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Web Aula 1
O surgimento da Profissão de Serviço Social no Brasil
O Serviço Social surgiu no Brasil em 1934, período em que o capitalismo ingressava na sua fase monopólica. Então, houve a necessidade de um Estado regulador das relações sociais, em razão dos antagonismos gerados entre capital e trabalho nessa fase do capitalismo, cabendo ao Estado essa função.
(...) preservar e regular a propriedade privada, impor limites legais aos excessos da exploração da força de trabalho e, ainda, tutelar os direitos de cada um, especialmente dos que necessitam de amparo" (IAMAMOTO, 1992, p 18)
Tratava-se de um contexto de urbanização da sociedade brasileira, que se deu com a industrialização de sua economia, advinda da necessidade do capital, em termos mundiais, o qual precisava introduzir um novo modelo de produção para a retomada do aumento da taxa de lucro.
Com o surto industrial, quando foram atraídos para as cidades aqueles que se encontravam na lavoura (meio de sobreviver da população até o momento, pois era uma economia agrária) surge um novo segmento de trabalhadores e, junto com ele, uma série de situações de conflitos.
Conflitos estes causados pela sua exposição, dentro e fora das fábricas, as condições sub-humanas. Os trabalhadores eram desprovidos de qualquer política de seguridade dentro das fábricas, além de serem expostos a duras jornadas de trabalho.
Fora das fábricas, sua situação era igual, suas condições de moradia eram precárias, não tinham assistência à saúde ou de qualquer outro tipo, ficando o ônus de sua reprodução por sua conta, que só poderia ser suprido através do seu salário, conseguido através da venda de sua força de trabalho, o que era agravado pelo fato de os salários serem baixos e ainda devido às fábricas, por estarem em momento de sua implantação, não terem capacidade de absorver toda a demanda por trabalho.
Estes trabalhadores vinham se mobilizando para que suas condições de miserabilidade fossem reconhecidas pelos capitalistas, exigindo uma outra postura destes. Suas reivindicações giravam em torno de melhores condições de vida dentro e fora das fábricas. E foi através de muita pressão de suas manifestações, respondidas, quase sempre, através da repressão que esses trabalhadores fizeram algumas conquistas, culminando no reconhecimento da existência da "questão social" e no seu tratamento como questão política.
A questão social deixou de ser tratada como caso de polícia para ser reconhecida como uma deficiência da relação entre capital e trabalho, pois os capitalistas tiveram de reconhecer que não era mais possível dominar através da repressão, uma vez que este tratamento gerava conflitos, o que interferia de maneira negativa no processo de produção. Sentia-se, assim, a necessidade da criação de "consensos".
Estava dada a razão de ser do Serviço Social, o qual não foi uma conquista da classe trabalhadora, apesar de ter sido institucionalizado pelo fato de haver pressões dos grupos operários reivindicando atendimento a suas carências. Ele surgiu como uma estratégia da Igreja Católica e do Estado burguês, para conter ou amenizar o conflito entre a classe trabalhadora e os industriais, uma vez que tais conflitos ameaçavam estes dois segmentos em seus mais sagrados valores: a moral, a ordem e o poder.
A Igreja vinha tentando consolidar sua doutrina, e a filosofia que pregava era uma sociedade justa, o bem comum, baseada em Santo Tomaz de Aquino, contrapondo-se aos princípios do liberalismo e ao comunismo, que aparecem como um perigo ameaçador à sua posição na sociedade.
O Estado precisava se legitimar como poder de classe e, como sua função é manter a ordem, e o que havia no momento era uma desordem. Este precisava adotar estratégias que regulassem as relações sociais, passando a se constituir em um poder de classe, de uma classe específica, dos capitalistas, se tornando o bem feitor da propriedade privada.
O capital necessitava eliminar os entraves que barravam a sua expansão, pois os conflitos, além de atrapalharem a produção, geravam antagonismos entre a classe explorada, dando condições para que passassem a almejar uma outra sociedade, pois nesta época pairava a ameaça do comunismo.
A partir daí é o Estado que faz, através de vários mecanismos por ele institucionalizado - sindicatos, instituições assistenciais (muitas obras através da igreja), etc - a reprodução da força de trabalho.
No período de 1934 a 1937, através da criação do Ministério do Trabalho e de uma legislação trabalhista, houve a garantia de alguns direitos à classe trabalhadora, como: Lei de Férias; de menores; jornada de trabalho; repouso semanal remunerado. Depois, a criação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPAS) e, em 1936, o Departamento de Assistência Social do Estado de São Paulo.
Assim, a institucionalização do Serviço Social se deu por uma determinação histórica específica, conforme afirma Iamamoto (1990, p 86-87) dar condições de extração de mais valia, propiciar o equilíbrio entre capital e trabalho, criar condições político ideológicas à manutenção das relações sociais, etc. Era necessário um acompanhamento sistematizado aos trabalhadores para impedir que as contradições geradas entre o capital e o trabalho ameaçassem a ordem vigente.
Até o momento de sua institucionalização, que se deu a partir de 1936, o Serviço Social era praticado por pequenos segmentos da classe dominante e pela Igreja Católica.  O seu início oficial, no Brasil, tem em seu marco o curso intensivo de formação social para moças, em 1932, promovido pelas cônegas de Santo Agostinho. Ao encerramento do curso foi feito um apelo para a organização de uma ação social, visando atender o bem estar da sociedade.
Este curso foi promovido pelo CEAS (Centro de Ação Social de São Paulo) sob patrocínio e controle da Igreja Católica, se deu pela necessidade de tornar mais efetiva e dar maior rendimento às iniciativas e obras promovidas pela filantropia das classes dominantes paulistas.
O objetivo central do CEAS será o de promover a formação de seus membros pelo estudo da doutrina social da igreja e fundamentar sua ação nessa formação doutrinária e no conhecimento aprofundado dos problemas sociais, visando tornar mais eficiente a atuação das trabalhadoras sociais" e "adotar uma orientação definida em relação aos problemas a resolver, favorecendo a coordenação de esforços dispersos nas diferentes atividades e obras de caráter social. (IAMAMOTO, CARVALHO, 2001, p.169)
As participantes eram jovens formadas nos estabelecimentos religiosos de ensino, vindas das classes dominantes e setores abastados.
	 A chamada Era Vargas, iniciada com a Revolução de 1930, que desalojou do poder a oligarquia cafeeira, divide-se em três períodos: o Governo Provisório (1930-1934), o Governo Constitucional (1934-1937) e o Estado Novo (1937-1945). Durante o Governo Provisório, o presidente Getúlio Vargas iniciou o processo de centralização do poder, extinguindo os órgãos legislativos em todos os níveis (federal, estadual e municipal) A Revolução de 1930 foi decisiva para a mudança de rumos da história brasileira. Ao afastar do poder os fazendeiros do café, que o vinham controlando desde o governo de Prudente de Morais, em 1894, pavimentou o caminho para uma significativa reorientação da política econômica do país.Até 1930, os impulsos industrialistas derivavam do desempenho das exportações agrícolas. A partir de 1930, a indústria passa a ser o setor mais prestigiado da economia, concorrendo para importantes mudanças na estrutura da sociedade. O POPULISMO - e um modelo econômico baseado no intervencionismo estatal objetivando desenvolver um capitalismo industrial nacional (processo de substituição de importações). Ele significa "política de massas", ou seja, política que utiliza as massas como elemento fundamental nas regras do jogo. Caracteriza-se pelo contato direto da liderança e o povo. Através dele, Getúlio lutou contra as oligarquias, manteve o povo sob controle assumindo uma imagem paternalista e consolidou a indústria dentrode um esquema intervencionista. Não se tratava de povo no governo, mas de manipulação do povo para benefício do próprio líder carismático e das elites possuidoras. Embora alguns historiadores focalizem vários aspectos negativos do seu período governamental, muitos outros o consideram o maior dos estadistas da nossa pátria. Na visão de Darcy Ribeiro, "ele foi também o mais amado pelo povo e o mais detestado pelas elites, uma vez que obrigou nosso empresariado urbano de descendentes de senhores de escravos a reconhecer os direitos dos trabalhadores." Pela sua inegável importância para a História do Brasil, a Era Vargas tornou-se um assunto fundamental para todos que desejem compreender muitas ocorrências que permeiam a atualidade nacional.
Assim, as atividades dos CEAS se orientaram para a formação técnica especializada de quadros para a ação social e a difusão da doutrina social da igreja, atuando como dinamizador do apostolado laico, através da organização de associações para moças católicas e para a intervenção direta junto ao proletariado. Para a capacitação destas foram promovidos diversos cursos: filosofia, moral, legislação do trabalho, doutrina social, enfermagem, etc.
Em 1936, a partir dos esforços desenvolvidos por esse grupo, é fundada a primeira escola de Serviço Social no Brasil - Escola de Serviço Social de São Paulo -; a partir deste momento, o Estado começa a solicitar os assistentes sociais para atuarem em determinadas instituições estatais.
A partir daí, o Estado ultrapassa o marco da regulamentação do mercado e da exploração da força de trabalho. Para passar à gestão da assistência social, procurará racionalizar a assistência, reforçando e centralizando sua participação própria e regulando as iniciativas particulares, dividindo áreas de atuação e dando apoio às instituições coordenadas pela Igreja, ao mesmo tempo em que adota as técnicas e formação técnica especializada desenvolvidas, a partir daquelas instituições particulares.
A demanda por formação técnica especializada terá, no Estado, seu setor mais dinâmico, ao mesmo tempo em que passará a incentivá-la, institucionalizando sua progressiva transformação em profissão legitimada dentro da divisão socio-técnica do trabalho.
Com a adaptação dessa formação técnica ao Estado, os cursos de formação adotam novas orientações. A primeira fase se dá a partir do convênio firmado entre o CEAS e o departamento de Serviço Social do Estado, em 1939, para a organização de centros familiares, introduzindo no currículo das escolas especializadas de um Curso Intensivo de Formação Familiar: pedagogia do ensino popular e trabalhos domésticos. A segunda fase se dará para atender a demandas das prefeituras do interior do Estado de São Paulo.
A partir das novas demandas por assistentes sociais é multiplicado o número de escolas de Serviço Social, que, até 1948, já somava um total de 14 entidades.
A partir da fundação das três escolas pioneiras no ensino do Serviço Social: o Instituto Social no Rio de Janeiro, a Escola de Serviço Social em São Paulo e o Instituto Social de São Paulo, é montada, em 1946, a Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social (ABESS), que teve como objetivo promover a adesão a um padrão mínimo de ensino. Esta entidade desempenhou um papel importantíssimo no desenvolvimento do Serviço Social no Brasil.
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A TRAJETÓRIA DO OBJETOS DE INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
Como vimos, as profissões são criadas por determinações históricas, assim, essas devem atender a uma determinada demanda. Mas, para iniciar suas atividades, as profissões deverão delimitar a matéria-prima sobre a qual irão interagir, quando se apropriam de uma corrente filosófica que dará o norte de sua ação. Deverão, igualmente, definir quais objetivos pretenderam alcançar através de suas ações.
"Qualquer processo de trabalho implica uma matéria prima ou objeto sobre o qual incide a ação; meios ou instrumentos de trabalho que potenciam a ação do sujeito sobre o objeto; é a própria atividade, ou seja, o trabalho direcionado a um fim, que resulta em um produto" (IAMAMOTO, 1998, p 61-62)
Assim, é o objeto que dá a especificidade à profissão, sendo, de acordo com Faleiros (1997, p. 18) a construção deste objeto um processo histórico, teórico, mas também político.
O Serviço Social, por ser uma profissão que tem seu âmbito de intervenção condicionado pelas relações sociais, que são expressão do jogo de forças entre os protagonistas históricos, capital e trabalho, e cujos resultados alteram não só a sua demanda como também a consciência dos seus agentes, teve, desde seu surgimento, mudanças significativas em seu objeto. Estas mudanças estão profundamente relacionadas às alterações advindas do protagonismo dessas relações, atuando o profissional em meio às suas expressões.
A atuação profissional teve limitações, num primeiro momento, por estar em sua fase de constituição, pela ausência de uma bagagem teórica, ficando assim, à mercê de influências externas.
À medida que a profissão vai amadurecendo teórica e metodologicamente, vai alterando também, numa relação dialética, a consciência de seus agentes, pois estes têm aspirações e vontades próprias, que vão sendo geradas e moldadas pelas conjunturas históricas específicas. 
	   Terminologia utilizada por Marilda Iamamoto.
Em um primeiro momento, o objeto do Serviço Social foi o homem.  Segundo Machado (1999, p.40), "sendo este um homem específico, aquele morador de favelas, o pobre, o analfabeto, o desempregado, etc."
As três dimensões que articulam o objeto do Serviço Social neste contexto econômico, político e cultural são: a moral, a higiene e a ordem. Estas três dimensões são orientadas pela filosofia neotomista, que é uma doutrina filosófica que tem como princípio a dignidade da pessoa humana, o bem comum, entre outros, inspirados em Santo Tomaz de Aquino. 
Santo Tomás de Aquino em detalhe de uma tela de Francisco de Zurbarán. Museu Provincial de Belas - Artes de Servilha
A ideologia católica fundamentava a reforma social, tendo em vista a chamada questão social, a decadência dos costumes e o desenvolvimento do liberalismo e comunismo, tendo por objetivo reconstruir a sociedade, curar as imperfeições da ordem social, para que esta não fosse receptiva a influências que ameaçassem a ordem vigente.
	  Para saber mais leia o artigo
A compreensão da pessoa humana na gênese do Serviço Social no Brasil: uma influência neotomista
Olegna de Souza Guedes
www.ssrevista.uel.br 
Volume 4- Número 1
Jul/Dez 2001
A função do Serviço Social, dada por esta demanda histórica, do âmbito da ordem vigente, era ajustar este homem aos princípios cristãos, ou seja, moldá-lo de acordo com a filosofia da Igreja, tendo como finalidade trazer um consenso social.
Assim, a intervenção se dava no sentido de elevar o nível econômico e cultural das famílias, por meio de atividades educativas e assistenciais, prevenindo, desta forma sua decadência, evitando  problemas sociais que afetassem a ordem.
Os usuários do Serviço Social eram os órfãos, enfermos, os sem trabalho, os viciados, as mulheres abandonadas e os menores delinquentes. Sua situação de desigualdade era percebida, pelos profissionais, como resultante de sua conduta amoral.
Na década de 40, do século XX, a ação profissional sobre este objeto apontava pontos de saturação, já não mais correspondia ao atendimento das demandas postas, nem das aspirações de seus agentes.
Tratava-se de um contexto pós 2ª Guerra Mundial, no qual havia uma significativa mudança na regulação econômica e política mundial, com o advento da hegemonia norte americana no mundo ocidental e da bipolarização ideológica no mundo, entre o regime capitalista e o socialista. Somando-se a isso a dinâmica de implementação, principalmente na Europa e no Canadá, do Welfare State - o Estado de Bem Estar Social.
A situação do Brasil, neste contexto, é de dependência em relação aos países de primeiro mundo e, impulsionado por essas políticas mundiais, o Estado desencadeia uma série deinvestimentos em infra-estrutura, objetivando o seu desenvolvimentismo.
O Serviço Social recebe a influência do desenvolvimento de comunidades, mecanismo adotado pela Organização das Nações Unidas visando à reconstrução dos países destruídos pela guerra e também como meio de desenvolver os países subdesenvolvidos, pois a ameaça do comunismo era maior nestes locais.
Foram introduzidas novas técnicas, sob a perspectiva funcionalista, que tinha como pressuposto filosófico a integração do homem ao meio, tendo como base o equilíbrio das tensões. A atuação profissional ainda se dava sob o predomínio da orientação neotomista, que será determinante até a década de 1960.
Segundo a ideologia desenvolvimentista, é preciso crescer, modernizar-se, desenvolver-se economicamente, tirar as regiões atrasadas de sua situação, fazendo-as alcançar o estágio do desenvolvimento. Tinha-se que a ordem social era boa, tendo em vista nossa formação democrática e católica, mas era preciso acabar com algumas imperfeições, que seriam superadas através do desenvolvimento.
É definido aqui, como objeto do Serviço Social a situação-problema e o eixo articulador deste objeto passa a ser a harmonia social na relação entre Estado e Sociedade, cuja melhoria das condições de vida, da comunidade deveria se dar com a participação dos grupos e líderes ativos unidos pelo bem. (FALEIROS, 1997, p. 14)
Assim, o objeto deixa de ser um homem específico, passando a se constituir na situação problema. Os profissionais percebiam que alguns quadros estruturais tinham algumas imperfeições e estas deveriam ser corrigidas, pois determinavam a situação de pobreza dos homens.
Os próprios quadros sociais, constituídos por elementos imperfeitos, têm suas falhas: a família desorganiza-se, os salários não bastam para a manutenção. Urge pois, que se restabeleça a ordem social, baseada na justiça e na caridade. (IAMAMOTO, CARVALHO, 2001, p. 202)
Então, o Serviço Social, deveria remediar as deficiências dos indivíduos e das coletividades; as ações se dirigem ao ajustamento de um determinado quadro, com a finalidade de sanar as deficiências acidentais, que seriam decorrentes de certas circunstâncias e não de um defeito estrutural.
O objetivo do Serviço Social aqui é o provimento de recursos indispensáveis à melhoria de condições do ser humano, visando à redução das condições de conflitos, procurando institucionalizar a mudança e motivar, nas populações, atitudes positivas face ao desenvolvimento nacional.
Os assistentes sociais desenvolviam trabalhos de adaptação do indivíduo ao meio e do meio ao indivíduo, pesquisa das causas profundas dos males sociais - desajustes sociais e ação direta sobre eles de maneira científica - com a finalidade não só de remediar, mas de curar e prevenir seu reaparecimento, o que levou a atividade a ser orientada ao saneamento das deficiências individuais e coletivas (IAMAMOTO, CARVALHO, 2001, p 202)
As ações desenvolvidas pelos profissionais não afetavam os grupos sociais em sua estrutura, sendo o campo para a ação do Serviço Social bem delimitado, como sintetiza Iamamoto e Carvalho (2001, p. 203)
A organização social é satisfatória, e as reformas e adaptações que se tornam necessárias com a evolução da sociedade, são campo da Ação Social;
Sempre haverá indivíduos fracos; e este é o campo principal do Serviço Social, ajustando-os ao quadro normal da vida, através de uma ação personalizada;
A ação junto às coletividades não deve atingir os grupos sociais em sua estrutura. 
O nível de desenvolvimento das forças produtivas, as contradições particulares do capitalismo no Brasil, assim como a intensidade e as formas que assume o antagonismo entre as classes, não são consideradas, enquanto elementos determinantes para a análise da sociedade.
Com o aprofundamento da constatação empírica dos "problemas sociais" vividos pelo proletariado, nasce o germen de uma nova consciência. Os assistentes sociais sentem a necessidade de intervir na crise de formação moral, intelectual e social da família, tendo por objetivo reajustar os indivíduos através de uma ação educativa de longo alcance, para que obtenham um padrão de vida que lhes possibilite um mínimo de bem estar material, a partir do qual se poderá começar sua reeducação moral.
Procuram minorar estes problemas de ordem material, mas sua intervenção se dá de forma autoritária e paternalista. As condições de moradia do proletariado são analisadas através de diversos inquéritos. A promiscuidade e a precariedade de condições sanitárias com as quais convive a família operária são registradas estatisticamente, assim como suas consequências morais são levantadas.
A partir daí, apontam as expressões da situação de vida dos trabalhadores como sendo as causadoras dos problemas de desajustamento de ordem moral. Afirmam que a má habitação colabora para a existência de problemas como a delinquência, a corrupção dos costumes, etc.
Em seguida, apontam um outro problema, dizem que não basta dar casa, é preciso educá-los a usá-las. A visão que se tem do proletariado é apresentada cruamente: "as péssimas condições de habitação se devem ao desapego ao lar", denotam a falta de formação doméstica da mulher. (IAMAMOTO, CARVALHO,2001, p. 206)
Dão início, há uma campanha educativa e de fiscalização sanitária. Criticam a mulher que trabalha fora, sem necessidade. As creches são consideradas mal necessário, sinônimo de desajustamento. A finalidade dos assistentes sociais nesta é desenvolver um trabalho de longo alcance, chegando à família.
Um outro âmbito de ação é junto aos empregadores. Os assistentes sociais começam a influenciar a visão destes, explicam a falta de harmonia entre o capital e trabalho pelo aprimoramento das máquinas, o aumento progressivo dos lucros em detrimento dos investimentos no fator humano.
Os assistentes sociais começam a criticar a assistência pública por seu caráter burocrático e despersonalizado, por sua frieza, e despreocupação com práticas de maior alcance. Já as obras particulares são mal vistas por seu caráter filantrópico e paternalista, por aceitarem a passividade do assistido, por apenas remediarem situações que se perpetuam (IAMAMOTO, CARVALHO, 2001 p. 210-211)
A partir daí, esses profissionais passam a reivindicar a coordenação e a tecnificação, passando da esfera do curativo para a prevenção, baseado no modelo norte-americano.
Propagam que os assistentes sociais devem ir até o proletariado, não devem esperar que este venha à procura de auxílio. O objetivo da ação é identificar o problema tratando de forma personalizada até a reintegração do indivíduo a uma situação normal. E, para identificarem os problemas, devem fazer uso da pesquisa de campo.
A visão desenvolvimentista fundamenta a integração dos grupos aos projetos dominantes hegemônicos, de modo que o Serviço Social é inserido diretamente no projeto político do Estado. Isto leva, ainda nesta década, os profissionais a reverem sua prática, emergindo uma crise ideológica e política. Faz-se crítica à ligação do Serviço Social com os países dominantes e com as classes e valores dominantes. Critica-se também a burocratização do Serviço Social. Esta é a base para a apropriação de um novo objeto profissional, voltando sua ação à transformação social.
Essa nova tomada de consciência leva os assistentes sociais, a partir de 1960, a almejarem uma ruptura com o conservadorismo profissional. Norteados pelo materialismo dialético - uma minoria -, buscam estabelecer o compromisso com o povo. Tal período ficou conhecido como o movimento de reconceituação profissional. Mas isto veremos em um outro momento!!!
Após a leitura das unidades, leia os artigos abaixo!!!
	Link:
Acesse www.ssrevista.uel.br e leia o artigo O que é o Serviço Social? vigência de um "velho problema e desafio para a formação profissional
Evaristo Colmán
Link:
Acesse www.ssrevista.uel.br e leia o artigo Marxismo: uma sombra jurássica nos dias de hoje?
Sandra Regina de Abreu Pires 
1) A questão social no Brasil na contemporaneidade:I. É um elemento central na relação entre profissão e realidade, pois evidencia a questão da divisão da sociedade em classes, em que a apropriação da riqueza socialmente gerada é extremamente desigual.
II.Traz como resultantes a pobreza e a exclusão social que permeiam a vida das classes subalternas na sociedade e com as quais o serviço social se defronta na sua prática cotidiana.
III.Precisa ser abordada pelo serviço social como desafio de construir e reinventar mediações capazes de articular a vida social das classes subalternas com o mundo público dos direitos e da cidadania.
Assinale a alternativa correta:
Alternativas:
a) Somente a alternativa I está correta;
b) As alternativas II e III estão corretas
c) As alternativas I e III estão corretas
d) Todas as alternativas estão corretas;
2) Na obra Relações Sociais e Serviço Social no Brasil, de Iamamoto, pontua: O trabalho alienado não representa, portanto, a satisfação, mas é simplesmente um meio para satisfazer necessidades estranhas a ele. A que tipo de trabalho a afirmação se refere?
Alternativas:
a) Trabalho escravo.
b) Trabalho assalariado.
c) Trabalho explorado.
d) Trabalho voluntário
3) A legitimação da profissão de Assistente Social na "divisão social e técnica do trabalho" no Brasil ocorre quando:
Alternativas:
a) As escolas de Serviço Social estavam com um contingente grande de profissionais que precisavam ser lançados no mercado de trabalho.
b) O Estado brasileiro começou a abrir espaço para a inclusão de Assistentes Sociais no funcionalismo público.
c) A Igreja Católica precisava de Assistentes Sociais, pois as damas de caridade já não absorviam a demanda de problemas sociais.
d) As empresas privadas estavam contratando cada vez mais o serviço dos Assistentes Sociais.
4) A ausência de identidade profissional e a fragilidade profissional da consequência social da categoria profissional impediram-na de ingressar no universo da ""classe em si"" e da ""classe para si"" do movimento operário. Não reunindo condições para realizar o percurso em direção a uma consequência critica política, a profissão não conseguiu, até mesmo por seus limites corporativos, participar historicamente da prática política da classe operária, tendo sido absorvida pela teocracia da sociedade do capital". (Maria Lucia Martinelli, 2005).
Em relação à história do Serviço Social considere as afirmativas a seguir:
I.A história de toda a sociedade até nossos dias é a história de lutas de classes. Uma religião é um sistema de crenças e de praticas relativas a coisas sagradas, isto é, separadas, proibidas e incessíveis. No Serviço Social são os agentes que consolidaram estes valores para as classes subalternas.
II.Institucionalizou-se na sociedade capitalista como ação interventiva, respondendo a interesses da classe operaria em luta permanente pelos seus direitos.
III.Constitui-se como profissão enquanto mecanismo institucional utilizado pelo Estado para dar respostas aos movimentos burgueses. 
IV.A adesão dos movimentos responsáveis pela transformação da sociedade objetivaram os agentes profissionais a assessorar na participação coletivas dos sujeitos envolvidos.
V.Aderindo firmemente a prática como um verdadeiro objeto sobrenatural, penetrou através dos flancos abertos pela fragilidade política da categoria profissional, passando a substituir a consciência de sua insubstituível tarefa de indicar a direção da caminhada, de definir as perspectivas de prática dos agentes, tendo por referência o projeto mais amplo da própria sociedade. 
Estão corretas:
Alternativas:
a) I e II
b) III
c) Todas
d) Nenhuma
5) Assinale a alternativa que melhor se preenche a lacuna.
O Serviço Social tem na ___________________ a base de sua fundamentação como especialização do trabalho.
Alternativas:
a)  instrumentalidade
b) cidadania
c) globalização
d) questão social

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