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CURSO SUPERIOR DE TÉCNICO DE POLÍCIA 
OSTENSIVA E PRESERVAÇÃO DA ORDEM 
PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 JUNHO - 2021 
essdmaterialdidatico@policiamilitar.sp.gov.br 
 Atualização: Cap PM Fernando Antônio de Moura, da Essd. 
 Cb PM Marcio Silva, do CIAF; 
 
 
 
 2º CICLO DE ENSINO 
 
Direito Penal II 
Sumário 
Aula 1 e 2 - Dos Crimes Contra o Sentimento Religioso e o respeito aos mortos: Violação de Sepultura: 
Generalidade e Conceitos; Destruição, subtração ou ocultação de cadáver: Generalidade e Conceitos; 
Vilipêndio de Cadáver: Generalidade e Conceitos. Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual: Estupro: 
Generalidade e conceitos; Sujeito ativo e passivo; Tipo objetivo e subjetivo; Consumação e tentativa; 
Violação sexual mediante fraude: Generalidades e conceitos...................................................................4 
Aula 3 e 4 - Assédio Sexual (Lei Federal 10.224/01): Generalidades e conceitos. Estupro de Vulnerável: 
Generalidade e conceitos; Sujeito ativo e passivo; Tipo objetivo e subjetivo; Consumação e tentativa; 
Corrupção de menores: Generalidades e conceito. Favorecimento da prostituição ou outra forma de 
exploração sexual: Generalidade e conceitos; Casa de prostituição: Generalidade e conceitos; Rufianismo: 
Generalidade e conceitos;...........................................................................................................................9 
Aula 5 e 6 - Do Ultraje Público ao Pudor: Ato obsceno: Generalidade e conceitos; Exclusão do crime; 
Escrito ou objeto obsceno: Generalidade e conceitos. Dos Crimes Contra a Incolumidade Pública; Dos 
Crimes de Perigo Comum: Incêndio: Generalidade e conceitos; Aumento de pena; Incêndio culposo. Dos 
Crimes Contra a Saúde Pública: Charlatanismo; Curandeirismo; Dos Crimes Contra a Paz Pública: 
Incitação ao crime;....................................................................................................................................15 
Aula 7 e 8 - Apologia de crime ou criminoso; Associação Criminosa. Dos Crimes Contra a Fé Pública: 
Da Moeda Falsa: Moeda Falsa; Petrechos para falsificação de moeda; Generalidades. Da Falsidade de 
Títulos e Outros Papéis Públicos: Falsificação de papéis públicos. Petrechos de falsificação..................21 
Aula 9 e 10 - Da Falsidade Documental: Falsificação de documento público; Falsificação de documento 
particular. Da Falsidade Documental: Falsidade ideológica; Falsidade de atestado médico; Uso de 
documento falso; De Outras Falsidades: Falsa identidade; Adulteração de sinal identificador de veículo 
automotor...................................................................................................................................................26 
Aula 11 e 12 - Dos Crimes Contra a Administração Pública: Dos Crimes Praticados por Funcionário 
Público Contra a Administração em Geral: Peculato e suas modalidades. Inserção de dados falsos em 
sistema de informações; Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações...............32 
Aula 13 e 14 - Concussão; Excesso de exação; Corrupção passiva; Prevaricação...................................36 
Aula 15 e 16 - Condescendência criminosa; Advocacia administrativa; Funcionário público 
(conceito)..................................................................................................................................................40 
Aula 17 e 18 - Dos Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral: Usurpação de 
função pública; Resistência; Desobediência; Dos Crimes Praticados por Particular Contra a 
Administração em Geral: Desacato; Corrupção ativa..............................................................................42 
Aula 19 e 20 - Dos Crimes Contra a Administração da Justiça: Denunciação caluniosa; Comunicação 
falsa de crime ou contravenção; Autoacusação falsa; Falso testemunho ou falsa perícia........................46 
Aula 21 e 22 - Coação no curso do processo; Exercício arbitrário das próprias razões; Fraude processual; 
Favorecimento pessoal; Favorecimento real; Exercício arbitrário ou abuso de poder.............................49 
Aula 23 e 24 - Fuga de pessoa presa ou submetida à medida de segurança; Evasão mediante violência 
contra pessoa. Arrebatamento de preso; Patrocínio infiel; Exploração de prestígio; Desobediência à 
decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito...............................................................................53 
Aula 25 e 26 - Lei de abuso de autoridade...............................................................................................57 
Aula 27 e 28 - Lei de drogas.....................................................................................................................66 
Aula 29 e 30 - Lei de drogas.....................................................................................................................74 
Aula 31 e 32 – Lei de tortura ...................................................................................................................79 
Aula 33 e 34 - Estatuto da criança e do adolescente.................................................................................83 
Aula 35 e 36 - Estatuto da criança e do adolescente ................................................................................87 
Aula 37 e 38 - Estatuto do idoso ..............................................................................................................96 
Aula 39 e 40 - Leis de crimes ambientais ..............................................................................................101 
Aula 41 e 42 - Leis de crimes ambientais ..............................................................................................103 
Aula 43 e 44 - Estatuto do Desarmamento ............................................................................................106 
Aula 45 e 46 - Estatuto do Desarmamento ............................................................................................114 
Aula 47 e 48 - Estatuto do Desarmamento ............................................................................................116 
Aula 49 e 50 - Código de defesa do Consumidor (crimes) ...................................................................121 
Aula 51 e 52 - Lei de Violência Doméstica...........................................................................................125 
Aula 53 e 54 - Crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor......................................................130 
Aula 55 e 56 - Crimes Hediondos..........................................................................................................134 
Aula 57 e 58 - Crimes Hediondos..........................................................................................................136 
Aula 59 e 60 - Organização Criminosa..................................................................................................138 
Aula 61 e 62 - Organização Criminosa..................................................................................................141 
Aula 63 e 64 - Contravenções Penais.....................................................................................................143 
Aula 65 e 66 - Contravenções Penais.....................................................................................................145 
Aula 67 e 68 - Contravenções Penais.....................................................................................................148 
Referências Bibliográficas.....................................................................................................................154 
 
4 
 
 
 
DOS CRIMES CONTRAO SENTIMENTO RELIGIOSO E O RESPEITO AOS MORTOS 
VIOLAÇÃO DE SEPULTURA 
Considerações iniciais: Disciplina o art. 210 do Código Penal: ―Violar ou profanar sepultura ou urna 
funerária: Pena — reclusão, de um a três anos, e multa‖. 
O crime em estudo tem o intuito de proteger o sentimento de respeito pelos mortos, Nelson Hungria, 
sustenta que ―a lei penal protege não é a paz dos mortos, mas o sentimento de reverência dos vivos para 
com os mortos. O respeito aos mortos (do mesmo modo que o sentimento religioso) é um relevante valor 
ético-social, e, como tal, um interesse jurídico digno, por si mesmo, da tutela penal.‖ 
Tipo objetivo: Os verbos núcleo do tipo (ações nucleares do tipo) estão traduzidos nos verbos: 
a) violar- abrir, descobrir, destruir, no caso, sepultura ou urna funerária. Com a violação, o cadáver ou as 
cinzas do defunto devem ficar expostos, mas não há necessidade de que sejam removidos; ou 
b) profanar - tratar com desprezo, ultrajar, macular, aviltar, por exemplo, jogar excrementos sobre a 
sepultura ou urna funerária, destruir os ornamentos, escrever palavras injuriosas. 
Objeto material: sepulcro, a tumba e o túmulo e tudo que for construído em torno, lápide por exemplo. 
Deve necessariamente conter o cadáver. Urna funerária compreende as caixas, cofres ou vasos que contêm 
as cinzas ou ossos do morto. 
Tipo subjetivo: É o dolo, verificado na vontade livre e consciente do agente em violar ou profanar 
sepultura ou urna funerária. Crime que não se processa na modalidade culposa 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa 
Sujeito passivo: Sujeito passivo é a coletividade, a família e os amigos do falecido, sendo por esse motivo 
titulado como crime vago por não ter apenas uma pessoa como vitima. 
Consumação: com a violação ou profanação de sepultura ou urna funerária. 
Tentativa: perfeitamente admissível. 
Particularidade: O tipo penal é alternativo, isto é, a pratica das duas condutas (violar e profanar) leva a 
configuração de um só delito. Ressalta-se que não comete o crime em tela, a pessoa que agir no exercício 
regular do direito, aquele que procede a mudança do cadáver ou de seus restos mortais para outra sepultura, 
mediante as formalidades legais (exumação). A ação penal e pública incondicionada 
Exemplo prático: João morador de rua caminhava pelo cemitério e ao passar em frente uma sepultura e 
verificar que ali estava enterrada uma mulher decide abrir para vê-la, após abri, observou que não era uma 
mulher, deixa tudo do jeito que esta e foge do local, sendo preso em flagrante em poucos metros. 
 
Aula 1 e 2 - Dos Crimes Contra o Sentimento Religioso e o respeito aos mortos: Violação de Sepultura: 
Generalidade e Conceitos; Destruição, subtração ou ocultação de cadáver: Generalidade e Conceitos; Vilipêndio de 
Cadáver: Generalidade e Conceitos. Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual: Estupro: Generalidade e conceitos; 
Sujeito ativo e passivo; Tipo objetivo e subjetivo; Consumação e tentativa; Violação sexual mediante fraude: 
Generalidades e conceitos. 
 
5 
 
DESTRUIÇÃO, SUBTRAÇÃO OU OCULTAÇÃO DE CADÁVER 
Considerações iniciais: Disciplina o art. 211 do Código Penal: ―Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou 
parte dele: Pena — reclusão, de um a três anos, e multa‖. O crime em tela tem como objeto jurídico a 
proteção do sentimento de respeito pelos mortos 
Tipo objetivo: Os verbos núcleo do tipo (ações nucleares do tipo) estão traduzidos nos verbos: 
a) destruir — atentar contra a existência da coisa, por exemplo, queimar ou esmagar o cadáver ou parte 
dele, mas não é necessária a destruição total; 
b) subtrair— significa tirar o cadáver ou parte dele da esfera de proteção ou guarda da família, amigos, 
vigias do cemitério, a subtração pode dar-se antes ou depois do sepultamento, por exemplo, haverá 
subtração se, durante um velório, pessoas tiram o corpo do caixão e fogem com ele; ou 
c) ocultar — significa esconder, mas sem que isso implique destruição do cadáver ou parte dele. Há apenas 
o desaparecimento do objeto do crime, por exemplo, após o atropelamento, o agente esconde a vítima no 
interior de uma mata ou a joga em um rio ou a esconde em sua residência. A ocultação somente pode 
ocorrer antes do sepultamento. 
Objeto material: É o cadáver ou parte dele, não se considera o esqueleto humano ou as suas cinzas. 
Exclui-se também a múmia do conceito de cadáver, sendo certo que a sua subtração pode configurar o 
crime de furto. A lei também se refere à parte do cadáver, por exemplo, em acidente de aeronave somente 
se logra encontrar a cabeça do falecido. Ressalva a doutrina que as partes amputadas de corpo vivo não são 
tuteladas pela lei. 
Tipo subjetivo: É o dolo, verificado na vontade livre e consciente do agente em destruir, subtrair ou 
ocultar cadáver. 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa pode praticar o delito em tela, inclusive a própria família do morto. 
Sujeito passivo: Por tratar-se de crime vago, o sujeito passivo é a coletividade, em primeiro plano; 
secundariamente pode-se incluir a família e os amigos do falecido. 
Consumação: Na modalidade de destruir, se consuma com a destruição total ou parcial do cadáver. Na 
modalidade ocultar, o crime se consuma com o desaparecimento do cadáver ou de parte dele. Finalmente, 
na modalidade subtrair, o crime se consuma com a retirada do cadáver ou de parte dele da esfera de 
proteção e guarda da família, amigos etc. 
Tentativa: Plenamente admissível 
Particularidade: O tipo penal é alternativo, isto é, a pratica das três condutas (destruir, subtrair ou ocultar) 
leva a configuração de um só delito. Haverá concurso material de crimes se o agente matar a vítima e 
depois destruir ou ocultar o seu cadáver (CP, arts. 121 e 211). Se o agente para destruir ou subtrair o 
cadáver tiver de violar a sua sepultura (CP, art. 210), haverá crime único. A ação e pública incondicionada. 
Exemplo prático: João fazendo parte de uma facção criminosa XPC, descobre que seu rival Pedro, morreu 
e que seu corpo será velado no clube esportivo da comunidade vizinha. Com o intuito de angariar um maior 
 
6 
 
posto dentro do crime, durante o velório, João subtrai o corpo de Pedro levando até sua comunidade e 
atendo fogo, a fim de mostrar força. João e preso dias depois e respondera por um só crime, sendo ele o 
capitulado no artigo em estudo. 
 
VILIPÊNDIO DE CADÁVER 
Considerações iniciais: Disciplina o art. 212 do Código Penal: ―Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: Pena 
— detenção, de um a três anos, e multa‖. O crime em tela tem como objeto jurídico a proteção do 
sentimento de respeito pelos mortos 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) esta traduzidos no verbo vilipendiar, isto é, 
ultrajar, tratar com desprezo, no caso, o cadáver ou suas cinza. O vilipêndio pode ser praticado de diversos 
modos, por exemplo, atirar excrementos no cadáver, proferir palavrões contra ele, praticar atos sexuais com 
ele. Deve, portanto, a ação criminosa se dar sobre ou junto ao cadáver ou suas cinzas. 
Objeto material: É o cadáver ou suas cinzas. Segundo parte da doutrina a vontade da lei é tutelar não só 
estas e o cadáver, mas também as partes dele, o esqueleto e etc., 
Tipo subjetivo: O dolo, consistente na vontade livre e consciente de vilipendiar o cadáver e suas cinzas. 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, incluindo a própria família do morto. 
Sujeito passivo: É a coletividade, em primeiro plano; secundariamente pode-se incluir a família e os 
amigos do falecido. 
Consumação: Com a pratica da conduta vilipendiadora. 
Tentativa: É admissível, exceto no vilipêndio por meio de palavras. 
Particularidade: Se o vilipêndio configurar calúnia contra o falecido, haverá concurso formal de crimes 
(arts. 138, § 2º, e 212). Este crime se processa através de ação penal pública incondicionada 
Exemplo prático: Maria apaixonada por João descobre que este veio a falecer. Impelida por um amor 
incondicional, resolveu ir até sua sepulturaabri e manter relações sexuais com corpo de João. Maria e pega 
em flagrante, processada e condenado pelo crime em estudo, ante o vilipendio ao cadáver de João. 
 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
ESTUPRO 
Considerações iniciais: Disciplina o art. 213 do Código Penal: ―Constranger alguém, mediante violência 
ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato 
libidinoso: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. O crime em estudo tem como objeto jurídico a 
proteção a liberdade sexual. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo constranger (obrigar, 
forçar, compelir) alguém (pessoa humana), mediante o emprego de violência ou grave ameaça, à conjunção 
carnal (cópula entre pênis e vagina), ou à prática (forma comissiva) de outro ato libidinoso (masturbação, 
 
7 
 
coito anal, sexo oral, toque nas partes pudentes), bem como permitir que com ele se pratique (forma 
passiva) outro ato libidinoso. 
Objeto material: A pessoa que sofre o constrangimento 
Tipo subjetivo: É o dolo, verificado na vontade de constranger alguém, mediante o emprego de violência 
ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato 
libidinoso. 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, podendo ser o homem ou a mulher. 
Sujeito passivo: Qualquer pessoa, podendo ser o homem ou a mulher. Ressalta-se que a esposa pode ser 
vitima de estupro praticado pelo marido. 
Consumação: O crime se consuma com a prática do primeiro ato libidinoso, sendo que na hipótese de 
conjunção carnal, com a introdução parcial ou total do pênis na vagina. 
Tentativa: Plenamente possível, exceto nas modalidades qualificadas, devido à figura do preterdolo. 
Particularidade: Tipo misto alternativo - A pratica da conjunção carnal (cópula pênis e vagina) e outro ato 
libidinoso em seguida (coito anal), no mesmo contexto, contra a mesma vitima, é crime único. O crime de 
estupro e um delito hediondo (art. 1º, inciso V, da lei 8072/90 – Lei de crimes hediondos). Este crime se 
processa através de ação penal publica incondicionada 
Qualificadoras: Disciplina o §1º do art. 213 do C.P. ―Se da conduta resulta lesão corporal de natureza 
grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 
12 (doze) anos.‖. Na primeira parte, a pena será superior se da conduta advier lesão grave. Trata-se de 
figura preterdolosa, pois o resultado adveio de culpa, caso o agente queira o dois resultado, o estupro e a 
lesão corporal, estaremos diante de um concurso material de crimes (art. 213 e 129 §§1 e 2) 
Na segunda parte, traz o fator idade, com o objetivo de tutelar pessoas com parcial vulnerabilidade, ante a 
sua falta de maturidade 
Disciplina o §2º do art. 213 do C.P. ―Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) 
anos.‖. Trata-se também de figura preterdolosa, ou seja, o agente deve dolo na conduta antecedente 
(estupro) e culpa na conduta consequente (morte). Caso exista dolo no estupro e dolo na morte da vitima, 
estaremos diante do concurso material de crimes (art.213 e art. 121). 
Causas de aumento de pena: Ao crime de estupro aplicam-se as causas de aumento de pena prevista nos 
artigos 226 e 234-a do CP, que veremos adiante. 
Exemplo prático: 1- João compelido por um desejo incontrolável por Maria, arma-se de uma faca e vai até 
o local que ela morava, a compelindo a manter relações sexuais, com o fito de satisfazer a própria lascívia. 
2- João compelido por um desejo incontrolável por Maria começa agredir seu filho, prometendo para no 
momento em que ela ceder aos seus desejos sexuais, que seria a copula pênis e vagina. 
 
8 
 
3- Stive, Policial Militar, flagra Joana na prática de tráfico de entorpecentes, exigindo que ela pratique 
relações sexuais para não ser presa. Neste exemplo temos concurso formal (art. 213 e art. 319 
―prevaricação‖) 
4- João compelido por um desejo incontrolável por Maria, arma-se de um revolver e determina que ela se 
masturbe diante dele, a liberando em seguida. Observe que nesse exemplo, João não tocou em Maria e 
mesmo assim praticou o crime de estupro. 
 
VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE 
Considerações iniciais: Disciplina o art. 215 do CP ―Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso 
com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da 
vítima: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.‖ . O crime em estudo tem como objeto jurídico a 
liberdade sexual. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo ter (obter ou 
conseguir) conjunção carnal (cópula entre pênis e vagina) ou praticar (realizar, executar) outro ato 
libidinoso (coito anal, sexo oral, masturbação) com alguém (pessoa humana), mediante fraude (ardil, 
engodo, engano, logro) ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade (meio que 
guarde similaridade com a fraude) da vitima. 
Objeto material: A pessoa que sofre o constrangimento 
Tipo subjetivo: E o dolo, traduzido na vontade livre e consciente de ter conjunção carnal ou praticar outro 
ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de 
vontade da vitima. 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, podendo ser homem ou mulher. 
Sujeito passivo: Qualquer pessoa, podendo ser homem ou mulher, ressalvado os sujeitos do art. 217 
Consumação: Com a prática do ato libidinoso, no caso da conjunção carnal, com a introdução total ou 
parcial do pênis na vagina. Não exigindo a efetiva satisfação sexual. 
Tentativa: É admissível 
Particularidade: Não se exige que o agente do crime realmente vise com a prática do crime a sua 
satisfação da libidinosa. Se houver engano por parte da vítima, afasta-se o crime, pois exige-se a fraude. 
Vale-se frisar que a fraude e o meio executório deste crime. 
Exemplo prático: João, curandeiro, convence Maria que é necessário que ele introduza o pênis na vagina 
dela, para que o espirito mal possa ser expulso. 
 
 
9 
 
Aula 3 e 4 - Assédio Sexual (Lei Federal 10.224/01): Generalidades e conceitos. Estupro de Vulnerável: 
Generalidade e conceitos; Sujeito ativo e passivo; Tipo objetivo e subjetivo; Consumação e tentativa; 
Corrupção de menores: Generalidades e conceito. Favorecimento da prostituição ou outra forma de 
exploração sexual: Generalidade e conceitos; Casa de prostituição: Generalidade e conceitos; Rufianismo: 
Generalidade e conceitos. 
 
ASSÉDIO SEXUAL 
Considerações iniciais: Disciplina o art. 216-A do CP ―Constranger alguém com o intuito de obter 
vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou 
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função: Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) 
anos‖. Tem como objeto jurídico a tutela a dignidade sexual e a liberdade sexual. Nesse tipo penal também 
visa a proteção nas relações de trabalho 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo constranger, que 
significa forçar, compelir. A conduta tipificada não é a de violentar a vítima e sim a de apenas embaraçá-la. 
Não é qualquer gracejo, que caracteriza o assédio. Nas lições de Cezar Roberto Bitencourt, para 
caracterização do crime e necessário ―a importunação séria, grave, ofensiva, chantagiosa ou ameaçadora a 
alguém subordinado‖. Vale salientar que o crime em estudo, segundo a doutrina, também e chamado 
―assédio laboral‖, pois o legislador somente tipificou o assédio decorrente de relação de trabalho, sendo 
que se os fatos se derem em outro tipo de relação, como por exemplo a familiar, não estará configurado o 
crime em tela. 
Objeto material: A pessoa que sofre o constrangimento. 
Tipo subjetivo: É o dolo, consistente na vontade livre e consciente de constranger a vítima. Exige- se, a 
finalidadede obter vantagem ou favorecimento sexual. Caso o agente tem como objetivo o relacionamento 
duradouro e sério, não estará configurado o crime em tela. 
Sujeito ativo: Trata-se de crime próprio, já que a lei exige que o agente se prevaleça da sua condição de 
superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. 
Sujeito passivo: O subordinado ou empregado de menor escalão que o do sujeito ativo. 
Consumação: Com a prática do ato constrangedor, sendo irrelevante a obtenção da vantagem ou 
favorecimento sexual. 
Tentativa: A tentativa e possível, por exemplo por escrito, mas não chega ao conhecimento do destinatário 
Particularidade: O assédio pode ser realizado verbalmente, por escrito ou por gestos. A exigência da 
vantagem ou favorecimento sexual pode ser para si ou para terceiros, caso este saiba estaremos diante de 
concurso de pessoas. 
Causas de aumento de pena: Aduz o § 2
o
 ―A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 
18 (dezoito) anos.‖. Apesar de o dispositivo apenas fazer referencia a expressão menor de 18 anos, há 
 
10 
 
interpretar a idade mínima de 14 e a máxima de 18 anos. 
Exemplo prático: João, CEO da empresa Megaevento, determina que Maria, a secretária, compareça em 
sua sala. Maria ao chegar na sala, se depara com João, que informa que ela será demitida, mas caso faça 
sexo com ele naquele momento, poderá permanecer no emprego. 
 
ESTUPRO DE VULNERÁVEL 
Considerações iniciais: Aduz o art. 217-A do C.P. ―Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso 
com menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.‖. Complementa o § 
1
o
 ―Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra 
causa, não pode oferecer resistência.‖ O referido crime tem como objetos jurídicos a liberdade sexual e o 
pleno desenvolvimento das pessoas vulneráveis. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo ter (conseguir, 
alcançar) conjunção carnal (cópula entre pênis e vagina) ou praticar (realizar, executar) outro ato 
libidinoso (qualquer ação relativa à obtenção de prazer sexual, por exemplo, coito anal, sexo oral) com 
menor de 14 anos , com alguém efermo (doente) ou deficiente (portador de retardo ou insuficiência) 
mental, que não possua o necessário (indispensável) discernimento (capacidade de distinguir e conhecer o 
que se passa, critério, juízo) para a pratica do ato, bem como com alguém que, por outra causa (motivo, 
razão), não possa oferecer resistência (força de oposição contra algo). 
Objeto material: A pessoa vulnerável 
Tipo subjetivo: É o dolo, demonstrado na vontade de ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso. 
Não é exigida nenhuma finalidade especial, sendo suficiente a vontade de submeter a vítima à prática de 
relações sexuais. 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, lembrando que pode ser tanto homem como mulher. 
Sujeito passivo: A pessoa vulnerável (menor de 14 anos, enfermo ou deficiente mental sem discernimento 
para a prática do ato, ou pessoa com incapacidade de resistência) 
Consumação: Com a conjunção carnal ou com a prática de qualquer outro ato libidinoso. Ressalta-se que, 
na conjunção carnal, não se exige, para a consumação do crime, a penetração total do pênis na vagina, nem 
ejaculação. 
Tentativa: Plenamente possível. 
Particularidade: Erro de tipo - Muitas pessoas, embora menores de 14 anos, podem aparentar a terceiros 
já ter atingido a referida idade. Há as que possuem um corpo físico avantajado ou se maquiam em excesso; 
outras, pelas suas atitudes (ex.: prostituição de longa data), parecem ter mais idade do que realmente têm; 
enfim, a confusão com o elemento do tipo menor de 14 anos pode eliminar o dolo (não se pune a título de 
culpa). Este crime se processa através de ação penal pública incondicionada. 
 
11 
 
Qualificadoras: Aduz o § 3
o
 do art. 217-A ―Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - 
reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.‖. E aduz o § 4
o
 ―Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 
12 (doze) a 30 (trinta) anos.‖. São figuras preterdolosas (dolo na conduta antecedente e culpa na conduta 
consequente). Caso o agente tenha o dolo nas duas condutas, ou seja, dolo no estupro de vulnerável e dolo 
no resultado lesão corporal grave ou morte, estaremos diante de um concurso material de crimes. 
Disciplina o § 5º ―As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se 
independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais 
anteriormente ao crime.‖ 
Exemplo prático: Tício conhece uma bela jovem e por ela fica atraído, mesmo sabendo que ela possui 13 
anos, manteve relações sexuais com ela. No dia seguinte a família da jovem tomou conhecimento do fato e 
se dirigiu a delegacia mais próxima, onde foi lavrado o Boletim de ocorrência em desfavor de Tício por 
estupro de vulnerável. 
 
CORRUPÇÃO DE MENORES 
Considerações iniciais: Disciplina o art. 218 do C.P. ―Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a 
satisfazer a lascívia de outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.‖. Crime tem com objeto 
jurídico a proteção da moralidade e imaturidade sexuais dos menores de 14 anos. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo induzir (dar a ideia, 
sugerir, persuadir) alguém menor de 14 anos a satisfazer (realizar, saciar) a lascívia (prazer sexual) de 
outrem. Segundo Rogério Sanches Cunha, o tipo penal do art. 218 ―limitasse, portanto, às práticas sexuais 
meramente contemplativas, como, por exemplo, induzir alguém menor de 14 anos a vestir-se com 
determinada fantasia para satisfazer a luxúria de alguém‖, caso o induzimento for para a pratica de 
conjunção carnal ou ato libidinoso com outrem, o indutor poderá responder na qualidade de partícipe do 
crime do art. 217-A (estupro de vulnerável). 
Objeto material: A pessoa menor de 14 anos, induzida à satisfação da lascívia de outrem. 
Tipo subjetivo: É o dolo, latente na vontade livre e consciente de induzir alguém menor de 14 anos a 
satisfazer a lascívia de outrem. 
Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. 
Sujeito passivo: E o menor de 14 anos, podendo ser homem ou mulher. 
Consumação: Consuma-se com a influência do agente no sentido de levar o menor a praticar atitude 
tendente à satisfação da lascívia de outrem. Irrelevante a ocorrência do ato. Titulado como crime formal. 
Tentativa: E possível 
Exemplo prático: Mévio se dirige até Joana, menor de 14 anos, e induz que ela faça um strip-tease para o 
seu amigo Tício, com o intuito de satisfazer a lascívia deste. 
 
 
12 
 
FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL 
Considerações iniciais: Disciplina o art. 218-B ―Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma 
de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, 
não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.‖ Tem como objeto jurídico a moralidade e a imaturidade 
sexuais dos menores de 18 anos. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo submeter (subjugar, 
dominar, sujeitar alguém a algo), induzir (dar a ideia, sugerir) ou atrair (seduzir, chamar a atenção de 
alguém para algo) são os verbos alternativos, cujo objeto é a prostituição ou outra forma de exploração 
sexual de pessoa menor de 18 anos ou que, em virtude de enfermidade ou deficiência mental, não tenha o 
discernimento necessário para a prática do ato. A segunda parte do tipo penal prevê as seguintes condutas 
alternativas: facilitar (tornar acessível ou à disposição); impedir (obstar, colocarqualquer obstáculo) ou 
dificultar (tornar algo complicado). 
Objeto material: A pessoa menor de 18 anos 
Tipo subjetivo: É o dolo, caracterizado na vontade livre e consciente do agente em praticar o disposto do 
artigo em estudo. 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa 
Sujeito passivo: Será o menor de 18 anos ou o que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o 
necessário discernimento para a prática do ato. Boa parte da doutrina entende que os menores de 14 anos 
são abrangidos pelo referido artigo. 
Consumação: Com a prática da prostituição ou outra forma de exploração sexual pelas vitimas 
Tentativa: A tentativa admissível 
Agravantes: Disciplina o § 1
o
 do artigo em tela ―Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem 
econômica, aplica-se também multa.‖. Neste caso terá o cumulo da pena pecuniária a pena privativa de 
liberdade. 
Figuras equiparadas: Aduz o § 2
o
 Incorre nas mesmas penas: I - quem pratica conjunção carnal ou outro 
ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita 
no caput deste artigo; II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as 
práticas referidas no caput deste artigo. 
No caso do inciso I, passa a prever punição para o cliente, nas mesmas penas daquele que pratica o verbo 
núcleo do tipo descrito no artigo em estudo. 
No caso do inciso II, pune-se nas mesmas penas do caput, as pessoas referidas que tenha o conhecimento 
que ocorre as práticas do verbo do tipo no local. 
Particularidades: Trata-se de tipo penal misto alternativo, de ação múltipla ou de conteúdo variado, e a 
pratica de duas ou mais condutas caracteriza crime único. Disciplina o § 3
o
 do artigo em tela que ―Na 
 
13 
 
hipótese do inciso II do § 2
o
, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de 
localização e de funcionamento do estabelecimento.‖ Em todos os casos, a ação penal e pública 
incondicionada. 
Exemplo prático: Maria, com 17 anos, trabalhando há dois anos na casa de prostituição tenta abandonar 
esta vida, quando e impedida por Tício, que cria obstáculos para que ela não deixe o local que pratica a 
prostituição. 
 
CASA DE PROSTITUIÇÃO 
Considerações iniciais: Prescreve o art. 229 do CP ―Manter, por conta própria ou de terceiro, 
estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do 
proprietário ou gerente: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.‖. Tem como objeto jurídico a 
moralidade sexual e os bons costumes. Há doutrinadores que sustentam que com o advento da Lei n. 
12.015/2009, este crime perdeu o nomen iuris, deixando de ser casa de prostituição, passando a se 
classificado como ―estabelecimento destinado a exploração sexual. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo manter, isto é, 
conservar, sustentar estabelecimento em que ocorra exploração sexual. Pune-se, portanto, o proprietário de 
qualquer estabelecimento, destinado ou não à prostituição, em cujo interior ocorra à exploração sexual, por 
exemplo, indivíduo que possui um restaurante, mas que em sua edícula permite encontro de clientes com 
prostitutas. O mesmo ocorre com a manutenção de casas de massagem, banho, ducha, relax. Caso se 
comprove que no interior haja a exploração sexual, haverá o enquadramento típico. 
Objeto material: O estabelecimento que ocorre a exploração sexual 
Tipo subjetivo: É o dolo 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa 
Sujeito passivo: É a coletividade, secundariamente a pessoa explorada sexualmente. 
Consumação: Com a efetiva comprovação da habitualidade na manutenção do estabelecimento em que 
ocorra a exploração sexual. 
Tentativa: Inadmissível, por se tratar de crime habitual. 
Particularidades: Tendo em vista o verbo empregado pelo tipo penal, manter, estamos diante de um crime 
habitual (exige habitualidade, com reiteração seguida da conduta). A ação penal e pública incondicionada 
Exemplo prático: Tício há mais ou menos dois anos, mantém em total funcionamento um bar frequentado 
tanto por homens, quanto por mulheres, sendo que muitas delas são prostitutas. Verificado a possibilidade 
do aumento de seus lucros, a cerca de um ano, Tício decide disponibilizar quartos no andar de cima para 
que as prostitutas possam fazer o atendimento dos clientes. 
 
 
 
14 
 
RUFIANISMO 
Considerações iniciais: Disciplina o art. 230 do C.P ―Tirar proveito da prostituição alheia, participando 
diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça: Pena - 
reclusão, de um a quatro anos, e multa.‖. Tem como objeto jurídico tutelar a liberdade sexual e a 
moralidade. 
Conceito de rufianismo: Segundo Guilherme de Sousa Nucci ―é uma modalidade do lenocínio, que 
consiste em viver à custa da prostituição alheia. É a atividade exercida por aquele que explora prostitutas e, 
consequentemente, incentiva o comércio sexual. O termo equivalente é o cafetão. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo tirar proveito (extrair 
lucro, vantagem ou interesse) da prostituição alheia. As formas compostas do núcleo principal (tirar 
proveito) são: 
a) participando dos lucros (reservando, para si, uma parte do ganho que a prostituta obtém com sua 
atividade) 
b) fazendo-se sustentar (arranjando para ser mantido, provido de víveres ou amparado). Não se demanda 
seja essa a única fonte de renda do sujeito ativo, mas uma delas. 
Objeto material: A pessoa prostituída explorada 
Tipo subjetivo: É o dolo, não existindo na forma culposa. 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, titulada como rufião ou cafetão. 
Sujeito passivo: A pessoa que exerce a prostituição. 
Consumação: Dá-se a consumação com a participação reiterada do rufião no recebimento dos lucros, bem 
como da sua manutenção à custa da prostituta. 
Tentativa: Inadmissível 
Particularidades: Esta no rol dos crimes habituais. A ação penal é pública incondicionada 
Qualificadoras: Aduz o § 1
o
 ―Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o 
crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou 
curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de 
cuidado, proteção ou vigilância: Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.‖. 
Disciplina o § 2
o
 Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que 
impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, 
sem prejuízo da pena correspondente à violência.‖. 
Exemplo prático: Mévio, casado com Gertrudes, a obriga se prostituir para sustentar a casa e seu vício em 
bebida alcoólica, utilizando ainda o direito advindo da prostituição de sua esposa, para gastar em jogo de 
baralho. 
 
15 
 
 Aula 5 e 6 - Do Ultraje Público ao Pudor: Ato obsceno: Generalidade e conceitos; Exclusão do crime; 
Escrito ou objeto obsceno: Generalidade e conceitos. Dos Crimes Contra a Incolumidade Pública; Dos 
Crimes de Perigo Comum: Incêndio: Generalidade e conceitos; Aumento de pena; Incêndio culposo. Dos 
Crimes Contra a Saúde Pública: Charlatanismo; Curandeirismo; Dos Crimes Contra a Paz Pública: 
Incitação ao crime; 
 
ATO OBSCENO 
Considerações iniciais: Disciplina o art. 233 do CP ―Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou 
exposto ao público: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.‖ O crime em estudo tem como 
objeto jurídico tutelar o pudor público. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo praticar (executar, 
levar a efeito ou realizar, implicando em movimento do corpo humano e não simplesmente em palavras) 
ato ofensivo ao pudor. Tem-se por ato obsceno todo aquele de cunho sexual capaz de ofender o pudor 
público médio da sociedade. Esse senso deve ser avaliadode acordo com o lugar e a época em que o crime 
foi praticado. 
Objeto material: É a pessoa que presencia o ato 
Tipo subjetivo: É o dolo 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa 
Sujeito passivo: Por se tratar de crime vago, o sujeito passivo é a coletividade. 
Consumação: Por se tratar de crime perigo, se consuma com a prática do ato, não exigindo que tenha sido 
presenciado por terceiros. 
Tentativa: De difícil verificação 
Particularidades: Conforme se verifica no tipo penal, o crime traz um elemento normativo que é a pratica 
do ato obsceno não em qualquer lugar, mas sim em lugar público (é aquele ao qual todas as pessoas têm 
acesso, por exemplo, ruas, praças.) , ou aberto (aquele cujo acesso é livre ou condicionado, por exemplo, 
metrô, cinema, museu, teatro.) ou exposto ao público (é o local privado visível para quem se encontra num 
lugar público ou aberto ao público. p. ex. interior de um automóvel). A ação penal e pública 
incondicionada. 
Exemplo prático: Mévio convida Tícia para almoçar. Durante o almoço o papo foi ficando quente ao 
ponto de que eles resolveram ir embora para ficar em um lugar mais tranquilo e a dois. Ocorre que a 
empolgação era tão grande que decidiram para o veiculo em uma rua e começar a pratica de atos 
libidinosos. 
 
ESCRITO OU OBJETO OBSCENO 
Considerações iniciais: Disciplina o art. 234 do CP ―Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua 
 
16 
 
guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa 
ou qualquer objeto obsceno: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.‖. O bem jurídico 
tutelado é o pudor publico, a moralidade pública. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo fazer (dar existência 
ou construir), importar (fazer ingressar no País vindo do estrangeiro), exportar (fazer sair do País com 
destino ao exterior), adquirir (obter ou comprar) e ter sob sua guarda (possuir sob sua vigilância e 
cuidado). O objeto e algo visível, considerado obsceno. Pode ser por meio escrito, desenho, pintura ou 
qualquer outro objeto. A prática de uma ou mais condutas implica na realização de um só delito. 
Objeto material: É o escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer outro objeto obsceno. 
Tipo subjetivo: É o dolo 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa 
Sujeito passivo: É a coletividade 
Consumação: Consuma com a prática de uma das condutas previstas no tipo. Trata-se de crime de perigo 
Tentativa: É possível (p.ex. tentar importar). 
Particularidades: O paragrafo único e seus incisos trazem as figuras equiparadas, que serão apenas da 
mesma forma do crime exposto no caput. A ação penal e pública incondicionada 
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem: 
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste artigo; 
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição cinematográfica de 
caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter; 
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter 
obsceno. 
Exemplo prático: Tício em posse de várias propagandas pornográficas, com o intuito de angariar mais 
adeptos ao evento, resolve colocar as propagandas em telefones públicos. Por tal ato foi pego em flagrante, 
pelo crime de escrito ou objeto obsceno. 
 
OBSERVAÇÕES: Crimes recentemente editados que serão expostos aqui apenas para conhecimento: 
Registro não autorizado da intimidade sexual 
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou 
ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes: Pena - detenção, de 
6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa. 
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer 
outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo. 
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de 
pornografia 
 
17 
 
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou 
divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou 
telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de 
vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, 
nudez ou pornografia: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que 
mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação. 
Exclusão de ilicitude 
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de 
natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a 
identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos. 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
―Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título (todos os crimes contra a liberdade sexual 
e liberdade sexual de vulnerável), procede-se mediante ação penal pública incondicionada.‖ 
“Aumento de pena: Art. 226. A pena é aumentada: I – de quarta parte, se o crime é cometido com o 
concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, 
irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro 
título tiver autoridade sobre ela; IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: a) 
mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; b) para controlar o comportamento social ou sexual da 
vítima‖ 
 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Aumento de pena: ―Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título (para nosso estudo, de estupro até 
escrito e objeto obsceno) a pena é aumentada: III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta 
gravidez; IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença sexualmente 
transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência.‖ 
―Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.‖ 
 
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA 
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM 
INCÊNDIO 
Considerações iniciais: Disciplina o Art. 250 do C.P. ―Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a 
integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.‖ Bem jurídico 
tutelado e a incolumidade pública. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo causar (provocar, dar 
 
18 
 
origem ou produzir). Objeto da conduta é incêndio. Compõe-se com expor (arriscar), que, em verdade, já 
contém o fator perigo, podendo-se dizer que ―expor alguém‖ é colocar a pessoa em perigo. Classifica-se 
incêndio como o fogo intenso que tem forte poder de destruição e de causação de prejuízo. 
Objeto material: É a substância ou objeto incendiado 
Tipo subjetivo: É o dolo 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa 
Sujeito passivo: É a sociedade 
Consumação: Quando ocorrer a conduta de provocar incêndio (lembrar a classificação de incêndio) 
Tentativa: E admissível 
Particularidades: O tipo exigido para caracterização do crime é o perigo de vida, à integridade física ou 
ao patrimônio de outrem. O crime pode ser praticado mediante omissão (o agente que culposamente ateia 
fogo à cortina de sua casa e nada faz para apaga-lo.) A ação penal e pública incondicionada 
Causas de aumento de pena: ―§ 1º - As penas aumentam-se de um terço: 
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveitopróprio ou alheio; 
II - se o incêndio é: 
a) em casa habitada ou destinada a habitação; 
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura; 
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo; 
d) em estação ferroviária ou aeródromo; 
e) em estaleiro, fábrica ou oficina; 
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; 
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração; 
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.‖ 
Modalidade culposa: “§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos.‖. Nesse 
caso o agente causa o incêndio por imprudência, negligencia ou imperícia. Salienta-se que essa modalidade 
não incidem as majorantes supramencionadas. 
Exemplo prático: Mévio, com inveja de seu colega de turma da faculdade coloca fogo em sua casa a fim 
de destruir o patrimônio. O fogo atinge proporções gigantescas, destruindo toda a casa e atingindo demais 
casas vizinhas. 
 
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA 
CHARLATANISMO 
Considerações iniciais: Aduz o Art. 283 do C.P. ―Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.‖ O bem jurídico tutelado e a saúde pública. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo inculcar (apregoar ou 
 
19 
 
dar a entender) ou anunciar (divulgar ou fazer saber) cura (é o restabelecimento da saúde de alguém, que 
estava enfermo) por meio secreto ou infalível. O crime em estudo tem como escopo punir a pessoa que 
sendo medico ou não, se promove à custa de métodos questionáveis e perigosos de curar pessoas. 
Objeto material: É o anúncio de cura secreta ou infalível. 
Tipo subjetivo: É o dolo 
Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa 
Sujeito passivo: É a sociedade. No entendimento de Fernando Capez ―a pessoa que venha a ser enganada 
pelo charlatão.‖. 
Consumação: Com a prática das condutas típicas, independentemente do prejuízo efetivo para a saúde de 
terceiros. 
Tentativa: É admissível 
Particularidades: Um único anúncio que o agente pode curar a AIDS, por exemplo, já configura esse 
crime. É crime de perigo abstrato, não se considera crime habitual. A ação penal e pública incondicionada 
Forma qualificada pelo resultado: Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. (―Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta 
lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é 
aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se 
resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.‖) 
Exemplo prático: Tício, após concluir a faculdade de medicina, se vê em uma situação complicada para 
conseguir emprego, então decide anunciar que tem um método infalível para a cura do câncer. Questionado 
sobre o método, se nega a divulgar, dizendo que e secreto. 
 
CURANDEIRISMO 
Considerações iniciais: Dispõe o art. 284 do C.P. ―Exercer o curandeirismo: I - prescrevendo, ministrando 
ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; III - 
fazendo diagnósticos: Pena - detenção, de seis meses a dois anos.‖. Bem jurídico (objeto jurídico) tutelado 
e a saúde pública. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo exercer 
(desempenhar uma atividade com habitualidade) o curandeirismo (é a atividade desempenhada pela pessoa 
que promove curas sem ter qualquer titulo ou habilitação para tanto, fazendo-o, geralmente, por meio de 
reza ou emprego de magia). As formas que o curandeiro ira fazer isso estão prescritas nos incisos de I a III. 
Objeto material: É a substância prescrita, o gesto, a palavra ou outro meio empregado e o diagnóstico 
realizado. 
Tipo subjetivo: É o dolo 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa 
 
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Sujeito passivo: É a sociedade. Também, nos ensinamentos de Guilherme de Souza Nucci ―a pessoa que é 
objeto da ―cura‖‖. 
Consumação: Consuma-se com a prática reiterada dos atos previstos no tipo penal 
Tentativa: Inadmissível 
Particularidades: Trata-se de crime habitual. O tratamento utilizado pelo curandeiro, ainda que tenha sido 
bem-sucedido, configura o crime em tela. A ação penal e pública incondicionada 
Qualificadora: Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também 
sujeito à multa. 
Forma qualificada pelo resultado: Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. (―Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta 
lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é 
aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se 
resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.‖) 
Exemplo prático: Mévio de forma reiterada utiliza gestos e palavras para curar pessoas que possuem 
câncer. 
 
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA 
INCITAÇÃO AO CRIME 
Considerações iniciais: Disciplina o Art. 286 do C.P. ―Incitar, publicamente, a prática de crime: Pena - 
detenção, de três a seis meses, ou multa.‖. O crime em estudo tem como objeto jurídico a paz pública. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo incitar (impelir, 
estimular ou instigar) publicamente, a prática de crime. 
Objeto material: É a paz pública 
Tipo subjetivo: É o dolo 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa 
Sujeito passivo: É a sociedade 
Consumação: Quando ocorrer o estimulo a prática criminosa, mesmo que as pessoas não pratiquem o 
crime incitado, o crime estará consumado 
Tentativa: Caso a incitação ocorra através de cartazes, panfletos e possível admissível à tentativa. 
Particularidades: Caso a incitação seja para a prática de contravenção penal o crime em estudo não estará 
caracterizado (incitar a pratica de crime). A incitação deve ser feita para prática de um crime especifico, 
pois a citação genérica não torna a conduta típica. 
A ação penal e publica incondicionada 
Exemplo prático: Durante uma manifestação, Mévio incita as pessoas ali presentes a quebrarem o 
patrimônio publico. 
 
21 
 
Aula 7 e 8 - Apologia de crime ou criminoso; Associação Criminosa. Dos Crimes Contra a Fé Pública: Da 
Moeda Falsa: Moeda Falsa; Petrechos para falsificação de moeda; Generalidades. Da Falsidade de Títulos e 
Outros Papéis Públicos: Falsificação de papéis públicos. Petrechos de falsificação 
 
APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO 
Considerações iniciais: Aduz o Art. 287 do C.P. ―Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de 
autor de crime: Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.‖. O bem jurídico tutelado neste crime é a 
sociedade. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo fazer (produzir, 
executar ou dar origem), publicamente, apologia (louvor, elogio, discurso de defesa) de fato criminoso (não 
se considera a contravenção penal) ou de autor de crime (é a pessoa condenada, com trânsito em julgado, 
pela prática de um crime) 
Objeto material: É a paz pública 
Tipo subjetivo: É o dolo 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa 
Sujeito passivo: É a sociedade 
Consumação: Com a apologia, independentemente de pessoas virem a repetir o fato criminoso exaltado. A 
apologia deve ser feita em publico 
Tentativa: Admite-se desde que a apologia não seja oral 
Particularidades: Convém mencionar que o Supremo Tribunal Federal, na ADPF 187, em decisão 
unânime, excluiu do campo de incidência da norma do art. 287 as manifestações em favor da 
descriminalização de substâncias psicotrópicas, em especial a denominada ―marcha da maconha‖, por estar 
acobertada pelos direitos constitucionais de reuniãoe de livre expressão do pensamento. 
A ação penal e publica incondicionada 
Exemplo prático: Tício afirma publicamente, que os assassinados de homossexuais são corajosos e 
deveriam ser exaltados ou invés de julgados. 
 
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 
Considerações iniciais: Disciplina o art. 288 do C.P. ―Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim 
específico de cometer crimes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.‖ O objeto jurídico tutelado e a paz 
pública. Este crime anteriormente conhecido como quadrilha ou bando, obteve nova redação no ano de 
2012, passando a nomenclatura para associação criminosa. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo associar-se (reunir-se 
em sociedade, agregar-se ou unir-se). O objeto da conduta é a finalidade de cometer crimes. 
Objeto material: É a paz pública 
 
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Tipo subjetivo: É o dolo 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa 
Sujeito passivo: E a coletividade, a sociedade. 
Consumação: Segundo Fernando Capez a consumação, ―dá-se no instante em que a associação criminosa 
é formada, independentemente da prática de qualquer delito.‖ 
Tentativa: Inadmissível 
Particularidades: A associação criminosa visa o cometimento de crimes (exclui as contravenções penais). 
Tal associação deve ser permanente e não eventual. Sua composição e de três ou mais pessoas. Deve haver 
a pratica de crimes indeterminados pela associação. Se associar para comer crimes determinados, estaremos 
diante de concurso de pessoas. A ação penal e pública incondicionada. 
Exemplo prático: Caio, Tício e Mévio conhecidos de infância resolvem unir esforços para a prática 
reiterada de diversos crimes. 
 
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 
DA MOEDA FALSA 
MOEDA FALSA 
Considerações iniciais: Aduz o Art. 289 do C.P. ―Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica 
ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.‖. 
Objeto jurídico tutelado é a fé pública 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo falsificar (reproduzir 
imitando ou imitar com fraude), fabricar (manufaturar ou cunhar) ou alterar (modificar ou adulterar) 
moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro. 
Objeto material: É a paz pública 
Tipo subjetivo: É o dolo. Não se exige a finalidade específica de obtenção de lucro ou de colocar a moeda 
em circulação. 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
Sujeito passivo: É o Estado, a coletividade. Segundo Fernando Capez ―É também vítima a pessoa física ou 
jurídica individualmente prejudicada.‖. 
Consumação: Quando a moeda (papel ou metal) for falsificada, fabricada ou alterada, além das outras 
condutas descritas no tipo. 
Tentativa: É plenamente possível 
Particularidades: O crime em estudo e de competência da justiça federal, haja vista somente a União 
controla a emissão de moeda (sendo assim, o Policial que se deparar com essa ocorrência, deverá 
apresentar na Policia Federal). 
Nas lições de Fernando Capez ―É da essência do delito que a falsificação seja apta a iludir a vítima, isto é, a 
 
23 
 
causar engano. Se for grosseira, isto é, inidônea a esse fim, não se configura o crime em tela.‖. Salienta-se 
que a utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado não passara impune, haja vista o entendimento 
consolidado na Súmula 73 do STJ (―A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em 
tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual.‖) 
A ação é pública incondicionada 
Figuras equiparadas: ―§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou 
exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.‖ 
Figura privilegiada: ―§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a 
restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e 
multa.‖. 
Qualificadora: ―§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou 
diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: I - 
de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; II - de papel-moeda em quantidade superior à 
autorizada.‖. Trata-se de crime próprio (só praticado por funcionários públicos) 
―§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda 
autorizada.‖. Nesse caso temos crime comum (praticado por qualquer pessoa), mas a pena e a mesma do 
§3º. 
Exemplo prático: Mévio querendo demonstrar sua habilidade técnica resolve fabricar moedas de R$ 1,00 
(um real). Ao concluir percebe que ficou parecidíssima com a verdadeira e resolve fazer comprar 
utilizando-as. Pratica que o leva a prisão em flagrante. 
 
PETRECHOS PARA FALSIFICAÇÃO DE MOEDA 
Considerações iniciais: Dispõe o Art. 291 do C.P. ―Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou 
gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente 
destinado à falsificação de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.‖. Bem jurídico tutelado é a 
fé pública 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo fabricar (construir, 
cunhar, criar..), adquirir (obter ou comprar), fornecer (guarnecer ou prover), a titulo oneroso (mediante o 
pagamento de certo preço) ou gratuito (sem contraprestação), possuir (ter a posse ou reter), ou guardar 
(vigiar ou tomar conta de algo) maquinismo (é o conjunto de peças de um aparelho ou mecanismo), 
aparelho (é o conjunto de mecanismo existente numa maquina), instrumento (é o objeto empregado para a 
execução de um trabalho) ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda. 
Objeto material: É o maquinismo, aparelho, instrumento ou objeto que tem por finalidade a falsificação 
de moeda. 
Tipo subjetivo: É o dolo 
 
24 
 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa pode praticar esse delito 
Sujeito passivo: É o Estado, a coletividade. 
Consumação: Quando as condutas típicas forem praticadas (fabricação, aquisição, fornecimento, posse ou 
guarda do objeto destinado à falsificação de moeda). Não e necessário que o agente realize efetivamente a 
falsificação de moeda. 
Tentativa: É admissível, menos na modalidade fornecer. 
Particularidades: A prática de mais de um verbo do tipo caracteriza crime único. Processa-se por meio de 
ação penal pública incondicionada 
Exemplo prático: Mévio, morador do interior de São Paulo, guarda dentro do porão de sua casa um 
maquinário destinado à fabricação de moeda falsa a qual e utilizada de forma diária. 
 
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS 
FALSIFICAÇÃO DE PAPÉIS PÚBLICOS 
Considerações iniciais: Disciplina o Art. 293 do C.P ―Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I – selo 
destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de 
tributo; II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; III - vale postal; IV - cautela de 
penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de 
direito público; V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de 
rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; VI - bilhete, passe ou 
conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município: Pena - 
reclusão, de dois a oito anos, e multa.‖. O objeto jurídico tutelado é a fé pública. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo falsificar (reproduzir, 
imitando, ou contrafazer) fabricando-os (manufaturando-os, construindo-os, cunhando-os) ou alterando-os 
(modificando-os, transformando-os), todos os papeis descritos nos incisos do artigo. 
Objeto material: Pode serselo, estampilha, papel selado, outro papel semelhante, título da dívida pública, 
vale postal, cautela de penhor, caderneta de depósito, talão, recibo, guia, alvará, outro documento 
semelhante, bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte. 
Tipo subjetivo: É o dolo 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa 
Sujeito passivo: É o Estado, a coletividade. 
Consumação: Com a falsificação, mediante fabricação ou alteração. 
Tentativa: Plenamente possível. 
Figura privilegiada: § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los 
novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: Pena - reclusão, de um a quatro 
anos, e multa. 
 
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§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou 
alterados, a que se refere este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na 
pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
Figura equiparada: § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que 
se refere o parágrafo anterior. (entenda-se o parágrafo anterior sendo o §2º). 
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º, qualquer forma de comércio 
irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em 
residências. 
Processa-se por meio de ação penal pública incondicionada 
Exemplo prático: Tício, como meio de vida, fabrica bilhete de transporte município para a venda. 
 
PETRECHOS DE FALSIFICAÇÃO 
Considerações iniciais: Disciplina o art. 294 do C.P. ―Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar 
objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior: Pena - 
reclusão, de um a três anos, e multa.‖. O bem jurídico tutelado é a fé pública. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo fabricar (construir, 
criar), adquirir (obter, comprar), fornecer (abastecer ou guarnecer), possuir (ter a posse de algo ou reter em 
seu poder) ou guardar (vigiar ou tomar conta de algo) objeto especialmente destinado a falsificação dos 
papeis referidos no art. 293. 
Objeto material: É o objeto destinado à falsificação 
Tipo subjetivo: É o dolo 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa 
Sujeito passivo: É o Estado 
Consumação: Quando as condutas típicas forem praticadas (fabricação, aquisição, fornecimento, posse ou 
guarda do objeto destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior). 
Tentativa: É admissível 
Particularidades: A prática de mais de um verbo do tipo caracteriza crime único. Se processa por meio de 
ação penal pública incondicionada 
Causa de aumento de pena: Dispõe o art. 295 do C.P. ―Se o agente é funcionário público, e comete o 
crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.‖. Ressalta-se que efetivamente o 
funcionário público deve-se prevalecer do cargo. 
Exemplo prático: Mévio, morador do interior de São Paulo, guarda dentro do porão de sua casa um 
maquinário destinado à fabricação de papéis falsos a qual e utilizada de forma diária. 
 
 
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Aula 9 e 10 - Da Falsidade Documental: Falsificação de documento público; Falsificação de documento 
particular. Da Falsidade Documental: Falsidade ideológica; Falsidade de atestado médico; Uso de 
documento falso; De Outras Falsidades: Falsa identidade; Adulteração de sinal identificador de veículo 
automotor. 
 
DA FALSIDADE DOCUMENTAL 
FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO 
Considerações iniciais: Disciplina o Art. 297 do C.P. ―Falsificar, no todo ou em parte, documento público, 
ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.‖. O objeto jurídico 
tutelado é a fé pública. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo falsificar (reproduzir, 
imitando), no todo ou em parte, documento público (é o escrito, revestido de certa forma, destinado a 
comprovar um fato, desde que emanado de funcionário público, com competência para tanto), ou alterar 
(modificar ou adulterar) documento público verdadeiro (se construir documento novo, índice na primeira 
figura; modifique um verdadeiro, já existente, é aplicável esta figura). 
Objeto material: É o documento público 
Tipo subjetivo: É o dolo 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa 
Sujeito passivo: É o Estado, em segundo plano pode-se considerar a pessoa prejudicada pela falsificação 
Consumação: Consuma-se com a falsificação ou alteração do documento, sendo desnecessário o uso 
efetivo do documento falsificado. 
Tentativa: É plenamente possível 
Particularidades: É necessário que a falsificação seja apta a iludir terceiro, que tenha potencialidade 
ofensiva, pois, se grosseira, absolutamente inidônea a enganar, não haverá o crime em questão. E 
necessário pericia para a prova da existência do crime. Se processa por meio de ação penal pública 
incondicionada. 
Causa de aumento de pena: § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se 
do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. 
Figuras equiparadas: § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de 
entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os 
livros mercantis e o testamento particular. 
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: I – na folha de pagamento ou em documento de 
informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a 
qualidade de segurado obrigatório; II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em 
documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que 
deveria ter sido escrita; III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as 
 
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obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter 
constado. 
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3º, nome do segurado e 
seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. 
Exemplo prático: Mévio a procura de emprego, encontra uma vaga de motorista de caminhão, mas não 
poderá concorrer há referida vaga por não ser habilitado. Sai do local desolado e resolve falsificar uma 
carteira nacional de habilitação para conseguir a vaga. 
 
FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR 
Considerações iniciais: Disciplina o art. 298 ―Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou 
alterar documento particular verdadeiro: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.‖. O crime em tela, 
tem como objeto jurídico a fé pública 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo falsificar (reproduzir, 
imitando), no todo ou em parte, documento particular (é todo escrito, produzido por alguém determinado, 
revestido de certa forma, destinado a comprovar um fato ainda que seja a manifestação de vontade. Para 
facilitar o entendimento, utilize a exclusão, sendo o documento particular aquele não emanado por 
funcionário publico ou, ainda que o seja, não preencher as formalidade legais), ou alterar (modificar ou 
adulterar) documento particular verdadeiro. 
Objeto material: É o documento particular 
Tipo subjetivo: É o dolo 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa 
Sujeito passivo: É o Estado, em segundo plano a pessoa prejudicada pelo documento falsificado 
Consumação: Com a prática de qualquer um das condutas previstas no tipo penal, mesmo se não houver 
prejuízo ao Estado ou para o particular. 
Tentativa: Plenamente admissível 
Particularidades: Para a caracterização do crime em estudo e necessário que o documento falsificado ou 
alterado seja capaz de ludibriar um terceiro, sendo que não estaremos diante desse tipo penal caso a 
imitação ou modificação seja grosseira.Se processa por meio de ação penal pública incondicionada 
Figura equiparada: Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o 
cartão de crédito ou débito. 
Exemplo prático: Tício, dono da empresa Megaevento firmou contrato com a empresa de Mévio. Tício 
percebeu que não iria poder cumprir o contrato, resolveu alterar a cláusula de punição existente, o qual o 
beneficiaria, mas foi descoberto por mévio que o entregou as autoridades policiais. 
 
FALSIDADE IDEOLÓGICA 
 
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Considerações iniciais: Dispõe o art. 299 C.P. ―Omitir, em documento público ou particular, declaração 
que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, 
com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e 
multa, se o documento é particular.‖. O bem jurídico tutelado nesse crime é a fé pública. 
Estamos agora diante do chamado falso ideológico, aquele em que o documento é formalmente perfeito, 
sendo, no entanto, falsa a ideia nele contida. O sujeito tem legitimidade para emitir o documento, mas 
acaba por inserir um conteúdo sem correspondência com a realidade dos fatos. Assim, uma escritura 
lavrada pelo funcionário do Cartório do Registro de Imóveis é formalmente perfeita, pois a ele incumbe 
formar o instrumento público. Entretanto, se essa escritura encerrar declarações falsas prestadas pelo 
particular, haverá o crime de falso ideológico. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo omitir (deixar de 
inserir ou não mencionar), em documento público ou particular, declaração (afirmação, relato, depoimento, 
manifestação) que dele devia constar, ou nele inserir (colocar ou introduzir) ou fazer inserir (proporcionar 
que se introduza) declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar 
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. 
Objeto material: É o documento público ou particular 
Tipo subjetivo: É o dolo. Nos ensinamentos de Fernando Capez ―exige-se também o chamado elemento 
subjetivo do tipo, consistente na finalidade especial de lesar direito, criar obrigação ou alterar a veracidade 
sobre o fato juridicamente relevante‖. Ausente esse fim específico, o fato é atípico. 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa 
Sujeito passivo: É o Estado, em segundo plano a pessoa prejudicada pela falsificação. 
Consumação: Com a prática de qualquer um das condutas previstas no tipo penal. 
Tentativa: E admissível na modalidade comissiva (inserir e fazer inserir), a controvérsias na doutrina. 
Particularidades: Já estudamos acima a falsidade material (falsificação de documento publico e 
particular) que consiste na alteração da forma do documento, construindo um novo ou alterando o que e 
verdadeiro, ex. o falsificador obtém, numa gráfica, impressos semelhantes aos das carteiras de habilitação, 
preenchendo-os com os dados do interessado e fazer nascer uma carta não emitida pelo órgão competente. 
Já a falsidade ideológica por sua vez, prova uma alteração de conteúdo, que pode ser total ou parcial. 
Se processa por meio de ação penal pública incondicionada 
Causa de aumento de pena: Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se 
a pena de sexta parte. 
Exemplo prático: Mévio habilitado na categoria B, consegue um emprego o qual necessita fazer entregas 
utilizando moto. Para não perder o emprego, mévio se dirige até o órgão competente e fornecendo dados 
falsos consegue fazer constar em uma habilitação categoria A. 
 
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FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO 
Considerações iniciais: Aduz o art. 302 do C.P. ―Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado 
falso: Pena - detenção, de um mês a um ano.‖. O crime em estudo tem como objeto jurídico a fé pública. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo dar (ceder ou 
produzir) o médico, no exercício da sua profissão, atestado (é o documento que contém a afirmação ou 
declaração acerca de algo) falso. 
Objeto material: É o atestado falso 
Tipo subjetivo: É o dolo 
Sujeito ativo: Trata-se de crime próprio, somente o médico pode praticá-lo. 
Sujeito passivo: É o Estado, em segundo plano a pessoa prejudicada pelo atestado falso. 
Consumação: Ocorre no exato momento em que o médico entrega o falso atestado a outrem 
Tentativa: É admissível 
Particularidades: O atestado deve versar, segundo doutrina majoritária, sobre fato relevante (constatação 
de uma enfermidade) e não sobre opinião ou prognostico profissional. Nos ensinamentos de Fernando 
Capez ―O crime configurar-se-á quando o médico, falsamente, certificar no atestado que o paciente é ou foi 
portador de doença, ou que é detentor de perfeita saúde, ou que sofre de enfermidade diversa da real.‖. 
Se processa por meio de ação penal pública incondicionada. 
Qualificadora: ―Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.‖. 
Para a configuração da qualificadora não e necessário o recebimento da vantagem, bastando apenas a 
existência do fim especifico. 
Exemplo prático: Caio médico ortopedista das clinicas ―você melhor‖, costuma ajudar seus pacientes a se 
aposentar, para tanto expede atestado com enfermidade além da enfrentada pelos pacientes. 
 
USO DE DOCUMENTO FALSO 
Considerações iniciais: Disciplina o art. 304 do C.P. ―Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou 
alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.‖. O bem 
jurídico tutelado e a fé pública 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo fazer uso (empregar, 
utilizar ou aplicar) de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302. 
Objeto material: É o documento falsificado ou alterado 
Tipo subjetivo: É o dolo 
 
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Sujeito ativo: Qualquer pessoa. Para Fernando Capez ―exceção do próprio falsificador. Conforme já 
estudado, este responderá apenas pela falsificação do documento, constituindo o uso post factum impunível 
(progressão criminosa).‖. 
Sujeito passivo: É o Estado, em segundo plano o terceiro prejudicado com o uso do documento falso. 
Consumação: Com o efetivo uso do documento falso 
Tentativa: Inadmissível. 
Particularidades: É necessário que o agente tenha ciência da falsidade do documento, do contrário o fato 
é atípico por ausência de dolo. Se o agente, no momento da utilização do documento, desconhecer sua 
falsidade, responderá pelo crime em tela caso continue a usar o documento após ter ciência da falsidade. 
Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada. 
Exemplo prático: Mévio, procurado pela justiça, resolve utilizar documentos falsos para não ser 
reconhecido e recapturado. 
 
DE OUTRAS FALSIDADES 
FALSA IDENTIDADE 
Considerações iniciais: Dispõe o art. 307 do C.P. ―Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para 
obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: Pena - detenção, de três 
meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.‖. O crime em tela tem 
como objeto jurídico tutelado a fé pública. 
Tipo objetivo: O verbo núcleo do tipo (ação nuclear do tipo) está traduzido no verbo atribuir-se 
(considerar como autor) ou atribuir (imputar) a terceiro falsa identidade (identidade e o conjunto de 
características peculiares de uma pessoa determinada, que permite reconhece-la e individualiza-la, 
envolvendo o nome, a idade, o estado civil, a filiação, o sexo, entre outros dados) para obter vantagem, em 
proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem. 
Objeto