Buscar

Aspectos discursivos dextuais da língua portuguesa. Unidade 3 Expressão escrita

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 1/29
Aspectos discursivos dextuais
da língua portuguesa
Unidade 3 – Expressão escrita
Autor: Elisabete Ana da Silva
Revisor técnico: Ieda Silva
Iniciar
Introdução
Entre as grandes di�culdades que o falante da língua portuguesa encontra com o uso
de seu próprio idioma, está a expressão escrita.Isso acontece, porque a língua falada
difere da língua escrita, obrigando cada um de nós a quase realizar uma espécie de
tradução dentro da própria língua durante nossas produções textuais.
Temos di�culdade de compreender que as informações trazidaspela gramática
normativa devem servir como instrumentos para que melhor possamos expressar
nossas ideias.
Nesta unidade, trabalharemos parte das informações trazidas pelas normas,
especi�camente sobre pontuação, uso do hífen, ocorrência da crase e o uso dos
pronomes.
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 2/29
Vale a pena tentar superar essas barreiras! Mãos à obra!
1. Expressão escrita: pontuação
O respeitado estudioso da língua portuguesa Evanildo Bechara já declarou que cada
um deve ser “poliglota dentro de sua própria língua”. Essa declaração justi�ca-se,
pois todos reconhecemos a necessidade de adequação de nossas falas a cada
situação comunicativa, usando modos diferentes de falar com pessoas mais íntimas
ou que ocupem posição social que consideramos mais importante, escolhendo uma
linguagem informal ou uma linguagem formal,respectivamente.
O mesmo ocorre quando nos encontramos em situações nas quais temos que usar a
expressão escrita da língua, com mais de um agravante, a fala difere
consideravelmente da escrita e as regras a serem seguidas para o uso da norma
padrão são muitas.
As barreiras encontradas vão desde o desconhecimento sobre as normas, pela falta
de oportunidade de estudo, passando pela falta de quali�cação do estudo
encontrado, quando a oportunidade existe, pela rejeição quanto ao contato com as
regras, até a di�culdade de entendimento e de aplicação delas.
Todos esses ingredientes levam à sensação de que, ao escrevermos, temos que fazer
uma espécie de tradução dentro de nossa própria língua; mas precisamos perceber
que as regras estipuladas pela gramática normativa servem como indicadores que
lançamos para os receptores dos textos,contribuindo para a melhor compreensão de
nossas mensagens.
Além disso, quando falamos, contamos com expressões corporais,gestos, olhares,
expressões faciais, além da entonação ao emitirmos as frases,como uma espécie de
canto para cada uma delas. E como expressar tudo isso na escrita? Um dos recursos
de que dispomos é encontrado no estudo da pontuação.
Vamos iniciar esse estudo?
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 3/29
1.1 Diferentes gêneros textuais
Di�cilmente encontramos pessoas que gostam de seguir regras, a maioria sente-se
incomodada diante disso, mas vivemos em sociedade e nosso modo de agir é
governado por normas, às quais devemos obediência, se quisermos ser aceitos nas
comunidades das quais fazemos parte.
O mesmo acontece em relação à linguagem. Segundo os autores Cunha e Cintra,
citando Otto Jespersen:
Você sabia
O professor Evanildo Bechara é bastante respeitado em sua área de estudos.
Quinto ocupante da Cadeira nº 33, foi eleito em 11 de dezembro de 2000, na
sucessão de Afrânio Coutinho e recebido em 25 de maio de 2001 pelo
Acadêmico Sergio Corrêa da Costa. 
Nasceu em Recife (PE), em 26 de fevereiro de 1928,transferindo-se para o Rio de
Janeiro, para completar sua educação; desde cedo,sua vocação o levou ao
magistério e a fazer o curso de Letras, modalidade Neolatinas, na Faculdade do
Instituto La-Fayette, hoje UERJ, como Bacharel, em 1948, e Licenciado, em 1949. 
O professor tem livros de gramática publicados e sua contribuição para os
estudos da língua portuguesa é inegável. 
Figura 1: Evanildo Bechara. Fonte: ABL, 2020
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 4/29
O mesmo acontece em relação à linguagem. Segundo os autores Cunha e Cintra,
citando Otto Jespersen:
[...] o “linguisticamente correto” é aquilo que é exigido pela comunicada linguística a que se
pertence. O que difere é o“linguisticamente incorreto”. Ou seja, com suas palavras: “falar
correto signi�ca o falar que a comunidade espera, o erro em linguagem equivale a desvios
desta norma, sem relação alguma com o valor interno das palavras ou das formas” (2001, p. 6
e 7) .
Então, podemos pensar que, se a comunidade linguística decidir, algo que não é
aceito pela gramática normativa passará à aceitação geral. Mas não é tão simples
assim.
A sociedade tende a ter como referência um ideal linguístico que é valorizado
socialmente, e ele está baseado na norma-padrão da língua, ou seja, aquela que
segue a gramática normativa.
A necessidade de observação dessas regras é reforçada,quando falamos da
expressão escrita e, segundo Cegalla (2008), a pontuação tem uma tríplice �nalidade,
isto é:
a) assinalar as pausas e as in�exões da voz, ou seja, a entonação, durante a leitura; 
b) separar palavras, expressões e orações que devem ter destaque; 
c) esclarecer os sentidos das frases, afastando as ambiguidades, ou seja, a afastando a
possibilidade de interpretação diferente daquela da intenção do produtor das frases
(CEGALLA, 2008) .
Passaremos, desse modo, ao estudo dos sinais de pontuação.
1.2 Os sinais de pontuação
A pontuação, conforme Valle (2013), está a serviço da compreensão,valendo-se de
sinais grá�cos (na escrita) que devem ser utilizados de acordo com a estrutura
interna do enunciado.
Seu uso adequado deve seguir algumas regras. Iniciamos com o ponto [ . ] que:
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 5/29
a) deve ser usado para indicar a �nalização de uma frase declarativa: 
Ex.: Meu amigo ganhou um prêmio ontem.
b)   também, tem uso em abreviaturas: 
Ex.: Sra. (senhora), a.c. (antes de Cristo).
Um dos sinais de pontuação que mais causam dúvidas quanto ao seu uso é a vírgula
[ , ]; segundo ABREU (2004), a vírgula marca uma pausa de pequena duração; sendo
que é proibido o seu uso para:
a)   para separar sujeito e verbo: 
Ex.: A menina chegou cedo. (Quem chegou? Resposta: a menina – sujeito)
A vírgula entre “menina” e “chegou”  deve ser eliminada!
b)   o verbo e seus complementos (objeto direto e objeto indireto): 
Ex.: A criança viu o brinquedo. (Quem vê, vê alguém ou vê algo)
A vírgula  entre “viu” e “o brinquedo” não deve existir.
Por outro lado, em uma oração, há contextos em que o verbo e seus complementos
podem ser separados por vírgulas :
a)   o vocativo, ou seja, o termo usado para chamar, invocar: 
Ex.: Mãe, cheguei!
b) o aposto explicativo, o termo usado para esclarecer algo sobre o termo
antecedente: 
Ex.: Juca, o novo gerente, é um homem justo.
c) palavras que cumprem a mesma função sintática e que não apresentam conjunção
entre elas: 
Ex.: Entreguei os cadernos , as canetas , os livros e as borrachas .
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 6/29
d) adjuntos adverbiais (termos que indicam circunstâncias como de tempo, modo,
a�rmação, negação, causa etc.)deslocados ou de certa extensão: 
Ex.: À noite , seguiram viagem.
e)   conjunções coordenativas deslocadas para o meio da frase: 
Ex.: Eles estavam muito cansados; portanto , nãoajudariam a limpar o quintal.
f) entre orações coordenadas assindéticas(lembrete: cada oração é identi�cada pela
presença de verbo ou de locução verbal; no caso das orações coordenadas
assindéticas, mesmo isoladas,apresentam sentido completo, e não têm conjunção),
ou intercaladas (aquelas ques e assemelham a comentários no meio do período): 
Ex. 1: Os garotos foram ao cinema, assistiram a um bom �lme. 
Orações coordenadas assindéticas,sentido completo e não apresentam conjunção. 
Ex. 2: Naquele dia, disse a professora , eles tiveram bom comportamento.
g) entre orações coordenadas (orações de sentido completo, dentro de um período
composto), geralmente, exceto aquelas introduzidas por conjunção coordenativa“e”. 
Ex.: Foi ao cinema, mas não assistiu ao �lme . 
Estude, pois a prova será difícil .
h) orações adjetivas explicativas (aquelas que não têm sentido completo, sendo
introduzidas por pronome relativo; esse item será estudado na última parte desta
unidade): 
Ex.: A Lua, que é um satélite , gira ao redor da Terra.
i) orações adverbiais (que não têm sentido completo e cumprem funções de
advérbios, ou seja, representam circunstâncias): 
Ex.: Chegando, os alunos cumprimentaram a professora. 
Quando chegaram, os alunos cumprimentaram a professora.
j) expressões exempli�cativas ou reti�cativas, tais como: por exemplo, isto é, aliás,
outrossim, a saber etc.: 
Ex.: Veja, por exemplo , o trabalho realizado pelo meu amigo.
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 7/29
k) para separar o nome da localidade em datas: 
Ex.: São Paulo , 15 de fevereiro de 2020.
l) para indicar o apagamento de um termo, como o verbo (esse apagamento é
chamado de zeugma ): 
Ex.: No horizonte, via as luzes da cidade; nas proximidades, as pequenas moradias (...
nas proximidades via as pequenas moradias).
O ponto e vírgula [ ; ] demonstra que uma pausa um pouco mais longa do que
aquela dada pela vírgula,representando um marco mais incisivo na lógica de
estruturação de uma frase.Este elemento é empregado, nas seguintes situações
apontadas por Cegalla (2008)e Valle (2013):
a) usado para separar duas orações coordenadas que já contém vírgulas, mas que
mantém entre si relação de sentido: 
Ex.: Muitos procuram resolver seus problemas; outros, porém, deixam a resolução para
as outras pessoas.
b) Usado para separar os diferentes itens de enumerações, como leis, decretos,
regulamentos: 
[...] Art. 2º O Programa tem como objetivos: 
I – contribuir para a superação da pobreza extrema no Estado [...], levando em
consideração os aspectos multidimensionais que a compõe; 
II – [...].
De acordo com Valle (2013), o sinal de pontuação denominado dois pontos [ : ] deve
ser usado:
a) para introduzir fala de uma pessoa: 
Ex.: A garota sempre repetia: 
-Não me incomode!
b) para indicar que teve início uma explicação ou uma exposição: 
Ex.: Fiz duas viagens naquele ano: uma a negócios e outra a passeio.
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 8/29
As reticências [ ... ] são usadas, principalmente para indicar a suspensão ou a
interrupção de um pensamento:
Ex.: – Bem... não sei... não tenho certeza...
O travessão [ – ] é usado para indicar o início de fala de personagem ou para realçar
ou enfatizar palavras ou trechos de frases:
Ex.: – Não me diga isso – retrucava a todo instante – não quero saber!
As aspas [ “  “ ] são usadas antes e depois de uma citação textual, isto é, cópia de
algo mencionado por outro, evidenciando palavras, expressões, frases ou trechos; ou
para isolar estrangeirismos ou gírias, termos que devem ser entendidos como ironias
ou para destacar títulos em geral (quando manuscritos):
Ex.: Como diz o ditado: “De grão em grão, a galinha enche o papo”.
Os parênteses [ ( ) ] são usados para isolar palavras ou frases que têm como
objetivo explicar:
Ex.: A educação oferecida pela família (área de interesse daquele educador) precisa
melhorar para o bem da sociedade.
Conforme Cegalla (2008), os colchetes [ [   ] ] têm a mesma �nalidade que os
parênteses, mas são usados em textos de caráter didático, �lológico ou cientí�co.
O asterisco [ * ] é usado para remeter as notas ou explicações de rodapé, em
dicionários para remeter a verbetes.
O ponto de interrogação [ ? ] deve ser usado ao �nal de frases interrogativas
diretas. Já o ponto de exclamação [ ! ], é usado ao �nal da frase que exprime
espanto ou emoção.
O símbolo de parágrafo [ § ] é utilizado em contextos geralmente jurídicos,
indicando um artigo de lei, ainda menos usualmente possa ser utilizado em qualquer
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 9/29
texto para indicar o parágrafo.
Como você pôde observar, o uso da pontuação está relacionado à intenção do
emissor, deixa sua mensagem mais expressiva e procura aproximar seu texto escrito
da expressão oral de seu pensamento.
Você sabia
Até o século IV a escrita era uma bagunça! 
Como, então, surgiram os principais sinais de pontuação? 
Até o século IV, os textos eram escritos sem pontuação.“Tinham que ser
interpretados”, conta o linguista Flávio Di Giorgi,  Universidade Católica de São
Paulo. Não era fácil. No Oráculo de Delfos (século VII a.C.), um dos lugares da
Antiguidade em que se faziam profecias consideradas divinas, ainda está escrito
(em grego): “Ides voltarás não morrerás na guerra.” Quem lê entende que irá
para a guerra e voltará a salvo. Era o contrário. Na verdade, queria dizer, se as
vírgulas existissem:“ides, voltarás não (o “não” vem depois do verbo), morrerás
na guerra.” Ou seja, vais morrer. 
Os primeiros sinais de pontuação surgiram no início do Império Bizantino (330 a
1453). Mas sua função era diferente das atuais. O que hoje é o ponto �nal servia
para separar uma palavra da outra. Os espaços brancos entre palavras só
apareceram no século VII, na Europa. Foi quando o ponto passou a �nalizar a
frase. O ponto de interrogação é uma invenção italiana, do século XIV. O de
exclamação surgiu no século XIV. Os grá�cos italianos também inventaram a
vírgula e o ponto e vírgula no século XV (este último era usado pelos antigos
gregos, muito antes disso, como sinal de interrogação). Os dois pontos surgiram
no século XVI. O mais tardio foi a aspa,que surgiu no século XVII. Tudo foi
�cando mais claro com o aumento da importância da escrita. 
Fonte: Até o século IV a escrita era uma bagunça . Redação. Superinteressante,1997.
Disponível em: <https://super.abril.com.br/historia/ate-o-seculo-iv-escrita-era-uma-bagunca/>
.Acesso em 03/02/2020 (adaptado).
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 10/29
No próximo trecho dessa unidade, estudaremos os conceitos de hífen e de crase,
observando seus usos de acordo com a norma padrão.
2. A expressão escrita, o hífen e a
crase
A expressão escrita traz inúmeras di�culdades, devido aos vários detalhes que
precisam ser considerados no momento que desejamos representar e registrar
nossos pensamentos fazendo uso da gra�a.
Erroneamente, muitos acreditam que basta estar diante de um computador que
tenha seus pacotes atualizados que ele marcará as incorreções que se
apresentarem, levando em conta a norma culta.
Trata-se de um grande engano, visto que, nessas condições, a correção só ocorre se
houver a informação registrada antecipadamente no computador e nem tudo pode
ser previsto, em face às incontáveis possibilidades de elaboração de frases e orações.
Além do mais, nem sempre contamos com essa ferramenta e, no ambiente escolar
ou no pro�ssional, devemos estar atentos em obter sempre umaavaliação positiva
de nossas produções escritas, evitando consequências indesejadas.
Diante disso, vale a pena o esforço de estudar algumas especi�cidades, como é o
caso do uso do hífen e da ocorrência da crase.
Vamos começar?
2.1 O hífen
Os estudiosos da gramática normativa costumam concordar que as prescrições para
o emprego deste sinal são de estudo complexo, dando muito trabalho aos emissores
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 11/29
de textos escritos e até mesmo por serem encontradas informações inconsistentes
nas orientações sobre o uso do hífen (CEGALLA, 2012, p. 81 – adaptado).
Desse modo, em sua rotina, sempre que tiver dúvidas sobre um termo
especi�camente, procure consultar fontes con�áveis; mas, não havendo essa
possibilidade, considere a troca da palavra, evitando possíveis enganos que saltem
aos olhos dos receptores e levem à depreciação de seus esforços durante a escrita.
Segundo o dicionário Houaiss (2004, p. 388), o hífen é um traço de união, usado para
unir os elementos de palavras compostas, verbos e pronomes átonos e separar
sílabas em �nal de linha.
De acordo com Cegalla (2012), emprega-se o hífen:
a) “na escrita de palavras compostas(I) cujos elementos conservam sua autonomia fonética (II)
e acentuação própria(III), mas perderam sua signi�cação individual para constituir uma
unidade semântica (IV)” (CEGALLA, 2012, p. 81) : 
Ex.: guarda-chuva, amor-perfeito, conta-gotas etc.
É preciso esclarecer algumas informações que aparecem nessa orientação para
melhor entendimento:
I.       Palavras compostas são aquelas que apresentam mais de um radical, sendo que
radical é o morfema que carrega o seu signi�cado, como no caso das palavras
(observe o que aparece sublinhado) pedra,pedraria, pedreiro, pedregulho;
II.             A fonética estuda os fonemas, isto é, as unidades sonoras que produzimos e
conseguimos perceber, distinguindo os signi�cados dos termos, por exemplo,
sabemos que “mata” é diferente de “mala”,pois há alteração de fonemas com a troca
de /t/ por /l/, portanto, são palavras e signi�cados diferentes;
III.              A acentuação não faz referência aqui somente à sinais da escrita, mas às
sílabas tônicas das palavras, ou seja,aquelas que são pronunciadas com mais força;
isto quer dizer que cada termo da palavra composta mantém sua sílaba tônica,
respectivamente;
IV.       A semântica estuda os signi�cados.
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 12/29
b)    Na escrita de adjetivos compostos : 
Ex.: mato-grossense, latino-americano, verde-amarelo,cor-de-rosa.
c)    Na escrita de pronomes átonos ligados a verbos: 
Ex.: pegá-lo, comprei-a, dar-lhe, chamar-se-á.
d)    Na escrita de palavras encadeadas : 
Ex.: ponte Rio-Niterói.
e) Em palavras formadas por elementos e pre�xo que possuem acentuação própria
: 
Ex.: além-mar, recém-nascido, pré-nupcial.
f) Em palavras que apresentam os pre�xos circum -, mal - , pan -, e antes de vogal, m
, n ou h : 
Ex.: pan-americano, mal-educado, mal-humorado,circum-navegação
No caso da segunda palavra iniciar com quaisquer outras letras, não se usa
hífen:malfeito.
g) Em palavras que apresentam o pre�xo (não advérbio) bem : 
Ex.: bem-amado, bem-me-quer, bem-estar.
Além destas prescrições para o uso do hífen, Tufano (2008) ainda ressalta:
h) Em palavras escritas com pre�xos, usa-se sempre o hífen diante de palavra
iniciada por h . 
Ex.: anti-higiênico, anti-histórico,mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-homem,
ultra-humano.
Exceção: desumano, inábil (nesse caso, a palavra humano perde o h).
i) Em palavras nas quais o pre�xo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo
elemento começar pela mesma vogal . 
Ex.: anti-in�amatório,auto-observação, contra-ataque, micro-ondas, micro-ônibus.
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 13/29
Ainda, é preciso evidenciar os casos em que não se usa o hífen, segundo Tufano
(2008):
a) Não se usa o hífen quando o pre�xo termina em vogal diferente da vogal com
que se inicia o segundo elemento. 
Ex.: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, autoescola, autoestrada, autoinstrução,
coautor, coedição, extraescolar, infraestrutura, semiaberto.
Exceção: o pre�xo co aglutina-se,em geral, com o segundo elemento, mesmo quando
esse se inicia por o: coordenar,cooperar, cooperação, cooptar, coocupante.
b) Não se usa o hífen quando o pre�xo termina em vogal e o segundo elemento
começa por consoante diferente de r ou s . 
Ex.: anteprojeto, antipedagógico, autopeça, autoproteção, coprodução, geopolítica,
semicírculo, seminovo,ultramoderno.
Observação: com o pre�xo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-
almirante etc.
c) Não se usa o hífen quando o pre�xo termina em vogal e o segundo elemento
começa por r ou s ; nesse caso, duplicam-se essas letras. 
Ex.: antirracismo, antirreligioso, antirrugas, antissocial, contrarregra, contrassenso,
microssistema, minissaia, neorrealismo, semirreta, ultrassom.
d) Se o pre�xo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento
começar pela mesma consoante . 
Ex.: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional,super-resistente.
Em outros casos, não é usado o hífen, como em: hipermercado, intermunicipal,
superinteressante, superproteção.
e) Com o pre�xo sub ,usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r : 
Ex.: sub-região, sub-raça.
É preciso ressaltar que, em alguns casos, o emprego ou não do hífen resulta em
signi�cados diferentes, demandando que observemos o enunciado com ainda maior
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 14/29
acuidade. Veja este caso:
Ex.: Sobre a mesa estava um pedaço de pão duro . (= pão endurecido) 
Esse homem é um pão-duro ! (= sovina)
Também, é importante chamar a atenção quanto ao uso do hífen no �nal da linha,
no caso da partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen,
ele deve ser repetido na linha seguinte. Veja:
Você quer ver
ao“Cordel ortográ�co”? Diante da necessidade de divulgação das regras último
Acordo Ortográ�co da Língua Portuguesa, foram organizados vídeos curtos
sobre elas e um deles é o “Cordel ortográ�co”. Conheça essa sequência de
vídeos, são uma boa oportunidade de tomar contato com essas normas. Você
poderá acessá-lo no seguinte endereço: https://www.youtube.com/watch?
v=YhPLXyeGZDI 
https://www.youtube.com/watch?v=YhPLXyeGZDI
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 15/29
Ex.: No �nal de semana, falava- 
-se sobre o ocorrido. 
A professora recebeu os ex- 
-alunos.
Entretanto, essa regra só deve ser usada, caso a palavra já possua o hífen e ele recaia
no �nal da linha; se não for o caso, não se deve repetir o hífen no início da linha
seguinte.
Quantas regras, não é mesmo? Sempre que possível, consulte um dicionário quando
tiver dúvidas quanto ao uso do hífen.
Agora, vamos à ocorrência da crase?
2.2 A crase
A crase é a contração da preposição “a” com o artigo “a” ou com os pronomes
demonstrativos iniciados por “a”, indicada pelo uso do acento grave ( ` ), conforme
Houaiss (2004,p. 199).
Crase vem da fusão de duas vogais idênticas em uma só. Estudaremos apenas as
regras pertinentes à fusão de dois “as”, marcada com a presença do acento grave e
sem alteração na pronúncia.
Segundo Abreu (2004), duas são as condições necessárias para a ocorrência da crase:
I. A existência de uma palavra que exija a preposição “a”; 
II. A existência,a seguir, de uma palavra feminina que admita o artigo “a”, sendo que, algumas
vezes, essa condição é preenchida pela primeira vogal dos pronomes demonstrativos aquele(s)
e aquela(s) .
Isso pode ser observado em:
Ex.: Entreguei o livro à menina. ou Entreguei o livro àquela menina.
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 16/29
Quem entrega, entrega algo a alguém (ou para alguém). O verbo exige a preposição “
a ” e o substantivo “ menina ” aceita o artigo “ a ”.
Uma vez que para que ocorra a crase é necessário numa construção que se
empregue o artigo feminino, não ocorrerá crase diante de substantivo masculino,
verbo, ou caso se empregue um artigo inde�nido e expressões de tratamento como
Vossa Excelência e Vossa Senhoria .
Locuções adverbiais, prepositivas ou conjuntivas formadas com palavras femininas
têm a ocorrência da crase: à noite, à custa de, à medida que etc.
No caso do uso das palavras “casa” e “terra”, havendo term o que exija a preposição,
para a ocorrência da crase, essas palavras devem vir determinadas:
Ex.: Foi a casa logo cedo. 
Foi à casa da amiga logo cedo.
Com nomes de cidades, também é preciso veri�car se ele aceita o artigo “ a ”.
Ex.: Entreguei o livro a Maria. 
Entreguei o livro à Maria.
Você sabia
A ocorrência da crase não se refere apenas à fusão de dois as . 
A palavra cor , em português, é um exemplo de crase histórica, provém do latim
colore ; a primeira modi�cação acontecida foi a queda da letra l entre as vogais,
que resultou na palavra coor , escrita e pronunciada dessa forma até meados do
século XIV, período durante o qual ocorreu crase dos dois os , produzindo a
forma atual. É interessante perceber que o l e os dois os permanecem nas
formas como colorido e colorir . 
Fonte: ABREU. A. S. Curso de Redação . São Paulo: Ática (2004, p. 106 – adaptado)
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 17/29
No próximo item, enfocaremos um importante elemento de coesão textual: os
pronomes. Vamos a eles!
3. Os pronomes
A língua portuguesa apresenta dez classes gramaticais: substantivo, adjetivo, verbo,
artigo, pronome, numeral, conjunção, advérbio, preposição e interjeição.
Cada classe gramatical cumpre uma determinada função e, no caso dos pronomes,
desempenham as funções que equivalem àquelas exercidas pelos substantivos,
pelos elementos nominais das frases.
A apreensão equivale ao momento da decodi�cação de sentidos de um texto, ou
seja, acontece a percepção do signi�cado que aparece na superfície do texto,
reconhecendo o sentido das palavras, das orações, das frases, como foram
organizadas e como foram combinadas.
Dessa forma, eles podem representar um substantivo , sendo chamados de
pronomes substantivos :
Ex.: Maria foi à praia no �nal de semana, ela se divertiu muito.
Ou podem acompanhar um substantivo , concordando com ele em gênero
(masculino ou feminino) e número (singular ou plural), sendo chamados de
pronomes adjetivos :
Ex.: Meu amigo comprou algumas joias para a sua esposa.
Os pronomes, também possuem a �nalidade de indicar a pessoa do discurso, isto é,
1ª pessoa, o emissor; a 2ª pessoa, o receptor; a 3ª pessoa, o assunto; além disso,
podem situar algo no tempo e no espaço.
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 18/29
Os pronomes são classi�cados em: pessoais, possessivos,demonstrativos, relativos,
inde�nidos, de tratamentos e interrogativos.
Estaremos agora cada um deles!
3.1 Coerência
Os pronomes pessoais, segundo Cunha e Cintra (2001 – adaptado), são
caracterizados:
a) por denotarem as três pessoas gramaticais, isso quer dizer que
têm a capacidade de mostrar correspondência quanto aos
envolvidos no ato comunicativo, assim:
b) por poderem representar uma forma nominal expressa no texto,
ocorrendo 3ª pessoa:
c) por variarem de forma, conforme:
Nesse caso, observe o quadro:
Quadro 1: Pronomes pessoais
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 19/29
Assim, conforme Cunha e Cintra (2001), quanto à função, os pronomes pessoais
podem ser retos ou oblíquos . As formas retas atuam como sujeito da oração
(elemento sobre o qual se faz uma declaração); as formas oblíquas atuam como
objetos(diretos ou indiretos, quando completam os sentidos dos verbos).
Quanto à acentuação, diferenciam-se quanto às formas átonas (pronunciadas com
pouca emissão de som) e as formas tônicas.
Ex.: Ela convidou o amigo para um jantar e levou- o a um ótimo restaurante.
3.2 Os pronomes de tratamento
Os pronomes de tratamento são palavras ou expressões que valem por pronomes
pessoais, o uso de cada um deve ser observado considerando o contexto e o
interlocutor, isso é, o pronome de tratamento é a forma pela qual o falante se dirige
ao interlocutor, de modo cerimonioso ou não.
O pronome refere-se à pessoa com quem se fala; portanto, segunda pessoa,
entretanto, a concordância gramatical deve ser feita com a terceira pessoal,
conforme Terra (2011).
Observe o quadro, nele estão descritos pronomes de tratamento:
Quadro 2: Pronomes de tratamento
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
De uso mais cotidiano e informal, os termos você e vocês também são pronomes de
tratamento.
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 20/29
Segundo PAIVA (2017), no que se refere à concordância com os pronomes de
tratamento:
· Vossa: é empregado para a pessoa com quem se fala, a quem se dirige uma
correspondência.
Ex.: Convidamos Vossa Excelência para nossa cerimônia de inauguração.
· Sua: é empregado para a pessoa de quem se fala.
Ex.: Sua Excelência compareceu à cerimônia de inauguração.
Em correspondências, é necessária a atenção quanto ao uso dos pronomes de
tratamento nos vocativos (termos de chamamento), no corpo dos textos e no
endereçamento.
3.3 Os pronomes possessivos
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso,indicando ideia de
posse. O possuidor, então, pode ser qualquer uma das três pessoas do discurso;
aquilo que é possuído corresponde sempre à terceira pessoa.
Observe o quadro:
Quadro 3: Pronomes possessivos
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 21/29
3.4 Os pronomes demonstrativos
Os pronomes demonstrativos indicam a posição do ser no tempo e no espaço,
levando em consideração as pessoas do discurso.
Observe o quadro, apresentado por Martins e Zilberknop(2001):
Quadro 4: Emprego de pronomes demonstrativos
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Dessa forma, os pronomes demonstrativos são utilizados para indicar a posição
espacial de um ser em relação às pessoas do discurso.
3.5 Os pronomes indefinidos
Os pronomes inde�nidos são aqueles que se referem à terceira pessoa do discurso,
porém de modo vago e impreciso.
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 22/29
Em suas classi�cações, ocorre a divisão de acordo com a possibilidade de �exão,
assim, temos os pronomes inde�nidos variáveis e os pronomes inde�nidos
invariáveis. Observe o quadro:
Quadro 5: Pronomes inde�nido
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
3.6 Os pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são aqueles usados em frases interrogativas diretas ou
indiretas. São eles: quem, que, qual equanto.
Segundo Terra (2011, p. 136), o pronome interrogativo“refere-se a um ser sobre o
qual não temos informações”. Seu uso também caracteriza a frase interrogativa,
quando direta, �nalizada com ponto de interrogação [ ? ].
Assemelham-se aos pronomes inde�nidos e, quando usados como pronomes
interrogativos, a referência de que e quem não é conhecida.
Quando a referência é conhecida, as palavras que e quem são pronomes relativos,
nosso próximo ponto de estudo.
4. O pronome relativo
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 23/29
Os pronomes relativos são aqueles que retomam um nome que aparece na oração
anterior, ou seja, retomam um nome antecedente, projetando-o em outra oração.
Esses pronomes cumprem um importante papel quando falamos sobre coesão
textual, pois evitam repetições explícitas, ajudando no processo de retomada de
informações e na progressão textual. Veja:
“Solidariedade” é o tema do trabalho. Pesquisei muito sobre solidariedade .
“Solidariedade”, sobre a qual pesquisei muito, é o tema do trabalho.
Observe que temos duas orações, visto que temos dois verbos,“é” e “pesquisei”, e
cada um gera uma oração. Além disso, “solidariedade” é retomado pelo pronome
relativo “a qual”, que o substitui dentro da segunda oração.
Analise outro exemplo:
Ex.:   A garota/   que chegou / é minha amiga 
A garota chegou. 
A garota é minha amiga.
Por retomarem termos antecedentes, portanto, já mencionados,os pronomes
relativos sempre têm valor anafórico. Os pronomes relativos podem ser observados
no quadro abaixo:
Quadro 6: Pronomes relativos
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Ao fazer uso de pronomes relativos, é importante que releituras constantes sejam
feitas quanto aos textos produzidos, pois pode ocorrer um desvio chamado
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 24/29
ambiguidade, ou seja, a partir de uma mesma informação, é possível mais de um
entendimento. Isso deve ser evitado:
Ex.: Entreguei o livro à sobrinha do meu vizinho, que nos agradeceu pela gentileza.
Nessa frase, não é possível de�nir quem agradeceu: a sobrinha ou o vizinho?
A troca do pronome pode esclarecer a informação:
Entreguei o livro à sobrinha do meu vizinho, a qual nos agradeceu pela gentileza.
Entreguei o livro à sobrinha do meu vizinho , o qual nos agradeceu pela gentileza.
Alguns detalhes precisam ser lembrados durante o emprego dos pronomes relativos,
vamos a eles!
4.1 Emprego dos pronomes
relativos
Alguns termos necessitam de complementos iniciados por preposição, são chamados
de termos regentes. Veja o exemplo:
Ex.: Gosto desse autor. (Quem gosta, gosta de algo ou de alguém)
Conforme Terra (2011):
· Os pronomes relativos devem ser precedidos de preposição, se a regência
determinar.
Ex.: Essa é a autora de cuja obra gosto. (gostar de) 
Eram opiniões a que meus amigos eram favoráveis. (favorável a)
·  O pronome relativo quem é usado com referência a pessoas.
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 25/29
Ex.: Eu conhecia a mulher de quem ele gostava.
· Possuindo um antecedente, o pronome relativo quem será antecedido de
preposição,mesmo que o termo regente não exija a preposição.
Ex.: Maria era a garota a quem ele amava.
· O antecedente do pronome relativo que pode ser nome de coisa ou de pessoa, ou o
demonstrativo o , ou outro pronome.
Ex.:  Aquele rapaz que saiu era meu amigo. (refere-se apessoa: rapaz) 
Há livros que apreciamos muito. (refere-se a coisa: livros) 
Não sabia o que desejava. (o = aquilo)
· O pronome relativo quem pode aparecer sem antecedente.
Ex.: Quem nasce naquele bairro sempre valoriza o lugar.
· Quando o pronome relativo que aparece precedido de preposição, ela deve ser
formada por monossílabo; com preposições de mais de uma sílaba, é o usado o
pronome relativo o qual e suas �exões.
Ex.: Esses são os livros de que necessito. 
Esse é o livro sobre o qual eu lhe falei.
· O pronome relativo cujo e suas �exões são relativos e possessivos, equivalem a do
qual e suas �exões, concordando com a coisa possuída, não admitindo o uso de
artigo.
Ex.: Esta é a casa em cujo quarto me hospedei. (quarto da casa)
· O pronome relativo quanto e suas �exões geralmente têm por antecedente os
pronomes inde�nidos tudo , tanto etc., tendo valor inde�nido.
Ex.: Dizia tudo quanto desejava.
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 26/29
· O pronome relativo quanto pode ser empregado sem antecedente.
Ex.: Saibam quantos este documento lerem...
· O pronome relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a em que , no qual e
suas �exões.
Ex.: Este é o apartamento onde moro. 
Esse é o jardim em que descanso.
Observe que o termo antecedente deve indicar lugar, sendo incorreto o uso desses
pronomes relativos se os antecedentes não �zerem essa indicação.
Entretanto, pode ser usado sem antecedente.
Ex.: Ficou onde estava.
· O pronome relativo como é usado para indicar ideia de modo.
Ex.: Não entendia a maneira como escrevia.
As orações que são introduzidas por pronomes relativos são classi�cadas como
orações subordinadas adjetivas.
Essas orações são classi�cadas como adjetivas restritivas eadjetivas explicativas,
oferecendo informações distintas.  Veja:
a) restritivas : limitam o signi�cado do nome a que se referem.
Ex.: A pessoa que fuma precisa de atenção.
Perceba que a oração “que fuma” apresenta uma informação que não faz referência
a todas as pessoas, ocorre uma restrição de signi�cado, na medida em que não é
aplicada a todas as pessoas.
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 27/29
Além disso, a oração não é isolada com vírgulas.
b) explicativas : não limitam a signi�cação do nome; ao contrário,atribuindo uma
característica que é própria a esse nome:
Ex.: O homem, que é um ser racional, domina a linguagem.
Observe que a oração “que é um ser racional” apresenta uma informação que faz
referência a todos os homens, não ocorrendo restrição de sentido, mas oferecendo
uma característica que lhe é própria.
Também, a oração é isolada por vírgulas.
Por outro lado, os pronomes podem ser suprimidos, transformando as orações em
reduzidas, nesse caso, os verbos são usados em formas nominais (in�nitivo,gerúndio
ou particípio):
Ex.: Encontrei várias crianças brincando no parque. (oração reduzida) 
Encontrei várias crianças que brincavam no parque.
Desse modo, o uso dos pronomes relativos e a elaboração de orações adjetivas
restritivas ou explicativas auxiliam o emissor da mensagem a explicitar seus
pensamentos no ato da escrita.
Síntese
Não podemos deixar de reconhecer que as di�culdades diante das regras estudadas
são várias, mas, aos poucos, a perseverança quanto aos estudos, o treinamento e a
busca constante de informações levam ao domínio da expressão escrita.
As normas estabelecidas pela gramática normativa devem ser vistas como regras que
nos auxiliam para que participemos do jogo e sejam os vencedores na disputa pela
melhor comunicação.
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 28/29
Pode ser um clichê, mas a verdade é que aquele que não consegue colocar no papel
suas ideias, terá que recorrer a outro e, certamente,a interferência desse último
deixará de lado as ideias de quem não domina a expressão escrita.
Para auxiliá-lo na defesa de seus pensamentos, nesta unidade,tivemos a
oportunidade de estudar:
anáfora;
catáfora;
gramática normativa;
ocorrência da crase;
orações adjetivas (restritiva, explicativa);
pronomes (pessoais, de tratamento, possessivos, demonstrativos,
inde�nidos,interrogativos);
pronomes relativos;
sinais de pontuação;
usos do hífen.
Em nossa próxima unidade, estudaremos as regras de concordância nominal e
verbal, esclarecendo algumas dúvidas sobre ortogra�a,elaborando tópicos frasais e
conhecendo desvios chamados de vícios de linguagem.
Até lá!
Download do PDF da unidade
Bibliografia
28/04/2022 09:10 MI_BL4_REV_EDU_ADILIP_20_E_3
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=D4XL6kTftYyx8%2bdzqcc3nw%3d%3d&l=AmGz9BUUBMVLWO46gPwW2w%3d%3d&cd=… 29/29
ABREU,A. S. Curso de Redação .São Paulo: Ática, 2004. 
CEGALLA,D. P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa . 48. ed. São Paulo:
Companhia Editora Nacional, 2008. 
CUNHA,C.; CINTRA. L. F. L. Nova gramática do português contemporâneo . 3. ed.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. 
HOUAISS.A.; VILLAR, M. S. Dicionário dalíngua portuguesa . Rio de Janeiro: Objetiva,
2004. 
MARTINS,D.S.; ZILBERKNOP, L. S. Português instrumental . 22. ed. Porto Alegre:
SagraLuzzatto, 2001. 
PAIVA, M. Redação discursiva e o�cial . 4. ed. Brasília: Alumnus, 2017. 
TERRA,E. Curso prático de gramática .São Paulo: Scipione, 2011. 
TUFANO, D. Guia Prático da Nova Ortogra�a . São Paulo: Melhoramentos, 2008. 
VALLE,M. L. E. Não erre mais : língua portuguesa nas empresas. Curitiba:
InterSaberes, 2013. 
Referências Imaginéticas: 
Figura 1: Evanildo Bechara . Disponível em
<http://www.academia.org.br/academicos/evanildo-bechara/biogra�a> Acesso em
02/02/2020.

Continue navegando