Buscar

Aulas direito penal II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL II
Bibliografia 
Luis regis prado
Guilherme de Souza nucci
Cezar roberto bitencourt (melhor de todos)
Rogerio greco
Juarez cirino dos santos
Manual de direito penal – eugenio zafaroni (mais avançado)
AULA
TEORIA GERAL DO CRIME/DELITO
Serve para apontar se uma conduta é ou não crime.
INTRODUÇÃO
Nosso direito penal pode ser visualizado como direito penal moderno. É um ramo do direito moderno, que por sua vez é um ordenamento jurídico delimitado dentro do Estado Moderno (paradigma da modernidade), que se contrapôs ao modelo anterior (direito penal medieval, incluído dentro do estado medieval). Esta ruptura ganha força lá por 1750.
Direito penal medieval: modelo absolutista. Exercício de um poder absoluto. Os soberanos exerciam sobre o estado e sobre o povo do estado um poder absoluto. Poder ilimitado. Ex. propriedade seria um direito concedido pelo soberano. O casamento deveria ser autorizado pelo soberano. As decisões judiciais e administrativas estavam sujeitas à revisão pelo soberano. Poder ilimitado se fundamenta metafisicamente (o que vai além do físico), via de regra divina. Deus teria passado ao soberano a atribuição de “gerenciar” o estado. Soberano seria um representante de Deus. Poder do soberano é um reflexo do poder ilimitado de Deus. Vinculo entre Estado <> Instituição religiosa. Chega a se unificar em alguns lugares – consequências: direito e religião se confundem, se aproximam. As normas religiosas tornam modelo pras normas jurídicas. Ex. no Brasil, até final do século XX, os princípios do casamento civil eram os do casamento católico. Confusão entre crime <> pecado. Estado cria crimes, pois estas condutas são pecados. Ser pecado justificava o fato de uma conduta ser crime. 
Transição: Esse modelo entra em crise principalmente por dois fatores: FATOR ECONÔMICO: surgimento da classe burguesa, que patrocina a quebra do poder medieval para assumir o poder; FATOR CIENCIA: física e biologia. Antes, as respostas eram buscadas na religião. Nesse novo modelo (moderno), o homem passa a buscar e construir suas próprias respostas. Primeiros passos da independência do homem em relação à Deus > 1. PROCESSO DE SECULARIZAÇÃO: afasta o Estado das normas morais e religiosas. Neste prisma, a aproximação entre pecado e crime deixa de existir. Com isso, ser pecado não poderia mais ser justificativa para incriminar alguém. Novo fundamento (jurídico) pra ser criado. Surge o crime-lesão no lugar do crime-pecado; é crime porque lesa o direito, mais tarde se diz que lesa um bem jurídico. Principio da LESIVIDADE (NÃO existe crime se não houver lesão ao bem jurídico). Necessidade de releitura dos crimes. Talvez alguns crimes que anteriormente eram assim classificados passam a não ser mais. O sujeito não poderia mais ser punido por sua consciência, por pensar, por imaginar, por ter ideias. Logo, o fato de ser pedofilo, homofóbico não pode ser entendido como crime, pois não lesa ninguém. Se houver um ato, aí sim lesa um bem e deve ser encarado como crime. Assim, a fundamentação metafisica se dilui e a prerrogativa do soberano para ter o poder absoluto também se dilui. Neste novo paradigma, todo o poder passa a emanar do povo, e não do soberano (ou Deus). 2. CONTRATUALISMO: nesta transição, em um primeiro momento do estado liberal, não existia estado. Em um lugar de liberdade total, a segurança é nula. Por isso, os próprios cidadãos passam a criar regras, acordos. Assim, a liberdade diminui, mas a segurança aumenta. O excesso de regras chama a necessidade de uma estrutura pra funcionalizar estes acordos. Essa estrutura é o Estado. A forma de o povo expressar as normas é pela lei. 3. PRINCIPIO DA LEGALIDADE. Estado de direito.
Direito penal moderno: respeito ao principio da legalidade e da lesividade. Poder do Estado limitado. O direito é o limite do poder. Direito entende-se como expressão do povo. Direito penal limita o poder. 
LIGACAO COM A TEORIA GERAL DO DELITO: Conjunto de requisitos a ser observados para que alguém seja punido. Se o estado quiser punir alguém, só pode fazer isso se a conduta for típica, antijurídica e culpável. Isso limita o poder do Estado. O sujeito não depende do julgador. Se ele fez algo não considerado como crime, não pode ser condenado. Gera segurança. Neste sentido, o Direito penal. teoria geral do delito é feita pra proteger o acusado.
Conceito analítico de crime
Visa identificar quais são as características ou elementos que estão presentes em todo e qualquer crime, considerando que todo crime possui certas características. 
Crime é uma conduta humana típica, antijurídica e culpável. 
TIPO PENAL
Deve-se diferenciar de tipicidade.
Conceitos de tipo penal:
Zafaroni: tipo penal é um instrumento legal (algo que existe somente nas leis, faz parte da lei – não existe tipo penal em nenhum outro lugar) logicamente necessário e de natureza predominantemente descritiva (descreve/narra uma conduta – ex. matar alguém, pra dizer que esta conduta interessa ao direito penal) que tem por função a individualização de condutas humanas penalmente relevantes. 
Bitencourt: tipo penal é o conjunto de elementos (dividido em vários elementos) do fato punível descritos na lei penal. No caso do homicídio, incide no ato de matar cujo alvo deve ser alguém, ou uma pessoa. Tem também o dolo como elemento implícito. Logo, homicídio seria matar alguém dolosamente. 
TIPO PENAL é composto por duas partes. 1. PRECEITO PRIMÁRIO > Descrição da conduta e 2. PRECEITO SECUNDÁRIO > sansão. 
Ex. art.121 – matar alguém – pena reclusão de 6 a 20 anos – PREVISTO NO CP. HÁ DESCRIÇÃO DE UMA CONDUTA. SIGNIFICA QUE ESSA CONDUTA INTERESSA AO DIREITO. 
FUNÇÕES DO TIPO PENAL
Exerce dentro do direito penal três funções:
FUNÇÃO DE GARANTIA: relaciona-se a ideia de segurança jurídica do cidadão. Quer dizer que qualquer pessoa pode a qualquer momento saber quais condutas são típicas (e potencialmente criminosas). Liga-se ao principio da legalidade.
FUNÇÃO DE PROTEÇÃO DO TIPO PENAL: todo tipo penal tem por função proteger um bem jurídico. Legislador identifica na sociedade um bem juridico que deve ser protegido, cria uma norma e converte esta norma em um tipo penal. Bem juridico > Regra > tipo penal
FUNÇÃO INDICIÁRIA: a tipicidade de uma conduta é indício da sua ilicitude. Tipo penal é um indicio da antijuridicidade da conduta.
ELEMENTOS DO TIPO PENAL
ELEMENTOS OBJETIVO-DESCRITIVOS: são aqueles cuja percepção no caso concreto é realizada através da utilização dos sentidos humanos. Todo elemento que fizer referencia a algo que consiga perceber pela utilização dos sentidos é um elemento objetivo-descritivo. Ex. matar alguém. como se percebe se a conduta concreta foi a de matar alguém? presenciar o homicídio, ver um corpo morto. Perito ao chegar ao local utiliza dos sentidos – sente cheiro, vê o corpo morto, o sangue, percebe a temperatura do corpo. Faz uma descrição destes sinais. Logo, percebe que se matou alguém pelos sentidos.
ELEMENTOS NORMATIVOS: são aqueles que para cuja percepção é insuficiente a percepção sensorial, sendo necessária a realização de uma atividade valorativa de natureza jurídica ou cultural. Ex. furto – subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel – para entender o que seria “alheio” recorre-se aos aspectos jurídicos para se entender sobre posse/propriedade e então definir o “alheio”. Ex. praticar ato obsceno – a cultura vai dizer o que é obsceno – valorado por elementos culturais.
ELEMENTOS SUBJETIVOS: dizem respeito a tudo aquilo que se passava na cabeça do sujeito no momento da prática da conduta. Motivos e intenções. Ex. no furto, deve ter a intenção de ficar com o bem furtado. De maneira geral, as intenções e os motivos estão demonstrados na lei.
TIPICIDADE
Conceito: é a adequação de um fato cometido à descrição que dele se faz na lei penal. É uma relação entre duas coisas, entre a conduta humana e o tipo penal. Quando há a correspondência/materialização/adequação da conduta em relação ao que estava previsto no tipo penal. Quando há esta correspondência,temos a conduta típica. 
Acontece de duas formas distintas:
TIPICIDADE DIRETA OU IMEDIATA: ocorre quando a conduta se adequa de forma perfeita ao tipo penal realizando todos os seus elementos. 
TIPICIDADE INDIRETA OU MEDIATA: ocorre quando a conduta não se adequa de forma perfeita ao tipo penal, sendo necessário o recurso a uma norma de extensão para que esta adequação seja possível. 
Norma de extensão amplia o tipo penal para que possa se ligar a um maior numero de condutas, por isso a ligação indireta ao tipo penal.
Tentativa: toda tentativa é uma adequação típica indireta. Art.14 §único CP
Participação: art.29 CP
Omissão imprópria: art.13 §2º
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS PENAIS
BÁSICO X DERIVADOS
TIPOS BÁSICOS: legislador deseja incriminar uma conduta que ainda não é crime. Imagina quais são as condutas que ele quer incriminar, proibir ou obrigar. Cria-se tipo penal que corresponda a essas condutas para quando existir a conduta. Não pode ser nem vago demais nem especifico demais. Tipo penal que legislador cria para incriminar a conduta e se vale da descrição mais simples possível, para que em um tipo penal abranja varias condutas. Tipo básico é a forma mais simples pela qual o legislador descreve uma conduta incriminada pelo direito penal. ex. para incriminar o homicídio, cria-se o tipo penal “matar alguém”. Dá o mesmo tratamento juridico para todos os casos de matar alguém. Todo mundo que mata alguém vai ter o mesmo tratamento juridico. Vai variar entre o mínimo e o máximo da pena. 
Todo crime tem elementares e circunstancias do crime. 
Elementar do crime é tudo aquilo que necessariamente deve estar presente no caso concreto para que uma conduta se adeque a um tipo penal. elementares servem pra definir o crime. No homicídio, as elementares são “matar” e “alguém”. O resto é circunstancia (detalhes do crime) dele. As circunstancias servem pra graduar a pena.
TIPOS DERIVADOS: alguns crimes devem receber tratamento diferenciado, de forma mais severa ou branda. A forma mais correta é criar um novo tipo penal. Se dá pela criação de um tipo derivado. A partir do tipo básico cria um novo tipo penal. Repete todas as elementares e adiciona novas elementares. Ex. matar alguém... com emprego de meio cruel. Pode ser duas espécies distintas:
TIPO QUALIFICADO: Se o tipo derivado for mais grave/reprovável que o básico, chamamos de tipo qualificado.
TIPO PRIVILEGIADO: se o tipo derivado for menos reprovável que o básico, chamamos de tipo privilegiado. Art.242 CP
Na presença de um tipo básico e derivado, temos um conflito aparente de normas. Norma especial derroga norma geral. No caso de um homicídio e de um homicídio com emprego de meio cruel, a pessoa se enquadraria nos dois tipos. Neste caso, vale o homicídio com emprego de meio cruel (e a pena é mais alta).
SIMPLES X MISTOS
TIPOS SIMPLES: aquele que possui um único núcleo. Todo tipo penal tem no mínimo 1 núcleo. A palavra que representa a ação típica (verbo) chama-se de núcleo do tipo. Se simples, a única forma de se praticar o crime é praticando este núcleo, esta ação. 
TIPOS MISTOS: aqueles que possuem 2 ou mais núcleos. Ex. art.180 receptação. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar coisa que sabe que é produto de crime. Basta a prática de um núcleo pra ter o crime. Se ele praticar mais de um núcleo, às vezes é um crime pra todos os núcleos, outras é um crime por núcleo. São divididos em duas espécies
B.1 ALTERNATIVOS: mais comum. Se o sujeito pratica mais de um núcleo dentro do mesmo contexto fático a consequência disto é a existência de um único crime. Ex. art.33 tráfico. Uma única lesão ao bem juridico.
B.2 CUMULATIVOS: cada núcleo é autônomo aos outros e é como se fossem tipos penais distintos. São vários tipos dentro de um tipo. Uma lesão a bem juridico para cada núcleo. Ex. 208 CP são três núcleos e o sujeito pode responder por até 3 nucleos diferentes. 
ESTRUTURA DA TIPICIDADE
Adequação de uma conduta a um tipo penal.
Componentes da tipicidade
Na criação de um tipo deve-se decidir entre: Tipo ativo ou tipo omissivo/ tipo doloso ou tipo culposo.
Todos os tipos penais tem uma característica em comum. Há dois níveis distintos, duas camadas – legal e material.
TIPICIDADE ATIVA DOLOSA
todos os tipos ativos doloso tem sempre um elemento subjetivo pelo menos. O dolo.
TIPICIDADE LEGAL: relação entre a conduta e o tipo penal descrito na lei.
TIPICIDADE OBJETIVA: conjunto dos elementos objetivo-descritivos e elementos normativos do tipo penal.
ELEMENTO NÚCLEO: conduta deve corresponder ao núcleo, à ação do tipo. Pode acontecer de não corresponder exatamente à ação. Ex. tentativa de homicídio (núcleo pode não estar presente na adequação indireta)
ELEMENTOS ACIDENTAIS: contem outros elementos que complementam a ideia do núcleo/delimitar o alcance do núcleo/direcionar o núcleo. Os elementos com essa função são os acidentais. A conduta deve preencher estes elementos. Ex. infanticídio. 
RESULTADO NATURALÍSTICO: modificação do mundo exterior provocada pela conduta do agente. Está presente em apenas alguns tipos penais. Sempre que tiver um crime material, implica dizer que o resultado seja um dos requisitos para sua existência. Se não for material, retira-se este elemento. O resultado naturalístico é elemento necessário nos crimes materiais.
NEXO DE CAUSALIDADE (NEXO CAUSAL): relação de causa e efeito existente entre a conduta do agente e o resultado naturalístico produzido. Uma coisa causa a outra. Entre a conduta do agente e o resultado. Este nexo existe quando verifica-se que a conduta do agente é causa do resultado. Só existe nos crimes materiais. Quando existe o nexo? como faço pra saber se a conduta é a causa do resultado? Há duas teorias: nosso CP adota uma delas como regra geral e outra teoria para casos excepcionais.
REGRA GERAL: TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES (TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DAS CAUSAS OU TEORIA DA CONDITIO SINE QUA NON)
Causa do resultado é toda a ação ou omissão sem a qual este não teria ocorrido. Art.13 CP o resultado possui varias causas (toda e qualquer [..]). É produto de varias causas. Qual destas várias causas é a mais importante? Nenhuma ou todas. A forma pra descobrir as causas dos resultados é trazida pelo processo de eliminação hipotética de Thyren. Método pelo qual verifica-se se um determinado fato é ou não causa do resultado. Divide-se em três etapas:
Isolar o fato que se quer saber se é ou não causa do resultado.
Eliminar hipoteticamente a ocorrência deste fato.
Verificar se esta eliminação modifica o resultado. 
Se com a eliminação o resultado naturalístico se modificar, conclui-se que o fato isolado é causa do resultado. Se com a eliminação o resultado não se modificar, conclui-se que a conduta/fato isolado não foi causa do resultado. 
Exemplo
Pedro pega uma arma e atira no Mario. Victória sai correndo. Mário morre com o tiro. 
O tiro é causa da morte? A Victoria saindo correndo é causa da morte?
Isola-se o tiro. Finge-se que não houve o tiro. Sem o tiro, Mario não teria morrido. Logo, o tiro foi a causa da morte. NÃO TEM RELAÇÃO COM A AUTORIA.
Pedro pega uma arma e atira no Mario. Victoria tenta ajudar e prejudica a saúde e Mario vem a morrer mais rapidamente.
Neste caso, tanto o tiro quanto o atendimento errado são causas da morte. 
CAUSA > CAUSA > CAUSA > [...] > RESULTADO NATURALISTICO > CADEIA CAUSAL/CORRENTE CAUSAL 
A CAUSA DA CAUSA É A CAUSA DO RESULTADO. REGRESSAO AO INFINITO. SE FOR CAUSA, PODE SER CRIME.
TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA
Mais restrita que a da equivalência. Serve pra diminuir o numero de causa. Mais benéfica ao acusado. Esta prevista no art.13 §1º 
Há um resultado que se relaciona a duas causas. E as causas entre si não possuem relação logica. São causas relativamente independentes. São duas causas que se somam para produzir o resultado. Agem conjuntamente para atingir o resultado. Nenhuma das duas produziria sozinha. O resultado só aconteceu porque houve o cruzamento das duas.
Há também as causas absolutamenteindependentes: uma causa é absolutamente independente quando produz o resultado sem nenhuma contribuição de um outro fato específico. Quando a causa 1 produz o resultado independente de uma outra causa especifica. 
Interpretação da teoria da causalidade adequada: sempre que alguém pratica uma conduta é possível que esta pessoa ou qualquer outra pessoa que esteja observando preveja os possíveis resultados da conduta. Toda conduta possui resultados previsíveis. 
FIGURA EM ANEXO
Crimes que necessitam do resultado concreto para existirem são chamados de crimes materiais.
1.1.1.5 CRITÉRIOS DE IMPUTAÇÃO OBJETIVA: 
Esse resultado pode ser imputado a quem? Dentre as várias causas, quais tem responsabilidade pelo resultado? Quais critérios utilizados para imputar alguém?
TEORIA DE CLAUS ROXIN
Toda teoria da imputação esta fundada na ideia de risco. Vivemos em uma sociedade tecnologicamente avançada, todos nos praticamos condutas que criam riscos às outras pessoas. Uma das funções do direito é de controlar/conter estes riscos para manter os riscos no menor nível possível, pois protege os bens jurídicos. Roxin entende que é impossível acabar com estes riscos, por isso defende um nível aceitável. Para ele há o risco permitido, que está dentro do nível aceito e risco proibido, aquele que esta acima do nível aceito. Ex. trânsito. Mesmo cumprindo as regras, os riscos ainda existem. A forma de atribuir imputação a alguém a partir desta noção de risco permitido e proibido. Três critérios de imputação objetiva: requisitos para que eu possa atribuir o resultado a alguém. 
CRIAÇÃO DE RISCO PROIBIDO: para que uma conduta seja típica é necessário que esta conduta crie um risco proibido. Quando o sujeito cria um risco, quando anteriormente não havia um risco. Quando o sujeito majora um risco, pois já existia o risco. Pro Roxin, o tratamento para ambos os casos é igual. Só existe tipicidade nestes casos. Propõe onde não há tipicidade:
DIMINUIÇÃO DO RISCO: se a conduta diminui o risco, ainda que exista o resultado, este sujeito da ação não pode ser responsabilizado. Ex. sujeito entra no hospital com a glote fechando por um problema respiratório em função de uma alergia. Medico propõe uma medida que piora o quadro, mas considerando que a chance do paciente não ser alérgico era grande, e por azar o paciente era alérgico, a chance de dar certo era mais alta, logo, a chance de diminuir o risco de morte era maior. Aqui não existe criação de risco.
MANUTENÇÃO DO RISCO/SUBSTITUIÇÃO DO RISCO POR OUTRO RISCO EQUIVALENTE: sujeito pratica uma conduta e o risco mantem de nível. Aqui não existe criação de risco.
CRIAÇÃO DE RISCO PERMITIDO: direito reconhece que algumas condutas que criam riscos são indispensáveis à vida. Direito pega algumas condutas arriscadas, regulamenta e limita a ação por algumas regras, mesmo havendo riscos. Dentro da regulamentação, o risco é permitido.
CRIAÇÃO DE RISCO IRRELEVANTE: aquele risco absolutamente improvável e incontrolável pelo sujeito.
REALIZAÇÃO DO RISCO NO RESULTADO: a conduta só será típica se o risco por ela criado se concretizar na forma de um resultado. 1. Conduta que cria um risco --------- > 2. Risco se realizar na forma de um resultado. Este resultado não é necessariamente um risco visível. Pode ser um dano ou um perigo de dano ao bem jurídico. ex. mesmo que uma pessoa erre um tiro contra uma pessoa. O perigo, para o Roxin, é resultado também. Desdobramentos que NÃO são realização do risco:
RISCO NÃO SE REALIZA: quando a conduta cria risco, cria alguma ou algumas coisas. O risco é sempre definido. Ex. o risco pode ser A, B ou C e o resultado é F. quando não corresponde, o autor não pode responder bela conduta. O resultado devia estar incluído no risco. O autor deve ter criado o risco para tal resultado.
RISCO NÃO DECORRE DIRETAMENTE DO RISCO CRIADO: risco e resultado são iguais, mas o resultado não decorre do risco. Resultado é independente do risco criado. 
Quando há o risco, e este risco se concretiza no resultado, pergunta-se se este resultado decorre do risco ou se este resultado é independente do risco. Se decorrer diretamente, é responsabilizado. Quando o resultado é independente, mesmo tendo criado o risco, o autor não é responsabilizado.
RESULTADO NÃO ESTÁ COBERTO PELO FIM DA PROTEÇÃO DA NORMA: sempre que existe uma norma que obriga ou proíbe um sujeito a fazer algo há algum motivo, que é evitar alguns resultados. Se a norma existe para evitar alguns resultados, o sujeito que viola essa norma será punido se o que acontecer for estes resultados a ser evitados pela norma. Se esta fora da norma, o resultado não pode ser atribuído a conduta.
Pressuposto. Sou titular dos meus bens jurídicos. E posso dispor deles. Assim sendo, posso autorizar que outras pessoas o façam. Torna licita qualquer conduta que tenha o consentimento da vítima. Não vale no Brasil este critério. 
TIPICIDADE SUBJETIVA: 
Conjunto dos elementos subjetivos do tipo penal. 
ELEMENTOS DA TIPICIDADE SUBJETIVA:
DOLO
TEORIAS SOBRE O DOLO: O QUE É O DOLO: QUANDO UMA CONDUTA É DOLOSA?
TEORIA DA VONTADE
Existe dolo quando o agente possui vontade de praticar o crime. Associa o dolo a vontade, mas reconhece que toda a vontade esta ligada necessariamente a uma consciência. Existe enquanto estiver ligada a uma consciência ou a um conhecimento. Pressupõe um conhecer. Consciência do dolo é a consciência acerca da presença dos elementos objetivos do tipo penal no caso concreto. 
Ex. sujeito pega a arma e da um tiro em outra pessoa. Há dolo neste caso? antes de saber se tinha a vontade, deve saber se tinha consciência. O sujeito sabia que aquele ato é aquilo que ele fez? O sujeito sabia que o que ele fazia era matar? Não se refere a saber se sabia qual era o tipo penal. Deve ter consciência que a conduta era uma conduta de matar, de matar alguém. Se tiver essa consciência, daí pode-se falar em vontade. 
Dolo é composto por dois elementos:
ELEMENTO COGNITIVO: de conhecimento
ELEMENTO VOLITIVO: de vontade
Dentro desta teoria da vontade, pode-se dizer que o dolo é sempre consciência e vontade.
Para descobrir o dolo de um tipo penal, deve-se identificar os elementos do tipo e classificar os elementos. São objetivos ou subjetivos. Ex. matar alguém. matar e alguém são elementos objetivos. Depois, os elementos objetivos são transportados para o dolo. O dolo nesse tipo penal é consciência e vontade de matar alguém. 
Nem sempre todos os elementos objetivos são transportados. Ex. subtrair (objetivo) para si ou para outrem (subjetivo) coisa (objetivo) alheia (normativo – tratado como subjetivo) móvel (objetivo). Dolo de furto é consciência e vontade de subtrair coisa alheia móvel. 
PRA IDENTIFICAR O DOLO, INCIDE SOBRE OS ELEMENTOS OBJETIVOS.
PARA A TEORIA DA VONTADE, DOLO É CONSCIÊNCIA E VONTADE DE PRATICAR OS ELEMENTOS OBJETIVOS DO CRIME.
Essa teoria é incompatível com o dolo eventual, que é quando o sujeito não quer a produção do resultado, mas aceita a possibilidade do resultado. Neste caso, não há vontade. Aceitar e querer são coisas distintas. 
PARA OS CASOS DE DOLO EVENTUAL:
TEORIA DA REPRESENTAÇÃO
Existe dolo sempre que o sujeito representa (prevê) a possibilidade do resultado. No momento a praticar a conduta, ele considera e prevê a possibilidade de acontecer algo. Se eu pratico a conduta, e eu penso na possibilidade, caso acontece o resultado, há o dolo. TEORIA POUCO UTILIZADA. 
Ex. sujeito dirige o carro e o sinal esta fechado. Sujeito decide furar o sinal. Considera a possibilidade do resultado. Há a batida. Há o dolo.
Representar significa prever. 
TEORIA DO CONSENTIMENTO
Existe dolo sempre que o agente representa e consente com a possibilidade do resultado. Existe dolo quando estiver presente a representação (previsão) e o consentimento. Consentimento significa aceitar a possibilidade do resultado com indiferença e permanecer com seu plano inicial. Se o sujeito rejeita a possibilidade, não há dolo eventual. Isso se da quando o sujeito se sente realmente capaz de evitar o resultado.Neste caso, se acontecer o resultado, não é dolo, é culpa.
Dolo direto > teoria da vontade
Dolo eventual > teoria do consentimento
ESPECIES DE DOLO
DOLO DIRETO DE PRIMEIRO GRAU: aquele pelo qual o agente quer diretamente a produção de um resultado. Dolo no qual o sujeito que diretamente a produção do resultado. A finalidade é algo desejado de forma direta pelo sujeito. Dolo se relaciona à finalidade da conduta do sujeita e em relação ao meio escolhido. A partir da escolha do meio, o meio e a finalidade se unem e tornam-se inseparáveis. É o dolo mais intenso. Elemento cognitivo é a consciência e o volitivo é a vontade. TEORIA DA VONTADE
DOLO DIRETO DE SEGUNDO GRAU: dolo pelo qual o agente quer o resultado apenas de forma indireta, já que este aparece como uma consequência necessária do meio escolhido. Este dolo se relaciona com as consequências necessárias do meio escolhido. Em relação às consequências, há o dolo direto de segundo grau. Elemento cognitivo é a consciência e o volitivo é a vontade. TEORIA DA VONTADE
DOLO EVENTUAL: é aquele pelo qual o agente consente com a possibilidade do resultado que aparece como uma consequência eventual do meio escolhido. Não há consequência certa. Consequência que talvez aconteça. (TEORIA DO CONSENTIMENTO). Elemento cognitivo é a representação e o volitivo é o consentimento.
ELEMENTO SUBJETIVO DIVERSO DO DOLO OU DOLO ESPECÍFICO/ESPECIAL OU ESPECIAL FIM DE AGIR
De maneira geral, são os elementos do tipo penal sem contar com os objetivos. 
Podem ter duas espécies:
TENDENCIA INTERNA TRANSCENDENTE (TIT): é o elemento subjetivo diverso do dolo presente em alguns tipos penais que exige que a conduta seja dirigida a obtenção de um resultado que vai além do mero tipo objetivo. Neste caso, a conduta será fazer algo com a intenção de obter determinado resultado/objetivo. Ex. 159 CP extorsão mediante sequestro. Conduta: sequestrar pessoa (conduta objetiva de fazer algo) com o fim de obter qualquer vantagem como condição ou preço do resgate (fim = intenção > elemento subjetivo – basta como ele exista como intenção – esdd); ex. subtrair coisa alheia móvel (conduta objetiva) para si ou para outrem (elemento subjetivo – intenção). A gente pratica a conduta PARA conseguir algo.
TENDENCIA INTERNA PECULIAR (TIP): elemento subjetivo diverso do dolo que está presente nos tipos penais que exige que a conduta seja praticada mediante uma motivação específica. Incide sobre o motivo do crime. Fazer algo + mediante uma motivação específica. Ex. 121 §2, II matar alguém + por motivo fútil. O agente pensa em uma motivação no momento da conduta. Motivação só precisa estar na cabeça do sujeito.
ERRO DE TIPO
Descompasso entre o que o sujeita acha que está fazendo e o que ele realmente está fazendo. Este erro se subdivide em três: essencial, acidental e permissivo.
ESSENCIAL: erro de tipo essencial é o fenômeno que determina a ausência de dolo quando havendo a prática de uma tipicidade objetiva falta ou é falso o conhecimento acerca da presença dos elementos objetivos do tipo no caso concreto. Haverá erro tipo essencial sempre que o sujeito pratica uma conduta e esta preenche todos os elementos objetivos. Mas o sujeito não tem plena consciência de que esta praticando alguns, uns ou todos os elementos objetivos. Falta elemento cognitivo do dolo. O erro decorre de uma percepção equivocada da realidade. Consequência: art.20 CP 
ESSENCIAL INVENCÍVEL/INEVITÁVEL/ESCUSÁVEL: aquele erro que o agente nas circunstâncias que se encontravam não podia ter evitado, ainda que tivesse agido com o cuidado exigido. Aquele erro que o sujeito cometeu, mas que no caso concreto ele ou qualquer outra pessoa não teria como sair da situação. Qualquer pessoa cometeria o mesmo erro. Neste caso, este erro EXCLUI o dolo e EXCLUI a culpa. não responde por crime doloso nem por crime culposo.
ESSENCIAL VENCÍVEL: aquele que o agente podia ter evitado caso tivesse agido com cuidado exigido. A falha na percepção da realidade aconteceu pq o agente atuou de forma descuidada. Neste caso, EXCLUI o dolo, no entanto permite a punição por culpa, SE PREVISTO EM LEI. Se não há previsão, exclui as duas possibilidades.
ACIDENTAL: descompasso cai sobre um elemento acidental. É um grupo de institutos acidentais. Há cinco espécies deste tipo de erro:
ERRO SOBRE A PESSOA (error in persona): art.20, §3º > ocorre quando o agente querendo praticar o crime contra uma vítima determinada, por perceber de forma equivocada a realidade pratica-o contra pessoa diversa. Sujeito quer praticar o crime contra determinada pessoa. No entanto, acreditando que esta fazer isso (percepção distorcida), pratica o crime contra a pessoa diferente. Quando isso acontecer, há o erro sobre a pessoa. Este erro NÃO exclui o crime! Leva-se em conta as características da vítima pretendida.
ERRO SOBRE O OBJETO (error in objeto): ocorre quando o agente querendo praticar o crime sobre um objeto determinado por perceber de forma equivocada a realidade pratica-o sobre objeto distinto. Este erro NÃO exclui o crime. Leva-se em conta a realidade do objeto real. Às vezes, em função disso, pode desfigurar o crime. Ex. sujeito queria roubar um quadro de 1 milhão de reais e acaba roubando um retrato de outrem que não vale nada. Pode aplicar o principio da insignificância. Leva-se em conta exatamente o que aconteceu. Este erro irá excluir o crime quando o objeto real não estiver abrangido pelo tipo penal. a intenção não é levada em consideração. Sujeito se confunde e transporta farinha ao invés de cocaína. Objeto real é a farinha e como o transporte de farinha não é o tipo penal de trafico o crime é excluído. Nesse caso chama-se de CRIME PUTATIVO (imaginário). Se fosse capaz de realizar o crime de fato (constando no tipo penal) pode ser admitido a tentativa do crime.
ERRO NA EXECUÇÃO (aberratio ictus): de pessoa pra pessoa - art.73 CP > ocorre quando o agente querendo praticar o crime contra vítima determinada, por erro ou acidente no uso dos meios de execução, pratica-o contra pessoa diversa. A diferença esta no que causa o erro. Não é mais na percepção da realidade. este erro se divide em dois:
c.1 COM UNIDADE SIMPLES: tem este erro quando o sujeito não atinge a vítima pretendida e atinge apenas a vítima não pretendida. Neste caso, há um único resultado. Quando isto acontece, a consequência é o mesmo do erro sobre a pessoa. Responde o crime levando em conta as características pessoais da vítima pretendida. Se o resultado for diverso do resultado pretendido, atirou, errou a vitima pretendida, acertou outro e causou neste lesão corporal – neste caso responde por tentativa de homicídio
c.2 COM UNIDADE COMPLEXA: sujeito atinge a vitima pretendida e atinge também a vítima não pretendida, produzindo mais de um resultado. Consequências: pelo resultado na vítima pretendida, responde-se dolosamente e pelo resultado na vitima não pretendida responde-se culposamente. 
Tentativa = dolo
	VP
	VNP
	
	MATA
	MATA
	HD + HC
	MATA
	LESA
	HD + LCC
	LESA
	MATA
	TH + HC
	L
	L
	TH + LCC
RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (aberratio criminis/delicti) – art.74: ocorre quando o agente querendo produzir um determinado resultado, por erro ou acidente no uso dos meios de execução produz resultado diverso do pretendido. Resultado era pessoa e acerta coisa e vice-versa.
d.1 COM UNIDADE SIMPLES: quando um sujeito não produz o resultado pretendido e produz apenas o resultado diverso do pretendido. Existe um único resultado. Quer atingir uma coisa e atinge uma pessoa ou vice-versa. Por que crime o sujeito responde? Para saber, pergunta-se: O RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO É PUNÍVEL A TÍTULO DE CULPA? Se SIM, o sujeito responde apenas pelo resultado diverso do pretendido CULPOSAMENTE e não responde nem por tentativa do resultado pretendido. Se NÃO, o agente responde apenas por tentativa do resultado pretendido e não responde pelo resultado diverso do pretendido.
d.2 COM UNIDADE COMPLEXA: sujeito produz o resultado pretendido e também produz o resultadodiverso do pretendido. Há mais de um resultado. Sujeito responde DOLOSAMENTE pelo resultado pretendido e CULPOSAMENTE pelo resultado diverso do pretendido, se para este crime existir previsão para crime culposo.
e. ERRO NA CAUSALIDADE (aberratio causae): não há previsão legal. Erro na previsão do nexo de causalidade. Recai sobre o nexo de causalidade. 
e.1 SIMPLES: ocorre quando o agente pratica uma conduta visando uma produção de um resultado e este se produz mediante uma causalidade distinta da prevista. Como regra geral, o crime continua a existir. Pois há conduta, dolo, nexo de causalidade. Esse erro é IRRELEVANTE. Às vezes o resultado é um pouco diferente do esperado. Se o resultado ocorrido diferir do resultado pretendido e não estiver entre os resultados previsíveis da conduta, o nexo de causalidade poderá ser excluído, com base na TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA. 
e.2 COMPLEXO: Estudar pelo Zafaroni. Ocorre quando o agente pratica uma primeira conduta visando a produção de um resultado e após supor de forma equivocada que este se produziu pratica uma segunda conduta com finalidade distinta vindo o resultado a se produzir apenas em decorrência desta. Ex. A atira em B e acha que ele está morto (mas não está). A corta B para que possa sumir com o corpo. No esquartejamento, A mata de fato e não com o tiro. Ao atirar, seria tentativa de homicídio, pois não matou. No segundo, homicídio culposo, pois não faz sentido ter intenção de matar um cadáver, pois A pensava que B estava morto. Deve-se verificar a existência do dolus generalis, que é a existência desde o principio da intenção de praticar ambas as condutas. Existe este dolus quando desde o começo da conduta o agente já tinha intenção de praticar as duas condutas. Quando existe esse dolus generalis, AGRUPA-SE as condutas. Responde-se pelo crime doloso. Quando não existe dolus generalis, SEPARA-se as condutas. Aqui vale a regra citada no exemplo deste item (responde pelos dois crimes).
TIPICIDADE MATERIAL: relação entre a conduta do agente e o bem juridico protegido pelo tipo penal. É igual em todos os crimes. Só existe crime quando a função de proteção ao bem juridico for violada. so existe crime quando a conduta ofende o bem juridico tutelado por determinado tipo penal. essa ofensa pode acontecer de duas formas: lesão ao bem juridico, sempre que existir uma lesão ou dano, há ofensa e perigo de lesão ao bem juridico. Se o bem é exposto a perigo, já está ofendido. Se a conduta não causa lesão ou perigo ao bem juridico, esta conduta é ATIPICA, mesmo se preencher os elementos do tipo. Ofender o bem juridico refere-se à tipicidade material. PARA CONDUTA SER TIPICA DEVE TER TIPICIDADE LEGAL E MATERIAL.
PRINCIPIO DA LESIVIDADE: se a conduta não causa lesão ou perigo de lesão ao bem juridico, ela é uma conduta ATÍPICA. Ex. sujeito traz de fora do país um medicamento sem registro, sem nada. Há o artigo 272 que veda importação sem registro. Enquadrou-se no tipo penal (tipicidade legal), mas não ofendeu o bem juridico (pelo contrário), que neste caso é a saúde pública. Ex. arma de fogo imprestável (que não funciona), o seu porte é uma conduta atípica, não fere o bem juridico que é incolumidade pública.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: é ATÍPICA a conduta do agente que provoca uma lesão ou um perigo de lesão insignificante ao bem jurídico. aqui tem lesão ou perigo, mas é uma lesão ou perigo tão pequeno que pode-se qualifica-lo como insignificante. Questão patrimonial > Percepção média de valor. Crime tributário > até 20.000 reais como insignificante. Analisar o contexto de cada caso. 
TIPOS ATIVOS CULPOSOS:
Art.18 II e §1º
Forma de incriminação que leva em conta um elemento diferente dos tipos ativos dolosos. Nos TAD o ponto central do crime estava na analise na finalidade e na intenção do agente, sobretudo no elemento subjetivo. Nos TAC a reprovação da conduta não reside mais na intenção ou finalidade. O desvalor basta recair sobre a forma de manifestação da conduta, a maneira pela qual o agente exterioriza sua conduta. Culpa é a violação de um dever de cuidado manifestada em uma conduta produtora de um resultado não desejado e não consentido mas previsível. A culpa é a violação de um dever de cuidar. O sujeito devia ao praticar uma conduta agir de forma cuidadosa, mas não o faz. Há a produção de resultado não desejado e nem consentido. Age descuidadamente e produz o resultado. 
No crime culposo o foco sai da finalidade e vai pra forma de manifestação da conduta. Mas não pode deduzir que ele não tinha finalidade. A finalidade somente deixa de ser o ponto central. Agente tem finalidade A e a conduta tem o resultado B. no doloso, via de regra, a finalidade é o resultado.
TIPICIDADE LEGAL: divide-se em 5 elementos
RESULTADO NATURALÍSTICO: está presente em todos os tipos ativos culposos. Todos os TAC são materiais. Atua como elemento de seleção de condutas. Crime culposo não é só agir de forma descuidada. É agir de forma descuidada e em consequência disse produzir certos resultados. É necessário esse resultado. 
NEXO DE CAUSALIDADE: resultado deve ser consequência da conduta. Usa as mesmas teorias dos TAD.
VIOLAÇÃO DO DEVER (OBJETIVO) DE CUIDADO: objetivo significa que o dever de cuidado é um dever objetivo, ou seja, se relaciona a conduta, e não ao sujeito. Não é a pessoa que faz nascer o dever de cuidado, e sim a conduta. Quer dizer que sempre que o sujeito praticar uma conduta, ela deve ser praticada de uma forma especifica e por isso, o direito impõe um dever de cumprir regras de cuidado. O descumprimento cria RISCO PROIBIDO e a responsabilidade é do agente caso venha a ocorrer um resultado. Pra saber se cumpriu ou violou os deveres de cuidado, como saber quais são esses deveres? Normas técnicas podem estabelecer a medida deste cuidado. logo, faz-se necessário a figura do PERITO. Ex. Dirigir incide em cuidados. O cuidado refere-se ao ATO/CONDUTA de dirigir e não à pessoa motorista. 
REGRAS GERAIS
VIOLAÇÃO DE NORMA JURÍDICA DE CONTENÇÃO DE RISCOS: normas que são criadas pelo Estado, cuja função é regular algo de forma a tornar aquilo menos perigoso. Limitar ou prevenir os riscos. Na existência de uma norma deste tipo, cumprir essa norma é um dever de cuidado. quem violar uma norma cuja função é conter risco, age culposamente ao deixar de ter determinado cuidado. Ex. normas de transito.
VIOLAÇÃO DE REGULAMENTOS TÉCNICOS OU DESPORTIVOS: regras criadas por entidades públicas ou privadas, com exceção do Estado, que possui atribuição de regulamentar certas atividades. São as que envolvem conselhos de profissões (como medicina, engenharia), agências reguladoras, empresas, etc. Ex. CRM regula procedimentos médicos.
DEVER DE INFORMAÇÃO E OMISSÃO: dever de omissão decorre do de informação. Dever de informação: o sujeito que deseja praticar determinada atividade, mas não possui conhecimento sobre os riscos envolvidos e as formas de evitá-los deve informar-se sobre estes. Dever de buscar conhecimentos que permitam ao sujeito praticar uma atividade de forma segura caso ele não saiba e queira agir de certa maneira. Se não conhece, seu dever é de conhecer, de se informar. Caso pratique a conduta sem se informar, viola o DEVE de informação. Pode conseguir se informar ou não. Caso consiga, a informação pode ser suficiente ou insuficiente. Caso não consiga se informar ou se o conhecimento obtido for insuficiente pra agir sem risco, há o DEVER DE OMISSAO. Caso o agente não possa se informar ou não obtenha informação suficiente que o habilite a praticar a conduta de forma segura, deve se omitir de praticá-la até que seja possível obter este conhecimento e faz com que o agente volte para o dever de informação. Se ele acredita que tem a informação suficiente e acaba provocando o acidente, depende do caso. No caso de um piloto de avião que provocar um acidente, entende-se que ele não faltou com a informação, pois o piloto passou por uma enorme bateria de teste e concluiu-se que estava apto para a função. Obs. Acidentes acontecem e nestes casos, não háresponsabilização de alguém.
PRINCÍPIO DA CONFIANÇA: aquele que se comporta devidamente de acordo com as regras de uma determinada área ou atividade pode confiar que os outros também o farão sempre que não existam indícios concretos pra supor o contrario. Sempre que alguém esta agindo e está cumprindo os deveres de cuidado que recaem sobre ela, essa pessoa pode confiar que as outras pessoas que a cercam também irão cumprir seus deveres de cuidado e guia-se a conduta a partir dessa confiança. Caso alguém viole o dever de cuidado e isso acaba dando um resultado, o primeiro que estava cuidado não tem responsabilidade. Se aplica em duas situações: 
Atividades compartilhadas: espaço na atividade realizado simultaneamente por favarias pessoas, onde cada pessoa pratica sua conduta independentemente. Ex. transito. Muita gente agindo ao mesmo tempo e cada um agindo de forma independente.
Cooperação com divisão de trabalho: praticado coletivamente por várias pessoas. Cada um responsável por algo e unidos por algo em comum. Ex sala de cirurgia. 
QUANDO AFASTA-SE O PRINCIPIO DA CONFIANCA? 1. Quando existir indícios concretos de que o outro vai violar o dever de cuidado. Volta ao primeiro sujeito parte da responsabilidade, pois, cabe a quem de fato errou parte da responsabilidade. 2. Quando o sujeito tem o dever de fiscalização.
TIPICIDADE MATERIAL: igual em todos os tipos. 
TIPOS OMISSIVOS DOLOSOS
TIPOS OMISSIVOS CULPOSOS
PARA CONDUTA SER TIPICA OBJETIVA, SE O CRIME FOR MATERIAL DEVE PREENCHER OS 5 CRITERIOS. SE NÃO FOR, TIRA O NEXO E O RESULTADO NATURALISTICO.

Outros materiais