Slides de Aula - Unidade I9

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Prof. Me. Marcelo Almeida
UNIDADE I
Sociologia e Educação
Qual a utilidade e relevância da disciplina de Sociologia e Educação para a formação do 
educador/professor?
 Sem uma resposta consistente para tal questionamento, não fará muito sentido o estudo 
desta disciplina!
Sociologia e Educação
 Possibilita ao educador/professor compreender com mais facilidade e clareza a sociedade, a 
Educação e a escola pelo viés sociológico; 
 Possibilita ao educador/professor analisar os temas, conceitos e problemas educacionais se 
servindo da abordagem sociológica;
 Possibilita ao educador/professor ir além de sua formação técnica e desenvolver uma 
sensibilidade maior das dimensões política, ética e estética de sua atuação profissional. 
Isto com certeza propiciará um ensino de mais qualidade e mais próximo da realidade 
social de seus alunos.
Respondendo ao questionamento
 A sociologia que também é da educação: conhecendo a Sociologia.
 O contexto de surgimento da Sociologia.
 Os “pais fundadores” da Sociologia: Comte e o Positivismo, Durkheim e a ciência 
sociológica, Marx e a luta contra as injustiças sociais, Weber e a racionalização e 
burocratização da sociedade.
 Althusser, Bourdieu e a consolidação da Sociologia da Educação.
Unidade I
Como podemos definir o que é Sociologia?
A Sociologia que também é da educação: conhecendo a Sociologia 
Sociologia é uma ciência:
 Porque possui um objeto de estudo próprio; desenvolveu um campo teórico-conceitual e 
procedimentos metodológicos de base científica propriamente seus.
 Que busca explicar a vida social, ou seja, que visa a compreender os fatos e os fenômenos 
típicos da vida coletiva ou em sociedade.
 Que não se preocupa com os fenômenos individuais, mas, sim, com os coletivos. Leis e 
regras que partem do coletivo para o individual, determinando ou influenciando o agir e o 
pensar das pessoas.
A Sociologia que também é da educação: conhecendo a Sociologia 
Por que a Educação ocupa grande parte da preocupação e da abordagem sociológica?
A Sociologia que também é da educação: conhecendo a Sociologia 
 Porque a educação é um espaço privilegiado para que as pessoas absorvam os valores de 
sua sociedade (coletivo) e aprendam a se orientar e se comportar com base neles.
 Porque a escola é um espaço institucionalizado que pressupõe o agrupamento, a inter-
relação e, portanto, a transmissão dos valores socialmente adquiridos e compartilhados
entre as pessoas.
 Porque há nas práticas cotidianas, uma relação entre as ações que objetivam educar e as 
estruturas da vida social.
A Sociologia que também é da educação: conhecendo a Sociologia 
 A Sociologia da Educação é aquela disciplina acadêmica que se preocupa em reconstruir 
sistematicamente as relações, que existem na prática cotidiana, entre as ações que 
objetivam educar e as estruturas da vida social, quer dizer: a economia, a cultura, o 
arcabouço jurídico, as concepções de mundo, os conflitos políticos 
(RODRIGUES, 2007, pp. 9-10).
 Podemos afirmar que: (1) a relação entre processo educacional e sociedade constitui o foco 
de atenção da Sociologia da Educação, (2) Os indivíduos de uma sociedade refletem a 
sociedade a que pertencem, especialmente pela educação.
A Sociologia que também é da educação: conhecendo a Sociologia 
 A Sociologia é fruto do seu tempo, como resultado de condições históricas e sociais que 
concorreram para o seu surgimento.
O contexto de surgimento da Sociologia
O cenário material que deu origem à Sociologia foi marcado pelas consequências de 
duas revoluções:
 Industrial: envolveu o modo de vida, de produção e de organização da sociedade. Os efeitos 
sociais da rápida industrialização e urbanização criaram uma realidade social caótica
(miséria, violência etc.). 
 Francesa: desmonte de uma sociedade mais simples e relativamente organizada e em seu 
lugar surgindo outro tipo de sociedade, a sociedade capitalista, muito mais complexa e 
marcada por problemas, divergências e contradições profundamente maiores.
O contexto de surgimento da Sociologia
Base ideológica: as transformações econômicas, políticas e sociais tiveram também uma outra 
face, a das transformações no modo de pensar:
 O pensamento moderno começa a se constituir já no fim da Idade Média: explícita negação 
às formas metafísicas e religiosas de explicar os fatos.
 Os iluministas defendiam a aplicação da razão e do 
conhecimento científico como forma de alterar o curso das 
coisas e criar uma sociedade com instituições políticas, sociais 
e culturais baseadas em seu discurso racional. Influenciaram e 
serviram de fundamentação ideológica para a Revolução 
Francesa, um movimento que visava justamente a alterar as 
bases da sociedade, de modo a moldá-la de acordo com os 
padrões propostos pelos iluministas.
O contexto de surgimento da Sociologia
 A Sociologia foi ao mesmo tempo fruto da ação de um contexto social sobre alguns 
pensadores – pois uma situação nova se impôs e demandava compreensão – e resultado da 
ação de alguns pensadores sobre seu meio social.
O contexto de surgimento da Sociologia
 Auguste Comte (1798-1857).
 Émile Durkheim (1858-1917).
 Karl Marx (1818-1883).
 Max Weber (1864-1920).
Momento de conhecermos um pouco do pensamento dos “pais”
da Sociologia
 O positivismo de Comte.
Auguste Comte (1798-1857)
Fonte: http://www.historyguide.org/intellect/lecture25a.html
Formulou o lema “O amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim.”
A teoria dos três estados (teoria da história):
 Teológico: atribuem as causas dos fatos objetivos aos deuses;
 Metafísico: explicações abstratas ou relações misteriosas entre as coisas;
 Positivo (ciência): seria a etapa final e desejável de desenvolvimento, caracterizada pela 
utilização racional dos métodos científicos para a compreensão das causas dos fenômenos e 
para a organização racional do trabalho.
 O positivismo seria, portanto, uma tentativa de reestruturar o 
saber e a conturbada sociedade de sua época, de conduzi-la 
ao estágio positivo.
Positivismo de Comte
 A Sociologia (física social) é a ciência que deveria conhecer e estabelecer as “leis imutáveis” 
da vida social. Por isso, seu objeto de estudo é o social e a descoberta destas “leis sociais” é 
o objetivo de suas pesquisas.
 Através da Sociologia (estágio positivo), superar a crise da sociedade moderna e 
fundamentar a reorganização da sociedade. Segundo Martins (2006, p. 31), para Comte, “a 
ciência conduz a previdência, e a previdência permite regular a ação”.
 Apenas por meio da Educação as pessoas poderiam alcançar 
a formação moral que lhes faria chegar a um consenso, 
elemento que geraria um estado de harmonia e ordem. 
Para ele, a sociedade precisava de “ordem” para 
alcançar o “progresso”.
Sociologia e Educação para Comte
Considerando o que foi visto antes, especialmente sobre Comte, qual seria o papel reservado à 
Sociologia em relação à educação e à escola?
a) Fornecer meios para análise histórica da educação.
b) Permitir a compreensão das leis que presidem o fenômeno da educação.
c) Estimular a formação moral na escola, contribuindo para a manutenção da ordem social.
d) Desenvolver a análise crítica da escola em relação à sociedade e sua 
repercussão na escola.
e) Estudar os fatos isolados que acontecem no interior das escolas.
Interatividade
Considerando o que foi visto antes, especialmente sobre Comte, qual seria o papel reservado à 
Sociologia em relação à educação e à escola?
a) Fornecer meios para análise histórica da educação.
b) Permitir a compreensão das leis que presidem o fenômeno da educação.
c) Estimular a formação moral na escola, contribuindo para a manutenção da ordem social.
d) Desenvolver a análise crítica da escola em relação à sociedade e sua 
repercussão na escola.
e) Estudar os fatos isolados que acontecem no interior das escolas.
Resposta
 As regras do método sociológico.Émile Durkheim (1858-1917)
Fonte: 
www.infoescola.com/so
ciologia/emile-durkheim
 Durkheim demonstrou que os fatos sociais têm características próprias, evidenciando que
neles a Sociologia teria um objeto de estudo específico e distinto daqueles estudados pelas
outras disciplinas científicas.
Mas o que são fatos sociais?
Durkheim e os fatos sociais
Por fato social, Durkheim entendia os modos de pensar, sentir e agir de um grupo social. 
Os fatos sociais poderiam ser identificados por carregarem em si três elementos:
 Coercitividade: denuncia que os indivíduos veem-se obrigados a seguir o 
comportamento estabelecido;
 Exterioridade: o fato social é externo ao indivíduo e existe independentemente 
da sua vontade;
 Generalidade: o fato social é comum aos membros de um grupo.
Compreender os fatos sociais é compreender a sociedade!
Durkheim e os fatos sociais
 Sociedades pré-capitalistas e tribos indígenas: há o que chamou de solidariedade mecânica
– própria de sociedades mais simples; nelas há uma solidariedade baseada na semelhança
(há pouca divisão do trabalho e, por isso, as pessoas desempenham tarefas semelhantes e 
tendem a “pensar com a mesma cabeça”, compartilhando das mesmas regras, mesmos 
valores, mesmas crenças etc.). Com isso, a consciência coletiva é mais forte e mais 
extensiva, gerando maior consenso e coesão.
Durkheim e a divisão social do trabalho
Sociedade industrial capitalista: há o que chamou de solidariedade orgânica, própria de 
sociedades mais complexas; nela impera a solidariedade por diferenciação de tarefas
(há maior divisão social do trabalho).
Quais seriam os efeitos deste tipo de solidariedade? 
 Mais liberdade individual, mais individualismo.
 Perda dos sentimentos gregários e de respeito às normas gerais da sociedade.
 Permite que as regras sociais coletivas sejam quebradas; enfraquecimento da consciência 
coletiva (sem ela, a sociedade não sobrevive – anomia).
Durkheim e a divisão social do trabalho
Foi justamente analisando a realidade provocada pela solidariedade orgânica, própria da 
sociedade industrial capitalista, que Durkheim vislumbrou uma solução: 
 Uma educação moral que fortalecesse a consciência coletiva e gerasse consenso na 
sociedade, evitando assim a anomia!
Durkheim e a Educação
Neste sentido, a educação seria:
 O processo necessário de socialização, pelo qual aprendemos a ser membros 
de uma sociedade.
 Inculcar nas crianças as regras sociais compartilhadas pela sociedade.
 Uma educação moral, cujo papel é o de preservar a vida em sociedade.
 Aquela própria ao meio moral que cada um compartilha.
 Uma forma de colocar ordem ao caos e evitar a 
desintegração social.
Durkheim e a Educação
 A função da Educação para ele seria a de evitar a anomia, isto é, um estado 
de ausência de regras e de caos social que o aprofundamento da solidariedade 
orgânica poderia produzir por fortalecer o individualismo.
 Ele a via, portanto, como um meio de ajustamento do indivíduo à sociedade. 
A Educação deveria preparar o indivíduo para agir de acordo com os padrões da 
sociedade, não para transformá-la; superpor ao ser que somos ao nascer, individual e 
associal, um ser inteiramente novo.
Educação moral!
Durkheim e a Educação
 “A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se 
encontraram ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na 
criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade 
política, no seu conjunto, e pelo meio moral a que a criança, particularmente, se destine”
(DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia, 1922).
Durkheim e a Educação
Segundo Durkheim, cabe à educação:
a) Evitar a criminalidade entre jovens.
b) Estimular o progresso social e ascensão social.
c) Contribuir para a transformação da sociedade, afastando as injustiças.
d) Reproduzir os valores morais da sociedade, integrando os indivíduos, ou seja, 
tem a função fundamental de conservação da sociedade.
e) Estimular a individualidade.
Interatividade 
Segundo Durkheim, cabe à educação:
a) Evitar a criminalidade entre jovens.
b) Estimular o progresso social e ascensão social.
c) Contribuir para a transformação da sociedade, afastando as injustiças.
d) Reproduzir os valores morais da sociedade, integrando os indivíduos, ou seja, 
tem a função fundamental de conservação da sociedade.
e) Estimular a individualidade.
Resposta
 A luta contra as injustiças sociais: 
Educação e emancipação.
Karl Marx (1818-1883)
Fonte: 
http://www.infoescola.co
m/biografias/karl-marx
 Marx e Engels, em sua obra Manifesto do Partido Comunista, afirmam que “A história de 
todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes”; 
seria resultante das relações de oposição travadas entre as classes envolvidas no modo de 
produção. Cada novo modo de produção e consequente organização da sociedade seriam 
fruto da luta do modo de produção anterior. 
 Modo de produção escravista (senhores x escravos; patrício x plebeu);
 Modo de produção feudal (servos x senhores);
 Modo de produção capitalista (burguesia x proletariado).
Karl Marx, a dinâmica da história
Na sociedade industrializada capitalista, a luta de classes seria expressa pelo antagonismo 
entre a classe proletária (operários, assalariados) e os capitalistas (burgueses).
O modo de produção capitalista representou para os trabalhadores:
 A expropriação do saber de produção dos trabalhadores, pois agora realizam um trabalho 
parcial, e dos meios de produção, pois agora pertencem ao capitalista; a esse processo de 
perda ou expropriação, Marx chamou de alienação.
 O trabalhador, desprovido do saber de todas as etapas da produção e dos meios de 
produção, é obrigado a vender sua força de trabalho em troca de um salário (que não 
corresponde ao lucro que produz). A este excedente, Marx 
chamou de mais-valia e nele reside a possibilidade de 
acumulação de capital pelos capitalistas.
Karl Marx e o modo de produção capitalista
 Podemos afirmar que o conceito de ideologia tem a ver com a maneira pela qual o estado de 
coisas se perpetua, desta forma, perpetuando o modo de produção capitalista.
 A ideologia (que é da classe dominante) é um sistema de ideias, valores, normas e regras 
ordenadas no sentido de fazer com que as pessoas se comportem de acordo com a vontade 
do sistema, mas como se estivessem se comportando com base em sua própria vontade.
 Ela procura manter as coisas como sendo “naturais”: a mais-valia é natural? um sistema 
baseado na exploração do trabalhador é natural? A alienação é natural? Receber salário 
pelo trabalho realizado é natural? Claro que não, mas este sistema nos faz acreditar que é...
Marx e o conceito de ideologia
 Ao contrário de Comte e Durkheim, Marx não conferia à educação a função de ajustamento
do indivíduo às regras sociais; ele a vislumbrava como meio de emancipação.
 Para ele, a educação deveria ser integral e pelo trabalho, de modo a relacionar o saber 
escolar com o saber laboral. A principal busca é romper com a alienação do trabalho e com a 
passividade frente à ideologia da classe dominante.
A educação para Marx
 A lógica burguesa acentuou a dualidade do ensino entre escola para ricos (desenvolvimento 
do intelecto) e escola para pobres (preparação para o trabalho).
 Os currículos deveriam integrar a preparação intelectual, física e tecnológica.
 O modelo de educação que propôs foi chamado de ensino politécnico, indicando 
múltiplas habilidades. 
A educação integral – completa
 Sociedade, educação e desencantamento.
Max Weber (1864-1920)
Fonte: 
www.sindserj.org.br/
category/sociologos/
 A sociedade se constitui da interação entre os indivíduos, o que ocorre por meio das ações 
sociais e deve ser compreendida por esta perspectiva, das interações entre as pessoas, pois 
são elas que vão gerar determinadoscomportamentos, regras, valores etc. 
 O que caracteriza a ação social é toda a ação praticada por um indivíduo levando o outro 
em consideração. Há, portanto, uma coerção agindo sobre o indivíduo sob o peso do 
comportamento do outro. Deve-se admitir que esta é a base da vida em sociedade.
A concepção social de Weber
 Ação social racional com relação a fins (objetivos racionalmente formulados; meios e fins).
 Ação social com relação a valores (pensa nos valores aprendidos; valores familiares).
 Ação social racional com relação ao regular (pensa no regular, na aceitação ou não do 
grupo, na reação).
 Ação afetiva (há pouca ou nenhuma racionalidade nela; com base em elementos afetivos).
Como entender a dinâmica social?
A sociedade capitalista foi moldada em um processo que a tornou extremamente 
burocratizada e racionalizada.
 Burocratização – criação de corpos de especialistas e especialidades de base 
racional-legal nas instituições.
 Racionalização – regras sociais baseadas na razão e no Direito.
Burocracia e racionalização
 Houve uma profunda complexificação da vida em sociedade, que deu origem a diversas 
instituições encarregadas de garantir o seu pleno funcionamento. Cada uma dessas 
instituições, por sua vez, passou a demandar pessoas encarregadas (e capazes) de exercer 
as atividades inerentes a elas.
 A razão parece dizer que é natural e desejável que haja pessoas e instituições exercendo os 
papéis de administração, controle, fiscalização e coerção da sociedade.
 É justamente neste ponto que o pensamento de Weber vai fazer sentido no tema educação!
Instituições 
 Nas sociedades de base racional-legal, a seleção de pessoas que ocuparão os cargos nas 
instituições reguladoras da sociedade será com base no conhecimento e na competência 
técnica para exercer a função, para atuar nos órgãos e departamentos da burocracia estatal, 
industrial e empresarial.
 Já podemos perceber que a educação formal, adaptando-se às exigências das sociedades 
de base racional-legal, passou a se preocupar em fornecer às pessoas um mero treinamento 
e capacitação técnica, preparando-as para ocupar os cargos da burocracia.
Educação 
 Pedagogia do cultivo: formar o homem culto, preparado para certos comportamentos – para 
ser reflexivo e ter um comportamento social (modelo em declínio).
x
 Pedagogia do treinamento: preparo do perito, treinar para a competência técnica 
(em ascensão).
 Razão do pessimismo: a Educação estava se tornando mero treinamento com vistas à 
obtenção de certificação, já que o padrão de escolha passou a ser a competência técnica.
Weber e a Educação – o pessimismo de Weber
Qual conceito sociológico pode ser descrito nos seguintes termos: conjunto de ideias, regras e 
valores, veiculados pelos grupos dominantes, de modo a induzir os demais grupos a aceitá-los 
como verdadeiros e a adotá-los como seus?
a) Fatos sociais.
b) Ordem social.
c) Anomia.
d) Física social.
e) Ideologia.
Interatividade 
Qual conceito sociológico pode ser descrito nos seguintes termos: conjunto de ideias, regras e 
valores, veiculados pelos grupos dominantes, de modo a induzir os demais grupos a aceitá-los 
como verdadeiros e a adotá-los como seus?
a) Fatos sociais.
b) Ordem social.
c) Anomia.
d) Física social.
e) Ideologia.
Resposta 
 Os teóricos reprodutivistas são críticos do sistema educacional. Para eles a escola não 
contribui para a redução das desigualdades sociais, mas as reproduz.
 Reproduzir = contribuir para manter as coisas como estão, dar continuidade. 
 Sinônimos de teóricos reprodutivistas = crítico-reprodutivistas, teóricos críticos.
 Exemplos: Louis Althusser, Bourdieu/Passeron, Baudelot/Establet.
A consolidação da Sociologia da Educação – teóricos reprodutivistas
 A escola como aparelho 
ideológico do Estado.
Louis Althusser (1918-1990)
Fonte: 
www.braungar
dt.trialectics.co
m/philosophy/a
lthussers-
philosophy/
 Em 1970, Althusser publica “A ideologia e os aparelhos ideológicos do Estado”.
 Defende que o sistema capitalista não é tão forte quanto parece, tem pontos fracos, mas 
para enfrentá-los criou mecanismos de sobrevivência.
 A permanência do modelo de sociedade capitalista depende da reprodução de seus 
componentes essenciais, sendo eles econômicos (força de trabalho x meios de 
produção) e ideológicos.
Os aparelhos ideológicos do Estado
 A garantia da reprodução dos componentes essenciais do capitalismo pode ser conseguida 
por meio da força ou do convencimento, da repressão ou da ideologia, assim como pela 
confluência dessas duas vias.
A manutenção do sistema capitalista
Aparelhos ideológicos do poder: promovem a produção e disseminação da ideologia 
dominante, inculcando valores e modos de pensar que nos levam a aceitar as estruturas 
sociais capitalistas como boas e desejáveis.
 família;
 religião;
 escola; 
 mídia etc.
Aparelhos repressivos do Estado: responsáveis por punir e 
silenciar todos os que perturbem a ordem, afastando, por meio 
da violência e da coerção, as possíveis ameaças ao sistema.
 polícia;
 judiciário etc.
Aparelhos ideológicos e repressivos
 Considerava a escola, em sua época, como aparelho central, pois atinge praticamente toda a 
população por um longo período de tempo, transmitindo a ideologia por meio de seu 
currículo, muito mais pelo aspecto dos seus conteúdos, considerando-os impostos pelas 
elites às camadas populares.
Escola como aparelho ideológico do poder
 Christian Baudelot e Roger Establet: desenvolvem a tese de Althusser na obra “A escola 
capitalista na França” (1970). A teoria da escola dividida (dualista – redes SS e PP).
 Samuel Bowles publica “A escola capitalista na América” (1976).
 Defendem que a relação de reprodução do sistema capitalista na escola não se dá por meio 
dos conteúdos (como defendia Althusser), mas por intermédio das vivências, disseminando 
as relações sociais do local de trabalho na escola (subordinação, obediência, disciplina etc.).
Repercussões do pensamento da análise educacional de Althusser 
 A violência simbólica.
Pierre Bourdieu (1930-2002)
Fonte: 
https://archive.org/details/opensamentodebourdieu
Em 1970, em parceria com Jean-Claude Passeron, Bourdieu lançou o livro “A reprodução”.
 Sua análise sociológica partia da ideia central de reprodução e defendia que a reprodução 
social que ocorria na escola estaria baseada na reprodução cultural.
Reprodução e capital cultural – a cultura dominante é a que tem valor
 A reprodução da cultura dominante (o capital cultural* que tem valor) na escola garantia 
vantagens materiais e simbólicas aos alunos que a tem. O currículo escolar estaria baseado 
na cultura dominante, de modo que as elites entendem sua linguagem e seus códigos,
enquanto que as classes dominadas não. Isto gera violência simbólica e exclusão escolar.
 Os alunos que possuem outros conhecimentos, outros conteúdos (distantes do capital 
cultural presente na escola) se veem diminuídos.
* Capital cultural: obras de arte, literárias e teatrais, diplomas, certificados etc.
Reprodução e capital cultural – a cultura dominante é a que tem valor
 Quando já inculcado e internalizado, o capital cultural originaria aquilo que Bourdieu 
chamava de habitus.
 Habitus corresponderia ao estado em que o indivíduo já estaria convencido de que as 
estruturas sociais impostas pela classe dominante seriam boas e desejáveis, sem notar, no 
entanto, que se trata de um pensamento inculcado por um processo que Bourdieu chamava 
de violência simbólica, a serviço de um poder ou domínio simbólico.
Capital cultural e habitus
Para Althusser, são aparelhos ideológicos do Estado:
I. Família.
II. Tribunal de Justiça.
III. Escola.
IV. Religião.
V. Mídia.
Estão corretos apenas:
a) I, II, III e V. 
b) I, II, IV e V. 
c) I, III, IV e V. 
d) II, III e IV.
e) II, III, IV e V.
Interatividade
Para Althusser, são aparelhos ideológicosdo Estado:
I. Família.
II. Tribunal de Justiça.
III. Escola.
IV. Religião.
V. Mídia.
Estão corretos apenas:
a) I, II, III e V. 
b) I, II, IV e V. 
c) I, III, IV e V. 
d) II, III e IV.
e) II, III, IV e V.
Resposta
MARTINS, C. B. O que é sociologia. São Paulo: Brasiliense, 2006.
MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: L&PM Pocket, 2001.
RODRIGUES, A. T. Sociologia da Educação. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.
Referências
ATÉ A PRÓXIMA!