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Várias classes farmacológicas e fármacos podem ser usados para tratar depressão: • Inibidores seletivos de recaptação de serotonina • Moduladores da serotonina (bloqueadores 5-HT2) • Inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina • Inibidor de recaptação de dopamina e noradrenalina • Antidepressivos heterocíclicos • Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) • Antidepressivo melatonérgico • Fármacos do tipo cetamina A escolha do fármaco pode ser orientada pela resposta anterior a um antidepressivo específico. De outra maneira, os ISRS costumam ser os fármacos de escolha inicial. Embora os diferentes ISRS sejam igualmente eficazes nos casos típicos, certas propriedades farmacológicas os tornam menos ou mais apropriados para certos pacientes. Antidepressivos e risco de suicídio Deve-se alertar os pacientes e seus entes queridos que alguns pacientes podem parecer mais agitados, deprimidos e ansiosos uma semana após o início de um antidepressivo ou com o aumento da dose; o médico deve ser informado sobre os sintomas que pioram com o tratamento. Tal situação deve ser monitorada de perto, pois alguns pacientes, especialmente crianças mais jovens e adolescentes, têm mais risco de suicídio caso agitação, aumento de depressão e ansiedade não forem detectados e tratados rápido. Várias análises do banco de dados da Food and Drug Administration (FDA) de estudos patrocinados pela indústria levaram a uma tarja preta de advertência de que os antidepressivos geralmente estão associados a maior risco de surgimento de ideias suicidas e tentativas de suicídio em paciente com ≤ 24 anos de idade. Análises subsequentes do banco de dados da FDA e outros dados põem em dúvida essa conclusão. Evidências sugerem que o risco de suicídio não difere entre as classes de antidepressivos, como ISRSs, inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina, antidepressivos tricíclicos e inibidores da monoaminoxidase. As evidências não são adequadas para determinar quantitativamente o risco associado a antidepressivos específicos. Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) Tais fármacos inibem a recaptação da serotonina (5-hidroxitriptamina [5-HT]). Os ISRS incluem citalopram, escitalopram, fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina e vilazodona. Embora tais fármacos tenham o mesmo mecanismo de ação, diferenças em suas propriedades clínicas tornam a seleção importante. Inibidores seletivos da recaptação da serotonina ( ISRSs) têm margem terapêutica ampla; são relativamente simples de administrar, com pouca necessidade de ajustes de dose (exceto para a fluvoxamina). Ao prevenir a recaptação pré-sináptica de 5-HT, os ISRS resultam em mais 5-HT para estimular os receptores 5-HT pós-sinápticos. Os ISRS são seletivos para o sistema 5-HT, mas inespecíficos para diferentes receptores 5-HT. Estimulam os receptores 5-HT1 com efeitos ansiolíticos e antidepressivos, mas também estimulam os receptores 5-HT2 comumente causando ansiedade, insônia e disfunção sexual, e os receptores 5HT3, quase sempre resultando em náuseas e cefaleia. Assim, paradoxalmente os ISRS podem aliviar e ocasionar ansiedade. Alguns pacientes podem parecer mais agitados, deprimidos e ansiosos uma semana após iniciar ou aumentar a dose dos ISRSs, e há preocupações sobre os ISRSs e potencial de suicídio. A disfunção sexual (especialmente dificuldade em atingir o orgasmo, mas também diminuição da libido e disfunção erétil) ocorre em um terço ou mais dos pacientes. Alguns ISRS causam ganho de peso. Outros, sobretudo a fluoxetina, causam anorexia nos primeiros meses. Os ISRS têm poucos efeitos anticolinérgicos, adrenolíticos e na condução cardíaca. A sedação é mínima ou inexistente, mas alguns pacientes tendem a se apresentar sonolentos durante o dia nas primeiras semanas de tratamento. Fezes amolecidas ou diarreia acontecem em alguns pacientes. As interações medicamentosas são relativamente incomuns; entretanto, fluoxetina, paroxetina e fluvoxamina podem inibir as isoenzimas do citocromo P-450 (CYP450), o que pode acarretar interações medicamentosas sérias. Por exemplo, esses fármacos podem inibir o metabolismo de certos betabloqueadores, incluindo propranolol e metoprolol, resultando, potencialmente, em hipotensão e bradicardia. Sintomas da interrupção (p. ex., irritabilidade, ansiedade, náuseas) podem ocorrer se o fármaco for suspenso abruptamente; estes efeitos são menos prováveis com a fluoxetina. Moduladores da (bloqueadores de 5-HT2) Esses fármacos primariamente bloqueiam o receptor 5-HT2 e inibem a recaptação de 5-HT e noradrenalina. Moduladores da serotonina incluem Trazodona Mirtazapina Os moduladores da serotonina têm efeitos antidepressivos e ansiolíticos, mas não provocam disfunção sexual. A trazodona pode causar priapismo (em 1/1.000) e, como um bloqueador alfa-1-noradrenérgico, pode causar hipotensão ortostática (postural). É bastante sedativa, assim, seu uso em doses antidepressivas (> 200 mg/dia) é limitado. É mais frequentemente utilizado em doses de 50 a 100 mg no horário de dormir para pacientes deprimidos e com insônia. A mirtazapina é um antagonista do receptor 5-HT e bloqueia os autorreceptores alfa-2- adrenérgicos, bem como os receptores 5-HT2 e 5-HT3. O resultado é aumento nas funções serotoninérgica e noradrenérgica, sem disfunção sexual ou náuseas. Ela não apresenta efeitos adversos sobre a função cardíaca, tem interação mínima com o metabolismo de fármacos por enzimas hepáticas e, geralmente, é bem tolerada, exceto por sedação e ganho de peso, mediados pelo bloqueio H1 (histamina). Várias classes farmacológicas e fármacos podem ser usados para tratar depressão: Inibidores seletivos de recaptação de serotonina Moduladores da serotonina (bloqueadores 5-HT2) Inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina Inibidor de recaptação de dopamina e noradrenalina Antidepressivos heterocíclicos Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) Antidepressivo melatonérgico Fármacos do tipo cetamina A escolha do fármaco pode ser orientada pela resposta anterior a um antidepressivo específico. De outra maneira, os ISRS costumam ser os fármacos de escolha inicial. Embora os diferentes ISRS sejam igualmente eficazes nos casos típicos, certas propriedades farmacológicas os tornam menos ou mais apropriados para certos pacientes. Antidepressivos e risco de suicídio Deve-se alertar os pacientes e seus entes queridos que alguns pacientes podem parecer mais agitados, deprimidos e ansiosos uma semana após o início de um antidepressivo ou com o aumento da dose; o médico deve ser informado sobre os sintomas que pioram com o tratamento. Tal situação deve ser monitorada de perto, pois alguns pacientes, especialmente crianças mais jovens e adolescentes, têm mais risco de suicídio caso agitação, aumento de depressão e ansiedade não forem detectados e tratados rápido. Várias análises do banco de dados da Food and Drug Administration (FDA) de estudos patrocinados pela indústria levaram a uma tarja preta de advertência de que os antidepressivos geralmente estão associados a maior risco de surgimento de ideias suicidas e tentativas de suicídio em paciente com ≤ 24 anos de idade. Análises subsequentes do banco de dados da FDA e outros dados põem em dúvida essa conclusão (1). Evidências sugerem que o risco de suicídio não difere entre as classes de antidepressivos, como ISRSs, inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina, antidepressivos tricíclicos e inibidores da monoaminoxidase. As evidências não são adequadas para determinar quantitativamente o risco associado a antidepressivos específicos. Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) Tais fármacos inibem a recaptação da serotonina (5-hidroxitriptamina [5-HT]). Os ISRS incluem citalopram, escitalopram, fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina e vilazodona. Embora tais fármacostenham o mesmo mecanismo de ação, diferenças em suas propriedades clínicas tornam a seleção importante. Inibidores seletivos da recaptação da serotonina ( ISRSs) têm margem terapêutica ampla; são relativamente simples de administrar, com pouca necessidade de ajustes de dose (exceto para a fluvoxamina). Ao prevenir a recaptação pré-sináptica de 5-HT, os ISRS resultam em mais 5-HT para estimular os receptores 5-HT pós-sinápticos. Os ISRS são seletivos para o sistema 5-HT, mas inespecíficos para diferentes receptores 5-HT. Estimulam os receptores 5-HT1 com efeitos ansiolíticos e antidepressivos, mas também estimulam os receptores 5-HT2 comumente causando ansiedade, insônia e disfunção sexual, e os receptores 5HT3, quase sempre resultando em náuseas e cefaleia. Assim, paradoxalmente os ISRS podem aliviar e ocasionar ansiedade. Alguns pacientes podem parecer mais agitados, deprimidos e ansiosos uma semana após iniciar ou aumentar a dose dos ISRSs, e há preocupações sobre os ISRSs e potencial de suicídio. A disfunção sexual (especialmente dificuldade em atingir o orgasmo, mas também diminuição da libido e disfunção erétil) ocorre em um terço ou mais dos pacientes. Alguns ISRS causam ganho de peso. Outros, sobretudo a fluoxetina, causam anorexia nos primeiros meses. Os ISRS têm poucos efeitos anticolinérgicos, adrenolíticos e na condução cardíaca. A sedação é mínima ou inexistente, mas alguns pacientes tendem a se apresentar sonolentos durante o dia nas primeiras semanas de tratamento. Fezes amolecidas ou diarreia acontecem em alguns pacientes. As interações medicamentosas são relativamente incomuns; entretanto, fluoxetina, paroxetina e fluvoxamina podem inibir as isoenzimas do citocromo P-450 (CYP450), o que pode acarretar interações medicamentosas sérias. Por exemplo, esses fármacos podem inibir o metabolismo de certos betabloqueadores, incluindo propranolol e metoprolol, resultando, potencialmente, em hipotensão e bradicardia. Sintomas da interrupção (p. ex., irritabilidade, ansiedade, náuseas) podem ocorrer se o fármaco for suspenso abruptamente; estes efeitos são menos prováveis com a fluoxetina. Moduladores da (bloqueadores de 5-HT2) Esses fármacos primariamente bloqueiam o receptor 5-HT2 e inibem a recaptação de 5-HT e noradrenalina. Moduladores da serotonina incluem Trazodona Mirtazapina Os moduladores da serotonina têm efeitos antidepressivos e ansiolíticos, mas não provocam disfunção sexual. A trazodona pode causar priapismo (em 1/1.000) e, como um bloqueador alfa-1-noradrenérgico, pode causar hipotensão ortostática (postural). É bastante sedativa, assim, seu uso em doses antidepressivas (> 200 mg/dia) é limitado. É mais frequentemente utilizado em doses de 50 a 100 mg no horário de dormir para pacientes deprimidos e com insônia. A mirtazapina é um antagonista do receptor 5-HT e bloqueia os autorreceptores alfa-2- adrenérgicos, bem como os receptores 5-HT2 e 5-HT3. O resultado é aumento nas funções serotoninérgica e noradrenérgica, sem disfunção sexual ou náuseas. Ela não apresenta efeitos adversos sobre a função cardíaca, tem interação mínima com o metabolismo de fármacos por enzimas hepáticas e, geralmente, é bem tolerada, exceto por sedação e ganho de peso, mediados pelo bloqueio H1 (histamina). Inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina Tais fármacos (p. ex., desvenlafaxina, duloxetina, levomilnaciprano, venlafaxina, vortioxetina) têm um mecanismo de ação dual em 5-HT e noradrenalina, assim como os antidepressivos tricíclicos. Entretanto, sua toxicidade se aproxima daquela dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs). Náuseas são o problema mais comum durante as 2 primeiras semanas; discretos aumentos da pressão arterial proporcionais à dose ocorrem com as doses altas. Os sintomas de descontinuação (p. ex., irritabilidade, ansiedade, náuseas) ocorrem muitas vezes quando o fármaco é interrompido de forma abrupta. A duloxetina se assemelha à venlafaxina em eficácia e efeitos adversos. Inibidor de recaptação de dopamina e noradrenalina Por mecanismos não claramente compreendidos, esses fármacos influenciam de modo favorável as funções dopaminérgica e catecolaminérgica e não influenciam o sistema 5-HT. Atualmente, a bupropiona é o único fármaco dessa classe. Pode ajudar os pacientes deprimidos com transtorno de deficit de atenção/hiperatividade ou transtorno por uso de cocaína e aqueles tentando abandonar o tabagismo. A bupropiona causa hipertensão em poucos pacientes, mas não tem outros efeitos sobre o sistema cardiovascular. A bupropiona pode produzir convulsões em 0,4% dos pacientes com doses > 150 mg 3 vezes/dia (ou > 200 mg de liberação sustentada [LS] duas vezes ao dia ou > 450 mg de liberação prolongada [LP], uma vez ao dia); o risco é aumentado em pacientes com bulimia. A bupropiona não produz efeitos sexuais adversos e interage pouco com fármacos coadministrados, embora iniba a isoenzima hepática CYP2D6. A agitação, que é comum, é consideravelmente atenuada com as formas de liberação sustentada ou prolongada. Antidepressivos heterocíclicos Esse grupo de fármacos, antigo tratamento convencional, contém tricíclicos (as aminas terciárias amitriptilina e imipramina, e seus metabólitos secundários, as aminas nortriptilina e desipramina), tricíclicos modificados e antidepressivos tetracíclicos. Agudamente, antidepressivos heterocíclicos aumentam, de forma, primária a disponibilidade de noradrenalina e, em alguma extensão, de 5-HT pelo bloqueio da recaptação na fenda sináptica. A administração crônica causa regulação para baixo de receptores alfa-1-adrenérgicos na membrana pós-sináptica — uma possível via final comum de sua atividade antidepressiva. Apesar de serem eficientes, tais fármacos raramente são usados hoje em dia, pois sua superdosagem ocasiona toxicidade e têm mais efeitos colaterais que os outros antidepressivos. Os efeitos colaterais mais comuns dos heterocíclicos derivam de seu bloqueio muscarínico e histamínico e de ações alfa-1-adrenolíticas. Muitos heterocíclicos têm propriedades anticolinérgicas forte e, portanto, não são adequados para pacientes idosos e aqueles com hipertrofia prostática benigna, glaucoma ou constipação intestinal crônica. Todos os heterocíclicos, particularmente maprotilina e clomipramina, diminuem o limiar para convulsões. Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) Esses fármacos inibem a desaminação oxidativa das 3 classes de aminas biogênicas (noradrenalina, dopamina e 5-HT) e de outras feniletilaminas. Seu valor primário está no tratamento da depressão refratária ou atípica quando inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS), antidepressivos tricíclicos e, às vezes, terapia eletroconvulsiva (são ineficazes. Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) comercializados como antidepressivos nos EUA (p. ex., fenelzina, tranilcipromina, isocarboxazida) são irreversíveis e não seletivos (inibem a MAO-A e MAO-B). Outro IMAO (selegilina), que inibe apenas a MAO-B em doses baixas, está disponível como adesivo. Crises hipertensivas podem ocorrer se IMAOs que inibem MAO-A e MAO-B forem ingeridos simultaneamente com um fármaco simpatomimético ou alimento contendo tiramina ou dopamina. Esse efeito é chamado “reação do queijo”, pois o queijo curado tem alto conteúdo de tiramina. Os IMAO são pouco utilizados em razão da preocupação com essa reação. Dose baixa do adesivo de selegilina é considerada segura para uso sem restrições dietéticas específicas, a menos que a dose tenha que ser maior do que os níveis iniciais (um adesivo de 6 mg). Os IMAO reversíveis e mais seletivos (p. ex., moclobemida e befloxatona), os quais inibem MAO-A, são relativamente livres dessas interações, mas não estão disponíveis nos EUA. Para prevenir crises hipertensivas e febris, pacientes que tomam IMAOs devem evitar simpatomiméticos (p. ex., pseudoefedrina),dextrometorfano, reserpina e meperidina, bem como cervejas à base de malte, vinhos Chianti, cerejas, licores, alimentos em conserva e envelhecidos, os quais contêm tiramina e dopamina (p. ex., fava, feijão, extratos com leveduras, figo em calda, uva passa, iogurte, queijo, creme azedo, molho de soja, peixes em conserva, caviar, fígado, casca de banana e carnes do tipo tender). Os pacientes podem levar consigo comprimidos de 25 mg de clorpromazina e tomar 1 ou 2, via oral, assim que os sinais da reação hipertensiva se manifestarem, enquanto se dirigem ao pronto-socorro mais próximo. Os efeitos adversos comuns dos IMAOs são disfunção erétil (menos comum com a tranilcipromina), ansiedade, náuseas, tontura, insônia, edema nos pés e ganho ponderal. Os IMAO não devem ser utilizados com outras classes de antidepressivos e devem transcorrer pelo menos 2 semanas (5 semanas com a fluoxetina, a qual tem meia-vida mais longa) de intervalo entre o uso das 2 classes de fármacos. IMAOs usados com antidepressivos que afetam o sistema 5-HT (p. ex., SSRIs) podem causar síndrome serotoninérgica (um distúrbio potencialmente fatal em que os pacientes podem exibir alterações do estado mental, hipertermia e hiperatividade autonômica e neuromuscular). Pacientes recebendo IMAO e que também necessitam de antiasmático ou antialérgicos, anestésicos locais ou gerais devem ser tratados por psiquiatra e um clínico, dentista ou anestesista com experiência em neuropsicofarmacologia. Antidepressivo melatonérgico A agomelatina é um agonista melatonérgico (MT1/MT2) e um antagonista do receptor de 5- HT2C. Ela é usada para episódios depressivos maiores. A agomelatina tem menos efeitos adversos do que a maioria dos antidepressivos e não provoca sedação diurna, insônia, ganho de peso ou disfunção sexual. Ela não é viciante e não causa sintomas de abstinência. Pode causar cefaleia, náuseas e diarreia. Ela também pode aumentar os níveis de enzimas hepáticas, e esses níveis devem ser avaliados antes do início do tratamento e a cada 6 semanas posteriormente. É contraindicada para os pacientes com disfunção hepática. A agomelatina é administrada ao deitar em uma dose de 25 mg. Fármacos do tipo cetamina Inúmeros estudos mostraram que doses subanestésicas, em vez de anestésicas, de cetamina geralmente produzem uma resolução rápida, embora tipicamente de curta duração, dos sintomas depressivos em pacientes com transtorno depressivo maior resistente ao tratamento. Recentemente, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou uma indicação para o uso da escetamina, o enantiômero S-cetamina, nessa população. O mecanismo presumido da ação da cetamina subanestésica é de particular interesse porque não envolve primariamente a ação nos receptores monoaminérgicos, como é o caso de quase todos os outros antidepressivos atualmente aprovados. Em vez disso, acredita-se que os efeitos começam com o bloqueio do receptor de N-metil-D-aspartato (NMDA) que desinibe a liberação de glutamato. Isso, por sua vez, aumenta a síntese do fator neurotrófico derivado do encéfalo (FNDE) e por meio da ativação tanto do alvo de rapamicina de mamíferosquinases TOR (mTOR) como dos receptores para ácido alfa-amino-3-hidroxi-5-metil-4-isoxazol propiônico (AMPA), leva a aumentos rápidos da densidade dendrítica da coluna vertebral nas células piramidais corticais afetadas especificamente por estresse crônico e hipercortisolemia. A maioria dos pacientes que recebem uma dose de antidepressivos de cetamina experimentam uma melhora global dos sintomas depressivos com o pico em 3 a 4 horas e, na maioria dos casos, diminui nas próximas 1 a 2 semanas. Múltiplas administrações ao longo de várias semanas prolongam a duração da melhora, mas as taxas de recidiva são altas nos meses seguintes. Muitas clínicas que utilizam a cetamina titulam o intervalo entre os tratamentos, e alguns pacientes conseguem manter a melhora apenas com tratamentos mensais Os efeitos adversos geralmente limitam-se a um período de 1 a 2 horas após a administração e incluem a desrealização, o aumento da pressão arterial, náuseas e vômito. Como a cetamina tem potencial de uso abusivo bem conhecido, a administração deve limitar-se ao consultório ou ambiente hospitalar. A dose inicial é 0,5 mg/kg para a cetamina IV ou 56 mg para a escetamina intranasal. Não há evidências de maior eficácia da cetamina IV em doses maiores que 0,5 mg/kg. O intervalo terapêutico da escetamina intranasal é 56 a 84 mg. Deve-se monitorar o paciente na clínica por 2 horas após a administração e aconselhá-lo a não dirigir até o dia seguinte. O aumento agudo na pressão arterial pode exigir intervenção.
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