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Faculdade IDEAU – Bagé/RS Curso de Medicina Veterinária – Nivel II Processos bioquímicos e biofísicos Nathália Portella Brendler Atividade assíncrona 12 Características das bactérias Unicelulares; Forma esférica (coco), de bastonete (bacilo) ou espiral (espiroqueta); Reproduzem-se por fissão binária; Não apresentam membrana envolvendo organelas nem seu material genético; Seu cromossomo tem forma circular e está constituído por uma fita dupla de DNA; Algumas bactérias (p. ex., patógenas do gênero Bacillus e Clostridium) podem produzir esporos, que são estruturas em estado de dormência muito resistentes às condições ambientais adversas. Componentes Cápsula – protege a bactéria contra fagocitose. Parede celular – responsável pelo formato da célula e proteção externa. Membrana celular – envolvida no transporte de nutrientes, respiração, excreção e quimiorrecepção. Citoplasma – fluido aquoso que contém o material nuclear, ribossomos, nutrientes, enzimas e outras moléculas; Flagelos – movimentação; Pili – atua na adesão bacteriana à célula do hospedeiro. Muitas bactérias contêm também pequenos elementos genéticos adicionais localizados no citoplasma, os plasmídeos, que podem replicar-se independentemente do cromossomo bacteriano. Plasmídeos contêm genes que oferecem vantagens seletivas. Classificação pelo método de Gram a) Gram-positivas: coram-se em azul em função de sua parede celular ser espessa e uniforme. b) Gram-negativas: coram-se em vermelho, pois possuem uma parede celular mais complexa, composta por uma membrana externa e um espaço periplasmático. Crescimento bacteriano Seu crescimento depende das condições ideias de umidade, pH, temperatura, pressão osmótica, atmosfera e disponibilidade nutricional. Apresenta quatro etapas: 1) Fase lag 2) Fase exponencial 3) Fase estacionária 4) Fase de declínio. Com base na preferência por níveis particulares de oxigênio, bactérias podem ser classificadas em: a) Aeróbias: precisam de oxigênio; b) Anaeróbias: incapazes de viver ou crescer na presença de oxigênio; c) Anaeróbias facultativas: desenvolvem-se com ou sem O2. d) Microaerófilas: são capazes de crescer somente em concentrações de oxigênio inferiores àquelas encontradas no ar atmosférico. A esterilização é o método físico ou químico utilizado para destruição de microrganismos em utensílios de procedimentos cirúrgicos e microbiológicos. Diagnóstico laboratorial A coleta de material de um animal vivo deve ser realizada antes da administração de terapia antimicrobiana e as amostras de animais que vieram a óbito devem ser coletadas antes de alterações post mortem. Após a coleta, os materiais devem ser enviados individualmente, em recipientes estéreis. O exame de esfregaços corados pode indicar a presença de patógenos, principalmente quando em grande número na amostra analisada. Já a caracterização de patógenos quanto ao cultivo e perfil bioquímico, juntamente com métodos imunológicos e moleculares, são utilizadas para a identificação específica de patógenos. O método de coloração de Gram é aplicado na identificação da maioria dos patógenos, já a coloração de Ziehl-Neelsen (ZN) é utilizada na detecção de bactérias álcool-ácido resistentes. O isolamento de rotina da maioria dos patógenos envolve a inoculação desses em placas contendo o meio ágar-sangue e ágar MacConkey, seguida de incubação por 24 a 48 horas. Agentes antibacterianos Agentes antimicrobianos incluem antibióticos e outros compostos sintéticos com atividade antimicrobiana, isto é, metabólitos que podem matar ou inibir o crescimento de bactérias suscetíveis. O mecanismo dos fármacos antibacterianos inclui desde a interferência na síntese de DNA à inibição da síntese da parede celular. Alguns deles atuam contra um limitado número de espécies bacterianas e outros são ativos contra diversas espécies, os chamados antibióticos de amplo espectro. Virulência A virulência de uma bactéria é a sua capacidade de invadir e produzir doença em um animal sadio. Os danos aos hospedeiros são causados pelas endo e exotoxinas. As exotoxinas, produzidas por bactérias gram- positivas e gram-negativas, conferem dano à membrana celular, interferem na síntese proteica e causam danos até mesmo no tecido nervoso. Já as endotoxinas, presentes em bactérias gram- negativas, contêm o lipídeo A e o antígeno O, que promovem alterações inflamatórias e queda grave na pressão sanguínea. Características dos vírus São agentes infecciosos compostos de um ácido nucleico (DNA ou RNA) circundado por um envoltório proteico; além disso, alguns são envelopados. Parasitas intracelulares obrigatórios. Vírion é uma partícula viral completa, ou seja, infecciosa. A maioria é sensível ao calor, dessecação, detergentes e desinfetantes Classificação taxonômica A classificação taxonômica é feita de acordo com a ordem, família, subfamília, gênero e espécie. A espécie é o nível mais importante de classificação, definida de acordo com um conjunto de características comuns, como o tipo e natureza do genoma, além de modo e local de replicação viral e estrutura do vírion. Replicação dos vírus A replicação viral utiliza as organelas da célula hospedeira, enzimas e outras macromoléculas para sua replicação. Estágios da replicação viral a) Ligação do víron a receptores de superfícies de uma célula do hospedeiro; b) Entrada na célula por endocitose ou penetração direta; c) Liberação do genoma viral para transcrição na célula hospedeira; d) Replicação do ácido nucleico viral e síntese de proteínas codificadas pelo vírus; e) Montagem das partículas virais recém- formadas e liberação a partir da célula do hospedeiro. Características dos fungos São microrganismos eucariotos e heterotróficos, ou seja, nutrem-se por absorção. As espécies de fungos podem ser: o Saprófitas – responsáveis pela decomposição de matéria morta; o Simbiontes comensais – estabelecem relações harmônicas com outros organismos para sobreviver ao ambiente. o Parasitas – provocam doenças no hospedeiro. As principais formar morfológicas são hifas ramificadas e leveduras. Tanto os fungos filamentosos quanto leveduras têm núcleo com membrana nuclear bem definida, mitocôndrias e redes de microtúbulos. Reproduzem-se de forma sexuada e assexuada. o Teleomorfa é a designação dada ao fungo em sua forma capaz de se reproduzir sexuadamente. o Anaforma é a denominação dada à forma assexuada do fungo. A maioria dos fungos cresce em aerobiose, mas algumas leveduras são anaeróbias facultativas e os fungos encontrados no rúmen de bovinos são anaeróbios. Toleram altas pressões osmóticas e pH baixo. Alguns fungos produzem substâncias tóxicas denominadas de micotoxinas que causam doenças em animais e humanos. Fungos de destaque na veterinária a) Dermatófitos: causam dermatofitose em animais e humanos ao invadirem a pele, os pelos e as unhas dos animais. O Microsporum canis é a causa mais comum de dermatofitose em cães e gatos. b) Espécies de Aspergillus: são patógenos respiratórios em diversas espécies de animais. A aspergilose, que é primariamente uma infecção respiratória, ocorre após a inalação de esporos principalmente da Aspergillus fumigatus. c) Levedura: muitas vezes ocorrem como comensais na pele ou membranas mucosas e algumas vezes causam infecção oportunista (infecções que causam doenças somente quando o hospedeiro apresenta imunidade baixa). Entre as leveduras de importância em doenças de animais, destaca-se a Candida albicans, que realiza uma invasão tecidual mucocutânea localizada popularmente conhecida por “sapinho”, que pode ocorrer na cavidade oral ou no tratogastrintestinal e urogenital.
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