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O aumento exponencial do comércio eletrônico (E-commerce) em decorrência da pandemia de Covid-19 - 19_10 (1)

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RESUMO
O comércio eletrônico é uma área comercial que vem sendo constantemente potencializada por seu aumento no número de adoções dos meios digitais, o que atingiu, também, a área do comércio. No contexto da pandemia da COVID-19, o aumento na utilização dos meios eletrônicos, em decorrência do distanciamento social, causou um grande aumento no número de compras realizadas pela Internet, o que suscitou no meio jurídico diversas questões acerca do Direito do Consumidor nesse contexto. O presente artigo, nesse contexto, tem como objetivo analisar tal fenômeno. Para isso, o texto fora estruturado em Introdução, uma explicação sobre o comércio eletrônico, uma explanação sobre referido comércio no âmbito da covid-19 e suas vantagens dentro do âmbito comercial. Além disso, foi realizado um estudo sobre o Direito do Consumidor relacionado ao e-commerce. A metodologia escolhida foi a revisão bibliográfica.
Palavras-chave: E-COMMERCE. PANDEMIA. COVID-19. DIREITO DO CONSUMIDOR.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 2 O COMÉRCIO ELETRÔNICO: CONCEITUAÇÃO E NOÇÕES GERAIS 2.1 A JURISPRUDÊNCIA DO E-COMMERCE 3 O COMÉRCIO ELETRÔNICO FRENTE À PANDEMIA DA COVID-19 4 E-COMMERCE: AS VANTAGENS 5 DIREITO DO CONSUMIDOR NO CONTEXTO DO COMÉRCIO ELETRÔNICO E DESVANTAGENS DO E-COMMERCE 6 CONCLUSÃO 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	
1 INTRODUÇÃO
O comércio eletrônico é uma área comercial que vem sendo constantemente potencializada por seu aumento no número de adoções dos meios digitais. Por meio das mídias digitais, atualmente, é possível fazer diversas tarefas, dentre elas as compras, sendo estas de qualquer natureza. 
Com a pandemia, essa realidade foi ainda mais aumentada, na medida em que, em isolamento social, as pessoas não tinham outras formas de se comunicar. E os comerciantes tiveram de se reinventar, adotando as plataformas digitais como forma de aumentar suas vendas. 
Assim, a difusão do uso de computadores e smartphones, bem como do acesso à internet, por parcela cada vez mais significativa da população brasileira, fundaram as bases que propiciaram o surgimento do comércio eletrônico, o qual foi alavancado pelo isolamento social decorrente da pandemia de Covid-19.
Entretanto, apesar de trazer vantagens, o e-commerce e sua difusão também pode ser um problema ao ordenamento jurídico, principalmente na seara do direito ao consumidor. Isso porque, uma vez que não há contato entre os agentes da relação consumerista firmada, o consumidor se encontra em uma posição de vulnerabilidade muito maior do que a comumente ocorre nas relações de consumo. Mesmo porque, o consumidor não sabe o que pode estar lhe esperando atrás das telas digitais. 
Nesse diapasão, o aumento vertiginoso do e-commerce, embora traduza aspectos vantajosos aos consumidores e aos fornecedores, apresenta por outro lado desafios tanto ao consumidor, quanto à sociedade.
Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho é discorrer acerca do aumento do comércio digital em tempos de pandemia, bem como analisar as questões relacionadas ao surgimento deste. Não obstante, serão analisadas as vantagens e desvantagens dessa modalidade comercial. 
Não apenas isso, como alguns objetivos mais específicos são elencados eles estando em íntima ligação com o tema abordado no presente artigo: a) Definir como ocorre a relação jurídica consumerista no comércio eletrônico; b) Discorrer sobre o impacto da pandemia de Covid-19 sobre o e-commerce; c) Investigar e evidenciar as vantagens e os desafios para o consumidor e para a sociedade inerentes ao rápido avanço do comércio eletrônico após o advento da pandemia de Covid-19; d) Exemplificar possíveis soluções para estes desafios.
Para que os objetivos sejam alcançados, algumas perguntas norteadoras foram elaboradas, de modo que estas possam orientar a presente pesquisa de forma mais clara e concisa: i) Com a evolução do acesso à computadores, smartphones, tablets e à internet contribuíram para alavancar as relações de consumo?; ii) Quais as vantagens do comércio eletrônico ?; iii) Qual foi o reflexo da pandemia de Covid-19 sobre o comércio eletrônico?; iv) Quais os desafios que o aumento repentino do comércio eletrônico representa para o consumidor e para a sociedade?
A metodologia escolhida foi a revisão bibliográfica e documental. Foram selecionados artigos científicos, livros doutrinários, e-books de diversas autorias, dentre outros trabalhos de caráter científico. Não apenas isso, como foram explorados bancos de dados de diversas plataformas, como a do consumidor.gov.br, a plataforma da Neotrust, a plataforma da SINDEC e a plataforma do Cedricbr, de modo que fossem elencados dados que indiquem a performance do comércio eletrônico durante a Pandemia da COVID-19. 
2 O COMÉRCIO ELETRÔNICO: CONCEITUAÇÃO E NOÇÕES GERAIS
O comércio vem sendo uma prática exercida pela humanidade desde que foi observado um excesso produtivo, o qual permitia que as pessoas fizessem trocas (escambo) e obtivessem outros produtos que não possuíam nem produziam. Isso apenas ocorreu após um grande avanço da humanidade, com a formação de famílias e organizações mais abrangentes e personalizadas, denominadas comunidades. Por meio de tais comunidades, a prática da agricultura passou a ser uma abertura de portas vultosas para a sociedade que conhecemos hoje, pois foi através do surgimento da agricultura que a humanidade começou a dar seus primeiros passos às inovações tecnológicas, formação de cidades e, também, ao comércio[footnoteRef:0]. [0: PEREZ, Jorge Luiz Sosa. As galerias comerciais de pelotas e a percepção de lugar. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande, 2009. p. 22] 
Em sua fase embrionária, o comércio apenas se desenvolvia localmente, por meio de trocas realizadas entre os próprios membros da comunidade ou até mesmo por vizinhos. Com o aumento da complexidade comunitária, as trocas começaram a se tornar mais sofisticadas. Assim, o mercado comercial foi aumentando sua abrangência. Por meio de transportes marítimos e terrestres, o comerciante tinha a possibilidade de se expandir comercialmente, podendo chegar a diversos locais ao redor do mundo. Mas, é claro, tal movimentação exigia grandes investimentos, e estes apenas podiam ser realizados por comerciantes que já possuíam um grande aporte financeiro[footnoteRef:1]. Não apenas isso, como era necessário a contratação de um terceiro intermediário, normalmente estrangeiro, para que este ficasse responsável pela comercialização em seu país[footnoteRef:2]. [1: Idem.] [2: TEIXEIRA, Tarcisio. Comércio eletrônico: conforme o Marco Civil da Internet e a regulamentação do e-commerce no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 26] 
Hoje, o comércio é entendido como o ramo da produção econômica que interpõe entre dois agentes, comerciante e consumidor, produtos e seus respectivos valores monetários de trocas[footnoteRef:3]. [3: FAZZIO JÚNIOR, Waldo. Manual de Direito Comercial. 21 ed. São Paulo: Atlas, 2020. p. 45] 
Com o surgimento das tecnologias digitais, e seu aperfeiçoamento, essa realidade dos comerciantes e do comércio como um todo foi aos poucos sendo mudada. Nos anos 70, Isaac Asimov já indicava que o futuro guardava meios de comercialização à distância, sem que os consumidores precisassem entrar em contato com o produto ou com o comerciante antes da efetiva compra. A popularização da Internet, pouco depois dos anos 90, muito tempo depois, foi a responsável por dar vida à previsão de Isaac, na medida em que por meio dela foram surgindo diversos núcleos comerciais que mudaram a forma do mundo entender o comércio, assim como praticá-lo[footnoteRef:4]. [4: PETERSON et al, 1997; REHMAN, 2012 apud ECKERT, Alex et al. Intenção de recompra no contexto de compras on-line. Perspectivas em Ciência da Informação, 2019] 
No entendimento de Tarcísio Teixeira, o comércio eletrônico (e-commerce) representa hoje uma das maiores inovações comerciais da história humana[footnoteRef:5]. De fato, o e-commerce hoje está pautado na rapidez e facilidade, na medida em que qualquer pessoa pode, apenas com um aparelhocelular, fazer compras de diversas espécies através da rede mundial de comunicações (Internet). [5: TEIXEIRA, Tarcisio. Comércio eletrônico: conforme o Marco Civil da Internet e a regulamentação do e-commerce no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 19.] 
De maneira geral, o comércio eletrônico é definido como as atividades comerciais desenvolvidas por meios eletrônicos, tendo por objeto, assim como o comércio convencional, a troca de bens, estes podendo ser físicos ou digitais[footnoteRef:6]. O e-commerce, portanto, nada mais é do que a compra e venda de bens por meio da Internet, através de plataformas próprias ou compartilhadas. Segundo Newton De Lucca, o e-commerce abrange as trocas de produtos e serviços por meio da Internet, sendo esta a principal ferramenta utilizada para a concretização do negócio[footnoteRef:7]. Tarcísio Teixeira aponta, entretanto, que tal prática apenas é uma versão mais moderna, rápida e extensiva do comércio convencional, existente há milhares de anos dentro das unidades civilizatórias[footnoteRef:8]. [6: LORENZETTI, Ricardo Luis. Comércio Eletrônico. São Paulo: Ed. RT, 2004, vol. 1.] [7: DE LUCCA, Newton. Aspectos da responsabilidade civil no âmbito da internet. In: SILVA, Regina Beatriz Tavares da (coord.). Responsabilidade civil nas relações de consumo. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 267-268. (Série GVlaw).] [8: TEIXEIRA, Tarcisio. Comércio eletrônico: conforme o Marco Civil da Internet e a regulamentação do e-commerce no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 26] 
Observe que, partindo dessa conceituação, depreende-se que os avanços da tecnologia têm grande impacto sobre essas atividades comerciais. Não apenas isso,como o acesso das pessoas à internet também tem grande influência sobre o sucesso das grandes lojas que oferecem a alternativa digital de consumo para a população. O Brasil possui cerca de 149 milhões de habitantes com acesso à internet, o que representa cerca de 70,6% de sua população. Desde 2000, esse número cresceu na ordem de 1.500%, o que, é claro, representa um bom contexto para o comércio eletrônico no país[footnoteRef:9]. [9: TEIXEIRA, Tarcisio. Comércio eletrônico: conforme o Marco Civil da Internet e a regulamentação do e-commerce no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 21] 
Nesse sentido, esse tipo de comércio tem o potencial de mobilizar bilhões de pessoas durante todo o mundo, na medida em que, coadunados à empresas de logísticas e de prestação de serviços, os comerciantes podem atingir não apenas as pessoas que vivem em seu próprio núcleo regional, como também aquelas que vivem a milhares de quilômetros de distância. As empresas que optam por utilizar canais eletrônicos de vendas, bem como os consumidores que optam por comprar por meio de referidos canais passam a ter em mãos ferramentas mais rápidas de consumo, por meio das quais é possível a interação sem nenhum tipo de barreira geográfica[footnoteRef:10]. [10: ADNAN, H. An Analysis of the factors affecting online purchasing behavior of Pakistani consumers. International Journal of Marketing Studies, v.6, n. 5, p.133-148, 2014.] 
Por meio do e-commerce, é possível firmar contratos de diversas espécies, desde os oriundos de relações de direito público até os originários de relações entre particulares; normalmente, tais contratos têm natureza consumerista. Destaca Tarcísio Teixeira:
Podemos afirmar que até algumas décadas atrás os contratos eram celebrados principalmente de forma escrita (em papel) ou verbal (mesmo por telefone). Mas com a criação da internet e a disseminação da informática, desenvolveu-se mais uma maneira de se contratar, a contratação eletrônica. Este novo mecanismo facilita, ainda mais, a atuação das empresas, especialmente de menor e médio porte, que tinham alcance limitado quanto à divulgação e à distribuição de seus produtos ou serviços. Elas agora veem nos meios eletrônicos um modo prático e econômico para a expansão de seus negócios[footnoteRef:11]. [11: TEIXEIRA, Tarcisio. Comércio eletrônico: conforme o Marco Civil da Internet e a regulamentação do e-commerce no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 28] 
Assim, o comércio eletrônico representou um marco no que tange às relações comerciais entre as pessoas do mundo inteiro. Entretanto, no Brasil, sua regulamentação apenas ocorreu no ano de 2013, por meio do Decreto 7.962/2013[footnoteRef:12][footnoteRef:13]. Ora, por se tratar de relações consumeristas, era necessário que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) também atingisse os contratos consumeristas firmados por meios eletrônicos, uma vez que, apesar das facilidades que tais veículos oferecem, inegável é que a segurança do consumidor fica comprometida quando as compras são feitas à distância. Assim, referido Decreto tem como finalidade regulamentar o CDC para que este disponha sobre a comercialização no ambiente eletrônico. Além disso, com o Marco Civil da Internet (Lei n. 12.965, de 23 de abril de 2014)[footnoteRef:14], os usuários da internet passaram a obter aporte jurídico para suas atividades realizadas através de meios virtuais, imputando a eles maior segurança. [12: Referido Decreto estabeleceu uma série de requisitos essenciais para o exercício lícito do e-commerce. Dentre eles, está i) a necessidade de que o anúncio contenha informações claras a respeito do produto, serviço e do fornecedor; ii) providenciar atendimento facilitado ao consumidor; e iii) respeitar o direito de arrependimento, previsto no art. 49, do CDC. O Decreto figura como um marco nas relações consumeristas brasileiras, na medida em que estabelece uma série de parâmetros essenciais para que o consumidor tenha maior segurança nas compras pela Internet.] [13: BRASIL, Decreto Nº 9.962 de 15 de março de 2013. Regulamenta a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor sobre a contratação no comércio eletrônico. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7962.htm. Acesso em 19 de nov de 2021] [14: O Marco Civil da Internet se preocupa com a intimidade e com os dados do usuário da Internet, o que, indiretamente, protege o consumidor, na medida em que no momento da compra seus dados se tornam disponíveis para o fornecedor, em especial os dados bancários e o endereço.] 
2.1 A JURISPRUDÊNCIA DO E-COMMERCE
A jurisprudência é vasta quando o assunto é o e-commerce. Devido à grande insegurança e vulnerabilidade sob as quais o consumidor está sujeito ao optar por fazer compras por meios eletrônicos, as demandas judiciais a respeito do assunto são em grande número, conforme os tópicos tangentes mencionados na seção retro. 
Nesse sentido, o objetivo dessa seção é apresentar algumas das jurisprudências mais pertinentes ao assunto, bem como as mais curiosas, apresentando também uma explicação jurídica, à luz da Defesa do Consumidor, sobre cada jurisprudência apresentada.
Inicialmente, importa ressaltar que, nos âmbitos do Direito Civil e do Processo Civil, duas grandezas são, com frequência, associadas: os direitos da personalidade e o Direito do Consumidor. No que tange aos direitos da personalidade, o elemento que mais se apresenta, sem dúvida, é o elemento dos danos morais.
No entendimento de Humberto Theodoro Jr, os danos morais são aqueles que geram, no indivíduo lesado, uma turbação de ânimo ou uma reação desagradável, desconfortável ou constrangedora[footnoteRef:15]. [15: THEODORO JR., Humberto. Dano Moral. 8. ed. rev. Rio de Janeiro: Forense, 2016. Disponíviel em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788530972295/epubcfi/6/10[%3Bvnd.vst.idref%3Dcopyright]!/4/20/1:3[T35%2C5d]. Acesso em 21 de nov de 2021] 
Já Cavalieri traz uma conceituação mais genérica, indicando que dano moral é “aquele que não tem caráter patrimonial, ou seja, todo o dano não material”[footnoteRef:16]. O autor destaca, entretanto, que tal dano deve ser o suficiente para romper o equilíbrio psicológico do indivíduo, não sendo aceitáveis aborrecimentos, mágoas, irritação, sensibilidade ou outros sentimentos passageiroscomo característicos de danos morais, sob pena de banalização[footnoteRef:17]. [16: CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de responsabilidade civil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012.] [17: Idem.] 
Tais danos são decorrentes da prática de ato ilícito, em descumprimento ao art. 186 do Código Civil[footnoteRef:18][footnoteRef:19], quando na esfera cível em geral. Quando o assunto é Direito do Consumidor, importa ressaltar que o CDC, em seu art. 14, determinar que o fornecedor responde por danos causados ao consumidor, independentemente de culpa, no que tange à falhas na prestação de serviços[footnoteRef:20]. [18: THEODORO JR., Humberto. Dano Moral. 8. ed. rev. Rio de Janeiro: Forense, 2016. Disponíviel em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788530972295/epubcfi/6/10[%3Bvnd.vst.idref%3Dcopyright]!/4/20/1:3[T35%2C5d]. Acesso em 21 de nov de 2021] [19: Prescreve o referido artigo que “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm#:~:text=Art.%20186.%20Aquele%20que%2C%20por%20a%C3%A7%C3%A3o%20ou%20omiss%C3%A3o%20volunt%C3%A1ria%2C%20neglig%C3%AAncia%20ou%20imprud%C3%AAncia%2C%20violar%20direito%20e%20causar%20dano%20a%20outrem%2C%20ainda%20que%20exclusivamente%20moral%2C%20comete%20ato%20il%C3%ADcito.Acesso em 21 de nov de 2021] [20: BRASIL, Lei nº 8.708 de 11 de setembro de 1990. Código de Defesa do Consumidor. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm. Acesso em 21 de nov de 2021] 
Mas não é segredo, entretanto, que o Poder Judiciário brasileiro vem sendo utilizado como ferramenta de vingança, o que gera, por consequência, uma forte banalização do conceito de danos morais[footnoteRef:21]. Isso gera, tanto ao julgador quanto ao próprio advogado, uma necessidade maior de cautela no que tange à análise dos casos concretos. [21: ESCHER. Cristina. A banalização do instituto do dano moral. In: Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo. Revista Intertemas. Ano 4. v. 6. junho. Presidente Prudente: Toledo Presidente Prudente, 2002 ] 
No Direito do Consumidor, apesar de muitas vezes ser identificada a hipossuficiência do consumidor frente ao fornecedor, sobretudo nas relações interpostas virtualmente, é preciso identificar as situações fáticas que podem ou não gerar danos morais.
Observe as jurisprudências abaixo elencadas:
RECURSO INOMINADO, CONSUMIDOR. COMÉRCIO ELETRÔNICO. COMPRA DE PRODUTO PELA INTERNET (BLUSA). PRODUTO NÃO ENTREGUE. DANOS MORAIS QUE NÃO DECORREM DO PRÓPRIO FATO. AUSÊNCIA DE PROVA DE VIOLAÇÃO AOS DIREITOS DA PERSONALIDADE. MERO INADIMPLEMENTO CONTRATUAL. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO[footnoteRef:22]. [22: TJPR - RI 00091201620208160044 Apucarana 0009120-16.2020.8.16.0044 (Acórdão), Relator: Marcel Luis Hoffmann, Data de Julgamento: 06/08/2021, 2ª Turma Recursal, Data de Publicação: 09/08/2021. Disponível em: https://tj-pr.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1260733696/recurso-inominado-ri-91201620208160044-apucarana-0009120-1620208160044-acordao. Acesso em 21 de nov de 2021] 
RECURSO INOMINADO. DIREITO DO CONSUMIDOR. COMPRA DE PRODUTOS ATRAVÉS DA INTERNET. PRODUTO ENTREGUE FALTANDO PEÇAS. MÁ PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EVIDENCIADA. DANO MORAL E MATERIAL CONFIGURADOS. PERDA DE TEMPO ÚTIL DO CONSUMIDOR. QUANTUM FIXADO DE ACORDO COM CRITÉRIOS DE RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO[footnoteRef:23]. [23: TJ-BA - RI 01488302620198050001, Relator Paulo Cesar Almeida Ribeiro, 3ª Turma Recursal, Data de Publicação: 19/08/2021. Disponível em: https://tj-ba.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1266946092/recurso-inominado-ri-1488302620198050001. Acesso em 21 de nov de 2021] 
Na primeira jurisprudência destacada, evidencia-se que o juízo entendeu que a configuração do dano moral não ocorreu, classificando o ocorrido (a não entrega do produto comprado), como um inadimplemento contratual. Tal entendimento é corroborado pelo próprio Superior Tribunal de Justiça (STJ) em sua jurisprudência. Segundo ele, 
A falha na entrega de mercadoria adquirida pela internet configura, em princípio, mero inadimplemento contratual, não dando causa a indenização por danos morais. Apenas excepcionalmente, quando comprovada verdadeira ofensa ao direito de personalidade, será possível pleitear indenização a esse título[footnoteRef:24]. [24: REsp 1.399.931/MG, Relator Ministro Sidnei Beneti, 3ª Turma, Data de Julgamento: 11/02/2014, Data de Publicação: 06/03/2014] 
Isso nos leva à segunda jurisprudência, a qual considera que houve, sim, a incidência de danos morais sobre o consumidor. O Tribunal entendeu que, no caso em comento, a perda de tempo útil do consumidor, em razão de diligências necessárias para garantir a entrega da televisão, fora o suficiente para que sejam incidentes os danos morais. Nesse mesmo sentido, entende a seguinte jurisprudência:
DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. PRODUTO COMPRADO PELA INTERNET E NÃO ENTREGUE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO FORNECEDOR DO SERVIÇO. DANO MORAL. EXISTÊNCIA. Trata-se de apelação cível interposta por de sentença que julgou procedente o pedido de indenização de danos morais em razão de falha na prestação de serviço de comércio eletrônico. Irresignação dos autores. 
1. Tratando-se de relação de consumo, aquele que se dispõe a exercer alguma atividade no mercado tem o dever de responder por eventual dano causado ao consumidor, independentemente de ter agido com culpa, de acordo com o art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, o que não se afigura através da internet
2. Da ponderação entre a cláusula geral da boa-fé, especialmente sob o aspecto do dever de probidade - compreendido como a honestidade de proceder-, e a legítima expectativa do consumidor que adquire produtos pela internet, revelando-se como razoável que haja o cumprimento das condições da oferta com a observância do prazo para a entrega do bem, como assevera o art. 6º Decreto nº 7.962, de 15 de março de 2013, que regulamenta a Lei nº 8.078/90, para dispor sobre a contratação no comércio eletrônico.
3. Fato narrado que ultrapassa o mero aborrecimento da vida cotidiana e viola a honra do consumidor, ou seja, direito fundamental, haja vista a garantia passiva que lhe reserva o art. 5º, X, da Constituição da República, de modo que configurado o dano moral que tem natureza in re ipsa, como a experiência comum permite concluir.
4. Indenização de danos morais de R$3.000,00 (três mil reais) que se adequa à hipótese dos autos, se revela em consonância com os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade e está de acordo com o que ordinariamente se pratica em casos análogos.
5. Provimento do recurso.[footnoteRef:25] [25: TJ-RJ - APL: 00146682020188190008, Relator: Des(a). Fernando Foch de Lemos Arigony da Silva, Data de Julgamento: 15/06/2020, 3ª Câmara Cível, Data de Publicação: 23/06/2020. Disponível em: https://tj-rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/865042851/apelacao-apl-146682020188190008. Acesso em 21 de nov de 2021] 
Observe que as diferenças fáticas entre ambos os casos são gritantes. Por claro, é notório que o valor da televisão é muito superior ao de uma blusa, o que, por lógica, implica numa certa diferenciação quanto ao dano psicológico que cada consumidor pode sofrer nos casos em que não há a entrega do produto.
Não obstante a isso, portanto, destaca-se que a questão dos danos morais no que tange à entrega do produto é apenas um dos aspectos que podem ser considerados no estudo acerca da jurisprudência dos danos morais no Direito do Consumidor. A entrega de produto defeituoso ou a propaganda enganosa podem, também, ensejar danos morais, a depender da situação concreta de cada caso. 
3 O COMÉRCIO ELETRÔNICO FRENTE À PANDEMIA DA COVID-19
Em 31 de dezembro de 2019, quando todos estavam se preparando para o réveillon, a Organização Mundial da Saúde recebe uma notificação preocupante: No interior da RepúblicaPopular da China, em uma cidade chamada Wuhan, estaria ocorrendo um surto de uma doença semelhante à pneumonia, a qual se alastrava rapidamente pela cidade. Tratava-se de uma doença desconhecida até então. No dia 7 de janeiro de 2020, estudos indicaram que o causador da doença se tratava de um novo coronavírus, família viral responsável por causar leves resfriados, mas que, até então, não oferecia nenhum risco à vida dos seres humanos[footnoteRef:26]. A nova doença foi chamada de COVID-19. [26: ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DE SAÚDE. Histórico da Pandemia de COVID-19. Disponível em: https://www.paho.org/pt/covid19/historico-da-pandemia-covid-19. Acesso em 14 de out de 2021] 
Apenas ao final de janeiro de 2020, no dia 30, a OMS declarou que o novo coronavírus oferecia risco à saúde das pessoas do mundo inteiro, classificando-o como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Em março de 2020 foi decretado o estado de pandemia, reconhecendo que o vírus já estaria presente em vários países ao redor do mundo[footnoteRef:27]. [27: Idem.] 
Com relação ao vírus, as medidas tomadas pelos governos para que sejam diminuídas as taxas de contaminação se concentraram em diversos métodos físicos, na medida em que não havia, até o momento, nenhum medicamento ou vacina que fosse comprovadamente eficaz contra a doença causada pelo novo coronavírus. Assim, medidas como o uso de máscaras e de álcool gel, bem como o distanciamento social, lockdowns e barreiras de segurança sanitária foram implementadas para diminuir a propagação da doença.
A política de isolamento social, adotada por grande parte dos países do mundo, fez com que as pessoas passassem a adotar como ferramenta principal de comunicação a Internet, na medida em que esta era a única forma de se conectar com amigos, família e, até mesmo, ao trabalho. Segundo o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC), em um relatório publicado em 2020, “as tecnologia digitais tornaram-se uma ferramenta crucial para lidar com o distanciamento social e mitigar os efeitos da pandemia”[footnoteRef:28]. Nesse diapasão, houve um grande aumento geral no número de conexões à internet. [28: CETICbr. Pesquisa web sobre o uso da Internet no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus. Comitê Gestor da Internet no Brasil. São Paulo, 2021. Disponível em: https://cetic.br/media/docs/publicacoes/2/20210426095323/painel_tic_covid19_livro_eletronico.pdf. Acesso em 14 de out de 2021] 
Por meio do Painel TIC COVID-19[footnoteRef:29], o CETIC identificou um aumento expressivo no número de atividades realizadas na Internet. Observe no Gráfico 1 uma comparação acerca do quantitativo de atividades monitoradas pelo CETIC durante os anos de 2018, 2019 e 2020: [29: “O Painel TIC COVID-19 tem como objetivo coletar informações sobre o uso da Internet durante a pandemia causada pelo novo coronavírus. A nova pesquisa teve como referência parte dos indicadores da pesquisa TIC Domicílios, o que permite criar uma base de comparação com levantamentos realizados anteriormente à pandemia.” Disponível em: https://cetic.br/pt/pesquisa/tic-covid-19/. Acesso em 16 de out de 2021] 
Gráfico 1: Relação entre atividades realizadas na Internet e número percentual de usuários com 16 anos ou mais nos anos de 2018, 2019 e 2020 
Fonte: Gráfico produzido pelo autor com base nos dados fornecidos pelo Painel TC COVID-19 (2020)
Note que, em comparação aos anos anteriores, o percentual de usuários que passaram a exercer atividades através da internet no ano de 2020, no auge da pandemia em comento, aumentou fortemente, na ordem de quase 20%; tais dados indicam que o isolamento social teve forte influência no uso da Internet para a realização de atividades básicas no dia-a-dia.
 Não obstante, verifique no gráfico que o comércio eletrônico também teve grande proveito desse momento, na medida em que apresentou um aumento de aproximadamente 20 pontos percentuais no que tange à adesão de usuários. Segundo o CETICbr:
A série histórica da pesquisa TIC Domicílios vem mostrando um crescente aumento do uso da Internet para viabilizar o consumo de bens e serviços, tendência que se acentuou durante a pandemia. A proporção de usuários de Internet que afirmaram ter feito compras on-line passou de 44%, em 2018, para 66% no Painel TIC COVID-19. O crescimento do comércio eletrônico ocorreu entre os entrevistados de todas as regiões do país e classes e foi maior entre as mulheres, hábito que passou de 39% em 2018 para 70% em 2020[footnoteRef:30]. [30: CETICbr. Pesquisa web sobre o uso da Internet no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus. Comitê Gestor da Internet no Brasil. São Paulo, 2021. Disponível em: https://cetic.br/media/docs/publicacoes/2/20210426095323/painel_tic_covid19_livro_eletronico.pdf. Acesso em 14 de out de 2021] 
Os meios de comunicação entre os consumidores e os comerciantes também foram monitorados pela pesquisa em comento:
A pandemia também alterou a forma de comunicação entre empresas e consumidores. Havia uma tendência, registrada pela pesquisa TIC Empresas 2019 , de um esforço das empresas brasileiras para ampliar o uso da Internet em suas operações, com destaque para o uso de aplicativos de mensagens (como WhatsApp ou Telegram) entre as que vendem on-line (42%). O Painel TIC COVID-19, por sua vez, apontou que essa forma de contato direto com o cliente foi usada de forma mais intensa: 46% dos usuários de Internet que compraram pela Internet afirmaram que o fizeram por mensagens de WhatsApp, Skype ou Telegram, proporção que era de 26% em 2018. O uso de aplicativos de mensagens para compra avançou nas classes mais altas: em 2018, 40% dos usuários de Internet das classes DE afirmaram comprar por WhatsApp, Skype ou Telegram, indo para 43% durante a pandemia; em relação às classes AB, em 2018, 24% dos usuários afirmaram comprar por aplicativos de mensagens, alterando para 50% durante a pandemia[footnoteRef:31]. [31: CETICbr. Pesquisa web sobre o uso da Internet no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus. Comitê Gestor da Internet no Brasil. São Paulo, 2021. Disponível em: https://cetic.br/media/docs/publicacoes/2/20210426095323/painel_tic_covid19_livro_eletronico.pdf. Acesso em 14 de out de 2021] 
Sobre o assunto, insta destacar que o declínio no comércio, em razão das políticas de isolamento social, fora um dos pontos mais destacados durante todo o início da crise, em especial pela parcela populacional que era contra as medidas de isolamento social, como o lockdown. Bom, durante o período compreendido entre abril e julho de 2020, as restrições de circulação impostas provocaram grande impactos econômicos, como aumento do desemprego e queda nas transações comerciais[footnoteRef:32]. De acordo com o Ministério da Economia, os setores mais atingidos foram os serviços de restaurante, turismo e transporte[footnoteRef:33]. [32: SILVA, Mygre Lopes da; SILVA, Rodrigo Abbade da. Economia Brasileira Pré, Durante e Pós-Pandemia do COVID-19: Impactos e Reflexões. Observatório Socioeconômico da COVID-19, 2020. Disponível em: https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/820/2020/06/Textos-para-Discuss%C3%A3o-07-Economia-Brasileira-Pr%C3%A9-Durante-e-P%C3%B3s-Pandemia.pdf. Acesso em 14 de out de 2021] [33: MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Ministério da Economia avalia impacto econômico do coronavírus. Disponível em: https://www.gov.br/pt-br/noticias/financas-impostos-e-gestao-publica/2020/03/ministerio-da-economia-avalia-impacto-economico-do-coronavirus-no-brasil . Acesso em: 14 de out de 2021] 
O Gráfico 1, entretanto, indica que houveram grandes aumentos no número de compras feitas eletronicamente no Brasil. Isso é reforçado por pesquisas realizadas pela Neotrust, as quais indicam que, no terceiro trimestre de 2020, foram realizadas 79,2 milhões de compras online, representando um crescimento nominal de 76%, comparado ao mesmo período de 2019[footnoteRef:34]. A pesquisa ainda indica que cerca de 20,2 milhões de novos consumidores passaram a praticar a comprade artigos por meio da Internet, índice que indica um aumento de 31,7% com relação ao ano de 2019. Não apenas isso, como o número de compras também aumentou, passando de 6 para 7 compras por usuário. [34: NEOTRUST. O censo do e-commerce. 5. ed. 2020. Disponível em: https://cdn.compreconfie.com.br/neotrust/Neotrust_5ed.pdf. Acesso em 14 de out de 2021] 
Diante do exposto, inegável é que as relações consumeristas se tornaram mais frequentes durante a pandemia da COVID-19. Apesar de haver um grande impacto negativo na economia, em razão da disseminação viral, o e-commerce figura como um agente que está se voltando à direção contrária do comércio no geral, crescendo vertiginosamente enquanto os outros setores presenciais demonstram quedas. Assim, pode-se concluir que a difusão do uso de computadores e smartphones, bem como do acesso à internet, por parcela cada vez mais significativa da população brasileira, fundaram as bases que propiciaram o surgimento do comércio eletrônico, o qual foi alavancado pelo isolamento social decorrente da pandemia de Covid-19. 
Referido aumento vem trazendo grandes vantagens econômicas ao consumidor, que tem acesso a maior diversidade de preço e de produtos, e ao comerciante, que atinge um maior número de consumidores através da internet, e pode se aproveitar de meios digitais para que tenha seu índice de vendas majorado. ENtretanto, em termos de direito do consumidor, a propagação do e-commerce em meio a pandemia pode também representar um grande desafio, na medida em que, através dos meios digitais, o consumidor se torna vulnerável à abusividades e golpes por parte dos comerciantes, em especial no que tange aos novos consumidores.
4 E-COMMERCE: AS VANTAGENS
Segundo Turban et al[footnoteRef:35], o comércio eletrônico traz uma série de vantagens ao fornecedor, como a expansão do mercado mesmo com pouco capital, a interação com outros fornecedores realizada de forma mais fácil, menor custo com a captação de clientes, dentre outros. Já com relação aos consumidores, o autor elenca como vantagens a conveniência, a velocidade e o custo, maior diversidade, menores preços e mais competitividade entre as empresas. A sociedade como um todo, por sua vez, também é beneficiada, na medida em que o comércio passa a ser acessível a todos, mesmo em cidades menores e mais interiorizadas, no entendimento do autor. [35: TURBAN, E.; MCLEAN, E.; WETHERBE, J. Tecnologia da informação para gestão. Tradução de Renate Schinke. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.] 
5 DIREITO DO CONSUMIDOR NO CONTEXTO DO COMÉRCIO ELETRÔNICO E DESVANTAGENS DO E-COMMERCE
Em 1962, John F. Kennedy fez um importantíssimo discurso, o qual, até hoje, é visto como um dos marcos mais importantes para a proteção dos direitos do consumidor no mundo inteiro. A partir de referido discurso, o ex-presidente dos Estados Unidos influenciou os movimentos consumeristas brasileiros, os quais se iniciaram durante os anos 70[footnoteRef:36]. [36: BENJAMIN; MARQUES; BESSA, 2021 apud FERREIRA, Rildo Mourão; GONÇALVES, Rafael Augusto Leandro. O direito do consumidor no e-commerce. Revista Jurídica Eletrônica, Universidade de Rio Verde, 2017. Disponível em: https://www.unirv.edu.br/conteudos/fckfiles/files/6%20-%20O%20DIREITO%20DO%20CONSUMIDOR%20NO%20E-COMMERCE(1).pdf. Acesso em 14 de out de 2021] 
Tais movimentos foram cruciais para o reconhecimento da defesa ao consumidor como um direito fundamental, garantido constitucionalmente por meio do art. 5º, XXXII, da Constituição Federal. Após a determinação da proteção ao consumidor como um direito fundamental, o ordenamento jurídico brasileiro se desenvolveu, promulgando, nos anos 90, o Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90), o qual objetiva justamente o equilíbrio no âmbito das relações consumeristas[footnoteRef:37]. Segundo Tarcísio Teixeira, o CDC é “o regramento básico do mercado de consumo brasileiro”; por meio dele, são garantidos aos consumidores direitos individuais e coletivos, tratando-se de uma norma de ordem pública e de interesse social[footnoteRef:38]. [37: COSTA, Kerton Nascimento; NETO, Zaiden Geraige. A eficácia do Código de defesa do Consumidor em face do tratamento diferenciado aos consumidores na fase pós-venda, por parte dos serviços de atendimento ao consumidor. Florianópolis: Revista Sequência, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/seq/a/fYgPkYs6WDpgV5TX5d688gH/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 14 de out de 2021] [38: TEIXEIRA, Tarcisio. Comércio eletrônico: conforme o Marco Civil da Internet e a regulamentação do e-commerce no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 67] 
O consumidor, no CDC, é definido como “toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”[footnoteRef:39]. Fornecedor, por sua vez, é [39: Art. 1º, Código de Defesa do Consumidor. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7962.htm#:~:text=Art.%201%C2%BA%20Este,direito%20de%20arrependimento. Acesso em 19 de nov de 2021] 
[...] toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços[footnoteRef:40]. [40: Art. 2º, Código de Defesa do Consumidor. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7962.htm#:~:text=Art.%202%C2%BA%20Os,frui%C3%A7%C3%A3o%20da%20oferta.. Acesso em 19 de nov de 2021] 
Assim, o contrato de consumo é aquele celebrado a partir da relação firmada entre o consumidor e o fornecedor, em que o primeiro efetua o contrato como o destinatário final do produto[footnoteRef:41]. [41: TEIXEIRA, Tarcisio. Comércio eletrônico: conforme o Marco Civil da Internet e a regulamentação do e-commerce no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 64] 
Um dos princípios norteadores do Direito do Consumidor brasileiro é o da vulnerabilidade. Segundo a doutrina, é predominante a noção de que a vulnerabilidade se configura como um ponto presente fortemente nas relações de consumo,o que justifica a presunção legal desta em favor do consumidor[footnoteRef:42]. Segundo Humberto Theodoro Jr, a criação do Direito do Consumidor tornou-se necessária “em razão da evidente superioridade do fornecedor frente ao consumidor em suas relações contratuais”[footnoteRef:43]. O autor destaca que o mercado, por si só, não é capaz de regular as diferenças existentes entre consumidor e fornecedor, estando aqueles sujeitos à abusividade deste. Assim, “a legislação deve abarcar todas as facetas do mercado, a fim de se lograr uma proteção integral, de modo que regule todos os aspectos da relação de consumo”[footnoteRef:44]. [42: BEHRENS, Yan West. Comércio eletrônico de produtos e serviços: uma análise das principais práticas abusivas em prejuízo dos consumidores. Salvador: Pagince, 2014. ] [43: JR. THEODORO, Humberto. Direito do Consumidor. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021] [44: Idem.] 
Não se pode olvidar os impactos causados no Direito do Consumidor com o advento da era digital. Esta cria a necessidade de ressignificar relevantes aspectos da organização social, incluindo as relações de consumo[footnoteRef:45], principalmente no âmbito da difusão crescente do e-commerce. Observe o Gráfico 2: [45: LORENZETTI, Ricardo L. Comércio electrónico, Buenos Aires: Abeledo-Perrot, 2001] 
Gráfico 2: Reclamações totais realizadas na plataforma consumidor.gov.br durantes os anos de 2016 a 2020, comparados com o número de registros de reclamações relacionadas ao e-commerce, no mesmo período
Fonte: Gráfico produzido a partir de dados coletados na plataforma consumidor.gov.br[footnoteRef:46] [46: A plataforma oferece um sistema de comunicação direta entre o consumidor e o fornecedor, de modo que seja possível o recebimento, a análise e a resposta às reclamações realizadas com relação a algum produto ou serviço. Tal ferramenta figura como uma alternativa aos meios convencionaisde reclamar os direitos do consumidor, como as vias judiciárias, mas nãos as substitui: apenas representa uma forma mais rápida e consensual de resolução de conflitos consumeristas (CONSUMIDOR.GOV.BR, 2021)] 
O gráfico foi produzido por meio de dados coletados na plataforma consumidor.gov.br, e indicam um crescimento não apenas no uso da plataforma, como também em reclamações a respeito do e-commerce no país. Observe que, no ano de 2020, houve um aumento significativo com relação ao ano de 2019, tangente às reclamações relacionadas ao comércio eletrônico, na ordem de 86,8%.
Não apenas esses dados corroboram a ideia de que o consumidor muitas vezes se sente lesado ao usar meios eletrônicos para realizarem suas compras, como também dados trazidos pelo SINDEC (Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor)[footnoteRef:47] reforçam-na. Segundo o Sistema, as reclamações com relação ao e-commerce correspondem a mais de 14% das reclamações direcionadas ao setor. Em comparação com o ano de 2019, houve uma variação positiva de 15,8% em relação ao número de reclamações. [47: O SINDEC é um “sistema informatizado que permite o registro de demandas individuais dos consumidores que recorrem aos Procons”. SINDEC, 2021. Disponível em: https://sindecnacional.mj.gov.br/sobre. Acesso em 16 de out de 2021] 
Observe que, conforme o setor do comércio eletrônico fora crescendo durante a pandemia, também foram crescendo o número de consumidores que buscaram por proteção estatal em relação a problemas de contratação, relacionados à relação consumerista.
Apesar desses altos índices de reclamações a respeito do setor, dados publicados pelo consumidor.gov.br indicam que apenas 75% dos acionamentos são resolvidos. Já o Sindec indica que 79,9% dos problemas atinentes ao setor são resolvidos. Apesar de a taxa de resolução ser alta, não se pode olvidar que boa parte da população que busca seus direitos na órbita estatal ou autocompositiva têm seus direitos violados, sendo vítimas de prejuízo por meio do e-commerce.
Bom, a relação contratual estabelecida entre fornecedor e consumidor, mesmo por meios digitais, são objeto de proteção estatal, na medida em que a essência do comércio eletrônico seja a mesma da presente no comércio convencional[footnoteRef:48]. Nesse sentido, não estamos falando sobre uma nova modalidade contratual, não especificada no ordenamento jurídico brasileiro, mas tão somente de uma modalidade contratual simples de compra e venda, que se reveste de atipicidades, nos termos do art. 425 do Código CIvil[footnoteRef:49]. Observe que, tipicamente, os contratos de consumo são estabelecidos de forma presencial, mesmo que de forma fatual. Os meios eletrônicos, portanto, trazem uma nova concepção acerca de tais contratos, estes já existentes, mas agora com o revestimento da atipicidade, na medida em que o consumidor o firma a partir de meios eletrônicos. [48: LORENZETTI, Ricardo L. Comércio Eletrônico. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p. 27.] [49: DISTRITO FEDERAL. LEI 10.406 de 10 de Janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste código.] 
Nesse sentido, mesmo à distância, o consumidor e o fornecedor estabelecem entre si um negócio jurídico. Nesse sentido, discorre Sobhie et al:
Na verdade, o comércio eletrônico, é uma nova tecnologia de formação contratual, não se confundindo com uma nova figura contratual ou um novo contrato jamais visto, ou seja, caracteriza-se pelo meio empregado para a celebração contratual, para o seu cumprimento ou para a sua execução, de forma total ou parcial[footnoteRef:50]. [50: SOBHIE, Amir Ayoub; OLIVEIRA, Deymes Cachoeira de. Proteção do consumidor no comércio eletrônico: inovações relevantes para as vendas on-line no Brasil a partir do Decreto Federal nº. 7962/2013. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.4, p. 84- 107, 4º Trimestre de 2013. Disponível em: www.univali.br/ricc - ISSN 2236-5044.] 
É preciso ainda reconhecer que, no e-commerce, há um agravamento da vulnerabilidade do consumidor, em que pese este estando à distância do fornecedor, dependendo unicamente da confiança no fornecedor contratado para que se tenha a certeza de que o produto comprado será entregue ou disponibilizado de alguma forma. Nesse sentido,
O consumidor virtual, diante da falta de informação e despreparo técnico e intelectual acerca dos contratos de consumo realizados, tornaram-se vulneráveis diante das empresas virtuais e pessoas dispostas a usarem dessa plataforma digital para aplicarem golpes, constatando aí a necessidade de se desenvolver uma legislação integralmente voltada a essa nova estrutura de comércio, de modo a proteger o consumidor de maneira mais direta na contratação eletrônica[footnoteRef:51]. [51: ALVES, Sérgio Emílio Schlang; SOUZA, Thaiane Almeida de. A proteção ao consumidor no âmbito do comércio eletrônico: uma análise à luz do princípio da vulnerabilidade. Disponível em: http://ri.ucsal.br:8080/jspui/bitstream/prefix/626/1/TCCTHAIANESOUZA.pdf. Acesso em 15 de out de 2021] 
Verificando-se a formação de tal vínculo jurídico, sujeito às condições jurídicas de consumo, bem como à proteção do consumidor, verifica-se que deve ser, por lógica, aplicado às relações consumeristas o disposto na legislação relacionada à proteção de tais relações. Tarcísio Teixeira destaca que, “sem prejuízo da aplicação de outras normas especiais, aplicam-se as regras do Código Civil e do Código de Defesa do Consumidor [...] aos negócios concretizados eletronicamente, especialmente o regime da responsabilidade civil”[footnoteRef:52]. [52: TEIXEIRA, Tarcisio. Comércio eletrônico: conforme o Marco Civil da Internet e a regulamentação do e-commerce no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 60] 
Assim, aplicam-se às relações de consumo firmadas eletronicamente as regras estatais sobre os contratos de adesão, as cláusulas abusivas, a publicidade enganosa e abusiva, a responsabilidade por não cumprimento contratual e por ato ilícito, bem como os princípios do direito contratual, como o da boa=fé e o da função social do contrato[footnoteRef:53]. [53: Idem,] 
Para a aplicação destes, entretanto, importantíssimo é que se verifique, no caso concreto, a relação consumerista em pauta. Calais-Auloy destaca que os contratos de consumo são aqueles que ligam o consumidor a um profissional, fornecedor de produto ou serviço[footnoteRef:54]. Newton De Lucca, por sua vez, indica que a relação de consumo obrigatoriamente deve ser estabelecida entre fornecedor e consumidor[footnoteRef:55]. [54: CALAIS-AULOY, Jean. Droit de la consommation. Paris: Dalloz, 1992. p. 1-2.] [55: DE LUCCA, Newton. Aspectos da responsabilidade civil no âmbito da internet. In: SILVA, Regina Beatriz Tavares da (coord.). Responsabilidade civil nas relações de consumo. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 267-268. (Série GVlaw).] 
É evidente que, nas compras realizadas pela Internet, há a troca de produtos/serviços por alguma remuneração correspondente. É certo que algumas peculiaridades de cada caso podem se confrontar com os conceitos trazidos pelo CDC, como os de consumidor e fornecedor, entretanto, tais confrontações não são o suficiente para que a essência do contrato seja afastada. Na prática, o que ocorre é uma compra e uma venda, baseada na confiança por parte do consumidor com relação ao vendedor que o oferta o produto. 
O fato de não haver contato direto entre o fornecedor e o consumidor no momento da contratação, segundo Nery, figura como uma das principais desvantagens do e-commerce, uma vez que, a partir deste distanciamento, uma série de desdobramentos negativos podem vir à tona. Para o autor, o consumidor, nessas hipóteses, fica mais suscetível à fraude, à desconfiança e ao medo. Não apenas isso, como a negociação pelo produto se torna mais dificultada, o frete em regiões afastadas pode ser muito oneroso e o tempo de envio também pode ser um problema.Além disso, trocas e reparações podem ser um transtorno[footnoteRef:56]. [56: NERY, Matheus de Camargo Del. Utilização da Ferramenta E-commerce nas Pequenas e Médias Empresas: Esamc, 2013. Disponível em: . Acesso em 16 de out de 2021] 
Assim, a grande desvantagem no e-commerce se concentra na potencialização da vulnerabilidade do consumidor frente ao comerciante, na medida em que aquele deposita sua confiança neste, esperando que o produto seja encontrado. Com base nisso, a aplicação abrangente do CDC deve acontecer para que seja possível a proteção jurídica desse público no âmbito das compras através do e-commerce. Nesse sentido, destaca-se o art. 7º, XIII, do Marco Civil da Internet, o qual estabelece expressamente que a aplicação das normas de proteção e defesa do consumidor ocorra no âmbito das relações de consumo realizadas na Internet.
6 CONCLUSÃO
Nas últimas décadas, a difusão do uso de computadores e smartphones, assim como o acesso à internet e a popularização desta, fez com que diversos âmbitos da vida social fossem modificados. Não é segredo que, atualmente, até as atividades mais complexas, como uma consulta médica, podem ser realizadas através de meios digitais. 
Essas bases fundadas pela Era Digital também revolucionaram o ambiente comercial, este agora podendo ser construído a partir de plataformas online com facilidade e rapidez em qualquer lugar do mundo. 
Bom, com a pandemia da COVID-19, que se iniciou durante o começo de 2020 e ainda se alastra até o final do presente ano, criou um terreno fértil para o aumento do número de transações comerciais realizadas através de meios eletrônicos. O aumento vertiginoso, entretanto, causa preocupação quanto à proteção do consumidor frente a essa mudança. 
Apesar da velocidade de contratação e da flexibilidade ofertadas ao consumidor, este ainda depende fortemente da confiança no momento da contratação. O Código de Defesa do Consumidor, bem como o Marco Civil da Internet, entretanto, figuram como ferramentas que diminuem a incerteza do consumidor frente aos potenciais abusos dos fornecedores.
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