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A Importância da Capelania Hospitalar

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2
A CONTRIBUIÇÃO DA CAPELANIA HOSPITALAR AO CUIDADO INTEGRAL DO PACIENTE
Autores e filiação – Colocar seu nome e o nome da instituição
RESUMO
A capelania é um conjunto de ações religiosas focada na assistência integral dos pacientes internados nos hospitais, dando apoio e auxiliando ele e a sua família durante todo o tratamento com o objetivo de trazer uma melhor qualidade de vida ao enfermo, levando conforto para suas aflições, incertezas e angústias, compartilhando o amor de Deus em ações como a presença, a empatia, os gestos, a escuta e as orações. Diante de tais apontamentos a questão norteadora foi como a capelania hospitalar pode contribuir com o cuidado integral do paciente? E para responder essa problemática os objetivos foram descrever a relação da espiritualidade com a saúde e a enfermidade, conceituar o que é a capelania hospitalar e as suas funções, além de relatar os seus aspectos históricos. Esse trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica aonde foram buscados artigos científicos nas bases de dados Scieloo, PubMed, Lilacs e Google Acadêmico. Conclui-se que a capelania hospitalar se faz de suma importância para a melhora da qualidade de vida do paciente, para um maior conforto da família e também para uma assistência multidisciplinar, preconizando o enfermo de forma integral da sua relação bio-psico-sócio-espiritual, fazendo com que o seu tratamento seja completo. 
	
PALAVRAS-CHAVE: Capelania. Hospitalar. Cuidado. Religião.
1. INTRODUÇÃO
	A capelania hospitalar é um combo de ações com cunho religioso, sendo uma assistência espiritual prestada aos pacientes com o objetivo de auxiliar no seu tratamento dando apoio a ele e a sua família, sempre com o foco no paciente de forma integral (FELTZ, 2017).
	
[A Capelania Hospitalar é um] ministério de apoio, aconselhamento, fortalecimento e consolação, desenvolvido junto a pacientes, familiares, profissionais da saúde e demais funcionários da instituição. Cabe a capelania levar conforto em horas de angústia, incerteza, aflição e desespero, e compartilhar o amor de Deus por meio de ações concretas: presença, silêncio, gestos, palavras, orações, textos bíblicos, músicas, celebrações litúrgicas e administração dos sacramentos (...) faz se presente também em momentos alegres e celebrativos (FELTZ, 2017, p.49).
A capelania, no Brasil, é realizada por meio de membros ou grupos de comunidades, com inserções isoladas ou pontuais, sendo motivados pelas doutrinas das igrejas ou pela fé individual, eles possuem amparo leal para o desenvolvimento de suas ações por meio da Lei 9.982 de 2000, que regulamenta a prestação de assistência religiosa em hospitais (FRANCISCO; COSTA; ANDRADE et al., 2015).
Art. 1º - Aos religiosos de todas as confissões assegura-se o acesso aos hospitais da rede pública ou privada, bem como aos estabelecimentos prisionais civis ou militares, para dar atendimento religioso aos internados, desde que em comum acordo com estes, ou com seus familiares, no caso de doentes que já não mais estejam no gozo de suas faculdades mentais. Art. 2º - Os religiosos chamados a prestar assistência nas entidades definidas no art.1º deverão: em suas atividades, acatar as determinações legais e normas internas de cada instituição hospitalar ou penal, a fim de não pôr em risco as condições do paciente ou a segurança do ambiente hospitalar ou prisional” (FELTZ, 2017, p.49).
Desde antigamente as práticas religiosas e a medicina se uniam em um mesmo espaço físico, os templos eram locais para divindades, adoração, muitas vezes como hospitais e escolas de medicina, sendo cuidadas e administradas por sacerdotes médicos, um sistema que era praticado no o Egito, em 4.000 a.C. (ANTUNES; SOUZA; AUGUST, 2021).
Já na Índia, em 1.500 a.C. a medicina era considerada uma obra divina que era praticada pelo médico ou sacerdote, por possuírem uma medicina avançada eles realizavam diversas práticas cirúrgicas, porém o sucesso dessas operações era aliado a divindade, sendo considerado um milagre (FERNANDES; COSTA; MORAIS, 2016).
Na era cristã a medicina e a espiritualidade permaneciam próximas, Jesus Cristo e os seus ensinamentos realizaram a assistência aos enfermos como uma vocação sagrada, mostrando sempre amor e lealdade com o objetivo da empatia e bem-estar ao próximo (CRUZ; AUGUST, 2021).
Porém, eles eram constantemente perseguidos, o que os impedia de construir espaços físicos, mas no século IV na conversão do Imperador Constantino ao cristianismo, ocorreu a liberdade e tolerância religiosa aos cristãos, aproximando ainda mais a medicina da religião com as construções de instituições do cuidado, eles abrigavam mulheres desamparadas, idosos, pobre e doentes (FERREIRA, 2018).
A proposta dos hospitais religiosos era de cuidar do enfermo, até mesmo com medicamentos, porém aliado a isso o interno deveria alcançar a salvação divina da alma e nos casos de pacientes terminais eles possuíam um ambiente para morrer com dignidade e conforto (ANTUNES; SOUZA; AUGUST, 2021).
Porém, por muito tempo se perdurou a compressão de que o cuidado e a medicina era uma tarefa divina, sendo uma Obra de Deus, que deveria ser realizada apenas por pessoas que fossem religiosas e motivadas pelo amor ao próximo e a Deus (FELTZ, 2017).
Na década de 1960, os teólogos abordaram sobre a interpretação terapêutica do ministério da salvação, e com isso, a compreensão da saúde no cristianismo, acarretando em um maior envolvimento da igreja com a saúde e suas perspectivas. Essa relação da religião construiu a concepção de que a igreja deve ter um papel de responsabilidade na promoção da saúde comunitária e pessoal (FERREIRA, 2017).
Portanto, de acordo com as reflexões teológicas, a saúde é um lugar teológico, como a morte e a doença, tomando como base nos textos sagrados do cristianismo, afirmando que as intervenções divinas nos enfermos revelava uma ação na mudança do seu estado de doença para a saúde, proporcionando a cura espiritual e a libertação (FERREIRA, 2018).
Com base nessa nova interpretação terapêutica a teologia abordou a saúde com uma visão da integralidade do indivíduo, preconizando que a pessoa é o resultado das relações mentais, sociais, físicas, espirituais e emotivas, nesse ponto a teologia descobre a implantação antropológica da saúde (CRUZ; AUGUST, 2021).
Atualmente, a sociedade é plural, multicultural e aberta, sendo transformada rapidamente por conta da alta tecnologia e a velocidade das informações, esses fatos abrem um novo desafio para a teologia que é ser plausível, compreensível e acessível
(HOEPFNER, 2011).
Por isso, a fundamentação teológica é orientada para a práxis cristã e pastoral, considerando os pontos mentais, biológicos e sociais do paciente, porém ela se torna sensível diante do mundo contraditório e plural, aonde ela precisa descobrir os valores determinantes, as linhas de pensamento, os modelos de vida atuais da sociedade em relação a saúde e os critérios de juízo (ANTUNES; SOUZA; AUGUST, 2021).
O ser humano por meio de sua dimensão espiritual reorganiza-se para enfrentar a vida, o sofrimento e a morte com a cabeça erguida. No campo espiritual do ser, se insere em potencial a liberdade de escolha, a vontade primária de busca de sentidos de vida e a resiliência. Na espiritualidade se inserem potencialmente a liberdade de escolha, a vontade primária de almejar sentidos de vida e resiliência (FERREIRA, 2018, p.25).
Um ponto no qual a teologia precisa acompanhar são as doenças psicossomáticas, aonde é necessário realizar uma reflexão mais completa e aprofundada da interdependência dos três níveis da pessoa humana, que seria o psicológico, o espírito e o organismo, lidando com essas três vertentes como um único indivíduo (FERREIRA, 2018).
Dentre essas três vertentes, ainda existem subdivisões que são as dimensões mentais, histórica, química, biológica, física e psicológica, todo esse conjunto evidência a medicina psicossomática, sendo totalmente relevante para a compreensão da doença e a função da cura (GENTIL; GUIA; SANNA, 2011).
A religião, aindasim, deve ser definida como um sistema de práticas e crenças observadas por uma comunidade que deseja se aproximar com o Sagrado, o Divino, Deus e a Verdade Absoluta, portanto a religião também possui vertentes que são comportamentos, experiências e aspectos cognitivos que sistematizam normas e práticas em busca pelo sagrado (FERREIRA, 2017).
As pessoas usam a religião para poder enfrentar situações difíceis na vida cotidiana, portanto é totalmente plausível que quando elas adoecem ou estão em risco de morte, voltem-se para suas necessidades espirituais (SILVA, 2019).
Negligenciar a dimensão espiritual é como ignorar o ambiente social de um paciente ou seu estado psicológico, e resulta em falha ao tratar a pessoa ‘integralmente’ [...] fatores sociais e psicológicos influenciam a saúde física e a suscetibilidade às doenças, e influências similares podem ser logo identificadas também por fatores espirituais (KOENIG apud FERREIRA, 2018, p. 28).
Em relação ao cuidado do paciente, o entendimento da espiritualidade deve ser o mais amplo e acessível para que todos os doentes consigam se beneficiar dessa assistência, já que existem pacientes que não se consideram religiosos, mas que estejam em busca de um significado ou procurando a compreensão da sua existência (HEFTI; ESPERANDIO, 2016).
Deve-se levar em consideração que a religião não é algo que se acrescente ao ser humano, mas sim que corresponda a sua essência, ela é uma unificação da integração do indivíduo e da personalidade das suas relações, entre as pessoas e a sua existência no mundo (SILVA, 2010).
No cuidado integral do paciente, diversos deles se encontram em um contexto de grande gravidade, isso o leva a passar por algumas fases e situações psicológicas que são classificadas de acordo com Kübler-Ross, como indicada na figura 1 (CRUZ; AUGUST, 2021).
Figura 1 – Fases de Kübler-Ross
Fonte: Adaptada inMOTION (2020).
A primeira fase é a negação e o isolamento, seguindo para a raiva pois a pessoa não aguenta mais sustentar a negação da sua enfermidade, aonde os profissionais de saúde, a família e as pessoas ao redor do paciente acabam sendo os alvos de todo esse sentimento do paciente (SILVA, 2019).
A barganha é a terceira etapa, aonde a pessoa acaba fazendo negociações com ela mesma e com Deus, seguindo para a depressão que ocorre quando o paciente não consegue mais fugir da realidade, portanto a raiva é substituída por um sentimento de perda, geralmente ocorre quando o doente se encontra em um estado mais debilitado, chegando pôr fim a aceitação (FERREIRA, 2017).
Esse cuidado do capelão é a responsabilidade de um envolvimento afetivo com o outro, sendo além de apenas um momento de zelo e atenção, portanto, o cuidado é uma atitude ou ação que promove a boa saúde, por fim caracteriza-se que o ato de cuidar constitui-se em um ato de vida (SILVA, 2010).
O ato de cuidar é realizado de forma subjetiva e objetiva gerando a construção solidária do cuidado, utilizando recursos técnico-científicos, aonde os sujeitos se colocam em relações interpessoais e que geram conexão com as dimensões éticas, com o diálogo e o respeito aos direitos. Quando o cuidar é desenvolvido, ambos os envolvidos adquirem uma interação afetivo-emocional (FERREIRA, 2018).
Esse cuidado espiritual gera uma atenção assistencial a espiritualidade e os mundos subjetivos do paciente, aonde são observados suas suposições, crenças, sentimentos, percepções e a relação entre sua doença e o sagrado, é aonde o responsável pela assistência deve deixar a razão de lado e se focar na sensibilidade 
(FRANCISCO; COSTA; ANDRADE et al., 2015).
É notório destacar que a missão da capelania é oferecer apoio espiritual, emocional e social aos enfermos, seus cuidadores e profissionais da saúde, além de desenvolver atividades de assistência espiritual e acompanhar a evolução dos pacientes, de forma não proativa e sem proselitismo (FRANCISCO; COSTA; ANDRADE et al., 2015, p. 213).
Essa assistência deve ocorrer de forma independente a preferência religiosa do paciente e da sua etnia, condição socioeconômica e sexo, focada apenas em reestabelecer uma relação entre a espiritualidade e a saúde, com o objetivo de promover a recuperação do paciente melhorando a sua qualidade de vida, principalmente dos pacientes em fase terminal (ANTUNES; SOUZA; AUGUST, 2021).
É de suma importância que o profissional esteja consciente dos seus limites para o recurso da fé, tomando o cuidado para que não resulte em problemas éticos, respeitando o paciente e a sua família, pois o sistema da crença possui uma influência direta com a estruturação do vínculo com o ato de cuidar (FRANCISCO; COSTA; ANDRADE et al., 2015).
	A capelania hospitalar é uma assistência espiritual e religiosa, sendo assim os hospitais que aderiram a esse serviço conseguem ter uma assistência mais integral do paciente e dos seus familiares, gerando uma atenção continuada e integrada de toda a equipe interdisciplinar (FELTZ, 2017).
	Já os hospitais que adquiriram a capelania interna conseguem gerar uma melhor equipe multidisciplinar com o objetivo de prezar totalmente pela qualidade de vida do paciente, analisando completamente os seus aspectos bio-psico-sócio-espiritual (BOLDT, 2019).
	Nesses casos a capelania deve seguir restritamente as regras e normas do hospital, devendo possuir um planejamento juntamente com os profissionais de saúde para o atendimento dos pacientes, se tornando totalmente responsável pelos seus atos e prezando por uma ação assistencial conjunta (CRUZ; AUGUST, 2021).
	De forma direta, a capelania preza em contribuir para um maior conforto da angústia e dor do paciente e da sua família, os auxiliando nos momentos de inquietações, ansiedade, aflição e tristeza, dando um amparo espiritual em relação ao paciente e Deus (BOLDT, 2019).
	A forma de agir da capelania é baseada na presença e no afeto, ter uma escuta qualificada, transmitir empatia e oferecer sempre a palavra por meio da leitura de textos bíblicos e da oração, sempre direcionados de acordo com o estado de saúde física e mental daquele paciente. Por outro lado, nos momentos de melhora ou cura de um paciente a capelania também está presente (FELTZ, 2017).
	Sendo assim, a capelania atua de forma integral no cuidado do paciente, desde a emocional, até a social e nos momentos de perda e sofrimento, como também nos momentos de celebração e alegria (FRANCISCO; COSTA; ANDRADE et al., 2015).
	Quando um paciente se encontra em um estado terminal, aonde o foco do cuidado não é o tratamento e a cura do seu quadro clínico, mas sim o conforto, o capelão deve realizar uma nova avaliação com o paciente e com base nas suas respostas e no seu estado mental planejar um novo tipo de cuidado, todas essas etapas devem estar em concordância com as condutas da equipe multidisciplinar, que deve seguir um padrão para os casos desses pacientes, como indicado na figura 2 (SILVA, 2010).
	Figura 2 – Protocolo de cuidados paliativos
Fonte: FRANCISCO; COSTA; ANDRADE et al., (2015, p. 5).
	
Nesses casos, aonde o acompanhamento do capelão é realizado para cuidados paliativos ele possui como objetivo de concretizar as perdas que o paciente vem sentindo durante todo o percurso da doença, envolvendo questões de sonhos, finanças, projetos, relações, trabalho e autonomia (GENTIL; GUIA; SANNA, 2011).
	Especialmente sobre a morte, por ela ser enigmática, acaba deixando o paciente com diversas dúvidas e incertezas, gerando um misto de emoções e sentimentos. Alguns pacientes podem sentir expectativas, alegria, fé, esperança, desapego e alívio (FERNANDES; COSTA; MORAIS, 2016).
	Mas no geral os pacientes sentem muito medo, da solidão, dor, separação, abandono e da dependência, portanto os cuidados paliativos a esses pacientes terminais consegue lhes proporcionar uma melhor qualidade de vida, inibindo pensamentos suicidas, reduzindo a depressão e as suas dores, além de melhorar a autoestima e prolongar os seus dias (FELTZ, 2017).
	As necessidades desses pacientes podem ser divididas em três domínios, sendo eles o transpessoal,o interpessoal e intrapsíquico. Na interpessoal o paciente sente a necessidade de estar conectado a família e aos cuidadores, tentando manter algum nível de autonomia e controle até o fim da sua vida, tentar perdoar e ser perdoado, ser sempre lembrado, com um medo constante de ser abandonado e sempre tem a necessidade de se sentir amado (LIBÓRIO, 2010).
	Já as necessidades do intrapsíquico é a liberdade de poder expressar os seus sentimentos e medos diante da morte e do sofrimento, necessidade de se perdoar e encontrar um sentido em toda a situação que a doença lhe coloca e de se sentir ainda capaz, mesmo com a incapacidade da doença (CRUZ; AUGUST, 2021).
	O domínio transpessoal é sentir que a vida precisa de continuidade após a morte, sentir uma necessidade religiosa e de livrar-se da culpa diante da religião e do sagrado (FRANCISCO; COSTA; ANDRADE et al., 2015).
	Conforme o paciente terminal for avançando no quadro clínico, gerando cada vez mais a sua incapacidade e tendo menos autonomia, a participação de profissionais especializados deve ser integrada na assistência com o objetivo de aliviar a dor, o sofrimento e o processo de morte para o paciente e a sua família (FERREIRA, 2018).
Portanto, o cuidado com a psicoterapia deve se aliar as necessidades espirituais sem se sobrepor a ela, ambas as assistências devem buscar um sentido para a vida e a morte, compartilhando os medos da morte e do sofrimento, tentando livrar o paciente da culpa de si mesmo, de Deus e das pessoas, auxiliando na necessidade dele se sentir incapaz mediante a sua própria vida (SILVA, 2010).
Os objetivos do trabalho foram descrever a relação da espiritualidade com a saúde e a enfermidade, conceituar o que é a capelania hospitalar e as suas funções, além de relatar os seus aspectos históricos.
2. METODOLOGIA
Esse trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica aonde foram utilizados artigos científicos pesquisados nas bases de dados Scieloo, PubMed, Lilacs e Google Acadêmico, foram buscadas as temáticas capelania, paciente, cuidado integral e religião. Todos os artigos científicos passaram por uma leitura e análise criteriosa utilizadas para a revisão da literatura. 
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A capelania hospitalar é composta por pessoas de fé, motivadas pela igreja, a irem até o hospital como capelães para realizar um atendimento integral do paciente hospitalizado, fazendo parte da equipe multidisciplinar que desempenha cuidado desse enfermo de uma forma integral e não fragmentada (FELTZ, 2017).
Alguns hospitais aderiram a capelania dentro de suas instituições realizando um pré-planejamento com todos os membros da equipe para realizar um atendimento completo visando a melhora da qualidade de vida do paciente e com um tratamento mais rápido e eficaz (SILVA, 2010).
Desde antigamente a capelania vem caminhando lado a lado da medicina, pois eram os sacerdotes que realizavam ações curativas aos doentes e os hospitais eram montados dentro das igrejas e templos, aonde o cuidado ao paciente poderia ser realizado de forma medicamentosa, porém também era realizada de forma religiosa e o sucesso do tratamento sempre era associado a um milagre da divindade (BOLDT, 2019).
Todos os autores concordam que a atual teologia visa a abordagem da integralidade do paciente, priorizando suas relações mentais e sociais, além das vertentes biológica, física, química, emotivas e espirituais (CRUZ; AUGUST, 2021).
Portanto, todos os artigos abordam que o capelão deve estar sempre atento as suas limitações, que são ditas pelo próprio paciente, observando sua cultura, etnia, sexo e condição socioeconômica, respeitando o enfermo bem como a sua família e realizando a assistência da melhor forma possível (FERREIRA, 2018).
Um ponto no qual a teologia precisa acompanhar são as doenças psicossomáticas, aonde é necessário realizar uma reflexão mais completa e aprofundada da interdependência dos três níveis da pessoa humana, que seria o psicológico, o espírito e o organismo, lidando com essas três vertentes como um único indivíduo (GENTIL; GUIA; SANNA, 2011).
Outro ponto bastante abordado por alguns autores foram sobre as doenças psicossomáticas, elas necessitam de uma abordagem mais reflexiva e profunda em relação a interdependência dos três níveis da pessoa (FERNANDES; COSTA; MORAIS, 2016).
Em relação a atenção integral do paciente, deve-se levar em consideração as fases de Kübler-Ross, que são a negação e o isolamento, a raiva, a negação, a barganha, a depressão e a aceitação, então durante todas essas etapas o capelão precisa se adequar ao estado mental do paciente, lhe dando o maior conforto e apoio que cada fase necessita (SILVA, 2019).
Esse cuidado é uma responsabilidade de um envolvimento afetivo, sendo além de apenas um momento de zelo e atenção, mas também uma ação voltada para a atitude de promover a boa saúde utilizando recursos técnico-científicos com relações que priorizam um diálogo ético e com respeito (ANTUNES; SOUZA; AUGUST, 2021).
Portanto, é preconizado por todos os artigos que a forma de agir da capelania deve ser baseada no afeto, a empatia e escuta qualificada, oferecendo sempre a palavra de Deus por meio de textos bíblicos e da oração (FERREIRA, 2018).
Em relação a pacientes que se encontram em um estado terminal e que os atendimentos e cuidados são de forma paliativa o capelão juntamente com a equipe multidisciplinar e com um psicoterapeuta devem seguir protocolos de atendimento focados na necessidade atual do paciente, alguns conseguem desenvolver o sentimento de esperança e alívio, enquanto outros são totalmente voltados para o medo (GENTIL; GUIA; SANNA, 2011).
Essas necessidades do paciente podem ser divididas em três domínios, sendo eles o transpessoal, interpessoal e intrapsíquico, sendo assim o capelão deve acompanhar essa evolução do paciente, sempre oferecendo conforto a ele e a sua família (LIBÓRIO, 2010).
4. CONCLUSÃO
A capelania hospitalar é a atenção e o cuidado do paciente hospitalizado, esse cuidado é realizado por um capelão, uma pessoa de fé que se oferece para dar um apoio ao paciente e a sua família, lhe proporcionando uma melhor qualidade de vida a partir da conexão, empatia, escuta e a transmissão da palavra de Deus por meio de orações e textos bíblicos.
Esse atendimento é totalmente personalizado a cada paciente, sempre respeitando sua etnia, cultura e crenças, além da assistência ser planejada de acordo com o estado de saúde do paciente e os limites que ele mesmo impõe para o capelão. 
Conclui-se que a capelania hospitalar se faz de suma importância para a melhora da qualidade de vida do paciente, para um maior conforto da família e também para uma assistência multidisciplinar, preconizando o enfermo de forma integral da sua relação bio-psico-sócio-espiritual, fazendo com que o seu tratamento seja completo. 
5. REFERÊNCIAS
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BOLDT, V. A capelania hospitalar e o acompanhamento a pessoas em situação de cuidados paliativos: o desafio da humanização dos serviços em saúde. São Leopoldo, 2019, 83 p. Disponível em: http://dspace.est.edu.br:8080/jspui/bitstream/BR-SlFE/1012/1/boldt_v_tmp653.pdf. Acesso em: 19 fev. 2022.
CRUZ, A; AUGUST, M. Capelania e espiritualidade para pacientes em hemodiálise. Rev. Cógnito, Curitiba, v. 3, n. 1, p. 3-21, 2021. Disponível em: https://revista.fidelis.edu.br/index.php/cognito/article/view/56. Acesso em: 20 fev. 2022.
FERREIRA, R. “O senhor ora por mim?”: a capelania hospitalar como contribuição para o cuidado integral do paciente. UFPB/BC, João Pessoa, 2017. 109 p. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/12214/1/Arquivototal.pdf. Acesso em: 21 fev. 2022.
FERNANDES, M; COSTA, S; MORAIS, S. Cuidados paliativos e luto: um estudo bibliométrico. Escola Anna Nery [online], v. 20, n. 4, p. 2-9, 2016. Disponívelem: https://www.scielo.br/j/ean/a/dJ39JJfPjzpmJfjFZXd7Lzb/?lang=pt#. Acesso em: 25 fev. 2022.
FRANCISCO, D; COSTA, I; ANDRADE, C., et al. Contribuições do serviço de capelania ao cuidado de paciente terminais. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, v. 24, n. 1, p. 212-219, 2015. Disponível me: https://www.scielo.br/j/tce/a/b58B3zMFzYBXBJdkcc6Q5dK/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 23 fev. 2022.
FERREIRA, M. Capelania como estratégia de cuidado espiritual à pessoa idosa hospitalidade. João Pessoa, 2018, 84 p. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/13841?locale=pt_BR. Acesso em: 22 fev. 2022.
FELTZ, D. Oncologia e espiritualidade: Relevância e possibilidades de uma Capelania Hospitalar junto a pacientes oncológicos indicados a um programa de cuidados paliativos. São Leopoldo, 2017, 82 p. Disponível em: http://dspace.est.edu.br:8080/jspui/handle/BR-SlFE/799. Acesso em: 18 fev. 2022.
GENTIL, R; GUIA, B; SANNA, M. Organização de serviços de capelania hospitalar: um estudo bibliométrico. Esc Anna Nery. São Paulo, v. 15, n. 1, p. 162-170, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ean/a/fM5Pc5gQWry7FxFmh4vKcFb/?lang=pt. Acesso em: 20 fev. 2022.
HOEPFNER, D. Fundamentos bíblico-teológicos da capelania hospitalar: uma contribuição para o cuidado integral da pessoa. 2008. 121 f. Dissertação (Mestrado em Teologia) Escola Superior de Teologia, São Leopoldo.
HEFTI, R.; ESPERANDIO, MRG. O modelo interdisciplinar de cuidado espiritual: uma abordagem holística de cuidado ao paciente. Horizonte, Belo Horizonte, v. 14, n. 41, p. 13-47, Jan./Mar. 2016.
InMOTION. Vamos falar de mudança? O que é a Curva da Mudança de Kleber-Ross? 2020. Disponível: https://inmotion.blog.br/author/inmotionblog/. Acesso em: 22 fev. 2022.
LIBÓRIO, LA. Religiosidade e saúde integral no hinduísmo e no budismo. Revista de Teologia e Ciências da Religião da UNICAP. Recife, ano X, n. 2, Jul./Dez., 2010. Disponível em: https://www.unicap.br/revistas/teologia/arquivo/teologia%202010%202.pdf. Acesso em: 24 fev. 2022.
SILVA, E. Espiritualidade e religiosidade em cuidados paliativos: a capelania no hospital geral. Uberlândia, 2019, 16 p. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/28744. Acesso em: 18 fev. 2022.
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