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Transtorno do espectro autista ( TEA)
O transtorno do espectro autista (TEA) se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva. 
Autista no mercado de trabalho
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existam por volta de 70 milhões de pessoas autistas no mundo todo. O Brasil, por sua vez, conta com por volta de 2 milhões de indivíduos com o Transtorno do Espectro Autista.
Nunca falamos tanto sobre inclusão no meio corporativo como agora, mas falar sobre o autismo no mercado de trabalho ainda pode ser um tabu. A falta de informação sobre o transtorno cria um preconceito que faz muitas pessoas acreditarem que um autista não tem potencial e qualidades.
Mesmo assim, alguns avanços têm sido feitos. No Brasil, por exemplo a Lei Berenice Piana incluiu o autismo dentro do rol de outras deficiências. Dessa forma, o autista garante a sua inclusão no mercado de trabalho dentro da participação mínima para portadores de qualquer deficiência.
A desinformação e despreparo das empresas para receber pessoas com esse transtorno ainda são os maiores inimigos do autismo no mercado de trabalho.
Cerca de 80% das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) adultas está 
desempregada, é possível que a principal motivação para um número tão baixo aconteça por 
causa do estigma social e a ideia de incapacidade dessas pessoas. A realidade pode ser muito 
mais difícil para autistas que vivem em situação de baixa renda, há ainda mais precariedade 
em relação ao diagnóstico. Para contratação de autistas, as empresas geralmente exigem um 
diagnóstico formal. Mas para chegar ao enquadramento clínico, são necessárias diversas 
análises que vão desde um pediatra até avaliações de psicólogos, neurologistas, 
fonoaudiólogos, entre outros. Uma família pobre, que depende apenas do SUS, pode acabar 
desanimadas a continuar tratamentos essenciais, devido, principalmente, à demora de 
liberação de vagas no sistema público. Quando o tratamento começa e é continuado desde 
cedo, a criança tem mais chances de desenvolvimento.
Bill Gates superou suas limitações sendo hoje um magnata
Autista na saúde pública
A constituição de 1988 assume que a saúde é um direito de todos os brasileiros e que ela deve ser provida pelo estado em universalidade, integralidade e equidade. Mas na prática, sabemos que não é bem assim que acontece.
A realidade é que esse direito não é acessível para milhares de famílias, pelas mais diversas causas. Dentre elas:
· Famílias que vivem em regiões rurais ou muito afastadas e que não conseguem encontrar profissionais especializados e que sejam acessíveis ou que não têm acesso aos meios de transporte que possam tornar o acompanhamento possível.
· Famílias que não tem condições de pagar consultas e terapias de forma particular e que passam muito tempo esperando por uma consulta com um especialista através do SUS e que, quando conseguem o diagnóstico, descobrem que o estado não fornece todos os recursos que o autista precisa para seu tratamento.
· Existem ainda aquelas famílias que, mesmo tendo plano de saúde, não são assistidas e precisam lutar até mesmo na justiça para conseguir acesso ao que seria delas por direito.
Esses são só alguns dos muitos cenários possíveis que fazem com que a saúde e o desenvolvimento do autista que faz parte de uma família menos favorecida financeiramente sejam de fato prejudicados. Ter consciência disso e cobrar as autoridades a respeito é essencial para que medidas sejam tomadas para que essas famílias recebam o suporte necessário.
Autista nas escolas públicas
O início da vida escolar pode ser uma experiência árdua e 
complicada, seja para os alunos que entram nessa nova fase ou 
aqueles que mudam-se para uma nova instituição de ensino. 
Imagine, agora, para crianças que possuam limitações e dificuldades 
de aprendizado, como é o caso dos estudantes autistas? A situação é delicada e merece 
atenção, pois retrata a realidade de milhões de brasileiros.
Sabemos que a escola é apenas o primeiro impasse que os autistas enfrentam. Enquanto esse 
deveria ser um ambiente de convívio e aprendizagem, que acolhe e ensina o contato com 
todos os tipos de diferenças, pode passar a ser um meio de disseminação de preconceitos, 
como a recusa de matrícula. A escola deveria ser mais um instrumento de inclusão social e 
preparação para a vida adulta, para o convívio no mercado de trabalho, mas muitas vezes não 
é. Infelizmente, no Brasil os problemas de educação são estruturais e estão longe da perfeição 
mesmo no ensino regular no que diz respeito ao ensino de crianças e jovens com necessidades 
especiais, além da falta de amparo escolar com pessoas com deficiências (PcD).
O empecilho surge também quando a criança cresce e precisa enfrentar um vestibular, para se 
especializar para o mercado de trabalho. É uma queixa comum entre autistas e familiares. Há 
vestibular adaptado para pessoas com TEA? Se a educação é um direito, por que na vida 
universitária seria diferente? Se a educação é um direito, por que ainda faltam vestibulares adaptados para os autistas?
Temple Grandin nasceu autismo, coisa que na época ninguém conhecia muito bem. Seu jeito peculiar de pensar e seu comportamento antissocial e agressivo eram mal vistos pelos professores e colegas de escola na infância. Frequentemente brigava com outras crianças. Ela tinha dificuldade de aprender certas coisas, porque as coisas para ela seguiam uma lógica participar. A única coisa que podia deixar Temple mais calma era um abraço forte, mas ela não conseguia dizer isso nem a sua mãe. Temple é PhD em ciências animais na universidade estadual do Colorado
Autista nos lugares públicos
Outra realidade facilmente notada é o preconceito com os autistas. Isso é sentido na pele pelos familiares. Além disso, é um tipo de preconceito que não escolhe classe social, orientação sexual ou cor de pele. Ainda assim, esses podem ser fatores que agravam ainda mais a discriminação.
“Ele está tirando proveito da situação”
Muitos autistas não exercem seu direito de receber atendimento prioritário em filas de bancos, lotéricas, caixas de supermercados ou farmácias, etc. O motivo para isso é simples: geralmente, um autista de grau 1, ou seja, que não precisa de um cuidador para realizar suas atividades diárias e vai sozinho até esses locais, não será visto como alguém que precisa de atendimento prioritário.
O constrangimento de ser questionado e de receber olhares de julgamento por funcionários desses estabelecimentos ou até mesmo pelas pessoas que estão ali pelo mesmo motivo faz com que essas pessoas prefiram abrir mão desse direito. No entanto, isso é extremamente problemático. Primeiramente, porque não é à toa que os autistas têm o direito de serem atendidos em filas prioritárias.Vale citar que não são só os autistas jovens e adultos que deixam de exercer esse direito por conta do preconceito e do julgamento da sociedade. Muitos pais, mães e cuidadores de autistas, independentemente do grau, também passam pelo mesmo.
Marcos Mion passou por situação parecida com o seu filho Romeo, que tem autismo. Quando foi impedido o direito de prioridade na fila de embarque, tendo que discutir com funcionário para conseguir ter acesso a um direito que é do seu filho.

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