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MR1 Luiz Pedro Duarte Farias Exame Físico do Joelho Residência Médica de Ortopedia e Traumatologia Identificação do Paciente Dados pessoais • Antes de iniciar o exame físico propriamente dito, é necessário considerar os dados de identificação do paciente • Idade • Sexo • Profissão • Atividade física principal, lazer ou profissional • Esporte realizado • Lado acometido O QUE? QUANDO? COMO? ONDE? Sintomas Comuns na Doença do Joelho Dor • Início insidioso ou agudo • Periodicidade: diurno ou noturno • Relação com as atividades profissionais, recreacional ou esportiva • Posição de piora ou melhora Sintomas Comuns na Doença do Joelho Estalido • Estalido que ocorre na torção aguda, presente em mais de 90% dos casos de lesão do LCA • O estalo pode ser audível ou simplesmente uma sensação referida Sintomas Comuns na Doença do Joelho Falseio • Sintoma extremamente comum • Surge algum tempo após o traumatismo agudo bem definido com todas as características de lesão ligamentar e está presente no simples andar ou em uma atividade específica • Pode ocorrer no plano, em paradas brusca, ao giro, ao drible, na mudança brusca de direção ou ao entrar ou sair de um automóvel Sintomas Comuns na Doença do Joelho Travamento • Deve ser diferenciado de falseio que é momentâneo, rápido e instantâneo, voltando imediatamente à situação anterior • O travamento é mais demorado e muitas vezes leva alguns segundos para se desfazer • Deve ser diferenciado do pseudotravamento por contração espontânea e involuntária muscular, desencadeada pela dor de pinçamento momentâneo Sintomas Comuns na Doença do Joelho Derrame • Quando presente logo após o traumatismo, sugere hemartrose e caracteriza lesão grave • Diferentemente do derrame que aparece tardiamente, resultado de sinovite reacional que acompanha muitas doenças intrínsecas do joelho Exame Clínico • Sistemática • Anotar detalhes positivos e negativos • Correlação anatômica • Aplicar em ambos joelhos, comparando-os • Três etapas: • Inspeção (estática e dinâmica) • Palpação • Testes específicos Inspeção Paciente em pé • Frente e perfil • Andar de frente e de costas • Alinhamento desde a cabeça até os pés • Varo ou valgo • Alinhamento patelar • Presença de edema • Derrame • Equimose • Atrofias musculares (principalmente quadríceps, vasto medial oblíquo, gastrocnêmio e tríceps sural) Inspeção • Deformidade laterolateral (thrust ou flambagem) durante a fase de apoio da marcha pode caracterizar afecção degenerativa artrítica com erosão cartilaginosa e desvio em varo do joelho, ou falência ligamentar periférica associada à lesão do LCA • O recurvatum e as limitações do joelho aparecem na fase da inspeção e podem significar desde bloqueio articular ou até consequência de deformidade de flexão do quadril Inspeção • O estudo do alinhamento patelar deve ser iniciado traçando-se uma linha imaginária conectando o centro da patela à espinha ilíaca anterosuperior e outra em direção da inserção do tendão patelar na tuberosidade anterior da tíbia. • Ângulo Q • Máximo de 20 graus Inspeção Paciente sentado • Na extensão do joelho, verifica-se a movimentação da patela sobre uma linha imaginária reta em toda amplitude • Um desvio dessa linha para a lateral no final do movimento pode significar instabilidade femoropatelar em extensão • Verificação da crepitação: leve, moderada e grave • Mão do examinador deve ser colocada sobre a patela Palpação • A amplitude completa de movimento é pesquisada com o paciente deitado na maca, quando o examinador passivamente estende e flete o joelho nos seus limites. • End point: ponto de bloqueio - pode ser mole ou duro • Duro: rígido em um momento fixo do movimento - travamento mecânico • Mole: quando esse bloqueio pode ser deslocado para mais ou para menos quando os movimentos são forçados pelo examinador • Interlinhas articulares devem ser palpadas com paciente sentado para verificar dor, estalidos à flexoestensão e para análise da consistência de possíveis cistos locais Palpação • Teste de Ober: estudo da retração da banda ileotibial • Decúbito lateral sobre o lado não lesado • Examinador estabiliza a pelve com uma das mãos e com a outra controla o membro a ser examinado • O quadril é inicialmente abduzido e estendido e em seguida faz-se sua adução • A retrai!ao da banda ileotibial é demonstrada se o quadril permanecer passivamente abduzido Teste de Ober • Estudo da retração da banda ileotibial Testes Específicos Teste de McMurray • Lesões de cornos posteriores dos meniscos • Paciente deitado em posição supina, quadris a 90 graus e joelhos em flexão máxima • Examinador palpa as interlinhas articulares com uma mão e a outra segura o pé do paciente, provocando movimentos de rotação interna e externa da pernas alternadamente • Presença de dor ou estalidos, junto à intervinha medial após rotação externa pode caracterizar lesão do menisco medial. Quando a rotação interna, junto a interlinha lateral, lesão do menisco lateral Teste de McMurray Teste de Função Ligamentar Teste de Lachman (Teste de Richey) • Paciente em decúbito dorsal horizontal (DDH) e joelho fletido a 30 graus • Segura com uma das mãos a região supracondilar do fêmur e, com a outra, a região superior da tíbia e provoca o movimento antagônico com cada uma das mãos, para frente e para trás • Quando a tíbia desloca-se para frente, o sinal é positivo para lesão do LCA • Quando a tíbia desloca-se para trás, lesão do LCP • Mais sensível Teste de Lachman Teste função ligamentar Teste de Função Ligamentar Teste da Gaveta Anterior • Usado para identificação da lesão do LCA • Joelho a 80 graus de flexão • Examinador apoia o pé do paciente e, com ambas as mãos colocadas na região posterior do terço superior da tíbia do paciente, traciona-se para frente provocando deslizamento anterior da perna sobre a coxa • O teste da gaveta deve ser pesquisado nas três rotações da perna (interna, neutra e externa) → para manter estável, o examinador pode se sentar sobre o pé do paciente Teste da Gaveta Anterior Teste de Função Ligamentar Teste da Gaveta Posterior • Verifica integridade do LCP, sendo pesquisado em rotação neutra da perna com o paciente posicionado da mesma forma que o teste da gaveta anterior, com o joelho entre 80 a 90 graus de flexão e o examinador apoiando-se sobre o pé do paciente • Empurra para trás a perna • Se o lado lateral da perna se posteriori isoladamente, trata-se de instabilidade posterolateral, mas, se o faz de ambos os lados, o teste é positivo para lesão do LCP Teste da Gaveta Posterior Teste de Jerk • Usado para lesões do LCA • Reproduz a subluxação anterior da extremidade superior da tíbia que a reduz imediatamente pela força de tração do trato ileotibial que puxa a tíbia para trás • Paciente em decúbito DDH, com membro inferior colocado em 45 graus de flexão do quadril e 90 graus de flexão do joelho. • Examinador segura a perna em rotação interna; faz discretamente o valgo do joelho; estende lentamente e progressivo até o momento em que se nota ressalto articular repentino, que é a subluxação anterolateral do joelho Teste de Jerk Teste de Pivot-Shift (Teste de McIntosh) • Pesquisa-se a partir da posição final do teste de Jerk, com o joelho estendido e a tíbia subluxada anteriormente • Inicia-se lentamente a flexão quando, em torno dos 30 a 50 graus, será percebida redução repentina da subluxação anterior • É positivo na lesão do LCA Referências Exame Físico em Ortopedia - Tarcísio, E. P. B. F; Lech, O. Terceira edição. Páginas 297-325.
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