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ENVELHECIMENTO: AVALIAÇÃO FUNCIONAL Luciana de Carvalho Pádua Cardoso Fisioterapeuta Bolsista - Capes Mestranda em Saúde Coletiva Esp. Traumato-ortopedia Esp. Terapia Intensiva AVALIAÇÃO GERIÁTRICA GLOBAL • Sempre multidimensional, frequentemente interdisciplinar • Objetivo: determinar as deficiências, incapacidades e desvantagens apresentadas pelo idoso, buscando o planejamento do cuidado e o acompanhamento a longo-prazo. • Difere do exame clínico padrão por enfatizar a avaliação da capacidade funcional e da qualidade de vida e por basear-se em escalas e testes quantitativos. BENEFÍCIOS • NÍVEL INDIVIDUAL a. Complementa o exame clínico tradicional e melhora a precisão diagnóstica; b. Determina o grau e a extensão da incapacidade (motora, mental, psíquica); c. Identifica risco de declínio funcional; d. Permite uma avaliação de riscos e possibilidades no estado nutricional; e. Serve de guia para a escolha de medidas que visam restaurar e preservar a saúde (farmacoterapia, fisioterapia, terapia ocupacional, psicoterapia); f. Identifica fatores que predispõem à iatrogenia e permite estabelecer medidas para sua prevenção; g. Estabelece parâmetros para o acompanhamento do paciente; h. Serve de orientação para mudanças e adaptações no ambiente em que o paciente vive, no sentido de reduzir as desvantagens e preservar sua independência. (Ex: instalação de barras de apoio nos banheiros, elevação dos assentos dos vasos sanitários, aumento da iluminação, troca de degraus por rampas); i. Estabelece critérios para a indicação de internação hospitalar ou em instituição de longa permanência (asilo) BENEFÍCIOS • NÍVEL POPULACIONAL a. Serve como uma medida precisa em estudos clínicos onde se avalia a capacidade funcional e a qualidade de vida; b. Identifica populações de risco; c. Permite um investimento em saúde, qualidade de vida e bem-estar; d. Serve para planejamento de ações e políticas de saúde. QUESTÕES NORTEADORAS • Mudanças no estado funcional no último ano • Alterações de peso não intencionais • Fadiga • Mal estar inespecífico • Quedas • Transtornos de sono • Alterações cardiovasculares • Alterações miccionais ou intestinais • Presença de incontinência • Afecções musculoesqueléticas • Dor • Disfunções sexuais TÓPICOS • Alimentação e nutrição • Acuidade Visual • Acuidade Auditiva • Incontinência Urinária • Sexualidade • Vacinação • Mobilidade • Quedas • Avaliação Cognitiva • Depressão • Avaliação Funcional ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO • Antropometria e Índice de Massa Corporal (IMC) • Considerar alterações fisiológicas nos idosos: 1) declínio da altura; 2) perda de peso (homem); 3) alterações ósseas [osteoporose]; 4) mudança na quantidade e distribuição do tecido adiposo subcutâneo; 5) redução da massa muscular. ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO ACUIDADE VISUAL • Redução AV no idoso • 90% usam lentes corretivas – Pergunte se há dificuldade ao ler, assistir televisão, dirigir ou para executar qualquer outra atividade da vida cotidiana • Em caso positivo, avaliar com o uso do Cartão de Jaeger ACUIDADE AUDITIVA • 1/3 referem algum grau de declínio • PRESBIACUSIA causa mais comum perda progressiva da capacidade de diferencias sons de alta frequência • Questionar ao idoso: 1) Compreende a fala em situações declínio sociais? 2) Consegue entender o que ouve no rádio ou televisão? 3) Tem necessidade que as pessoas repitam o que lhe é falado? 4) Sente zumbido ou algum tipo de capacidade de diferenciar os barulho no ouvido ou cabeça? 5) Fala alto demais? 6) Evita conversar? 7) Prefere ficar só? INCONTINÊNCIA URINÁRIA • 30% idosos não institucionalizados • Nem sempre a referem na avaliação clínica ou por vergonha ou por acharem ser isso normal no processo de envelhecimento. • Muitas das causas são reversíveis - delírio, restrição de mobilidade, retenção urinária, infecção e efeito medicamentoso - e devem ser investigadas. • Perguntar diretamente – Se a resposta for afirmativa, investigue possíveis causas - Medida de Independência Funcional (MIF) SEXUALIDADE • Problemas na capacidade de desfrutar prazer nas relações sexuais não devem ser considerados como parte normal do envelhecimento. • Alguns problemas comuns também podem afetar o desempenho sexual: artrites, diabetes, fadiga, medo de infarto, efeitos colaterais de fármacos e álcool. • 74% dos homens e 56% das mulheres casadas mantêm vida sexual ativa após os 60 anos. • Investigar DSTs/AIDS VACINAÇÃO MOBILIDADE • Grande propensão à instabilidade postural e à alteração da marcha aumenta o risco de quedas. • Podem ocorrer por disfunções motoras, de sensopercepção, equilíbrio ou déficit cognitivo. • A Escala de Tinneti, que no Brasil é conhecida como POMA-Brasil,mostra-se útil para o desenvolvimento dessa avaliação Pontuação menor que 19 indica risco 5 vezes maior de quedas AVALIAÇÃO DE TINNETI - EQUILÍBRIO AVALIAÇÃO DE TINNETI - MARCHA QUEDAS • Associadas à elevados índices de morbimortalidade, redução da capacidade funcional e institucionalização precoce. • Questionar a ocorrência e frequência de quedas, registrando na Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa. • A maioria das quedas acidentais ocorre dentro de casa ou em seus arredores, geralmente durante o desempenho de atividades cotidianas como caminhar, mudar de posição, ir ao banheiro. • Cerca de 10% das quedas ocorrem em escadas sendo que descê-las apresenta maior risco que subi-las. AVALIAÇÃO DAS QUEDAS VISA... a) Identificar a causa que levou a queda e tratá-la. b) Reconhecer fatores de risco para prevenir futuros eventos, implementando intervenções adequadas. c) Devem ser levantados dados relacionados: • Ao contexto e mecanismo das quedas. • Às condições clínicas da pessoa idosa, considerando as doenças crônicas e agudas presentes. • A medicação em uso (prescritas ou automedicadas). QUEDAS – PRINCIPAIS CAUSAS • Relacionadas ao ambiente. • Fraqueza/distúrbios de equilíbrio e marcha. • Tontura/vertigem. • Alteração postural/hipotensão ortostática. • Lesão no SNC. • Síncope. • Redução da visão. QUEDAS QUEDAS QUEDAS AVALIAÇÃO COGNITIVA • Auxilia na identificação das principais alterações na saúde mental • Primeira avaliação: solicitar que repita o nome dos objetos: Mesa, Maçã e Dinheiro. Após 3 minutos, pedir que os fale novamente. Se for incapaz de repeti-los, há necessidade de uma investigação mais aprofundada. • Métodos utilizados: 1) Mini Exame do Estado Mental (MEEM) 2) Desenho do Relógio 3) Teste de Fluência Verbal por Categorias Semântica 4) QPAF – Questionário Pfeffer de Avaliação Funcional DEPRESSÃO • No Brasil, prevalência varia de 4,7% a 36,8%; mulheres 2 vezes maior • A depressão é a doença psiquiátrica mais comum que leva ao suicídio e os idosos formam o grupo etário, que com mais freqüência, se suicida. QUADROS DEPRESSIVOS • Antecedentes depressivos prévios • Doença incapacitante, sobretudo se há deterioração funcional implicando numa mudança brusca e rápida. • Doença dolorosa (neoplasia, doença osteoarticular deformante). • Abandono e/ou maus tratos. • Etilismo. • Distúrbios do sono. • Institucionalização. • Morte de cônjuge, familiar ou amigo próximo. • Uso de medicamentos como os benzodiazepínicos, betabloqueadores, metildopa, reserpina, clonidina, cinarizina, flunarizina, digoxina e esteróides. AVALIAÇÃO FUNCIONAL MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO FUNCIONAL • ÍNDICE DE KATZ e BARTHEL– avalia capacidades para AVDs • ESCALA DE LAWTON - avalia capacidades para AVIDs • TIMED UP ANDGO TEST – nível de equilíbrio e risco de quedas. • MIF – medida de independência funcional TIME UP TO GO TEST
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