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APG 1

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APG 1 Manoela Fedrigo
Sistema Nerv�o
01- Compreender a anatomia do SNC e SNP.
02- Analisar a histologia do SNC e SNP.
03- Entender como ocorrem as comunicações nervosas.
04- Compreender os neurotransmissores e seu papel durante as sinapses.
O sistema Nervoso tem 3 funções básicas
principais
1. Sensitivas
2. Integradora – Decisões
3. Motora
Reconhecer sensações através dos estímulos e
elaborar uma resposta adequada conforme o
estímulo.Dividido em Sistema Nervoso Central
e Sistema Nervoso Periférico.
Sistema Nervoso Central – Localizado
centralmente no nosso corpo, ele é composto
pelo encéfalo e medula espinal.Muitos tipos de
informações sensitivas são integrados e
correlacionados.Responsável pelas tarefas mais
complexas e por grande parte dos estímulos de
contração muscular ou secreção.Está ligado
aos receptores sensitivos através do SNP.
Sistema Nervoso Periférico – Formado por
nervos cranianos e espinais. Esses nervos são
responsáveis por conduzir impulsos nervosos
para dentro ou para fora do SNC
Dividido em Sistema Nervoso Somático ou
Autônomo, Sistema Nervoso Somático –
composto por neurônios sensitivos cutâneos e
motores que mandam informações para os
músculos esqueléticos, porção do SNP que
controla as nossas reações voluntárias (que
nós mesmo controlamos).
APG 1 Manoela Fedrigo
Sistema Nervoso Autônomo – é composto
por neurônios motores que mandam
informações para os músculos liso, cardíaco e
glândulas. É a parte do SNP responsável por
controlar nossas reações involuntárias.
Subdividido em Sistema Nervoso Simpático e
Parassimpático – são praticamente opostos
Sistema Nervoso Simpático – Situações de
tensão (Fuga ou luta).
Sistema Nervoso Parassimpático –
Situações de calmaria.
Sistema Nervoso Periférico -> Sistema
Nervoso Somático -> Sistema Nervoso
Autônomo (Simpático e Parassimpático)
SNP -> SNC - os estímulos são conduzidos
por neurônios sensitivos ou aferentes SNC ->
SNP – neurônios motores ou
eferentes Neurônios de Associação ou
Interneurônios – Estão no SNC e são
responsáveis por comunicar neurônios
sensitivos a motores
Anatomia do Sistema Nervoso
Encéfalo- é composto pelo cérebro, cerebelo e
tronco encefálico.
Possui giros, sulcos e as fissuras do córtex
cerebral .
O telencéfalo (cérebro) inclui os hemisférios
cerebrais, que formam a maior parte do
encéfalo, separados por uma fissura
longitudinal. Cada hemisfério cerebral é
APG 1 Manoela Fedrigo
dividido em quatro lobos: frontal, parietal,
temporal e occipital.
Os lobos frontais ocupam a fossa anterior do
crânio.
Os lobos temporais ocupam as partes
laterais das fossas médias do crânio.
os lobos occipitais estendem-se posteriormente
sobre o tentório do cerebelo
O diencéfalo é constituído pelo epitálamo,
tálamo e hipotálamo e forma o núcleo
central do encéfalo.
O mesencéfalo, que é a parte rostral do
tronco encefálico, situa-se na junção das
fossas média e posterior do crânio (os NC III
e IV estão associados ao mesencéfalo).
A ponte, a parte do tronco encefálico entre o
mesencéfalo e o bulbo, caudalmente, situa-se
na parte anterior da fossa posterior do
crânio.(o NC V está associado à ponte)
O bulbo (medula oblonga), que é a parte mais
caudal do tronco encefálico, é contínuo com a
medula espinal e situa-se na fossa posterior
do crânio. (os NC IX, X e XII estão
associados ao bulbo).
O cerebelo é a grande massa encefálica
situada posteriormente à ponte e ao bulbo e
inferiormente à parte posterior do cérebro,
possui dois hemisférios unidos por uma parte
intermediária estreita, o verme do cerebelo.
Os ventrículos laterais (primeiro e segundo
ventrículos) abrem-se no terceiro ventrículo,
através dos forames interventriculares. O
terceiro ventrículo, uma cavidade semelhante a
uma fenda entre as metades direita e
esquerda do diencéfalo, é contínuo com o
aqueduto do mesencéfalo, um estreito canal no
mesencéfalo, que conecta o terceiro e o quarto
ventrículos, situado nas partes posteriores da
APG 1 Manoela Fedrigo
ponte e do bulbo, estende-se em direção
inferior e posterior, este afunila-se para
formar um canal estreito que continua dentro
da medula espinal, como canal central.
a base do encéfalo, a aracnóide-máter e a
pia-máter estão amplamente separadas por
grandes cisternas de LCS, as principais são
A cisterna cerebelobulbar, a maior das
cisternas, está localizada entre o cerebelo e o
bulbo; recebe LCS a partir das aberturas do
quarto ventrículo; divide-se na cisterna
cerebelobulbar posterior (cisterna magna) e na
cisterna cerebelobulbar lateral.
A cisterna ponto cerebelar, um espaço extenso
ventral à ponte, que é contínua inferiormente
com o espaço subaracnóideo espinal.
A cisterna interpeduncular, localizada na
fossa interpeduncular, entre os pedúnculos
cerebrais do mesencéfalo.
A cisterna quiasmática, inferior e anterior ao
quiasma óptico.
A cisterna colicular (cisterna quadrigeminal
ou cisterna da veia cerebral magna),
localizada entre a parte posterior do corpo
caloso e a face superior do cerebelo.
plexos corióideos - franjas vasculares da
pia-máter (tela corióidea), cobertas por células
epiteliais cúbicas. As células epiteliais
corioidais secretam Líquido Cefalorraquidiano(
LCR).
Histologia do Sistema Nervoso
O SN é composto principalmente por duas
células- neurônios, células autoexcitáveis, e
células da glia/neuróglia, que sustentam os
neurônios.
APG 1 Manoela Fedrigo
No SNC os corpos celulares dos neurônios e
os seus prolongamentos concentram-se em
locais diferentes formando duas massas
diferentes- massa cinzenta e massa branca,
encéfalo e na medula espinal, respectivamente.
Neurônios
↣ Corpo Celular: núcleo e
citoplasma(organelas).
↣Dendritos: prolongamentos do corpo celular,
são ramificados e numerosos( diminui o d),
principal local que recebe estímulos sensoriais
e de outros neurônios.
↣Axônio: Prolongamento único ( d constante),
ramificados na terminação, condutor dos
impulsos para as outras células.
Neurônios Bipolares ⇒ 1 dendrito + 1 axônio
Neuronas Multipolares ⇒ 2+ dendritos + 1
axonio
Neurônios Pseudounipolares ⇒ possui um
único prolongamento que se ramifica, um para
o SNC e outro pro SNP( gânglios espinais)
Motores: controlam órgãos efetores (
glândulas e fibras musculares)
Sensoriais: recebem, estímulos do meio
ambiente e do próprio organismo.
Interneurônios: conectam neurônios,
fundamentais para a formação de circuitos
neuronais
SNC- os corpos celulares estão apenas na
massa cinzenta, a massa branca apresenta
apenas os prolongamentos.
SNP- os corpos celulares estão no gânglio e
em alguns órgãos sensoriais, como a mucosa
olfatória.
Células da Glia ou Neuróglias
APG 1 Manoela Fedrigo
-Há cerca de 10 células da glia para cada
neurônio.
- Ocupam ≅ ½ do tecido.
-fornecem um microambiente adequado em
torno dos neurônios
- formada por: oligodendrócitos, astrócitos,
ependimárias e da micróglia.
- Também há células que exercem funções
similares às da neuróglia: as células de
Schwann e as células satélites de neurônios
ganglionares.
Oligodendrócitos: constituem a bainha de
mielina, a partir de seus prolongamentos que
se enrolam em torno dos axônios, que isola os
axônios emitidos por neurônios do SNC. Cada
oligodendrócito pode emitir inúmeros
prolongamentos que revestem um curto
segmento do axônio, sendo assim, um axonio é
revestido por diversos oligodendrocitos.
Células de Schwann: presentes no SNP,
estas células possuem a mesma função do
oligodendrócitos, cada uma delas reveste um
custo segmento de um único axônio.
Astrócitos: são células de forma estrelada
com múltiplos prolongamentos partindo do
corpo celular. Possuem muitos feixes de
filamentosintermediários constituídos pela
proteína fibrilar ácida da glia, importante
para o suporte estrutural dos prolongamentos.
Há 2 tipos de astrócitos: Astrócitos Fibrosos,
têm prolongamentos menos numerosos e mais
longos, geralmente localizados na substância
branca, e os Astrócitos Protoplasmáticos,
encontrados principalmente na substância
cinzenta, apresentam maior número de
prolongamentos, curtos e muito ramificados.
Os astrócitos também participam do controle
da composição iônica e molecular do ambiente
extracelular. Alguns apresentam
prolongamentos, chamados de pés vasculares,
que se dirigem para capilares sanguíneos e se
expandem sobre curtos trechos deles, assim
transferindo moléculas e íons do sangue para
os neurônios. Eles podem influenciar a
atividade e a sobrevivência dos neurônios,
graças à sua capacidade de controlar os
constituintes do meio extracelular, absorver
excessos localizados de neurotransmissores e
sintetizar moléculas neuroativas, como
peptídeos da família do angiotensinogênio e
APG 1 Manoela Fedrigo
encefalinas (precursores de opioides). Os
astrócitos comunicam-se por meio de junções
comunicantes, formando uma rede por onde
informações podem transitar de um local
para outro, alcançando distâncias
relativamente grandes dentro do SNC.
Células Ependimárias: são células cúbicas ou
colunares que, de maneira semelhante a um
epitélio, revestem os ventrículos do cérebro e o
canal central da medula espinal . Em alguns
locais, as células ependimárias são ciliadas, o
que facilita a movimentação do líquido
cefalorraquidiano (LCR).
Células da Micróglia: são pequenas e
alongadas, com prolongamentos curtos e
irregulares, geralmente emitidos em ângulos
retos entre si, seus núcleos são escuros e
alongados. Elas participam da inflamação e
da reparação do SNC, quando ativadas
retraem seus prolongamentos, assumem a
forma dos macrófagos e tornam-se
fagocitárias e apresentadoras de antígenos. A
micróglia também secreta diversas citocinas
reguladoras do processo imunitário e remove
os restos celulares que surgem nas lesões do
SNC
Sinapses
Estímulos locais sobre a membrana
plasmática de um neurônio, causados por
sinalização transmitida nas sinapses, podem
provocar a entrada de íons e a consequente
APG 1 Manoela Fedrigo
despolarização e/ou inversão da polaridade do
potencial de repouso no local da recepção da
sinalização. Os neurônios geralmente recebem
grandes quantidades de estímulos em sua
membrana plasmática, tanto excitatórios como
inibitórios.
A somatória dessas sinalizações ocorridas na
membrana dos dendritos e do pericário pode
resultar na produção de um pico de
despolarização denominado potencial de ação,
cuja característica mais relevante é a sua
propagação ao longo da membrana
plasmática do axônio.
O potencial de ação se forma pela entrada
súbita de íons Na + em um local da
membrana, alterando a polarização local. A
reversão do potencial de ação em um
potencial de repouso também se propaga ao
longo da membrana em seguida à onda de
propagação do potencial de ação.
A chegada do potencial de ação à terminação
axonal provoca vários eventos, que resultam na
transmissão de informação a outra célula por
intermédio de uma estrutura denominada
sinapse.
As sinapses são locais de grande proximidade
entre neurônios, responsáveis pela transmissão
unidirecional de sinalização.
Sinapses elétricas são constituídas por junções
do tipo comunicante, que possibilitam a
passagem de íons de uma célula para a
outra, promovendo, assim, uma conexão
elétrica e a transmissão de impulsos, a
transmissão de informação por meio delas é
mais rápida, porém com menor possibilidade
de controle. bidirecional
Sinapse química predomina sobre o outro tipo,
um sinal representado pela chegada de um
potencial de ação (impulso nervoso) ao
terminal axonal é transmitido a outra célula
por sinalização química, que consiste em
moléculas denominadas neurotransmissores, que
são liberadas para o meio extracelular por
exocitose. unidirecional
APG 1 Manoela Fedrigo
A sinapse de um axônio com o corpo celular
de outro neurônio chama-se axossomática; a
sinapse com um dendrito chama-se
axodendrítica; e entre dois axônios chama-se
axoaxônica.
A sinapse é constituída por um botão
terminal ou sináptico, cuja membrana
denomina-se membrana pré-sináptica; a
membrana da célula que recebe a sinapse,
chamada de membrana pós-sináptica; e um
delgado espaço entre a membrana pré e
pós-sináptica, a fenda sináptica.
Neurotransmissores
Os neurotransmissores geralmente são
sintetizados no corpo celular do neurônio e
transportados até os botões sinápticos, onde
são armazenados em pequenas vesículas
chamadas de vesículas sinápticas.
A maioria dos neurotransmissores são aminas,
aminoácidos ou pequenos peptídios
(neuropeptídios). Porém, outros tipos de
moléculas e até compostos inorgânicos, como o
gás óxido nítrico, são utilizados pelos
neurônios como neurotransmissores.
Os neurotransmissores são excetuados em um
estreito espaço situado entre as células que
formam a sinapse e, para que possam agir,
devem ser reconhecidos por receptores situados
na membrana da célula que recebe a
informação. Nessa membrana, os
neurotransmissores promovem abertura ou
fechamento de canais iônicos, ou desencadeiam
uma cascata molecular no citoplasma, que
resulta na produção de segundos mensageiros
intracelulares.
Neurônios que liberam neurotransmissores são
chamados neurônios pré-sinápticos. Neurônios
que recebem sinais dos neurotransmissores são
chamados neurônios pós-sinápticos. O sinal
pode estimular ou inibir a célula que o recebe,
dependendo do neurotransmissor e da célula
receptora envolvida.
APG 1 Manoela Fedrigo
Às vezes, os sinais entre os neurônios ocorrem
na direção inversa (chamada neurotransmissão
retrógrada). Nesses casos, os dendritos (ramos
receptores de um neurônio) dos neurônios
pós-sinápticos liberam neurotransmissores que
afetam receptores nos neurônios pré-sinápticos.
A transmissão retrógrada pode impedir que os
neurônios pré-sinápticos liberam
neurotransmissores adicionais e ajudam a
controlar o nível de atividade e comunicação
entre os neurônios.
Pelo menos 100 substâncias podem agir como
neurotransmissores; aproximadamente 18 são
de grande importância. Várias ocorrem em
formas ligeiramente distintas. Os
neurotransmissores podem ser agrupados em
diferentes classes, como
Moléculas pequenas (p. ex., glutamato, ácido
gama-aminobutírico, glicina, adenosina,
acetilcolina, serotonina, histamina,
noradrenalina)
Neuropeptídeos (p. ex., endorfinas)
Moléculas gaseosas (p. ex., óxido nítrico,
monóxido de carbono)
Endocanabinóides
Receptores
Os receptores de neurotransmissores são
complexos proteicos dispostos através da
membrana celular. Sua natureza determina se
um neurotransmissor é excitatório ou inibitório.
Receptores continuamente estimulados por
neurotransmissores ou fármacos tornam-se
dessensibilizados (downregulated); aqueles que
não são estimulados por seus
neurotransmissores ou são cronicamente
bloqueados por fármacos tornam-se
hipersensíveis (upregulated). A dessensibilização
e a hipersensibilização dos receptores
influenciam fortemente o desenvolvimento de
tolerância e dependência física. Esses conceitos
são particularmente importantes no
transplante de órgãos e tecidos, em que a
denervação priva os receptores de seus
neurotransmissores. Os sintomas de abstinência
podem ser explicados, ao menos em parte, por
um fenômeno de rebote decorrente da
alteração de afinidade ou densidade dos
receptores.
APG 1 Manoela Fedrigo
A maioria dos neurotransmissores interage
principalmente com receptores pós-sinápticos,
mas alguns receptores estão localizados em
neurônios pré-sinápticos, proporcionando o
controlepreciso da liberação de
neurotransmissores.
Principais neurotransmissores e receptores
Pelo menos 100 substâncias podem agir como
neurotransmissores; aproximadamente 18 são
de grande importância. Várias ocorrem em
formas ligeiramente distintas. Os
neurotransmissores podem ser agrupados em
diferentes classes, como
Moléculas pequenas (p. ex., glutamato, ácido
gama-aminobutírico, glicina, adenosina,
acetilcolina, serotonina, histamina,
noradrenalina)
Neuropeptídeos (p. ex., endorfinas)
Moléculas gaseosas (p. ex., óxido nítrico,
monóxido de carbono)
Endocanabinóides
Dopamina
Controla a estimulação e os níveis do controle
motor. Quando os níveis estão baixos existe a
limitação motora, como por exemplo, no mal
de Parkinson, presume-se que a cocaína e a
nicotina atuam liberando uma quantidade
maior de dopamina na fenda sináptica. A
cocaína inibe a enzima monoamina oxidase
(MAO), neuronal da recaptação e estimula a
liberação de noradrenalina e dopamina.
Esquizofrenia é excesso de dopamina.
Serotonina
Possui forte efeito no humor, memória,
aprendizado, alimentação, desejo sexual e sono
reparador. A falta desse neurotransmissor
está associada com transtornos depressivos,
alimentares, sexuais e insônia. Para sua boa
produção é importante o consumo de
triptofano, uma boa rotina de 6 a 8h de
sono e exercícios regulares.
Acetilcolina
A acetilcolina (ACh) controla a atividade de
áreas cerebrais relacionadas à atenção,
aprendizagem e memória. É liberada pelos
APG 1 Manoela Fedrigo
núcleos colinérgicos e é responsável pelo
sistema parassimpático atuando na junção
neuromuscular para contrair músculos
esqueléticos e contrair o sistema digestivo e
excretor, efeito oposto ao da adrenalina.
Noradrenalina
A noradrenalina (NA) induz a concentração,
excitação física e mental e conduz ao bom
humor. A produção é centrada na área do
cérebro chamada de Cerúleo, e atua na
sensação de “prazer”. Sua falta está
associada a transtornos depressivos.
Glutamato
O principal neurotransmissor excitatório do
sistema nervoso que está associado com
aprendizagem e memória. O glutamato atua
em duas classes de receptores: os ionotrópicos
(que quando ativados exibem grande
condutividade a correntes iônicas) e os
metabotrópicos (agem ativando vias de
segundos mensageiros). Os receptores
ionotrópicos de glutamato do tipo NMDA são
implicados como protagonistas em processos
cognitivos que envolvem a destruição de células.
GABA – Ácido gama-aminobutírico
O GABA é o principal neurotransmissor
inibidor no sistema nervoso central. É
sintetizado a partir do glutamato, o principal
excitatório. Está associado com a redução de
ansiedade e aumento da sensação de “calma”.
Ocitocina
É produzida no hipotálamo e está associada
com contrações musculares uterinas, mas
também com o sentimento de amor – a
Ocitocina modula a sensibilidade ao medo.
Aumenta atitudes positivas.
Endorfina
Substância química associada com aumento de
disposição física e mental. Alivia dores e
melhora a concentração e o sistema
imunológico. Está associada com a liberação
de hormônio do crescimento (HC) e a
adrenocorticotrófico (ACTH) que estimula a
produção de adrenalina e cortisol.
APG 1 Manoela Fedrigo
Adrenalina
É responsável por preparar o organismo para
a realização de grandes feitos. Em momentos
de “stress”, as supra renais secretam
quantidades abundantes deste hormônio que
prepara o organismo para esforços físicos,
aumenta a frequência cardíaca, eleva a tensão
arterial, relaxa alguns músculos e contrai
outros associados com fuga ou luta.
Endocanabinóides
Glutamato e aspartato
Esses aminoácidos são os principais
neurotransmissores excitatórios no sistema
nervoso central. Estão presentes no córtex
cerebral, cerebelo e medula espinal. Em
neurônios, a síntese de óxido nítrico aumenta
em resposta ao glutamato. O glutamato em
excesso pode ser tóxico, causando aumento de
cálcio intracelular, radicais livres e atividade
da proteinase. Esses neurotransmissores podem
contribuir para a tolerância à terapia por
opioides e mediar a hiperalgesia.
Os receptores de glutamato são classificados
como receptores NMDA e não NMDA. A
PCP (também conhecida como “pó de anjo”) e
a memantina (usada no tratamento da
doença de Alzheimer) ligam-se a receptores
NMDA.
Ácido gama-aminobutírico
O ácido gama-aminobutírico (GABA) é o
principal neurotransmissor inibitório presente
no encéfalo. É um aminoácido derivado do
ácido glutâmico, o qual é descarboxilado por
glutamato descarboxilase. Após interação com
o seu receptor, o GABA é recaptado
ativamente para o interior da terminação
nervosa e metabolizado. A glicina, com ação
similar ao GABA, ocorre principalmente nos
interneurônios (células de Renshaw) da medula
espinal e nos circuitos que relaxam os
músculos agonistas.
Os receptores de GABA são classificados
como GABAA (ativam canais de cloro) e
GABAB (potencializam a formação de
AMPc). Os receptores GABA-A são o local
APG 1 Manoela Fedrigo
de ação de vários fármacos neuroativos,
incluindo benzodiazepínicos, barbitúricos,
picrotoxina e muscimol. O álcool também se
liga aos receptores GABA-A. Os receptores
GABA-B são ativados pelo baclofeno,
utilizado para tratar espasmos musculares.
Serotonina
A serotonina (5-hidroxitriptamina, ou 5-HT)
é produzida pelos núcleos da rafe e neurônios
da linha mediana da ponte e da parte
superior do tronco encefálico. O triptofano é
hidroxilado pelo triptofano hidroxilase em
5-hidroxitriptofano e este, em seguida, é
descarboxilado em serotonina. Os níveis de
serotonina são controlados pela captação de
triptofano e pela MAO intraneuronal que
degrada a serotonina. Finalmente, a serotonina
é excretada na urina como ácido
5-hidroxi-indolacético, ou 5-HIAA.
Receptores serotoninérgicos (5-HT, com pelo
menos 15 subtipos) são classificados como
5-HT1 (com 4 subtipos), 5-HT2 e 5-HT3.
Os agonistas seletivos do receptor de
serotonina (p. ex., sumatriptana) podem cessar
a enxaquecas.
Acetilcolina
A acetilcolina é o principal neurotransmissor
dos neurônios motores bulboespinais, fibras
pré-ganglionares autônomas, fibras
pós-ganglionares colinérgicas (parassimpáticas)
e muitos outros neurônios do sistema nervoso
central (p. ex., nos gânglios da base e no
córtex motor). É sintetizada a partir da
colina e da acetilcoenzima A pela colina
acetiltransferase e sua ação encerra-se
rapidamente por hidrólise local em colina e
acetato pela acetilcolinesterase. Os níveis de
acetilcolina são regulados pela colina
acetiltransferase e pela captação de colina. Os
níveis desse neurotransmissor são mais baixos
em pacientes com doença de Alzheimer.
Os receptores colinérgicos são classificados
como nicotínicos N1 (na medula suprarrenal e
nos gânglios autônomos) ou N2 (nos músculos
esqueléticos) e muscarínicos M1 a M5
(amplamente distribuídos pelo sistema nervoso
APG 1 Manoela Fedrigo
central). O receptor M1 está presente no
sistema nervoso autônomo, corpo estriado,
córtex cerebral e hipocampo; o receptor M2
no sistema nervoso autônomo, coração,
musculatura lisa do intestino, ponte, bulbo e
cerebelo.
Dopamina
A dopamina interage com alguns receptores
em algumas fibras nervosas periféricas e
muitos neurônios centrais (p. ex., na substância
negra, mesencéfalo, área tegmentar ventral e
hipotálamo). O aminoácido tirosina é captado
por neurônios dopaminérgicos e convertido pela
tirosina hidroxilase em
3,4-dihidroxifenilalanina (dopa), que é
descarboxilada por l-aminoácido aromático
descarboxilase em dopamina. Após a liberação
e a interação com os receptores, a dopamina
é bombeada ativamente (recaptada) de volta à
terminação nervosa. A tirosina hidroxilase e a
MAO (que decompõem a dopamina) regulam
os níveis de dopamina nas terminações
nervosas.
Os receptores dopaminérgicos são classificados
como D1 a D5. Os receptoresD3 e D4
atuam no controle do pensamento (limitando
os sintomas negativos da esquizofrenia); a
ativação do receptor D2 controla o sistema
extrapiramidal. Entretanto, a afinidade do
receptor não prediz a resposta funcional
(atividade intrínseca). Por exemplo, o ropinirol,
que tem alta afinidade com o receptor D3,
tem atividade intrínseca por meio da ativação
dos receptores D2.
Noradrenalina
A noradrenalina é o neurotransmissor
presente na maioria das fibras simpáticas
pós-ganglionares e em muitos neurônios
centrais (p. ex., no lócus cerúleo e no
hipotálamo). O precursor tirosina é convertido
em dopamina, que é hidroxilada pela
dopamina beta-hidroxilase em noradrenalina.
Após liberação e interação com receptores,
uma parte da noradrenalina é degradada
pela COMT e o restante é recapturado pela
terminação nervosa, onde é degradada pela
MAO. A tirosina hidroxilase, a dopamina
APG 1 Manoela Fedrigo
beta-hidroxilase e a MAO regulam os níveis
intraneuronais de noradrenalina.
Os receptores adrenérgicos são classificados
como alfa1 (pós-sinápticos no sistema
simpático), alfa2 (pré-sinápticos no sistema
simpático e pós-sinápticos no encéfalo), beta1
(no coração) e beta2 (em outras estruturas
inervadas pelo sistema simpático).
Endorfinas e encefalinas
Endorfinas e encefalinas são opioides.
As endorfinas são polipeptídeos que ativam
muitos neurônios centrais (p. ex., no
hipotálamo, nas tonsilas, no tálamo e no
lócus cerúleo). O corpo celular contém um
polipeptídeo extenso denominado
pró-opiomelanocortina, o precursor de alfa,
beta e gama-endorfinas. A
pró-opiomelanocortina é transportada
distalmente pelo axônio e clivada em
fragmentos; uma é a beta-endorfina, presente
em neurônios que se projetam para a
substância cinzenta central (periaquedutal) do
mesencéfalo, estruturas límbicas e principais
neurônios catecolaminérgicos do encéfalo. Após
liberação e interação com receptores, a
beta-endorfina é hidrolisada por peptidases.
Encefalinas incluem a meta-encefalina e a
leu-encefalina, que são pequenos peptídeos
presentes em muitos neurônios centrais (p. ex.,
no globo pálido, tálamo, núcleo caudado e na
substância cinzenta central). A proencefalina,
seu precursor, é formada no corpo celular e,
em seguida, é clivada por peptidases específicas
em peptídeos ativos. Essas substâncias também
estão presentes na medula espinal, onde
atuam como neuromoduladores dos sinais de
dor. Os neurotransmissores desses sinais, no
corno posterior da medula espinal, são o
glutamato e a substância P. As encefalinas
diminuem a quantidade dos neurotransmissores
liberados e hiperpolariza (tornam mais
negativa) a membrana pós-sináptica,
reduzindo a geração dos potenciais de ação e
percepção de dor no giro pós-central. Após
liberação e interação com receptores peptídicos,
as encefalinas são hidrolisadas em peptídeos
APG 1 Manoela Fedrigo
menores inactivos e aminoácidos. A inativação
rápida impede que essas substâncias sejam
clinicamente úteis. Por outro lado, moléculas
mais estáveis (p. ex., morfina) são usadas
como analgésicos.
Os receptores de endorfina-encefalina
(opióides) são classificados como mu-1 e mu-2
(afetam a integração sensorimotora e a
analgesia), delta-1 e delta-2 (afetam a
integração motora, a função cognitiva e a
analgesia) e kappa-1, kappa-2 e kappa-3
0(afetam a regulação do balanço hídrico, a
analgesia e a ingestão de alimentos). Os
receptores sigma são atualmente classificados
como não opioides e a maioria localiza-se no
hipocampo, ligando-se à PCP. Novos dados
sugerem a presença de uma quantidade muito
maior de subtipos de receptores, com
implicações farmacológicas. Os componentes do
precursor molecular da proteína receptora
podem ser rearranjados durante a síntese do
receptor para produzir diversas variantes do
receptor (p. ex., 27 variantes de splicing do
receptor opioide mu). Além disso, 2 receptores
podem combinar-se (dimerizar-se) para
formar um novo receptor.
Outros neurotransmissores
As dinorfinas são um grupo de 7 peptídeos
com sequências similares de aminoácidos. São
opioides, como as encefalinas.
O peptídeo substância P está presente em
neurônios centrais (habênula, substância negra,
gânglios da base, bulbo e hipotálamo) e
apresenta-se em alta concentração nos
gânglios sensoriais dos nervos espinais. Sua
liberação é disparada por estímulos dolorosos
intensos. Modula a resposta neural à dor e
ao humor; modula náuseas e vômito pela
ativação dos receptores NK1A localizados no
tronco encefálico.
O óxido nítrico é um gás lábil mediador de
muitos processos neuronais. É produzido a
partir da arginina pela óxido nítrico sintase.
Os neurotransmissores que aumentam o cálcio
intracelular (p. ex., substância P, glutamato,
acetilcolina) estimulam a síntese de óxido
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nítrico em neurônios que expressam a óxido
nítrico sintetase. O óxido nítrico pode ser um
mensageiro intracelular; pode difundir-se para
fora de um neurônio, entrar em um 2º
neurônio e produzir respostas fisiológicas, p.
ex., potencialização a longo prazo
(fortalecendo certas respostas pré-sinápticas e
pós-sinápticas — uma forma de aprendizado),
ou intensificar a neurotoxicidade mediada por
receptor de glutamato NMDA (p. ex., na
doença de Parkinson, acidente vascular
encefálico ou doença de Alzheimer).
Substâncias com funções não tão bem
estabelecidas em neurotransmissão incluem
histamina, vasopressina, peptídeo intestinal
vasoativo, carnosina, bradicinina,
colecistocinina, bombesina, somatostatina, fator
liberador de corticotropina, neurotensina e,
possivelmente, adenosina.
Endocanabinoides são neurotransmissores
endógenos à base de lipídios que modulam as
funções encefálicas, endócrinas e do sistema
imunitário.

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