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Prof. Valessa Zaigla – IFPI Campus Teresina Central GRADIENTE E DERIVADA DIRECIONAL 1. VETORES GRADIENTES E CURVAS DE NÍVEL 1.1. GRADIENTE DE UMA FUNÇÃO DE DUAS VARIÁVEIS: INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA O próximo teorema mostra que os vetores gradientes de uma função são perpendiculares às suas curvas de nível. Teorema: Seja 𝑓(𝑥, 𝑦) de classe 𝐶1 num aberto 𝐴 ⊂ ℝ2 e seja (𝑥0, 𝑦0) um ponto da curva de nível 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐 tal que ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0) ≠ 0⃗ . Então, ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0) é um vetor normal à curva de nível 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐 em (𝑥0, 𝑦0). Demonstração: Como o vetor gradiente ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0) ≠ 0⃗ , a curva 𝑓(𝑥, 𝑦) que passa por (𝑥0, 𝑦0) pode ser parametrizada em uma vizinhança de (𝑥0, 𝑦0) por 𝛾(𝑡) = (𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡)), com 𝛾(𝑡0) = (𝑥0, 𝑦0). Derivando 𝑓(𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡)) = 𝑐, em relação a 𝑡, temos: 𝜕𝑓 𝜕𝑥 (𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡)). 𝑑𝑥 𝑑𝑡 + 𝜕𝑓 𝜕𝑦 (𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡)). 𝑑𝑦 𝑑𝑡 = 0 ( 𝜕𝑓 𝜕𝑥 (𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡)), 𝜕𝑓 𝜕𝑦 (𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡)) ) ( 𝑑𝑥 𝑑𝑡 , 𝑑𝑦 𝑑𝑡 ) = 0 ∇𝑓(𝛾(𝑡)) ∙ 𝛾′(𝑡) = 0 Em 𝑡 = 𝑡0, tem-se ∇𝑓(𝛾(𝑡0)). 𝛾 ′(𝑡0) = 0 O que mostra que o gradiente de 𝑓 é perpendicular ao vetor tangente em (𝑥0, 𝑦0) e, portanto, perpendicular à curva de nível 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐. Prof. Valessa Zaigla – IFPI Campus Teresina Central A reta passando por (𝑥0, 𝑦0) e perpendicular a ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0) denomina-se reta tangente, em (𝑥0, 𝑦0) , à curva de nível 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑐. A equação de tal reta é: ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0). [(𝑥, 𝑦) − (𝑥0, 𝑦0)] = 0 Exercício Resolvido 1: A curva 𝛾(𝑡) passa pelo ponto (1,2) e é tal que 𝑓(𝛾(𝑡)) = 1 para todo 𝑡 no domínio de 𝛾, onde 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥2 + 𝑥𝑦 + 𝑦2 − 3𝑦. Suponha 𝛾(𝑡0) = (1,2) e 𝛾′(𝑡0) ≠ 0⃗ . Determine a equação da reta tangente a 𝛾 no ponto (1,2). Solução. Observe que a imagem de 𝛾(𝑡) está contida na curva de nível 𝑓(𝑥, 𝑦) = 1. ∇𝑓(𝑥, 𝑦) = (2𝑥 + 𝑦, 𝑥 + 2𝑦 − 3) ∇𝑓(1,2) = (2.1 + 2, 1 + 2.2 − 3) = (4,2) A reta tangente a 𝛾 em 𝛾(𝑡0) = (1,2) coincide coma reta tangente à curva de nível 𝑓(𝑥, 𝑦) = 1 em (1,2). Assim, a equação da reta tangente a 𝛾 no ponto (1,2),é: ∇𝑓(1,2)[(𝑥, 𝑦) − (1,2)] = 0 (4,2). (𝑥 − 1, 𝑦 − 2) = 0 4(𝑥 − 1) + 2(𝑦 − 2) = 0 4𝑥 + 2𝑦 = 8 2𝑥 + 𝑦 = 4 Prof. Valessa Zaigla – IFPI Campus Teresina Central Suponhamos que a função diferenciável 𝑦 = 𝑓(𝑥) seja dada implicitamente pela equação 𝐹(𝑥, 𝑦) = 0, onde 𝐹 é suposta diferenciável e ∇𝐹(𝑥0, 𝑦0) ≠ 0⃗ com 𝑦0 = 𝑓(𝑥0). Segue que, para todo 𝑥 no domínio de 𝑓, 𝐹(𝑥, 𝑓(𝑥)) = 0, isto é , a imagem da curva 𝛾(𝑥) = (𝑥, 𝑓(𝑥)) está contida na curva de nível 𝐹(𝑥, 𝑦) = 0. Assim, ∇𝐹(𝑥0, 𝑦0) é normal ao gráfico de 𝑓 em (𝑥0, 𝑦0). Poderíamos, também, ter chegado a este resultado, no caso 𝜕𝐹 𝜕𝑦 (𝑥0, 𝑦0) ≠ 0 e 𝜕𝐹 𝜕𝑥 (𝑥0, 𝑦0) ≠ 0, observando que 𝜕𝐹 𝜕𝑦 (𝑥0, 𝑦0) 𝜕𝐹 𝜕𝑥 (𝑥0, 𝑦0) É o coeficiente angular da direção determinada pelo vetor ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0) e que 𝑓′(𝑥0) = − 𝜕𝐹 𝜕𝑥 (𝑥0, 𝑦0) 𝜕𝐹 𝜕𝑦 (𝑥0, 𝑦0) é o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de 𝑓 no ponto (𝑥0, 𝑦0). Exercício Resolvido 2: Determine uma reta que seja tangente à elipse 2𝑥2 + 𝑦2 = 3 e paralela à reta 2𝑥 + 𝑦 = 5. SOLUÇÃO. 2𝑥2 + 𝑦2 = 3 ⇔ 2𝑥2 + 𝑦2 − 3⏟ = 0 𝐹(𝑥,𝑦) ∇𝐹(𝑥, 𝑦) = (4𝑥, 2𝑦) O coeficiente angular da reta 2𝑥 + 𝑦 = 5 é igual a −2 . Portanto, 2𝑦 4𝑥 = 1 2 ⇔ 𝑦 = 𝑥 Portanto, o vetor gradiente tem a mesma direção do vetor (4,2). Assim, 2𝑥2 + 𝑥2 = 3, ou seja, 𝑥 = ±1. Devemos determinar as equações da reta tangente à elipse nos pontos (1,1) e (−1,−1). Teremos duas retas tangentes: • (4,2) (𝑥 − 1, 𝑦 − 1) = 0 Prof. Valessa Zaigla – IFPI Campus Teresina Central 4𝑥 + 2𝑦 − 4 − 2 = 0 4𝑥 + 2𝑦 = 6 2𝑥 + 𝑦 = 3 • (4,2) (𝑥 + 1, 𝑦 + 1) = 0 4𝑥 + 2𝑦 + 4 + 2 = 0 4𝑥 + 2𝑦 = −6 2𝑥 + 𝑦 = −3 1.2. GRADIENTE DE UMA FUNÇÃO DE TRÊS VARIÁVEIS: INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA Teorema: Seja 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) de classe 𝐶1 num aberto 𝐴 ⊂ ℝ3 e seja (𝑥0, 𝑦0,𝑧0) um ponto da superfície de nível 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑐 tal que ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0, 𝑧0) ≠ 0⃗ . Então, ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0, 𝑧0) é um vetor normal à superfície de nível 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑐 em (𝑥0, 𝑦0, 𝑧0). Demonstração: Vamos mostrar que ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0, 𝑧0) é normal em (𝑥0, 𝑦0, 𝑧0) a toda curva 𝛾, diferenciável, passando por este ponto e cuja imagem esteja contida na superfície de nível 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑐. Seja, então, 𝛾(𝑡), 𝑡 ∈ 𝐼, uma tal curva, com 𝛾(𝑡0) = (𝑥0, 𝑦0, 𝑧0); como estamos supondo que a imagem de 𝛾 está contida na superfície de nível 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑐, teremos: 𝑓(𝛾(𝑡)) = 𝑐 Prof. Valessa Zaigla – IFPI Campus Teresina Central Para todo 𝑡 no domínio de 𝛾. Derivando, em relação a 𝑡, ambos os membros da equação acima, obtemos, para todo 𝑡 ∈ 𝐼, 𝜕𝑓 𝜕𝑥 (𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡), 𝑧(𝑡)). 𝑑𝑥 𝑑𝑡 + 𝜕𝑓 𝜕𝑦 (𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡), 𝑧(𝑡)). 𝑑𝑦 𝑑𝑡 + 𝜕𝑓 𝜕𝑧 (𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡), 𝑧(𝑡)). 𝑑𝑧 𝑑𝑡 = 0 ∇𝑓(𝛾(𝑡)). 𝛾′(𝑡) = 0 Em 𝑡 = 𝑡0, tem-se ∇𝑓(𝛾(𝑡0)). 𝛾 ′(𝑡0) = 0 O que mostra que ∇𝑓(𝛾(𝑡0)) e 𝛾 ′(𝑡0) são ortogonais. Fica provado assim que ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0, 𝑧0) é normal à superfície de nível 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑐, no ponto (𝑥0, 𝑦0, 𝑧0). O plano tangente passando pelo ponto (𝑥0, 𝑦0, 𝑧0) e perpendicular a ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0, 𝑧0) denomina-se plano tangente, em (𝑥0, 𝑦0, 𝑧0), à superfície 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑐. A equação deste plano é: ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0, 𝑧0)[(𝑥, 𝑦, 𝑧) − (𝑥0, 𝑦0, 𝑧0)] = 0 A reta (𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝑥0, 𝑦0, 𝑧0) + 𝜆∇𝑓(𝑥0, 𝑦0, 𝑧0), 𝜆 ∈ ℝ Denomina-se reta normal, em (𝑥0, 𝑦0, 𝑧0), à superfície 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑐. Seja 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) uma função diferenciável dada implicitamente pela equação 𝐹(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 0, onde 𝐹(𝑥, 𝑦, 𝑧) é suposta de classe 𝐶1 num aberto do ℝ3; seja (𝑥0, 𝑦0, 𝑧0), 𝑧0 = 𝑓(𝑥0, 𝑦0), um ponto do gráfico de 𝑓, com ∇𝐹(𝑥0, 𝑦0, 𝑧0) ≠ 0⃗ . Como o gráfico de 𝑓 tem, sua imagem contida na superfície 𝐹(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 0, resulta que toda curva 𝛾 com imagem Prof. Valessa Zaigla – IFPI Campus Teresina Central contida no gráfico de 𝑓 tem sua imagem contida na superfície 𝐹(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 0; assim ∇𝐹(𝑥0, 𝑦0, 𝑧0) é normal ao gráfico de 𝑓, em (𝑥0, 𝑦0, 𝑧0). Exercício Resolvido 3: A função diferenciável 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) é dada implicitamente pela equação 𝑥3 + 𝑦3 + 𝑧3 = 10. Determine a equação do plano tangente ao gráfico de 𝑓 no ponto (1,1 𝑓(1,1)). SOLUÇÃO. A função é definida implicitamente pela equação 𝑥3 + 𝑦3 + 𝑧3 − 10⏟ = 0 𝐹(𝑥,𝑦,𝑧) . ∇𝐹(1,1,2) é normal ao gráfico de 𝑓 no ponto (1,1,2). ∇𝐹(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (3𝑥2, 3𝑦2, 3𝑧2) ⇒ ∇𝐹(1,1,2) = (3,3,12) A equação do plano tangente em (1,1 2) é: (3,3,12). [(𝑥, 𝑦, 𝑧) − (1,1,2)] = 0 3(𝑥 − 1) + 3(𝑦 − 1) + 12(𝑧 − 2) = 0 𝑥 + 𝑦 + 4𝑧 = 10 Observe que se 𝛾(𝑡) é uma curva diferenciável com imagem contida na interseção das superfícies 𝐹(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 0 e 𝐺(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 0, onde 𝐹 e 𝐺 são supostos de classe 𝐶1 num aberto de ℝ3 e ∇𝐹(𝑥0, 𝑦0, 𝑧0) ⋀ ∇𝐺(𝑥0, 𝑦0, 𝑧0) ≠ 0⃗ , então o vetor 𝛾′(𝑡0) ≠ 0⃗ , tangente a 𝛾 em 𝛾(𝑡0) = (𝑥0, 𝑦0, 𝑧0), é paralelo a ∇𝐹(𝑥0, 𝑦0, 𝑧0) ⋀ ∇𝐺(𝑥0, 𝑦0, 𝑧0). Exercício Resolvido 4: A imagem da curva 𝛾(𝑡) está contida na intersecção das superfícies 𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2 = 3 e 𝑥2 + 3𝑦2 − 𝑧2 = 3. Suponha 𝛾(𝑡0) = (1,1,1) e 𝛾 ′(𝑡0) ≠ 0⃗ . Determine a reta tangente a 𝛾 em 𝛾(𝑡0). SOLUÇÃO. Sejam 𝐹(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥2 + 𝑦2 + 𝑧2 e 𝐺(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥2 + 3𝑦2 − 𝑧2. Para todo 𝑡 no domínio de 𝛾, devemos ter: 𝐹(𝛾(𝑡)) = 3 e 𝐺(𝛾(𝑡)) = 3 Como Prof. Valessa Zaigla – IFPI Campus Teresina Central ∇𝐹(𝛾(𝑡0)). 𝛾 ′(𝑡0) = 0 e ∇𝐺(𝛾(𝑡0)). 𝛾 ′(𝑡0) = 0 𝛾′(𝑡0) é normal aos vetores ∇𝐹(1,1,1) e ∇𝐺(1,1,1); logo 𝛾 ′(𝑡0) é paralelo ao produto vetorial ∇𝐹(1,1,1) ∧ ∇𝐺(1,1,1). ∇𝐹(1,1,1) ∧ ∇𝐺(1,1,1) = | 𝑖 𝑗 �⃗� 2 2 22 6 −2 | = −16𝑖 + 8𝑗 + 8�⃗� A equação da reta tangente a 𝛾 no ponto 𝛾(𝑡0) = (1,1,1), é: (𝑥, 𝑦, 𝑧) = (1,1,1) + 𝜆(−2,1,1) 2. DERIVADAS DIRECIONAIS Generalizaremos o conceito de derivada parcial para obter a taxa de variação de uma função numa dada direção. Sejam 𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦) uma função de duas variáveis, (𝑥0, 𝑦0) um ponto de 𝐷𝑓 e �⃗� = (𝑎, 𝑏) um vetor unitário. Suponhamos que exista 𝑟 > 0 tal que |𝑡| < 𝑟 os pontos da reta (𝑥, 𝑦) = (𝑥0 + 𝑎𝑡, 𝑦0 + 𝑏𝑡 ) pertençam ao domínio de 𝑓. Definimos a taxa média de variação da função 𝑓, na direção do vetor unitário �⃗� = (𝑎, 𝑏), entre os pontos (𝑥0, 𝑦0) e (𝑥0 + 𝑎𝑡, 𝑦0 + 𝑏𝑡 ) por 𝑓(𝑥0 + 𝑎𝑡 , 𝑦0 + 𝑏𝑡 ) − 𝑓(𝑥0, 𝑦0) 𝑡 Definição: O limite 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (𝑥0, 𝑦0) = lim 𝑡→0 𝑓(𝑥0 + 𝑎𝑡 , 𝑦0 + 𝑏𝑡 ) − 𝑓(𝑥0, 𝑦0) 𝑡 Prof. Valessa Zaigla – IFPI Campus Teresina Central Quando existe e é finito, denomina-se derivada direcional de 𝑓 no ponto (𝑥0, 𝑦0) e na direção do vetor unitário �⃗� = (𝑎, 𝑏). Se �⃗� = 𝑖 , então 𝑎 = 1 e 𝑏 = 0, e da definição, temos: 𝜕𝑓 𝜕𝑖 (𝑥0, 𝑦0) = lim 𝑡→0 𝑓(𝑥0 + 𝑡 , 𝑦0) − 𝑓(𝑥0, 𝑦0) 𝑡 = 𝜕𝑓 𝜕𝑥 (𝑥0, 𝑦0) Se �⃗� = 𝑗 , então 𝑎 = 0 e 𝑏 = 1, e da definição, temos: 𝜕𝑓 𝜕𝑗 (𝑥0, 𝑦0) = lim 𝑡→0 𝑓(𝑥0 , 𝑦0 + 𝑡) − 𝑓(𝑥0, 𝑦0) 𝑡 = 𝜕𝑓 𝜕𝑦 (𝑥0, 𝑦0) Assim, 𝜕𝑓 𝜕𝑥 e 𝜕𝑓 𝜕𝑦 são casos particulares da derivada direcional nas direções dos vetores unitários 𝑖 = (1,0) e 𝑗 = (0,1). 2.1. INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA Geometricamente, 𝜕𝑓 𝜕�⃗⃗� (𝑥0, 𝑦0) representa a inclinação da reta tangente a à curva 𝐶 de equação 𝑧 = 𝑓(𝑥0 + 𝑎𝑡, 𝑦0 + 𝑏𝑡) no ponto (𝑥0, 𝑦0, 𝑓(𝑥0,𝑦0)). Prof. Valessa Zaigla – IFPI Campus Teresina Central Exercício Resolvido 5: Calcule 𝜕𝑓 𝜕�⃗⃗� (𝑥0, 𝑦0), sendo 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥2 − 3𝑦2, (𝑥0, 𝑦0) = (1,2) e �⃗� o versor de 2𝑖 + 𝑗 . SOLUÇÃO: �⃗� = 𝑣 ‖𝑣 ‖ = (2,1) √22 + 12 = ( 2 √5 , 1 √5 ) = (𝑎, 𝑏) 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (1,2) = lim 𝑡→0 𝑓(1 + 𝑎𝑡 ,2 + 𝑏𝑡 ) − 𝑓(1,2) 𝑡 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (1,2) = lim 𝑡→0 (1 + 𝑎𝑡)2 − 3(2 + 𝑏𝑡)2 − (−11) 𝑡 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (1,2) = lim 𝑡→0 1 + 2𝑎𝑡 + 𝑎2𝑡2 − 12 − 12𝑏𝑡 − 3𝑏2𝑡2 + 11 𝑡 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (1,2) = lim 𝑡→0 2𝑎𝑡 + 𝑎2𝑡2 − 12𝑏𝑡 − 3𝑏2𝑡2 𝑡 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (1,2) = lim 𝑡→0 (2𝑎 − 12𝑏)𝑡 + 𝑡2(𝑎2 − 3𝑏2) 𝑡 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (1,2) = lim 𝑡→0 (2𝑎 − 12𝑏) + 𝑡(𝑎2 − 3𝑏2) 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (1,2) = 2𝑎 − 12𝑏 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (1,2) = 2 2 √5 − 12 1 √5 𝝏𝒇 𝝏�⃗⃗� (𝟏, 𝟐) = − 𝟖 √𝟓 Prof. Valessa Zaigla – IFPI Campus Teresina Central 3. DERIVADA DIRECIONAL E GRADIENTE Teorema: Sejam 𝑓: 𝐴 ⊂ ℝ2 → ℝ, 𝐴 aberto, (𝑥0, 𝑦0) ∈ 𝐴 e �⃗� = (𝑎, 𝑏) um vetor unitário. Se 𝑓(𝑥, 𝑦) for uma função diferenciável em (𝑥0, 𝑦0), então 𝑓 admitirá derivada direcional em (𝑥0, 𝑦0), na direção �⃗� , e: 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (𝑥0, 𝑦0) = ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0) . �⃗� Demonstração: A diferenciabilidade de 𝑓 em (𝑥0, 𝑦0), implica que: lim 𝑡→0 𝑓(𝑥0 + 𝑎𝑡 , 𝑦0 + 𝑏𝑡 ) − 𝑓(𝑥0, 𝑦0 ) − 𝜕𝑓 𝜕𝑥 (𝑥0, 𝑦0) (𝑎𝑡) − 𝜕𝑓 𝜕𝑦 (𝑥0, 𝑦0)(𝑏𝑡) |𝑡| = 0 lim 𝑡→0 𝑓(𝑥0 + 𝑎𝑡 , 𝑦0 + 𝑏𝑡 ) − 𝑓(𝑥0, 𝑦0 ) − ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0) . (𝑡�⃗� ) |𝑡| = 0 lim 𝑡→0 | 𝑓(𝑥0 + 𝑎𝑡 , 𝑦0 + 𝑏𝑡 ) − 𝑓(𝑥0, 𝑦0 ) − ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0) . (𝑡�⃗� ) |𝑡| | = 0 Isto, por sua vez, equivale a lim 𝑡→0 𝑓(𝑥0 + 𝑎𝑡 , 𝑦0 + 𝑏𝑡 ) − 𝑓(𝑥0, 𝑦0 ) |𝑡| = ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0) . �⃗� 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (𝑥0, 𝑦0) = ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0) . �⃗� Exercício Resolvido 6: Determine a taxa de variação de 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑒𝑥 2−𝑦2 no ponto 𝑃0 = (1,1) na direção do versor de 3𝑖 + 4𝑗 . SOLUÇÃO: As derivadas parciais da função 𝑓 são: 𝜕𝑓 𝜕𝑥 (𝑥, 𝑦) = 2𝑥𝑒𝑥 2−𝑦2 e 𝜕𝑓 𝜕𝑦 (𝑥, 𝑦) = −2𝑦𝑒𝑥 2−𝑦2 Portanto, 𝜕𝑓 𝜕𝑥 (1,1) = 2 , 𝜕𝑓 𝜕𝑦 (1,1) = −2 e �⃗� = ( 3 5 , 4 5 ) Como 𝑓 é diferenciável em (1,1), segue do teorema acima que: 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (1,1) = ∇𝑓(1,1) . �⃗� Prof. Valessa Zaigla – IFPI Campus Teresina Central 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (1,1) = (2,−2). ( 3 5 , 4 5 ) 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (1,1) = 2. 3 5 − 2. 4 5 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (1,1) = − 2 5 Teorema: Sejam 𝑓: 𝐴 ⊂ ℝ2 → ℝ, 𝐴 aberto, diferenciável em (𝑥0, 𝑦0) e tal que ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0) ≠ 0⃗ . Então, o valor máximo de 𝜕𝑓 𝜕�⃗⃗� (𝑥0, 𝑦0) ocorre quando �⃗� for versor de ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0), isto é, �⃗� = ∇𝑓(𝑥0,𝑦0) ‖∇𝑓(𝑥0,𝑦0)‖ , e o valor máximo de 𝜕𝑓 𝜕�⃗⃗� (𝑥0, 𝑦0) é ‖∇𝑓(𝑥0, 𝑦0)‖. Demonstração: 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (𝑥0, 𝑦0) = ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0) . �⃗� 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (𝑥0, 𝑦0) = ‖∇𝑓(𝑥0, 𝑦0)‖ ‖�⃗� ‖ 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (𝑥0, 𝑦0) = ‖∇𝑓(𝑥0, 𝑦0)‖ 𝑐𝑜𝑠𝜃 Onde 𝜃 é o ângulo entre os vetores ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0) e �⃗� . 𝜕𝑓 𝜕�⃗⃗� (𝑥0, 𝑦0) terá valor máximo para 𝜃 = 0, ou seja, quando �⃗� tem a direção e o sentido do vetor ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0), ou seja, quando �⃗� for versor de ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0). O valor máximo de 𝜕𝑓 𝜕�⃗⃗� (𝑥0, 𝑦0) é ‖∇𝑓(𝑥0, 𝑦0)‖. O teorema acima, nos diz que, estando em (𝑥0, 𝑦0), a direção e o sentido que se deve tomar para que 𝑓 cresça mais rapidamente é a do vetor ∇𝑓(𝑥0, 𝑦0). Exercício Resolvido 7: Seja 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥2 + 𝑥𝑦 + 𝑦2. a) Determine �⃗� de modo que 𝜕𝑓 𝜕�⃗⃗� (1,1) seja máximo. SOLUÇÃO: Prof. Valessa Zaigla – IFPI Campus Teresina Central As derivadas parciais da função 𝑓 são 𝜕𝑓 𝜕𝑥 (𝑥, 𝑦) = 2𝑥 + 𝑦 e 𝜕𝑓 𝜕𝑦 (𝑥, 𝑦) = 𝑥 + 2𝑦. Como 𝑓 é diferenciável em 𝑃 = (1,1) e ∇𝑓(1,1) ≠ 0⃗ , o teorema acima garante que a direção de maior variação de 𝑓 em (1,1) é a do vetor gradiente. Portanto, ∇𝑓(1, 1) = (3,3) �⃗� = ∇𝑓(1, 1) ‖∇𝑓(1, 1)‖ = ( 3 3√2 , 3 3√2 ) = ( √2 2 , √2 2 ) b) Qual o valor máximo de 𝜕𝑓 𝜕�⃗⃗� (1,1)? A taxa de maior variação de 𝑓em (1,1) é ‖∇𝑓(1, 1)‖ = 3√2. Ou seja, 𝜕𝑓 𝜕�⃗� (1,1) = 3√2 c) Estando no ponto (1,1), em que direção e sentido a função 𝑓 cresce mais rapidamente? Na direção do vetor ∇𝑓(1, 1) = (3,3) = 3𝑖 + 3𝑗 .
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