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DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO EM CRIANÇA - 2022

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Março/2022 
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE) EM CRIANÇA 
 
CID10: 
K21 - Doença de refluxo gastroesofágico 
K21.0 - Doença de refluxo gastroesofágico com esofagite 
K21.9 - Doença de refluxo gastroesofágico sem esofagite 
 
 
 
 
CONCEITO 
Refluxo gastroesofágico (RGE) é o movimento retrógrado do 
conteúdo gástrico através do esfíncter esofágico inferior (EEI) 
para o esôfago. A DRGE é o distúrbio esofágico mais comum em 
crianças de todas as idades. 
Em lactentes é comum o refluxo fisiológico, como a 
regurgitação, especialmente pós-prandial. O refluxo se torna 
patológico quando os episódios se tornam mais frequentes ou 
persistentes, desencadeando esofagite ou sintomas esofágicos 
e/ou extra-esofágico. 
FISIOPATOLOGIA 
Relaciona-se com tônus insuficiente de EEI, pela frequência 
anormal de relaxamentos de EEI e pela hérnia de hiato. A 
duração dos episódios de refluxo é aumentada por ausência de 
deglutição (durante o sono) e por peristalse esofágica 
defeituosa. 
A esofagite crônica produzida pela própria DRGE causa 
disfunção peristáltica do esôfago (ondas de baixa amplitude, 
distúrbios de propagação), redução do tônus do EEI e 
encurtamento inflamatório do esôfago, que induz a hérnia de 
hiato, todos eles piorando o refluxo. 
O relaxamento transitório de EEI (RTEEI) é o mecanismo 
primário que possibilita que o refluxo ocorra (fisiológico ou 
patológico). Os RTEEI ocorrem independentemente da 
deglutição, reduzindo a pressão de EEI e duram >10 segundos. 
Surgem por volta de 26 semanas de gestação. Discute-se que a 
DRGE é causada por frequência maior de RTEEI ou por maior 
incidência de refluxo durante RTEEI; ambas as situações são 
prováveis. Faores de risco para RTEEI patológico inclui qualquer 
situação que aumenta a pressão abdominal, como movimento 
aumentado, esforço, obesidade, grande volume ou refeições 
hiperosmolares e aumento do esforço respiratório (tosse, sibilo). 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Fisiopatologia da DRGE. Referência: autoral. 
 
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA 
Os refluxos do lactente surgem nos primeiros meses de vida, 
tendo pico 04 meses, melhorando em até 88% aos 12 meses e 
na quase totalidade aos 24 meses de idade. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Manifestações esofágicas 
 
Regurgitação (especialmente pós-prandial), sinais de esofagite 
(irritabilidade, arqueamento, engasgo, náuseas e vômitos, 
recusa alimentar) e déficit de crescimento. 
Os sintomas desaparecem espontaneamente, na maioria dos 
casos, entre o 1° e 2° ano de vida. Crianças maiores podem 
referir náusea matinal, epigastralgia, plenitude pós-prandial, 
eructação excessiva, pirose e vômitos. 
 
🧠Lembrar: 
Os sintomas mais comuns em crianças maiores e adolescentes 
são: dor abdominal, epigastralgia, azia e pirose. 
 
👉Obs.: 
Síndrome de Sandifer → são movimentos e posturais anormais, 
como arqueamento e lateralização da cabeça, realizada pelo 
lactente devido a quadro doloroso, neste caso, pela DRGE. 
 
Manifestações extra-esofágica 
 
» Crianças menores → apneia obstrutiva ou estridor ou doença 
das vias respiratórias inferiores, podendo piorar quadros de 
laringomalácia ou displasia broncopulmonar. Pode ainda haver 
otite média, sinusite, hiperplasia linfoide, rouquidão, nódulos 
nas cordas vocais e edema laríngeo. 
» Crianças maiores → asma ou doença otorrinolaringológica, 
como laringite ou sinusite. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico é fundamentalmente clínico, mediante história de 
sintomas típicos de DRGE e exame físico, sem necessidade de 
exames complementares para casos sem sinais de gravidade. A 
investigação da DRGE é necessária para lactentes e crianças que 
apresentem sinais de complicações. 
 
Exames complementares 
 
Cada exame avalia diferentes aspectos do RGE. Basicamente, a 
endoscopia identifica claramente esofagites, a pHmetria mede o 
RGE ácido (pH <4) e a impedanciometria intraluminal (II) detecta 
todos os tipos de RGE, independentemente do pH. 
 
 
 
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Março/2022 
O exame radiológico contrastado de esôfago, estômago 
e duodeno (RxEED) é importante para diagnosticar 
anormalidades estruturais anatômicas que podem causar 
sintomas similares aos da DRGE, como hérnia, estenose e volvo. 
 
👉Obs.: 
Esofagite eosinofílica (EoE) → doença crônica imunomediada, 
caracterizada pela infiltração de eosinófilos na mucosa do 
esôfago (≥15 eosinófilos/campo de grande aumento) associada 
a sintomas semelhantes à doença do refluxo gastroesofágico, 
refratários às medidas antirrefluxo. 
Refluxo gastroesofágico (RGE) fisiológico 
Critério de Roma IV para o diagnóstico da regurgitação do 
lactente: 
Presença das 02 características seguintes em um lactente 
saudável com idade entre 03 semanas e 12 meses: 
1. ≥02 episódios diários de regurgitação por pelo menos 03 
semanas; 
2. Ausência de náuseas, hematêmese, aspiração, apneia, 
déficit de ganho ponderal, dificuldade para alimentação ou 
deglutição, postura anormal. 
 
As regurgitações do lactente, em geral, não geram ingesta 
alimentar insuficiente, portanto, não determinam 
desaceleração do ganho ponderal. Podem até gerar algum grau 
de desconforto até eructação, entretanto, não determinam 
índices de choro elevados. 
 
👉Obs.: 
Aceitação alimentar e ganho ponderal é o “pulo do gato”. O 
Lactente com RGE fisiológico também são chamados de “happy 
spitter” (“vomitadores felizes”). 
Refluxo fisiológico versus DRGE 
Pode ser difícil essa diferenciação quando há choro intenso ou 
irritabilidade ou sono intranquilo. Nestas situações, quando 
ainda é mantida, boa aceitação alimentar e ganho ponderal 
adequado, o diagnóstico sugere RGE fisiológico. A evolução do 
quadro após as orientações é essencial. 
Vômitos no lactente 
Outros diagnósticos importantes a considerar na avaliação de 
um lactente ou criança com vômitos crônicos são alergia ao leite 
(principalmente) e a outros alimentos, esofagite eosinofílica, 
estenose pilórica, obstrução intestinal (especialmente má 
rotação com volvo intermitente), doenças inflamatórias não 
esofágicas, infecções, erros inatos do metabolismo, 
hidronefrose, pressão intracraniana elevada, ruminação e 
bulimia. 
TRATAMENTO 
Lembrar que a regurgitação no lactente tende a melhorar 
espontaneamente a partir dos 06 meses. Na maioria das vezes, 
não é necessário tratamento medicamentoso. 
 
👉Obs.: 
Medidas posturais + espessamento de alimento + fracionamento 
da dieta = 60% de resolução dos casos leves e moderados. 
 
Tratamento do refluxo gastroesofágico fisiológico 
 
Orientação e apoio aos familiares: tranquilizá-los, explicando o 
curso natural da doença, com resolução espontânea na imensa 
maioria das vezes. 
 
Exposição passiva ao tabagismo: a nicotina diminui a pressão no 
EEI, induzindo episódios de refluxo. 
 
Orientação postural: 
» Período diurno (vigília) → manter a posição verticalizada pelo 
período de 20 a 30 minutos após a mamada. 
» Período noturno (sono) → manter o decúbito supino (dorsal), 
com a elevação da cabeceira entre 30 e 40 graus. 
 
👉Obs.: 
As posições de decúbito lateral ou prona associam-se a maior 
risco de ocorrência de morte súbita. 
 
Lactação: manter mamadas por livre demanda, corrigindo 
apenas erros técnicos de amamentação, que incluem tempo 
muito prolongado de sucção não nutritiva (famoso: “deixar o 
bebê no peito”). 
 
Modificações dietéticas: espessamento da alimentação e 
fórmulas antirrefluxo. As refeições devem ser fracionadas em 
menor quantidade, de modo que a demanda nutritiva diária da 
criança seja atendida. 
 
👉Obs.: 
Espessamento da dieta → engrossar os alimentos líquidos, 
tornando-os pastosos. Isso pode ser feito acrescentando amido 
de cereais, por exemplo. As fórmulas infantis antirrefluxo 
geralmente já se tornam espessadasno preparo. 
 
✍️Modelo de prescrição: 
Fórmula infantil anti-regurgitação ----------------- uso prolongado 
(Aptamil AR®; NAN espessAR®; Novamil AR®) 
Preparar com auxílio da colher-medida e administrar conforme 
orientação médica. 
Para maiores detalhes sobre prescrição de fórmulas infantis, 
acessar arquivo específico. 
TRATAMENTO DA DRGE 
👉Obs.: nestes casos, há sintomas frequentemente presentes, 
recusa alimentar, extrema irritabilidade e desaceleração no 
ganho ponderal. 
 
Primeira medida → exclusão da proteína do leite de vaca na 
dieta alimentar, pela dificuldade do diagnóstico diferencia. No 
caso de aleitamento materno exclusivo, excluir leite de vaca (e 
seus derivados) da dieta da lactante, por 02 a 04 semanas. APLV 
não costuma ser causa de DRGE, mas essa conduta se legitima 
pela semelhança da apresentação clínica entre essas duas 
condições. 
 
👉Obs.: 
Dados indicam que 40% dos casos de DRGE, a causa básica é a 
alergia. Dermatite atópica, história de alergia alimentar na 
família e presença de sangue oculto nas fezes reforçam esse 
diagnóstico. 
 
 
 
 
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Pacientes em uso de fórmula a base de leite de vaca → estes 
geralmente não respondem a fórmulas antirrefluxo (AR), 
portanto, indica-se fórmulas extensamente hidrolisadas da 
proteína ou fórmula à base de aminoácidos. 
Exemplos de fórmulas extensamente hidrolosadas: Pregomin 
Pepti® (Danone); Pregestimil Premium® (Mead Johnson); 
Nutramigen Premium® (Mead Johnson); Alfaré® (Nestlé); 
Althéra® (Nestlé); 
Exemplos de fórmulas a base de aminoácidos: Alfamino® 
(Nestlé); Puramino® (Mead Johnson); Neo Advance® (Danone); 
Neocate LCP® (Danone); 
 
👉Obs.: 
Igual parte desses lactentes apresenta hipersensibilidade à 
proteína da soja, portanto deve ser evitada na dieta, assim como 
as fórmulas a base de leite de soja. 
 
Antiácidos e procinéticos → usar apenas em casos mais graves, 
como dificuldade alimentar, desaceleração do ganho ponderal 
e/ou com comprovação de esofagite no exame 
endoscópico/biópsia. 
Dados indicam que 3/4 dos lactentes em 2 a 4 semanas 
de seguimento terão melhora com tratamento não 
medicamentoso (mudança postural, espessamento da dieta, 
exclusão da proteína do leite). Apenas 1/4 necessitaram de 
investigação mais aprofundada. 
 
Tratamento medicamentoso 
 
É dividido entre procinéticos e antiácidos. 
» Procinéticos → aumentar o tônus do EEI, melhorar o 
clearance esofágico e promover aceleração do esvaziamento 
gástrico. São eles: metoclopramida, bromoprida e 
domperidona. 
» Antiácidos → proteção física contra o ácido na mucosa 
gástrica. São eles: antiácidos algínicos, inibidores de bomba 
de prótons (IBP) e antagonistas de receptores de histamina 
H2 (ARHH2). Os IBPs são os mais eficazes. 
Procinéticos 
Metoclopramida e bromoprida 
 
A metoclopramida e bromoprida são fármacos muito similares, 
ocasionando os mesmos efeitos adversos. A metoclopramida 
mostrou-se eficaz em reduzir refluxos ácidos pela pHmetria, 
entretanto, saiu do mercado pelo fabricante, devido aos efeitos 
adversos. 
 
👉Obs.: 
A metoclopramida efeitos adversos em 30% dos casos. A dose 
terapêutica é muito próxima da tóxica. São comuns 
irritabilidade, sonolência e efeitos extrapiramidais. 
 
 
Domperidona 
 
Seu uso deve ser reservado para casos selecionados, 
especialmente aqueles que cursam com bradigastria, por curto 
tempo e sob supervisão cuidadosa. Efeitos adversos: cólicas e 
irritabilidade excessiva. Ainda pode prolongar o intervalo QT. 
 
Bradigastria → esvaziamento gástrico significativamente 
atrasado. 
 
✍️Exemplo de prescrição (Criança com 10kg): 
Domperidona 1mg/ml (Motilum®) -------------------------- 01 frasco 
Tomar 2,5ml, 03 vezes ao dia, 30 minutos antes de cada refeição. 
Apresentação: suspensão oral de 1mg/ml; comprimidos de 10mg. 
Nomes comerciais: Domperix®; Motilium®; 
Posologia: 
≥35kg: 10mg, 3x/dia, 15-30min antes da refeição. 
<35kg:0,25mg/kg, 3x/dia, 15-30min antes da refeição. 
Macete: 2,5 mL da suspensão para cada 10 kg (0,25 mL/kg). Dose 
máxima: 80mg/dia. 
Antiácidos 
Antiácidos algínicos 
 
Promove proteção física contra o ácido gástrico, criando uma 
barreira na superfície da mucosa. Eventualmente são utilizados 
para o desconforto. Possuem efeito curto, necessitando de 
doses repetidas, com risco de intoxicação pelo alumínio, 
constipação intestinal e distúrbios hidroeletrolíticos. 
 
✍️Exemplo de prescrição (criança): 
Sal de frutas Eno® ou Estomazil® ----------------------- 01 envelope 
Dissolver o conteúdo de 01 envelope em meio copo d’água, após 
a efervescência, tomar a metade do conteúdo. 
Mais indicados em crianças >12 anos. Dose: 1 a 2 envelopes/dia. Caso 
seja usado em crianças <12 anos, usar a metade da dose. 
 
Antagonistas do receptor de histamina H2 
 
Indicação: esofagite leve ou em casos não responsivos ao 
tratamento conservador. 
 
São eles: cimetidina, famotidina e ranitidina. A ranitidina foi 
suspensa pela Anvisa em 2020, devido a possibilidade de 
produção espontânea da substância N-nitrosodimetilamina 
(NDMA), uma substância associada a câncer. 
 
Ação: agem inibindo o receptor H2 das células parietais gástricas. 
Ocorre taquifilaxia no decorrer do uso. 
 
Efeitos adversos: sonolência, irritabilidade, cefaleia, tonturas e 
movimentos de balançar a cabeça. 
 
Taquifilaxia → diminuição do efeito com o passar do tempo. 
 
🧠Memorizar: 
A ranitidina era a mais utilizada na faixa pediátrica, entretanto, 
hoje em dia pode ser substituída pela cimetidina. 
 
👉Obs.: 
Eficácia: ARHH2 < IBP. 
 
✍️Modelo de prescrição (criança de 15kg): 
Cimetidina 200mg (Hycimet®) -------------------------------- 01 caixa 
Administrar 01 comprimido antes do almoço e 01 comprimido 
antes do jantar. 
Apresentação oral: comprimidos de 200mg e 400mg. O comprimido 
pode ser disperso em água para melhor administração pediátrica. 
Dose: 
Adulto: 400mg, 2x/dia (antes das refeições) ou 200mg, 3x/dia (antes das 
refeições) e 400mg antes de deitar. 
Pediatria: 
>01 ano: 25-30mg/kg, em dose dividida. 
<01 ano: 20mg/kg, em dose dividida. 
 
 
Inibidor de bomba de prótons 
 
 
 
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Indicações: esofagite erosiva, estenose péptica do esôfago ou 
esôfago de Barrett, neuropatia ou pneumopatias crônicas 
associadas a DRGE. 
 
São eles: omeprazol, esomeprazol, lansoprazol, pantoprazol, 
rabeprazol e dexlansoprazol. 
 
🧠Memorizar: 
A FDA autorizou uso de omeprazol e esomeprazol a partir do 
primeiro mês de idade desde que esofagite comprovada. 
 
Ação: bloqueio da secreção ácida, mantendo pH >4. Há um 
efeito adicional de diminuição do volume do conteúdo gástrico 
e material refluído. 
 
Efeitos adversos: cefaleia, constipação, diarreia, cólicas 
abdominais e náuseas. Pode ainda gerar hipergastrinemia 
(predispõe a pólipos gástricos) e hipocloridria (predispõe a 
pneumonia, gastroenterite, candidíase e enterite necrosante). 
 
👉Obs.: 
Uso crônico de IBPs→ recomenda-se monitorar os níveis de 
vitamina B12, ferro e ocorrência de osteoporose. Os IBPs devem 
ser retirados gradualmente, pelo risco de efeito rebote da 
hipergastrinemia. 
 
✍️Exemplo de prescrição (criança >20kg com esofagite): 
Omeprazol 20mg (Losec mups®) ------------------------------ 01 caixa 
Diluir um comprimido em meio copo de água e administrar uma 
vez ao dia, pela manhã, 30 minutos antes de qualquer refeição. 
Apresentação: Cápsulas de 10mg, 20mg e 40mg (Gastrium®; Neprazol®; 
Omeprel®). Comprimidos de 10mg, 20mg e 40mg (Losec mups®). 
Posologia: 
Esofagite com 10 a 20kg: 10 a 20mg/dia. 
Esofagite em >20kg: 20 a 40mg/dia. 
 
✍️Exemplo de prescrição: 
Esomeprazol 20mg (Esogastro®) ------------------------------ 01 caixa 
Diluir um comprimido em meio copo de água e administraruma 
vez ao dia, pela manhã, 30 minutos antes de qualquer refeição. 
Apresentação: Comprimidos de 20mg e 40mg (Esogastro®; Ésio®). 
Posologia: 20 a 40mg/dia. 
Obs.: a bula do medicamento (Esogastro®) não indica o uso em <12 anos. 
A posologia pediátrica é a mesma de adultos. 
 
Tratamento de crianças e adolescentes 
 
De um modo geral, o tratamento em crianças maiores e 
adolescente não muda muito em relação aos adultos. 
Recomenda-se: controle de peso, elevação da cabeceira no 
sono, fracionar refeições, não alimentar antes de deitar, 
diminuir a ingestão de chocolates, alimentos apimentados, 
refrigerantes, bebidas cafeinadas, frituras ou alimentos muito 
gordurosos. 
Aos adolescentes, deve-se evitar o hábito de fumar e de 
consumir bebidas alcóolicas, uma vez que a nicotina e o álcool 
diminuem a pressão no EEI e propiciam aumento do número de 
refluxos. 
 
Tratamento medicamentoso 
 
Não se indica metoclopramina ou bromoprida. A domperidona 
pode ser usada em casos selecionados, por curto período e sob 
supervisão. 
Inibidores de receptores H2 podem ser usados em casos 
leves e moderados. IBPs (omeprazol, lanzoprazol e esomeprazol) 
podem ser usados em casos moderados e graves. 
Lembrar que o uso prolongado de IBP e maiores riscos 
de ocorrência de infecção por Clostridium difficile, 
sobrecrescimento bacteriano do intestino delgado, diarreia 
crônica, déficit de vitamina B12 e alterações na absorção 
intestinal de ferro. Nefrite intersticial e alterações no 
metabolismo ósseo são descritas em adultos. 
 
Tratamento cirúrgico 
 
Indicação cirúrgica → causa primária que necessite de cirurgia e 
refratariedade ao tratamento medicamentoso. Exemplos: 
encefalopatia crônica/neuropatas; esofagite de refluxo não 
responsiva ao tratamento, vômitos exacerbados e doença 
pulmonar grave (riscos de aspiração 
de conteúdo refluído). 
 
Técnica cirúrgica indicada → fundoplicatura de Nissen 
laparoscópica. 
 
Taxa de sucesso → 60 a 90% dos casos, a depender de 
comorbidades do paciente e experiência do cirurgião. 
REFERÊNCIAS 
1. Nelson, tratado de pediatria / Robert M. Kliegman... [et al.]; 
[tradução de Silvia Mariângela Spada]. - Rio de Janeiro : Elsevier, 
2014. 
2. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Documento Científico. 
Departamento Científico de Gastroenterologia. Regurgitação do 
lactente (Refluxo Gastroesofágico Fisiológico) e Doença do Refluxo 
Gastroesofágico em Pediatria. Nº 2, Dezembro de 2017. Disponível 
em: < https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/20031c-
DocCient_-_Regurg_lactente_RGEF_e_RGE.pdf > (Acesso em 
26/03/2022). 
3. Domperidona (Motilium®): Comprimidos/suspensão oral. [Bula]. 
Responsável técnico: Marcos R. Pereira. São Paulo: Janssen-Cilag 
Farmacêutica, 2008. Disponível em: < 
http://200.199.142.163:8002/FOTOS_TRATADAS_SITE_14-03-
2016/bulas/22769.pdf > (Acesso em 26/03/2022). 
4. Cimetidina: Comprimido revestido. [Bula]. Farmacêutico 
Responsável: Dr. Luiz Donaduzzi. Paraná: Prati-Donaduzzi, 2016. 
Disponível em: < 
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web
&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjzueiChef2AhWOVN8KHVSn
BIkQFnoECAcQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.pratidonaduzzi.com
.br%2Fprodutos%2Fgenericos%3Ftask%3Ddownload%26file%3Dbul
a_medicamento%26id%3D196&usg=AOvVaw0KIMRZ3tZkzVY9_SF2
-ke_ > (Acesso em 27/03/2022). 
5. Esomeprazol (Esoprazol®): Comprimido revestido de liberação 
retardada. [Bula]. São Paulo: EMS S/A, 2013. Disponível em: < 
https://docs.google.com/viewerng/viewer?url=https://cdn.remedi
obarato.com/pdf/366054756cbbd498d34346f362637847.pdf > 
(Acesso em 26/03/2022). 
 
 
 
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/20031c-DocCient_-_Regurg_lactente_RGEF_e_RGE.pdf
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/20031c-DocCient_-_Regurg_lactente_RGEF_e_RGE.pdf
http://200.199.142.163:8002/FOTOS_TRATADAS_SITE_14-03-2016/bulas/22769.pdf
http://200.199.142.163:8002/FOTOS_TRATADAS_SITE_14-03-2016/bulas/22769.pdf
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjzueiChef2AhWOVN8KHVSnBIkQFnoECAcQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.pratidonaduzzi.com.br%2Fprodutos%2Fgenericos%3Ftask%3Ddownload%26file%3Dbula_medicamento%26id%3D196&usg=AOvVaw0KIMRZ3tZkzVY9_SF2-ke_
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjzueiChef2AhWOVN8KHVSnBIkQFnoECAcQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.pratidonaduzzi.com.br%2Fprodutos%2Fgenericos%3Ftask%3Ddownload%26file%3Dbula_medicamento%26id%3D196&usg=AOvVaw0KIMRZ3tZkzVY9_SF2-ke_
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjzueiChef2AhWOVN8KHVSnBIkQFnoECAcQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.pratidonaduzzi.com.br%2Fprodutos%2Fgenericos%3Ftask%3Ddownload%26file%3Dbula_medicamento%26id%3D196&usg=AOvVaw0KIMRZ3tZkzVY9_SF2-ke_
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	Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) em criança
	Conceito
	Fisiopatologia
	História natural da doença
	Manifestações clínicas
	Diagnóstico
	Refluxo gastroesofágico (RGE) fisiológico
	Refluxo fisiológico versus DRGE
	Vômitos no lactente
	Tratamento
	Tratamento do refluxo gastroesofágico fisiológico
	Tratamento da DRGE
	Tratamento medicamentoso
	Procinéticos
	Antiácidos
	Tratamento de crianças e adolescentes
	Tratamento cirúrgico
	Referências

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