em serviço público da 
União, dos Estados ou dos Municípios.
 
 
Art. 197 a 202 adaptados ao Direito das 
Coisas 
 
 Também não contam contra os que se acharem servindo nas 
Forças Armadas em tempo de guerra.
 Pendendo condição suspensiva, não se adquire um bem por 
usucapião. Ex: se a propriedade estiver sendo discutida em 
ação reivindicatória.
 Não se adquire por usucapião antes de vencido o prazo para a 
aquisição do direito.  lapso temporal definido
 Não se contam os prazos de usucapião quando a ação de 
usucapião se originar de fato que deva ser apurado no juízo 
criminal.
 
 
Art. 197 a 202 adaptados ao Direito das Coisas 
 
 Haverá interrupção do prazo de usucapião no caso de despacho do juiz 
que, mesmo incompetente, ordenar a citação, se o interessado a 
promover no prazo e na forma da lei processual.
 O prazo prescricional para a usucapião se interrompe pelo protesto judicial.
 Interromperá o prazo prescricional para a usucapião a apresentação do 
título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores.
 Qualquer ato judicial que constitua em mora o possuidor interrompe o 
prazo para a usucapião.
 Qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe 
reconhecimento do direito alheio por parte do possuidor, tem o condão de 
interromper o prazo para usucapião.
 
 
Em princípio, não há usucapião no condomínio 
Da usucapião de bens imóveis 
Usucapio – “tomar pelo uso”,“adquirir pelo uso” 
 
 Situação de aquisição do domínio, ou mesmo de outro direito real 
(caso do usufruto e de servidão), pela posse prolongada, permitindo a 
lei que uma determinada situação de fato alongada por certo intervalo 
de tempo se transforme em uma situação jurídica: a aquisição originária 
da propriedade; 
 A usucapião garante estabilidade da propriedade, fixando prazo para 
que não se possa mais levantar dúvidas a respeito da ausência ou vícios 
do título de posse; 
 A usucapião atende à função social da propriedade; 
 Atos de mera tolerância não induzem a usucapião. 
 
 
 
 
Características da posse usucapível 
 Posse com intenção de dono (animus domini): aplicação da
teoria subjetivista de Savigny;
 Posse mansa e pacífica: não pode haver manifestação de oposição do 
proprietário do bem;
 Posse contínua e duradoura: posse sem interrupção;
 *exceção do art. 1.243 que admite a soma de posses sucessivas – 
herdeiro pode continuar a posse do falecido
 Posse justa: não pode apresentar os vícios de violência, 
clandestinidade ou precariedade;
 Posse de boa-fé e com justo título: requisitos da usucapião ordinária.
 
 OBS: art. 1.244 – aplica-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor 
acerca das coisas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição.
 
 
 
Modalidades de usucapião imobiliária 
 
Posse mansa, pacífica e ininterrupta + animus domini 
 
Usucapião extraordinária 

 Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção,
nem
oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a 
propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo 
requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá 
de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
 Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á 
a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua 
moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter 
produtivo.
 
 Nesse caso, a aquisição originária de propriedade pela usucapiãoextraordinária dispensa título e boa-fé;
 O prazo cai para 10 anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel 
moradia habitual ou nele realizado obras ou serviços produtivos  
cumprimento da função social por posse-trabalho.
 
 
 Usucapião ordinária
 Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel 
aquele que, contínua e incontestadamente, com justo 
título e boa-fé, o possuir por dez anos.
 Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto 
neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, 
onerosamente, com base no registro constante do 
respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde 
que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua 
moradia, ou realizado investimentos de interesse 
social e econômico.
 
 Requisitos: 
a) Posse mansa, pacífica e ininterrupta com animus domini por 10 anos; 
 
b) Justo título (qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a 
propriedade, independente de registro); 
c) Boa-fé subjetiva: 
 
 § único traz a usucapião ordinária por posse-trabalho; 
 
 O prazo cai para 5 anos pois é uma posse qualificada, ou seja, cumpre 
sua função social 
Problema! Este comando legal traz a necessidade paralela à posse-trabalho de 
documento hábil cancelado posteriormente  o elemento central é a posse- 
trabalho e não documento anulado posteriormente 
 
 
 
 
 
 
 Usucapião constitucional agrária ou especial rural (pro labore)
 
(art. 191, caput, CF; art. 1.239 CC; Lei 6969/81) 
 Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural 
ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem 
oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta 
hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua 
família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
 Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por 
usucapião.
 
 Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural 
ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem 
oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta 
hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua 
família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
 
 
 
 
 Usucapião constitucional agrária ou especial rural (pro labore)
 Requisitos:
 a) Área não superior a 50 hectares localizada na zona rural  art. 
1º da Lei 6969/81 fala 25 hectares, mas esta norma não foi 
recepcionada pela CF 88.
 b) posse de 5 anos ininterruptos, sem oposição + animus domini
 c) utilização do imóvel para subsistência ou trabalho
 d) não poder ser proprietário de outro imóvel
Não há necessidade de justo título e/ou boa-fé pois a destinação 
que cumpre a função social da posse é absoluta. 
 
FUNÇÃO SOCIAL DA 
POSSE 



A) áreas indispensáveis à segurança 
nacional 
B) terras habitadas por silvícolas (indígenas) 
 
C) áreas de interesse ecológico, consideradas como tais as 
reservas biológicas ou florestais e os parques
 nacionais, 
estaduais ou municipais. 
Propriedade individual 
X 
Destinação social da 
terra/produção 
 
Áreas que não podem ser objeto de 
usucapião 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modalidades de usucapião imobiliária 
 
 Usucapião constitucional ou especial urbana (pro misero)
 Art. 183, caput, CF; art. 1.240 CC; art. 9º Lei 10.257/01 
(Estatuto das Cidades). Inclusão da usucapião especial urbana 
por abandono do lar conjugal pela Lei 12.424/11 (art. 1240-A do 
CC).
 
 Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de 
até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco 
anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a 
para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o 
domínio, desde que não seja proprietário de outro 
imóvel urbano ou rural.
 
 
 os artigos 1.240 do CC e 9º da Lei 10.257/01 repetiram a 
literalidade do comando constitucional acima.
 
 
 
 
 Usucapião constitucional ou especial urbana (por abandono de 
lar conjugal)
 
 
 
 
 
 Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos 
ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com 
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² 
(duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja 
propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro 
que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou 
de sua família, adquirir-lhe- á o domínio integral, 
desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano 
ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
 
 Usucapião constitucional ou especial urbana (por 
abandono de lar conjugal e pro misero) 
 
 
 Requisitos: 
a) Área urbana não superior a 250 m2 
b) Posse mansa e pacífica (de 2 anos por abandono de lar conjugal e 5 anos
 pro misero) ininterruptos, sem oposição + animus domini 
c) O imóvel deve ser utilizado para sua moradia ou de sua família (pro misero) 
d) Não ser proprietário de outro imóvel, rural ou urbano; não pode ser deferida à 
mesma pessoa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Características importantes:
 Será conferido ao homem ou à mulher, ou a ambos, mesmo
se viverem em união estável;
 
 O herdeiro legítimo continua a posse de seu antecessor se já 
residir no imóvel por ocasião da abertura da sucessão
(na usucapião pro misero) 
 
 Não há necessidade de justo título e 
boa-fé;
accessio 
possessions 
 (Regra do art. 
1.243 CC) 
 
 Redução do prazo para 2 anos  tendência contemporânea de 
redução dos prazos legais;
 Abandono de lar pelo cônjuge + ter imóvel como moradia 
(posse direta);
 
 
 
 
 
 Possibilidade de incidência da norma também para uniões 
homoafetivas (Enunciado nº 500,V Jornada de Direito Civil);
 Havendo disputa judicial ou extrajudicial relativa aos imóvel, 
não se caracteriza a posse usucapível;
 Não pode haver violência por um dos cônjuges para 
expulsar o outro do lar
 
Expulsão ≠ Abandono 
 Não há necessidade de dissolução da união estável  
basta a separação de fato
 
 
 
 
 Usucapião especial urbana coletiva (art. 10 Lei 10.257/01)
 Art. 10. Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de 
cinco anos e cuja área total dividida pelo número de possuidores seja 
inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor são 
suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores 
não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. (Redação dada 
pela lei nº 13.465, de 2017)
 Requisitos:
a) área urbana, havendo limitação de 250 m² no máximo para cada possuidor. 
b) Posse de 5 anos ininterruptos, sem oposição + animus domini (dispensa boa-fé). 
c) Existência no local de núcleo urbano informal ou núcleo urbano consolidado. 
d) Não pode ser proprietário de outro imóvel rural ou urbano. 
 
 
 
 
 Usucapião especial urbana coletiva
 Características importantes:
 É lícito ao sucessor somar a posse anterior;
 A sentença que reconhece a usucapião coletiva do imóvel 
urbano servirá de título para registro no cartório de registro 
de imóveis e atingirá fração ideal de terreno a cada 
possuidor;
 Estabelece a sentença também condomínio necessário, 
indivisível e não passível de extinção, salvo deliberação de 
no mínimo 2/3 dos condôminos no caso de urbanização 
posterior.
 
 
 
 
 Usucapião especial indígena (art. 33 Lei 6.001/73 – Estatuto do índio)
 
 Art. 33. O índio, integrado ou não, que ocupe como próprio, por 
dez anos consecutivos, trecho de terra inferior a cinquenta hectares, 
adquirir-lhe-á a propriedade plena.
 Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às terras do 
domínio da União, ocupadas por grupos tribais, às áreas reservadas 
de que trata esta Lei, nem às terras de propriedade coletiva de 
grupo tribal.
 Requisitos:
a) área de no máximo 50 hectares; 
 
b) Posse mansa e pacífica por 10 anos exercida por indígena. 
 
 
 
 
 
 Usucapião imobiliária administrativa (art. 60 Lei 11.977/09 – Lei Minha 
Casa, Minha Vida – primeira previsão)
 Art. 60. Sem prejuízo dos direitos decorrentes da posse exercidaanteriormente, o detentor do título de legitimação de posse, após 5 (cinco) 
anos de seu registro, poderá requerer ao oficial de registro de imóveis a 
conversão desse título em registro de propriedade, tendo em vista sua 
aquisição por usucapião, nos termos do art. 183 da Constituição Federal.
 
 
 
Modalidade administrativa ou extrajudicial; 
 
 
ATENÇÃO! A usucapião administrativa ou extrajudicial foi sensivelmente 
alterada recentemente: primeiro o art 1.071 do NCPC alterou a Lei de 
Registros Públicos (Lei 6.015/73) em seu art. 216-A, depois a Lei 13.465/2017 
(Lei da Regularização Fundiária) alterou de novo a o mesmo art. 216-A, alterando 
algo importante: 
 
 
 
 
 
 
 
 O art. 216-A da Lei de Registros Públicos (6.015/73) dispõe sobre o procedimento 
extrajudicial da usucapião administrativa, inclusive elencando quais documentos que deve 
instruir o pedido, além da obrigatória assistência de advogado. Principais alterações:
 
 
 Até junho de 2017, o até então proprietário (titular de direito real) e os confinantes 
deveriam ser notificados pelo correio ou pessoalmente para responder sobre o pedido junto 
ao Cartório de Registro de Imóveis e seu silêncio não significava anuência  AGORA O 
SILÊNCIO SIGNIFICA CONCORDÂNCIA (art. 216-A, §2º). 
 
 
 Em o imóvel estando em condomínio edilício, não há mais necessidade de notificação de 
todos os confinantes, apenas do síndico (art. 216-A, § 12). 
 
 Caso o proprietário e os confinantes não sejam encontrados para notificação, deverão 
ser notificados por edital duas vezes em jornal de grande circulação ou por meio 
eletrônico onde houver a respectiva regulamentação do órgão jurisdicional (art. 216-A, § 13 e 
14). 
 
 SE HOUVER DISCORDÂNCIA DE ALGUM INTERESSADO: o oficial de registro deve remeter 
ao autos ao juízo competente! (art. 216-A, § 10). 
 
Direito a moradia 
 
Impossibilidade de usucapião 
de bens públicos – art. 102 CC 
(súmula 340 STF) 
 
 
 
 O poder público pode legitimar documentalmente a posse de 
ocupantes de imóveis públicos ou particulares para fins de moradia  
pendente discussão sobre a possibilidade de usucapião de bens 
públicos  ponderação de normas constitucionais
 
 
 
Procedimento
ooooooo 
sempre comum (não há mais procedimento
sumário)
; 

 Citação pessoal daquele em que o imóvel estiver 
registrado, e 
dos confinantes (vizinhos); demais interessados por 
edital; 
 Intervenção do MP (art. 178 – novo CPC)  necessidade 
mantida 
 falta de intimação causa nulidade do processo (art. 279 
novo 
CPC)
. 
 
Alguns aspectos processuais da usucapião 
de bens imóveis 
 
 
Formas de aquisição da propriedade móvel 
 
 ORIGINÁRIAS 
 
 Ocupação e Achado de Tesouro 
Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo 
lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por 
lei. 
 
Ocupação – exemplos: caça e pesca; coisa abandonada 
por alguém, como um caderno. 
 
 
Coisa abandonada ≠ Coisa perdida 
 
Formas de aquisição da propriedade 
móvel 
 
 
 
 
 
 Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto 
e de cujo dono não haja memória, será dividido por igual 
entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro 
casualmente.
 
 Achado de Tesouro – Regras:
 
1) divisão por igual entre o proprietário do prédio e quem o 
encontrar de boa-fé; 
2) pertence por inteiro ao proprietário do prédio se for 
achado por ele, em pesquisa que ordenou ou terceiro não 
autorizado ou de má-fé; 
 
 
 Achado de Tesouro
 OBS 1: se for encontrado tesouro em terreno público, o tesouro será 
do Estado;
 OBS 2: descoberta (antiga invenção - art. 1.233 a 1.237 CC)  é o 
achado de coisa alheia perdida. Obrigação de restituir ao dono  
procedimento para coisas vagas está no art. 746 do novo CPC
 
 
Em não encontrado o legítimo possuidor, quem encontrar 
deve entregar a coisa à autoridade competente. Divulga-se a 
notícia pela imprensa e internet. Se em 60 dias ninguém 
comprovar a propriedade, será vendida em hasta pública. 
Deduzem-se as despesas mais a recompensa de 5% do 
descobridor. O restante cabe ao município. 
 
Art. 1.260 
 
 
Art. 1.261 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Usucapião de bens móveis 
 
 
 
 
Formas derivadas de aquisição da 
propriedade móvel 
 Especificação (arts. 1.269 a 1.271 CC):
 
 
 Forma derivada de aquisição da propriedade móvel que consiste na 
transformação da coisa em uma espécie nova, diante do trabalho do 
especificador, não sendo possível o retorno à forma anterior. Exemplos: 
escultura na pedra, pintura na tela.
 
 
 Regras:
1) A espécie nova é de propriedade do especificador. Deve 
indenizar o valor da matéria-prima ao seu dono; 
2) Se o especificador estiver de má-fé, a coisa nova será do dono 
da matéria-prima. 
3) Se o valor da coisa nova exceder consideravelmente o da 
matéria- prima, será de propriedade do especificador, mesmo 
estando de má-fé, restando o dever de indenizar o dono da 
matéria-prima. 
 
 
 Confusão, Comistão e Adjunção (arts. 1.272 a 1.274 CC):
 
 
 
 Formas derivadas de aquisição da propriedade móvel e ocorrem 
quando coisas pertencentes a várias pessoas se misturam 
tornando-se impossível separá-las.
 
 
 Confusão: mistura entre coisas líquidos ou gasosas. Ex: álcool e 
gasolina;
 
 Comistão: mistura de coisas sólidas ou secas. Ex: cereais de safras 
diferentes;
 Adjunção: sobreposição de uma coisa sobre outra. Ex: selo valioso 
em álbum;
 
 
Formas derivadas de aquisição da 
propriedade móvel 
 Confusão, Comistão e Adjunção (arts. 1.272 a 1.274 CC):
 
 
 
 Regras:
 
 
1) Se for possível separação sem perda do valor, deve ser feita; 
 
2) Se não for possível separar, cada um fica com o quinhão 
respectivo. Tendo um dono principal, fica com o todo e indeniza os 
outros. 
3) Se houve má-fé, aquele que estiver de boa-fé pode escolher entre 
adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, menos 
indenização que lhe é devida ou renunciar ao que lhe pertencer e 
ser indenizado de forma integral. 
 
 
 
 Tradição (arts. 1.267 e 1.268 CC): 
 Consiste na entrega da coisa ao adquirente com intenção de lhe 
transferir sua propriedade. Os contratos de compra e venda e doação 
não geram aquisição de propriedade, que só ocorre com a entrega da 
coisa.
 
 Tipos:
 Tradição real: entrega material da coisa;
 Tradição simbólica : há um ato representativo da transferência da coisa 
(Traditio longa manu);
 Tradição ficta: que se dá por presunção. Ex: constituto possessório (Traditio 
brevi manu);
Alienação a non domino  realizada por quem não é o dono da coisa 
móvel. Nesses casos, Tradição não transmite a propriedade, exceto se ao 
adquirente de boa-fé o alienante se afigurar como dono  boa-fé deve 
prevalecer sobre a ineficácia: Teoria da Aparência e Eticidade 
 
 
Perda da propriedade imóvel e móvel 
 Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a 
propriedade: I - por alienação;
II - pela renúncia; 
III - por 
abandono; 
IV - por perecimento da 
coisa; V - por 
desapropriação. 
 
 Alienação: compra e venda, troca (permuta) e doação; 
 Renúncia: ato unilateral pelo qual o proprietário declara 
expressamente sua vontade de abrir mão de seu direito sobre a 
coisa; 
 Abandono: deixar a coisa com a intenção de não tê-la mais consigo 
 res derelicta  derrelição. Qualquer pessoa pode adquirir a 
coisa abandonada por ocupação ou usucapião; 
 Perecimento: perda do objeto; 
 Desapropriação: ocorre tanto por interesse público quanto por 
interesse privado no caso da posse-trabalho; 
 
 
 Perda de propriedade do bem imóvel por 
abandono (art. 1.276)
 
 Se for abandonado e não se encontrar na posse de outrem, pode 
ser arrecadado como bem vago e depois de 3 anos passar à 
propriedade do município ou do DF. Se for imóvel rural, pode ser 
arrecadado e depois do mesmo prazo ser propriedade da União. Presume-se a intenção de abandonar o imóvel quando deixou 
de recolher pelo menos 3 anos os tributos (caso do IPTU). 
 
Doutrina critica a presunção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito de Vizinhança 
Arts. 1.277 a 1.313 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os direitos de vizinhança constituem limitações impostas pela boa 
convivência social, que se inspira na lealdade e na boa-fé. A propriedade 
deve ser usada de tal maneira que torne possível a coexistência social. Se 
assim não se procedesse, se os proprietários pudessem invocar uns contra 
os outros seu direito absoluto e ilimitado, não poderiam praticar 
qualquer direito, pois as propriedades se aniquilariam no entrechoque de 
suas várias faculdades. 
Washington de Barros Monteiro 
 
Vizinhança = Repercussão jurídica 
Contiguidade = Lado a lado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• A coexistência harmônica entre vizinhos é de 
interesse público  norma geral que PROTEGE o 
interesse privado; 
• Limitação ao direito de propriedade; 
• Obrigações que surgem no direito de vizinhança 
são propter rem, ou seja, acompanham a coisa 
(característica dos direitos reais). 
Vizinhança não se confunde com contiguidade 
 
Proteção da saúde, do sossego e da segurança. 
 
 
 
 
 
 
 
• Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito 
de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego 
e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de 
propriedade vizinha. 
• Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza 
da 
utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que 
distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de 
tolerância dos moradores da vizinhança. 
 
• Protegem proprietário e possuidor; 
• Regra dos 3 “S”: 
 
 
 
Arts. 1.277 a 1.281 
 
 
 
 
 
 
 
• Regra dos 3 “S”: 
 Exemplo 1: 
o 
 
 
excesso de barulho em prédio vizinho pode 
ensejar uma demanda como medida para fazer cessar
 a perturbação. 
 Exemplo 2: grande número de cães em quintal e 
gatos em apartamento. 
 
• Proteção ao meio ambiente (art. 225 CF). Ex.: curtume
em Uberlândia; 
• Vida privada e intimidade também devem ser preservados 
na medida da possibilidade; 
• Pode ser pleiteada obrigação de não fazer e danos morais. 
Proteção da saúde, do sossego e da 
segurança. 
 
A edificação por zonas é prevista no Estatuto da Cidade quando trata 
do plano diretor (que é lei municipal)  o plano diretor cuida do 
desenvolvimento e expansão das cidades na tentativa de ordená-lo. 
Deve ser revisto a cada 10 anos, conta com participação popular e é 
obrigatório nas cidades com mais de 20 mil habitantes. 
 
 
 
 
 
 
 
• § único do 1.277 relativização do uso anormal da propriedade: natureza 
da utilização e localização do prédio. Ex: bar em localidade praiana. 
 
 
 
• Art. 1.278  exceção ao direito de fazer cessar as interferências externas quando 
se tratar de interesse público, cabendo eventual indenização. 
• Art. 1.279: Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências, 
poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas se tornarem possíveis. 
• Art. 1.280: O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio 
vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe 
preste caução pelo dano iminente. 
• Art. 1.281: O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém tenha direito de 
fazer 
obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor delas as necessárias 
garantias contra o prejuízo eventual. 
 
Cabimento das mesmas medidas judiciais do direito de vizinhança 
(cumprimento de obrigação de fazer, não fazer, multa e perdas e danos). 
 
 
 
 
• A árvore limítrofe é aquela cujo tronco está na linha 
divisória de dois prédios, presumindo-se pertencer em 
comum aos donos dos prédios confinantes. 
 
• Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do 
prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário 
do terreno invadido.  Direito de corte 
 
• Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono 
do solo onde caíram, se este for de propriedade particular. exceção à regra 
segundo a qual o acessório segue o principal. 
O direito de corte não pode comprometer a vida da árvore limítrofe 
(função socioambiental da propriedade) e também não pode ser usado 
contra árvore pertencente a bem público (crime de dano). 
 
 
 
 
 
 
• Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via 
pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de 
indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, 
cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário. 
 
• Função social da propriedade fundamenta o instituto. 
• O constrangimento da passagem deve se
 dar em relação ao 
vizinho cujo imóvel mais facilmente se prestar à passagem. 
• A obrigação de tolerar a passagem é propter rem, ou 
seja, acompanha a coisa  a alienação do bem não muda 
ou extingue a passagem forçada. 
 
 
 
 
 
• Não se confunde com a servidão: 
 
 
 
Passagem forçada Servidão 
Instituto de direito de vizinhança Direito real 
Obrigatória Facultativa 
Indenização necessária 
Indenização negociada 
 
• Jurisprudência firmada no sentido de que não é 
necessário que o imóvel esteja absolutamente 
isolado de via pública, bastando que o acesso 
seja demasiado oneroso ou difícil. 
 
 
 
 
• Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que 
atenda, também, à desvalorização da área remanescente, o 
proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu 
imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos 
de serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários 
vizinhos, quando de outro modo for impossível ou 
excessivamente onerosa. 
• Instituto também fundado na função social da propriedade; 
• Proprietário pode exigir que a instalação dos tubos se dê
da maneira menos onerosa e gravosa; 
• Necessidade de indenização pela desvalorização de
área remanescente; 
• O proprietário pode exigir a realização de obras de segurança. 
 
 
 
 
 
 
• Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio 
inferior é obrigado a receber as águas que correm 
naturalmente do superior, não podendo realizar 
obras que embaracem o seu fluxo; porém a 
condição natural e anterior do prédio inferior não 
pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou 
possuidor do prédio superior. 
 
• a obrigatoriedade do dono ou possuidor de prédio 
inferior de receber as águas que correm 
naturalmente de prédio superior não pode, no 
entanto, aniquilar a funcionalidade do prédio 
inferior se ele já estava ali antes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Art. 1.289. Quando as águas, artificialmente levadas ao 
prédio superior, ou aí colhidas, correrem dele para o inferior, 
poderá o dono deste reclamar que se desviem, ou se lhe 
indenize o prejuízo que sofrer. 
 Crítica: melhor, nessa caso, usar o art. 1.286 que trata 
de passagem obrigatória de tubulação  concepção 
individualista de propriedade do 1.289. 
 
• Art. 1.290. O proprietário de nascente, ou do solo onde caem 
águas pluviais, satisfeitas as necessidades de seu consumo, 
não pode impedir, ou desviar o curso natural das águas 
remanescentes pelos prédios inferiores. 
 Finalidade social da água (art. 90 Código de Águas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Art. 1.291. O possuidor do imóvel superior não poderá poluir as 
águas indispensáveis às primeiras necessidades da vida dos 
possuidores dos imóveis inferiores; as demais, que poluir, deverá 
recuperar, ressarcindo os danos que estes sofrerem, se não for 
possível a recuperação ou o desvio do curso artificial das águas. 
 Crítica da doutrina: existe água dispensável?  Ler §1º, 
art.1.228 
 Não há faculdade de poluir. Parte da doutrina considera 
o artigo inconstitucional. 
• Art. 1.292. O proprietário tem direito de construir barragens, açudes,ououtras obras para represamento de água em seu prédio; se as águas 
represadas invadirem prédio alheio, será o seu proprietário indenizado 
pelo dano sofrido, deduzido o valor do benefício obtido. 
 O represamento de águas deve estar em conformidade com o 
direito ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
• Art. 1.293. É permitido a quem quer que seja, mediante prévia indenização 
aos proprietários prejudicados, construir canais, através de prédios alheios, 
para receber as águas a que tenha direito, indispensáveis às primeiras 
necessidades da vida, e, desde que não cause prejuízo considerável à 
agricultura e à indústria, bem como para o escoamento de águas supérfluas ou 
acumuladas, ou a drenagem de terrenos. 
• § 1o Ao proprietário prejudicado, em tal caso, também assiste direito a 
ressarcimento pelos danos que de futuro lhe advenham da infiltração ou irrupção 
das águas, bem como da deterioração das obras destinadas a canalizá-las. 
• § 2o O proprietário prejudicado poderá exigir que seja subterrânea a canalização 
que atravessa áreas edificadas, pátios, hortas, jardins ou quintais. 
• § 3o O aqueduto será construído de maneira que cause o menor prejuízo 
aos proprietários dos imóveis vizinhos, e a expensas do seu dono, a quem 
incumbem também as despesas de conservação. 
 
Princípio da função social da propriedade 
Princípio da menor onerosidade 
 
 
 
 
 
 
 
• Art. 1.294. Aplica-se ao direito de aqueduto o disposto 
nos arts. 1.286 e 1.287. 
 Regime de passagem de cabos e tubulações é subsidiária. 
 
• Art. 1.295. O aqueduto não impedirá que os proprietários 
cerquem os imóveis e construam sobre ele, sem prejuízo para 
a sua segurança e conservação; os proprietários dos imóveis 
poderão usar das águas do aqueduto para as primeiras 
necessidades da vida. 
• Art. 1.296. Havendo no aqueduto águas supérfluas, outros 
poderão 
canalizá-las, para os fins previstos no art. 1.293, mediante 
pagamento de indenização aos proprietários prejudicados e ao 
dono do aqueduto, de importância equivalente às despesas 
que então seriam necessárias para a condução das águas até o 
ponto de derivação. 
 
 
 
 
 
 
• Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou 
tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode 
constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre 
os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos 
destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os 
interessados as respectivas despesas. 
• § 1o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como 
sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, 
presumem-se, até prova em contrário, pertencer a ambos os 
proprietários confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade 
com os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para 
as despesas de sua construção e conservação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• § 2o As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que 
servem de marco divisório, só podem ser cortadas, ou 
arrancadas, de comum acordo entre proprietários. 
• § 3o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem 
de animais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida 
de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que 
não está obrigado a concorrer para as despesas. 
 
 Condomínio necessário entre os confinantes relativo a 
muros, cercas, tapumes, etc. 
 A colocação de ofendículas (cacos de vidro, cerca elétrica, 
etc) 
é defesa preventiva legítima  dever de informar 
 
 
 
 
 
 
• Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu 
terreno as construções que lhe aprouver, salvo o 
direito dos vizinhos e os regulamentos 
administrativos. 
 Exemplo de restrição em relação aos vizinhos: art. 1.228, §2º e 
1.277. 
 Exemplo de restrição administrativa: plano diretor (não 
construir grandes prédios no entorno de aeroportos). 
 
• Art. 1.300. O proprietário construirá de 
maneira que o seu prédio não despeje águas, 
diretamente, sobre o prédio vizinho. 
 
 
 
 
 
 
• Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço 
ou varanda, a menos de metro e meio do terreno vizinho. 
 
• § 1o As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as 
perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de setenta e cinco 
centímetros. 
 
• § 2o As disposições deste artigo não abrangem as 
aberturas para luz ou ventilação, não maiores de 
dez centímetros de largura sobre vinte de comprimento 
e construídas a mais de dois metros de altura de cada 
piso. 
 
 
 
 
 
• Art. 1.302. O proprietário pode, no lapso de ano e dia 
após a conclusão da obra, exigir que se desfaça janela, 
sacada, terraço ou goteira sobre o seu prédio; escoado o 
prazo, não poderá, por sua vez, edificar sem atender ao 
disposto no artigo antecedente, nem impedir, ou 
dificultar, o escoamento das águas da goteira, com 
prejuízo para o prédio vizinho. 
• Parágrafo único. Em se tratando de vãos, ou aberturas para 
luz, seja qual for a quantidade, altura e disposição, o 
vizinho poderá, a todo tempo, levantar a sua edificação, 
ou 
contramuro, ainda que lhes vede a claridade. 
 
 Presunção de concordância com a obra. 
 
 
 
 
• Proteção a intimidade 
Fonte: Google Street View 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Art. 1.304. Nas cidades, vilas e povoados cuja edificação estiver 
adstrita a alinhamento, o dono de um terreno pode nele edificar, 
madeirando na parede divisória do prédio contíguo, se ela 
suportar a nova construção; mas terá de embolsar ao vizinho 
metade do valor da parede e do chão correspondentes. 
• Art. 1.305. O confinante, que primeiro construir, pode assentar a 
parede divisória até meia espessura no terreno contíguo, sem perder 
por isso o direito a haver meio valor dela se o vizinho a travejar, 
caso em que o primeiro fixará a largura e a profundidade do 
alicerce. 
• Parágrafo único. Se a parede divisória pertencer a um dos vizinhos, e 
não tiver capacidade para ser travejada pelo outro, não poderá este 
fazer-lhe alicerce ao pé sem prestar caução àquele, pelo risco a 
que expõe a construção anterior. 
 Direito de travejamento ou madeiramento. 
 Condomínio necessário da parede divisória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Art. 1.307. Qualquer dos confinantes pode altear a parede 
divisória, se necessário reconstruindo-a, para suportar o 
alteamento; arcará com todas as despesas, inclusive de 
conservação, ou com metade, se o vizinho adquirir meação 
também na parte aumentada. 
 Direito de alteamento. 
• Art. 1.308. Não é lícito encostar à parede divisória 
chaminés, fogões, fornos ou quaisquer aparelhos ou 
depósitos suscetíveis de produzir infiltrações ou 
interferências prejudiciais ao vizinho. 
• Parágrafo único. A disposição anterior não abrange as 
chaminés ordinárias e os fogões de cozinha. 
 Proibição de encostar chaminé, fogões, fornos etc. na parede 
divisória. 
 
 
 
 
 
 
• Art. 1.309. São proibidas construções capazes de 
poluir, ou inutilizar, para uso ordinário, a água do 
poço, ou nascente alheia, a elas preexistentes. 
 
• Art. 1.310. Não é permitido fazer escavações ou 
quaisquer obras que tirem ao poço ou à nascente de 
outrem a água indispensável às suas necessidades 
normais. 
 
 Vedação de atos que prejudiquem o abastecimento 
de água do vizinho. 
 
 
 
 
 
 
• Art. 1.311. Não é permitida a execução de qualquer obra ou 
serviço suscetível de provocar desmoronamento ou deslocação de 
terra, ou que comprometa a segurança do prédio vizinho, senão 
após haverem sido feitas as obras acautelatórias. 
• Parágrafo único. O proprietário do prédio vizinho tem direito a 
ressarcimento pelos prejuízos que sofrer, não obstante haverem sido realizadas 
as obras acautelatórias. 
 Cabimento de ação demolitória 
 
• Art. 1.312. Todo aquele que violar as proibições estabelecidas nesta 
Seção é obrigado a demolir as construções feitas, respondendo por 
perdas e danos. 
 Reparação integral: danosemergentes + lucros cessantes + danos 
morais 
 
“Direito de penetração” 
 
 
 
 
 
• Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a tolerar que 
o vizinho entre no prédio, mediante prévio aviso, para: 
• I - dele temporariamente usar, quando indispensável à reparação, 
construção, reconstrução ou limpeza de sua casa ou do muro divisório; 
• II - apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que aí se encontrem 
casualmente. 
• § 1o O disposto neste artigo aplica-se aos casos de limpeza ou reparação de 
esgotos, goteiras, aparelhos higiênicos, poços e nascentes e ao aparo de 
cerca viva. 
• § 2o Na hipótese do inciso II, uma vez entregues as coisas buscadas pelo 
vizinho, poderá ser impedida a sua entrada no imóvel. 
• § 3o Se do exercício do direito assegurado neste artigo provier dano, terá o 
prejudicado direito a ressarcimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceito Espécie de propriedade em que dois ou mais 
sujeitos são titulares, em comum, de uma 
coisa atribuindo-se a cada condômino uma parte 
ou fração ideal ou real dessa coisa. 
 Natureza real 
 Duas ou mais pessoas têm ao mesmo tempo o 
GRUD. 
O direito de cada condômino, em face de 
terceiros, abrange a totalidade dos poderes de 
propriedade. Entre os próprios condôminos, o 
direito de cada um é limitado pelo do outro na 
medida de suas quotas. Art. 1.314 CC 
 
 
Classificação 
Quanto à origem: 
Voluntário: nasce da vontade dos 
condôminos. Ex: 2 amigos compram 
um imóvel para investimento 
comum. 
Incidente ou eventual: nasce alheio 
às vontades dos condôminos. Ex: 
condomínio de sucessores até a 
partilha em função do falecimento 
de alguém. Usucapião especial 
urbana coletiva. 
Necessário ou forçado: nasce 
como consequência do estado de 
 
indivisã
o da 
coisa. 
Ex: 
parede
s, 
muros, 
cercas, 
etc. 
 
 
Classificação 
Quanto ao objeto ou conteúdo: 
Universal: inclui a totalidade do bem: frutos e 
benfeitorias. É a regra geral do condomínio. 
Particular (parcial ou restrito): abrange 
determinadas coisas ou efeitos, como a exclusão 
dos frutos. 
Quanto à forma de divisão: 
Pro diviso: é aquele em que é possível fixar a 
fração real pertencente a cada condômino. Ex: 
apartamentos num condomínio edilício. 
Pro indiviso: é aquele em que não é possível fixar a 
fração corpórea de cada condômino, de modo que 
cada um tem uma fração ideal. Ex: uma casa 
pertencente a 2 pessoas. 
 
 
Do 
condomínio 
voluntário 
 
Não inclui condomínios edilícios  
parte específica no código. 
Ex: amigos que se juntam e compram casa na 
praia. 
Art. 1.314. Cada condômino pode usar da 
coisa conforme sua destinação, sobre ela 
exercer todos os direitos compatíveis com a 
indivisão, reivindicá-la de terceiro, 
defender a sua posse e alhear a respectiva 
parte ideal, ou gravá-la. 
Parágrafo único. Nenhum dos condôminos 
pode alterar a destinação da coisa comum, 
nem dar posse, uso ou gozo dela a 
estranhos, sem o consenso dos outros. 
Ex: se a maioria dos condôminos decidiu pela 
destinação comercial de um imóvel, não pode um 
condômino dar a ele destinação residencial. 
 
NÃO 
 
Do 
condomínio 
voluntário 
 
Se o bem é utilizado por apenas um dos 
condôminos deve ele indenizar os outros pela 
utilização exclusiva (na prática, incorretamente essa 
indenização é chamada de aluguel). 
 
 
 
 
 
 
§ único art. 1.314: só cabe locação do bem comum 
se isso for decidido pela maioria dos condôminos  
se isso ocorrer, cabe ação possessória sem 
necessidade de participação ou autorização dos 
demais condôminos. 
Dúvida: Um condômino pode locar o bem sem 
autorização dos demais? 
 
 
Do 
condomínio 
voluntário 
• Não cabe reintegração de posse por um dos 
condôminos contra os demais em condomínio 
pro indiviso, apenas se for pro diviso, ou seja, 
se for possível identificar a fração real de 
cada condomínio.  cabe indenização pelo 
uso exclusivo. 
• Art. 1.315. O condômino é obrigado, na 
proporção de sua parte, a concorrer para as 
despesas de conservação ou divisão da coisa, 
e a suportar os ônus a que estiver sujeita. 
• A obrigação de pagar as despesas 
condominiais é 
propter rem  própria da coisa. 
• O condômino, no entanto, pode eximir-se das 
despesas e dívidas renunciando à parte ideal 
que possui (Art. 1.316) 
 
 
Do 
condomínio 
voluntário 
 
Dívida que foi contraída por todos os condôminos 
sem discriminação da parte correspondente a 
cada um é presumida como devida 
proporcionalmente ao quinhão de cada um. 
Art. 1.318. As dívidas contraídas por um 
dos condôminos em proveito da 
comunhão, e durante ela, obrigam o 
contratante; mas terá este ação 
regressiva contra os demais. 
Ex: no caso dos amigos que adquirem uma casa 
na praia, em surgindo dívida trabalhista contra 
um deles, eventualmente terá de responder este 
condômino ficando com direito de regresso 
contra os demais. 
 
 
Do 
condomínio 
voluntário 
 
Art. 1.319. Cada condômino 
responde aos outros pelos frutos 
que percebeu da coisa e pelo dano 
que lhe causou. 
 
 
 
Ex.: se o imóvel for locado a 
terceiro, os aluguéis devem ser 
divididos na proporção de cada 
um. 
A responsabilização por dano no 
art. depende de dolo ou culpa. 
 
 
Da 
administração 
do condomínio 
voluntário 
 
Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre 
a administração da coisa comum, 
escolherá o administrador, que poderá 
ser estranho ao condomínio; resolvendo 
alugá-la, preferir-se- á, em condições 
iguais, o condômino ao que não o é. 
Em se tratando de condomínio não edilício, fala-
se em administrador, não síndico. 
O administrador pode ser profissional e 
remunerado. 
O mandato do administrador pode ser tácito se 
o condômino administrar o bem sem oposição 
dos outros (art. 1.324). 
 
 
Da 
administração 
do condomínio 
voluntário 
 
 
Art. 1.325. A maioria será calculada 
pelo valor dos quinhões. 
§ 1o As deliberações serão obrigatórias, 
sendo tomadas por maioria absoluta. 
§ 2o Não sendo possível alcançar maioria 
absoluta, decidirá o juiz, a 
requerimento de qualquer condômino, 
ouvidos os outros. 
§ 3o Havendo dúvida quanto ao valor do 
quinhão, será este avaliado 
judicialmente. 
 
 
Da extinção 
do 
condomínio 
(voluntário) 
 
 Regra geral: 
Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao 
condômino exigir a divisão da coisa comum, 
respondendo o quinhão de cada um pela sua 
parte nas despesas da divisão. 
Podem os condôminos acordar que o bem 
fique indiviso pelo prazo de 5 anos 
suscetível de prorrogação (art. 1.320, § 1º). 
A requerimento de qualquer interessado e 
sendo grave as razões (cláusula aberta) 
pode o juiz determinar a divisão da coisa 
comum antes de findo o prazo 
convencionado (art. 1.320, § 3º). 
Divisão judicial do condomínio  Art. 
569, II, novo CPC (procedimento 
especial) 
 
 
Da extinção 
do 
condomínio 
(voluntário) 
 
 Para bens indivisíveis: 
Art. 504. Não pode um condômino em coisa 
indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro 
consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a 
quem não se der conhecimento da venda, poderá, 
depositando o preço, haver para si a parte vendida 
a estranhos, se o requerer no prazo de cento e 
oitenta dias, sob pena de decadência. 
Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e os 
consortes não quiserem adjudicá-la a um só, 
indenizando os outros, será vendida e repartido o 
apurado, preferindo-se, na venda, em condições 
iguais de oferta, o condômino ao estranho, e entre 
os condôminos aquele que tiver na coisa 
benfeitorias mais valiosas, e, não as havendo, o de 
quinhão maior. 
 Sendo o bem indivisível ou divisível, cada condômino 
só pode vender sua parte se antes oferecer aos outros 
condôminos. 
 
Condomínio 
legal ou 
necessário 
(forçado) – 
Arts. 1.327 a 
1.330 
 
 Art. 1.327. O condomínio por meação de 
paredes, cercas, muros e valas regula-se 
pelo disposto neste Código (arts. 1.297 e 
1.298; 1.304 
a 1.307). 
Art. 1.328. O proprietário que tiver direitoa estremar um imóvel com paredes, cercas, 
muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente 
a adquirir meação na parede, muro, valado 
ou cerca do vizinho, embolsando-lhe metade 
do que atualmente valer a obra e o terreno 
por ela ocupado (art. 1.297). 
Ex: parede e meia; mata-burro; cerca-viva, etc. 
* Se surgir necessidade de obras decorrente de 
conduta irregular de um dos vizinhos deve ele 
arcar com as despesas da obra integralmente. 
 
 
Condomínio 
edilício 
 
Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes 
que são propriedade exclusiva, e partes que são 
propriedade comum dos condôminos. 
Propriedade exclusiva – fração real 
(propriedade 
pro diviso) 
§ 1o As partes suscetíveis de utilização 
independente, tais como apartamentos, 
escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as 
respectivas frações ideais no solo e nas outras 
partes comuns, sujeitam-se a propriedade 
exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas 
livremente por seus proprietários, exceto os 
abrigos para veículos, que não poderão ser 
alienados ou alugados a pessoas estranhas ao 
condomínio, salvo autorização expressa na 
convenção de condomínio. (Redação dada pela 
Lei nº 12.607, de 2012). 
 
 
Condomínio 
edilício 
 
 
 
 
 
Mesmo quando autorizado pela convenção de 
condomínio, o direito de preferência a 
condôminos deve ser respeitado  art. 1.338 
(garagem). 
§ 2o O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a 
rede geral de distribuição de água, esgoto, 
gás e eletricidade, a calefação e refrigeração 
centrais, e as demais partes comuns, inclusive 
o acesso ao logradouro público, são utilizados 
em comum pelos condôminos, não podendo 
ser alienados separadamente, ou divididos. 
Propriedade comum (fração ideal)  não 
podem ser alienados separadamente. 
A determinação da fração ideal atribuída a 
cada unidade, no entanto, deve constar no 
registro do imóvel. 
 
 
A convenção 
do 
condomínio 
 
Atos necessários para a constituição e 
estruturação condominial: 
 Instituição 
 Constituição (convenção) 
 
 
 
 
 
Instituição (Art. 1.332): 
A) discriminação e individualização das 
unidades de propriedade exclusiva; 
B) determinação da fração ideal atribuída a 
cada unidade; 
C) fim a que as unidades se destinam. 
 
 
A convenção 
do 
condomínio 
 
Constituição ou convenção (Art. 1.333): estatuto 
coletivo que regula os interesses dos condôminos  
deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, 2/3 
das frações ideais tornando-se obrigatória para os 
condôminos. 
 Para ser oponível a terceiros, deve ser 
registrada no Cartório junto à matrícula 
do imóvel. 
 Pode ser relativizada. 
 
A convenção 
do condomínio 
 
Elementos obrigatórios da convenção condominial: 
Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem 
estipular, a convenção determinará: 
I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às 
despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio; 
II - sua forma de administração; 
III - a competência das assembleias, forma de sua convocação e quorum exigido para as deliberações; 
IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores; V - o regimento interno. 
 
§ 1o A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento particular. 
 
§ 2o São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo disposição em contrário, os 
promitentes compradores e os cessionários de direitos relativos às unidades autônoma 
 
 
 
A convenção deve determinar o regimento interno (regulamento de normas de 
convivência). Não é 
necessário o quorum de convenção para alterá-lo. 
 
 
 
A 
convenção 
d
o 
condomíni
o 
 
Questões sobre os limites da convenção 
condominial 
Animais no condomínio
 
 
proibição 
omissão 
permissão 
 
 
Em maio de 2019 a terceira turma do STJ julgou 
recurso (reformando sentença do TJDFT) e reconheceu 
a abusividade de cláusula que proíbe totalmente a 
permanência de animais domésticos em unidade 
edilícia. 
Proibição de aquisição ou locação de unidade por 
pessoas determinadas (estudantes, artistas, etc.): 
jurisprudência vacilante. 
Se não fere a regra dos 
3 “Ss”, jurisprudência 
entende que pode 
mesmo assim. 
 
Vedação de áreas comuns a condômino inadimplente: 
STJ entende que não é lícito. 
 
R: CC omisso 
(depende da 
Convenção) 
 
Direitos 
e deveres 
dos 
condômino
s. 
Penalidade
s. 
Condômino 
antissocial 
 
Direitos: 
Art. 1.335. São direitos do condômino: 
I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; 
II - usar das partes comuns, conforme a sua 
destinação, e contanto que não exclua a utilização 
dos demais compossuidores; 
III - votar nas deliberações da assembleia e delas 
participar, estando quite. 
Limites inerentes à função social da propriedade, 
boa-fé e bons costumes  a regra dos 3 “Ss” 
(Segurança, Sossego, Saúde). Art. 1.277. 
 
 
 
 
Locatário vota nas assembleias? 
 
 
Direitos 
e deveres 
dos 
condômino
s. 
Penalidade
s. 
Condômino 
antissocial 
 
Deveres: 
Art. 1.336. São deveres do condômino: 
I - contribuir para as despesas do condomínio na 
proporção das suas frações ideais, salvo disposição 
em contrário na convenção; 
II - não realizar obras que comprometam 
a segurança da edificação; 
III - não alterar a forma e a cor da fachada, das 
partes e esquadrias externas; 
IV - dar às suas partes a mesma 
destinação que tem a edificação, e não 
as utilizar de maneira prejudicial ao 
sossego, salubridade e segurança dos 
possuidores, ou aos bons costumes. 
 
 
Direitos 
e deveres 
dos 
condômino
s. 
Penalidade
s. 
Condômino 
antissocial 
 
Penalidades: 
(Cont. Art. 
1.336) 
§ 1o O condômino que não pagar a sua contribuição 
ficará sujeito aos juros moratórios 
convencionados ou, não sendo previstos, os de 
um por cento ao mês e multa de até dois por 
cento sobre o débito. 
§ 2o O condômino, que não cumprir qualquer dos 
deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a 
multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, 
não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de 
suas contribuições mensais, independentemente das 
perdas e danos que se apurarem; não havendo 
disposição expressa, caberá à assembleia geral, por 
dois terços no mínimo dos condôminos restantes, 
deliberar sobre a cobrança da multa. 
 
 
Direitos 
e deveres 
dos 
condômino
s. 
Penalidade
s. 
Condômino 
antissocial 
 
Cont. Penalidades: 
Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não 
cumpre reiteradamente com os seus deveres 
perante o condomínio poderá, por deliberação de 
três quartos dos condôminos restantes, ser 
constrangido a pagar multa correspondente até 
ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição 
para as despesas condominiais, conforme a 
gravidade das faltas e a reiteração, 
independentemente das perdas e danos que se 
apurem. 
Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, 
por seu reiterado comportamento anti-social, 
gerar incompatibilidade de convivência com os 
demais condôminos ou possuidores, poderá ser 
constrangido a pagar multa correspondente ao 
décuplo do valor atribuído à contribuição para as 
despesas condominiais, até ulterior deliberação 
da assembleia. 
 
 
Direitos 
e deveres 
dos 
condômino
s. 
Penalidade
s. 
Condômino 
antissocial 
 
Penalidades (dúvidas): 
É lícito o desconto por pontualidade? Disfarce de 
multa superior à estipulada em lei? Jurisprudência 
vacilante mas STJ tem entendido que é lícito. 
O condômino devedor contumaz pode 
ser multado nos termos do § único do 
art. 1.337? Doutrina dividida 
 precedente do STJ autoriza  necessidade de defesa prévia. 
É possível a expulsão de condômino antissocial? 
Enunciado 508 da V Jornada de Direito Civil diz 
que sim. * CC não prevê  questão controvertida. 
É possível impedir a entrada e uso de áreas 
comuns do condomínio inadimplente? Como já 
dito, o STJ entende que não. 
 
 
Direitos 
e deveres 
dos 
condômino
s. 
Penalidade
s. 
Condômino

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