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Direito Civil - Coisas 
 
03/03/2022 
 
Professor Guinter Machado Etges 
guinter.etges@educadores.net.br 
@guinteretges 
 
Coisa 
Coisa é bem passível de apropriação, com valor econômico. 
A vida é um bem. Um carro é uma coisa. 
Só interessa ao Direito Civil os bens passíveis de apropriação, que são coisas. 
 
Sobre as coisas, existe o exercício das prerrogativas de usar, fruir, dispor ou reivindicar. Tais prerrogativas 
tornam alguém proprietário de algo. 
 
 
PROPRIEDADE X POSSE X DETENÇÃO 
 
Enquanto a propriedade é o direito real que vincula uma pessoa a uma coisa, atribuindo-lhe direito de usar, 
fruir, dispor e reivindicar, a posse é apenas o exercício de uma prerrogativa de propriedade (uso, fruição ou 
disposição). 
 
Os direitos reais são aqueles elencados no artigo 1.225. 
 
A posse é diferente da detenção. 
 
Exemplo 1: Um veículo foi entregue à alguém para que realize determinada tarefa e retorne. Não há, neste 
caso, autonomia de uso. É a detenção. Quem detém algo, não tem direitos protegidos. A detenção não é 
tutelada pelo Direito Civil. 
 
Exemplo 2: Um veículo foi entregue à alguém para usar como quiser, contanto que o devolva. Há autonomia 
de uso. É a posse. O Direito Civil protege a posse, sendo a posse um bem juridicamente tutelado. 
 
mailto:guinter.etges@educadores.net.br
 
 
Características dos Direitos Reais 
 
Taxatividade: Só é direito real o que está contemplado no rol taxativo do artigo 1.225 
Art. 1.225. São direitos reais: 
I - a propriedade; 
II - a superfície; 
III - as servidões; 
IV - o usufruto; 
V - o uso; 
VI - a habitação; 
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; 
VIII - o penhor; 
IX - a hipoteca; 
X - a anticrese. 
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) 
XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) 
XIII - a laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 
 
Absolutismo: É erga omnes. Ainda que não se saiba quem é o proprietário de algo, o ato de propriedade 
deve ser respeitado. Para todas as coisas, há um dono, há alguém que exerce o direito de propriedade. O 
direito de propriedade é absoluto. 
Sequela: Nasce para o proprietário o direito de buscar o que lhe pertence. O vínculo do direito real é com a 
coisa. 
Preferência: O direito real sobre a coisa é preferencial a qualquer outra coisa, como a posse, por exemplo. 
Publicidade: O direito da propriedade é de conhecimento público. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11481.htm#art10
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art55
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art55
Direitos Reais x Direitos Obrigacionais 
Direitos Reais Direitos Obrigacionais 
Vínculo com a coisa Vínculo entre pessoas 
Sujeito passivo universal (pode ser qualquer 
um) 
Sujeito passivo determinado (aquele 
envolvido na obrigação) 
Absoluto Relativo, intra partes (entre as partes 
envolvidas na obrigação 
Numerus Clausus (rol taxativo, elencados no 
art. 1.225) 
Numerus abertus, não é taxativo (inclusive 
admite contratos atípicos) 
O objeto é a coisa O objeto é a obrigação 
Sequela – direito de buscar a coisa, quando 
proprietário, de quem quer que seja, 
reivindicar a coisa. 
Responsabilidade patrimonial condicionada 
à decisão judicial. 
 
 
10/03/2022 
 
Ação reivindicatória somente pode ser exercida por proprietários. 
 
O Código Civil classifica o direito real de propriedade, as coisas, como: 
 
Bens móveis: transfere propriedade por tradição real, ficta ou simbólica 
Bens imóveis: só transfere propriedade com registro de imóveis (tradição ficta) 
 
A posse só existe em relação às coisas. 
 
Tradição 
 
É o ato que transfere a propriedade de algo para alguém (bens móveis). Há a troca de titularidade do 
domínio. 
Exceção: veículos, aeronaves, embarcações. 
 
 
 
Tradição REAL 
 
Aplica-se a bens móveis. 
Exemplo: entregar a propriedade transfere a coisa. 
 
Tradição Ficta 
 
Exemplo: vendeu carro, entregou o DUT (documento único de transferência), mas só passa a ser proprietário 
ao registrar o veículo no DETRAN. 
 
Tradição SIMBÓLICa 
 
Criar simbologia para determinado ato. 
Exemplo: cheques entregues em programas de TV (aqueles grandes, de plástico, para fotos) é um símbolo 
para o cheque real. 
 
Teoria Subjetiva 
Teoria de Savigny 
 
CORPUS 
Posse material, algo palpável 
 
ANIMUS 
Interesse em relação à coisa, querer ser o dono da coisa. 
 
Teoria OBJETIVA 
Teoria de Ihering 
 
Posse direta: Exercício da posse 
Posse indireta: Transferência do direito da posse para terceiro 
 
A posse é o exercício, de fato, de um dos direitos de propriedade. 
 
É um direito que faz parte do conteúdo do direito de propriedade (exercício de uma das prerrogativas do 
direito de propriedade); 
 
É condição fática para aproveitamento da coisa (uso, frutos...) 
 
É meio de proteção do domínio (permitir a posse para manter o domínio de propriedade, como, por exemplo, 
alugar um imóvel para que este não fique desocupado); 
 
É caminho que conduz à propriedade 
No usucapião, por exemplo. Se por determinado período a pessoa exercer a posse, querendo ser dono, se 
tornará proprietário. 
 
Art. 1.196: Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos 
poderes inerentes à propriedade. 
 
O Código Civil adota a teoria objetiva, mas, para fins de usucapião, considera o animus da teoria subjetiva. 
Portanto, considera-se a adoção de teoria mista. 
 
CLASSIFICAÇÕES DA POSSE 
 
Importante: Se alguém for privado da posse de algo, deverá entrar com pedido de reintegração de posse. 
 
DIRETA/INDIRETA 
 
POSSE DIRETA: Quem exerce diretamente uma das prerrogativas de propriedade. 
Exemplo: locatário de um apartamento. 
 
POSSE INDIRETA: Quem tem as prerrogativas de propriedade, mas não as exerce. O proprietário é tão 
possuidor quanto quem tem a posse. 
Exemplo: locador de um apartamento. 
 
 
EXCLUSIVA/COMPOSSE 
 
EXCLUSIVA: Posse exercida por apenas uma pessoa. 
 
COMPOSSE: É possível que mais de uma pessoa exerça a posse. 
Composse pro indivisa: posse alternada entre pessoas 
Posse pro diviso: Mais de uma pessoa exerce a posse sobre o todo, mas de forma dividida. 
 
JUSTA/INJUSTA – VIOLENTA 
 Clandestina 
 PRECÁRIA/NÃO CONVERSÍVEL 
 
JUSTA: Posse adquirida de forma consensual pelo proprietário. 
 
INJUSTA: Posse adquirida de forma não consensual pelo proprietário. 
INJUSTA VIOLENTA: Há uso da violência. Possibilidade de reversão. 
INJUSTA CLANDESTINA: Feita “na surdina”. Possibilidade de reversão. 
INJUSTA PRECÁRIA/NÃO CONVERSÍVEL: A forma como adquire é equivocada. 
Exemplo: Sabe que algo é propriedade de alguém. Quando está na posse deste objeto, vende o objeto a 
alguém que não sabia que o vendedor não era o proprietário. Quem adquire não tinha conhecimento de se 
tratar de um negócio nulo, pois quem realizou a venda foi o possuidor e não o proprietário.. 
 
OBS: Sempre que cessada a violência ou clandestinidade, a posse passa a ser justa. 
 
BOA FÉ/MÁ FÉ 
 
Boa-fé: Posse feita nos termos acordados. 
 
Má-fé: Quando o possuidor ignora os vícios da posse. A pessoa tem conhecimento dos vícios e os ignora. 
 
NOVA/VELHA 
 
Nova: Posse há menos de um ano e um dia. 
 
Velha: Posse há mais de um ano e um dia. 
Somente há possibilidade de fazer um pedido liminar em caso de posse nova. 
 
POSSE PLENA 
 
O proprietário tem a posse plena, cumprindo todas as prerrogativas: usar, fruir, dispor e reivindicar. 
O proprietário pode usar os mecanismos de proteção da posse. 
 
LEITURA OBRIGATÓRIA: ARTIGOS 1.196 – 1.203! 
 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos 
poderes inerentes à propriedade.Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de 
direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto 
defender a sua posse contra o indireto. 
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, 
conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. 
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação 
ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. 
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos 
possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. 
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da 
coisa. 
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em 
contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. 
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias 
façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente. 
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi 
adquirida. 
 
17/03/2022 
 
 
DA AQUISIÇÃO DA POSSE 
 
Originária 
Primeira oportunidade em que é exercida. 
A forma mais fácil: ocupação/apreensão = possuir algo pela primeira vez. 
Usucapião: é uma aquisição originária de propriedade. Porém, para fins de posse, ela será derivada. 
 
Derivada 
Presume-se haver posse anterior. 
Alguém tem a propriedade e transfere uma das prerrogativas de propriedade a alguém. Também engloba 
a posse clandestina, violenta ou precária. 
 
DIReito Hereditário 
Aberta a sucessão, todos os bens passam a posse aos herdeiros, visando não deixar os bens sem 
possuidor. 
Princípio de Saisin. 
Aquisição derivada da posse de modo fictício. 
 
Artigos 1.204 a 1.209 
 
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome 
próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. 
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: 
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; 
II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. 
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. 
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é 
facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. 
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a 
sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. 
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem. 
 
 
 Características da Transferência 
 
SOMA DAS POSSES 
As posses se somam. 
Por exemplo: quando alguém possui a casa por 10 anos, transferiu a posse, o novo possuidor tem a 
posse por 10 anos mais o tempo que possuir. Muito importante para casos de usucapião. 
 
IMÓVEIS + MÓVEIS 
A posse pode ser de bens móveis, imóveis, ou ambos juntos. 
Exemplo: possui uma casa com os móveis. 
 
OBS: Quando um bem móvel é incorporado a um imóvel, é bem imóvel por acessão. 
Exemplo: Um trailer em um terreno. 
 
 
 DOS EFEITOS DA POSSE 
 
FRUTOS 
Se for possuidor de boa-fé, terá direito aos frutos; 
Se for possuidor de má-fé, não terá direito aos frutos e, ainda, deverá indenizar o proprietário. 
 
DETERIORAÇÃO 
Se for possuidor de boa-fé, não responde pela deterioração natural da coisa; 
Se for possuidor de má-fé, responde pela deterioração, inclusive natural. 
 
BENFEITORIAS 
Se for possuidor de boa-fé: Direito a retenção e indenização pelas benfeitorias necessárias, e direito a 
indenização pelas benfeitorias necessárias. Não tem direito à indenização ou retenção por benfeitorias 
voluptuárias. 
Se for possuidor de má-fé: Tem direito apenas a indenização pelas benfeitorias necessárias. 
 
Benfeitorias necessárias são aquelas que, se não forem feitas, a coisa pode perecer. 
Benfeitorias úteis: são aquelas que, apesar de não serem de extrema utilidade, melhoram o imóvel. 
Benfeitorias voluptuárias: são aquelas feitas pelo embelezamento. 
 
 DA INTERFERÊNCIA NA POSSE 
ESBULHO 
Significa PRIVAÇÃO. 
Privar alguém da posse, não deixar que alguém utilize a coisa. 
Exemplo: Alguém entra na casa, troca todas as fechaduras e não permite que o possuidor entre. 
 
TURBAÇÃO 
Significa PERTURBAÇÃO. 
Quando consegue ter a posse, exercer a posse, mas alguém perturba, tenta atrapalhar o exercício dessa 
posse. 
 
AMEAÇA 
Quando o possuidor imagina que alguém possa esbulhar ou turbar a posse. Por exemplo: o terreno ao 
lado do seu é invadido. Você acha que irão invadir o seu. A posse pode estar em risco. 
 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de 
esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
§ 1 o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto 
que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou 
restituição da posse. 
§ 2 o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito 
sobre a coisa. 
 
 DOS mecanismos DE Defesa da Posse 
 
REINTEGRAÇÃO DA POSSE 
Usada em caso de esbulho. 
Legitimados: possuidor ou proprietário na posse. 
 
MANUTENÇÃO DA POSSE 
Usada em caso de turbação. 
Legitimados: possuidor ou proprietário na posse. 
 
INTERDITO PROBITÓRIO 
Usado em caso de ameaça. 
A ação declara publicamente de quem é a posse, e que a posse não pode ser turbada ou esbulhada. O 
maior objetivo é dar efetividade. 
Legitimados: possuidor ou proprietário na posse. 
 
Astreintes: Multa pelo descumprimento de uma obrigação de não fazer. Deve ser requerida para dar 
efetividade ao Interdito Probitório. 
 
 
24/03/2022 
 
 
 
 Da PERDA da Posse 
OBS: A posse NÃO PODE SER VENDIDA. 
 
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, 
ao qual se refere o art. 1.196. 
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia 
dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. 
 
Código Civil: Cessação do poder ainda que contra a vontade do possuidor (esbulho e turbação, por 
exemplo). 
 Só se presume perdida para quem não presenciou o esbulho, quando se tem notícia, se 
abstém de tentar recuperá-la. 
Se eu não sei que alguém se apossou, eu não perdi a posse. Se eu sei que alguém, eu perdi a coisa. 
 
TRADIÇÃO 
Transferência da posse pela entrega da coisa. 
 
ABANDONO 
Abandono significa abrir mão de exercer o domínio sobre a posse de algo (NÃO se presume, é, por 
regra, expresso. Porém, se houver circunstâncias suficientes, pode-se presumir. 
Renunciar é abrir mão da propriedade de algo. 
 
ESBULHO OU TURBAÇÃO 
 
ESBULHO 
Significa PRIVAÇÃO. 
Privar alguém da posse, não deixar que alguém utilize a coisa. 
Exemplo: Alguém entra na casa, troca todas as fechaduras e não permite que o possuidor entre. 
 
TURBAÇÃO 
Significa PERTURBAÇÃO. 
Quando consegue ter a posse, exercer a posse, mas alguém perturba, tenta atrapalhar o exercício dessa 
posse. 
 
 
CAUSA MORTIS 
Quando o proprietário morre, este perde a posse. 
 
 
 Propriedade 
 
É direito previsto na Constituição Federal. 
Primeira modalidade de direito real. 
 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do 
poder de quem querque injustamente a possua ou detenha. 
§ 1 o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e 
sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a 
fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a 
poluição do ar e das águas. 
 
A função social da coisa. O interesse coletivo se sobrepõe ao individual. 
 
§ 2 o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam 
animados pela intenção de prejudicar outrem. 
 
Ainda que seja proprietário, não pode utilizar a coisa para prejudicar a terceiros. 
 
§ 3 o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade 
pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. 
 
Necessidade, utilidade pública... 
Desde que seja indenizada pelo Estado. 
 
§ 4 o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa 
área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas 
nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de 
interesse social e econômico relevante. 
 
Desapropriação judicial. É o “usucapião judicial”. 
Foco: 5 anos. Posse mansa e pacífica. 
O poder judiciário desapropria algo por usucapião. 
 
§ 5 o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o 
preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. 
 
Indenização pela desapropriação judicial. 
 
 
 
 
 Limitação a Espaço Aéreo e Salário 
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e 
profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, 
por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las. 
 
Em espaço aéreo ou solo, a área não pode se usar indeterminadamente. 
Exemplo: Não pode construir mais de x andares próximo a um aeroporto. 
O plano diretor do município delimita. 
 
 
 
 Prerrogativas do Direito de Propriedade 
 
 
O proprietário todas as prerrogativas: usar, fruir, dispor e reivindicar. 
 
Jus vendi (usar) 
Jus friendi (fruir) 
Jus abutendi (dispor) 
Rei vindicato (reivindicar) 
 
 
 
 
BEM PÚBLICO 
Imóvel sofre restrição. É retirado do rol das coisas do comércio. 
Bens públicos não são apropriáveis, por não poder exercer preço sobre a coisa. 
Coisas retiradas do comércio transformam-se em bens, como, por exemplo, imóveis públicos e bens de 
família. 
Bem público não é uma coisa. Não pode ser apropriado. 
 
31/03/2022 
 
DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE 
A aquisição de bens móveis é pela tradição (ato da entrega). A aquisição pode ser a 
título gratuito ou oneroso. 
Há um grupo de bens móveis que a lei impõe um registro (automóveis, aeronaves, 
embarcações) para dar publicidade à tradição, e só haverá a transmissão com o ato do 
registro público. 
 
AQUISIÇÕES 
Quem adquire pela usucapião, adquire de forma ORIGINÁRIA. 
 
ORIGINÁRIAS: Quando transforma matéria prima em produto e, desse produto, 
é o primeiro proprietário. Também ocorre quando algum animal dá filhotes. Os filhotes, 
neste caso, são adquiridos de forma originária. 
DERIVADAS: É algo que estava no patrimônio de alguém e foi transferido para 
outro alguém. 
 
IMÓVEIS 
Para aquisição de bens imóveis, há obrigatoriedade do registro no Cartório de 
Registro de Imóveis. 
 
USUCAPIÃO 
Quem adquire pela usucapião, adquire de forma ORIGINÁRIA. 
 
ACESSÃO 
Natural 
Artificial: Aquilo que o homem faz. 
DIREITO HEREDITÁRIO 
Quando alguém morre, o patrimônio é transferido aos herdeiros. 
 
DESAPROPRIAÇÃO 
Tanto judicial quanto administrativa. 
 
CASAMENTO (Comunhão total) 
Tudo o que ambos tem passa a ser comum a ambos. 
 
DA DESCOBERTA 
Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor. 
Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar, 
entregará a coisa achada à autoridade competente. 
 
O ditado “Achado não é roubado” não se aplica. O Código Civil informa a figura 
da descoberta, indicando que, ao encontrar algo, este algo deve ser devolvido ao dono. 
 
PRINCÍPIOS DA AQUISIÇÃO 
 
INSCRIÇÃO 
Número de inscrição gerado no Cartório de Imóveis. 
 
LEGALIDADE 
Procedimento legal para transferência de um imóvel. 
Até 30 salários mínimos: não exige escritura. Acima, exige escritura pública de 
compra e venda. O registro de imóveis deve verificar a legalidade da compra e venda 
antes de efetuar o registro. 
PUBLICIDADE 
Quando há um imóvel registrado, torna-se informação erga omnes, informação 
pública, onde todos podem saber quem é o proprietário. 
 
FÉ PÚBLICA 
A fé pública se dá pelo cartório, no registro do imóvel. 
 
PRESUNÇÃO 
Presunção relativa de que é o proprietário, pois os atos públicos podem ser nulos ou 
anuláveis. Enquanto o negócio não for anulado, gera-se uma presunção de que aquele é 
o proprietário. 
 
PRIORIDADE 
A prioridade é: o primeiro que levar à registro no Registro de Imóveis a escritura 
pública, mesmo que este imóvel tenha sido, por fraude, vendido igualmente a várias 
pessoas, tem a prioridade em registrar e ser o proprietário do imóvel. 
A prioridade é de quem chega primeiro para registrar. 
 
ESPECIALIDADE (COISA E SUJEITO) 
Identificação da coisa e dos poderes que se tem em relação àquela coisa. 
A propriedade pode ser plena, limitada ou resolúvel. 
 
DISPONIBILIDADE – LIMITE AO DIREITO REAL 
Possuidor transfere posse 
Proprietário transfere propriedade 
Só se transfere o que está ao seu alcance para transferir. 
 
CONTINUIDADE 
Registro de imóveis contém todo o “histórico” de transferências de propriedade do 
imóvel, quem comprou de quem, quem vendeu para quem. Fundamental para afastar 
fraudes à execução ou fraudes à credores. 
07/04/2022 
 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE PELA USUCAPIÃO 
 
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA USUCAPIÃO ORDINÁRIA 
Prazo: 15 anos Prazo: 10 anos 
Prazo: 10 anos, caso estabelecida moradia Prazo: 5 anos (moradia) 
Propriedade plena ou limitada (limitações das 
prerrogativas de propriedade) 
Ex: servidão, usufruto, habitação, etc. 
Propriedade plena ou limitada 
OBS: Para aquisição de servidões aparentes – 
20 anos 
 
Justo título: NÃO 
Boa fé: NÃO 
Justo título: SIM 
Boa fé: SIM 
Soma de posse Soma de posse 
*justo título: documento que transfere a propriedade, mas não é, de fato, hábil para transferir a 
propriedade. 
 
Não é qualquer posse que leva a aquisição por usucapião. Deve estar em uma posse dotada de 
animus domni (querer ser dono). A pessoa tem de querer ser dono e aparentar ser o dono (para 
o público em geral). 
 
Tempo: só adquire pela usucapião estando na posse após determinado tempo (contado em 
anos). 
 
Deve ser posse mansa e pacífica, ou seja, que o proprietário, pela inércia, não busque reaver a 
coisa. 
 
Pode levar à aquisição de propriedade. 
Passa da posse para a propriedade (direito real, exercer o domínio sobre a coisa). 
 
Todos os direitos reais podem ser adquiridos pela usucapião. Posse ad usucapionem é a posse 
que leva à propriedade. 
 
Propriedade adquirida pela usucapião é adquirida de forma originária. 
 
Soma das posses: acessio possessionis. A posse se soma ao longo dos anos. 
Exemplo: Posseiro 1 – 2 anos 
 Posseiro 2 – 2 anos + 6 anos 
 Posseiro 3 – 8 anos + ... 
 
ESTATUTO DAS CIDADES 
Lei 10857/2001 
Usucapião como modalidade de regularização fundiária. 
 
USUCAPIÃO INDIVIDUAL URBANA USUCAPIÃO COLETIVA URBANA 
Principalmente para regularização fundiária em 
favelas. 
 
Uma propriedade e vários possuidores Em casode edificações verticais em favelas, 
todos sobre a mesma fração de solo 
Prazo: 5 anos Prazo: 5 anos 
250 m² (terreno + edificação) 250 m² (terreno + edificação) 
Necessidade de moradia Moradia 
Soma de posse para herdeiro legítimo que 
resida no imóvel 
Soma de posse para herdeiro legítimo que 
resida no imóvel 
Há como associar uma única edificação a uma 
fração do solo 
Não há com associar apenas uma edificação a 
uma fração de solo. Quase como um 
condomínio vertical. 
*Não necessita de justo título nem de boa-fé, basta a posse. 
 
CONSTITUCIONAL 
 
ESPECIAL RURAL ESPECIAL URBANA 
Um proprietário e um posseiro 
5 anos 5 anos 
50 Hectares 250 m² 
Produtividade e moradia Moradia 
Não soma posse Não soma posse 
*Não necessita de justo título nem de boa-fé. 
 
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse 
direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros 
quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, 
utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não 
seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
USUCAPIÃO FAMILIAR (Apenas para caso conjugal) 
Prazo: 2 anos 
250 m² 
OBS: Abandono de lar – provado em processo 
Moradia 
 
O que ficou morando na casa adquire a propriedade pela usucapião em 2 anos.

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