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Importancia da anatomia dental

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Prévia do material em texto

Camila Saldanha 
 
 
O conhecimento dos canais radiculares é 
fundamental para se atingir os objetivos do 
preparo químico-mecânico: 
 
O preparo químico-mecânico depende mais da 
anatomia original do canal radicular do que do 
instrumento ou da técnica utilizados. 
 
Métodos de estudo da anatomia do SCR 
 
● Século XIX: 
 
Os pesquisadores começaram a ter interesse na 
anatomia interna dos dentes, até então só havia 
registro da anatomia externa dos dentes. Sendo 
assim foram desenvolvidas metodologias para 
visualizar a anatomia interna dos dentes. 
 
György Carabelli: - Descreveu a cúspide 
adicional na face palatina 
mesiopalatina dos molares 
superiores, o tubérculo de 
Carabelli; 
- Detalhou do número e 
localização dos canais 
radiculares de todos os 
grupos de dentes. 
Mühlreite: - Publicou o primeiro estudo 
sistemático sobre a 
anatomia do canal 
radicular, após a secção dos 
dentes em diferentes planos. 
Black: - Sistematizou a terminologia 
odontológica, detalhando a 
anatomia interna e externa 
dos dentes. 
Alfred Gysi: - Em 1894, publicou uma 
coleção de microfotografias 
em que secções histológicas 
de dentes humanos 
demonstravam a 
complexidade do SCR. 
 
● Século XX 
 
Preiswerk: Introduziu uma nova técnica que 
consistia na injeção de metal 
fundido na cavidade endodôntica 
com a posterior desmineralização 
do dente, obtendose o modelo 
metálico de sua anatomia interna. 
Fischer: Em 1908, modificou o método para 
estudar as ramificações do canal 
principal, injetando uma solução de 
celuloide dissolvida em acetona 
que, após seu endurecimento e a 
descalcificação do dente, 
possibilitava a obtenção de réplicas 
da porção apical do SCR. No 
entanto, em razão desta solução 
ser frágil após endurecimento, as 
réplicas das ramificações mais 
delicadas fraturavam-se facilmente. 
Posteriormente, este método foi 
aperfeiçoado e a anatomia interna 
de diferentes grupos dentários foi 
replicada a partir da injeção de 
parafina e de silicone. 
Walter 
Hess 
A partir da injeção de borracha 
líquida no interior da cavidade 
pulpar e sua posterior vulcanização, 
os dentes eram desmineralizados e 
modelos tridimensionais dos canais 
obtidos. De forma geral, o autor 
concluiu que os canais radiculares 
reproduziam a forma externa da 
raiz; que a forma e o número de 
canais eram determinados pelas 
paredes dentinárias e influenciados 
pela idade; que os dentes 
frequentemente diferiam quanto ao 
número de ramificações apicais; e 
que canais laterais poderiam ser 
encontrados em todos os dentes. 
Werner 
Spalteholz 
Em 1914, desenvolveu um processo 
para tornar órgãos humanos 
translúcidos denominado 
diafanização, o qual foi 
posteriormente adaptado por Prinz 
no estudo da anatomia do canal 
radicular. O método consistia em 
tornar transparentes os tecidos 
duros dos dentes, possibilitando 
visualizar os canais radiculares por 
meio da injeção de materiais 
fluidos, como a liga fundida de 
Wood, corantes ou gelatina 
associada a um corante. 
Okumura: Foi o primeiro a classificar os canais 
radiculares de acordo com sua 
distribuição anatômica. 
 
Conforme foi aumentando o conhecimento 
sobre a anatomia interna dos dentes, confirmou-
se sua complexidade e sua influência em todas 
. 
•Remoção do tecido pulpar, dos 
microorganismos e da dentina infectada; 
. 
•Selamento da cavidade pulpar; 
. 
•Reparo dos tecidos perirradiculares. 
Camila Saldanha 
 
as etapas do tratamento endodôntico, desde o 
diagnóstico, passando pelo preparo químico-
mecânico e obturação, refletindo finalmente no 
prognóstico. 
 
● Métodos computacionais: 
 
- Mayo et al: Em 1986, introduziram na 
Endodontia o método computacional 
como ferramenta de pesquisa para 
avaliar o SCR, adaptando uma técnica 
que permitia a geração de modelos 
tridimensionais. Após injetar solução de 
contraste no canal radicular de pré-
molares, foram tomadas seis radiografias 
de cada espécime em diferentes ângulos. 
Ao combinar estas imagens, usando 
recursos computacionais, a 
representação gráfica obtida do SCR 
possibilitou o cálculo do seu volume e 
diâmetro. Apesar da significativa 
discrepância dos resultados obtidos, 
essencialmente causada pela limitação 
tecnológica relacionada ao 
processamento computacional existente 
à época, o método foi considerado 
promissor, sendo posteriormente 
aperfeiçoado por outros autores. 
- Berutti: Neste método, as imagens de 
cinco secções transversais da raiz mesial 
de primeiros molares obtidas em intervalos 
de 1 mm, antes e após o preparo 
químicomecânico, foram digitalizadas. 
Utilizando recursos computacionais, estas 
imagens foram sobrepostas, alinhadas e 
interpoladas, obtendo-se os modelos 
tridimensionais da raiz e dos canais. 
Posteriormente, este método foi 
aprimorado por outros autores reduzindo 
a espessura das secções transversais. 
Além da possibilidade de gerar modelos 
tridimensionais da anatomia interna e 
externa, este método permitia a análise 
de parâmetros morfológicos como 
espessura, contorno, diâmetro, perímetro, 
área, superfície e volume do canal. 
Apesar do avanço em relação aos 
métodos tradicionais, ela ainda era uma 
abordagem destrutiva . 
- O desenvolvimento da tomografia 
computadorizada (TC) em 1973 trouxe um 
avanço significativo na medicina 
diagnóstica, por ser um método não 
invasivo, não destrutivo e permitir a 
obtenção de modelos tridimensionais de 
estruturas internas do organismo, além da 
análise de inúmeros parâmetros por 
métodos computacionais. 
- Elliott e Dover: desenvolveram um 
dispositivo de alta resolução, a 
microtomografia computadorizada 
(micro-TC) e, usando resolução de 12 μm, 
reproduziram tridimensionalmente a 
concha do caramujo Biomphalaria 
glabrata. Atualmente, a micro-TC é 
considerada a ferramenta de pesquisa 
mais importante no estudo da anatomia 
interna dos dentes. 
 
● Microtomografia Computadorizada: 
 
- Estudos avaliaram as diferentes 
configurações do SCR na raiz 
mesiovestibular dos primeiros molares 
superiores, em pré-molares, e molares 
inferiores com três raízes, em molares 
superiores com duas raízes palatinas, em 
caninos e pré-molares inferiores 
birradiculares, em pré-molares inferiores e 
molares com canais em forma de C, em 
dentes apresentando sulcos radiculares e 
istmos. Outros autores ainda avaliaram as 
variações anatômicas do SCR em 
diferentes grupos dentários como incisivos 
inferiores, caninos inferiores, primeiros pré-
molares inferiores e molares superiores. Os 
dados quantitativos obtidos em estudos 
da anatomia interna usando métodos 
convencionais incluem a mensuração de 
parâmetros como área, diâmetro e 
perímetro, a partir de algumas poucas 
secções transversais da raiz. Com o 
advento da micro-TC, estes mesmos 
parâmetros, além de vários outros, podem 
ser obtidos automaticamente em 
centenas de secções em um mesmo 
dente. Nos estudos convencionais, as 
formas bi e tridimensionais do canal 
radicular são classificadas 
qualitativamente como arredondada, 
achatada, oval, irregular, cônica, 
cilíndrica etc. 
 
Anatomia da cavidade pulpar 
 
A anatomia o SCR dita os parâmetros sob os 
quais o tratamento endodôntico deve ser 
Camila Saldanha 
 
realizado, tendo impacto direto sobre seu índice 
de sucesso. 
A cavidade pulpar pode ser definida como um 
espaço que abriga a polpa dentária, estando 
normalmente situada na porção central dos 
dentes. A cavidade pode ser dividida em 
câmara pulpar e canal (is) radiculares. A câmara 
pulpar se encontra na porção coronária da 
cavidade e os canais se localizam nas raízes. 
 
Vantagens de conhecer a anatomia dental: 
 
- Acesso direto a câmara pulpar, fazendo 
com que não desgaste tecido dentinário 
sem necessidade; 
- Evita acidentes como diminuir o risco de 
desvio e prepanações; 
- Facilita o fluxo dos irrigantes; 
- Facilita na instrumentação, com as limas 
que corta o tecido sujo; 
- Obturação (Feita depois da limpeza) 
utiliza borracha biocompatível para 
fechar; 
- Saber fazer o acesso ajuda na ergonomia 
otimizada. 
 
Anatomia Dental externa 
 
Reflete no que está guardado na anatomia 
interna. 
 
 
Por exemplo no 1 M inferior na sua superfície 
oclusal apresenta as cúspides, além disso 
apresenta região planificada sulcos. As regiões 
de cúspides têm elevações internas que são 
chamadas de divertículos pulpares e eles são 
reflexo interno das pontas de cúspides. 
Então se o dente apresenta 2 pontas de cúspides 
dentro dele tem 2 áreas de divertículos pulpares. 
Região coronária vai de ponta de cúspide até o 
limite amelo dentinário, ele corresponde 
internamente a todo o volume da câmara 
pulpar. 
Região da porção radicular, apresenta 
peculiaridades, como os achatamentos. 
 
Anatomia interna 
 
 
 
 Cavidade pulpar 
 
 
 
É uma cavidade única, geralmente volumosa, 
que aloja a polpa coronária e ocupa 
internamente o centro da coroa, assemelhando-
se em forma à superfície externa do dente. O 
limite superior da câmara pulpar é denominado 
de teto. 
- Dentes anteriores: É adjacente ao canal 
radicular; 
- Dentes posteriores: geralmente apresenta 
o formato de um prisma quadrangular 
irregular com seis lados: o teto, o assoalho 
e as quatro paredes axiais. 
O assoalho da câmara pulpar é a face oposta 
ao teto e nele está localizado as entradas dos 
canais radiculares. 
Obs: com a progressão da idade, há a redução 
progressiva do volume da câmara pulpar, o que 
pode bloquear os orifícios dos canais radiculares. 
 
Camila Saldanha 
 
 Conduto radicular 
 
É a parte da cavidade pulpar localizada na 
porção radicular do dente. Quase todos os 
canais radiculares são curvos, particularmente na 
direção vestibulolingual. Essas curvaturas podem 
ocasionar problemas durante os procedimentos 
de instrumentação e limpeza, pois elas não são 
evidentes na radiografia. A curvatura pode ser 
gradual de todo o canal ou aguda próximo ao 
ápice. 
O canal se afunila progressivamente em direção 
ao ápice, seguindo o contorno externo da raiz. 
Geralmente, os canais são achatados ou ovais 
no sentido mésio-distal ou vestíbulo-lingual. 
Um ISTMO é uma área estreita, em forma de fita, 
que liga dois canais que contêm polpa ou 
tecidos derivados de polpa. Todos os istmos 
devem ser encontrados, preparados e 
preenchidos durante a cirurgia, pois podem 
funcionar como reservatórios de bactérias. 
 
Classificação dos istmos 
 
Tipo I: dois canais sem comunicação evidente; 
Tipo II: conexão extremamente estreita entre dois 
canais principais; 
Tipo III: difere do tipo II pela presença de 3 canais; 
Tipo IV: os canais principais se estendem para a 
área do istmo; 
Tipo V: há uma conexão mais larga entre os dois 
canais principais. 
 
Classificação de Vertucci 
 
 
Tipo I: há apenas um único canal radicular. Ele 
segue desde a câmara pulpar até o ápice; 
Tipo II: há dois canais separados. Além disso, eles 
saem da câmara pulpar para ficarem unidos no 
ápice. Dessa forma, há formação de apenas um 
canal; 
Tipo III: neste caso há dois canais que são 
separados e distintos. Eles deixam a câmara 
pulpar e saem da raiz. Isso por meio de um 
forame apical separado; e 
Tipo IV: neste caso há um canal radicular que sai 
da câmara pulpar. Desta maneira, ele se divide 
em dois canais radiculares a partir de dois 
forames apicais separados. 
Tipo V: um canal deixa a câmara pulpar e se 
divide, próximo ao ápice, em dois canais 
distintos. 
Tipo VI: dois canais distintos deixam a câmara 
pulpar, fundem-se no corpo da raiz e se dividem 
novamente em dois canais próximo ao ápice. 
Tipo VII: um canal deixa a câmara pulpar e se 
divide em dois, que então se fundem, no corpo 
da raiz, e se dividem novamente em dois canais 
distintos próximo ao ápice. 
Tipo VIII: três canais distintos que se estendem da 
câmara pulpar ao ápice. 
 
Classificação Ahmed 
 
Essa classificação consiste na utilização de 
códigos para três componentes em separados: o 
numero do dente, o numero de raízes e a 
configuração do canal radicular. Pode ser 
utilizada em todos os grupos dentários, 
independentemente do numero de raízes. 
Limitações: Não aborda grau de curvatura dos 
canais radiculares e das raízes, nível da 
bifurcação dos canis/ caíres, a ocorrência de 
fusão radicular e a presença de canais 
acessórios. 
 
 
Camila Saldanha 
 
 
 
 
Tipos de conduto radicular 
 
 
● Canal principal: 
É o mais destacado, ocupa todo o eixo dental, 
podendo alcançar, sem interrupções, o ápice 
radicular. Geralmente tem a forma cônica e é 
oval na sua secção transversal, apresentando 
diâmetro maior em seu orifício. Pode ser dividido 
em três porções: cervical, médio e apical. 
● Canal acessório: 
É toda ramificação que se inicia de uma outra 
ramificação e segue direto ao Periodonto. 
Contém tecido conjuntivo e vasos (mas não 
suprem a polpa com circulação suficiente para 
formar uma fonte colateral de fluxo sanguíneo) e 
são difíceis de acessar, limpar, descontaminar e 
obturar no tratamento endodôntico. São canais 
diminutos que se estendem nas direções 
horizontal, vertical ou lateral da polpa para o 
periodonto. Em 74% dos casos, eles são 
encontrados no terço apical da raiz; em 11% dos 
casos, no terço médio e, em 15%, no terço 
cervical. 
● Canal lateral: 
Localizado no terço cervical ou médio da raiz, se 
estende horizontalmente a partir do espaço do 
canal principal. 
● Canal colateral: 
É um canal que corre mais ou menos 
lateralmente ao canal principal, podendo 
chegar à região do ligamento periodontal de 
maneira independente. 
● Canal secundário: 
No terço apical, sai do canal principal 
diretamente ao ápice do dente. 
● Canal recorrente: 
Se inicia e termina no ramo ou no canal principal, 
podendo ocorrer em outras ramificações 
também. Começa a nível de terço cervical e 
termina no terço apical. 
● Canal intercontudo: 
É uma ramificação que comunica o canal 
colateral com o principal. 
● Canal cavo-inter-radicular: 
É a ramificação que comunica a câmara pulpar 
e furca. Logo, ocorre em dentes com mais de 
uma raiz. 
● Delta apical: 
São canalículos da região apical. 
 Canal radicular apical 
Está localizado no final da raiz, compreende a 
porção apical do canal principal, forame apical 
e ramificações, como canais acessórios e delta 
apical. Sendo a vértice radicular o ponto 
extremo. 
 
Canais em C 
 
 
 
Formato semelhante a letra C, observado no 
corte no sentido transversal. Pode apresentar um 
ou mais istmos conectando canais individuais ao 
Camila Saldanha 
 
longo de toda a raiz. A limpeza e desinfecção é 
um desafio, uma vez que remanescentes de 
material orgânico e detritos infectados podem 
permanecer sem serem removidos ou 
neutralizadas durante o tratamento de canal. 
Geralmente é encontrado em dentes com raízes 
fusionadas, principalmente pré-molares e 
segundo molares inferiores. 
 
- Limite CDC (cemento-dentina-canal) 
 
Limite CDC é a zona de união entre o canal 
cementário e o canal dentinário, ou seja, é o 
ponto do canal onde o cemento encontra a 
dentina. Trata-se do ponto onde o tecido pulpar 
termina e o tecido periodontal começa. Limite 
para a realização do tratamento endodôntico. O 
canal radicular é constituído por dois cones 
unidos pelos seus vértices = um longo (canal 
dentinário) + um menor (canal cementário). 
 
 
 
Ápice radicular 
 
É baseado em três divisões anatômicas e 
histológicas na região apical da raiz: constrição 
apical (CA), junção dentino-cementária (JDC) e 
forame apical (FA). 
Forame apical: é a principal abertura do canal 
radicular na região apical através do qual os 
tecidos da polpa e do ligamento periodontal se 
comunicam e por onde penetram os vasos 
sanguíneosque vão suprir a polpa dentária. O FA 
não sai normalmente no ápice anatômico, mas 
aquém deste 0,5 a 3 mm. 
Ápice anatômico: é a ponta ou a extremidade 
da raiz. 
O forame não apresenta formato uniforme e, na 
maioria dos dentes, se encontra lateralmente à 
superfície da raiz (0,2mm + ou – do ápice 
anatômico). 
 
Inclinação dos dentes nos arcos 
 
A inclinação é um deslocamento do eixo 
longitudinal da raiz em relação ao da cora. O 
conhecimento da inclinação média normal de 
cada elemento dentário tem implicação direta 
na prática endodôntica, principalmente em 
relação aos procedimentos de acesso coronário 
e cirurgia apical. 
 
 
 
 
 
Morfologia da cavidade pulpar nos grupos 
dentários 
 
Cada elemento dental tem uma função definida 
dentro do seu grupamento dentário, alem de 
apresentar variações morfológicas próprias. 
Quanto maior o achatamento mesiodistal, maior 
a possibilidade de existirem dois canais 
independentes, vestibular e lingual. Se a raiz se 
torna mais cônica apicalmente, maior a 
possibilidade de esses canais confluírem para um 
único forame apical. 
Formato transversal da raiz: Circular; Oval; 
Elúptica; Forma de pera; Forma de rim e Halteres 
 
Incisivo central Superior 
 
Camila Saldanha 
 
 
Normalmente apresenta unirradicular com canal 
reto e amplo. A câmara pulpar é mais larga no 
sentido mesiodistal apresenta-se estreita no 
sentido vestibulopalatino, havendo risco 
potencial de perfuração na face vestibular 
durante o procedimento de acesso coronário. A 
raiz apresenta cônico triangular. 
• Irrompe 7-8 anos 
• Rizogênese: 9-10 anos 
• Comprimento médio: 21,8 mm. 
• Curvatura radicular: reto (mais comum em 75% 
dos casos). 
 
Incisivo Lateral Superior 
 
 
 
O formato da câmara pulpar do incisivo lateral 
superior é similar ao do incisivo central superior, 
embora seja menor, e dois ou nenhum cornos 
pulpares estão presentes. Esse dente é mais largo 
no sentido mesiodistal do que no sentido 
vestibulolingual. 
• Irrompe 8-9 anos 
• Rizogênese: 10-11 anos 
• Comprimento médio: 22 mm. 
•Curvatura radicular: distal (mais comum). 
 
Incisivos Inferiores 
 
 
 
São os menores dentes permanentes, pode haver 
um canal único principal, e também dois canais 
(vestibular e lingual) que se originam na câmara 
pulpar e se unem no terço apical. 
Assim como os incisivos superiores, o ombro 
lingual deve ser eliminado para permitir acesso 
direto à câmara pulpar. O ombro pode esconder 
um segundo canal que, quando presente, é 
imediatamente encontrado abaixo dele. Ao 
contrário dos incisivos superiores, os incisivos 
inferiores têm a polpa mais larga no sentido 
vestibulolingual. Os incisivos inferiores, devido ao 
seu pequeno tamanho e à anatomia interna, 
podem ser cavidades difíceis de acessar e 
preparar. 
Incisivo central 
• Irrompe 6-7 anos 
• Rizogênese: 9-10 anos 
• Comprimento médio: 20,8 mm. 
•Curvatura radicular: reta em 66,7% 
Incisivo lateral 
• Irrompe 7-8 anos 
• Rizogênese: 10-11 anos 
• Comprimento médio: 22,6 mm. 
•Curvatura radicular: reta em 54% 
 
Canino Superior 
 
 
 
É o maior dente permanente e normalmente 
apresenta raiz única com um canal. O canal 
radicular é normalmente reto e longo, exigindo, 
na maioria das vezes, o uso de instrumentais 
acima de 25mm. O sistema de canais radiculares 
do canino superior é semelhante em vários 
aspectos ao dos incisivos. A maior diferença é 
que ele é mais largo no sentido vestibulolingual 
do que no sentido mesiodistal. Outra diferença é 
que não há cornos pulpares. 
• Irrompe 11-12 anos 
• Rizogênese: 13-15 anos 
• Comprimento médio: 26,1 mm. 
• Curvatura radicular: reta em 38,5%. 
 
Canino Inferior 
 
 
É menor que o canino superior em todas as 
dimensões. Possui raiz única com um canal, 
porém pode apresentar duas raízes (vestibular e 
lingual) e dois canais. 
• Irrompe 9-10 anos 
• Rizogênese: 10-14 anos 
Camila Saldanha 
 
• Comprimento médio: 25 mm. 
• Curvatura radicular: reto 68,2% (mais comum) 
 
Primeiro pré- molar superior 
 
 
Normalmente apresenta duas raízes em 55,3% 
dos casos (vestibular e palatina) e dois canais 
com forames independentes. São dentes mais 
difíceis de realizar o tratamento, pois são mais 
achatados e possuem muitas variações 
anatômicas. Em 43% dos casos são unirradicular 
ou fusionada e 23% é fusionada com bifurcação 
apical. 
• Irrompe 10-11 anos 
• Rizogênese: 12-13 anos 
• Comprimento médio: 21,5 mm. 
• Curvatura radicular: raiz vestibular no sentido 
lingual 36,2% (mais comum).; raiz palatina sentido 
reto 44,4% (mais comum); 
Quando se tem uma raiz sentido reto (mais 
comum). 
 
Segundo pré-molar superior 
 
 
Apresenta uma raiz com um único canal em 
90,3% dos casos. Dois ou mais canais podem 
ocorrer em uma única raiz. A raiz em 37,4% é reta. 
O sistema de canais radiculares do segundo pré-
molar superior é mais largo no sentido 
vestibulolingual do que no mesiodistal. Cornos 
pulpares vestibular e palatino estão presentes; o 
corno pulpar vestibular é mais largo. 
• Irrompe 10-12 anos 
• Rizogênese: 12-14 anos 
• Comprimento médio: 21,6 mm. 
•Curvatura radicular: sentido distal (mais 
comum). 
 
Primeiro pré- molar inferior 
 
 
 
Apresenta normalmente em 47,5% raiz reta e 
única com um canal. Um segundo canal pode 
aparecer em 30% dos casos. 
Os pré-molares inferiores são muito difíceis de 
tratar devido as extremas variações na 
morfologia do canal radicular nesses dentes. 
O sistema de canais radiculares do primeiro pré-
molar é mais largo vestibulolingualmente do que 
mesiodistalmente. 
Dois cornos pulpares estão presentes: um maior e 
pontiagudo no corno vestibular e um menor 
arredondado no corno lingual. 
O acesso direto ao canal vestibular é possível, 
enquanto o canal lingual é mais difícil de 
encontrar. A cúspide vestibular é convexa e 
cúspide lingual é reduzida. 
• Irrompe 10-12 anos 
• Rizogênese: 12-13 anos 
• Comprimento médio: 21,9 mm. 
• Curvatura radicular: reto (mais comum). 
• Unirradicular 84,2 % 
 
Segundo pré-molar inferior 
 
 
Geralmente, apresenta raiz única com um canal 
em 99,6% dos casos.A morfologia do canal do 
segundo pré-molar é semelhante à do primeiro 
pré-molar, com muitas variações. Felizmente, 
essas variações são encontradas com menos 
frequência no segundo pré-molar. 
• Irrompe 11-12 anos 
• Rizogênese: 13- 14 anos 
• Comprimento médio: 22,3 mm. 
• Curvatura radicular: reto 39,8%(mais comum). 
 
Primeiro molar superior 
 
Camila Saldanha 
 
 
 
É o mais volumoso dos molares superiores e 
geralmente apresenta três raízes divergentes 
(mesiovestibular, distovestibular e palatina) com 
um total de três ou quatro canais. A raiz palatina 
apresenta maior volume e oferece acesso mais 
fácil, e pode ter curvatura no sentido vestibular. A 
raiz distovestibular é cônica, reta e normalmente 
possui um canal, porém, pode apresentar dois 
canais que se unem na porção apical. A raiz 
mesiovestibular frequentemente apresenta dois 
canais que se conectam por meio de istmos, 
podendo se unir na porção apical ou terem 
saídas foraminais independentes. 
Os canais mesiovestibulares podem apresentar 
curvaturas severas na direção vestibulopalatina e 
possuem concavidade no sentido distal, o que 
favorece a ocorrência de perfuração em caso 
de preparo excessivo da porção coronária. 
Quatro cornos pulpares estão presentes 
(mesiovestibular, mesiopalatino, distovestibular e 
distopalatino). 
• Irrompe: 6 - 7 anos 
• Rizogênese: 9 -10 anos 
• Comprimento médio: 21,3 mm. 
• Curvatura radicular: raiz mesiovestibular sentido 
distal (mais comum); raiz distovestibular sentido 
reto (mais comum); raiz palatina sentido 
vestibular (mais comum). 
 
Segundo molar superior 
 
 
Apresenta morfologia externa semelhante ao 
primeiro molar superior com a presença de três 
raízes (mesiovestibular, distovestibular epalatina) 
com três ou quatro canais. Porém, as raízes são 
mais curtas, menos divergentes e menos curvas, 
com maior tendência ao fusionamento parcial 
ou total das raízes mesiovestibular e palatina 
(segundo molar superior possui três raízes 
agrupadas muito próximas, às vezes fusionadas) 
Geralmente, há um canal em cada raiz, porém 
podem existir dois ou três canais na raiz 
mesiovestibular ou dois canais nas raízes 
distovestibular e palatina. 
• Irrompe 12-13 anos 
• Rizogênese: 14-16anos 
 • Comprimento médio: 21,7 mm. 
• Curvatura radicular: raiz mesiovestibular sentido 
distal (mais comum); raiz distovestibular reta (mais 
comum); raiz palatina reta (mais comum). 
 
Primeiro molar inferior 
 
 
É o maior dos molares inferiores. Normalmente, 
apresenta duas raízes (mesial e distal). 
Ocasionalmente, pode haver três raízes, com dois 
ou três canais na raiz mesial e um, dois ou três 
canais na raiz distal. 
Mais de 25% das raízes distais apresentam dois 
canais que geralmente são mais amplos que os 
da raiz mesial. Quando há canal único, ele 
normalmente é oval e sua saída foraminal ocorre 
lateralmente ao ápice anatômico. A raiz mesial 
geralmente é curva no sentido distal e a raiz distal 
é curva no sentido mesial. O canal mesiolingual é 
maior e mais reto que o mesiovestibular. Os dois 
canais mesiais podem convergir apicalmente 
apresentando forame único em 45% dos casos. 
O primeiro molar inferior parece ser o dente que 
mais requer terapia de canal radicular. Ele é com 
frequência restaurado extensamente e é objeto 
de grande estresse oclusal. Assim, a câmara 
pulpar frequentemente é recuada e calcificada. 
Usualmente, há quatro cornos pulpares (MV, ML, 
DV e DL). 
• Irrompe: 6 -7anos 
• Rizogênese: 9-10 anos 
• Comprimento médio: 21,9 mm. 
Camila Saldanha 
 
• Curvatura radicular: raiz mesial no sentido distal 
(mais comum, geralmente tem um achatamento 
e na maioria das vezes tem dois condutos); raiz 
distal no sentido mesial (mais comum, o conduto 
é mais volumoso e de fácil acesso.). 
 
Segundo molar inferior 
 
 
Tem morfologia externa semelhante ao primeiro 
molar inferior apresentando normalmente duas 
raízes (mesial e distal) com três ou quatro canais. 
Porém, as raízes são mais curtas, com os ápices 
mais próximos e canais mais curvos, havendo alta 
prevalência de anomalias de desenvolvimento, 
incluindo a presença de canais em forma de C. 
Além disso, há maior tendência ao fusionamento 
radicular parcial ou total. A porção apical deste 
dente se encontra próxima ao canal mandibular, 
exigindo maior atenção no sentido de evitar 
trauma mecânico ou químico nos tecidos 
perirradiculares. 
As duas raízes com frequência se estendem 
distalmente em uma curva gradual, com os 
ápices sempre juntos. Em alguns casos, há 
apenas uma raiz. 
• Irrompe: 11-13anos 
• Rizogênese: 14-15anos 
• Comprimento médio: 22,4 mm. 
• Curvatura radicular: raiz mesial no sentido distal 
(mais comum); raiz distal sentido reto ou distal 
(mais comum; se tiver apenas uma raiz sentido 
reto ou distal (mais comum). Pode aparecer 
fusionada. 
 
Terceiro molar apresenta as mesmas 
características do 1 e 2 molar. 
 
REFERÊNCIAS 
 
• LOPES, H.P.; SIQUEIRA JÚNIOR, J.F. Endodontia: 
biologia e técnica. 3. ed., Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2015.

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