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1 Rafaela Pamplona Clínica Médica I - Cardiologia HAS .....................................................................................................................................................................................................1 Aterosclerose ..................................................................................................................................................................................... 10 Doença Reumática ............................................................................................................................................................................. 16 Doenças da Valva Mitral ..................................................................................................................................................................... 19 Doenças da Valva Aórtica ................................................................................................................................................................... 24 Síndromes Coronarianas Crônicas...................................................................................................................................................... 28 Síndromes Coronarianas Agudas (SCA) ............................................................................................................................................. 30 HAS Definição Doença crônico-degenerativa de natureza multifatorial, caracterizada por níveis tensionais elevados, levando a uma redução da luz dos vasos e danos aos órgãos por ele irrigados Causa mais comum da maioria dos eventos cerebrovasculares, cardíacos e renais Doenças associadas As complicações da HAS dependem das alterações mecânicas resultantes Se há um vaso sob pressão, aumentam seus riscos de dilatação, como no aneurisma de aorta abdominal, ou ruptura, como no AVC hemorrágico Doença cerebrovascular - O infarto cerebral é secundário à aterosclerose aumentada observada em pacientes hipertensos - AVE isquêmico ou hemorrágico - Alteração da função cognitiva Doença cardíaca - Há uma sobrecarga importante, pois o VE precisa trabalhar contra uma RVP aumentada. Isso resulta em hipertrofia compensatória do VE que, se prolongada, resulta em falência miocárdica e insuficiência cardíaca esquerda, podendo evoluir para insuficiência cardíaca global. Existe um componente genético que determina o grau de hipertrofia e a velocidade de instalação em cada indivíduo. Os pacientes com hipertrofia têm maior risco de arritmias como fibrilação atrial (tromboembolismo) e fibrilação ventricular, com resultante morte súbita. Pode ocorrer angina de peito pela combinação de coronariopatia acelerada e pela maior necessidade de oxigênio pelo músculo hipertrofiado - ICC - Angina - IAM Doença arterial periférica Doença renal - Lesões arterioscleróticas das arteríolas aferentes e eferentes renais e dos tufos capilares glomerulares são lesões vasculares importantes no rim de paciente hipertenso, resultando em diminuição da filtração glomerular e disfunção tubular - A nefrosclerose renal é um processo acelerado pela HAS, consiste em esclerose das arteríolas renais, resultando em isquemia focal do parênquima. Ocorre devido ao espessamento das camadas média e íntima desses vasos e deposição hialina (extravasamento protéico pelo endotélio lesado e aumento da deposição de matriz extracelular) - Nefropatia diabética - Déficit importante da função (clearance <30ml/min) Retinopatia avançada - Hemorragia ou exsudatos - Papiledema 2 Rafaela Pamplona Epidemiologia Atinge cerca de 20% da população mundial Responsável por 40% dos acidentes vasculares cerebrais e 25% das doenças coronarianas Prevalência 22,3% a 43,9% da população nacional Principal fator de risco cardíaco modificável Risco de complicações DOBRA a cada aumento de 20 mmHg da pressão arterial Prevalência aumenta com a idade Atinge mais homens (mulher – efeito protetor do estrogênio) Hábitos de vida (sedentarismo, tipo de alimentação) Mais grave e comum em negros Etiologia HA Sistólica e Diastólica - Primária ou Essencial: causa desconhecida - Secundária: diversas etiologias possíveis, podendo levar a cura da HAS quando tratada a patologia de base. Ex.: doença parenquimatosa renal, HAS renovascular, síndrome de Cushing, uso de drogas HA Sistólica Isolada - Entidade típica do idoso, é definida como PA sistólica ≥140 com PA diastólica <90. Aumenta consideravelmente o risco de eventos cardiovasculares no idoso - Débito cardíaco aumentado ~ Insuficiência aórtica, estados hipercinéticos, fistulas arteriovenosas - Rigidez da Aorta ~ Arteriosclerose Fatores de risco Sexo: Homens > mulheres Idade: maior prevalência acima dos 40 anos Raça: mais prevalente e mais grave na raça negra Classe social Sal: o consumo exagerado leva a um aumento compensador da volemia pela redução de excreção de agua pelos rins, a fim de manter a osmolaridade. A retenção de agua, aumenta o retorno venoso, consequentemente aumenta a pressão Sedentarismo Obesidade: hiperinsulinemia Etilismo Tabagismo: diminui o HDL, aumenta a FC e a PA, incrementa a ativação e agregação plaquetária, eleva o fibrinogênio e a disfunção endotelial Estresse: aumenta a atividade simpática Dislipidemias DM: a hiperinsulinemia acarreta retenção de sódio, aumento da atividade simpática, faz hipertrofia da musculatura lisa secundaria a ação mitogênica da insulina, modifica o transporte iônico celular, aumenta os níveis citosólicos de cálcio dos tecidos renais e vascular e dificulta a modulação da pressão pelos níveis de sódio Nefropatias Historia familiar de doença cardiovascular Relação cintura/quadril aumentada Hiperuricemia Mecanismos de regulação da PA PA = DC x RVP - DC = FC x Volume Sistólico O aumento inicial da PA se dá pelo aumento do DC, geralmente por retenção de sódio e agua. O aumento crônico da PA tem efeitos importantes nos vasos sanguíneos, causado o remodelamento vascular. A PA elevada estimula a liberação local de substâncias tróficas que promovem a proliferação e o desarranjo celular nas paredes dos vasos. Com o passar dos anos, a RVP vai aumentando, servindo como principal fator de manutenção ou progressão da HAS DC Fatores cardíacos - FC - Contratilidade Fatores volêmicos - Excreção de Na+ ~ Prostaglandinas, dopamina, FNA - Retenção de Na+ ~ Alteração genética ( filtração e da capacidade de excreção de Na+ - natriurese pressórica) ~ Ativação excessiva do SRAA ~ Redução na superfície filtrante ~ Heterogeneidade nos néfrons ↳ Aldosterona, vasopressina, angiotensina II e noradrenalina RVP Hipertrofia vascular Fatores locais - Canais iônicos Na+ e Ca2+ - Autorregulatórios Neurais simpáticos - Ação constritora (alfa) - Ação dilatadora (beta) 3 Rafaela Pamplona Humorais - Vasodilatadores: PGI2, PGE2; dopamina; bradicinina; FNA - Vasoconstritores: angiotensina II; noradrenalina; PGF2, ADH O tônus vascular normal depende da competição entre influências vasoconstritoras (angiotensina II, tromboxano, leucotrienos e endotelina) e vasodilatadores (cininas, prostaglandinas e óxido nítrico). Certos produtos metabólicos (ácido lático, íons hidrogênio, adenosina) e a hipoxia também podem atuar como vasodilatadores locais Os vasos de resistência também exibem a propriedade de autorregulação (cérebro e rins), processo pelo qual um aumento do fluxo sanguíneo nestes vasos induz vasoconstrição, protegendo contra hiperperfusão tecidual O aumento da resistência pode ser causado por fatores que induzem a vasoconstrição funcional ou por estímulos que produzem alterações estruturaisna parede do vaso (hipertrofia, remodelação e hiperplasia das células musculares lisas), resultando em espessamento da parede e/ou estreitamento da luz e aumento da pressão arterial Defeitos genéticos e fatores ambientais (aumento da PA) levam ao crescimento das células musculares lisas e ao aumento do tônus vascular, resultando em espessamento da parede e vasoconstrição, respectivamente Angiotensina II: provoca vasoconstrição e síntese de aldosterona Peptídeo natriurético Na2+/Ca2+ Vasopressina Catecolaminas: relacionada ao estresse, provoca constrição das arteríolas renais eferentes e hipertrofia vascular (mantém a hipertensão) Relacionadas à maior morbimortalidade matinal da HAS SNC Fatores endoteliais: redução na oxido nítrico sintetase e no EDRF; elevação de endotelinas - Endotelina I: potente vasoconstritor Prostaglandinas Cininas ingesta de Na+ alterações genéticas ↙ ↘ volume ← Retenção renal de Na+ ← Superfície de filtração pré-carga → DC Renina Angiotensina ECA Angiotensina II Síntese de aldosterona vasoconstrição retenção de Na e água ↪ PA ↩ - A fisiopatologia do SRAA promovem consequências nos órgãos-alvo, como a fibrose cardíaca e a fibrose glomerular e intersticial renal - O aparelho justaglomerular dos rins responde diretamente às mudanças da pressão, quantidade de NaCl na mácula densa e inervação simpática - Se a pressão de perfusão for reduzida, a renina é liberada pelos miócitos das arteríolas. Redução de NaCl e estimulação simpática também aumentam a secreção de renina - A renina transforma o angiotensinogênio em angiotensina I que é então transformada em angiotensina II pela enzima conversora de angiotensina (ECA), presente no pulmão 4 Rafaela Pamplona - A angiotensina II estimula a produção do hormônio esteroide aldosterona, produzido pelas células glomerulosas do córtex da adrenal - A secreção de renina, mediada pela mácula densa, tem importante papel na manutenção da PAS sob condições de volume vascular reduzido, quando a perfusão tecidual está diminuída (choque hipovolêmico) - A distribuição reduzida de NaCl para a mácula densa estimula a secreção de renina que, através da angiotensina II, age aumentado a PA, mantendo o fluxo sanguíneo tecidual, evitando a isquemia a curto prazo. Fármacos que podem induzir HAS Classe Efeito pressor Ação sugerida Imunossupressor Ciclosporina, Tacrolimus, Glicocorticoides intenso e frequente Inibidor da ECA e antagonista de canal de cálcio (nifedipina/ amlodipina). Ajustar nível sérico Reavaliar opções AINES Inibidores da COX1 e COX2 eventual, muito revelante com uso contínuo observar função renal e informar efeitos adversos Anorexígenos/ sacietógenos Anfepramona e outros intenso e frequente suspensão ou redução da dose Sibutramina Moderado, mas pouco relevante Avaliar a redução da PA obtida com a redução de peso Vasoconstritores, incluindo derivados de ergot variável, mas transitório Usar por tempo determinado Avaliação do paciente hipertenso Anamnese - Sintomas ou assintomático (avaliar presença de lesão em órgãos-alvo) - Tempo, evolução e tratamento prévio - Fatores de risco - Doenças pregressas, estilo de vida - História familiar (essencial) - Medicamentos Exame físico - Medir a PA nos dois braços: 170/100mmHg - Peso, altura, IMC e FC Exames complementares: não são utilizados para diagnosticar HAS, mas sim para avaliar os fatores de risco e procurar lesões em órgãos alvo - Hemograma, glicemia, ionograma, colesterol total e frações, ácido úrico, sumario de urina Diagnóstico Protocolo para medir a PA - Repouso por 5 min - Não praticar exercício físico 60min antes - Não fumar, ingerir cafeína, álcool e se alimentar 30 min antes - Bexiga vazia - Recomenda-se 3 medidas com intervalo de 1 minuto - Medir em ambos os membros superiores - Posição sentada - Medir duas vezes por visita em pelo menos duas visitas, PA com níveis ≥140x90mmHg Triagem e diagnóstico de HAS - PA consultório, MAPA (ambulatorial) e MRPA (domiciliar) 5 Rafaela Pamplona MAPA - Monitorização ambulatorial - Superior à medida de consultório para predizer eventos CV - Valores anormais ~ PA de 24h ≥ 130x80mmHg ~ PA de vigília ≥135x85mmHg ~ PA no sono ≥ 120x70mmHg MRPA - Registro da PA – monitorização residencial ~ 3 medidas matinais antes do desjejum e da tomada de medicamentos, e 3 á noite, antes do jantar durante 5 dias OU ~ 2 medidas em cada antes do café e duas antes do jantar, por 7 dias - Valores anormais ≥ 130x85mmHg Indicações de MAPA e MRPA - Identificação da hipertensão do avental branco ~ PA ≥ 140x90 apenas quando um médico ou profissional da saúde afere. Quando a PA é aferida em casa, por parentes ou amigos, ou quando os valores da PA são determinados pelo MAPA, quase todas as medidas encontram-se abaixo de 140x90 - Identificação do efeito do avental branco ~ Aumento transitório da PA (pelo menos 20mmHg na sistólica ou 10mmHg na diastólica) quando medida por um profissional da saúde - Na hipertensão mascarada ~ Valores normais de PA no consultório (< 140x90mmHg), porém, com PA elevada no MAPA - Avaliação de terapêutica antihipertensiva Classificação da PA por medidas no consultório Classificação PAS PAD Ótima ≤ 120 ≤ 80 Normal < 130 < 85 Limítrofe 130 – 139 85 – 89 Hipertensão estágio 1 140 – 159 90 – 99 Hipertensão estágio 2 160 – 179 100 – 109 Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90 Consultório MAPA MRPA Normotensão < 140 x 90 < 130 x 85 média de 24h ≤ 130 x 85 Hipertensão ≥ 140 x 90 > 130 x 85 média de 24h > 130 x 85 Hipertensão do jaleco branco ≥ 140 x 90 ≤ 135 x 85 média vigília ≤ 135 x 85 Hipertensão mascarada ≥ 140 x 90 > 135 x 85 média vigília > 135 x 85 Efeito do jaleco branco diferença entre a medida da PA no consultório e a MAPA na vigília ou MRPA, sem haver mudança no diagnóstico de normotensão ou hipertensão Estratificação de risco Essencial para definir a necessidade e a agressividade da terapêutica antihipertensiva Pode ser feito de duas formas - Determinar o risco global diretamente relacionado com a HAS - Avaliar o risco de desenvolver doenças cardiovasculares Estratégia 1: estimativa do RCV diretamente relacionado a HAS - Grupo A: sem fatores de risco e sem lesões em órgão-alvo - Grupo B: presença de fatores de risco (exceto DM) e sem lesão de órgão-alvo - Grupo C: presença de lesão de órgão-alvo, doença cardiovascular e/ou DM Estratégia 2: estimativa do RCV em qualquer pessoa com idade entre 30-74anos (hipertenso ou não) Etapa 1: identificação de doença aterosclerótica Etapa 2: cálculo do escore de risco global Etapa 3: reclassificação do risco na presença de fatores agravantes - Baixo risco: escore inferior a 5%, exceto naqueles que tem história familiar de DAC, ficam intermediários - Intermediários: homens entre 5 e 20% e mulheres entre 5 e 10% - Alto risco: homens acima de 20% e mulheres acima de 10% 6 Rafaela Pamplona Avaliação complementar - Eletrocardiograma: HVE ~ Índice de Sokolow-Lyon (SV1+RV5 ou RV6) ≥ 35mm, ou onda R em aVL ≥ 11mm - Raios X de tórax: cardiomegalia - Ecocardiograma: HVE - Ultrassom renal: DRC - US de carótidas: a espessura médio-intimal > 0,9mm ou presença de placa de ateroma - Teste ergométrico: DAC - RNM do cérebro: déficit cognitivo Fisiopatologia Importante para estabelecer o tratamento, pois a HAS pode ser devido a alterações no coração, vaso ou rim Para que o sangue possa circular pelo corpo é necessário que uma bomba (o coração)faça força (pressão) para empurrar este sangue por dentro das artérias Ao passar dentro das artérias o sangue encontra uma resistência (pressão), provocada pelo atrito Quanto mais estreita é a artéria, maior a resistência (pressão) à passagem do sangue A força do coração para bombear o sangue é chamada de pressão máxima, ou sistólica A resistência que a artéria oferece à passagem do sangue é chamada de pressão mínima, ou diastólica Lesões de órgão-alvo (LOA) Cérebro: déficits motores e sensoriais Retina: fundoscopia Artéria: ausência ou alteração nos pulsos Coração: desvio do ictus, B3, B4, sopros cardíacos e creptos pulmonares Palpação de rim – policísticos Sopros ou massas abdominais Crise hipertensiva Emergência hipertensiva: elevação dos níveis pressóricos com risco de lesão em órgão–alvo Deve-se utilizar drogas endovenosa como nitroprussiato e nitroglicerina para redução da PAM em torno de 20-30% em 2h Urgência hipertensiva- elevação da PA sem lesão de órgão- alvo Pode-se reduzir a PA com uso de drogas orais dentro de 24h Risco cardiovascular global - Primeira etapa consiste em identificar a presença de doença aterosclerótica evidente ou subclínica ou de seus equivalentes DM e DRC se positivo é de alto risco Lesões subclínicas de órgãos-alvo - Índice tornozelo braquial<0,9 - Ritmo de filtração glomerular estimada entre 30- 60ml/min/1,72m2 - Albuminúria entre 30-300mg/24h ou relação albumina- creatinina urinaria 30-300mg/g HAS secundária Início tardio e de difícil controle, normalmente necessita de mais de 3 medicamentos para controle Indícios - Começo antes dos 30 ou depois dos 50 anos - HÁ grave ou resistente a medicação - Feocromocitoma- palpitações, sudorese, cefaleia - Fácies ou biotipo de doença renal, hipertireoidismo, acromegalia, Cushing - Presença de massas ou sopros abdominais - Assimetria de pulsos femorais. - Aumento da creatinina sérica ou da taxa de filtração glomerular - Hipopotassemia espontânea - Exame de urina alterado - Sintomas de apneia do sono Metas do Tratamento HAS estágios I e II com risco CV baixo e médio considerar < 140x90mmHg Hipertensos e comportamento limítrofe com risco CV alto ou muito alto, ou com 3 ou mais FR, DM, SM ou LOA <130x80mmHg Tratamento não medicamentoso Controle de peso: reduz 5 a 20 mmHg a cada 10kg perdidos Padrão alimentar: redução de 8-14 mmHg Redução do consumo de sal: queda de 2 a 8 mmHg Moderação do consumo de álcool: queda de 2-4 mmHg Exercício físico- queda de 4-9 mmHg Decisão terapêutica e metas - Abordagem para os níveis de PA entre 130-139 x 85-89mmHg - Pacientes com doença renal e cardiovascular estabelecidas, diabéticos, múltiplos fatores de risco cardiovascular e síndrome metabólica parece pertinente que estes indivíduos recebam tratamento medicamentoso 7 Rafaela Pamplona Racional para decisão terapêutica - Período de tempo recomendado para as medidas de modificação de estilo de vida em pacientes HAS e naqueles com comportamento limítrofe da pressão arterial , com baixo risco CV, é de no máximo 6 meses - Pacientes com risco médio, alto ou muito alto, independente da PA, a abordagem de ser combinada( não- medicamentosa e medicamentosa) Tratamento medicamentoso Características - Eficaz por via oral - Bem tolerado - Administração em menor número possível de tomadas - Iniciado com as menores doses preconizadas - Não ser obtido por meio de manipulação - Ser considerado em associação na HAS estágios II e III - Utilizado por 4 semanas, para aumento de dose, substituição ou mudanças de associações Classes de anti-hipertensivos 1. Diuréticos (DIU) Tiazídicos Diuréticos de alça Poupadores de K+ 2. Bloqueadores de canais de cálcio (BCC) Di-idropiridínicos Não di-idropiridínicos 3. Inibidores da ECA (IECA) 4. Bloqueadores do receptor de angiotensina II (BRA) 5. Betabloqueadores (BB) 6. Ação central Agonistas alfa-2a adrenérgicos (inibitórios) Agonistas imidazólicos 7. Alfabloqueadores 8. Vasodilatadores arteriais diretos 9. Inibidores diretos da renina Diuréticos Tiazídicos Mecanismo de ação - A natriurese reduz o volume extracelular e a RVP Efeitos colaterais - Regra dos 4 HIPO e 3 HIPER 4 HIPO 3 HIPER hipovolemia hiponatremia hipocalemia hipomagnesemia hiperglicemia hiperlipidemia hiperuricemia Exemplos - Hidroclorotiazida; Indapamida (Natrilix); Clortalidona (Higroton) Diuréticos de Alça Mecanismo de ação - Bloqueiam a reabsorção de Na/K/2Cl, promovendo uma natriurese muito mais intensa que os tiazídicos - Só deve ser utilizado quando HAS associada a hipervolemia Exemplos - Furosemida; Bumetanida; Pirenida Diuréticos Poupadores de K+ Mecanismo de ação - Bloqueiam diretamente o receptor de aldosterona ou então o canal epitelial de sódio induzido pela aldosterona nas células do túbulo coletor Exemplos - Espironolactona; Eplerenona 8 Rafaela Pamplona BCC Di-idropiridínicos Eficazes como monoterapia em 60-70% dos casos não-diidropididínicos provocam queda da frequência cardíaca e do débito cardíaco Mecanismo de ação - São vasosseletivos atuando especificamente em canais de cálcio das células musculares lisa das arteríolas, promovendo vasodilatação e redução da RVP, sem interferir na contratilidade miocárdica Efeito colateral - Edema maleolar que pode evoluir com dermatite ocre no terço distal da perna; cefaleia; tonteira; rubor facial e hiperplasia gengival Exemplo - Nifedipina; Anlodipina BCC Não Di-idropiridínicos Provocam queda da frequência cardíaca e do débito cardíaco Mecanismo de ação - São cardiosseletivos atuando em canais de cálcio localizados nos cardiomiócitos e no tecido de condução - Indicado para portadores de angina pectoris que também tem asma ou DPOC Efeito colateral - Agravamento da ICFER, bradicardia, bloqueio AV, constipação (verapamil) Exemplo - Diltiazem; Verapamil Inibidores da ECA terminados em PRIL Eficácia em torno de 40-60% Pode piorar a função renal São eficazes no tratamento da hipertensão associado com - Insuficiência cardíaca - Infarto agudo do miocárdio - Alto risco de dislipidemia - Prevenção de acidente vascular cerebral - Retardam o declínio da função renal nos pacientes com nefropatia Mecanismo de ação - Reduzem a formação de angiotensina II, reduzindo a degradação de bradicinina (vasodilatador endógeno), causando vasodilatação arterial periférica (↓RVP) - Diminuem a cardiotoxicidade direta do excesso de angiotensina II produzido em resposta a ↓DC, evitando o processo de remodelamento cardíaco progressivo - Promove vasodilatação seletiva da arteríola eferente do glomérulo reduzindo a pressão hidrostática intraglomerular e o estresse mecânico pela hiperfiltração = efeito nefroprotetor Efeitos colaterais - Tosse seca, angioedema, erupções cutâneas, pancreatite, leucopenia Exemplo - Captopril; Enalapril; Ramipril Evitar uso de poupadores de K+ + IECA devido ao risco de hipercalemia!! Bloqueadores do receptor AT1 de angiotensina II (BRA) terminados em ARTANA Mecanismo de ação - Bloqueiam o receptor AT1 de angiotensina II – responsável pelos efeitos de vasoconstricção, proliferação celular e liberação de aldosterona - Com o bloqueio o aumento de angiotensina II circulante atuam estimulando os receptores AT2 que possuem efeito vasodilatador - Losartan – efeito uricosúrico: reduz a uricemia, escolha para pcts com gota Efeitos colaterais - Semelhantes ao IECA SEM tosse seca e angioedema 9 Rafaela Pamplona Beta bloqueadores (BB) terminados em LOL Mecanismo de ação - Bloqueia os receptores beta-1-adrenergicos (coração), que reduz o DC através da diminuição do cronotropismo, inotropismo e do dromotropismo = efeitos antianginosos e antiarrítmicos - Reduz a secreção de renina = menor ativação do SRAA - Bloqueia os receptores beta-2-adrenergicos (vaso brônquicos e hepatócitos), promove vasoconstricção, broncoconstrição e inibição da liberação hepática de glicose estimulada por catecolaminas Efeitos colaterais - Broncoespasmo, bradicardia, distúrbio da condução AV, insônia/pesadelo/depressão, disfunção erétil, intolerância a glicose e dislipidemia - Os BB de 1ª e 2ª geração são fortemente contraindicados na asma, DPOC e BAV de 2º e 3º grau Exemplo - 1ª geração – não seletivos Nadolol; Propranolol; Timolol - 2ª geração – seletivos para receptores beta-1 Atenolol; Metoprolol - 3ª geração – ações terapêuticas adicionais Ação central Agonistas alfa 2a adrenérgicos (inibitórios) Eficácia discreta como monoterapia Mecanismo de ação - Agonistas alfa 2a: estimulação dos receptores alfa-2 adrenérgicos pré-sinápticos, diminuindo o tônus adrenérgico central (ação simpatolítica) - Agonistas imidazólicos: estimulam receptores imidazólicos (inibitórios) no SNC, promovendo efeito simpatolítico Efeitos colaterais - Sonolência, sedação, xerostomia, disfunção erétil e hipotensão postural - Metildopa – reações autoimunes como anemia hemolítica por anticorpos “quentes” (IgG) - Clonidina – efeito rebote, pode levar a crise hipertensiva = desmame Exemplos - Agonistas alfa-2a: Clonidina; Metildopa (gestante) - Agonistas imidazólicos: Rilmenidina; Moxonidina Metildopa Clonidina ↓RVP; Causa menos hipotensão ortostática; Dose única; Risco B na gestante ↓RVP; Causa mais hipotensão ortostática; Não é opção para monoterapia; Pode causar sedação Alfabloqueadores Primeira escolha em pcts com feocromocitoma Mecanismo de ação - Bloqueiam seletivamente os receptores alfa-1-adrenergicos (vasoconstritores), causando vasodilatação - Efeito hipotensor discreto, devendo ser usados em associação Efeitos colaterais - Hipotensão postural, incontinência urinária - Doxazosin não deve ser usado isoladamente (maior incidência de IC) Exemplos - Prazozin; Doxazosin; Terazosin Prazosina Terazosina e Doxazosina Ação mais curta; Bloqueio α1 nas arteríolas; Vasodilatação; Hipotensão ortostática Ação mais longa; Dose única; Associado a diuréticos ou β-adrenérgicos; Taquicardia reflexa Vasodilatadores diretos 4º ou 5º medicamento de escolha Associação com diuréticos e betabloqueadores Mecanismo de ação - Atuam sobre a musculatura lisa, promovendo relaxamento com vasodilatação e redução da RVP Efeito colateral - Cefaleia, rubor facial, taquicardia reflexa e edema - Pode agravar: síndrome coronariana aguda, aneurisma dissecante da aorta e hemorragia cerebral Exemplo - Minoxidil (calvície), Hidralazina (gestação) Inibidores diretos da renina Mecanismo de ação - Inibe a reação inicial do SRAA diminuindo a vasoconstrição periférica e a secreção de aldosterona Efeito colateral - Rash cutâneo, diarreia, aumento de CPK - Contraindicado na gravidez Exemplo - Alisquireno 10 Rafaela Pamplona Drogas com indicações especiais diurético β-bloq IECA BRA BCC Antagonista aldosterona IC X X X X X pós-IAM X X X Alto risco coronário X X X X DM X X X X Nefropatia crônica X X X X Prevenção de AVC recorrente X X X Aterosclerose Definição É uma doença crônica, insidiosa e progressiva, que se inicia nos primeiros anos de vida e ocorre ao longo de toda a parede arterial do sistema circulatório Sua importância se deve à sua progressão e consequente complicações clínicas a partir dos 40 anos de idade Embora não se conheça seus mecanismos, é consenso geral que a injúria endotelial seja a gênese da aterosclerose A aterosclerose deve ser considerada como uma patologia do metabolismo geral que se transmite pelo sangue e cujo órgão- alvo é a parede artéria Pode ser entendida como uma resposta defensiva do tecido conectivo da parede arterial frente a uma agressão permanente, onde a biologia alterada da parede vascular produz uma resposta tecidual caracterizada por inflamação e imunidade. A aterosclerose se caracteriza por ser um evento crônico, silencioso, geralmente, ignorado e desconhecido pelo paciente. Sua primeira manifestação pode ser, em um número cada vez mais crescente de indivíduos, a morte súbita, o IM, a doença cerebrovascular, um aneurisma roto ou mesmo uma crise vascular arterial periférica Complicações - Leito coronariano: a obstrução levará a angina e ao IAM - SNC: AVC - Vascular periférico: claudicação intermitente, isquemia e gangrena, que pode culminar na amputação de MMII - Parede vascular: formação de aneurismas devido a isquemia por oclusão do vaso vasorum Epidemiologia A doença cardiovascular é a principal causa de óbito nos países do mundo ocidental; Nos EUA 42% das mortes ocorrem por doença cardiovascular; No Brasil é a principal causa de morte, atinge cerca de 300 mil brasileiros por ano, morrem cerca de 840 pessoas por dia de IAM; É a principal causa de gastos com assistência médica Fisiopatologia Geralmente acomete artérias de grande calibre (aorta) ou médio calibre (coronárias, carótidas mesentéricas, renais, femorais) 11 Rafaela Pamplona Consiste na formação, na camada intima das artérias, de placas contendo um cerne lipídico envolto por uma capa fibrosa = placas de ateroma No interior das placas, encontram-se células inflamatórias mononucleares (macrófagos e linfócitos), vem como células musculares lisas produtoras de colágeno Essas placas podem obstruir parcialmente o lúmen arterial, determinando isquemia induzida pela maior demanda metabólica do órgão (angina estável, angina mesentérica, claudicação intermitente) Ou evoluir para a formação de um trombo oclusivo, levando a síndromes isquêmicas potencialmente fatais (AVE isquêmico, IAM, isquemia mesentérica aguda, gangrena de MMII) A aterosclerose se inicia com pequenos focos, a lesão inicial chama-se estria gordurosa. Quase todos os indivíduos entre 15-35 anos já apresentam estrias gordurosas na aorta O processo se mantem estável durante anos ou por toda a vida Em pacientes propensos, o processo pode evoluir para uma lesão aterosclerótica mais extensa = placa de ateroma A placa de ateroma desenvolve-se preferencialmente nas bifurcações arteriais, onde o turbilhamento de sangue e o estresse mecânico sobre o vaso são maiores Um dos primeiros eventos é o acumulo de LDL na camada íntima, sofrendo oxidação, aumentando a adesão leucocitária na superfície das células endoteliais Processos fundamentais para a patogênese da aterosclerose - Acumulo lipídico na camada intima - Recrutamento de leucócitos Artéria coronária normal Deposição se LDL – o dano endotelial crônico torna a parede arterial permeável, permitindo a deposição de lipoproteínas aterogênicas (LDL-C) na intima Oxidação de LDL – este LDL-C na camada intima sofre oxidação gerando um processo inflamatório com recrutamento de monócitos Migração de macrófagos – os monócitos recrutados penetram na parede arterial, sendo então chamados de macrófagos Desenvolvimento de células espumosas – os macrófagos na intima fagocitam o LDL oxidado, rico em colesterol. Uma célula espumosa é um macrófago carregado de lipídios Evolução da estria gordurosa – as células espumosas se acumulam dentro da intima e desenvolvem uma estria gordurosa considerada a primeira lesão da aterosclerose 12 RafaelaPamplona Agregação plaquetária capa fibrosa – este processo favorece a adesão e agregação plaquetária no local. Plaquetas, células endoteliais ativadas, macrófagos e outras células determinam a proliferação de células musculares lisas (CML), formando a capa fibrosa Ateroma – núcleo lipídico – as células espumosas liberam seus conteúdos lipídicos dando origem ao ateroma. Esta é considerada a 1ª lesão aterosclerótica avançada Placa estável – baixo risco – a placa aterosclerótica estável é caracterizada por apresentar um núcleo lipídico cercado por material e capa fibrosa mais espessa, o que ajuda a estabilizar a lesão Placa instável – alto risco – a placa contém um núcleo de material ateromatoso rico em lipídios e é envolta por uma capa fibrosa fina Ruptura inicial da placa – o núcleo ateromatoso associado a capa fina propiciam a desestabilização da placa, levando-a a ruptura Início da formação do trombo – a ruptura da placa permite que hemácias e plaquetas ativadas se misturem com o material ateromatoso, determinando a trombose Lesão cicatrizada – o trombo pode ser incorporado pela lesão e limitado por uma nova camada de células endoteliais, tornando-se uma lesão cicatrizada, estenótica, não propensa a ruptura Progressão do trombo – com a progressão do trombo haverá maior acumulo de fibrina, plaquetas e hemácias, tornando-o grande o suficiente para interferir no fluxo sanguíneo Oclusão – infarto – o aumento do trombo pode levar a obstrução total da artéria coronária. A interrupção do fluxo sanguíneo priva o miocárdio de oxigênio e nutrientes, podendo ocasionar danos irreversíveis Fatores de risco Não modificáveis - Idade >50 anos - Sexo masculino ou feminino pós-menopausa - Genética - Infecção pelo HIV Modificáveis - Hábitos de vida: tabagismo, obesidade, sedentarismo - Farmacologia: dislipidemias, HAS, resistência à insulina, DM, microalbuminemia Emergentes - Hemocisteína, fibrinogênio, lipoproteína, PRC elevada Dislipidemia Os lípides mais importantes do ponto de vista fisiológico e clínico são os ácidos graxos, os triglicérides, os fosfolipídeos e o colesterol As lipoproteínas são responsáveis pelo transporte de lípides no plasma e são compostas por lípides e proteínas Classe de lipoproteínas - Quilomícrons: maiores e menos densas, ricos em triglicérides, origem intestinal - VLDL: densidade muito baixa, origem hepática - LDL: densidade baixa - HDL: densidade alta, ricos em colesterol 13 Rafaela Pamplona Estrutura das lipoproteínas - Os fosfolipídios são orientados com sua camada polar em direção ao ambiente aquoso do plasma - O colesterol livre é inserido na camada de fosfolipídio - O centro da proteína é composto por ésteres de colesterol e triglicerídeos - As apolipoproteína estão envolvidas na secreção de lipoproteína, proporcionam integridade estrutural e atuam como cofatores para enzimas ou como ligantes para vários receptores Classificação da dislipidemia - Laboratorial ~ Hipercolesterolemia isolada: aumento do colesterol total ou do LDL colesterol ~ Hipertrigliceridemia isolada: aumento dos triglicérides ~ Hiperlipidemia mista: aumento do colesterol total e triglicérides; Diminuição isolada do HDL e/ou associada ao aumento do triglicéride ou do LDL - Etiológica ~ Dislipidemia primária: origem genética ~ Dislipidemia secundária à ↳ Doenças: Hipotireoidismo, DM, Síndrome Nefrótica, IRC, Obesidade, Icterícia Obstrutiva, Alcoolismo ↳ Medicamentos: Altas doses diuréticos, betabloqueadores e corticosteróides Perfil lipídico: valores referenciais para adultos maiores de 20 anos Estratificação de risco para Dislipidemia LDL-C é o fator causal e independente de aterosclerose sobre o qual devemos agir para diminuir a morbimortalidade A prevenção deve ser baseada no risco absoluto de eventos coronarianos Todos os indivíduos devem ser submetidos a mudanças nos hábitos de vida: dietas, exercícios, abstenção de fumo etc Escore de risco de Framingham (ERF) - Os fatores de risco, relacionados com sexo do paciente, produzem um algoritmo que pode ser usado para predizer o risco relativo de ocorrer um evento cardiovascular em 10 anos Escore de risco de Reynolds (ERR) - Avalia o risco cardiovascular - Tem como diferencial a utilização do valor da proteína C reativa sérica, além de contemplar a história familiar da doença coronariana precoce Escore de risco Global (ERG) - Principais variáveis são: pressão arterial sistólica, tabagismo, colesterol total, HDL-C, LDL-C, intolerância a glicose, índice de massa corporal e idade Escore de risco pelo Tempo de Vida (ERTV) - Estima o risco de IAM, AVC ou IC fatais ou não fatais, ou IVP em 10 anos 14 Rafaela Pamplona Estratificação de risco cardiovascular Risco muito alto - Doença aterosclerótica significativa (coronária, cerebrovascular, vascular periférica) com ou sem eventos clínicos) - Documentação prévia de estenose 50% em qualquer território arterial Alto risco - Presença de aterosclerose subclínica documentada por USG de carótidas (presença de placa) - ITB < 09 - Escore de cálcio > 100 - Presença de placa aterosclerótica na angiotomografia coronária - Aneurisma da aorta abdominal - Doença renal crônica - Concentração de LDL > 190 - Presença de diabetes mellitus tipos 1 ou 2 com LDL entre 70 e 189 mg/dl e presença de ER (estratificadores de risco ou doença) ou DASC (doença aterosclerótica subclínica) Intermediário risco - Indivíduos com erg entre 5 e 20% no sexo masculino e 5 e 10% sexo feminino - Diabéticos sem os critérios da DASC ou ER Baixo risco - Pacientes dos sexos masculino ou feminino com risco em 10 anos < 5% calculado pelo ERG Estratificação de risco (ER) - Idade: Homem > 48 anos e Mulher > 54 anos - Tempo de diabetes > 10 anos - História familiar: parentes de 1º grau com DAC prematura - Tabagismo - HAS - Síndrome nefrótica - Albuminúria > 30mg/g de creatinina - TFG < 60ml/min Doença Aterosclerótica Subclínica (DASC) - Presença de placa > 1,5mm na USG de carótidas - Escore de Cálcio > 10 - Presença de placa aterosclerótica na ATC - LDL entre 70 e 189mg/dL do sexo masculino com risco calculado pelo ERG >20% e nas mulheres >10% Metas terapêuticas Tratamento Objetivos – redução de eventos - Depleção do núcleo lipídico - Inibição da oxidação da LDL - Efeito “antiinflamatório” - Normalização da disfunção endotelial - Inibição da formação do trombo - Fortalecimento da capa fibrosa Não medicamentoso - Dieta - Atividade física - Controle de bebida alcoólica - Controle do tabagismo Medicamentoso - Estatinas ~ Medicamentos de escolha para reduzir LDL-C em adultos ~ Inibi a ação da HMG – COA redutase ~ O tratamento deve ser mantido por tempo indeterminado ~ Suspender se: aumento de 3x aminotransferase, dor muscular 15 Rafaela Pamplona ~ Drogas Lovastatina 20 – 80mg Sinvastatina 10 – 80mg Fluvastatina 10 – 80mg Pravastatina 20 – 40mg Atorvastatina 10 – 80mg Rosuvastatina 10 – 40mg Pitavastatina 2 – 4mg Ezetimida 10mg - Resinas de trocas ~ Colestiramina 16 – 24g ~ Droga de escolha nas crianças e gestantes - Fibratos ~ Hipertrigliceridemia endógena, quando houve falha mudança de estilo de vida (MEV) ou quando este for muito elevado > 500mg/dl ~ Agem aumentando a produção e ação da lipase lipoproteica (LPL) e redução da apoproteína CIII, mecanismos que estimulam a lipólise dos TG das VLDL- colesterol e dos quilomícrons ~ Drogas Genfibrozila 600-1200mg/dia Benzafibrato 600mg/dia Etofibrato 500mg/dia Ciprifibrato 100mg/ dia Fenofibrato micronizado 200mg/dia- Ácido Nicotínico (niacina) ~ Inibição da liberação de ácidos graxos livres do tecido adiposo, aumento da atividade da lipase lipoproteína, aumentando a taxa de remoção de quilomícrons dos TG do plasma - Ômega 3 ~ Reduz os níveis de LDL e triglicerídeos Novos fármacos - Inibidores da PCSK-9 ~ Os inibidores da PCSK-9 são anticorpos monoclonais que levam a destruição proteases que degradam os receptores de LDL ~ Esses receptores fazem as captação das partículas do colesterol LDL, como a inibição dessa proteases ocorre o aumento do número de receptores LDL nas células hepáticos, com redução dos níveis séricos de LDL ~ Administrados por via subcutânea a cada 2 a 4 semanas ~ Reduz em média 60% do LDL em comparação com o placebo ~ O alirocumabe (Praluent) e o evolocumabe (Pepatha) são os dois inibidores da PCSK-9 aprovados para uso no Brasil - Inibidores da Proteína de Transferência de Ésteres de Colesterol (CETP) ~ A CETP é responsável pela transferência de ésteres de colesterol da HDL para lipoproteínas que contêm ApoB, em troca equimolar por TG ~ Anacetrapib ~ Não disponível no Brasil - Inibidor da proteína de transferência de triglicérides microssomal ~ A lomitapida é um fármaco que inibe a MTP, reduzindo a formação de quilomícrons no intestino e VLDL pelo fígado 16 Rafaela Pamplona Doença Reumática Definição É uma complicação não supurativa, tardia, de caráter autoimune, da faringoamigdalite causada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A de Lancefield em indivíduos geneticamente predispostos Epidemiologia Distribuição universal A incidência e prevalência varia de país para país Maior incidência em regiões de clima frio Pouco frequente em zonas rurais Muito frequente em zonas urbanas Mais frequente em famílias de baixa renda e com más condições de higiene Acomete a faixa etária mais jovem (5 a 15anos) Não discrimina raça Não tem predileção por sexo Só 3% dos doentes que apresentam infecções de orofaringe por estreptococos β hemolítico do grupo A de Lancefield não tratadas é que desenvolvem a doença Não temos muitos dados no Brasil Estima-se 10milhões de faringoamigdalite estreptocócicas por ano 30.000 novos casos de FR por ano Aproximadamente 15.000 poderiam evoluir para acometimento cardíaco Agente etiológico Os estreptococos podem ser classificados segundo o tipo de hemólise que determinam em α hemolítico: promovem hemólise parcial β hemolítico: promovem hemólise total γ hemolítico: não promovem hemólise A classificação do Streptococcus β hemolítico é feita a partir da tipagem do carboidrato que compõe sua camada média e central e vai de A a O Somente o estreptococos beta-hemolítico do grupo A é capaz de produzir febre reumática Na sua composição encontramos - Capsula de Hialuronato - Parede celular com 3 camadas - Camada externa: proteínas M, R, T - Camada média - Camada interna - Membrana plasmática A diferença antigênica da proteína M permite classificar o estreptococo em 80 sorotipos diferentes Sorotipos mais reumatogênicos são: 1, 3, 5, 6, 14, 18, 19, 27 e 29 Produzem substâncias e toxinas - Estreptolisina O e S - Desoxirribonuclease - Estreptoquinase - Hialuronidases - Proteinases Quadro Clínico Inicia com infecção de orofaringe causada pelo estreptococo β hemolítico do grupo A de Lancefield Após a infecção segue um período de latência de 2 a 3 semanas Após a latência aparece o primeiro surto de febre reumática Poliartrite (75% dos casos) - Dor associada a edema e limitação de movimento - Acomete grandes articulações (joelho, tornozelo, ombro, punho) - Manifesta-se de forma assimétrica: se ela atinge uma articulação, ela não atinge a outra articulação oposta a ela - Migra de uma articulação para outra permanece de 1 a 5 dias em cada articulação - Não é cumulativa - Tem evolução limitada e remissão espontânea - Não deixa sequela - Responde muito bem ao AAS - Quando não tratada em geral dura 2 a 3 semanas 17 Rafaela Pamplona Cardite (40 a 70% dos casos) - É uma pancardite - Pode ser didaticamente dividida em ~ Pancardite: envolve os 3 folhetos do coração (a mais característica é a inflamação do endocárdio) ~ Cardite leve: sinais e sintomas discretos ~ Cardite moderada: sinais e sintomas mais pronunciados + sinais de pericardite ~ Cardite grave: sinais e sintomas de ICC ↳ O acometimento mais característico é a valvulite ↳ Manifestação mais grave da doença ↳ É a única que deixa sequela e acarreta óbito Coreia de Sydenham (5 a 36% dos casos) - Manifestação tardia da doença reumática (até 7 meses após a infecção estreptocócica) - Inicia-se insidiosamente - Evolui para movimentos rápidos, involuntários, incoordenados, sem propósito determinado - Piora com o estresse e com o esforço - Pode desaparecer com o sono - Geralmente desaparece com 1 a 2 semanas sem tratamento Eritema marginado (3% dos casos) - Lesões maculares múltiplas e indolores - Bordos elevados - Margens arredondadas ou serpiginosas - Centro claro - Não pruriginosas (faz diferença com a Tinea corporis) - Aparecem mais no tronco e face interna dos membros - Poupa face - Pode ser desencadeada por aplicação de calor - Associada à cardite porém não necessariamente grave Nódulos subcutâneos (2 a 5% dos casos) - Múltiplos, arredondados de tamanho variável (0,5 a 2cm) - Firmes, móveis, indolores e recoberto de pele normal - Não tem características inflamatórias - Seu aparecimento é tardio (1 a 2 semanas) - Localizam-se em superfícies extensoras das articulações, na região occipital e sobre processos espinhosos - Estão fortemente relacionado com cardite grave - Regride rapidamente com o tratamento da cardite Exames complementares Não há exames específicos para o diagnóstico de febre reumática Os objetivos dos exames complementares são - Definir a presença de infecção estreptocócica recente - Definir presença de processo inflamatório ativo - Definir comprometimento cardíaco e hemodinâmico Definir a presença de infecção estreptocócica recente - Cultura de material da orofaringe ~ Dificilmente a cultura de orofaringe da positividade, pois o paciente pode estar “curado” e , no tempo da coleta, pode estar no período de latência e o resultado ser negativo - Títulos elevados de anticorpo antiestreptococos (ASLO>333UT e Anti-DNase B) Definir presença de processo inflamatório ativo - VHS - PCR - Mucoproteína ~ Acompanha o processo inflamatório da doença ~ Quando aumenta é sinal de aumento da inflamação e quando diminui sinal de que a inflamação está sendo controlada - Alfa 1 glicoproteína ácida - Eletroforese de proteínas (alfa 2 globulina) Definir comprometimento cardíaco - ECG - Radiografia de tórax - Ecocardiograma - Cintilografia com Gálio-67 Diagnóstico - Critério de Jones Critérios Maiores: baixa sensibilidade e alta especificidade Poliartrite Eritema marginado Cardite Nódulos Subcutâneos Coréia Critérios Menores: alta sensibilidade baixa especificidade Febre PCR VHS elevado Artralgia Intervalo PR prolongado 18 Rafaela Pamplona Evidências que sustentam um antecedente de infecção pelo estreptococo β hemolítico do grupo A Cultura de orofaringe positiva, teste rápido para o EBGA e elevação de anticorpos (ASLO, Anti-DNase B) Com evidência de infecção estreptocócica recente 2 critérios maiores 1 critério maior e 2 menores Alta probabilidade de febre reumática aguda Critérios da OMS para diagnóstico do 1º surto, recorrências e cardiopatia reumática crônica Tratamento Repouso relativo- Tem por objetivo ~ Diminuir o trabalho cardíaco ~ Diminuir as dores articulares ~ Amenizar os movimentos coreicos ~ Controlar o comprometimento inflamatório - A duração é variável - Retorno as atividades físicas deve ser gradual Erradicação do foco estreptocócico - Tem por objetivo: ~ Evitar exposição prolongada e ~ Impedir a propagação de cepas reumatogênicas na comunidade - Os antibiótico mais utilizado é ~ Penicilina Benzatina ~ 600.000u se < 20kg ~ 1.200.000u se ≥ 20kg Poliartrite - Responde bem aos AINH especialmente ao AAS - A droga de escolha é o AAS ~ AAS 80 a 100mg/kg/dia dividido de 6/6h ~ Reduzir para 60mg/kg/dia após 2 semanas ~ Manter por um período de 4 semanas ~ Adulto 6 a 8g/dia - Naproxeno 10 a 20mg/kg/dia 12/12h é uma boa alternativa - Os corticoides não estão indicados nos casos de artrite isolada Cardite - Deve ser tratada mais agressivamente com corticoide ~ Prednisona 1 a 2mg/kg/dia (Max 80mg/dia) ~ Dose única pela manhã ou 2/3 pela manhã e 1/3 à tarde ~ Manter dose pela por 2 a 3 semanas ~ Retirar gradualmente( 20 a 25% da dose/semana) até 4 a 8 semanas na cardite leve e 12 semanas na cardite moderada/grave - Cardite leve: corticosteroide - Cardite moderada: corticosteroide, digital, diurético - Cardite grave: corticosteroide, digital, diurético, vasodilatadores periféricos, drogas vasoativas, cirurgia Coreia - Medicações sintomáticas - Haloperidol 1 mg/dia em 2 tomadas - Pode se aumentar a dose em 0,5mg a cada 3 dias até atingir dose máxima 5mg/dia - Após 3 semanas sem sintomas inicia-se redução gradual 1mg/semana - Ácido valproico é uma segunda opção Profilaxia primária O objetivo é erradicar o foco estreptocócico antes que desencadeie reações imunológicas Atentar para o diagnóstico de faringoamigdalite bacteriana na infância Baseada no uso de antibióticos bactericidas A penicilina Benzatina é a droga de escolha Melhoria das condições socioeconômicas da população carente 19 Rafaela Pamplona Profilaxia secundária O objetivo é evitar novos surtos em indivíduos predispostos Baseia-se no uso continuado de antibióticos bactericidas ou bacteriostáticos A Penicilina Benzatina é a droga de escolha A via oral deve ser utilizada excepcionalmente Nos casos de alergia à penicilina utilizar Sulfadiazina Nos casos de alergia à penicilina e à sulfa utilizar eritromicina Profilaxia terciária Paciente já sequelado, necessário a intervenção cirúrgica, além do reforço medicamentoso O objetivo é corrigir os distúrbios hemodinâmicos causados pelas sequelas de agressão valvar deixadas na fase aguda da doença Valvuloplastia percutânea Cirurgia: valvuloplastia ou troca de válvula Doenças da Valva Mitral Anatomia da Valva Mitral Anel valvar Dois folhetos valvares (uma anterior outra posterior) Cordoália tendínea Músculos papilares Área valvar de 4 a 6cm² Funções da valva mitral Durante a sístole ventricular - Manter-se fechada, impedindo o refluxo de sangue do VE para o AE Durante a diástole ventricular - Abrir-se completamente, não oferecendo resistência ao enchimento do VE Insuficiência Mitral 20 Rafaela Pamplona Distúrbio anátomo-fisiológico da valva mitral caracterizado pela falha de coaptação dos seus folhetos, determinando o aparecimento de um fluxo sanguíneo regurgitante do ventrículo esquerdo em direção ao átrio esquerdo durante a sístole ventricular Etiologia - Alterações do anel ~ Dilatação do anel ~ Calcificação do anel - Anormalidades dos folhetos ~ Degeneração mixomatosa ~ Doença reumática ~ Endocardite infecciosa ~ Doenças congênitas ~ Cardiomiopatia hipertrófica ~ Agentes anorexígenos (fenfluramina, fentermina) - Anormalidades nas cordoalhas ~ Ruptura primária ~ Ruptura secundária: degeneração mixomatosa, endocardite infecciosa, febre reumática, trauma - Anormalidades nos músculos papilares ~ Rotura associada a IAM ~ Disfunção secundária a isquemia, dilatação do VE, processos infiltrativos Classificação - Quanto a forma de apresentação ~ Aguda ~ Crônica: evolução lenta e gradual. Ex.: prolapso da valva, febre reumática - Quanto a gravidade Quadro Clínico - Quadro clínico da IM aguda ~ Edema agudo de pulmão ~ Choque cardiogênico - Quadro clínico da IM crônica ~ Pcts com IM leve a moderada: geralmente assintomáticos ~ Pcts com IM grave (fase compensada): podem permanecer assintomático por vários anos ~ Quando sintomático (fase descompensada) ↳ Fadiga e astenia ↳ Dispneia aos esforços ↳ Ortopneia ↳ Dispneia paroxística noturna ↳ Tosse e hemoptise (menos frequentes) ↳ Angina pectoris é rara (coronariopatia associada) Exame físico - Pulso arterial normal ou com amplitude aumentada - Pulso venoso geralmente é normal ~ Se HAP: onda “a” mais proeminente com onda ”v” mais alta - Ictus cordis tipo dilatação do VE - Impulsão protodiastólica palpável - Frêmito sistólico em FM - B1 está , em geral, diminuída (abafada ou inaudível) - B2 está comumente desdobrada e às vezes hiperfonética às custas de P2 se HAP - B3 é muito comum - B4 é rara (relacionada à presença de HAS ou DAC) - Sopro sistólico de regurgitação ~ Mais audível em FM ~ Caráter áspero ou ventoso ~ Irradiando-se para axila e dorso quando há envolvimento do folheto anterior e para o esterno ou FAO quando há envolvimento do folheto posterior ~ Aumenta com exercício isovolumétrico (handgrip), posição de cócoras ~ Diminuem com a posição ortostática ~ Sopro de ruflar diastólico por hiperfluxo 21 Rafaela Pamplona ECG - Na IM aguda e nos casos leves ~ Geralmente é normal - Na IM crônica ~ Incidência maior de fibrilação atrial ~ Sobrecarga atrial esquerda ↳ Alargamento da onda P ↳ Maior componente negativo da Onda P em V1 ~ Sobrecarga ventricular esquerda ↳ Exacerbação do QRS ~ Raramente sobrecarga ventricular direita Raio X de tórax - Forma aguda e nos casos leves ~ Área cardíaca normal ~ Sinais de congestão pulmonar - Forma crônica ~ Padrão de congestão pulmonar ~ Sinais de aumento do átrio esquerdo ~ Sinais de aumento do ventrículo esquerdo Ecocardiograma - Identifica o jato regurgitante da IM - Estima a gravidade da IM - Define a sua etiologia (maioria dos casos) - Denuncia alterações compensatórias do aparelho cardiovascular (↑AE, ↑VE) - Avalia a função ventricular esquerda e quantifica a disfunção quando presente - Ajudam no acompanhamento clínico e na definição de cirurgia Tratamento - Pacientes com IM aguda ~ Internar em UTI ~ Tratados agressivamente para compensar instabilidade hemodinâmica (Furosemida, Nitroprussiato de sódio ou Nitroglicerina, Dobutamina, Balão intraórtico) ~ Ponte para tratamento cirúrgico - Pacientes com IM crônica assintomáticos com função ventricular normal ~ Não há necessidade de tratamento medicamentoso ~ Profilaxia para EI e FR (quando necessária) - Pacientes com IM crônica sintomáticos ~ Tratamento da ICC (Digital, diurético, IECA, BRAII, vasodilatadores, antiarrítmicos) Tratamento intervencionista - Plastia da válvula mitral - Troca da valva mitral com preservação do aparelho subvalvar - Mitralclip (procedimento por cateterismo, “grampeia” as pontas da valva) 22 Rafaela Pamplona Estenose Mitral Estreitamento do orifício valvar mitral que determina uma resistência ao esvaziamento do conteúdo da cavidade atrial esquerda no ventrículo esquerdo durante a diástole ventricular Etiologia - Febre reumática (99% dos casos) - Outras causas mais raras: congênitas, lúpus eritematoso sistêmico, amiloidose,mucopolissacaridoses, mixoma atrial Classificação - Quanto a gravidade da lesão ~ Leve: AV entre 1,5 e 2cm² / GM < 5mmHg ~ Moderada: AV entre 1,0 e 1,5cm² / GM entre 5 e 10mmHg ~ Severa: AV< 1,0cm² / GM >10mmHg Quadro clínico - Fadiga e intolerância ao esforço - Dispneia aos esforços - Tosse com hemoptise - Dor torácica de caráter anginoso - Palpitações - Fenômenos embólicos - Rouquidão (Síndrome de Ortner) - Disfagia para sólidos Exame físico - Fácies mitral é rara hoje em dia - Pulso arterial normal ou reduzido (casos graves) - Pulso venoso geralmente é normal ~ Se HAP: onda “a” aumentada com onda ”v” gigante - Ictus cordis tipo normal ou tipo VD (HAP grave) - B1 palpável - B2 palpável no 2°EIE se HAP - Frêmito diastólico em ápice cardíaco (DLE) - Hiperfonese de B1 - Hiperfonese de B2 se HAP - Ausência de desdobramento de B2 (HAP severa) - B4 de ventrículo direito (HAP severa) - Estalido de abertura - Sopro diastólico de enchimento - Tipo ruflar - Bem localizado em área mitral - Pode irradiar para axila e área tricúspide (+ intenso) - Duração variável (proporcional a gravidade) - Reforço pré sistólico - Diminui com a inspiração e manobra de Valsalva - Aumenta com o exercício físico - Sopro de Graham Steel (IP) ECG - Ritmo sinusal ou fibrilação atrial - Sobrecarga do átrio esquerdo “P mitrale” ~ Onda P larga e bífida - Sobrecarga de VD e AD se HAP ~ AD – onda P apiculada ~ VD – inversão de polaridade de V1 a V6 - Só haverá sinais de sobrecarga de VE se houver outras lesões associadas Raio X de tórax - Edema intersticial pulmonar (Linhas B de Kerley) - Área cardíaca normal ou aumentada as custas VD - Retificação de segundo arco - Sinais de aumento de átrio esquerdo ~ Duplo contorno na silhueta direita do coração ~ Retificação de brônquio fonte esquerdo (sinal da bailarina) ~ Abaulamento do 4º arco cardíaco esquerdo, correspondente ao apêndice atrial esquerdo ~ Atelectasia na base pulmonar direita 23 Rafaela Pamplona Ecocardiograma - Espessamento dos folhetos valvares - Restrição da abertura - Abertura em cúpula (dome) da valva - Calcula a área valvar mitral e gradiente médio - Avalia o escore de Block (ou Wilkins) ~ Escore de Wilkins: consiste na avaliação da valva com ênfase na descrição dos aspectos estruturais. Quatro parâmetros são considerados, uma graduação de 1 a 4 pontos para cada item resulta num escore que pode variar de 4 a 16 pontos, escore ≤ 8 são candidatos a valvuloplastia mitral percutânea, na ausência de contraindicações ↳ Mobilidade dos folhetos ↳ Espessamento valvar ↳ Grau de calcificação ↳ Acometimento do aparato subvalvar - Mede o tamanho do átrio esquerdo - Estima a Pressão sistólica da artéria pulmonar - Função do ventrículo esquerdo e direito Tratamento clínico - Evitar esforços extenuantes - Restrição de sal e água - Métodos contraceptivos ~ Usar medicamentos com menor rico tromboembólicos (Progesterona isolada) ~ Evitar uso de dispositivos uterinos (DIU) - Profilaxia para febre reumática - Profilaxia para endocardite infecciosa - Não há droga para redução da estenose mitral - Betabloqueadores para controle da frequência cardíaca ~ Metoprolol 25mg a 100mg/dia - Diuréticos para controle dos sintomas de congestão ~ Furosemida 40 a 160mg/dia - Digital para controle da FC em pacientes com FA/IC ~ Digoxina 0,125mg a 0,5mg/dia - Anticoagulação com Warfarina se fibrilação atrial, eventos embólicos prévios ou trombo em AE ~ Warfarina 5mg/dia (Manter INR 2-3) ~ AAS 100mg/dia (Evento embólico prévio ou trombo em AE apesar da Warfarina) Tratamento intervencionista - Valvoplastia mitral por cateter-balão (VMCB) - Cirurgia (Comissurotomia, troca valvar) - Implante valvar transcateter (Perspectiva) 24 Rafaela Pamplona Doenças da Valva Aórtica Anatomia da Valva Aórtica Anel valvar Três folhetos valvares Área valvar 2,5 a 3,5cm² Funções da valva aórtica Durante a sístole ventricular - Abrir-se completamente não oferecendo resistência ao esvaziamento do VE Durante a diástole ventricular - Manter-se fechada impedindo o refluxo de sangue da aorta para o VE Insuficiência aórtica Distúrbio anátomo-fisiológico da valva aórtica que se caracteriza por refluxo de sangue da aorta para o ventrículo esquerdo durante a diástole ventricular Etiologia - Doenças que acometem a raiz da aorta ~ Dilatação degenerativa da raiz da aorta ~ Síndrome de Marfan ~ Dissecção aórtica ~ Osteogênese imperfeita ~ Aortite sifilítica ~ Espondilite anquilosante ~ Síndrome de Ehlers-Danlos ~ Hipertensão arterial sistêmica - Doenças que acometem a valva propriamente dita ~ Febre reumática (80% dos casos) ~ Endocardite infecciosa ~ Trauma cardíaco ~ Valva aórtica bicúspide ~ CIV ampla ~ Degeneração mixomatosa da válvula ~ Deteriorização de uma prótese valvular ~ L.E.S, Artrite reumatoide, espondilite anquilosante Classificação - Quanto a forma de apresentação ~ Aguda ~ Crônica - Quanto a gravidade da lesão ~ Mínima: FR < 20% ~ Leve: 20% < FR < 40% ~ Moderada: 40% < FR < 60% ~ Grave: FR > 60% Quadro clínico - IAO aguda ~ Edema agudo de pulmão ~ Choque cardiogênico - IAO crônica ~ Leve ou moderada: geralmente assintomático ~ Grave: podem permanecer assintomáticos por vários anos (fase compensada) ~ Quando sintomático (fase descompensada) ↳ Astenia ↳ Dispneia aos esforços ↳ Ortopneia ↳ Dispneia paroxística noturna ↳ Angina noturna Exame físico - Pulso capilar de Quincke ~ Visualização de pulsação em certos locais (ex: leito ungueal) devido à transmissão do pulso arterial nos pequenos vasos capilares - Pulso de Corrigan ou em martelo d’agua ~ Ele se caracteriza por uma ascensão rápida da onda de percussão sistólica, seguida de um colapso súbito - Aumento da pressão diferencial ~ A pressão é divergente quando a diferença entre a pressão sistólica e a pressão diastólica (Pressão diferencial) ultrapassa o valor de 60mmHg. Ex.: 160/30mmHg (pressão diferencial de: 130mmHg=160-30) - Dança das artérias ~ Batimentos arteriais no pescoço - Sinal de Musset (cabeça) ~ Movimentos rítmicos (para baixo e para frente) da cabeça, sincrônicos com o batimento cardíaco - Sinal de Muller (úvula) ~ Presença de pulsações sistólicas da úvula, vermelhidão e inchaço do véu palatino e das tonsilas - Sinal de Minervine (base da língua) ~ Pulsações da base da língua 25 Rafaela Pamplona - Sinal de Traube (canhão femoral) ~ Som agudo auscultado sobre o pulso femoral (ruido de pistola). O primeiro ruido tipo pré-sistólico e um segundo correspondente a segunda bulha - Sopro de Duroziez (duplo sopro femoral) ~ Duplo sopro auscultado a compreensão femoral - “Pistol shot” em certas artérias como a pediosas ~ Sensação de choque a ausculta da artéria pediosa - Precórdio hiperativo - Ictus tipo dilatação do VE - Frêmito sistólico em base (Hiperfluxo) - Frêmito diastólico em base é infrequente - B1 normo ou hipofonética - B2 variável às vezes de difícil análise - B3 correlaciona-se com a gravidade da IAO - B4 pode estar presente - Sopro protodiastólico de refluxo ~ Caráter aspirativo e decrescente ~ Mais audível em FAO acessório ~ Melhor audível com o pct sentado com o tórax inclinado para frente ~ Pode irradiar-se para a ponta do coração ~ Aumenta com o exercício isométrico (handgrip) e posição de cócoras ~ Diminui com a manobra de Valsalva e vasodilatadores ~ Sopro protosistólico de ejeção por estenose funcional ~ Sopro de Austin Flint: presente na IAO grave, quando o refluxo e a pressãoacabam por restringir o folheto anterior da valva mitral. Sopro aspirativo, rude durante a diástole, audível na ponta do coração com a valva mitral estruturalmente normal ECG - Na IAO aguda ~ Geralmente normal - Na IAO crônica ~ Desvio do eixo para a esquerda ~ Sobrecarga de ventrículo esquerdo: exacerbação QRS ~ Sobrecarga de átrio esquerdo (casos avançados): aumenta a duração da onda P Raio X de tórax - Na IAO aguda e casos leves ~ Área cardíaca normal ~ Sinais de congestão pulmonar - Na IAO crônica ~ Área cardíaca aumentada as custas do VE ~ Dilatação de aorta ascendente – sugere aortopatia ~ Átrio esquerdo habitualmente normal quando aumentado indica lesão mitral associada Ecocardiograma - Identifica o refluxo de sangue da IAO - Estima o grau e a severidade da IAO - Define a sua etiologia (maioria dos casos) - Denuncia alterações compensatórias do aparelho cardiovascular - Avalia a função ventricular esquerda e quantifica a disfunção quando presente - Ajuda no acompanhamento clínico e na indicação de cirurgia Tratamento clínico - IAO aguda ~ Internar em UTI ~ Tratados agressivamente para compensar instabilidade hemodinâmica (Furosemida, Nitroprussiato de sódio) ~ Balão intraórtico é contraindicado ~ Ponte para tratamento cirúrgico - IAO crônica leve a moderada – assintomáticos com função ventricular esquerda preservada ~ Não há necessidade de medicação ~ Acompanhamento clínico e ecocardiográfico anual ~ Profilaxia para endocardite infecciosa se anormalidades estruturais da valva ~ Profilaxia para febre reumática se etiologia reumática 26 Rafaela Pamplona - IAO crônica severa – assintomáticos com função ventricular esquerda preservada ~ Não há consenso sobre utilizar vasodilatadores orais (Nifedipina, IECA, Hidralazina) ~ Acompanhamento clínico e ecocardiográfico a cada 6 meses ~ Profilaxia para endocardite infecciosa se anormalidades estruturais da valva ~ Profilaxia para febre reumática se etiologia reumática - IAO crônica severa – assintomáticos com função ventricular esquerda comprometida ~ Utilizar vasodilatadores orais (IECA, hidralazina) ~ Acompanhamento clínico e ecocardiográfico a cada 6 meses ~ Profilaxia para endocardite infecciosa se anormalidades estruturais da valva ~ Profilaxia para febre reumática se etiologia reumática - IAO crônica severa – sintomáticos com função ventricular esquerda comprometida ~ Utilizar digital e diurético ~ Utilizar vasodilatadores orais (IECA, Hidralazina) ~ Profilaxia para endocardite infecciosa se anormalidades estruturais da valva ~ Profilaxia para febre reumática se etiologia reumática ~ Indicação cirúrgica Tratamento intervencionista - Cirurgia de troca valvar - Implante transcateter de valva aórtica (TAVI) Estenose aórtica Estreitamento na via de saída do ventrículo esquerdo por comprometimento da dinâmica sistólica do aparelho valvar aórtico Etiologia - Congênita - Reumática - Degenerativa Classificação - Quanto a gravidade da lesão ~ Leve: AV entre 1,5 e 2,5cm² / GM < 25mmHg ~ Moderada: AV entre 1,0 e 1,5cm² / GM entre 25 e 40mmHg ~ Grave: AV ≤ 1,0cm² / GM ≥ 40mmHg Quadro clínico - Paciente usualmente permanece assintomático por muitos anos (fase compensada) - Quando sintomáticos (fase descompensada) ~ Dispneia aos esforços ~ Angina pectoris ~ Síncope ~ Morte súbita Exame físico - Pulso arterial parvus e tardus - Pulso venoso é usualmente normal - Ictus tipo HVE - Frêmito sistólico em foco aórtico e em carótidas - Vibração carotídea - B1 é normal - B2 pode ser hipofonética e única ou com desdobramento paradoxal (Disfunção de VE) - B4 acentuada - Estalido de ejeção aórtico - Sopro sistólico de ejeção - Mais audível em FAO - Irradiação para carótidas às vezes para ápice - Caráter áspero 27 Rafaela Pamplona - Aumenta com a posição de cócoras, exercício físico - Diminui com manobra de Valsalva, posição ortostática, exercício isovolumétrico (handgrip) ECG - Sobrecarga ventricular esquerda (85% casos graves) - Sobrecarga atrial esquerda é comum - Menos frequentemente BRE, BDASE Raio X de tórax - A área cardíaca geralmente é normal - Calcificação da valva aórtica - Dilatação pós estenótica da aorta ascendente Ecocardiograma - Confirma a presença de estenose - Avalia a morfologia valvar - Define sua etiologia na maioria dos casos - Estima a gravidade da lesão (AV e GM) - Mede o grau de hipertrofia - Avalia a função ventricular esquerda Tratamento clínico - Não há tratamento medicamentoso específico para pcts assintomáticos ~ O acompanhamento clínico e ecocardiográfico deve ser rigoroso ~ Profilaxia para EI e FR quando necessário - O tratamento medicamentoso nos pcts sintomáticos é pouco efetivo e não altera mortalidade ~ Diuréticos (Furosemida) para alívio dos sintomas ~ Vasodilatadores (IECA) com cuidado ~ Evitar betabloqueadores ~ É utilizado em não candidato ou como ponte para tratamento intervencionista Tratamento intervencionista - Cirurgia de troca valvar - Implante transcateter de valva aórtica (TAVI) - Valvoplastia por cateter balão RESUMO – VALVULOPATIAS 28 Rafaela Pamplona Síndromes Coronarianas Crônicas Angina Estável Conceito - Desconforto torácico, usualmente retroesternal, irradiando- se frequentemente para o membro superior esquerdo, mandíbula, pescoço e face dorsal do tórax, desencadeado por esforço físico, estresse com duração de até 15 min, aliviado pelo repouso ou uso de nitrato sublingual Exame físico - Geralmente normal Epidemiologia - 90% da população adulta com angina estável é portadora de coronariopatia obstrutiva - 50% em indivíduos com precordialgia atípica - 15% em indivíduos assintomáticos Fisiopatologia - Desequilíbrio entre o fluxo coronário (oferta de O2) e a demanda metabólica (consumo de O2) Classificação - Classe I: Atividades físicas usuais como andar e subir escadas não causam angina. A dor anginosa ocorre durante atividades físicas extenuantes, rápidas ou prolongadas, no trabalho ou no lazer. - Classe II – Pequena limitação nas atividades físicas usuais. Andar ou subir escadas rapidamente, andar em ladeira, andar ou subir escadas após as refeições, no frio, no vento ou sob estresse emocional ou nas primeiras horas após acordar. Andar mais de 2 quarteirões no plano ou subir mais de um lance de escadas em passo normal e em condições habituais - Classe III – Importante limitação das atividades físicas habituais. Andar mais de um quarteirão no plano ou subir um lance de escadas devagar. - Classe IV – Impossibilidade de realizar qualquer atividade física sem que ocorra dor anginosa, que pode ocorrer mesmo em repouso Exames complementares - Eletrocardiograma de repouso ~ 50% têm ECG normal ~ Alterações do segmento ST ~ Alterações da onda T - Eletrocardiograma de esforço ~ Deve ser indicado rotineiramente em todos os casos de angina estável ~ Contraindicações: bloqueio de ramos; arritmias complexas; disfunção ventricular ~ Valor preditivo de 90% para detecção de DAC em pacientes com angina estável e desnível do Segmento ST igual ou maior que 2mm, tipo horizontal ou descendente ~ Desnível precoce do segmento ST sugere doença multiarterial ~ Os Testes Ergométricos negativos não excluem o diagnóstico de DAC - Ecocardiograma ~ Avaliar contratilidade regional ~ Diagnosticar HVE ~ Mostrar aumento de cavidades ~ Calcular a fração de ejeção - Cintilografia de Perfusão Miocárdica ~ Tem sensibilidade e especificidade de 82% e 88% quando comparados à cineangiocoronariografia para identificaçãodo DAC ~ Traçadores de Perfusão ↳ Talio 201 ↳ Tecnécio 99m ~ O radionuclídeo é injetado EV no pico do exercício ou em um ponto terminal limitado por sintomas (angina, dispneia) com mais exercícios por 30 – 45s - Angiotomografia Coronária - Teste de estresse farmacológico ~ Usados nos pacientes que são inaptos a se exercitar adequadamente (idosos, AVC, DVP, DP, artrite) ~ Usados vasodilatadores farmacológicos ↳ Dipiridamol ↳ Adenosina - Ecocardiografia de esforço ~ Estima funções global e regional ventriculares esquerdas com ausência e presença de Isquemia ~ Detecta HVE ~ Doença valvar associada ~ Pode detectar a presença de DAC com acurácia similar aos Testes de esforço com perfusão miocárdica ~ É superior ao teste ergométrico isolado - Ecocardiografia de estresse farmacológico ~ Indicado para pacientes incapazes de se exercitar; ~ Infusão de Dobutamina iniciando-se com 5 a 10 ug/Kg/mm até no máximo 40 à 45 ug/Kg/mm 29 Rafaela Pamplona ~ Aumento da frequência cardíaca e a contratilidade miocárdica ~ Importante para detectar miocárdio viável ~ Pode se usar Atropina principalmente em pacientes em uso de Betabloqueador - Cineangiocoronarioventriculografia ~ É indispensável para definir o diagnóstico de DAC ~ Avalia gravidade anatômica e define as funções ventriculares esquerda ~ São indicados para cineangiocoronariografia os pacientes com as seguintes características ↳ Angina refratária ao tratamento medicamentoso ↳ Presença de isquemia em múltiplas derivações do Eletrocardiograma convencional ↳ Função ventricular esquerda deprimida, menor que 50% ↳ Alteração em prova funcional de isquemia como: teste ergométrico e/ou cintilografia de perfusão miocárdica Relação angina e comprometimento arterial - 15 % têm artérias coronárias normais - 5 – 10% têm lesão obstrutiva no tronco da coronária esquerda - 25% têm lesões uniarterial - 25% têm lesões biarterial - 25% têm lesões triarterial Tratamento - Identificação e Tratamento das patologias associadas que possam piorar ou precipitar a Angina - Reduzir os fatores de risco para DAC - Mudança no Estilo de Vida (MEV) - Tratamento farmacológico - Revascularização por angioplastia transluminal percutânea ou pela cirurgia de bypass coronário Tratamento farmacológico - Drogas que diminuem a mortalidade: AAS, IECA e estatinas - Drogas antianginosas: β-bloqueadores; bloqueadores dos canais de cálcio (BCC); nitratos; Ivabradina; Trimetadizina; Ranolozina - AAS: usada em todos os casos ~ Ação antiplaquetária (diminui agregação plaquetária – diminui produção do tromboxane A2 ~ Redução da mortalidade ~ Redução de novos eventos isquêmicos (IAM, angina estável e morte súbita) ~ Dose: 75 – 325mg/dia - Ticlopidina – Clopidogrel: quando existe contraindicação para uso se AAS - IECA ~ Indicada para todos os pacientes com angina estável sem contraindicação ~ Excelente nos paciente com hipertensão, diabetes, insuficiência renal e insuficiência cardíaca ~ Ramipril, Enalapril - Estatinas ~ Melhora e restauração da função endotelial ~ Estabilização das placas ateroscleróticas ~ Diminuição do estresse oxidativo ~ Redução da inflamação vascular ~ Efeitos antitrombóticos - Betabloqueadores ~ Em todos os pacientes sem contraindicação ~ Diminui o consumo de O2 ↳ Reduz a frequência cardíaca ↳ Reduz a pressão arterial ↳ Reduz a contratilidade miocárdica ~ Prolonga a diástole – melhora o fluxo coronário ~ Previne arritmias (catecolaminas) - Bloqueadores dos canais de cálcio ~ Diltiazem e Verapamil ~ Atuam diminuindo o consumo e aumentando a oferta de O2 para o Miocárdio através de sua ação na musculatura lisa arterial sistêmica e coronária - Nitratos ~ consumo de O2 pelo miocárdio, aumentando sua oferta ~ Ação vasodilatação das veias e artérias ~ Eficaz no alívio da dor ~ Diminuição da pré e pós carga (diminuição do consumo de O2 pelo miocárdio) ~ Melhora a oferta de O2 na área isquêmica - Trimetadizina ~ Inibe a oxidação dos ácidos graxos ~ Diminui episódios de angina ~ Maior tolerância aos esforços ~ Vastarel MR® 35mg 2x/dia ~ Não reduz FC e PA - Ivabradina ~ Age no nó sinusal ~ Diminui a frequência cardíaca ~ Procoralan® 5mg 2x/dia - Ranolazina ~ Inibição da corrente tardia de sódio. ~ Não altera a FC e PA ~ Riscard® 500 mg 2x/dia 30 Rafaela Pamplona Síndromes Coronarianas Agudas (SCA) IAM - Sem elevação do segmento ST - Com elevação do segmento ST ~ Com onda Q ~ Sem onda Q Angina instável Fatores precipitantes da SCA Taquicardia: anemia, febre, tireotoxicose, taquiarritmias Aumento da pós-carga: estenose aórtica (EAO), HAS Aumento da pré-carga: dilatação das câmaras cardíacas, alto DC Estado inotrópico: uso de cocaína, drogas simpaticomiméticas Fisiopatologia Ruptura da placa - Hipertensão arterial sistólica - Aumento da frequência cardíaca - Aumento da viscosidade sanguínea - Atividade do ativador do plasminogênio tecidual endógeno (TPA) - Níveis do cortisol plasmático (stress) - Níveis do inibidor do ativador do plasminogênio (PAI -1) Ativação e agregação plaquetária Geração de trombina Formação do trombo Desequilíbrio entre suprimento e demanda de O2 Necrose miocárdica Diagnóstico SCA Precordialgia prolongada, por mais de 20min, secundária a isquemia Alterações eletrocardiográficas em ECGs seriados - Infra-desnivelamento do segmento ST - Inversão da onda T - Supra-desnivelamento do segmento ST Curva enzimática de lesão miocárdica positiva (no IAM) Marcadores da lesão cardíaca ENZIMAS INÍCIO PICO RETORNO AO NORMAL CK-MB 4 – 6h 18h 48 – 72h Troponina T Troponina I Troponina US* 3 – 12h 12 – 48h 5 – 14dias Mioglobina 1 – 4h 6 – 7h 24h MCK-MB massa 3 – 4h 16 – 24h 48 – 72h Exame físico - Ansiedade - Palidez cutânea - Taquipneia - Normotenso - Extrassístole ventricular (ESV) (95%) Angina Instável (AI) Isquemia miocárdica grave e transitória Aproximadamente 9% desenvolvem IAM 30 – 60% dos pacientes com IAM tiveram AI Intermediária entre a angina estável e o IAM Determinada pelo desequilíbrio entre a oferta e a demanda de O2 ao miocárdio 31 Rafaela Pamplona Gravidade - A presença de angina, apesar da terapêutica clínica ótima, determina mortalidade de 20% em 1 mês e 43% em 1 ano I. Sintomas com esforço II. Sintomas em esforço (entre 2 e 3 dias) III. Sintomas em repouso nas ultimas 48h Alterações ECG - Inversão de onda T - Depressão do segmento ST Infarto Agudo do Miocárdio Evento coronariano agudo cuja evolução natural converge para necrose miocárdica Classificação - IAM sem supra desnivelamento do segmento ST ~ Acomete geralmente a região subendocárdica ~ A necrose é não transmural ~ Caracteriza-se pela ausência de supra-desnivelamento do segmento ST e onda Q no ECG ~ Fisiopatologia: Suboclusão trombolítica aguda de uma coronária ~ Corresponde a 30-40% dos IAM - IAM com supra desnivelamento do segmento ST ~ A necrose se estende por toda a parede miocárdica ~ Necrose transmural ~ Caracteriza-se pela presença de supra-desnivelamento segmento ST no ECG e onda Q no ECG evolutivo ~ Fisiopatologia: oclusão trombolítica de uma coronária ~ Corresponde a 60 – 70% dos casos de infarto 5% dos casos de IAM ocorrem sem a presença de trombose coronariana - Angina de Prinzmetal - Disseção da aorta - Uso de cocaína - Trauma - Embolia - Amiloidose Diagnóstico do IAM - Ausculta cardíaca ~ 1ª bulha: abafada ~ 2ª bulha: desdobrada na presença de BRE ~ 3ª bulha: IAM extenso ~ 4ª bulha: na maioria dos IAM com ritmo sinusal - Sopros ~ Insuficiência mitral ~ Comunicação interventricular -
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