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Colite Pseudomembranosa

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ARTHUR BITTENCOURT 
 
COLITE PSEUDOMEMBRANOSA 
• Principal causa de infecção entérica hospitalar, muito relacionada com uso de 
atb 
• Definição 
o Processo inflamatório induzido por certas toxinas bacterianas e 
caracterizado pelo desenvolvimento de placas exsudativas (as 
pseudomembranas) aderidas a superfície da mucosa colônica 
inflamada. Essas placas não são exatamente membranas, pois não 
representam camada epitelial. 
• Etiologia 
o Usualmente causada pela toxina do Clostridium difficile, um comensal 
normal do intestino e ocorre, geralmente, após curto de tbm de amplo 
espectro. 
o Resulta da elaboração de 2 toxinas, a toxina A (enterotoxina) e toxina B 
(citotoxina), que ocorrem devido multiplicação exagerada do C. difficile 
o Quase todos os atb podem causar, sendo os principais a clindamicina 
(2%), ampicilina (0,3%), amoxicilina, cefalosporinas e fluoroquinolonas. 
• FR 
o ≥ 65 anos, comorbidades graves, uso de múltiplos atb, atb > 10 dias, cx 
do TGI prévia, alimentação por SNE, uso de IBP, QT, exposição a 
companheiro de quarto, crianças e adultos com baixos títulos de ac 
antitoxina (principalmente anti toxina A), história prévia de DII 
• MC 
o Pode começar até mesmo no dia seguinte do início do atb ou até 6 
semanas após o término. 
o Suspeitar de colite associada ao atb em todo pcte com MC 
características dentro de um período de 6 semanas após a exposição ao 
atb 
o Sintomas variam de diarreia não invasiva a uma colite fulminante com 
MC típicas de febre, leucocitose, dor abd e diarreia invasiva e 
complicações como hipotensão, desidratação, megacólon tóxico e 
perfuração. 
o Forma mais encontrada é diarreia aquosa profusa associada com dor 
abd. 
o Maioria febril e com leucócito, independente do tipo de MC. 
o Casos raros não há diarreia 
o 7 formas de apresentação 
§ Assintomáticos 
• 1/3 dos hospitalizados infectados 
§ Diarreia sem colite 
• Diarreia leve. Febre, leucocitose e desidratação leve ou 
ausente. 
• Toxina nas fezes, mas RSC normal 
• Tto é suspender atb 
• DD com diarreia osmótico antibioticoterapia induzida, 
pondendo diferenciar por meio de 
ARTHUR BITTENCOURT 
 
o 50% dos infectados pelo c. sp tem leucócitos nas 
fezes, o que não ocorre na diarreia osmótico 
antibioticoinduzida 
o Febre e leucocitose favorecem o dx 
o Jejum oral melhora diarreia osmótica, mas não 
tem repercussão na diarreia pelo C. sp, logo, na 
colite terá diarreia noturna. 
§ Colite sem pseudomembrana 
• MC mais grave como astenia, cólicas aliviadas pelas 
evacuações, hiporexia, diarreia aquosa profusa, 
desidratação. Febre em geral baixa e leucocitose. RSC 
com eritema difusa ou em placas, sem 
pseudomembranas 
§ Colite com pseudomembrana 
• RSC com pseudomembrana, ou não visualizadas em RSC 
devendo e podendo ser vistas só em colono 
§ Colite fulminante 
• 2-3% dos casos são sintomáticos, com febre alta, 
calafrios, desidratação, cólicas e distensão abd com íleo 
prolongado e, eventualmente, megacólon tóxico e 
perfuração com peritonite grave. 
• Leucocitose é > 30.000. Há acidose metabólica. 
• Íleo intenso pode não ter diarreia 
• Nesse contexto, pseudomembrana vista na RSC é 
patognomônico 
§ Colite com enteropatia perdedora de proteína 
• Infecção subaguda, com hipoalb, ascite e edema 
periférico. Em geral não há doença grave, mas sim 
história de diarreia intermitente e por 1-4 semanas, febre 
baixa, dor abd e hiporexia. 
• Responde bem ao atb adequado. 
§ Infecção recorrente 
• 15-30% recorrem após interromper com o atb da colite. 
• Em geral nas primeiras 3 semanas 
• Maioria idosos. 
• 50% ocorre por nova infecção. 
• Parece ser por baixa resposta imune humoral 
• Dx 
o Pesquisa de toxinas nas fezes. Se positivo, faz dx. 
o Teste fecal de ampliação por PCR do gene da toxina B – exame 
preferencial, disponível. Caso contrário, imunoensaio. 
o Pesquisa de glutamato desidrogenase nas fezes tem alto valor preditivo 
negativo, podendo ser screening. 
o RSC e colono podem sugerir dx, mas não são obrigatórias. Não é 
sensível nem específico 
o Coprocultura não confirma dx 
o TC pode ser útil quando não tem diarreia e mostra complicações 
ARTHUR BITTENCOURT 
 
• Tto 
o Suspender atb quando possível ou então trocar classe 
o Iniciar atb contra C. sp, com metronidazol, vanco ou fidaxomicina VO. 
Metronidazol é aceitável IV em casos selecionados. 
§ Casos leves-moderados: metronidazol VO 
§ Casos graves: vanco VO 
• Grave: leuco > 15.000, IRA, alb plasmática < 3 
§ Íleo paralítico: enema de vanco 
§ Casos fulminantes: vanco + metro 
§ Casos graves e refratários: colectomia 
o Não usar droga constipante 
o Proteção de contato para evitar passar a outros pctes – sabão melhor 
que álcool 
o Pode-se usar probiótico Floratil, que diminui as chances de recidiva. 
o Recidivas 
§ 25% tem recidiva em 1-2 semanas após fim do tto, podendo ou 
não ser nova infecção. 
§ Pode-se repetir mesmo esquema 
§ Usar, de fato, Floratil 
§ Se nova recidiva, usar vanco VO com desmame lento. 
§ Se nova recidiva, transplante fecal.

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