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ARTHUR BITTENCOURT DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS IDIOPÁTICAS (DC E RCU) • Doenças crônicas de etiologia desconhecida que compartilham muitas características semelhantes, mas também algumas diferenças • Sabe-se que há distúrbio da regulação da imunidade da mucosa intestinal, que justifica o surgimento de um processo inflamatório espontâneo, provavelmente direcionado contra os germes da microbiota fisiológica • FR: o Principalmente é HF+ (10-25% dos pctes) o Homens para RCU e DC para mulheres o Gradiente norte-sul, sendo mais frequentes quanto mais ao norte o Em geral brancos, especialmente judeus. o Pico entre 15-40 anos (principalmente) e entre 50-80 anos. o Sd de Turner e Wiskott-Aldrich o Gene NOD2/CARD15 na DC o Fumo protege da RCU, mas é FR para DC. Ex-fumantes com RCU geralmente em evolução pior e doença refratária, ao passo que DC refratária ocorre mais em fumantes o Intolerância a lactose: não é FR, mas DII pode gerar intolerância secundária, devido menor absorção o SII: não é FR o Hormônios femininos: algumas mulheres pioram os sintomas na menstruação. Relação com uso de ACO e TRH é controversa, mas parece que aumentam o risco de DII e a chance de exacerbação em pctes om doença estabelecida. o Uso de AINE: associadas com reagudicação das DII e contribui para surgimento de doença refratária. Coxabs parecem seguros o Apendicectomia prévia: protege da RCU. Parece ser FR para DC, mas não comprovado. o GEA: associação com surgimento de DII e servir com estopim o Atb: associado com DII, mas nada comprovado ainda. • Diferença entre as duas doenças por meio de critérios clínicos, radiológicos, endoscópicos e histológicos. Em 10-20% dos pctes, num primeiro momento não consegue distinguir qual das duas doenças, e chama-se de colite indeterminada. • RCU o 3 princípios básicos § Exclusiva do cólon § Exclusiva da mucosa § Tipicamente ascendente e uniforme o Em 40-50% se restringe a mucosa retal at15cm da linha denteada (proctite) ou atinge sigmoide até 30cm da linha denteada (proctossigmoidite) o 30-40% dos pctes o processo pode se estender até a flexura esplênica (colite E) o 20-30% a inflação vai além da flexura esplênica (pancolite) ARTHUR BITTENCOURT § Alguns autores: colite externa para comprometimento que vai até cólon transversa e pancolite quando além da flexura hepática § Pqno grupo com pancolite o ID se compromete com lesão inflamatória superficial (ileíte de refluxo) o Macroscopia § Desaparecimento do padrão vascular típico do cólon (precoce) § Hiperemia, edema, mucosa friável, erosões, ulcerações e exsudação de mucosa, pus ou sangue § Formação de pseudopólipos (15-30% dos casos) § Mucosa pálida, atrófica, com aspecto tubular (cronicidade) § Essas alteraçõs ocorrem de forma uniforme e contínua, sem áreas de mucosa normal entremeada § Casos raros pode comprometer por constiguidade a submucosa e a muscular – risco de megacólon tóxico e perfuração o Em RCU de longa evolução são comuns alterações da musculatura colônica, que no exame radiológico mostra perda das haustrações e espessamento da musculatura lisa com aspecto de cano de chumbo. o Em RCU de longa duração pode ter displasia epitelial, que tem forte associado com neoplasia maligna. o Com tto, recuperação começa na parte proximal para distal o Mesmo com remissão, permanece distorçõ do padrão vascular da mucosa, e pseudopólipos pós-inflamatórios podem surgir sob forma de projeções filamentosas, muitas vezes indistinguíveis dos pólipos adenomatosos. o Existe situações de RCU em que reto está normal e regiões mias próximas do cólon mantem as características de lesões contínuas e ascendentes, o que dificulta diferenciação com DC o MC § Diarreia invasiva que varia de intensidade e duração, intercalados por períodos assintomáticos § Principais sintomas de colite ulcerativa é diarreia sanguinolenta e dor abd, acompanhada muitas vezes de febre e sintomas gerais nos casos mais graves § Maior parte das vezes o início dos sintomas são insidiosos, e dx feito em torno de 9 meses após início do quadro § Crescente urgência para defecar (diminui a complacência do reto inflamado), leves cólicas abdominais baixa, aparecimento de sangue e muco nas fezes. § Sangue misturado nas fezes é quase universal na RCU, ausência de sangue deve-se suspeitar de outro dx. § Menos comumente, pode ter início agudo e fulminante, com diarreia violenta e súbita, síndrome febril e toxemia § Quando o processo é confinado ao retosigmoide as fezes estão normais ou endurecidas, podendo ter constipação – quando inflamação ocorre no lado E há alentecimento da peristalse do cólon D, que explicaria essa constipação. Sintomas sistêmicos ARTHUR BITTENCOURT leves ou ausentes. Se o processo for mais difuso, estendendo-se de forma proximal, as fezes ficam amolecidas e sobrevém diarreia, cólica intensa e tenesmo, que em geral não pausa a noite. Fezes pastosas ou liquido-pastosas com sangue, muco e pus § Labs com anemia ferropriva por perda crônica de sangue. Pode haver hipoalb na colite extensa devida perda de proteínas por exsudação no cólon inflamado, além da menor síntese de albulina pelo fígado devido inflamação sistêmica. Pctes muito inflamados pode ter leucocitose com DE o Dx § Retossigmoideoscopia com bx • Praticamente todos com proctite e maioria com proctossigmoidite • Comprometimento uniforme e contínuo, com perda do padrão vascular da mucosa, exsudato, friabilidade, ulceração, granulosidade e, nos casos de doença de longa data, pseudopólipos § Colonoscopia com bx • Indicado se suspeita de doença grave (> 6 evacuações/d ou sinais sistêmicos) , e contraindicada se suspeita de megacólon tóxico • Histopatológico com distorção das criptas, infiltrado inflamatório mononuclear (linfoplasmocitário) na lâmina própria e abscesso das criptas com acúmulo de neutrófilos no epitélio. § Clister opaco • Ausência de haustros, granularidade difusa em áreas contíguas, ulcerações superficiais, pseudopólipos, cólon com aspecto tubular. § Trânsito de delgado • Sem valor § Êntero-TC/RM § P-ANCA presete em 60-70% dos pctes (na DC apenas em 5-10%), indicando pior px • DC o Também chamada de enterite regional, embora esse termo é mais para quem tem acometimento só de ID o Difere da RCU em § DC pode acometer qualquer parte do TDI § DC não acomete o TGI de forma homogênea, contínua, sendo acometimento descontínuo e focal. Alterações microscópicas podem ser encontradas a distância de onde tem alterações macroscópicas. § Alterações patológicas em geral são transmurais, o que explica a formação de estenoses pela espessamento da parede intestinal ARTHUR BITTENCOURT e a potencialidade para formação de fístulas para mesentérios e órgãos contíguos o Geralmente se inicia com a formação de uma úlcera aftoide (pequenas ulcerações da mucosa que, caracteristicamente, se desenvolvem sobre as placas de Peyer, no interior do ID, ou sobre linfonodos no cólon. Essas ulcerações podem evoluir de 2 maneiras: § Extensão lateral de forma linear, retilínea: quando várias ulceras progredindo retilineamente se encontram, geralmente passa a separar áreas de mucosa normal, com aspecto de “pedra de calçamento” § Aprofundamento através das camadas da parede intestinal, resultando em fístulas para o mesentério e órgãos vizinhos o Os aglomerados linfoides são comuns em todas as camadas da mucosa, submucosos e serosa. Aglomerados típicos, com histiócitos, são vistos em 50% das bx. o Granulomas não caseosos podem ser vistos em 30% dos casos, o que não ocorre na RCU, mas é um achado pouco sensível o Macroscopicamente, porção distal do íleo e o cólon ascendente são mais comprometidos (ileocolite, presente em 70-75% dos casos), mas outros padrões de lesão são reconhecidos § 10-20% acometimento exclusivamente de cólon (colite de Crohn ou colite granulomatosa). Reto preservado em 50% dos pacientes,o que raramente ocorre na RCU § 20% tem doença limitada ao ID (ileíte de Crohn ou enterite regional) o 5% tem comprometimento predominantemente da cavidade oral (úlceras aftoides) ou mucosa gastroduodenal (dor tipo ulcerosa ou sd de obstrução pilórica). Porcentagem ainda menor com lesão em esôfago (odinofagia e disfagia) e ID proximal (sd de má absorção) o 1/3 tem doença perianal (fístula, fissura, abscesso) o Uma das alterações mais típicas é vista em laparostomias ou laparoscopias que é a invasão da serosa por tecido adiposo. Além disso, há nódulo esbranquiçado (semente de milho) que indica granuloma na serosa, específico de DC o MC § Diarreia crônica invasiva com dor abd, sintomas gerais como febre, anorexia e perda de peso, massa palpável no QID (pode representar uma alça intestinal edemaciada de diâmetro bastante aumentado, geralmente com dor na palpação, ou um abscesso intra-abd), doença perianal § MC variam do local que está a lesão • Colite de Crohn terá MC como de uma RCU • Acometimento extenso e crônico do ID geralmente cursa com Sd disabsortiva grave seguida de desnutrição e debilidade crônica • Grastroduodenal imita DUP o Dx ARTHUR BITTENCOURT § Ileocolonoscopia com bx é o exame de escolha • Maioria tem acometimento do íleo terminal e do cólon ascendente ou ceco. • Sondas da colono podem penetrar íleo terminal e coletar bx. • Comprometimento salteado. Histopatológico parecido com RCU, mas em alguns casos pode ser encontrado granuloma caseoso § Clister opaco • Ulcerações assimétricos e focais, fístulas, preservação do reto, íleo terminal comprometido, com refluxo do bário. § Trânsito de delgado • Demonstra extensão do acometimento do ID § Êntero-TC/RM § ASCA • Presente em 6-70% dos pctes (apenas em 10-15% dos com RCU) § Anti-OmpC (antiporina) e anti-CBir1 (antiflagelina) • Prediz pior px • RCU x DC o Localização do acometimento (difuso, colônico limitado, etc) o Padrão de acometimento da mucosa (contínuo, salteado, etc) o Envolvimento ou não de planos profundos na parede intestinal o Envolvimento do canal anal (exclusivo DC) o Presença de granulomas não caseosos o Presença de fístula • Complicações das DII o Sangramentio § PSOF positiva, mas hematoquezia sendo mais frequente em RCU § Sgto visível em DC geralmente quando colite de Crohn. § Sgto maciço é raro na DC o Megacólon tóxico/perfuração/peritonite § Megacólon tóxico ocorre quando inflamação compromete a camada muscular, levando a perda do tônus intrínseco e consequente adelgaçamento da parede intestinal. Todo o cólon (ou segmento dele) pode se dilatar. Em geral, essa dilatação predomina em transverso e cólon D. § Pode ser precipitado por agentes que gerem hipomotilidade, muitas vezes usado para tto da diarreia da colite, como codeína e anticolinérgicos, por isso devem ser evitados. § Causas • Bacterianas: C. difficile, Salmonella, Shigella, Campylobacter, Yersinia • Parasitária: E. histolytica, Cryptosporiium • Viraus: CMV • RCU e DC • Colite pseudomembranosa ARTHUR BITTENCOURT • Sarcoma de Kaposi • Colite isquêmica • Vólvulos • Neoplasia obstrutiva de cólon § Dx de megacólon tóxico • Rx com dimensão colônica > 6cm • Pelo menos 3 o Febre >38 o FC >120 o Leucocitose com neutrofilia o Anemia • Pelo menos 1 o Desidratação o Alteração do nível de consciência o Distúrbio eletrolítico o Hipotensão arterial • Eventualmente pode ter pneumatose intestinal (acúmulo intraluminal de gás num cólon dilatado) • Todo pcte com colite grave tem risco de megacólon tóxico • Perfuração e peritonite séptica são complicações do megacólon tóxico, e mesmo que não feche dx para megacólon tóxico, se tiver dor abd espontânea e à descompressão, febre alta e leucocitose continuam indicando colite grave e mantém riscos dessas complicações, devendo ser acompanhados para detecção de dilatação colônica ou mesmo ar no peritônio. • Tto de forma intensiva, logo no início. Se não tiver resposta em 12-24h índia colectomia o Estenoses § Resultam do comprometimento repetitivo e grave dos planos profundos da parede intestinal e por isso são mas comuns na DC. § Se estenose intestinal, predominam os sintomas de obstrução parcial, como cólicas e distensão abd pós-prandiais, constipação/diarreia paradoxal e massa palpável (refletindo ou uma alça intestinal de diâmetro aumentado, geralmente dolorosa à palpação, ou um abscesso intra-abd) o Fístula § Típicas da DC e podem resultar em massa inflamatória e abscesso, quando vai para estruturas adjacentes § Fístulas mais comumentes da DC: • Enteroentéricas • Enterovesicais • Enteromesentéricas • Enterocutâneas • Retovaginais ARTHUR BITTENCOURT • Fístula e abscesso perianal § Histórica clássica: pcte com DC que foi feito dx errado de apendicite e após cx apresenta fístula enterocutânea proveniente da região manipulada. o Câncer § Em geral na RCU, e depende da extensão do acometimento da mucosa e duração da doença § AC em pctes com RCU de longa duração (> 8 anos) e risco ainda maior se colangite esclerosante associada § Gravidade do episódio inicial não é FR para CA § A displasia da mucosa, lesão precursosa, pode ser identificada em bx guiada por colono, e deve ser diferenciada de alterações inflamatórias e regenerativas. Se dúvida na interpretação histopatológica, repetidas bx e um tto deve ser considerado. § Displasia epitelial confirmada indica colectomia, devido ser frequente ter pontos de processos malignos em locais diferentes dos da neoplasia. § Por isso, recomendado para RCU > 8 anos bx a cada 2 anos em toda extensão do cólon. Displasia indica repetir exame e confirmação indica colectomia (exceto se baixo grau, que faz seguimento por 3-6 meses) § Displasia e CA pode ocorrer em mucosa normal também. § Achado de displasia em lesão nodular ou polipoide tem 50% de chances de ter CA § DC • Tbm chance de CA e pelos mesmos FR, mas magnitude do risco não é tão alta, mas a mesma conduta profilática se mantem. • Pctes assintomáticos que evoluem para sgto e sintomas de obstrução deve ser prontamente avaliado para o risco de CA § Pqno aumento das chances de leucemia, linfoma e carcinoma de vias biliares o Complicação na gestação § Se doenças inativas não geram problemas, mas se tiver RCU ativa no momento da concepção ela tende a piorar na gestação. § DC segue curso independente. § Utilização de sulfassalazina e corticoide durante a gestação pode ser feito, repondo ácido fólico 1mg 2x/dia. § Azatioprina contraindicada • MC extraintestinais o Em DC, é mais frequentes nos pctes com comprometimento colônico o Sempre associados com atividade de doença: artrite periférica, eritema nodoso, espisclerite o Em geral não associados com atividade de doença: espondilite anquilosante, pioderma gangrenoso, uveíte ARTHUR BITTENCOURT o Fisiopato: migração de leucócitos autorreativos, ativados no intestino inflamado, os quaise se tornam cls residentes no interstício dos órgão- alvo acometidos o Articulares § 25% tem MC articular, de qualquer padrão § Artrite em geral não é deformante e segue caráter migratório, em geral § Liquido sinovial revela processo inflamatório § Artrite é mais encontrada em pctes com acometimento de cólon (RCU ou DC do cólon) § Tipicamente, é oligoartrite periférica, principalmente em grandes articulações de MMII e tem relação com atividade da doença, podendo precedê-la. Espondilite não está relacionada com atividade de doença. o Cutaneomucosas § 15% tem MC cutaneomucosa, mais em pctes com doença do cólon § Eritema nodoso – paniculite • correlação com intensidade da doença, sendo mais comum em mulheres § Pioderma gangrenoso • Lesão ulcerativa relativamente indolor, que cura com cicatrização. Mais comum na RCU. • Sem correlação com atividade da doença § Lesão labial e úlceras aftosas orais – estomatites o Oculares § 5% dos pctes § Inclui uveíte, conjuntivite,episclerite § Melhora muito com colectomia realizada por outra indicação o Hepáticas e biliares § Comum ter provas de função hepática alteradas, representando, na maioria das vezes, hepatite focal ou esteatose hepática. Fatores que favorecem esteatose são desnutrição e terapia com corticoide. Estas lesões não são progressivas e geralmente involuem com a melhora da doença de base § Muitas anormalidades inflamatórias das vias biliares podem acompanhar a DII, desde pericolangites (inflamação dos canalículos biliares intra-hepáticos que não progride e cursa com leve alta da FA) até colangite esclerosante com cirrose biliar associada (a mais rara nas DII e é uma forma progressiva de inflamação das vias biliares que acomete árvore biliar intra e/ou extra-hepática e gera graus variados de obstrução biliar. Pode gerar icterícia assintomática ou episódios intermitentes de colangite. FA e aminotransferases bem elevadas. Dx com colangiopancreatografia retrógrada endoscópica ou por colangiografia trans-hepática. Independe do curso da doença. Pode levar a colangiocarcinoma (contraindica transplante)) ARTHUR BITTENCOURT § Tto suporte o Renal § Nefrolitíase de oxalato de cálcio (como em qualquer má absorção) • Ca alimentar em vez de se ligar com oxalato acaba se ligando com ácidos graxos e oxalato fica livre para ser absorvido • Só ocorre pr comprometimento d ID § Nefrolitíase de ácido úrico, devido desidratação § Fístula para bexiga que gera polaciúria, disúria, piúria e cistite recorrente. o Ósseas § OP, osteomalácia o Distúrbios nutricionais e metabólicos o Tromboembólica § Hipercoagulabilidade, com TVP e até EP, AVE e embolia arterial. § Queda dos níveis de proteína S e antitrombina III, e aumento dos fatores VIII, V e I são alterações justificáveis • Tto o Arsenal terapêutico § Derivados do ácido 5-aminosalicílico (5-ASA) • Anti-inflamatório tópico na mucosa intestinal, mais em ID • Incomum efeito colateral, mas quando ocorre em geral é náuseas, rash cutâneo, diarreia, pancreatite e nefrite intersticial aguda. • 2 tipos, os não ligados ao radial sulfa (mesalamina/mesalazina – dissolvem em íleo terminal e ceco/cólon ascendente. Marca Pentasa libera em ID e cólon e marca Lialda libera mais em íleo terminal até final do cólon) e ligados com radical sulfa (sulfassalazina, olsalazina e balsalazina – agem só em cólon. Sulfalazina tem muito efeito colateral, por isso vem sendo menos usada. Devem usar ácido fólico.) • Se apenas colite distal, mesalazina pode ser usada via retal, que pode ser usado até doses mais altas (Canasa, Rowasa) § Glicocorticoides • Usados apenas para induzir remissão nas DII moderadas- grave, visando rápida melhora da inflamação. • Pode ser IV (casos graves), VO ou via retal • Por VO pode ser usado a prednisona, ou, atualmente vem se prefereindo, a budesonida, com menos efeito colateral e quase não inibe o eixo HHA (entocort para DC, Uceris para RCU ou colite de Crohn) § Imunomodulador • Principais são as tiopurinas (azatioprina e mercaptopurina) ARTHUR BITTENCOURT o Para DII moderada-grave, em combinação com anti-TNF ou pctes que não conseguem reduzir a dose de glicocorticoide sem ter exacerbação o Risco de CA o Todo pcte requer se seja dosado a atividade da TPMT antes de começar o remédio, pois é a enzima que metaboliza a 6-tioguanina (metabólito ativo do remédio) e caso tenha deficiência não deve ser prescrito pelo risco de mielotoxicidade e imunossupressão profunda. • MTX é de segunda linha, sendo reservado para quem não tolera tiopurinas, de preferencia via SC. § Biológicos • Anticorpos monoclonais quiméricos ou humanizados, que tem como alvo moléculas essenciais para a cascata inflamatória. • 2 classes o Agentes anti-TNF § TNF-alfa é uma citocina que ativa LTH1 § 4 bloqueadores aprovados na DII: infliximabe, adalimumabe, golimumabe e certolizumabe pegol o Agentes anti-integrina § Integrinas são moléculas transmembranas expressas na superfície das cls endoteliais e dos leucócitos. Ac monoclonais especificamente direcionadas contra elas são capazes de bloquear a interação entre as referidas cls, inibindo, desse modo, o tráfego de leucócitos do intravascular para o tecido, reduzindo inflamação § 2 agentes aprovados para DII: natalizumabe e vedolizumabe o Tto da DC § Abandonar tabagismo § Dieta balanceada, bem equilibrada e sem restrição • Crianças com baixa ingesta oral e déficit de crescimento considerar dieta enteral por SNG a noite, curto período de tempo uso de NPT em desnutridos e com doença grave em atividade ou longo prazo se múltiplas cx, menor consumo de gordura póx cx de ressecção ileal extensa (deficiência absoluta de ácidos biliares), dieta pobre em resíduos se suboclusão • Quelante de sais biliares (colestirmaina 2-4g, colestipol 5g ou colesevelam 625 mg 1-2x de doença ileal extensa que gere diarreia dos ácidos biliares § Doença leve-moderada ARTHUR BITTENCOURT • Tolera a dieta VO e não tem desidratação. Não tem sinal de inflamação sistêmica, hipersensibilidade abd, massas, obstrução intestinal ou perda de peso > 10% • Usar estratégia step up, ou seja, inicia com drogas menos potentes, ou seja, 5-ASA • Se não tiver resposta após 3-4 semanas, usar atb (metronidazol, ciprofloxacina ou rifamixina) • Se não funcionar, glicocorticoides (alguns autores sugerem como primeira linha) o Obrigatoriamente primeira linha se DC restrita a região proximal, usando prednisona. • Após remissão, manutenção com 5-ASA, ou, se não tolera ou não responde usar imunomodulador e/ou biológico (indução e remissão) § Doença moderada-grave • Pcte tem sinais de inflamação sistêmica (febre), náuseas, vômitos, dor e hipersensibilidade abd, perda ponderal >10% e/ou anemia. Também os pctes leve-moderado que não respondem a terapia inicial • Estratégia top down, iniciando com agentes anti-TNF e, se possível, mais um imunosuprresor (terapia dupla – evitada em pctes com alto risco de complicações, ou seja, homens ≤ 25 anos e idosos) • Se responder, continua com as mesmas drogas para o tto de manutenção, sendo mantida por pelo menos 1 ano. Pcte em remissão deve continuar pelo menos com o anti- TNF e nunca trocar por 5-ASA • Resposa ao anti-TNF pode reduzir com o tempo, assim, se resposta for completa mesmo com aumento da dose ou incontrolável, trocar por anti-integrina. o Natalizumabe somente para quem tem IgG anti- JC negativo! § Doença grave-fulminante • Pcte toxêmico (febre alta, prostração), vômitos persistentes, obstrução intestinal, sinal de irritação peritoneal, franca caquexia (síndrome consumptiva), podendo ter indícios de abscesso intra-abd (massa palpável). Também entra os que não respondem aos gentes anti-TNF. • Exame de imagem emergencial • Atb (cipro + metro ou amox/clav) • Agentes biológicos iniciandos somente após o tto das complicações • Cx o Obstrução intestinal (principal – antes da cx manejo clínico), abscessos, fístulas refratárias, ARTHUR BITTENCOURT hemorragia maciça, refratariedade ao tto clínico, displasia de alto grau, CA o Cx preferencial é estricturoplastia (alargar lúmen somente) o Exame endoscópico 6-12 meses após a cx para avaliar recidiva (recidiva endoscópica vem antes da clínica). § Biológicos são os mais eficazes para prevenir recidiva o RCU § Fase aguda não usar antidiarreico devido risco de megacólon tóxico § Colite crônica leve os antidiarreicos são bons. § Colite distal • De modo geral te doença leve • Tto com mesalazina via retal, sendo que proctite isolada uso de supositório e na proctossigmoididite enema. • Corticoide retal ou derivados 5-ASA oral são menos eficazes, mas opções válidas. • Associação dessas drogas caso não haja resposta • Se colite distal refratária ou grave requer corticoide sistêmico (prednisona) ou agentes biológicos. • Se tiverem resposta rápida e completa com terapia tópica, estão dispensadosdo tto da manutenção e usar medicações somente quando necessário, mas, se muitas recidivas, fazer manutenção com mesalazina via retal ou 5-ASA. § Colite leve/moderada • Leve: ≤ 4 evacuações/d, sem sinais de inflamação sistêmica, VSH normal. Cólicas abd leves, tenesmo e períodos de constipação costumam fazer parte do quadro • Moderada: > 4 evacuações/d, anemia leve e dor abd moderada. Pode ter sinais discretos de inflamação sistêmica, como febre baixa. Pcte não tem desnutrição • Iniciar com 5-ASA VO, usando dose maior no quadro moderado. Maioria responde em 3-6 semanas, mas alguns só com 2-3 meses • Se não responder após 4 semanas, iniciar glicocorticoide • Se não responder, usar imunomodulador • Casos refratários ou intolerância aos esquemas anteriores usar anti-TNF e se refratário ou intolerância anti-integrina. • Probiótico VSL-3 mostrou-se superior ao placebo e pode ser adjuvante. § Colite grave-fulminante ARTHUR BITTENCOURT • Grave: ≥ 6 evacuações/d, dor abd intensa, inflamação sistêmuca exuberante (febre > 37,5 °C, FC > 90), anemia moderada/grave (Hb < 10,5), VSH ≥ 30. Em geral há desnutrição • Fuminante: febre alta, prostração, hipovolemia, hemorragia com necessidade de transfusão, dor, distensão abd incapacitante). • 15% • Dieta zero por 24-48h no mínimo, ou até melhora clínica. • Cateter nasogástrico em sifonagem • NPT para quem está francamente desnutridos ou quando dieta zero precisa ser prolongada por mais de 7-10 dias • Suspender todas as drogas que diminuem motilidade colônica • HEV • Hemotransfusão de Ht < 25-28% • Tromboprofilaxia • Fazer rx simples seriados para avaliar megacólon • Exame de fezes com coprocultura, pesquisa de toxina C. difficile, parasitológico • Pesquisa de superinfecção por CMV em usuários de drogas imunossupressoras que não respondem a corticoide IV • Atb o Cipro + metro, amoxi-clav o Glicocorticoide IV em todos em infusão contínua 24h ou 4x/d sem necessidade de pulsoterapia o Maioria entra em remissão em 7-10 dias o Se não tiver melhora nos primeiros dias do corticoide, iniciar ou anti-TNF ou ciclosporina ou ir para cx § Literatura mostra que 1 única dose de infliximab já consegue melhorar esses pctes refratários ao corticoide em 4-7 dias. Ciclosporina também é boa, mas é mais tóxica. § Cx de colectomia total quando não responde a nenhum medicamento. Para quem tem colite fulminante ou megacólon tóxico o prazo de melhora com o tto é de 48-72h, se não requer cx • Manutenção o 5-ASA o Se ≥ 2 recidivas/a ou corticoide dependente usar imunomodulador
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