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Guarapari 2021 RHUANN LUIZ CASTHELOGE ROSSI GESTÃO DA MANUTENÇÃO: APLICAÇÃO DA METODOLOGIA RCM NA INDÚSTRIA Guarapari 2021 GESTÃO DA MANUTENÇÃO: APLICAÇÃO DA METODOLOGIA RCM NA INDÚSTRIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Mecânica Orientador: Eduardo Akamatsu RHUANN LUIZ CASTHELOGE ROSSI RHUANN LUIZ CASTHELOGE ROSSI GESTÃO DA MANUTENÇÃO: APLICAÇÃO DA METODOLOGIA RCM NA INDÚSTRIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Mecânica. BANCA EXAMINADORA Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) Guarapari, 16 de Junho de 2021 ROSSI, Rhuann Luiz Castheloge. Gestão da Manutenção: Aplicação da Metodologia RCM na Indústria. 2021. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) – Faculdade Pitágoras, Guarapari, 2021. RESUMO O gerenciamento da manutenção vem se transformando em um pilar estratégico por conta do aumento de competitividade gerada pelas empresas, no qual diversas ferramentas e programas têm sido utilizados para alavancar seus resultados, visando um gerenciamento mais eficaz de seus ativos e uma redução de seus custos, pois é através dessa gestão que vamos conseguir manter a disponibilidade dos equipamentos, gerenciar os recursos e eliminar os defeitos das máquinas para manter o padrão de qualidade dos produtos. É neste contexto que programas como a Manutenção Centrada na Confiabilidade (MCC) tem ganhado destaque. Nesse sentido, o presente trabalho tem o objetivo de estudar a gestão da manutenção através da aplicação da metodologia MCC na indústria. Para a realização deste trabalho, a metodologia escolhida foi a revisão literária por meio de pesquisas realizadas em livros e artigos acadêmicos. A realização desta pesquisa permite compreender a importância que a gestão da manutenção tem para o sucesso organizacional das empresas visando um gerenciamento mais eficaz de seus ativos e uma redução de seus custos. Palavras-chave: Gerenciamento da manutenção. Gestão da manutenção. Manutenção Centrada na Confiabilidade. Manutenção. ROSSI, Rhuann Luiz Castheloge. Maintenance Management: Application of the RCM Methodology in Industry. 2021. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) – Faculdade Pitágoras, Guarapari, 2021. ABSTRACT Maintenance management has become a strategic pillar due to the increased competitiveness generated by companies, in which several tools and programs have been used to leverage their results, aiming at a more effective management of their assets and a reduction in their costs, because it is through this management that we will be able to maintain the availability of the equipment, manage the resources and eliminate the defects of the machines to maintain the quality standard of the products. It is in this context that programs such as Reliability Centered Maintenance (RCM) have gained prominence. In this sense, the present work has the objective of studying the maintenance management through the application of the RCM methodology in the industry. For the accomplishment of this work, the chosen methodology was the literary revision through researches carried through in books and academic articles. The realization of this research allows to understand the importance that the maintenance management has for the organizational success of the companies aiming at a more effective management of their assets and a reduction of their costs. Keywords: Maintenance management. Reliability Centered Maintenance. Maintenance. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Síntese da aplicação das metodologias de manutenção ........................ 13 Figura 2 – Evolução da Manutenção ....................................................................... 14 Figura 3 – Diferença entre os tipos de manutenção e a Engenharia de Manutenção ............................................................................................................. 18 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Comparativo da Manutenção Tradicional x Manutenção Centrada na Confiabilidade ........................................................................................................... 27 Tabela 2 – Relacionamentos entre MPT e MCC ...................................................... 28 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas DFMEA Design Failure Mode and Effects Analysis FMEA Failure Mode and Effects Analysis FMECA Modos de Falhas, Efeitos e Análise de Criticalidade MC Manutenção Corretiva MCC Manutenção Centrada na Confiabilidade MPT Manutenção Produtiva Total NBR Norma Brasileira PCM Planejamento e Controle da Manutenção PDCA Plan, Do, Check e Act PFMEA Process Failure Mode and Effects Analysis RCM Reliability Centered Maintenance TPM Total Productive Maintenance 5W2H What, When, Who, Where, Why, How, How Much SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10 2. VISÃO GERAL DA GESTÃO ESTRATÉGICA DA MANUTENÇÃO ................. 12 2.1 TIPOS DE MANUTENÇÃO ............................................................................. 14 2.1.1 MANUTENÇÃO CORRETIVA PLANEJADA E NÃO PLANEJADA ....... 14 2.1.2 MANUTENÇÃO PREVENTIVA ............................................................... 15 2.1.3 MANUTENÇÃO PREDITIVA .................................................................. 16 2.1.4 MANUTENÇÃO DETECTIVA ................................................................. 16 2.1.5 ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO ........................................................ 17 3. GESTÃO DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL COM ÊNFASE NA REALIBILITY CENTERED MAINTENANCE (RCM) ........................................................................ 20 3.1 ETAPAS DE IMPLEMENTAÇÃO DA MCC .................................................... 22 4. MANUTENÇÃO TRADICIONAL X MANUTENÇÃO CENTRADA NA CONFIABILIDADE .................................................................................................... 26 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 30 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 31 10 1 INTRODUÇÃO Na indústria, o gerenciamento da manutenção tem papel muito importante, pois é através dessa gestão que vamos conseguir manter a disponibilidade dos equipamentos, gerenciar os recursos e eliminar os defeitos das máquinas para manter o padrão de qualidade dos produtos. Dito isso, temos algumas ferramentas que ao serem implementadas, podem nos trazer uma boa gestão do processo. Tais ferramentas são: ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Act), 5W2H (What, When, Who, Where, Why, How, How much), TPM (Total Productive Maintenance), FMECA (Modos de Falhas, Efeitos e Análise de Criticalidade), MCC ou RCM (Manutenção Centrada na Confiabilidade ou Reliability Centered Maintenance) e Softwares. Como podemos ver, são muitas as ferramentas que ao serem implementadas, podem nos trazer uma gestão confiável. Sendo assim, nesse trabalho o foco será no método MCC e quais as vantagens que a ferramenta de gestão com ênfase nessa metodologia nos traz, comparado a uma gestão de manutenção tradicional? Esse programa vem nos mostrando uma forma eficiente detratativa quando abordamos as questões da manutenção devido a sua abordagem racional e sistemática, permitindo assim um alcance na excelência das atividades de manutenção através da ampliação da disponibilidade e redução dos custos associados a acidentes, defeitos, reparos e substituições de peças e/ou equipamentos. Os gestores de manutenção devem ter ampla visão e atuação sistêmica dentro de suas organizações, de tal forma que a diversidade de modelos e fundamentações do planejamento e controle da manutenção, plenamente consolidados, sejam úteis à maximização dos equipamentos, assim como os lucros da organização. Como objetivo primário, o presente trabalho tem como ponto geral conhecer a manutenção centrada na confiabilidade (MCC ou RCM), uma vez que quando falamos de gestão da manutenção, inúmeras são as ferramentas de aplicação. Como suporte foram ainda estabelecidos os seguintes objetivos específicos: estudar a aplicação da metodologia de RCM na indústria; mostrar a diferença entre a estratégia tradicional da gestão e da manutenção centrada na confiabilidade; descrever o passo a passo para que seja feita uma implementação da metodologia MCC de forma eficiente 11 De maneira a administrar corretamente as mais diversas variáveis envolvidas em sua gestão, é necessário planejar a manutenção, ou seja, devemos fazer um estudo minucioso de cada área e cada ativo físico, desde o planejamento de compras e dimensionamento de estoques de materiais até a interferência na produção, com planos de paradas. Destacando a criticidade para o processo e os impactos de uma possível falha. Dessa forma, tal processo poderá reduzir custos através do aumento da disponibilidade e vida útil de equipamentos e melhorando a segurança do ambiente de trabalho. É dentro desse contexto que se insere o atual trabalho, que trata da metodologia de gestão da manutenção baseada na Manutenção Centrada em Confiabilidade. Como fundamentação, a presente pesquisa terá como base as informações retiradas de sites especializados, como: “scielo”, “scholar.google”, “repositórios capes”. Como meio alternativo, livros acadêmicos, artigos e monografias também serão utilizados para que se tenha uma melhor abrangência do assunto em discussão. 12 2 VISÃO GERAL DA GESTÃO ESTRATÉGICA DA MANUTENÇÃO No fim do século XIX e início do século XX, com o surgimento da indústria mecanizada, a manutenção que era feita sem organização e sem planejamento, passam então a ter uma nova visão através da Administração Científica de Henry Ford, da necessidade de se ter um processo de manutenção mais elaborado para uma produção em série. Até a I Guerra Mundial, esse cenário, com manutenção e produção realizadas pelo próprio operador, predominou, onde as linhas de montagem introduzidas por Henry Ford iniciaram a demanda por sistemas de manutenção mais ágeis e eficazes, predominantemente direcionados para o que hoje se denomina manutenção corretiva (FILHO, 2008). Durante as décadas de 30 e 40, a atividade de manutenção passou a ter uma estrutura tão importante quanto a de operação, surgindo assim a Manutenção Preventiva. Zaions (2003) relata que foi durante os anos de 1950, com às necessidades de desenvolvimento industrial para atender o pós Segunda Guerra Mundial, surge a Engenharia de Manutenção, designada a esquematizar e controlar a Manutenção Preventiva, além de efetuar a análise da causa e do efeito das falhas. Entre os anos de 1960 até 1980, com o avanço tecnológico e a difusão dos computadores, inovações para controle, medição e análise de falhas, tanto em termos de tratamento de dados quanto em termos de disponibilidade de novos instrumentos e equipamentos foram sendo desenvolvidos. Assim, foram surgindo novos critérios de previsão de falhas, com equipes focadas no melhor aproveitamento dos recursos disponíveis, através de controles estatísticos, estudos das avarias e uso de sistemas informatizados. Neste contexto, surge a Manutenção Preditiva e a área de Planejamento e Controle da Manutenção - PCM (FILHO, 2008) Para alguns autores, a década de 60 é a época que corresponde ao berço de novas filosofias de gestão da manutenção como, por exemplo, a Manutenção Centrada em Confiabilidade (PINTO e NASIF, 1999). Nessa mesma época, entre as décadas 60 e 70, a manutenção passa a ser vista como produtiva, e filosofias orientais começam a ser incorporadas nas indústrias, como é o caso do Manutenção Produtiva Total (NAKAJIMA, 1989). Os últimos 30 anos, é de grande importância para o desenvolvimento da Manutenção Centrada na Confiabilidade. Foi a partir da década de 90 com a 13 disseminação dos microcomputadores e do desenvolvimento de Sistemas Computadorizados de Gerenciamento da Manutenção, que a Gestão da Manutenção assumiu papel não apenas importante, mas estratégico dentro das empresas (ZAIONS, 2003). Além disso, com a crescente exigência de qualidade dos produtos por parte dos consumidores, a manutenção foi obrigada a responder por suas intervenções com maior rigor e confiabilidade, diminuindo retrabalhos e falhas na produção. A Figura 1, ilustra a evolução temporal das técnicas de manutenção nas indústrias (LAFRAIA, 2001). A utilização da manutenção, como função estratégica das organizações é considerada responsável direta pela disponibilidade dos ativos, tendo importância capital nos resultados da empresa, sendo que seus resultados serão tanto melhores quanto mais eficaz for a gestão da manutenção (OTANI e MACHADO, 2008). A percepção associada aos custos operacionais vem levantando soluções acertadas às necessidades de cada empresa. No entanto, é imprescindível que o direcionamento de técnicas seja feito de formas sistêmicas, mais precisa e direta, amortecendo os riscos de investimento e assim alcançando a real finalidade de diminuir os custos desnecessários. Fonte: LAFRAIA (2001). Figura 1 - Síntese da aplicação das metodologias de manutenção 14 Moubray (2000), relata que devido ao aumento da grande diversidade e complexidades dos itens físicos, bem como dos novos enfoques e responsabilidades da manutenção, o Gerenciamento da Manutenção foi uma das áreas administrativas que mais evoluiu. Conforme ilustrado na Figura 2, uma análise do histórico entre os anos de 1940 e 2010, nos permite observar que o enfoque dado para a manutenção comporta uma divisão em três gerações (PINTO e NASIF,1999; MOUBRAY,2000; LAFRAIA, 2001). 2.1 TIPOS DE MANUTENÇÃO Os tipos de manutenção são caracterizados pela maneira como é feita a intervenção no sistema. Segundo Kardec e Nascif (1999) e Siqueira (2009), os tipos de manutenção são também classificados de acordo com a atitude dos usuários em relação às falhas. Diante disso, cinco categorias são normalmente identificadas, sob este aspecto: Manutenção Corretiva Planejada e Não Planejada; Manutenção Preventiva; Manutenção Preditiva; Manutenção Detectiva; Engenharia de Manutenção. 2.1.1 Manutenção corretiva planejada e não planejada Dentre os tipos de manutenção existentes, a Manutenção Corretiva (MC) é a mais antiga e a mais utilizada. Dizemos ainda que é a mais simples e de fácil entendimento. De acordo com Smith (1993), a MC é qualificada, basicamente, por Figura 2 - Evolução da Manutenção Fonte: MOUBRAY (2000) 15 ações reativas (curativas), não planejadas ou de emergência, exigidas para a restauração de um item a uma condição determinada. Para Moubray (1997), é qualquer atividade de manutenção que exija a correção de uma falha ocorrida ou que estejam em processo de ocorrência. Esta atividade pode consistir em reparo, restauração ou substituição de componentes. Apesar de se tratar de uma simples manutenção, a Manutenção Corretiva esta subdividia em duas categorias, que são: Manutenção Corretiva Planejada e Manutenção Corretiva Não Planejada. Manutenção corretivaplanejada: acontece pela decisão gerencial de operar até a falha ou em função de um acompanhamento preditivo, ou seja, a manutenção é preparada. OTANI e MACHADO (2008) afirmam ainda que por se tratar de uma ocorrência planejada, aquilo que se faz planejado, acercar-se a ficar mais barato, mais seguro e mais rápido. Manutenção corretiva não-planejada: acontece sem planejamento ou acompanhamento, a correção da falha ou do desempenho aquém do esperado é realizada sempre após a ocorrência do evento. Sendo assim, implica em altos custos e baixa confiabilidade de produção, gerando ociosidade e danos maiores aos equipamentos, muitas vezes irreversíveis (OTANI e MACHADO, 2008). A MC será sempre necessária, no entanto, ter esse tipo manutenção como política central de manutenção da empresa pode gerar altos custos. Tais custos podem estar associados a: estoque de peças sobressalentes, trabalho extra, custo ociosidade de máquina e baixa disponibilidade de produção. 2.1.2 Manutenção preventiva A manutenção preventiva pode ser vista como um escopo de ações de manutenção pré-determinado ou troca de itens, antes do mesmo apresentar falhas operacionais ou avarias. Conforme a ABNT-NBR-5462 (1994), o termo manutenção preventivo é definido como a manutenção efetuada em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento de um item. Fitch (1992) ao comparar a manutenção preventiva como a manutenção corretiva, afirma que a preventiva está a um nível superior da corretiva. Essa afirmação se dá devido o equipamento ou sistema encontrar-se em estado operacional, mas com desempenho reduzido, a ponto de entrar em estado de falha. 16 Por fim, esse tipo de manutenção tem como objetivo final alcançar a utilização máxima do equipamento nas tarefas de produção, reduzindo tempo de parada de máquinas e custos de manutenção. Para que esse objetivo seja alcançado, Antiniolli (1999) traz algumas medidas a serem seguidas que são: • Determinar padrões que permitam avaliar a eficiência da manutenção; • Planejar e configurar tabelas com antecedência; • Melhorar a produtividade de cada colaborador, diminuindo os atrasos evitáveis e inevitáveis; • Ter equipamento e mão-de-obra de manutenção disponíveis de forma simultâneas para realização das inspeções; • Assegurar-se de que o departamento de manutenção está cooperando para a realização das inspeções preventivas conforme planejamento. 2.1.3 Manutenção preditiva A ação preditiva realiza o acompanhamento de variáveis e parâmetros de desempenho de máquinas e equipamentos, visando definir o instante correto da intervenção, com o máximo de aproveitamento do ativo. Seguindo o que diz a ABNT-NBR-5462 (1994), a manutenção preditiva tem sua funcionalidade na busca de garantir uma qualidade de serviço desejada. Tendo como base a aplicação sistemática de técnicas de análise, meios de supervisão centralizados ou de amostragem, para reduzir ao mínimo a manutenção preventiva e diminuir a manutenção corretiva. Cabe destacar que segundo Almeida (2000, p. 4), há uma diferença substancial entre a manutenção corretiva e a preditiva: “(...) Talvez a diferença mais importante entre manutenção reativa e preditiva seja a capacidade de se programar o reparo quando ele terá o menor impacto sobre a produção. O tempo de produção perdido como resultado de manutenção reativa é substancial e raramente pode ser recuperado. A maioria das plantas industriais, durante períodos de produção de pico, operam 24 horas por dia. Portanto, o tempo perdido de produção não pode ser recuperado.” 2.1.4 Manutenção detectiva Alguns equipamentos ao serem colocados em funcionamento fazem a chamada auto verificação (self-test) e indicam se há alguma anormalidade, isto também pode ocorrer durante o período de operação ou parada. A manutenção detectiva tem como objetivo o aumento da confiabilidade dos equipamentos, através 17 de intervenção em sistemas de proteção para detectar falhas ocultas e não perceptíveis ao pessoal da operação (SOUZA, 2008). O que diferencia a manutenção preditiva da manutenção detectiva é o nível de automatização (NASCIF, 2009). Sendo assim, na manutenção preditiva, faz-se necessário o diagnóstico a partir da medição de parâmetros, enquanto na manutenção detectiva, o diagnóstico é obtido de forma direta a partir do processamento das informações colhidas junto a planta. Dessa forma, a utilização de equipamentos digitais em instrumentação e controle de processo nos mais diversos tipos de plantas industriais tem sido cada vez maior. 2.1.5 Engenharia de manutenção Engenharia de Manutenção significa “perseguir benchmarks, aplicar técnicas modernas, estar nivelado com a manutenção do Primeiro Mundo”. Para tanto, visa, dentre outros fatores, aumentar a confiabilidade, disponibilidade, segurança e manutenibilidade; eliminar problemas crônicos e solucionar problemas tecnológicos; melhorar gestão de pessoal, materiais e sobressalentes; participar de novos projetos e dar suporte à execução; fazer análise de falhas e estudos; elaborar planos de manutenção, fazer análise crítica e acompanhar indicadores, zelando sempre pela documentação técnica (KARDEC e NASCIF, 2009). Na busca de estratégias de manutenção tecnicamente mais viáveis e com melhor custo–benefício, foi da indústria que se originaram as duas metodologias de manutenção mais utilizadas em todo o mundo e com maior sucesso, a Manutenção Produtiva Total e a Manutenção Centrada em Confiabilidade, apresentadas e discutidas na sequência. A figura 3 abaixo ilustra melhor as diferenças entre os diversos tipos de manutenção e a posição da Engenharia de Manutenção neste cenário. 18 Figura 3 – Diferença entre os tipos de manutenção e a Engenharia de Manutenção. 2.1.5.1 Manutenção produtiva total A Manutenção Produtiva Total é conhecida desde 1970, sendo uma das metodologias mais modernas e utilizadas na indústria. Na indústria ela muitas vezes é chamada apenas pelas as sigla TPM, que em inglês quer dizer Total Productive Maintenance. A TPM é tratada como uma filosofia de trabalho e deve ser seguida por todos os seguimentos da empresa, desde a alta gerência até o operador do equipamento. Esta metodologia propõe incorporar as atribuições do operador, aproveitando- se a sua habilidade e conhecimento para a preservação dos equipamentos, integridade das instalações e auxílio na manutenção, resultando assim na sua nova denominação operador-mantenedor. Para Fleming e França (1997), a TPM é definida como um modo de vida no trabalho objetivando a eliminação das perdas crônicas e a Fonte: adaptado de KARDEC & NASCIF (2009). 19 identificação dos potenciais de falhas, por meio da manutenção autônoma e planejada. Amplamente difundida em todos os ramos da indústria, mesmo que possuam características e peculiaridades distintas, a TPM tem sua implementação fundamentada em oito ações de trabalho (FLEMING, 2000). Tais ações são: 1. Melhoria individual dos equipamentos para elevar a eficiência; 2. Elaboração de uma estrutura de manutenção autônoma do operador; 3. Elaboração de uma estrutura de manutenção planejada do departamento de manutenção; 4. Treinamento para a melhoria da habilidade do operador e do técnico de manutenção; 5. Elaboração de uma estrutura de controle inicial do equipamento; 6. Manutenção com vistas a melhoria da qualidade; 7. Gerenciamento; 8. Segurança, higiene e meio ambiente. A implementação dessas ações na rotina da empresa, tendem a contribuir no aumento da eficiência global dos equipamentos e redução dos custos operacionais pela eliminação das perdas crônicas como causa da sua ineficiência. 20 3 GESTÃO DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL COM ÊNFASE NA REALIBILITY CENTERED MAINTENANCE (RCM) Com o passardos anos, as indústrias vem se deparando cada vez mais com um mercado competitivo, e isso tem forçado as empresas a implantarem novas filosofias de gestão na procura da redução de seus custos de produção, ansiando a melhoria ou aumento da competitividade, se faz necessário garantir qualidade, preço competitivo e prazo de entrega, pois somente produzir não é o bastante. Ao falarmos de Manutenção Centrada na Confiabilidade (MCC), do inglês Realibility Centered Maintenance (RCM) estamos falando em mais de 70 anos de estudos e desenvolvimento da metodologia. A ferramenta de RCM fora desenvolvida pela indústria aero americana como resposta a um novo cenário que surgia na década de 50 e 60, devido a uma crescente nos custos da manutenção e uma baixa confiabilidade na manutenção preditiva tradicional, baseado no tempo. Seu foco é a garantia do desempenho, a segurança e preservação do ambiente a um melhor custo-benefício (MOUBRAY, 1997). Siqueira (2009) afirma que a origem da Manutenção Centrada na Confiabilidade – MCC se desenvolveu após a Segunda Guerra Mundial. Tal desenvolvimento está relacionado aos processos tecnológicos e sociais, onde, no campo tecnológico, foram decisivas as pesquisas iniciadas pela indústria bélica americana, seguidas pela automação industrial em escala mundial, viabilizadas pela evolução da informática e telecomunicações, presentes em todos os aspectos da sociedade atual. O método MCC é definido por Moubray (2000) como um processo habitual para determinar o que deve ser feito para garantir que qualquer ativo físico continue a fazer o que seus usuários querem que ele faça no seu contexto operacional. Já Kardec e Nascif (2009), destacam que a MCC é uma metodologia que estuda um equipamento ou sistema em detalhes, analisa como ele pode falhar e define a melhor forma de fazer manutenção de modo a prevenir a falha ou minimizar as perdas decorrentes das falhas. Marcorin e Lima (2003), tem que o RCM é uma metodologia que identifica quais as práticas mais indicadas, dentro de uma operação, para a preservação das funções nela existentes. Ou seja, identifica e mensura a confiabilidade de um sistema (equipamentos, máquinas e processos) e, de maneira científica, propõe meios para aumentar essa confiabilidade. 21 O que diferencia esta metodologia das demais é que, esta ferramenta de gestão busca direcionar e replanejar a manutenção de uma área, equipamento específico ou da empresa como um todo. Além do mais, é a própria empresa que irá dizer qual o nível de serviço que deseja ou que considera aceitável para seus equipamentos, de acordo com especificações de projeto, custo x benefício, custo e impacto de falhas, entre outros (SOUZA e LIMA, 2003). A MCC é um método sistemático, utilizado para otimizar as estratégias de manutenção planejada. Para Wireman (1998), esse método representa uma evolução da manutenção tradicional, no qual tem como objetivo reduzir os custos da atividade de manutenção através do enfoque nas funções mais importantes do sistema, evitando assim as tarefas estritamente não necessárias. Para chegar nesse objetivo, o RCM identifica os modos de falha que afetam as funções, determina a importância de falha funcional e seleciona as tarefas aplicáveis e efetivas das falhas (MOUBRAY, 2000; SMITH, 1993; PINTO e NASIF, 1999). De acordo com Moubray (1997) e Fleming (2000), os quatro objetivos principais que a MCC propões são: • Preservação da função do sistema; • Identificação das falhas funcionais e aplicação do FMEA (Failure Mode and Effects Analysis); • Classificação e priorização das falhas funcionais segundo suas consequências; • Elaboração das atividades de manutenção segundo a viabilidade técnica e o custo/benefício utilizando o diagrama de decisão. Através desta linha, podemos dizer que a estratégia de MCC tem como objetivo principal determinar os serviços de manutenção mais apropriados à importância da função dos ativos físicos nos sistemas e processos produtivos, procurando maximizar a disponibilidade e confiabilidade operacionais, dentro de uma política de custos competitivos, sendo utilizada como uma ferramenta de suporte à decisão gerencial. De acordo com Moubray (2000), a implementação da MCC tem como resultado esperado: • Maior segurança humana e proteção ambiental; • Melhoria do desempenho operacional em termos de quantidade, qualidade do produto e serviço ao cliente; 22 • Maior efetividade do custo da manutenção; • Aumento da vida útil dos itens físicos mais custosos; • Criação de um banco de dados completo sobre a manutenção; • Maior motivação do pessoal envolvido; • Melhoria do trabalho em equipe. De forma a contribuir com o processo de tomada de decisão, gerentes e diretores podem mensurar a confiabilidade, ou seja, a probabilidade dos seus equipamentos, células de produção, plantas ou qualquer sistema funcionarem normalmente em condições de projeto, por um determinado período de tempo preestabelecido, através da Equação 1 (KARDEC; NASCIF, 2009): 𝑅(𝑡) = 𝑒−𝛌.𝐭 (1) Onde: R(t) = confiabilidade a qualquer tempo t. e = base dos logaritmos neperianos (e = 2,718). λ = taxa de falhas (número total de falhas por período de operação). t = tempo previsto de operação (dias). A abordagem da Manutenção Centrada na Confiabilidade é resumida segundo Slack (2000), como: “se não podemos evitar que as falhas aconteçam, é melhor evitar que elas tenham importância. 3.1 ETAPAS DE IMPLEMENTAÇÃO DA MCC A análise da MCC pode ser feita como uma sequência de passos, mas são iterativos já que, à medida que o processo avança, os colaboradores adquirem mais experiência e podem visualizar melhor as funções, fazendo assim, as modificações, eliminação ou agregação com mais segurança. Siqueira (2009), adota uma sequência estruturada composta em sete etapas, que são: • Seleção do Sistema e Coleta de Informações: objetiva identificar e documentar o sistema ou processo que será submetido à análise; • Análise de Modos de Falha e Efeitos: são identificadas e documentadas todas as funções e seus modos de falha, assim como os efeitos adversos 23 produzidos por elas, utilizando a metodologia FMEA (Failure Mode and Effects Analysis); • Seleção de Funções Significantes: utiliza-se um processo estruturado para analisar cada função identificada na etapa anterior, e determinar se uma falha tem efeito significante; • Seleção de Atividades Aplicáveis: determinam-se as tarefas de manutenção preventiva (tempo), preditiva (condição) e detectiva (teste) que sejam tecnicamente aplicáveis para prevenir ou corrigir cada modo de falha. Isso permitirá uma alta confiabilidade operacional do equipamento e, onde for aplicável, alta longevidade do mesmo com a manutenção preditiva, baixando os custos de manutenção; • Avaliação da Efetividade das Atividades: constitui-se em um processo estruturado para determinar se uma tarefa de manutenção preventiva é efetiva para reduzir, a um nível aceitável, as consequências previstas para uma falha; • Seleção das atividades Aplicáveis e Efetivas: Formular e implementar o Plano de Manutenção de maneira a decidir se devem ser propostas novas atividades, mudar as já existentes ou, até mesmo, eliminar algumas; • Definição da Periodicidade das Atividades: melhoria contínua baseada no kaisen, através de constantes revisões, para adaptação às novas tecnologias, aos novos problemas e às novas condições do ambiente. Entretanto, para poder auxiliar na execução de cada etapa, podemos usar algumas perguntas sobre os ativos ou sistemas a serem analisado, de forma a sistematizar essas ações (SIQUEIRA, 2009). Os questionamentos que orientam as ações são: 1. Quais são as funções associadas e os padrões de desempenho associados ao ativo no seu contexto operacional atual (Funções)? 2. De que forma o ativo falha em cumprirsuas funções (Falhas Funcionais)? 3. O que causa cada falha funcional (Modos de Falha)? 4. O que acontece quando ocorre cada falha (Efeitos de Falha)? 24 5. Qual o impacto dos efeitos do modo de falha na operação do sistema, no meio ambiente, na segurança e na economia do processo (Consequências de Falha)? 6. O que pode ser feito para prevenir cada falha (Tarefas Aplicáveis e Efetivas) 7. O que deve ser feito se não for encontrado uma tarefa aplicável e efetiva adequada (Ações Default)? 8. Qual a frequência ideal para as tarefas de manutenção aplicáveis e efetivas? Segundo Siqueira (2009), respostas corretas e precisas a estas perguntas têm como objetivo estabelecer métodos adequados de manutenção. Além disso, nestas questões pressupõe-se que a frequência de execução das tarefas seja definida durante a sexta pergunta, ou senão, objetivando o cálculo da melhor frequência de atividades. Alguns autores, afirmam que para se obter um bom desempenho na estratégia implementação da manutenção centrada em confiabilidade, de forma reduzida, cinco são as etapas a serem seguidas (FLEMING, SILVA e FRANÇA, 1999). • Definição do Sistema: são isoladas e descritas cada parte de compõe o sistema em estudo, objetivando uma melhor análise das falhas; • Funções e Análise das Falhas: nessa etapa é feito um resumo das funções principais e secundárias além de falhas e defeitos para cada modo encontrado na primeira etapa, tudo deve ser descrito em minúcias; • Análise de Modo e Efeito Falha: é utilizado a ferramenta FMEA para estudos dos modos de falhas objetivando identificar e conhecer cada falha e seu respectivo número de prioridade de risco; • Diagrama de Decisão: seleção de tarefa de manutenção, no qual, é utilizado os métodos conhecidos como Diagrama de seleção de tarefas e Árvore lógica de decisão, auxiliado por planilhas de registros para definir a divisão das tarefas de manutenção; • Plano de Manutenção: são divididas as tarefas, visando utilizar da melhor forma possível os serviços dos técnicos que realizam a manutenção. Por fim, Souza e Lima (2003) relatam que para garantir a confiabilidade de operação, a metodologia RCM visa a utilização máxima dos recursos disponíveis, desde que viáveis. Além disso, permite a empresa melhorar seu desempenho 25 operacional, aumentar a vida útil dos equipamentos, melhorar a tomada de decisão a respeito das manutenções (quando, onde, o que e por que fazer) graças ao alto nível de informações que gera. 26 4 MANUTENÇÃO TRADICIONAL X MANUTENÇÃO CENTRADA NA CONFIABILIDADE Muitas empresas utilizam apenas a ferramenta FMEA na sua gestão de manutenção. Esta ferramenta vai identificar as não conformidades e priorizar as falhas que mais impactam na condição operacional do ativo e na qualidade do produto. De acordo com Sakurada (2001), o FMEA teve sua origem nos Estados Unidos, como um padrão para as operações militares. Essa norma foi utilizada como uma técnica de avaliação da confiabilidade para determinar os efeitos das ocorrências de falhas nos sistemas e equipamentos. O objetivo dos métodos de análise de falhas é agregar confiabilidade ao produto. O FMEA, do inglês Failure Mode and Effects Analysis estão dentro desse contexto, só que o ponto de vista da análise está sempre voltado para o específico, componente ou sistema, objetivando identificar os modos de falha (SAKURADA, 2001). Segundo Dailey (2004), existem dois tipos de FMEA: de projeto ou DFMEA (Design Failure Mode and Effects Analysis) e de processo ou PFMEA (Process Failure Mode and Effects Analysis). Dailey (2004) salienta ainda, de forma resumida, que a diferença básica existente entre o DFMEA e o PFMEA é a origem da informação, pois, enquanto o FMEA de projeto utiliza uma lista estruturada de materiais, o FMEA de processo faz uso de diagramas de fluxo de processos como documento fonte de informações. Ramos (2006) explica que a técnica de FMEA foi criada com enfoque no projeto de novos produtos e processos, mas em virtude do seu grande sucesso e benefícios para as organizações, passou a ser utilizada nas mais diversas formas e em diversos tipos de ambientes. Um estudo de FMEA envolve a identificação sistemática dos seguintes aspectos, para cada função de uma instalação (SIQUEIRA, 2009): • Função – objetivo, com o nível desejado de performance; • Falha funcional – perda da função ou desvio funcional; • Modo de falha – o que pode falhar; • Causa da falha – porque ocorre a falha; • Efeito da falha – impacto resultante na função principal; • Criticidade – severidade do efeito. 27 Entretanto, dependendo da complexidade da planta, implantar o ciclo completo, onde a metodologia RCM vai analisar as funções e potenciais falhas de um equipamento para desenvolver um planejamento de manutenção que garanta a eficiência da sua operação, pode gerar ainda mais benefícios para toda a empresa. No MCC, a base de trabalho pode ser vista através de um FMEA modificado, onde se definem as funções e padrões de desempenho dos equipamentos, seus modos de falha, as causas e consequências dessas falhas e principalmente a criticidade da falha para a linha de produção (FOGLIATTO e RIBEIRO, 2009). Geralmente, a análise que é feita na FMEA é denominada bottom-up, pois parte do estudo dos modos de falhas dos componentes e se estende até os efeitos causados no sistema (LAFRAIA, 2001). Todavia, a abordagem feita na aplicação da FMEA no processo MCC, segundo proposto por Moubray (1997), é do tipo top-down, na qual, após a escolha do evento topo (falha funcional), é feita a determinação de como os eventos de níveis inferiores, individuais ou combinados, causaram a falha. Abaixo, na Tabela 1, podemos conferir algumas das vantagens e diferenças entre a estratégia tradicional de gestão de manutenção, usando apenas o FMEA e a Manutenção Centrada em Confiabilidade: Tabela 1 Comparativo da Manutenção Tradicional x Manutenção Centrada na Confiabilidade Fonte: Adaptado de Atech Grupo Embraer Dando continuidade na relação manutenção tradicional, Moubray (2000) traz a metodologia MPT (Manutenção Produtiva Total) ou TPM, que inglês significa Total Productive Maintenance, no qual se destaca pela ênfase tradicionalmente dada à 28 manutenção preventiva e às atividades de rotina, tradição esta contestada com o surgimento da MCC na década de 60, como resposta a um novo cenário que surgia e ao crescente aumento dos custos de manutenção e a baixa confiabilidade na tradicional manutenção preventiva baseada no tempo. Freire (2012), identifica as características das metodologias MPT e da MCC possíveis de serem comparadas e trabalhadas de forma integrada. A seleção destas características foram realizadas com base nos aspectos técnicos, econômicos e nas atividades abrangidas por cada uma, e o desenvolvimento dos relacionamentos entre estas características selecionadas estão sendo apresentada conforme a Tabela 2. Tabela 2 Relacionamentos entre MPT e MCC Por fim, Freire 2012 traz uma abordagem final sobre o relacionamento entre essas duas metodologias que é: (...)baseado no exposto acima, é possível concluir que a adoção de uma gestão de manutenção que integre a MCC e a MPT é uma excelente estratégia para o aumento da competitividade das empresas e alavancar seus resultados, visando um gerenciamento mais eficaz de seus ativos e uma redução de seus custos. Fonte: FREIRE (2012) 29 Sendo assim, Freire (2012) defende que para que se tenha uma gestão da manutenção mais eficaz, o uso das duas metodologias de forma combinada traz uma maximização dos resultados obtidos, ou seja, as deficiências apresentadas na MPT são complementadas pelos pontos fortes apresentados na MCC e isso evita ações desnecessárias que impactam na perda de tempo, retrabalhos e prejuízos financeiros. 30 5 CONSIDERAÇÕESFINAIS A gestão da manutenção tem papel muito importante, pois é através dessa gestão que vamos conseguir manter a disponibilidade dos equipamentos, gerenciar os recursos e eliminar os defeitos das máquinas para manter o padrão de qualidade dos produtos. No âmbito gerencial, os gestores de manutenção têm ampla visão e atuação sistêmica dentro de suas organizações, de tal forma que a diversidade de modelos e fundamentações do planejamento e controle da manutenção, plenamente consolidados, são úteis na maximização dos equipamentos, assim como os lucros da organização. Dessa forma, o presente trabalho teve o propósito de realizar uma análise da aplicação da metodologia de Manutenção Centrada na Confiabilidade, visando identificar uma implementação de forma eficiente. Para isso, inicialmente tratou-se de se contextualizar os tipos de manutenção e a importância de se ter bem definido seus conceitos, trazendo assim, uma gestão de manutenção eficaz, com benefícios técnicos e financeiros para a empresa. Em um segundo momento buscou-se apresentar os conceitos mais relevantes relacionados a metodologia MCC, apontando os conceitos e classificações que são mais empregadas pelas literaturas que tratam da temática visando contextualizar o tema. Em seguida, foi apresentado a metodologia MCC e como esse programa vem nos mostrando uma forma eficiente de tratativa quando abordamos as questões da manutenção devido a sua abordagem racional e sistemática, permitindo assim um alcance na excelência das atividades de manutenção através da ampliação da disponibilidade e redução dos custos associados a acidentes, defeitos, reparos e substituições de peças e/ou equipamentos. Por fim, pode-se ter uma ampla compreensão acerca da temática proposta. Entretanto, vale destacar ainda que a pesquisa aqui relatada não esgota toda a temática, mas serve de base para o desenvolvimento de outros trabalhos ainda mais aprofundados no futuro a respeito do tema abordado. 31 REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. T. Manutenção Preditiva: Confiabilidade e Qualidade. 2000. Disponível em: <https://mtaev.com.br/wp-content/uploads/2018/02/mnt1.pdf>. Acesso em 25 abr. 2021. ANTINIOLLI, E. B. 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