Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Camila Saldanha O conhecimento dos canais radiculares é fundamental para se atingir os objetivos do preparo químico-mecânico: O preparo químico-mecânico depende mais da anatomia original do canal radicular do que do instrumento ou da técnica utilizados. Métodos de estudo da anatomia do SCR ● Século XIX: Os pesquisadores começaram a ter interesse na anatomia interna dos dentes, até então só havia registro da anatomia externa dos dentes. Sendo assim foram desenvolvidas metodologias para visualizar a anatomia interna dos dentes. György Carabelli: - Descreveu a cúspide adicional na face palatina mesiopalatina dos molares superiores, o tubérculo de Carabelli; - Detalhou do número e localização dos canais radiculares de todos os grupos de dentes. Mühlreite: - Publicou o primeiro estudo sistemático sobre a anatomia do canal radicular, após a secção dos dentes em diferentes planos. Black: - Sistematizou a terminologia odontológica, detalhando a anatomia interna e externa dos dentes. Alfred Gysi: - Em 1894, publicou uma coleção de microfotografias em que secções histológicas de dentes humanos demonstravam a complexidade do SCR. ● Século XX Preiswerk: Introduziu uma nova técnica que consistia na injeção de metal fundido na cavidade endodôntica com a posterior desmineralização do dente, obtendose o modelo metálico de sua anatomia interna. Fischer: Em 1908, modificou o método para estudar as ramificações do canal principal, injetando uma solução de celuloide dissolvida em acetona que, após seu endurecimento e a descalcificação do dente, possibilitava a obtenção de réplicas da porção apical do SCR. No entanto, em razão desta solução ser frágil após endurecimento, as réplicas das ramificações mais delicadas fraturavam-se facilmente. Posteriormente, este método foi aperfeiçoado e a anatomia interna de diferentes grupos dentários foi replicada a partir da injeção de parafina e de silicone. Walter Hess A partir da injeção de borracha líquida no interior da cavidade pulpar e sua posterior vulcanização, os dentes eram desmineralizados e modelos tridimensionais dos canais obtidos. De forma geral, o autor concluiu que os canais radiculares reproduziam a forma externa da raiz; que a forma e o número de canais eram determinados pelas paredes dentinárias e influenciados pela idade; que os dentes frequentemente diferiam quanto ao número de ramificações apicais; e que canais laterais poderiam ser encontrados em todos os dentes. Werner Spalteholz Em 1914, desenvolveu um processo para tornar órgãos humanos translúcidos denominado diafanização, o qual foi posteriormente adaptado por Prinz no estudo da anatomia do canal radicular. O método consistia em tornar transparentes os tecidos duros dos dentes, possibilitando visualizar os canais radiculares por meio da injeção de materiais fluidos, como a liga fundida de Wood, corantes ou gelatina associada a um corante. Okumura: Foi o primeiro a classificar os canais radiculares de acordo com sua distribuição anatômica. Conforme foi aumentando o conhecimento sobre a anatomia interna dos dentes, confirmou- se sua complexidade e sua influência em todas . •Remoção do tecido pulpar, dos microorganismos e da dentina infectada; . •Selamento da cavidade pulpar; . •Reparo dos tecidos perirradiculares. Camila Saldanha as etapas do tratamento endodôntico, desde o diagnóstico, passando pelo preparo químico- mecânico e obturação, refletindo finalmente no prognóstico. ● Métodos computacionais: - Mayo et al: Em 1986, introduziram na Endodontia o método computacional como ferramenta de pesquisa para avaliar o SCR, adaptando uma técnica que permitia a geração de modelos tridimensionais. Após injetar solução de contraste no canal radicular de pré- molares, foram tomadas seis radiografias de cada espécime em diferentes ângulos. Ao combinar estas imagens, usando recursos computacionais, a representação gráfica obtida do SCR possibilitou o cálculo do seu volume e diâmetro. Apesar da significativa discrepância dos resultados obtidos, essencialmente causada pela limitação tecnológica relacionada ao processamento computacional existente à época, o método foi considerado promissor, sendo posteriormente aperfeiçoado por outros autores. - Berutti: Neste método, as imagens de cinco secções transversais da raiz mesial de primeiros molares obtidas em intervalos de 1 mm, antes e após o preparo químicomecânico, foram digitalizadas. Utilizando recursos computacionais, estas imagens foram sobrepostas, alinhadas e interpoladas, obtendo-se os modelos tridimensionais da raiz e dos canais. Posteriormente, este método foi aprimorado por outros autores reduzindo a espessura das secções transversais. Além da possibilidade de gerar modelos tridimensionais da anatomia interna e externa, este método permitia a análise de parâmetros morfológicos como espessura, contorno, diâmetro, perímetro, área, superfície e volume do canal. Apesar do avanço em relação aos métodos tradicionais, ela ainda era uma abordagem destrutiva . - O desenvolvimento da tomografia computadorizada (TC) em 1973 trouxe um avanço significativo na medicina diagnóstica, por ser um método não invasivo, não destrutivo e permitir a obtenção de modelos tridimensionais de estruturas internas do organismo, além da análise de inúmeros parâmetros por métodos computacionais. - Elliott e Dover: desenvolveram um dispositivo de alta resolução, a microtomografia computadorizada (micro-TC) e, usando resolução de 12 μm, reproduziram tridimensionalmente a concha do caramujo Biomphalaria glabrata. Atualmente, a micro-TC é considerada a ferramenta de pesquisa mais importante no estudo da anatomia interna dos dentes. ● Microtomografia Computadorizada: - Estudos avaliaram as diferentes configurações do SCR na raiz mesiovestibular dos primeiros molares superiores, em pré-molares, e molares inferiores com três raízes, em molares superiores com duas raízes palatinas, em caninos e pré-molares inferiores birradiculares, em pré-molares inferiores e molares com canais em forma de C, em dentes apresentando sulcos radiculares e istmos. Outros autores ainda avaliaram as variações anatômicas do SCR em diferentes grupos dentários como incisivos inferiores, caninos inferiores, primeiros pré- molares inferiores e molares superiores. Os dados quantitativos obtidos em estudos da anatomia interna usando métodos convencionais incluem a mensuração de parâmetros como área, diâmetro e perímetro, a partir de algumas poucas secções transversais da raiz. Com o advento da micro-TC, estes mesmos parâmetros, além de vários outros, podem ser obtidos automaticamente em centenas de secções em um mesmo dente. Nos estudos convencionais, as formas bi e tridimensionais do canal radicular são classificadas qualitativamente como arredondada, achatada, oval, irregular, cônica, cilíndrica etc. Anatomia da cavidade pulpar A anatomia o SCR dita os parâmetros sob os quais o tratamento endodôntico deve ser Camila Saldanha realizado, tendo impacto direto sobre seu índice de sucesso. A cavidade pulpar pode ser definida como um espaço que abriga a polpa dentária, estando normalmente situada na porção central dos dentes. A cavidade pode ser dividida em câmara pulpar e canal (is) radiculares. A câmara pulpar se encontra na porção coronária da cavidade e os canais se localizam nas raízes. Vantagens de conhecer a anatomia dental: - Acesso direto a câmara pulpar, fazendo com que não desgaste tecido dentinário sem necessidade; - Evita acidentes como diminuir o risco de desvio e prepanações; - Facilita o fluxo dos irrigantes; - Facilita na instrumentação, com as limas que corta o tecido sujo; - Obturação (Feita depois da limpeza) utiliza borracha biocompatível para fechar; - Saber fazer o acesso ajuda na ergonomia otimizada. Anatomia Dental externa Reflete no que está guardado na anatomia interna. Por exemplo no 1 M inferior na sua superfície oclusal apresenta as cúspides, além disso apresenta região planificada sulcos. As regiões de cúspides têm elevações internas que são chamadas de divertículos pulpares e eles são reflexo interno das pontas de cúspides. Então se o dente apresenta 2 pontas de cúspides dentro dele tem 2 áreas de divertículos pulpares. Região coronária vai de ponta de cúspide até o limite amelo dentinário, ele corresponde internamente a todo o volume da câmara pulpar. Região da porção radicular, apresenta peculiaridades, como os achatamentos. Anatomia interna Cavidade pulpar É uma cavidade única, geralmente volumosa, que aloja a polpa coronária e ocupa internamente o centro da coroa, assemelhando- se em forma à superfície externa do dente. O limite superior da câmara pulpar é denominado de teto. - Dentes anteriores: É adjacente ao canal radicular; - Dentes posteriores: geralmente apresenta o formato de um prisma quadrangular irregular com seis lados: o teto, o assoalho e as quatro paredes axiais. O assoalho da câmara pulpar é a face oposta ao teto e nele está localizado as entradas dos canais radiculares. Obs: com a progressão da idade, há a redução progressiva do volume da câmara pulpar, o que pode bloquear os orifícios dos canais radiculares. Camila Saldanha Conduto radicular É a parte da cavidade pulpar localizada na porção radicular do dente. Quase todos os canais radiculares são curvos, particularmente na direção vestibulolingual. Essas curvaturas podem ocasionar problemas durante os procedimentos de instrumentação e limpeza, pois elas não são evidentes na radiografia. A curvatura pode ser gradual de todo o canal ou aguda próximo ao ápice. O canal se afunila progressivamente em direção ao ápice, seguindo o contorno externo da raiz. Geralmente, os canais são achatados ou ovais no sentido mésio-distal ou vestíbulo-lingual. Um ISTMO é uma área estreita, em forma de fita, que liga dois canais que contêm polpa ou tecidos derivados de polpa. Todos os istmos devem ser encontrados, preparados e preenchidos durante a cirurgia, pois podem funcionar como reservatórios de bactérias. Classificação dos istmos Tipo I: dois canais sem comunicação evidente; Tipo II: conexão extremamente estreita entre dois canais principais; Tipo III: difere do tipo II pela presença de 3 canais; Tipo IV: os canais principais se estendem para a área do istmo; Tipo V: há uma conexão mais larga entre os dois canais principais. Classificação de Vertucci Tipo I: há apenas um único canal radicular. Ele segue desde a câmara pulpar até o ápice; Tipo II: há dois canais separados. Além disso, eles saem da câmara pulpar para ficarem unidos no ápice. Dessa forma, há formação de apenas um canal; Tipo III: neste caso há dois canais que são separados e distintos. Eles deixam a câmara pulpar e saem da raiz. Isso por meio de um forame apical separado; e Tipo IV: neste caso há um canal radicular que sai da câmara pulpar. Desta maneira, ele se divide em dois canais radiculares a partir de dois forames apicais separados. Tipo V: um canal deixa a câmara pulpar e se divide, próximo ao ápice, em dois canais distintos. Tipo VI: dois canais distintos deixam a câmara pulpar, fundem-se no corpo da raiz e se dividem novamente em dois canais próximo ao ápice. Tipo VII: um canal deixa a câmara pulpar e se divide em dois, que então se fundem, no corpo da raiz, e se dividem novamente em dois canais distintos próximo ao ápice. Tipo VIII: três canais distintos que se estendem da câmara pulpar ao ápice. Classificação Ahmed Essa classificação consiste na utilização de códigos para três componentes em separados: o numero do dente, o numero de raízes e a configuração do canal radicular. Pode ser utilizada em todos os grupos dentários, independentemente do numero de raízes. Limitações: Não aborda grau de curvatura dos canais radiculares e das raízes, nível da bifurcação dos canis/ caíres, a ocorrência de fusão radicular e a presença de canais acessórios. Camila Saldanha Tipos de conduto radicular ● Canal principal: É o mais destacado, ocupa todo o eixo dental, podendo alcançar, sem interrupções, o ápice radicular. Geralmente tem a forma cônica e é oval na sua secção transversal, apresentando diâmetro maior em seu orifício. Pode ser dividido em três porções: cervical, médio e apical. ● Canal acessório: É toda ramificação que se inicia de uma outra ramificação e segue direto ao Periodonto. Contém tecido conjuntivo e vasos (mas não suprem a polpa com circulação suficiente para formar uma fonte colateral de fluxo sanguíneo) e são difíceis de acessar, limpar, descontaminar e obturar no tratamento endodôntico. São canais diminutos que se estendem nas direções horizontal, vertical ou lateral da polpa para o periodonto. Em 74% dos casos, eles são encontrados no terço apical da raiz; em 11% dos casos, no terço médio e, em 15%, no terço cervical. ● Canal lateral: Localizado no terço cervical ou médio da raiz, se estende horizontalmente a partir do espaço do canal principal. ● Canal colateral: É um canal que corre mais ou menos lateralmente ao canal principal, podendo chegar à região do ligamento periodontal de maneira independente. ● Canal secundário: No terço apical, sai do canal principal diretamente ao ápice do dente. ● Canal recorrente: Se inicia e termina no ramo ou no canal principal, podendo ocorrer em outras ramificações também. Começa a nível de terço cervical e termina no terço apical. ● Canal intercontudo: É uma ramificação que comunica o canal colateral com o principal. ● Canal cavo-inter-radicular: É a ramificação que comunica a câmara pulpar e furca. Logo, ocorre em dentes com mais de uma raiz. ● Delta apical: São canalículos da região apical. Canal radicular apical Está localizado no final da raiz, compreende a porção apical do canal principal, forame apical e ramificações, como canais acessórios e delta apical. Sendo a vértice radicular o ponto extremo. Canais em C Formato semelhante a letra C, observado no corte no sentido transversal. Pode apresentar um ou mais istmos conectando canais individuais ao Camila Saldanha longo de toda a raiz. A limpeza e desinfecção é um desafio, uma vez que remanescentes de material orgânico e detritos infectados podem permanecer sem serem removidos ou neutralizadas durante o tratamento de canal. Geralmente é encontrado em dentes com raízes fusionadas, principalmente pré-molares e segundo molares inferiores. - Limite CDC (cemento-dentina-canal) Limite CDC é a zona de união entre o canal cementário e o canal dentinário, ou seja, é o ponto do canal onde o cemento encontra a dentina. Trata-se do ponto onde o tecido pulpar termina e o tecido periodontal começa. Limite para a realização do tratamento endodôntico. O canal radicular é constituído por dois cones unidos pelos seus vértices = um longo (canal dentinário) + um menor (canal cementário). Ápice radicular É baseado em três divisões anatômicas e histológicas na região apical da raiz: constrição apical (CA), junção dentino-cementária (JDC) e forame apical (FA). Forame apical: é a principal abertura do canal radicular na região apical através do qual os tecidos da polpa e do ligamento periodontal se comunicam e por onde penetram os vasos sanguíneosque vão suprir a polpa dentária. O FA não sai normalmente no ápice anatômico, mas aquém deste 0,5 a 3 mm. Ápice anatômico: é a ponta ou a extremidade da raiz. O forame não apresenta formato uniforme e, na maioria dos dentes, se encontra lateralmente à superfície da raiz (0,2mm + ou – do ápice anatômico). Inclinação dos dentes nos arcos A inclinação é um deslocamento do eixo longitudinal da raiz em relação ao da cora. O conhecimento da inclinação média normal de cada elemento dentário tem implicação direta na prática endodôntica, principalmente em relação aos procedimentos de acesso coronário e cirurgia apical. Morfologia da cavidade pulpar nos grupos dentários Cada elemento dental tem uma função definida dentro do seu grupamento dentário, alem de apresentar variações morfológicas próprias. Quanto maior o achatamento mesiodistal, maior a possibilidade de existirem dois canais independentes, vestibular e lingual. Se a raiz se torna mais cônica apicalmente, maior a possibilidade de esses canais confluírem para um único forame apical. Formato transversal da raiz: Circular; Oval; Elúptica; Forma de pera; Forma de rim e Halteres Incisivo central Superior Camila Saldanha Normalmente apresenta unirradicular com canal reto e amplo. A câmara pulpar é mais larga no sentido mesiodistal apresenta-se estreita no sentido vestibulopalatino, havendo risco potencial de perfuração na face vestibular durante o procedimento de acesso coronário. A raiz apresenta cônico triangular. • Irrompe 7-8 anos • Rizogênese: 9-10 anos • Comprimento médio: 21,8 mm. • Curvatura radicular: reto (mais comum em 75% dos casos). Incisivo Lateral Superior O formato da câmara pulpar do incisivo lateral superior é similar ao do incisivo central superior, embora seja menor, e dois ou nenhum cornos pulpares estão presentes. Esse dente é mais largo no sentido mesiodistal do que no sentido vestibulolingual. • Irrompe 8-9 anos • Rizogênese: 10-11 anos • Comprimento médio: 22 mm. •Curvatura radicular: distal (mais comum). Incisivos Inferiores São os menores dentes permanentes, pode haver um canal único principal, e também dois canais (vestibular e lingual) que se originam na câmara pulpar e se unem no terço apical. Assim como os incisivos superiores, o ombro lingual deve ser eliminado para permitir acesso direto à câmara pulpar. O ombro pode esconder um segundo canal que, quando presente, é imediatamente encontrado abaixo dele. Ao contrário dos incisivos superiores, os incisivos inferiores têm a polpa mais larga no sentido vestibulolingual. Os incisivos inferiores, devido ao seu pequeno tamanho e à anatomia interna, podem ser cavidades difíceis de acessar e preparar. Incisivo central • Irrompe 6-7 anos • Rizogênese: 9-10 anos • Comprimento médio: 20,8 mm. •Curvatura radicular: reta em 66,7% Incisivo lateral • Irrompe 7-8 anos • Rizogênese: 10-11 anos • Comprimento médio: 22,6 mm. •Curvatura radicular: reta em 54% Canino Superior É o maior dente permanente e normalmente apresenta raiz única com um canal. O canal radicular é normalmente reto e longo, exigindo, na maioria das vezes, o uso de instrumentais acima de 25mm. O sistema de canais radiculares do canino superior é semelhante em vários aspectos ao dos incisivos. A maior diferença é que ele é mais largo no sentido vestibulolingual do que no sentido mesiodistal. Outra diferença é que não há cornos pulpares. • Irrompe 11-12 anos • Rizogênese: 13-15 anos • Comprimento médio: 26,1 mm. • Curvatura radicular: reta em 38,5%. Canino Inferior É menor que o canino superior em todas as dimensões. Possui raiz única com um canal, porém pode apresentar duas raízes (vestibular e lingual) e dois canais. • Irrompe 9-10 anos • Rizogênese: 10-14 anos Camila Saldanha • Comprimento médio: 25 mm. • Curvatura radicular: reto 68,2% (mais comum) Primeiro pré- molar superior Normalmente apresenta duas raízes em 55,3% dos casos (vestibular e palatina) e dois canais com forames independentes. São dentes mais difíceis de realizar o tratamento, pois são mais achatados e possuem muitas variações anatômicas. Em 43% dos casos são unirradicular ou fusionada e 23% é fusionada com bifurcação apical. • Irrompe 10-11 anos • Rizogênese: 12-13 anos • Comprimento médio: 21,5 mm. • Curvatura radicular: raiz vestibular no sentido lingual 36,2% (mais comum).; raiz palatina sentido reto 44,4% (mais comum); Quando se tem uma raiz sentido reto (mais comum). Segundo pré-molar superior Apresenta uma raiz com um único canal em 90,3% dos casos. Dois ou mais canais podem ocorrer em uma única raiz. A raiz em 37,4% é reta. O sistema de canais radiculares do segundo pré- molar superior é mais largo no sentido vestibulolingual do que no mesiodistal. Cornos pulpares vestibular e palatino estão presentes; o corno pulpar vestibular é mais largo. • Irrompe 10-12 anos • Rizogênese: 12-14 anos • Comprimento médio: 21,6 mm. •Curvatura radicular: sentido distal (mais comum). Primeiro pré- molar inferior Apresenta normalmente em 47,5% raiz reta e única com um canal. Um segundo canal pode aparecer em 30% dos casos. Os pré-molares inferiores são muito difíceis de tratar devido as extremas variações na morfologia do canal radicular nesses dentes. O sistema de canais radiculares do primeiro pré- molar é mais largo vestibulolingualmente do que mesiodistalmente. Dois cornos pulpares estão presentes: um maior e pontiagudo no corno vestibular e um menor arredondado no corno lingual. O acesso direto ao canal vestibular é possível, enquanto o canal lingual é mais difícil de encontrar. A cúspide vestibular é convexa e cúspide lingual é reduzida. • Irrompe 10-12 anos • Rizogênese: 12-13 anos • Comprimento médio: 21,9 mm. • Curvatura radicular: reto (mais comum). • Unirradicular 84,2 % Segundo pré-molar inferior Geralmente, apresenta raiz única com um canal em 99,6% dos casos.A morfologia do canal do segundo pré-molar é semelhante à do primeiro pré-molar, com muitas variações. Felizmente, essas variações são encontradas com menos frequência no segundo pré-molar. • Irrompe 11-12 anos • Rizogênese: 13- 14 anos • Comprimento médio: 22,3 mm. • Curvatura radicular: reto 39,8%(mais comum). Primeiro molar superior Camila Saldanha É o mais volumoso dos molares superiores e geralmente apresenta três raízes divergentes (mesiovestibular, distovestibular e palatina) com um total de três ou quatro canais. A raiz palatina apresenta maior volume e oferece acesso mais fácil, e pode ter curvatura no sentido vestibular. A raiz distovestibular é cônica, reta e normalmente possui um canal, porém, pode apresentar dois canais que se unem na porção apical. A raiz mesiovestibular frequentemente apresenta dois canais que se conectam por meio de istmos, podendo se unir na porção apical ou terem saídas foraminais independentes. Os canais mesiovestibulares podem apresentar curvaturas severas na direção vestibulopalatina e possuem concavidade no sentido distal, o que favorece a ocorrência de perfuração em caso de preparo excessivo da porção coronária. Quatro cornos pulpares estão presentes (mesiovestibular, mesiopalatino, distovestibular e distopalatino). • Irrompe: 6 - 7 anos • Rizogênese: 9 -10 anos • Comprimento médio: 21,3 mm. • Curvatura radicular: raiz mesiovestibular sentido distal (mais comum); raiz distovestibular sentido reto (mais comum); raiz palatina sentido vestibular (mais comum). Segundo molar superior Apresenta morfologia externa semelhante ao primeiro molar superior com a presença de três raízes (mesiovestibular, distovestibular epalatina) com três ou quatro canais. Porém, as raízes são mais curtas, menos divergentes e menos curvas, com maior tendência ao fusionamento parcial ou total das raízes mesiovestibular e palatina (segundo molar superior possui três raízes agrupadas muito próximas, às vezes fusionadas) Geralmente, há um canal em cada raiz, porém podem existir dois ou três canais na raiz mesiovestibular ou dois canais nas raízes distovestibular e palatina. • Irrompe 12-13 anos • Rizogênese: 14-16anos • Comprimento médio: 21,7 mm. • Curvatura radicular: raiz mesiovestibular sentido distal (mais comum); raiz distovestibular reta (mais comum); raiz palatina reta (mais comum). Primeiro molar inferior É o maior dos molares inferiores. Normalmente, apresenta duas raízes (mesial e distal). Ocasionalmente, pode haver três raízes, com dois ou três canais na raiz mesial e um, dois ou três canais na raiz distal. Mais de 25% das raízes distais apresentam dois canais que geralmente são mais amplos que os da raiz mesial. Quando há canal único, ele normalmente é oval e sua saída foraminal ocorre lateralmente ao ápice anatômico. A raiz mesial geralmente é curva no sentido distal e a raiz distal é curva no sentido mesial. O canal mesiolingual é maior e mais reto que o mesiovestibular. Os dois canais mesiais podem convergir apicalmente apresentando forame único em 45% dos casos. O primeiro molar inferior parece ser o dente que mais requer terapia de canal radicular. Ele é com frequência restaurado extensamente e é objeto de grande estresse oclusal. Assim, a câmara pulpar frequentemente é recuada e calcificada. Usualmente, há quatro cornos pulpares (MV, ML, DV e DL). • Irrompe: 6 -7anos • Rizogênese: 9-10 anos • Comprimento médio: 21,9 mm. Camila Saldanha • Curvatura radicular: raiz mesial no sentido distal (mais comum, geralmente tem um achatamento e na maioria das vezes tem dois condutos); raiz distal no sentido mesial (mais comum, o conduto é mais volumoso e de fácil acesso.). Segundo molar inferior Tem morfologia externa semelhante ao primeiro molar inferior apresentando normalmente duas raízes (mesial e distal) com três ou quatro canais. Porém, as raízes são mais curtas, com os ápices mais próximos e canais mais curvos, havendo alta prevalência de anomalias de desenvolvimento, incluindo a presença de canais em forma de C. Além disso, há maior tendência ao fusionamento radicular parcial ou total. A porção apical deste dente se encontra próxima ao canal mandibular, exigindo maior atenção no sentido de evitar trauma mecânico ou químico nos tecidos perirradiculares. As duas raízes com frequência se estendem distalmente em uma curva gradual, com os ápices sempre juntos. Em alguns casos, há apenas uma raiz. • Irrompe: 11-13anos • Rizogênese: 14-15anos • Comprimento médio: 22,4 mm. • Curvatura radicular: raiz mesial no sentido distal (mais comum); raiz distal sentido reto ou distal (mais comum; se tiver apenas uma raiz sentido reto ou distal (mais comum). Pode aparecer fusionada. Terceiro molar apresenta as mesmas características do 1 e 2 molar. REFERÊNCIAS • LOPES, H.P.; SIQUEIRA JÚNIOR, J.F. Endodontia: biologia e técnica. 3. ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
Compartilhar