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Tema 6 - Prescrição, decadência e prova

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DESCRIÇÃO
Os impactos do decurso do tempo sobre as relações jurídicas e a prova dos fatos jurídicos.
PROPÓSITO
Compreender as noções de prescrição e de decadência, bem como sua aplicação, é importante para sua
formação, pois essas figuras visam ao alcance da certeza jurídica e da estabilidade nas relações, apresentando
consequências práticas relevantes. Estudar a disciplina da prova no Código Civil e no Código de Processo Civil é
relevante para sua atuação profissional, pois os meios de prova servem para demonstrar a existência dos fatos
jurídicos.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o estudo, tenha em mãos o Código Civil e o Código de Processo Civil.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar qual é o objeto da prescrição
MÓDULO 2
Distinguir a decadência e a prescrição
MÓDULO 3
Relacionar a disciplina da prova contida no Código Civil e no Código de Processo Civil
INTRODUÇÃO
A passagem do tempo tem repercussão direta em nossas vidas e acarreta diferentes consequências no plano
jurídico. Basta pensarmos que a sua influência perpassa, por exemplo:
 
Imagem: Pixabay
O atingimento da plena capacidade para a prática de todos os atos da vida civil ao se completar dezoito anos
(Código Civil, art. 5º, caput).
 
Foto: Pixabay
A possibilidade de se adquirir a propriedade de um imóvel após, dentre outros requisitos, sua posse prolongada
(Código Civil, art. 1.238 e seguintes).
 
Foto: Pixabay
A perda da exigibilidade do direito de cobrar a reparação civil pelos danos sofridos em acidente de automóvel,
quando o lesado ficar inerte por três anos (Código Civil, art. 206, § 3º, V).
O estudo da prescrição e da decadência compreende o exame dos impactos do decurso do tempo nas
situações e nas relações jurídicas. Em outras palavras, busca-se identificar se a passagem do tempo, aliada a
outros requisitos, implicou a perda de exigibilidade ou a extinção de direitos. 
O alcance da certeza jurídica com a definição de situações consolidadas no tempo é o que fundamenta tanto a
prescrição como a decadência. Afinal, não haveria paz social se o Direito admitisse a manutenção de situações de
incerteza, mesmo diante da inação prolongada do interessado. 
Muito sinteticamente, a prescrição é a perda da possibilidade de exigir a satisfação de um direito violado,
pois não houve a exigibilidade no prazo definido na lei. Já a decadência é a extinção de um direito pela falta de
exercício no prazo fixado.
 SAIBA MAIS
Essas noções serão aprofundadas adiante e, para se ter uma ideia da relevância e da atualidade da matéria, o
Regime Jurídico Emergencial e Transitório das relações jurídicas de Direito Privado (RJET) no período da
pandemia do coronavírus, instituído pela Lei nº 14.010/2020, contém um capítulo dedicado à disciplina de prazos
prescricionais e decadenciais (Capítulo II, art. 3º).
Por ora, para facilitar a compreensão do assunto, podemos pensar no seguinte exemplo:
Maria comprou pisos e azulejos da fabricante Cerâmica Master, os quais, após alguns meses, apresentaram
defeitos e começaram a se deteriorar. Maria entrou em contato com a empresa, que, embora tenha reconhecido o
problema, não ofereceu solução compatível com as despesas necessárias à substituição do revestimento.
 
Foto: Zivica Kerkez/Shutterstock.com
Passado um ano, Maria estava cansada de aguardar por um desfecho amigável para o problema e ajuizou ação de
indenização por danos patrimoniais contra Cerâmica Master.
DIANTE DESSE CENÁRIO, É CORRETO QUE CERÂMICA
MASTER ALEGUE A PRESCRIÇÃO?
OU SERIA UMA HIPÓTESE DE DECADÊNCIA?
OU, AINDA, NÃO TERIA CABIMENTO QUAISQUER DESSAS
TESES?
Para buscarmos essas respostas e desenvolvermos o estudo deste tema, primeiro abordaremos a figura da
prescrição. Partindo de considerações gerais, abordaremos, na sequência, as regras especiais e os efeitos da
prescrição. No segundo módulo, trataremos da figura da decadência, observando-se a mesma divisão da matéria.
MÓDULO 1
 Identificar qual é o objeto da prescrição
NOÇÕES GERAIS
REGRAMENTO LEGAL
A prescrição e a decadência são figuras tratadas no Código Civil de 2002 e há, nesse aspecto, uma importante
inovação em relação ao diploma anterior, de 1916.
Uma das diretrizes seguidas pelo legislador de 2002 foi a da operabilidade, isto é, o diploma deveria ser de mais
fácil interpretação e aplicação pelo operador do Direito.
O clássico exemplo dessa diretriz é justamente o cuidado que se teve em distinguir a prescrição da decadência. 
Como referido por Miguel Reale, o supervisor da Comissão Elaboradora do Código Civil, os casos de prescrição
foram enumerados, de modo taxativo, na Parte Geral do Código (REALE, 2005, p. 40). Já as hipóteses de
decadência foram endereçadas, primordialmente, na Parte Especial, que cuida do Direito das Obrigações; do
Direito de Empresa; do Direito das Coisas; do Direito de Família e do Direito das Sucessões. Em outras palavras:
REGRAS ATINENTES À PRESCRIÇÃO E AOS PRAZOS PRESCRICIONAIS ESTÃO
CONTIDAS NA PARTE GERAL, NOS ARTIGOS 189 A 206.

REGRAS SOBRE DECADÊNCIA CONSTAM NOS ARTIGOS 207 A 211 DA PARTE GERAL E
TAMBÉM ESTÃO PRESENTES NA PARTE ESPECIAL (COMO OS ARTIGOS 501, 516, 618,
ENTRE OUTROS).
 COMENTÁRIO
As hipóteses em que foram disciplinados prazos decadenciais na Parte Geral são raras e, nessas situações,
buscou-se deixar clara a natureza do prazo, como é o caso do parágrafo único do artigo 45, segundo o qual “Decai
em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato
respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro”.
Como veremos adiante, a preocupação do legislador com a diferenciação entre a prescrição e a decadência é
justificada, pois os seus regimes são diversos.
CONCEITO
O Código Civil de 2002 prevê, no artigo 189, que: “Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se
extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206”.
Vejam que o Código se refere à noção de pretensão. Assim, para entendermos o conceito de prescrição,
precisamos ter bem definido, inicialmente, o que é a pretensão, pois se trata de noção central na matéria.
Conforme afirma Pontes de Miranda, “pretensão é a posição subjetiva de poder exigir de outrem alguma prestação
positiva ou negativa”, razão pela qual o “prazo da prescrição começa a correr desde que nasce a pretensão” (2012,
§ 615, p. 533 e § 670, 287, respectivamente).
A pretensão é, portanto, o poder de exigir uma prestação de outrem.
 
Foto: Iakov Filimonov/Shutterstock.com
 EXEMPLO
Pense no credor de uma prestação pecuniária a ser paga pelo devedor quando alcançado o seu vencimento.
Antes de ser atingido o termo final para o pagamento, o credor é titular do direito de crédito, mas ainda não pode
exigir o pagamento da dívida pelo devedor. 
 
Somente a partir do vencimento é que surgirá ao credor a pretensão (isto é, o poder exigir) ao cumprimento pelo
devedor. Se o devedor não adimplir na data prevista e o credor não exigir o pagamento no prazo fixado em lei, a
sua pretensão será encoberta pela prescrição, acarretando a perda da exigibilidade do direito de crédito. Nessa
hipótese, se o credor passar a cobrar o pagamento de dívida prescrita, o devedor pode apresentar a exceção de
prescrição.
A prescrição consiste, em síntese, na “exceção que alguém tem, contra o que não exerceu, durante certo tempo,
que alguma regra jurídica fixa, a sua pretensão [...]” (PONTES DE MIRANDA, 2012, § 662, p. 219). 
A regra é que são encobertas pela prescrição as pretensões derivadas de direitos subjetivos (isto é, direitos dos
quais derivam o poder de exigir de outrem um comportamento para a satisfação de um interesse). 
Essa conclusão também é amparada pela afirmação de José Carlos Moreira Alves, Relator da Parte Geral do
Anteprojeto do Código Civil, segundo o qual o Projeto de Código adotou a tese por ele sustentada, pois “o que
prescreve é a pretensão e não a ação” (MOREIRA ALVES, 2003, p. 99).
 SAIBA MAIS
Ao acolher esse entendimento,o Código aproximou, nesse tema, o Direito Civil brasileiro do modelo alemão, o
qual define a prescrição como a extinção da pretensão (XAVIER LEONARDO, 2010, p. 105-106).
Assim, em nosso ordenamento, o direito subjetivo violado não é alcançado pela prescrição. Perde-se a
exigibilidade do direito, e não o direito em si.
 COMENTÁRIO
Tanto o direito não é atingido pela prescrição, que o pagamento de dívida prescrita é válido, não se admitindo a
repetição, conforme previsto no artigo 882 do Código Civil. Ou seja, o devedor não está impedido de realizar o
pagamento espontâneo de uma dívida prescrita. Se o fizer, não pode exigir a devolução do montante pago,
argumentando se tratar de dívida prescrita.
PRESCRIÇÃO EXTINTIVA X PRESCRIÇÃO AQUISITIVA
Como vimos, este módulo trata da prescrição como meio de encobrir a pretensão. Por vezes, essa figura é referida
como prescrição extintiva, a fim de diferenciá-la da prescrição aquisitiva ou usucapião. 
A prescrição aquisitiva, isto é, a figura que leva à aquisição de direitos, está ligada aos Direitos Reais e, mais
especificamente, à aquisição do direito de propriedade após o transcurso dos prazos previstos no Código Civil para
a usucapião (artigos 1.238 a 1.244 e 1.260 a 1.262).
 EXEMPLO
Se alguém possuir um imóvel como se fosse seu, durante quinze anos sem interrupção, independentemente de
título e da posse de boa-fé, poderá requerer que o juiz reconheça ter havido a aquisição da propriedade (artigo
1.238).
Sobre a relação entre usucapião, posse aquisitiva e posse prolongada, veja mais a seguir:
NA USUCAPIÃO, O FOCO RECAI SOBRE A POSSE PROLONGADA.

JÁ NA PRESCRIÇÃO EXTINTIVA, O ASPECTO CENTRAL É A NECESSÁRIA
PACIFICAÇÃO SOCIAL DIANTE DA INÉRCIA PROLONGADA RELATIVAMENTE AO
EXERCÍCIO DE UM DIREITO SUBJETIVO.
PRESCRIÇÃO AQUISITIVA VISA A CONSOLIDAR A SITUAÇÃO FÁTICA QUE PERDUROU
POR CERTO LAPSO TEMPORAL.

PRESCRIÇÃO EXTINTIVA VOLTA-SE À ESTABILIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DIANTE DO
NÃO EXERCÍCIO PROLONGADO DO DIREITO SUBJETIVO POR SEU TITULAR
(TEPEDINO; OLIVA, 2020, P. 376).
Como se pode perceber, a única aproximação entre as figuras é a relevância dada ao transcurso do tempo para
a produção de efeitos jurídicos (TEPEDINO; OLIVA, 2020, p. 377), não havendo similitude entre os demais
requisitos envolvidos para a configuração da usucapião e da prescrição extintiva. Por essa razão, diversos autores
sustentam que o mais adequado é:
Reservar a utilização do termo “prescrição” para a hipótese de prescrição extintiva, empregando-se o termo
“usucapião” quando se tratar de casos envolvendo a aquisição do direito de propriedade.
FUNDAMENTO DA PRESCRIÇÃO
A prescrição visa a evitar “o estado de intranquilidade social” (AMORIM FILHO, 1997) ao assegurar a segurança
jurídica diante de situações já estabilizadas há longo tempo. Ou seja, a necessidade de alcançar a certeza nas
relações e de evitar a eterna litigiosidade justifica que situações que tenham perdurado por longo tempo não
possam ser superadas, sendo tornadas, assim, definitivas.
Como destacado por Humberto Theodoro Júnior, a prescrição “se coloca entre os institutos de ordem pública”, o
que se confirma por circunstâncias como:
1
2
1
O ordenamento estabelece que os prazos prescricionais não podem ser alterados por acordo entre as partes
(artigo 192 do Código Civil) (THEODORO JÚNIOR, 2018, p. 16).
2
Proíbe-se a renúncia prévia aos efeitos da prescrição (artigo 191 do Código Civil). A renúncia à prescrição pelo
devedor pode ocorrer de modo tácito ou expresso, mas não pode ser realizada enquanto esta não se consumar.
Outro fundamento da prescrição é a punição da inércia do titular do direito subjetivo violado, no sentido de
que, se este restar inerte por longo período de tempo, haverá a consolidação do não exercício do direito por ele
titulado.
 EXEMPLO
Se o credor não procura o devedor para realizar a cobrança de uma dívida ao longo de sessenta anos, não poderá
mais exigir o seu pagamento, pois isso significaria uma reviravolta nessa situação já assentada há muito tempo.
Tamanha incerteza não é tolerada pelo Direito, razão pela qual a prescrição, nessa hipótese, encobrirá a pretensão
do credor.
É importante definirmos em que consiste a inércia a ser punida, pois não se trata de qualquer inatividade.
Estudaremos esse assunto no tópico “Regras concernentes ao prazo”.
REGRAS ESPECIAIS
REGRAS CONCERNENTES À IMPRESCRITIBILIDADE
A regra é que se sujeitam à prescrição as pretensões derivadas de direitos subjetivos patrimoniais e disponíveis
(AMARAL, 2018, p. 685). Como toda regra, existem exceções. Por exemplo:
 
Foto: Luisa Leal Photography/Shutterstock.com
Não prescrevem pretensões ligadas a direitos existenciais, como a que objetiva a reparação de danos em casos
de tortura ocorridos durante o regime militar (TEPEDINO; OLIVA, 2020, p. 381).
 
Foto: Philip Steury Photography/Shutterstock.com
A doutrina também aponta não se sujeitarem à prescrição pretensões de direitos indisponíveis, como direitos
derivados de relações de família (THEODORO JÚNIOR, 2018, p. 19).
 ATENÇÃO
Isso não significa que os efeitos patrimoniais de pretensões decorrentes de direitos indisponíveis, como as de
exigir a reparação por dano moral oriundo de ofensa ao direito à honra, sejam imprescritíveis (THEODORO
JÚNIOR, 2018, p. 19).
REGRAS CONCERNENTES AO PRAZO
O prazo prescricional, assim como os demais prazos, apresenta um termo inicial para a sua contagem e um
termo final. Como a prescrição afeta a pretensão, é o surgimento da pretensão que marca o termo inicial do prazo.
Isto é:
A partir do momento em que se pode exigir a prestação, tem início o prazo prescricional.

Já o momento em que se completa o lapso temporal fixado na lei para o exercício do direito configura o termo final
desse prazo.
 COMENTÁRIO
A partir da leitura do artigo 189 do Código Civil, pode-se questionar se o momento em que há a violação do direito
sempre coincide com o momento em que nasce a pretensão. A resposta é que não necessariamente existe essa
coincidência.
O Enunciado 14 da I Jornada de Direito Civil auxilia a esclarecer que o artigo 189 do Código Civil diz respeito às
situações em que a pretensão nasce imediatamente após a violação do direito:
“1) O início do prazo prescricional ocorre com o surgimento da pretensão, que decorre da exigibilidade do direito
subjetivo;
2) o art. 189 diz respeito a casos em que a pretensão nasce imediatamente após a violação do direito absoluto ou
da obrigação de não fazer”.
Há situações distintas, em que a pretensão surge anteriormente à violação do direito ou mesmo posteriormente,
pois não se tinha conhecimento do dano. Veja mais a seguir:
PRETENSÃO SURGE ANTERIORMENTE
O disposto no artigo 333 do Código Civil serve para exemplificar a hipótese em que a pretensão surge
anteriormente à violação do direito: o credor pode cobrar a dívida antes de seu vencimento quando houver a
falência do devedor (inciso I).
PRETENSÃO SURGE POSTERIORMENTE
Já o artigo 27 do Código de Defesa do Consumidor exemplifica a situação em que o momento do surgimento da
pretensão pode ser posterior à violação do direito, pois demanda o conhecimento do lesado: prescreve em cinco
anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço, contando-se o prazo a
partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
No caso referido na introdução deste módulo, a solução está, justamente, no artigo 27 do Código de Defesa do
Consumidor: não houve prescrição, pois ainda não havia decorrido o prazo prescricional de cinco anos. Logo,
Cerâmica Master não poderia alegar a ocorrência da prescrição da pretensão indenizatória de Maria.
Não há entendimento unânime quanto à necessidade ou não de o titular do direito ter conhecimento sobre a sua
violação para que se inicie a contagem do prazo prescricional. Nesse contexto, é recorrente a utilização da
expressão actio nata na doutrina e na jurisprudência, compreendendo diversos sentidos e diversas aplicações. Aexpressão é empregada tanto com um viés objetivo como com um subjetivo. Veja mais a seguir:
CORRENTE OBJETIVA
“A prescrição começa a correr tão logo ocorra a violação do direito, independentemente de o seu titular ter
conhecimento ou não do fato” (THEODORO JÚNIOR, 2018, p. 30). O Superior Tribunal de Justiça assim se
pronunciou no REsp. nº 1168336/RJ, relatado pela Min. Nancy Andrighi em 2011.
CORRENTE SUBJETIVA
O início do prazo prescricional deve se dar com a ciência da lesão pelo titular do direito (FARIAS; ROSENVALD,
2015, p. 622-623). Neste sentido, foi a decisão adotada pelo Superior Tribunal de Justiça REsp. nº 1846621/MA,
relatado pela Min. Assusete Magalhães em 2020, na qual se registrou que a jurisprudência do STJ é firme no
sentido de que o termo inicial da prescrição se dá a partir do conhecimento inequívoco do dano.
 COMENTÁRIO
Se for adotada a corrente subjetiva, sem que a parte tenha conhecimento da violação ao seu direito e do autor da
lesão, não pode ser considerado como inércia o não exercício da pretensão.
Para se buscar parâmetros mais claros para a definição do momento em que surgiria a pretensão, a doutrina tem
defendido a utilização de padrões objetivos de comportamento a fim de que se investigue se “era possível nas
circustâncias concretas, que o sujeito houvesse tido conhecimento da lesão e da sua autoria”, em vez de se avaliar
se houve, de fato, ciência efetiva pelo lesado (TEPEDINO; OLIVA, 2020, p. 380).
 
Foto: DenisProduction.com/Shutterstock.com
Apesar de não haver unanimidade quanto à necessidade ou não de o titular do direito ter conhecimento sobre a
sua violação para que se inicie a contagem do prazo prescricional, é importante registrar que o Código Civil deixou
claro, em algumas hipóteses, quando vinculou o termo inicial do prazo prescricional ao conhecimento da lesão
pelo credor, mas em outras situações, não há essa indicação. Por exemplo, segundo o art. 206, § 1º, II, b,
prescreve em um ano a pretensão do segurado contra o segurador contado o prazo da ciência do fato gerador da
pretensão.
 SAIBA MAIS
Outro aspecto relevante para o estudo é saber que a ocorrência da prescrição requer a inércia prolongada pelo
titular do direito, além de a inação ocorrer quando, mesmo podendo adotar certa conduta, o titular opta por não agir
(TEPEDINO; OLIVA, 2020, p. 380). Se a inércia for momentânea (por exemplo, o sujeito que ficou acamado por
uma semana para se recuperar de uma doença), não cabe falar em prescrição.
 RESUMINDO
A prescrição encobre a pretensão.
O fundamento da prescrição é a necessidade de certeza e de estabilidade das relações sociais.
O termo inicial do prazo prescricional é o nascimento da pretensão.
O termo final do prazo prescricional é o momento em que se completa o lapso temporal fixado na lei para o
exercício do direito.
Para a ocorrência da prescrição, a inércia deve ser prolongada, e não momentânea.
Outra regra importante no tocante à contagem do prazo diz respeito à distinção entre o prazo geral e os especiais.
Veja mais a seguir:
PRAZO GERAL OU ORDINÁRIO
É o prazo de dez anos e está previsto no artigo 205 do Código Civil. Ou seja, a prescrição se consuma em dez
anos, quando a lei não tenha fixado prazo menor. Se o Código Civil ou a lei extravagante não tiverem fixado
prazo diferente, será aplicado o geral de dez anos.
 COMENTÁRIO
É interessante notar que houve considerável redução no prazo geral, se comparado com o disposto no artigo 177
do Código Civil de 1916, segundo o qual o prazo ordinário era de vinte anos.
A regra contida no artigo 205 é de Direito Privado e não afeta os prazos prescricionais estabelecidos em normas
de Direito Público, disciplinadas na legislação pertinente (MENKE, 2019, p. 328).
 EXEMPLO
A prescrição para a cobrança do crédito tributário ocorre, por exemplo, em cinco anos, contados de sua
constituição definitiva, como está no artigo 174 do Código Tribuntário Nacional, e o enunciado do artigo 205 do
Código Civil em nada interfere a esse respeito.
Diversamente, quando houver lacuna na legislação de Direito Público, o prazo geral previsto na Lei Civil deve ser
aplicado, pois há função supletiva das normas do Código Civil (MENKE, 2019, p. 328).
PRAZOS ESPECIAIS
Por sua vez, são prazos estipulados de modo específico no Código Civil e na legislação extravagante. Por
exemplo:
 
Foto: Edler von Rabenstein/Shutterstock.com
Prescreve em um ano a pretensão do segurado contra o segurador (artigo 206, § 1º, II do Código Civil).
 
Foto: S_E/Shutterstock.com
Prescreve, em três anos, a pretensão para a obtenção de reparação civil na responsabilidade civil que não seja
derivada de um negócio jurídico — denominada extracontratual —, como os danos patrimoniais derivados de um
acidente de carro na estrada (artigo 206, § 3º, V do Código Civil).
Cite-se, ainda, o prazo de cinco anos para a cobrança de honorários advocatícios (artigo 25 da Lei nº 8.906/1994)
e o de cinco anos para a reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço, contando-se o prazo
a partir do conhecimento do dano e de sua autoria (artigo 27 do Código de Defesa do Consumidor).
 SAIBA MAIS
Recentemente, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido de que o
prazo prescricional aplicável à pretensão decorrente de inadimplemento contratual é o geral de dez anos, e não o
especial de três anos. O prazo de três previsto no artigo 206, § 3º, V do Código Civil é aplicável à responsabilidade
extracontratual, como antes referido (Embargos de Divergência em REsp. nº 1.281.594/SP).
Por fim, outro ponto que merece destaque quanto ao curso da prescrição diz respeito ao artigo 196 do Código
Civil. Como fica claro do enunciado, a prescrição iniciada contra uma pessoa prosseguirá contra o seu
sucessor. Ou seja, a prescrição flui, normalmente, não importando a titularidade do direito, ressalvados os
impedimentos dos arts. 197 e 198, que se relacionam com a pessoa vinculada à relação jurídica (como os
cônjuges e os absolutamente incapazes).
REGRAS CONCERNENTES ÀS CAUSAS IMPEDITIVAS,
SUSPENSIVAS E INTERRUPTIVAS
O prazo prescricional pode sofrer a influência de diversos fatores, como impedimentos a que o seu curso seja
iniciado ou obstáculos a que o prazo já em curso tenha prosseguimento. A depender do tipo de interferência
verificada no curso do prazo prescricional, pode acontecer de, cessada a interferência, o prazo ser retomado a
partir do momento em que foi suspenso ou, então, ser recomeçado a partir daquele momento.
IMPEDIMENTO
Se não houve a deflagração do prazo prescricional em virtude de existir um obstáculo para o seu início, a hipótese
é de impedimento. Isto é, causas impeditivas da prescrição são aquelas anteriores ao momento em que o prazo
deveria começar a fluir. Por exemplo:
 
Foto: Roman Motizov/Shutterstock.com
A constância da sociedade conjugal é uma circunstância impeditiva da fluência do prazo prescricional entre os
cônjuges (artigo 197, I, do Código Civil) e também entre os companheiros na constância da união estável
(Enunciado 296 da IV Jornada de Direito Civil).
 
Foto: fizkes/Shutterstock.com
Além disso, não fluirá o prazo prescricional em se tratando de ascendentes e descendentes enquanto perdurar o
poder familiar (artigo 197, II, do Código Civil) nem mesmo entre tutelados ou curatelados e os seus respectivos
tutores ou curadores (artigo 197, III, do Código Civil).
Enquanto perdurar a causa impeditiva, nada se computará na verificação do prazo prescricional.
SUSPENSÃO OU INTERRUPÇÃO
Diferentemente, se o obstáculo é verificado no curso do prazo, pode haver suspensão ou interrupção, a
depender da repercussão sobre o tempo já transcorrido.
CAUSA SUSPENSIVA
Para ser considerada uma causa suspensiva, é necessário que o prazo prescricional tenha começado a fluir e o
seu curso venha a ser afetado por um óbice. As causas suspensivas são, portanto, supervenientes.
O efeito da suspensão é pausar temporariamenteo curso da prescrição.
Diante de uma causa suspensiva, ocorre a cessação temporária da fluência do prazo prescricional, sem prejuízo
do lapso de tempo escoado. Para o cômputo do prazo prescricional, será preciso considerar os períodos
descontínuos, isto é, o anterior ao óbice e o que lhe suceder. Ou seja, se o prazo prescricional for de cinco anos e
a causa suspensiva for verificada após o decurso da metade do prazo (dois anos e meio), a prescrição se
completará quando, retomado o curso do prazo, passarem-se mais dois anos e meio.
As hipóteses de impedimento ou de suspensão estão previstas nos artigos 197 a 199 do Código Civil (Seção II –
Das causas que impedem ou suspendem a prescrição). Apenas a título de exemplo, cabe referir que não corre a
prescrição contra:
 
Foto: Monkey Business Images/Shutterstock.com
Os absolutamente incapazes, isto é, os menores de dezesseis anos (artigo 198, I do Código Civil).
 
Foto: LightField Studios/Shutterstock.com
Servidores públicos federais, estaduais e municipais ausentes do país (artigo 198, II do Código Civil).
Ademais, não se sujeitam à prescrição as pretensões cíveis decorrentes de fatos cuja apuração tenha que se
desenvolver em juízo criminal, enquanto não proferida a sentença penal, como disciplinado pelo artigo 200 do
Código Civil.
CAUSAS INTERRUPTIVAS
Já as causas interruptivas compreendem o evento previsto em lei que leva a descartar todo o prazo já decorrido,
reiniciando a sua contagem. Ou seja, desaparecendo a causa interruptiva, inicia-se uma nova contagem do
prazo prescricional.
 EXEMPLO
Se um prazo prescricional for de cinco anos e a causa interruptiva for verificada após o decurso da metade do
prazo (dois anos e meio), o prazo prescricional terá a sua contagem reiniciada e se completará ao fim de cinco
anos.
As causas interruptivas diferem das causas impeditivas por serem supervenientes e das suspensivas por
desconsiderarem o prazo decorrido antes da interrupção.
O artigo 202 do Código Civil divide entre hipóteses de interrupção relacionadas ao:
CREDOR
Por meio do exercício do direito.
DEVEDOR
Pelo reconhecimento da subsistência do direito do credor.
Haverá a interrupção da fluência do prazo prescricional:
Por meio do despacho do juiz que ordenar a citação do devedor (inciso I).
Pelo protesto (inciso II).
Pelo protesto cambial (inciso III).
Pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores (inciso IV).
Por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor (inciso V).
Por qualquer ato inequívoco que importe reconhecimento do direito pelo devedor (inciso VI).
A contagem do prazo prescricional, se ocorrer a sua interrupção, acontece a partir da data do ato que provocou a
interrupção, ou do último ato do processo para a interromper (parágrafo único do artigo 202).
Outro ponto a ser destacado é a chamada unicidade da interrupção da prescrição, que consiste em uma
inovação do Código Civil de 2002. Diz o artigo 202: “A interrupção da prescrição” somente poderá ocorrer “uma
vez”. Na codificação anterior, não havia limitação do número de vezes em que poderia ocorrer a interrupção da
prescrição. O intuito dessa regra está alinhado à redução dos prazos prescricionais, os quais não podem ser
interrompidos e reiniciados indefinidamente, e à necessidade de abreviar estados de incerteza (MENKE, 2019, p.
322).
 RESUMINDO
Causas impeditivas —impedem que o curso do prazo prescricional seja iniciado.
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Causas suspensivas e interruptivas são supervenientes ao início da fluência do prazo prescricional.
Causas suspensivas — ocasionam a cessação temporária da fluência do prazo prescricional, com
aproveitamento do lapso de tempo escoado.
Causas interruptivas — ocasionam a interrupção do prazo prescricional, sem aproveitamento do lapso de
tempo escoado.
A PRESCRIÇÃO E SUAS CAUSAS EXTINTIVAS E
IMPEDITIVAS
No vídeo a seguir, veja a análise da professora Giovana Benetti sobre as causas de extinção e impedimento.
EFEITOS
A simples consumação do prazo prescricional não dispara, automaticamente, os efeitos da prescrição. A mera
ultrapassagem do prazo fixado na lei não opera automaticamente a prescrição.
 ATENÇÃO
Para que a pretensão do credor seja paralisada, é indispensável que o devedor, quando demandado, argua a
prescrição como meio de defesa.
Como está no artigo 193, a prescrição pode ser alegada, pela parte que dela se beneficia, em qualquer grau de
jurisdição. Conforme estudamos no tópico “Conceito”, a prescrição gera uma exceção, que o devedor pode
invocar ou não.
No ordenamento atual, a prescrição também pode ser decretada de ofício pelo juiz, diante da revogação do artigo
194 do Código Civil. A revogação do referido artigo recebeu críticas da doutrina.
 
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Atualmente, segundo o artigo 487, inciso II do Código de Processo Civil de 2015, quando o juiz decidir, de ofício ou
a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou de prescrição, haverá resolução de mérito.
Também se determina que a prescrição e a decadência serão reconhecidas apenas se for dada prévia
oportunidade às partes para se manifestarem a esse respeito, exceto se o juiz verificar, de plano, a ocorrência de
prescrição ou decadência, quando poderá julgar o pedido liminarmente improcedente (artigo 487, parágrafo único,
c/c artigo 332, § 1º do Código de Processo Civil).
Como vimos anteriormente, diversas são as hipóteses impeditivas, suspensivas e interruptivas passíveis de afetar
o curso do prazo prescricional, de modo que não é simples verificar, liminarmente, a ocorrência de decadência ou
prescrição. Embora assim esteja disciplinado no Código de Processo Civil (artigo 332, § 1º), recomenda-se que o
juiz “efetivamente intime a parte adversa antes de extinguir o processo liminarmente”, reservando essa
possibilidade para os casos de decadência legal, em que, como se verá adiante, não pode haver renúncia da parte
(MENKE, 2019, p. 316).
Ao proceder dessa forma, permite-se que as partes suscitem questão de fato com repercussão sobre o curso do
prazo prescricional, como a prática de algum ato pelo devedor que importe o reconhecimento do direito do credor.
Em linhas gerais, esses são os principais aspectos atinentes ao regime da prescrição. No Módulo 2, vamos passar
para o exame da decadência.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. TENDO EM MENTE O QUE ESTUDAMOS NO MÓDULO 1 QUANTO AO OBJETO DA
PRESCRIÇÃO, ASSINALE, A SEGUIR, A ALTERNATIVA CORRETA:
A) A prescrição acarreta a extinção do direito substantivo.
B) A prescrição acarreta o encobrimento do direito potestativo.
C) A prescrição acarreta a extinção do direito potestativo.
D) A prescrição acarreta a aquisição do direito substantivo.
E) A prescrição acarreta o encobrimento da pretensão.
2. PARA A CONFIGURAÇÃO DA PRESCRIÇÃO, É PRECISO QUE O CREDOR TENHA
PERMANECIDO INERTE POR LONGO PERÍODO. CONSIDERANDO QUE FOI
ULTRAPASSADA A DATA DO VENCIMENTO E A DÍVIDA ESTÁ PRESCRITA, ASSINALE A
ALTERNATIVA CORRETA:
A) O ordenamento proíbe que o devedor pague a dívida prescrita.
B) O devedor pode pagar a dívida prescrita e depois reclamar a devolução do montante pago.
C) O direito de crédito foi extinto pela configuração da prescrição.
D) O devedor que pagar a dívida prescrita não poderá reclamar a devolução do montante pago.
E) O devedor que pagar a dívida prescrita pode reclamar a devolução em dobro do montante.
GABARITO
1. Tendo em mente o que estudamos no Módulo 1 quanto ao objeto da prescrição, assinale, a seguir, a
alternativa correta:
A alternativa "E " está correta.
 
A prescrição encobre a pretensão, acarretando a perda da exigibilidade do direito substantivo que restou violado.
O direito não é extinto.
2. Para a configuração da prescrição, é preciso que o credor tenha permanecido inerte por longo período.
Considerando que foi ultrapassada a data do vencimento e a dívida está prescrita, assinale a alternativa
correta:
A alternativa "D "está correta.
 
A prescrição acarreta a perda da exigibilidade do direito substantivo que restou violado, mas o direito não é extinto.
Por essa razão, admite-se o pagamento espontâneo de dívida prescrita, mas o devedor fica impedido de exigir a
devolução do montante pago (artigo 882 do Código Civil).
MÓDULO 2
 Distinguir a decadência e a prescrição
NOÇÕES GERAIS
Antes de adentrarmos o conceito e no regime jurídico da decadência, há um ponto prévio a ser estudado: a noção
de direito potestativo, tendo em vista sua correlação com o fenômeno da decadência. Direito potestativo é:
O PODER QUE O AGENTE TEM DE INFLUIR NA ESFERA JURÍDICA
DE OUTREM, CONSTITUINDO, MODIFICANDO OU EXTINGUINDO
UMA SITUAÇÃO SUBJETIVA SEM QUE O OUTRO SUJEITO DA
RELAÇÃO POSSA FAZER ALGUMA COISA A NÃO SER SUJEITAR-
SE [...]
(AMARAL, 2018, p. 682)
A contraparte fica em estado de sujeição. Como está no clássico texto de Agnelo Amorim Filho, “a principal
característica dos direitos potestativos é o estado de sujeição que o seu exercício cria para outra ou outras
pessoas, independentemente da vontade dessas últimas, ou mesmo contra sua vontade” (AMORIM FILHO, 1997).
 
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 EXEMPLO
Podemos citar como um direito potestativo o divórcio. Uma pessoa casada tem o direito de se divorciar e a outra
pessoa terá que aceitar, mesmo contra a sua vontade, pois estará em estado de sujeição.
O titular de um direito potestativo não exige uma prestação de outrem, mas apenas exerce o seu direito sem que
haja um dever correlato.
Como os direitos potestativos são exercidos unilateralmente por seus titulares, não se pode falar em “violação de
direito potestativo”. Por isso, não cabe aplicar aos direitos potestativos a prescrição: não há pretensão.
O que acontece é que, pela inércia de seu titular, o próprio direito potestativo perece por não ter sido exercido no
prazo fixado. Assim, se o figurante de um contrato foi induzido a erro, é de quatro anos o prazo de decadência
para buscar a anulação do negócio jurídico com fundamento no dolo, contando-se o prazo do dia em que o
contrato foi celebrado (artigo 178, II do Código Civil). Se a parte enganada não exercer nesse prazo o seu
direito potestativo de anular o negócio jurídico, perecerá o seu direito, em virtude da decadência.
REGRAMENTO LEGAL
Como visto no tópico “Regramento legal”, sobre a prescrição, o Código Civil adotou a diretriz da operabilidade,
buscando facilitar a identificação de quais prazos seriam considerados como prescricionais e quais seriam
decadenciais. Veja mais a seguir:
As regras relativas à prescrição e aos prazos prescricionais estão contidas na Parte Geral, nos artigos 189 a
206.
As regras sobre decadência e sobre prazos decadenciais constam nos arts. 207 a 211 da Parte Geral e também
estão presentes na Parte Especial.
 COMENTÁRIO
Raramente, prazos decadenciais foram disciplinados na Parte Geral e, quando assim se procedeu, identificou-se
expressamente, como verificado no artigo 119, que estabelece o prazo decadencial de 180 dias para pleitear-se a
anulação do negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado.
Como exemplos de prazos decadenciais constantes na Parte Especial do Código Civil, pode-se citar:
 
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Na seção sobre vícios redibitórios, o artigo 446, segundo o qual o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante
nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
 
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Na seção sobre contrato de transporte, há o artigo 745, que disciplina o prazo de cento e vinte dias para o
transportador ajuizar ação para obter indenização pelos danos decorrentes da informação inexata ou falsa
constante da relação de coisas a serem transportadas, a qual é elaborada por seu remetente.
CONCEITO
A decadência é a perda de um direito potestativo pela inércia de seu titular em exercê-lo no prazo estabelecido.
Dito de outro modo: é a extinção de direito potestativo em virtude do não exercício por seu titular.
A decadência não se confunde com a prescrição, embora as figuras se aproximem em virtude de envolverem o
impacto da passagem do tempo e a inação do titular de um direito. Veja mais a seguir:
A DECADÊNCIA LEVA AO PERECIMENTO DE UM DIREITO POTESTATIVO.

A PRESCRIÇÃO ENCOBRE A PRETENSÃO DERIVADA DE UM DIREITO SUBJETIVO.
Além disso, o curso do prazo decadencial obedece a regras diversas das que examinamos ao abordar a
prescrição, como veremos adiante.
FUNDAMENTO
O fundamento da decadência é, geralmente, apontado como a necessidade de se obter certeza e segurança
nas relações jurídicas. Segundo Agnelo Amorim Filho, foi necessário estabelecer um prazo para o exercício de
certos direitos potestativos, pois o seu não exercício “concorre de forma mais acentuada para perturbar a paz
social”.
 EXEMPLO
Nesse sentido, exemplifica o direito de preferência; o direito de promover a anulação do casamento etc. (AMORIM
FILHO, 1997).
Existe, contudo, entendimento diferente. Para Caio Mário da Silva Pereira, o “fundamento da decadência é não
se ter o sujeito utilizado de um poder de ação, dentro dos limites temporais estabelecidos à sua utilização”. Em sua
visão, os direitos potestativos carregam “o germe da própria destruição”, de modo que o fundamento da
decadência estaria conectado a essa peculiaridade inerente ao direito que acaba perecendo em virtude de não ter
havido o seu exercício no período preestabelecido (PEREIRA, 2020, p. 581).
REGRAS ESPECIAIS
REGRAS CONCERNENTES AO PRAZO
O prazo decadencial começa a fluir no momento em que o direito nasce, surgindo, simultaneamente, direito e
termo inicial (AMARAL, 2018, p. 687), o que, como visto, não ocorre na prescrição. Veja o comparativo a seguir:
Decadência
Se opera de modo fatal.

Prescrição
Prazo sujeito à interferência de causas impeditivas, suspensivas e interruptivas.
É o que está no artigo 207 do Código Civil: ressalvadas as hipóteses em que a lei disciplinar, as normas que
impedem, suspendem ou interrompem a prescrição não se aplicam à decadência. Em outras palavras, apenas por
exceção legal é que o curso do prazo decadencial se submeterá a óbices.
Nesse sentido, o artigo 208 ilustra uma hipótese em que, por determinação em lei, impede-se a fluência do prazo
decadencial. Segundo tal artigo, são aplicáveis à decadência o disposto nos artigos 195 e 198, inciso I. Esse último
artigo disciplina que o prazo prescricional não flui contra os absolutamente incapazes, razão pela qual também
restará impedido o curso do prazo decadencial contra os absolutamente incapazes.
 
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 EXEMPLO
Outra causa que obsta o curso normal do prazo decadencial consta no artigo 26, § 2º do Código de Defesa do
Consumidor. Esse artigo prevê prazo decadencial para que o consumidor exerça o direito de reclamar o término ou
a alteração do negócio jurídico em que foi verificado o vício no produto ou no fornecimento de serviço,
determinando que a reclamação formulada pelo consumidor perante o fornecedor obsta a decadência até a
resposta negativa (inciso I). De modo semelhante, a instauração de inquérito civil obsta a decadência (inciso III).
O prazo decadencial pode ter origem legal ou convencional. Veja mais a seguir:
DECADÊNCIA LEGAL
DECADÊNCIA CONVENCIONAL
DECADÊNCIA LEGAL
É, por óbvio, aquela fixada em lei, como é a hipótese do já referido artigo 446 do Código Civil.
DECADÊNCIA CONVENCIONAL
Decorre do exercício da autonomia privada (isto é, as partes podem pactuar prazos decadenciais para o exercício
de direitos), desde que se trate de matéria disponível e não se configure, de algum modo, fraude aos ditames
legais (AMARAL, 2018, p. 687).
É o que acontece quando as partes, por exemplo, estipulam um prazo para o exercício do direito de
arrependimento, isto é, para o desfazimento do negócio.
REGRAS CONCERNENTES À RENÚNCIA
Na decadência convencional, admite-se a renúncia pelas partes. O titular do direitopotestativo pode exercê-lo
mesmo após a ultrapassagem do prazo estabelecido para tanto, como se depreende do artigo 209 do Código Civil,
que veda apenas a renúncia à decadência legal.
Segundo o artigo 209, a decadência legal é irrenunciável.
Segundo Humberto Theodoro Júnior, se o prazo para o exercício do direito potestativo é fixado em lei, a norma
deve ser tratada como de ordem pública, o que justifica a vedação legal à renúncia pelas partes (THEODORO
JÚNIOR, 2018, p. 354). Esse argumento também serve como justificativa para o fato de que a:
DECADÊNCIA LEGAL
Deve ser suscitada de ofício pelo juiz (artigo 210 do Código Civil).
DECADÊNCIA CONVENCIONAL
Deve ser arguida, em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita (artigo 211 do Código Civil).
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É interessante registrar aqui algumas notas comparativas entre prescrição e decadência.
Em se tratando de prescrição, não há a possibilidade de as partes alterarem os prazos prescricionais (artigo 192
do Código Civil). Além disso, observadas certas condicionantes (artigo 191 do Código Civil), a prescrição pode ser
renunciada. Ou seja, aquele que se beneficia com a exceção da prescrição (o devedor) pode escolher não a
exercer.

Na decadência, observados os limites já expostos, admite-se a pactuação de prazo convencional. Quanto à
renúncia, admite-se apenas àquela fixada de modo convencional, sendo nula a renúncia à decadência legal (artigo
209 do Código Civil).
 RESUMINDO
Decadência é a perda de um direito potestativo pela inércia de seu titular em exercê-lo no prazo
estabelecido.
Diferentemente da prescrição, a noção central é a de direito potestativo. Não cabe falar em pretensão.
O prazo decadencial sofre interferência em seu curso quando houver previsão legal.
A decadência pode ser qualificada como convencional ou legal.
O REGRAMENTO DA DECADÊNCIA
No vídeo a seguir, veja a análise da professora Giovana Benetti sobre as principais regras de decadência.
EFEITOS
A decadência leva à extinção do direito potestativo e, consequentemente, põe fim ao estado de sujeição.
Como disse Agnelo Amorim Filho (1997), “o efeito imediato da decadência é a extinção do direito”, pois a
intranquilidade social está ligada, segundo o autor, à possibilidade de o direito vir a ser exercido.
Se, mesmo com a fixação de um prazo em lei, o direito “sobrevivesse”, “a situação de intranquilidade continuaria
de pé” (AMORIM FILHO, 1997).
 COMENTÁRIO
Nessa hipótese, não haveria sentido em fixar a decadência legal, pois a situação de incerteza remanesceria. Isso
porque o outro sujeito ficará em estado de sujeição, devendo acatar a consequência do exercício do direito
potestativo independentemente de sua vontade. Por essa razão, a decadência, diferentemente da prescrição,
acarreta a extinção do direito potestativo.
Vencido o estudo da decadência, passaremos para o próximo tópico, também disciplinado na Parte Geral do
Código Civil: a prova.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CONSIDERANDO O QUE ESTUDAMOS SOBRE A DECADÊNCIA, ASSINALE A
ALTERNATIVA CORRETA:
A) A prescrição e a decadência acarretam as mesmas consequências jurídicas.
B) A decadência decorre da inércia do titular de um direito potestativo em exercê-lo no prazo.
C) As partes podem alterar os prazos prescricionais e os decadenciais.
D) O prazo prescricional, assim como o decadencial, opera-se de modo fatal.
E) A prescrição e a decadência recaem sobre direitos potestativos.
2. COM BASE NAS LIÇÕES DO MÓDULO 2, A ALTERNATIVA QUE CONTÉM UMA
COMPARAÇÃO CORRETA ENTRE A PRESCRIÇÃO E A DECADÊNCIA É:
A) O termo inicial do prazo decadência é, assim como o da prescrição, o surgimento da pretensão.
B) Os prazos decadenciais, assim como os prescricionais, dividem-se em geral e específicos.
C) O curso do prazo decadencial, assim como o prescricional, resta impedido contra os absolutamente incapazes.
D) Assim como a prescrição, a decadência convencional deve ser suscitada de ofício pelo juiz.
E) A prescrição e a decadência recaem sobre direitos potestativos.
GABARITO
1. Considerando o que estudamos sobre a decadência, assinale a alternativa correta:
A alternativa "B " está correta.
 
A decadência é a extinção de direito potestativo em virtude do não exercício por seu titular no prazo fixado.
Admite-se a decadência convencional e, via de regra, o prazo decadencial opera-se de modo fatal. Diversamente,
os prazos prescricionais não podem ser alterados pelas partes e estão sujeitos a causas impeditivas, suspensivas
e interruptivas.
2. Com base nas lições do Módulo 2, a alternativa que contém uma comparação correta entre a prescrição
e a decadência é:
A alternativa "C " está correta.
 
O artigo 208 do Código Civil determina que é aplicável à decadência o disposto no artigo 198, I, o qual prevê que o
prazo prescricional não flui contra os absolutamente incapazes. Logo, o curso do prazo decadencial resta impedido
contra os absolutamente incapazes.
MÓDULO 3
 Relacionar a disciplina da prova contida no Código Civil e no Código de Processo Civil
DA PROVA
O termo prova comporta diferentes definições:
DEFINIÇÃO 1
É utilizado para designar os meios que podem ser empregados para demonstrar a existência de um fato jurídico,
isto é, um documento ou o depoimento de uma testemunha.
DEFINIÇÃO 2
É empregado para referir o conjunto de atividades voltadas à verificação das alegações de fatos relevantes para o
julgamento (ou seja, as atividades que possibilitem ao julgador formar o seu convencimento sobre a ocorrência do
fato).
A matéria relativa à prova é tratada no Código Civil em sua Parte Geral, logo após a abordagem da prescrição e da
decadência. O assunto é disciplinado em Título próprio (“Da Prova”), sendo tratado nos artigos 212 a 232.
 SAIBA MAIS
Essa é uma diferença importante em relação ao Código Civil de 1916, o qual regulava o assunto juntamente com a
forma dos atos jurídicos. Como veremos, prova e forma não se confundem, de modo que é mais adequada a
abordagem da temática da prova em título próprio.
A disciplina da prova não está restrita ao Código Civil. Como a matéria é situada na fronteira entre o Direito Civil e
o Processo Civil, há regras sobre prova, igualmente, no Código de Processo Civil, nos artigos 369 a 485.
Costuma-se dizer que cabe ao Direito Civil regular os meios de prova e que, ao Direito Processual, cabe a
disciplina para a produção e a apreciação da prova em juízo.
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 DICA
Percebe-se que o estudo da prova é relevante para a sua atuação profissional, pois os meios de prova servem
para demonstrar a existência dos fatos jurídicos, de modo que compreender a sua disciplina auxilia na resolução
de problemas concretos, como, por exemplo, o de saber se, para a comprovação de um determinado fato, é
admissível a apresentação de troca de mensagens eletrônicas (e-mails).
Para desenvolvermos o estudo da prova, primeiro trataremos da sua definição.

Na sequência, aprofundaremos o exame de sua disciplina a partir da interação entre as regras do Código Civil e do
Código de Processo Civil, sendo que o foco da abordagem recairá sobre as normas de Direito Civil.

Por fim, abordaremos os meios de prova.
DEFINIÇÃO
Sobre prova e forma, veja as definições a seguir:
PROVA
É o conjunto dos meios que podem ser empregados para demonstrar a existência de um fato jurídico
(BEVILAQUA, 2001, p. 330). Por exemplo, para comprovar a ocorrência de um fato jurídico pode-se utilizar todos
os meios hábeis para tanto, desde que lícitos, como a prova testemunhal e um documento público.
FORMA
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É o meio pelo qual a declaração de vontade é exteriorizada, ou seja, é o aspecto exterior da declaração de
vontade, por meio do qual esta se revela. A forma pode ser escrita, oral, gestual etc.
Em nosso sistema, vigora o princípio da liberdade das formas, ou seja, a declaração de vontade, via de regra, não
depende de forma especial, ser eleita a formaque mais aprouver aos figurantes. É o que está no artigo 107 do
Código Civil.
Contudo, se a lei exigir, expressamente, uma forma especial, é necessário observá-la, como nos seguintes casos:
 
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Contrato de fiança em que se requer a forma escrita (artigo 819)
 
Foto: Pixabay
Contrato de compra e venda de imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário-mínimo vigente no país em
que se exige instrumento público (artigo 108).
 ATENÇÃO
Vale recordarmos que, segundo o artigo 166, inciso IV, será nulo o negócio jurídico que não observar a forma
prescrita em lei.
Há pertinência entre o tema da prova e o da forma, todavia não se pode confundir ambas as figuras. Veja mais a
seguir:
A percepção no meio social é a de que a forma pode servir como fonte de prova ao envolver a exteriorização da
declaração da vontade (TEPEDINO; OLIVA, 2020, p. 250).

O termo “prova” também é empregado para designar o conjunto de atividades voltadas à verificação das alegações
de fatos relevantes para o julgamento.
Como está no artigo 369 do Código de Processo Civil, “para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido
ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz”, é assegurado às partes o direito de empregar todos os
meios legais. Como podemos perceber, essa definição está mais conectada à perspectiva do Direito Processual
Civil.
Como a abordagem da temática da prova neste módulo tem como perspectiva principal o Direito Civil, a definição
que norteará o nosso estudo é aquela segundo a qual a prova é conjunto dos meios empregados para a
comprovação da existência de um fato jurídico.
PROVA NO CÓDIGO CIVIL E NO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL
A disciplina da prova encontra-se, como referido na introdução a este módulo, na fronteira entre as normas de
Direito Material e de Direito Processual. Por isso, é importante identificar as linhas divisórias na matéria.
DIREITO CIVIL
Cabem (i) a disciplina dos meios de prova, (ii) a indicação de quais atos podem ser evidenciados por um
determinado tipo de prova e (iii) a definição dos requisitos que o meio de prova deve apresentar (PEREIRA, 2020,
p. 498). Vejamos exemplos de cada uma dessas hipóteses: 
 
O Código Civil elenca, no artigo 212, (i) meios de prova pelos quais um fato jurídico pode ser provado, salvo se for
exigida forma especial: confissão, documento, testemunha, presunção ou perícia. Já o artigo 646 prevê (ii) que o
contrato de depósito será provado por escrito. Finalmente, o artigo 215, § 1º, prevê uma série de requisitos
mínimos para a escritura pública (iii), dentre os quais estão a data e o local de sua realização; o reconhecimento
da identidade e da capacidade das partes, bem como a indicação de quantos hajam comparecido ao ato; o nome,
a nacionalidade, o estado civil, a profissão, o domicílio e a residência das partes e demais comparecentes; entre
outros.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Por sua vez, incumbe estabelecer os preceitos que regem a apreciação da prova em juízo e a técnica para
apresentá-la ao julgador (PEREIRA, 2020, p. 497). 
 
Por exemplo, o artigo 369 do Código de Processo Civil prevê que o juiz deve, de ofício ou a requerimento da parte,
determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito e que, ao julgador, também cabe admitir a prova
produzida em outro processo, atribuindo o valor que considerar adequado (artigo 371). 
 
Além disso, o Direito Processual Civil define a quem incumbe o ônus da prova (artigo 373), determinando caber ao
autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; e ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor. 
 
Vale referir, ainda, que o Código de Processo Civil estabelece quais fatos não dependem de prova (artigo 374) e
define como se dá a produção de prova documental (artigo 434 e seguintes), além de tantas outras regras
constantes no Capítulo XII do Título I do Livro I da Parte Especial.
 ATENÇÃO
É importante estar ciente de que existe controvérsia sobre a natureza das regras sobre prova, pois, na visão da
maioria dos processualistas contemporâneos, “as regras sobre prova são de natureza processual, já que apenas
no processo têm a sua eficácia própria” (MARINONI, 2011, p. 382).
Contudo, existem situações em que não é ajuizada uma demanda e os figurantes utilizam os diferentes meios de
prova para a demonstração de fatos jurídicos. Basta pensarmos que, fora do ambiente judicial, existe a seguinte
possibilidade:
Um cidadão pode procurar meios de comunicação para realizar denúncia sobre a poluição ambiental causada por
uma fábrica

Para tanto, envia a gravação de um vídeo que demonstra o momento em que os produtos tóxicos são lançados no
rio.
Ou seja, nesse cenário, há um documento (a gravação em vídeo) que pode ser usado para comprovar um
fato jurídico, sem ter sido ajuizada uma demanda.
 RESUMINDO
Em conclusão, ao Direito Civil compete a disciplina de quais meios de prova os interessados podem utilizar para
comprovar a existência de um fato jurídico e, ao Direito Processual Civil, cabe endereçar as regras de produção e
de apreciação das provas em juízo.
MEIOS DE PROVA
O Código Civil contém, no artigo 212, rol de meios de prova pelos quais um fato jurídico com forma livre pode ser
provado. Trata-se de rol exemplificativo, pois são admitidos outros meios de prova ali não elencados, desde que
lícitos, como prevê o artigo 369 do Código de Processo Civil.
Constam, no artigo 212 do Código Civil, os seguintes meios de prova:
Confissão
Documento
Testemunha
Presunção
Perícia
Cabe examiná-los a partir de agora.
CONFISSÃO
A confissão é disciplinada nos artigos 389 a 395 do Código de Processo Civil. Consiste no reconhecimento de um
fato contrário ao interesse de quem confessa e favorável ao de seu adversário.
Para ser eficaz, a confissão deve ser proveniente de quem seja capaz de dispor do direito a que os fatos
confessados se referem e, se for realizada por um representante, somente produzirá efeitos nos limites do quanto
o representante pode vincular o representado (artigos 213 e 214 do Código Civil; artigo 392 do Código de
Processo Civil). É necessário que os poderes para confessar constem expressamente no instrumento de
representação, pois, caso contrário, a confissão será considerada como ato jurídico ineficaz (MENKE, 2019, p.
353).
A confissão pode ser:
 
Foto: Atstock Productions/Shutterstock.com
JUDICIAL
Se obtida a partir de depoimento prestado em juízo
EXTRAJUDICIAL
Se não for obtida em juízo
ESPONTÂNEA
Quando é feita pela própria parte ou por representante com poder especial
PROVOCADA
Quando consta do termo do depoimento pessoal, como está no artigo 390 do Código de Processo Civil
A confissão é irrevogável, isto é, não se admite arrependimento ou retratação.
Todavia, a confissão pode ser anulada se tiver decorrido de erro de fato ou houver sido obtida mediante dolo ou
coação (artigo 214 do Código Civil; artigo 393 do Código de Processo Civil).
DOCUMENTO
Documento é todo “suporte material, físico ou eletrônico, de registro de um fato ou de uma manifestação de
vontade” (TEPEDINO; OLIVA, 2020, p. 255).
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Foto: Monkey Business Images/Shutterstock.com
 EXEMPLO
Escritos, fotografias e vídeos são considerados documentos.
Há documentos públicos e particulares. Veja mais sobre cada um deles a seguir:
DOCUMENTOS PÚBLICOS
Os documentos produzidos por agentes públicos, observando as suas competências e as formalidades legais, são
documentos públicos. Se o documento não observar essas particularidades, o artigo 407 do Código de Processo
Civil prevê que, assinado pelas partes, tal documento terá a mesma eficácia probatória do documento particular. 
 
O documento público serve como prova de sua formação e, igualmente, dos fatos que o agente público declarar
terem ocorrido em sua presença (artigo 405 do Código de Processo Civil). 
 
São exemplos dedocumentos públicos a escritura pública (artigo 215 do Código Civil) e a ata notarial. Ata notarial
é aquela lavrada por tabelião e que se presta a atestar ou documentar algum fato, nos termos do artigo 384 do
Código de Processo Civil.
DOCUMENTOS PARTICULARES
Os documentos particulares são produzidos pelos interessados no âmbito de relações privadas. De acordo com o
artigo 221 do Código Civil, o instrumento particular assinado comprova as obrigações de qualquer valor, mas os
seus efeitos apenas repercutirão sobre terceiros se for registrado no registro público.
Há, ainda, os documentos eletrônicos, os quais são confeccionados com o auxílio de sistemas de informática,
como e-mails, formulários de páginas da web (MENKE, 2019, p. 349).
O valor probatório desse tipo de documento tem sido reconhecido, desde que “seja apto a conservar a integridade
de seu conteúdo e idôneo a apontar sua autoria, independentemente da tecnologia empregada” (Enunciado 297 da
IV Jornada de Direito Civil).
O Código de Processo Civil trata dos documentos eletrônicos nos artigos 439 a 441.
TESTEMUNHA
Testemunha é um terceiro, estranho ao processo, que depõe sobre o que sabe a respeito dos fatos em discussão
na lide.
O Código Civil elenca, no § 1º do artigo 228, quem não pode ser admitido como testemunha e a matéria também é
tratada no artigo 447 do Código de Processo Civil. A prova testemunhal é regulada, ainda, nos artigos 442 a 463
do Código de Processo Civil.
Trata-se de prova sempre admissível, exceto se a lei previr de modo diverso (artigo 442 do Código de Processo
Civil).
 
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 EXEMPLO
A lei determina que, no inventário e na partilha, os fatos relevantes devem ser provados por documento (artigo 612
do Código de Processo Civil), o que permite concluir não ser admitida a prova testemunhal. 
 
Além disso, a lei prevê que, o contrato de depósito voluntário deve ser provado por escrito, como já mencionado.
Nesta última hipótese, a prova testemunhal será admissível se houver começo de prova por escrito (artigo 444 do
Código de Processo Civil).
Vale referir, ainda, que a prova testemunhal é admissível independentemente do valor do negócio jurídico. O
Código de Processo Civil revogou o caput do artigo 227 do Código Civil, que admitia a prova testemunhal apenas
para os negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse determinado montante. Permanece em vigor o parágrafo único
do artigo 227 do Código Civil, o qual estabelece que “qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova
testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito”.
PRESUNÇÃO
Presunção é a ilação retirada a partir da reiteração de fatos conhecidos a fim de comprovar um fato desconhecido.
Ou seja, parte-se da “convicção da ocorrência de determinado fato conhecido” para, “por dedução lógica, inferir a
existência de outro” (MENKE, 2019, p. 352).
 
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Para Caio Mário da Silva Pereira, não se trata, propriamente, de uma prova, mas de um processo lógico destinado
a atingir a verdade legal (PEREIRA, 2020, p. 511). Apesar disso, a presunção consta no rol do artigo 212 do
Código Civil como meio de prova.
As presunções classificam-se em comuns ou legais; e as legais podem ser absolutas ou relativas. Veja mais sobre
isso a seguir:
A presunção comum é a dedução feita pelo juiz, no contexto de um caso concreto, com base em certo fato para
concluir pela ocorrência de outro fato.
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A presunção legal é prevista em lei e se baseia naquilo que normalmente acontece, podendo admitir prova em
contrário (presunção relativa) ou não (presunção absoluta).
Sobre a presunção legal, vamos pensar em dois exemplos:
PRESUNÇÃO LEGAL RELATIVA
A entrega do título ao devedor acarreta a presunção de pagamento, conforme disposto no artigo 324 do Código
Civil. Contudo, admite-se prova em contrário: se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento, ficará
sem efeito a quitação, nos termos do parágrafo único do artigo 324. Como a presunção está prevista no Código
Civil e admite prova em contrário, estamos diante de presunção legal relativa.
PRESUNÇÃO LEGAL ABSOLUTA
Se o proprietário abandonar imóvel situado em zona rural com a intenção de não mais o conservar em seu
patrimônio, essa intenção será presumida de modo absoluto se os atos de posse cessarem e o proprietário deixar
se satisfazer os ônus fiscais, em conformidade com o artigo 1.2176, § 2º do Código Civil. Aqui temos outra
presunção disciplinada no Código Civil, a qual se dá de modo absoluto e, portanto, não comporta prova em sentido
contrário. Portanto, temos uma presunção legal absoluta. 
 
A respeito da presunção legal absoluta, é importante atentar para o artigo 374 do Código de Processo Civil, que
estabelece não dependerem de prova os fatos relativamente aos quais milita presunção legal de existência ou de
veracidade (inciso IV).
PERÍCIA
A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação, nos termos do artigo 464 do Código de Processo Civil. A
perícia é necessária diante de fato que requeira conhecimento técnico para ser apreendido, ou seja, que dependa
de conhecimento especial não exigível do homem médio e do juiz (MARINONI, 2011, p. 792).
O perito é quem realiza a prova pericial, sendo nomeado pelo juiz (artigo 465 do Código de Processo Civil).
A prova pericial é regulada pelos artigos 464 a 480 do Código de Processo Civil e pelos artigos 231 e 232 do
Código Civil.
 
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 RESUMINDO
A disciplina da prova encontra-se na fronteira entre as normas de Direito Material e de Direito Processual.
O Direito Processual Civil cuida das regras de produção e de apreciação das provas em juízo.
Os meios de prova previstos no artigo 212 do Código Civil são confissão, documento, testemunha, presunção
ou perícia.
OS MEIOS DE PROVA
No vídeo a seguir, veja a análise da professora Giovana Benetti sobre os meios de prova.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CONSIDERANDO QUE A TEMÁTICA DA PROVA É ABORDADA TANTO PELO CÓDIGO
CIVIL QUANTO PELO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, É CORRETO AFIRMAR QUE:
A) Os enunciados constantes nesses códigos disciplinam apenas a produção da prova em juízo.
B) A prova pode ser produzida em juízo ou ser realizada extrajudicialmente.
C) São os enunciados constantes do Código Civil que definem a alocação do ônus da prova.
D) Os enunciados do Código de Processo Civil não tratam dos meios de prova.
E) Os enunciados constantes do Código Civil definem os fatos que não dependem de prova.
2. COM BASE NO QUE APRENDEMOS SOBRE OS DIFERENTES MEIOS DE PROVA, É
INCORRETO AFIRMAR QUE:
A) O rol de meios de prova contido no artigo 212 do Código Civil é taxativo.
B) As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, desde que lícitos.
C) A confissão pode ser obtida fora do processo, sendo denominada extrajudicial.
D) A prova testemunhal é admitida independentemente do valor do negócio jurídico.
E) O Código Civil contém presunções legais relativas e absolutas.
GABARITO
1. Considerando que a temática da prova é abordada tanto pelo Código Civil quanto pelo Código de
Processo Civil, é correto afirmar que:
A alternativa "B " está correta.
 
Como vimos, ao Direito Processual incumbe estabelecer os preceitos que regem a produção e a apreciação da
prova em juízo. Contudo, a prova também pode ser constituída extrajudicialmente.
2. Com base no que aprendemos sobre os diferentes meios de prova, é incorreto afirmar que:
A alternativa "A " está correta.
 
O rol constante no artigo 212 do Código Civil é exemplificativo, pois são admitidos outros meios de prova ali não
elencados, desde que lícitos, como prevê o artigo 369 do Código de Processo Civil.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, a prescrição, a decadência e a prova são temas tratados, primordialmente, na Parte Geral do
Código Civil. 
A prescrição e a decadência são figuras relacionadas com os impactos do decurso do tempo nas situações e nas
relações jurídicas e desempenham papel importanteno ordenamento, na medida em que visam a assegurar a
certeza no ambiente social. 
A prescrição encobre a pretensão (isto é, o poder exigir), e não extingue o direito substantivo que restou violado.
Para a ocorrência da prescrição, a inércia do interessado deve ser prolongada, e não momentânea. O curso do
prazo prescricional tem início com o nascimento da pretensão e pode sofrer a interferência de causas impeditivas,
suspensivas ou interruptivas. 
Já a decadência é a perda de um direito potestativo pela inércia de seu titular em exercê-lo no prazo estabelecido.
O direito potestativo é exercido unilateralmente por seu titular, de modo que não cabe falar em sua violação e,
consequentemente, não cabe falar em pretensão. 
Quando se estabelece um prazo para o exercício do direito potestativo, o prazo é decadencial e começa a fluir no
momento em que o direito nasce. Via de regra, o curso do prazo decadencial não estará sujeito a causas
impeditivas, suspensivas e interruptivas.
O último assunto abordado foi a prova. Como vimos, esse é um termo que comporta diferentes definições.
Segundo a perspectiva que norteou o nosso estudo, prova é o conjunto dos meios empregados para a
comprovação da existência de um fato jurídico. 
A disciplina da prova encontra-se na fronteira entre as normas de Direito Material e de Direito Processual. Cabe ao
Direito Civil a disciplina de quais meios de prova os interessados podem utilizar para comprovar a existência de um
fato jurídico, como está no artigo 212 do Código Civil. Já ao Direito Processual Civil cabe disciplinar as regras de
produção e de apreciação das provas em juízo, como se verifica nas regras constantes no Capítulo XII do Título I
do Livro I da Parte Especial.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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AMORIM FILHO, A. Critério científico para distinguir a prescrição da decadência e para identificar as ações
imprescritíveis. Revista dos Tribunais, v. 744, p. 725-750, 1997. 
BEVILAQUA, C. Teoria Geral do Direito Civil. Campinas: Red Livros, 2001. p. 330. 
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (3. Turma). Recurso Especial 1168336/RJ. Relatora Ministra Nancy Andrighi,
22 de março de 2011. 
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (Corte Especial). Recurso Especial 1.281.594/SP. Embargos de Divergência.
Relator Ministro Benedito Gonçalves, 15 de maio de 2019. 
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FARIAS, C. C. de; ROSENVALD, N. Curso de direito civil. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 622-623. v. 1. 
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MARINONI, L. G.; ARENHART, L. G. Prova. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. p. 382, 792. 
MENKE,. Comentário aos artigos 194, 202, 205, 212 e 213. In: NANNI, Giovanni (coord.). Comentários ao
Código Civil. São Paulo: Saraiva, 2019. p. 316, 319, 328, 349, 352, 353. 
MOREIRA ALVES, J. C. A parte geral do projeto de Código Civil brasileiro. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. p.
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PEREIRA, Caio Mário da Silva. Introdução ao Direito Civil. Atualizado por Maria Celina Bodin de Moraes. 33. ed.
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PONTES DE MIRANDA, F. C. Tratado de Direito Privado. Atualizado por Marcos Bernardes de Mello e Marcos
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PONTES DE MIRANDA, F. C. Tratado de Direito Privado. Atualizado por Otavio Luiz Rodrigues Junior, Tilman
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TEPEDINO, G.; OLIVA, M. Teoria Geral do Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2020. p. 250, 255, 376, 377,
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THEODORO JÚNIOR, H. Prescrição e Decadência. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. p. 16, 19, 30.
EXPLORE+
Para aprofundar seu conhecimento, leia o livro A juízo do tempo: estudos atuais sobre prescrição, com
coordenação de Márcia Celina Bodin de Moraes Gisela Sampaio da Cruz Guedes e Eduardo Nunes de
Souza, publicado pela editora Processo em 2019.
Leia também o artigo A evolução da prova entre o direito civil e o direito processual civil, de Gustavo
Tepedino e Francisco de Assis Viégas, publicado na Pensar Revista de Ciências Jurídicas (v. 2, n. 2, maio-
ago. 2017, p. 551-566.
Consulte, no site do Conselho da Justiça Federal, os Enunciados citados nos módulos: Enunciado 14 da I
Jornada de Direito Civil; Enunciado 296 da IV Jornada de Direito Civil; Enunciado 297 da IV Jornada
de Direito Civil.
CONTEUDISTA
Giovana Valentiniano Benetti
 CURRÍCULO LATTES
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