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SISTEMA DE ENSINO ECONOMIA Microeconomia - Parte II Livro Eletrônico MANUEL PIÑON Atualmente, exerce o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e é Professor, voltado para a área de concursos públicos. Foi aprovado nos seguintes concursos públicos: 1 – Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil – AFRFB 2009/2010; 2 – Analista de Finanças e Controle – AFC (hoje, Auditor Federal de Finanças e Controle) da Con- troladoria-Geral da União – CGU (hoje, Ministé- rio da Transparência) em 2008; e 3 – Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN (Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil) em 1998. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 3 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Microeconomia – Parte II .............................................................................5 1. Teoria Elementar de Funcionamento do Mercado .........................................6 1.1. Conceito, Histórico e Componentes .........................................................6 1.2. Divisão do Campo de Estudo da Microeconomia ........................................8 1.3. Classificação dos Bens ..........................................................................9 2. Teoria Elementar da Demanda ................................................................15 2.1. Introdução ........................................................................................15 2.2. Demanda X Quantidade Demandada .....................................................16 2.3. Função Procura ..................................................................................18 2.4. Fatores Determinantes da Demanda .....................................................22 2.5. Os Deslocamentos da Curva de Demanda ..............................................24 3. Teoria Elementar da Oferta ....................................................................28 3.1. Introdução ........................................................................................28 3.2. Função Oferta ....................................................................................29 3.3. Os Deslocamentos da Curva de Oferta ..................................................32 4. Teoria do Equilíbrio de Mercado ...............................................................35 4.1. A Lei da Oferta e da Procura e a Tendência ao Equilíbrio ..........................35 4.2. Interferência do Governo no Equilíbrio de Mercado .................................41 5. Elasticidades ........................................................................................43 5.1. Elasticidade-Preço da Demanda ...........................................................43 5.2. Elasticidade-Renda da Demanda ..........................................................50 5.3. Elasticidade-Preço da Oferta ................................................................51 Resumo ...................................................................................................55 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Mapa Mental ............................................................................................58 Questões Comentadas em Aula ..................................................................59 Questões de Concurso ...............................................................................63 Gabarito ..................................................................................................72 Gabarito Comentado .................................................................................73 Referências ..............................................................................................97 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon MICROECONOMIA – PARTE II Olá, amigo(a) concurseiro(a)! O nosso objetivo hoje nessa aula é adentrar efetivamente no estudo da microeconomia e conhecer melhor como funciona uma economia de mercado típica de um sistema econômico capitalista, analisando seus componentes e conhecendo conceitos importantes sobre esse tema. Vamos nos esforçar bastante hoje pois, como diria Michael John Bobak: “Todo progresso acontece fora da zona de conforto”. Lembre-se de nos avaliar ao final e boa aula! Prof. Manuel Piñon O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon 1. Teoria Elementar de Funcionamento do Mercado 1.1. Conceito, Histórico e Componentes Amigo(a), você sabe o que significa a palavra “mercado” para a economia? Antes de conceituarmos o que vem a ser “mercado” e quais são seus componen- tes, vamos entender um pouco como chegamos até aqui, como passamos a viver numa economia de mercado. O desenvolvimento das Economias de Mercado faz parte de um processo que evoluiu ao longo da história, à medida que ocorreu a gradativa especialização da atividade produtiva. Essa divisão/ especialização do trabalho foi acompanhada pela consolidação da troca como atividade chave do funcionamento da econo- mia. Amigo(a), as pessoas/empresas que produzem bens e serviços têm necessida- de de recorrer a outras pessoas/empresas (mercados) para, em troca dos seus excedentes, obter bens e serviços que necessitam e não produzem. Com o passar do tempo, quando as trocas se tornam mais complexas em nú- mero e qualidade, a troca direta (o escambo) revelou múltiplas dificuldades. Ima- ginem, uma pessoa produz milho e a outra produz roupas. Como definir um padrão de troca? Complicadíssimo! Neste sentido, o surgimento da moeda como meio de troca aceito e pa- dronizado veio simplificar significativamente as trocas e a consolidar a espe- cialização, acelerando a possibilidade de se efetuarem transações na economia e “turbinando” o desenvolvimento da chamada economia de mercado. Veja a repre- sentação a seguir: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon GOVERNOS Salários Trabalho EMPRESASFAMÍLIAS Bens Bens Despesas Despesas Impostos Trabalho Salários Impostos Bom, acho que já nos situamos. Vivemos numa economia de mercado e já sa- bemos como chegamos até aqui. Vamos agora então finalmente conceituar “mer- cado”. Eu sempre tive comigo um conceito de mercado muito simples: “o local (seja físico ou virtual) onde oferta e procura se encontram”. Temautores que o definem assim: o mercado é o ambiente social ou virtual propício às condições para a troca de bens e serviços. Um conceito bastante usado para mercado é: o ambiente em que compradores (demanda) e vendedores (oferta) realizam transações. Desse conceito, podemos identificar os dois elementos fundamentais do mercado: a demanda (procura/compradores/consumidores), e a oferta (produto- res/vendedores)! O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon 1.2. Divisão do Campo de Estudo da Microeconomia Baseada nesse conceito de mercado e em seus componentes, a microeconomia, didaticamente falando, divide o seu campo de estudo nos seguintes tópicos. 1.2.1. Análise da Demanda Estuda-se a Teoria da Demanda ou Procura de uma mercadoria ou serviço e subdivide-se em Teoria do Consumidor (demanda individual) e Teoria da De- manda de Mercado para aquele produto ou serviço. 1.2.2. Análise da Oferta Estuda-se a Teoria da Oferta de um bem ou serviço e subdivide-se em Teoria da Oferta da Firma Individual e Teoria da Oferta Mercado para aquele produ- to ou serviço. Importante registrar que a Teoria da Oferta da Firma Individual é ainda dividida em Teoria da Produção, que foca na relação entre as quantidades produzidas e a utilização dos fatores de produção, e Teoria dos Custos de Pro- dução, que incorpora o preço dos insumos. 1.2.3. Análise das Estruturas de Mercado Considerando o equilíbrio de mercado existente entre a oferta e a demanda, em termos de preço e quantidade dos fatores de produção e dos bens e serviços, po- dem ser feitas classificações tanto para o mercado de bens e serviços quanto para o mercado dos fatores de produção em função do nível de competitividade existente. 1.2.4. Teoria do Equilíbrio Geral e Teoria do Bem-Estar A Teoria do Equilíbrio Geral estuda as inter-relações entre todos os merca- dos, diferente do equilíbrio parcial, que analisa um mercado isoladamente, sem O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon considerar suas inter-relações com os demais. Assim, analisa o comportamento independente de cada agente e o seu efeito no equilíbrio global. Já a Teoria do bem-estar estuda como alcançar soluções socialmente eficien- tes, em termos de alocação e de distribuição de recursos. 1.2.5. Falhas de Mercado Estuda-se as situações em que o mercado isoladamente não promove a perfeita alocação dos recursos escassos na economia de modo eficiente. 1.3. Classificação dos Bens Para a Teoria Econômica os bens podem ser classificados em função do efeito provocado em sua demanda pelo aumento na renda e pelo efeito que o aumento de preço de um bem gera na demanda de outro bem. 1.3.1. Classificação dos Bens quanto ao Efeito Provocado em sua De- manda pelo Aumento na Renda Quando a renda de um consumidor aumenta, o normal é que ele consuma mais os bens que normalmente compra. Com base nessa linha de raciocínio, podemos classificar os bens da seguinte forma: Bem normal é aquele cuja quantidade demandada normalmente aumenta quando aumenta a renda”. Aqui, o aumento de renda faz com que o consumidor aumente o consumo, como no caso da carne de 1ª. O deslocamento da curva de demanda por carne de 1ª é para a direita. Bem de primeira necessidade é aquele em que ao aumentar a renda, a quan- tidade demandada do bem aumenta em menor proporção, como no caso do sal, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon por exemplo. Em tese, você não vai comprar mais sal ou menos sal em função do seu preço. Bem de luxo é aquele que ao aumentar a renda, a quantidade demandada do bem aumenta em maior proporção, como o caso de roupas de marca. Aqui também o aumento de renda faz com que o consumidor aumente o consumo de bens de luxo. O deslocamento da curva de demanda é para a direita. Bem inferior é aquele cuja quantidade demandada diminui quando au- menta a renda, ou seja, com o aumento da renda a demanda tende a diminuir. Um bom exemplo é a carne de 3ª. Quando o consumidor consegue aumentar sua renda ele passa a consumir carne de 1ª em vez de consumir carne de 3ª. Assim, o aumento de renda faz com que o consumidor reduza o consumo de carne de 3ª e aumente o consumo de carne de 1ª (bem de valor mais elevado). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Como o deslocamento da curva de demanda por carne de 3ª é para a esquerda, então este bem é inferior. Bem de Giffen é uma “elocubração” da teoria econômica e caracteriza um bem cujo consumo aumenta quando os preços são aumentados, e cujo consumo diminui quando os preços são diminuídos. Apresenta, portanto, uma curva de procura crescente, sendo, desse modo uma exceção à lei da procura. Questão 1 (CESPE/FUB/TÉCNICO/2015) De acordo com a teoria econômica, jul- gue o item que se segue. Um bem é denominado inferior se o aumento do seu preço induzir o consumidor a reduzir a quantidade demandada deste bem. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Errado. A princípio temos o impulso de julgar a assertiva como correta, mas depois vemos que ela está errada! Tenha em mente que um bem inferior é aquele que o consumo cai quando a renda aumenta, independente da alteração do seu preço. Lembre-se da carne de 2ª ou de 3ª! Questão 2 (CESPE/FUB/TÉCNICO/2015) De acordo com a teoria econômica, jul- gue o item que se segue. Bem normal é aquele em que o aumento de sua demanda dependa do aumento da renda do consumidor. Errado. Questão conceitual excelente! Amigo(a), um bem classificado como normal peran- te a teoria econômica, é aquele que tem elasticidade renda positiva. É o caso do exemplo do filé mignon! Mas cuidado! Isso não significa dizer que o aumento do seu consumo dependa exclusivamente do aumento de renda. Eu lhe pergunto, no caso do filé, o que acontece se o preço cair e a renda dos con- sumidores não for alterada? O consumo aumenta, ceteris paribus, com a queda de preço. 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Classificação dos Bens quanto ao Efeito na Demanda por Ou- tros Bens Existem alguns tipos de bens que tem as suas quantidades demandadas altera- das em função de mudanças nos preços de outros bens, mesmo com o seu preço sendo mantido constante. Além de existir, esse efeito pode ainda ser positivo ou negativo, podendo esses bens serem classificados como substitutos, complemen- tares ou independentes. Bens substitutos: são aqueles bens que atendem a necessidade do consumi- dor no mesmo nível de satisfação. São bens, digamos, concorrentes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Ex.: bem “x” e “y”; manteiga e margarina; batata e aipim (ou macaxeira); entre outros. Bens Complementares: São aqueles bens que dependem um do outro para satisfazer a necessidade do consumidor, são demandados em conjunto, necessa- riamente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Ex.: bem “x” e bem “y”; arroz e feijão; pão e manteiga; sapato e meia; entre outros. DICA Os bens são complementares se o aumento do pre- ço de um deles reduz a quantidade demandada do ou- tro (arroz e feijão) e os bens são substitutos se o aumento do preço de um deles eleva a quantidade de- mandada do outro, qualquer que seja o preço (carne bovina e suína; chá e café). Ainda existe uma outra categoria de bem que não causa influência nos demais, nem negativa nem positiva. São os chamados bens independentes. Bens Independentes: aumenta o preço do bem “y” e a quantidade procurada do bem “x” não se altera, e vice-versa. 2. Teoria Elementar da Demanda Vamos começar pela conceituação do que é, tecnicamente falando, Demanda. 2.1. Introdução A Demanda é a quantidade de um determinado bem que os consumidores es- tão aptos e dispostos a adquirir, em determinado período de tempo, aos diversos preços alternativos. Pode-se entender como a quantidade de um bem ou serviço que os consu- midores desejam adquirir por um preço definido em um mercado. A demanda pode ser interpretada como procura, mas não necessariamente como consumo, uma vez que é possível querer e não consumir um bem ou serviço, por diversos motivos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Assim, podemos dizer que Demanda é o desejo, intenção, vontade de comprar e não sua realização ou compra propriamente dita. O comportamento da Demanda obedece à chamada Lei Geral da Demanda! Cal- ma, não estamos num curso de Direito. É uma, digamos assim, lei “de mercado” à qual a demanda segue: a quantidade demandada de um determinado bem é inversamente proporcional ao seu preço, tudo o mais permanecendo constan- te (o velho coeteris paribus). 2.2. Demanda X Quantidade Demandada Existe uma distinção sutil, mas muito importante, entre os termos Demanda e Quantidade Demandada. A demanda é toda a escala ou curva que relaciona os possíveis preços a determi- nadas quantidades demandadas de um bem ou serviço. Assim, quando falamos que demanda de um bem é alterada, estamos falando de um deslocamento da reta de demanda para a direita (aumento de demanda) ou para a esquerda (redução da demanda), quando uma das variáveis “coeteris pari- bus” (preço do produto substituto ou complementar, renda ou gosto e preferência do consumidor) sofre alteração. Ou seja, estamos falando da demanda de forma global para aquele produto e o seu deslocamento é explicado pelo efeito total (efei- to renda + efeito substituição). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon O termo quantidade demandada é um ponto específico na curva que relaciona um preço a uma quantidade demandada de um bem ou serviço. Sofre alterações somente quando é alterado o preço do produto que está sendo estudado. Assim, o consumidor se desloca para cima (↑P e ↓Qd) e para baixo (↓P e ↑Qd) ao longo da curva de demanda do produto. Ou seja, estamos falando da demanda para aquele produto nos seus vários níveis de preços dentro da mesma curva. Calma! Mais adiante explicarei melhor! Mas fique ligado, pois essa situação é muito explorada e colocada como pegadinha em provas! DICA Por enquanto fique com a ideia de que o termo deman- da é mais amplo que o termo quantidade demandada! Nesse sentido, quando falamos que a demanda de um bem é alterada, ocorreu um deslocamento da reta de demanda para a direita (aumento de deman- da) ou para a esquerda (redução da demanda), quando uma das variáveis “coeteris paribus” (preço do produto substituto ou complementar, renda ou gosto e preferên- cia do consumidor) sofre alteração. Porém, o preço do bem em estudo permanece constante. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Vamos conhecer a curva da demanda e o seu deslocamento mais adiante. A Teoria da Demanda é relacionada à escolha do consumidor entre diversos bens que seu orçamento permite adquirir. Essa procura individual seria determina- da pelo preço do bem; o preço de outros bens; a renda do consumidor e seu gosto ou preferência. A Demanda é uma relação que demonstra a quantidade de um bem ou serviço que os compradores estariam dispostos a adquirir a diferentes preços de mercado. 2.3. Função Procura A Função Procura representa a relação entre o preço de um bem e a quanti- dade procurada, mantendo-se todos os outros fatores constantes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aosinfratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Quase todas as mercadorias obedecem à lei da procura decrescente, segundo a qual a quantidade procurada diminui quando o preço aumenta. Isto se deve ao fato de que os indivíduos, geralmente, estão mais dispostos a com- prar quando os preços estão mais baixos. Isso na verdade significa que quanto mais se elevam os preços de um produto qualquer, menores serão as quantidades desejadas a serem adquiridas e vice-versa (Preço Alto – Demanda Baixa). Se o preço sobe (↑P) as quantidades demandadas diminuem (↓Qd) Mas, por outro lado: Se o preço cai (↓P) as quantidades demandadas aumentam (↑Qd) Mas preciso alertá-los que existem outros fatores que também influenciam o indivíduo na demanda por um bem que vão além do seu preço: • a renda do consumidor; • o preço dos bens substitutos; • o preço dos bens complementares; • preferências do consumidor; • as expectativas do consumidor quanto aos preços no futuro. Mais adiante vamos comentar cada um desses fatores. Por enquanto vamos ficar com a ideia de que a demanda ou procura é a quan- tidade de um determinado bem ou serviço, que um consumidor eventual está dis- posto a adquirir, por determinado preço e em determinado período de tempo, “co- eteris paribus”. Também já sabemos que as quantidades procuradas de determinado bem variam na razão inversa da variação de seus respectivos preços, se mantidas as demais variáveis constantes. Quanto maior o preço, menor será a quantidade demandada e quanto menor o preço, maior será a quantidade demandada, por cada indivíduo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Digamos que você tenha uma sorveteria e que compre frutas para fazer os sor- vetes. O sorvete de uva é uma dos preferidos dos seus clientes, mas também é o que tem o maior custo de preparo. Assim, você programa suas compras das frutas em função do preço do quilo da uva. A tabela a seguir demonstra as quantidades demandadas de uva pela sua sor- veteria em função do seu preço: Situação Preço do Kg em R$ Quantidades Demandadas A 10,00 10 B 8,00 20 C 6,00 30 D 4,00 50 Essa relação entre preço e quantidade é expressa por meio da chamada função demanda, expressa como abaixo: Dx = f (Px) Sendo: Dx = quantidade demandada do bem x f = função Px = preço do bem x A expressão significa que a quantidade demandada, Dx, é uma função f do pre- ço Px, isto é, depende do preço P de x. Seguindo essa linha de raciocínio, essa é a expressão numérica da famosa a curva de demanda, que demonstra graficamente a relação (inversa) existente en- tre o preço de um bem e sua quantidade demandada, por parte de um indivíduo, durante um período de tempo determinado, “coeteris paribus”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon A curva decrescente de demanda mostra que quanto maior o preço de um bem, menor a quantidade demandada, desse mesmo bem, “coeteris paribus”. De maneira semelhante, quanto mais baixo o preço do bem, maior a quantidade demandada. A curva de demanda é negativamente inclinada devido a relação inversa entre preço e quantidade demanda, que resultam em dois efeitos: efeito substituição e efeito renda. Efeito-substituição: é uma mudança no consumo que tem origem na mu- dança de preços relativos dos bens. Quando sobe o preço de um bem que você consome, esse bem se torna mais caro comparado a outros bens, induzindo você a consumir menos do bem que se tornou mais caro e mais dos outros bens. Efeito-renda: é uma mudança no consumo que tem origem na mudança da renda real do consumidor. Quando aumenta o preço de um bem que você consome, sua renda real é reduzida porque você não consegue mais ter o mesmo nível de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon consumo. Pela mesma lógica, quando cai o preço de um bem que você consome, sua renda real aumenta. 2.4. Fatores Determinantes da Demanda Os fatores ou aspectos determinantes da demanda são: 1) Preço do bem 2) Preço dos outros bens (substitutos e complementares) 3) Renda do consumidor 4) Gosto ou preferência do indivíduo Vamos agora, ver como cada um deles afeta a demanda 2.4.1. Preço do Bem Quando o preço do bem “x” aumenta, a quantidade demandada deste mesmo bem diminui (Lei Geral da Demanda)! Qdx = f(px) Coeteris paribus ↑Px ↓Qdx _____ < 0 Relação negativa (relação inversa) entre quantidade ↓Px ↑Qdx demandada do bem “x” e preço do bem “x”. Quando que as setas, que demonstram o movimento em preço e quantidade, estão em sentido CONTRÁRIO isso indica uma RELAÇÃO INVERSA (Relação negativa). É essa a explicação para a INCLINAÇÃO NEGATIVA da curva de demanda. 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Assim, o aumento do preço do bem “y” gera redução da quantidade procurada do bem “x” e vice-versa. Lembre-se que aumenta o preço de um dos bens e o preço do outro permanece constante. Ainda existe uma outra categoria de bem que não causa influência nos demais, nem negativa nem positiva. São os chamados bens independentes, aqueles em que um aumento do preço do bem “y” e não altera a quantidade procurada do bem “x”, e vice-versa. 2.4.3. Renda do Consumidor Em geral quando a renda do consumidor aumenta a demanda de um bem ou serviço também aumenta, se ↑ R ⇒ ↑ Qdx se↓R ⇒ ↓Qdx O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Ou seja, nesse caso temos uma relação diretaentre renda e quantidade de- mandada! Mas essa regra serve apenas para bens normais ou superiores. No caso dos bens inferiores, com o aumento da renda a demanda tende a diminuir. Quando o consumidor consegue aumentar sua renda ele passa a consumir carne de 1ª em vez de consumir carne de 3ª. Assim, se o bem “x” for um bem inferior, no caso a carne de 3ª teremos: ↑R ⇒ ↓Qdx e ↓R⇒ ↑Qdx Ou seja, nesse caso temos uma relação inversa entre renda e quantidade de- mandada! 2.4.4. Gosto ou Preferência do Indivíduo Um bom exemplo para entendermos a mudança de gosto/preferência dos consumi- dores, pode ser o efeito de uma propaganda que consiga aumentar a demanda de um bem x por ter conseguido alterar a preferência dos consumidores. O efeito da mudança causa assim um deslocamento da curva de demanda para a direita (aumento) ou para a esquerda (redução) de acordo com a mudança no gosto ou preferência do consumidor. 2.5. Os Deslocamentos da Curva de Demanda A curva de demanda mostra que a quantidade demandada de um bem muda em resposta ao preço, e apenas em relação ao preço. Quando uma curva de demanda é desenhada, as rendas e todos os outros fato- res (com exceção do preço) que podem afetar a quantidade demandada tem de ser mantidos constantes (ceteris paribus). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Podemos ver no gráfico acima que o deslocamento da curva de demanda pode ocorrer para a direita ou para a esquerda. Se a demanda for aumentada, a curva se desloca para direita. Contrariamente, se a demanda for diminuída, a curva se desloca para a esquer- da. As seguintes variáveis são responsáveis pelo deslocamento da deman- da: 1. A renda: um aumento de renda leva a um aumento de demanda de um bem, deslocando a curva de demanda para a direita. De maneira semelhante, uma queda na renda deslocará a curva de demanda para a esquerda. 2. Os preços dos bens relacionados: um aumento no preço de um bem pode causar um deslocamento na curva de demanda por outro bem. Os bens utilizados em combinação, de maneira que um aumento no preço de um deles leva a queda na demanda do outro se chama bens complementares. Ex. 1: se preço da gasolina sobe, os consumidores têm menor procura por carros. A curva de demanda por carros se deslocará para a esquerda a cada aumento da gasolina. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Por outro lado, para os bens substitutos (concorrentes) o efeito é contrário. Ex. 2: maçãs e bananas. Com uma elevação no preço das bananas, os consumi- dores seriam incentivados a substituí-las por maçãs. Outros exemplos: chá e café; manteiga e margarina; carne e galinha; óleo de soja e de milho etc. 3. Gostos: o tempo é responsável pela mudança de gostos. Os gostos e a de- manda são bens voláteis para alguns produtos especialmente para as “manias”, “a moda”. Questão 4 (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Julgue o item subsequente, relativo à curva de demanda. A curva de demanda é deslocada quando há variação da renda, variação no preço dos bens e variação do preço dos insumos. Errado. Na verdade, dos fatores apresentados na assertiva o único que realmente causa o deslocamento da curva de demanda é a alteração da renda do consumidor, já que por alterar o poder de compra do consumidor modifica a capacidade/vontade de demandar o bem. Por outro lado, uma eventual variação no preço do bem não desloca a curva de de- manda, ou seja, a curva de demanda permanece exatamente a mesma em função do preço do bem, já que apresenta a relação existente entre a quantidade deman- dada para cada preço. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Guarde que as alterações no preço, em verdade, provocam deslocamentos ao longo da curva de demanda e não da curva em si, que, como dito, permanece a mesma. Por seu turno, uma eventual variação do preço dos insumos tem impacto na oferta de bens e serviços e não na sua demanda, gerando, assim, deslocamentos na curva de oferta e não de demanda. Questão 5 (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Em relação à função demanda QD = 5.000 − 10P, julgue o item subsequente. Havendo uma inclinação da função de demanda, que seja – 5, e preço de merca- do de 100 unidades monetárias, a demanda de consumo dessa economia será de 4.500 unidades. Certo. É bom ter em mente que a inclinação da curva de demanda é dada pelo número que multiplica a variável preço. Dessa maneira, se a curva de demanda é: QD = 5.000−10P, temos que a sua inclinação é -10 Agora, seguindo as instruções do enunciado da questão, se sua inclinação fosse de – 5, teríamos a seguinte função de demanda: QD = 5.000 − 5P Agora é só substituir o preço proposto pela assertiva e calcular: QD=5.000− 5×100 QD=5.000−500 QD=4.500 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Questão 6 (CESPE/MRE/DIPLOMATA/2012) Com base na teoria microeconômica, julgue (C ou E) o item que se segue. Suponha que o aumento substancial dos preços cobrados para o estacionamento de veículos nas grandes cidades eleve a quantidade demandada de corridas de táxi nesses locais. Dessa forma, conclui-se que esse aumento de preços provoca um deslocamento ao longo da curva de demanda por serviços de táxi. Errado. O enunciado considerou como bens/serviços substitutos os serviços de táxi e os serviços de estacionamento. Assim, por exemplo, se o preço do táxi sobe, as pessoas deixam de andar de táxi e andam de carro próprio, aumentando a demanda por vagas em estacionamentos. Por outro lado, se o preço do estacionamento sobe, as pessoas passam a andar menos de táxi e mais de carro próprio. Até aqui beleza! Mas olha quem apareceu de novo: a velha pegadinha de sempre! O deslocamento em tela agora é da curva, não ao longo da curva. Veja, é caso de substituição! Cuidado! Logo, toda a curva é deslocada! 3. Teoria Elementar da Oferta 3.1. Introdução Enquanto a relação da demanda descreve o comportamento dos compradores, a relação da oferta descreve o comportamento dos vendedores, evidenciando o quanto eles estão dispostos a vender, a um determinado preço. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel PiñonOs vendedores possuem uma atitude diferente dos compradores, frente aos preços altos. Se os preços elevados, por um lado, desestimulam os consumido- res, por outro estimulam os vendedores a produzirem e venderem mais. Portanto, quanto maior o preço maior a quantidade ofertada. 3.2. Função Oferta A Função Oferta nos dá a relação entre a quantidade de um bem que os pro- dutores desejam vender e o preço desse bem, mantendo-se o restante constante. Amigo(a), para melhor contextualizar o estudo da oferta, suponha que eu e você temos uma fazenda que plante uvas. Beleza? Digamos que tenhamos negociado uma parte da nossa produção de uvas da safra desse ano com a vinícola da cidade e que estamos pensando em vender a produção excedente no mercado local. Vamos ver como ficaria a relação de oferta de uvas em função do preço de mer- cado local: Nossa fazenda de uvas Situação Preço do Kg em R$ Quantidades ofertadas (Ton) A 10,00 300 B 8,00 250 C 6,00 200 D 4,00 120 Pela tabela é possível perceber que as quantidades ofertadas aumentam à me- dida que os preços aumentam. São diretas as relações preço – quantidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Em resumo: quanto maior o preço de um bem, maior a quantidade ofertada, ceteris paribus. Da mesma forma, quanto menor o preço, menor a quantidade ofer- tada. Mas aqui também preciso alertá-los que a oferta de um bem, não depende so- mente do preço, sendo na verdade resultado de um conjunto de variáveis: • preço do bem; • custo dos insumos; • tecnologia disponível; • produtos concorrentes; • expectativa do produtor sobre os preços futuros; • impostos ou subsídios. De qualquer forma, existe uma relação direta entre as quantidades ofertadas e os preços expressa pela chamada função oferta: A função oferta: Ox = f (Px) Sendo: Qx = quantidade ofertada do bem x f = função Px = preço do bem X A empresa/produtor normalmente faz simulações em relação à Receita Total – RT que pode obter em função dos preços e quantidades que pode atingir. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Assim, normalmente deseja maximizar a RT que é representada pela seguinte fórmula: RT = P x Q Receita total = preço multiplicado pela quantidade A curva de oferta pode ser graficamente apresentada da seguinte forma: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon A curva de oferta mostra como a quantidade oferecida aumenta junto com o preço, refletindo o comportamento dos produtores. Aqui a relação é direta! Resulta do princípio, que afirma que, os preços mais altos constituem um estí- mulo ao incremento das quantidades que os produtores estarão dispostos a ofere- cer no mercado. 3.3. Os Deslocamentos da Curva de Oferta Podemos ver no gráfico acima que o deslocamento da curva de oferta pode ocorrer para a direita ou para a esquerda. Se o preço sobe, a oferta é aumentada e a curva se desloca para direita. Con- trariamente, se o preço diminui, a oferta também diminui e a curva se desloca para a esquerda. As seguintes variáveis são responsáveis pelo deslocamento da curva de oferta: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon 1) O custo de insumos: quando o preço, por exemplo, dos fertilizantes sobe, os agricultores estarão menos dispostos a produzir, por exemplo, milho ao mesmo preço. A curva de oferta se deslocará à esquerda. 2) A tecnologia: Com uma melhoria importante na tecnologia, o custo de pro- dução diminuirá. Com um custo menor por unidade, os produtores estarão dispostos a produzir mais, a qualquer preço. A curva de oferta se deslocará para a direita. 3) Condições climáticas: este fator é especialmente importante para a produ- ção agrícola. Pode ser favorável (direita) ou desfavorável (esquerda) 4) Os preços dos bens relacionados: da mesma maneira que os bens podem ser substitutos ou complementares, no consumo, também podem ser na pro- dução. Ex. 1: o milho e a soja, são substitutos na produção. Um aumento no preço do milho, os agricultores reduzirão o plantio de soja e aumentarão o de milho. Ex. 2: Carne e couro são complementares, ou produtos conjuntos. Quando o abate de gado aumenta em resposta a uma demanda maior de carne, a produção de couro aumenta. Questão 7 (CESPE/ANS/ESPECIALISTA/2013) Com relação ao dilema econômico entre escassez e escolha, representado pela curva de possibilidade de produção (CPP), e ao equilíbrio de mercado, resultado da interação das curvas de oferta e demanda, julgue o item a seguir. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon O surgimento de uma nova tecnologia que permita uma menor utilização de insu- mos e que reduza os custos de produção deslocará a curva de oferta para a es- querda. Errado. Na verdade, quando conseguimos uma redução dos custos via menor utilização de insumos para gerar o mesmo produto ou quando conseguimos aumentar a produ- ção mantendo a mesma quantidade de insumos, temos um deslocamento da curva de oferta para a direita, já que a empresa pode produzir a mesma quantidade a um preço menor ou uma quantidade maior com o mesmo preço. Questão 8 (CESPE/ANAC/ANALISTA/2012) No que diz respeito à oferta do pro- dutor, julgue o item a seguir. A expectativa de elevação futura do preço de certo bem ou serviço pode implicar a redução da oferta desse bem no presente e, assim, deslocar a curva de oferta. Certo. Basicamente, uma curva de oferta serve para apresentar a relação existente entre os níveis de preço de um bem ou serviço à quantidade a ser ofertada no mercado pelas empresas. Seguindo essa ideia, quando existe expectativa de que o preço do bem vai aumen- tar no futuro, as empresas tendem a acumular estoques para poder elevar a oferta futura já com preços maiores e assim lucrar mais. Raciocinando assim, no momento presente, a oferta de mercado desse produto ou serviço acaba se contraindo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon 4. Teoria do Equilíbrio de Mercado 4.1. A Lei da Oferta e da Procura e a Tendência ao Equilíbrio O equilíbrio da oferta e da procura num mercado em que exista concorrência é atingido com um preço que faz igualar as forças da oferta e procura. Questão 9 (CESPE/ANEEL/ESPECIALISTA/2010) Com relação aos conceitos e às aplicações do equilíbrio parcial e geral e às estruturas de mercado e suas falhas, julgue o item subsequente. O mercado de um bem é considerado em equilíbrio quando a quantidade que os consumidores estiverem dispostos a adquirir a determinado preço coincidir com a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 36 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon quantidade que os produtores estiverem dispostos a vender a esse mesmo preço. O preço de equilíbrio será aquele em que a oferta e a demanda são iguais. Certo. Guarde essa assertiva como um conceito básico em economia: o mercado estará equilibrado quando a quantidade demandada coincidir com a quantidade ofertada e o preço de equilíbrio é aquele que gerar essa igualdade. Em suma, se os preços estivessem menores ou maiores gerariam, respectivamen- te, escassez ou excesso de bens. O preço de equilíbrio é aquele com o a quantidade procurada é precisamente igual à quantidade oferecida. O chamado Equilíbrio de Mercado ocorre quando a quantidade demandada de um bem é igual à quantidade ofertada. Nesse caso não existe pressão para mudan- ça de preço. Entretanto, podem ocorrer situações em que essa pressão exista: • Excesso de demanda: quando o preço do bem estiver abaixo do preço de equilíbrio, ou seja, os consumidores estão dispostos a consumir mais do que é ofertado pelas empresas. Essa situação fará o preço subir. • Excesso de oferta: quando o preço do bem estiver acima do preço de equilí- brio, ou seja, a quantidade ofertada do bem é maior do que os consumidores desejam consumir desse bem. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 37 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Vamos agora entender como é encontrado o preço de equilíbrio! A análise das curvas de demanda e oferta isoladamente, não é suficiente para determinar até onde podem chegar os preços. Por outro lado, quando analisamos consumidores e produtores com suas res- pectivas curvas de demanda e oferta em um mercado, pode-se analisar a interação entre eles. Assim, deve-se analisar conjuntamente as duas curvas procurando para cada preço a compatibilidade entre quantidade ofertada e demandada. Então, só no ponto de intersecção das curvas de demanda e oferta é que coinci- dem os planos dos demandantes e ofertantes e somente a um único preço. Este é o chamado preço de equilíbrio, que corresponde à quantidade demandada e ofertada denominada quantidade de equilíbrio. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 38 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon A alteração do equilíbrio ocorre quando há um deslocamento da curva de demanda ou de oferta. Questão 10 (CESPE/FUB/TÉCNICO/NEGÓCIOS/IMOBILIÁRIOS/2015) Conside- rando que as equações de demanda e oferta de um mercadão sejam, respectiva- mente, D = 80 – 2p e O = 40 + 3p, em que D é a quantidade de mercadoria de- mandada, O é a quantidade de mercadoria ofertada e p, em unidades monetárias, é o preço de uma unidade da mercadoria, julgue o item a seguir. Se p = 10, então haverá excesso de demanda. Errado. Vamos substituir o preço nas equações de oferta e demanda: O = 40 + 3Pp = 40 + 3x10 = 70 D = 80 – 2P = 80 – 2X10 = 60 E qual a interpretação correta? Ao preço de 10 teremos excesso de oferta em relação à demanda de 10 unidades, e não o contrário dito na assertiva! Questão 11 (CESPE/FUB/TÉCNICO/NEGÓCIOS/IMOBILIÁRIOS/2015) Conside- rando que as equações de demanda e oferta de um mercadão sejam, respectiva- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 39 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon mente, D = 80 – 2p e O = 40 + 3p, em que D é a quantidade de mercadoria de- mandada, O é a quantidade de mercadoria ofertada e p, em unidades monetárias, é o preço de uma unidade da mercadoria, julgue o item a seguir. A quantidade de mercadoria de equilíbrio é igual a 60 unidades. Errado. Basta igualar equações de oferta e demanda e descobrir o preço e quantidade de equilíbrio. 40 + 3p = 80 – 2p 5p = 40 P equilíbrio = 8 Agora é só substitui o preço em qualquer uma das equações e calcular a quantida- de. Q equilíbrio = 80 – 2P Q equilíbrio = 80 – 2 X 8 Q equilíbrio = 80 – 16 Q equilíbrio = 64 Questão 12 (CESPE/FUB/TÉCNICO/NEGÓCIOS/IMOBILIÁRIOS/2015) Conside- rando que as equações de demanda e oferta de um mercadão sejam, respectiva- mente, D = 80 – 2p e O = 40 + 3p, em que D é a quantidade de mercadoria de- mandada, O é a quantidade de mercadoria ofertada e p, em unidades monetárias, é o preço de uma unidade da mercadoria, julgue o item a seguir. Ao preço de 10 unidades monetárias, haverá tendência de queda dos preços e gra- dual aumento da quantidade demandada. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 40 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Certo. Vamos substituir o preço de 10 nas equações de oferta e demanda: Oferta = 40 + 3p = 40 + 3x10 = 40 + 30 = 70 Demanda = 80 – 2p = 80 – 20 = 60 Agora precisamos interpretar o que encontramos! Com o preço de 10, tivemos um excesso de oferta (70) em relação à demanda (60)! E o que ocorre quando há excesso de oferta? O preço está alto e deve cair até que oferta e demanda se reequilibrem! Questão 13 (CESPE/FUB/TÉCNICO/2015) Considerando que as equações de de- manda e oferta de um mercadão sejam, respectivamente, D = 80 – 2p e O = 40 + 3p, em que D é a quantidade de mercadoria demandada, O é a quantidade de mercadoria ofertada e p, em unidades monetárias, é o preço de uma unidade da mercadoria, julgue o item a seguir. O preço de equilíbrio é igual a 8. Certo. Basta igualar equações de oferta e demanda e descobrir o preço de equilíbrio do mercado. 40 + 3P = 80 – 2P 5P = 40 P = 8 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-seaos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 41 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon 4.2. Interferência do Governo no Equilíbrio de Mercado Como vivemos em um regime capitalista misto, em que o Estado também exer- ce influência na economia, o governo acaba intervindo também no equilíbrio de mercado. Podemos citar a sua influência na formação de preços de mercado, a nível mi- croeconômico, quando, por exemplo, cobra tributos e subsídios, define a forma de reajuste do salário mínimo, estabelece preços mínimos para produtos agrícolas ou ainda aplica tabelamentos ou congelamento de preços e salários (como na época dos planos de combate à inflação anteriores ao Plano Real). A título elucidativo vamos analisar agora a sua interferência via tributação. Vamos primeiro ter em mente que, na verdade, de fato, quem recolhe a totali- dade dos tributos incidentes em suas operações é a empresa, ou seja, cabe a ela embutir seus valores nos preços, apurar o quanto deve e efetuar o recolhimento aos cofres públicos. Entretanto, ao efetuar o recolhimento aos cofres públicos não significa que é ela quem efetivamente paga, ou melhor, não é ela, necessariamente, quem suporta o ônus do tributo, já que pelos menos parte dos tributos são repassados aos consu- midos já que foram embutidos nos preços. Nessa pegada, para sabermos sobre quem recai efetivamente o ônus da interfe- rência do governo no equilíbrio do mercado via tributação é uma das áreas objeto de análise da microeconomia, levando em conta alguns fatores como, por exemplo, a estrutura de mercado objeto da análise. Vale destacar que a chamada “política de preços mínimos na agricultura” onde o governo, antes do início do plantio, garante um preço que ele pagará após a co- lheita do produto. Como o próprio nome sugere, serve para garantir os ao produ- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 42 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon tor agrícola certa proteção às flutuações de preços no mercado, minimizando seus prejuízos numa eventual queda acentuada de preços. Saiba ainda que quando tínhamos tabelamento de preços na economia brasilei- ra, a intervenção do governo no sistema de preços de mercado visava, basicamen- te, coibir abusos por parte dos vendedores, controlar preços de bens de primeira necessidade ou tentar mitigar o processo inflacionário. Questão 14 (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Considere o seguinte modelo de demanda e oferta de determinado bem: Qd=x−P Qs=−y+P sendo Qd a quantidade demandada, Qs a quantidade ofertada, P o preço do bem, e x e y constantes positivas, julgue o item subsequente. Se x + y = 4, o preço de equilíbrio será igual a 2. Certo. Vamos fazer contas! Sabemos que, em equilíbrio a quantidade ofertada é igual à quantidade demanda- da: Qs=Qd Substituindo: −y+P=x–P 2P=x+y2 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 43 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Se x + y = 4, temos que: 2P=4 P=2 5. Elasticidades O termo elasticidade, que também pode ser chamada de sensibilidade, mede o quanto uma variável pode ser afetada por outra. Existem alguns tipos de elasticidades, mas todos envolvem basicamente o mesmo raciocínio. Assim, estaremos estudando os efeitos das mudanças de preços nas quanti- dades demandadas (elasticidade-preço da demanda) e nas quantidades ofertadas (elasticidade-preço da oferta). Também estudaremos o efeito que as alterações no nível de renda dos consumidores causam na demanda (elasticidade-renda da pro- cura). 5.1. Elasticidade-Preço da Demanda O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 44 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon O conceito de elasticidade-preço nos permite uma maior compreensão do siste- ma de preços e das reações observadas no mercado. Vamos usar um exemplo para ilustrar melhor a importância de se conhecer a elas- ticidade tanto pelo lado do consumidor quanto pelo lado do produtor. O raciocínio básico aqui é que se os preços das geladeiras aumentam, a quantidade demandada cairá e a quantidade ofertada de geladeiras aumentará. Até aqui nenhuma novidade! Mas e se quisermos saber o quanto essa mudança de preço vai aumentar ou quanto vai cair a demanda ou a oferta. Até que ponto a demanda por geladeiras poderá ser afetada? Muito ou pouco? E se os preços dobrarem, em que percentual a quantidade demandada diminuirá? Por outra banda, qual deve ser a mudança na oferta de geladeira se os preços fossem elevados em apenas 50%, em vez de dobrarem? Basicamente, é para responder a perguntas assim que serve o estudo da elastici- dade! A elasticidade é a relação entre as diferentes quantidades de oferta e procura de certas mercadorias/serviços em função das alterações verificadas em seus respec- tivos preços. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 45 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Em outras palavras, podemos dizer que a elasticidade preço da demanda serve para indicar a variação percentual da quantidade demandada de um bem em função da variação percentual no seu preço, ou seja, é a variação percentual da demanda de um bem em função da variação percentual do preço. Seguindo-se esse conceito as mercadorias/serviços podem ser classifica- das em bens de demanda elástica ou inelástica. Os bens de demanda inelástica são os de primeira necessidade, indispen- sáveis à subsistência do consumidor. Esses bens não são sensíveis ao fator preço. Ex.: sal. Os bens de demanda elástica são aqueles que não são indispensáveis à sub- sistência do consumidor. Assim, podemos dizer que eles são “sensíveis” ao fator preço. O grau de sensibilidade ao preço, ou seja, a variação nas quantidades compradas em função das variações dos preços, indica se um bem é mais ou menos elástico. Alguns fatores que influenciam a elasticidade da demanda seriam a existência de substitutos ao bem, a variedade de usos desse vem, o seu preço em relação ao uso global dos consumidores e o preço do bem em relação à renda dos consumi- dores. Para um vendedor faz realmente muita diferença o fato de ser elástica ou não a demanda com a qual ele se defronta. Se a demanda for elástica e ele reduzir o preço, obterá mais receita. Por outro lado, se a demanda for inelástica e ele reduzir o preço obterá menos receita. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.brhttps://www.grancursosonline.com.br 46 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Amigo(a), podemos dizer, portanto, que a elasticidade é uma medida de como os compradores e vendedores reagem a uma mudança nos preços, e nos permite analisar a oferta e a demanda com muito mais precisão. Nesse sentido, a elasticidade-preço da demanda – EPD mede a variação (o aumento ou diminuição) em valores unitários ou em percentagem da quantidade demandada devido a uma mudança nos preços. Em situações normais, a demanda tende a ser mais elástica quando: • o bem é considerado de luxo; • o horizonte de tempo é maior; • existem mais bens substitutos; • o mercado é mais restrito. Para cálculo de elasticidade são necessários pelo menos 2 períodos. Abaixo vou demonstrar um exemplo de cálculo de elasticidade para um produto qualquer, e aplicando-se a fórmula padrão para o cálculo da elasticidade: PERÍODO PREÇO QUANTIDADE JAN/2014 R$10,00 500 FEV/2014 R$10,50 480 Vamos agora aplicação da fórmula da Elasticidade ao exemplo: Amigo(a), vamos agora interpretar o resultado! O resultado nos diz que para cada variação percentual de 1% no preço do pro- duto, a quantidade variará em 0,8%. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 47 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Já o sinal negativo da elasticidade indica que a variação na quantidade será em sentido contrário da variação de preço. Desse modo, se o preço aumentar em 1% a quantidade demandada cairá em 0,8%. No nosso exemplo o preço aumentou em 5% (passou de R$10,00 para R$10,50), enquanto nossa quantidade caiu em 4% (passando de 500 para 480). Para verificar a quantidade demandada em função das diferentes variações de preço, basta multiplicarmos a variação de preço pela elasticidade. No nosso exem- plo, se tivéssemos aumentado o preço em 15%, a variação na quantidade seria de 12% (15%*0,8). A demanda por bens e serviços é classificada de acordo com o seu grau de elasticidade em cinco categorias: • Inelástica: a quantidade demandada não responde com muita intensidade a alterações nos preços EPd < 1. O nosso exemplo acima caracterizou um bem/ serviço de demanda inelástica. • Elástica: a quantidade demandada responde com muita intensidade a alte- rações nos preços EPd > 1. Aqui entram aqueles fatores, como a existência de bens substitutos. O consumidor, por exemplo, pode partir logo para outra opção quando um produto elástico sofre aumento de preço. • Unitária: a quantidade demandada muda na mesma proporção que o preço se altera. Assim o resultado da Epd é sempre igual a 1. Exemplo: um aumen- to no preço de 10% gera uma diminuição da quantidade demandada também de 10%. • Perfeitamente Inelástica: a quantidade demandada não muda se houver uma alteração nos preços. Mas saiba que existe essa possibilidade na teoria e aparece inclusive em gráfico e cai em prova de concurso, como veremos a seguir. • Perfeitamente Elástica: a quantidade demandada muda infinitamente com uma alteração nos preços. Também não consigo ver um exemplo prático O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 48 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon “perfeito” para dar para vocês. Da mesma forma, saiba que existe essa possi- bilidade na teoria e aparece inclusive em gráfico e cai em prova de concurso, como veremos ainda hoje. Como a elasticidade preço da demanda mede o quanto à quantidade demanda- da muda em resposta a uma mudança nos preços, ela está intimamente ligada ao formato da curva da demanda. Na verdade, a representação gráfica, por meio da curva de demanda de acordo com a elasticidade preço nada mais é do que a expressão daquela fórmula que cal- culamos para vários níveis de preço e de quantidade. Assim, a inclinação da curva é o resultado do cálculo oriundo da aplicação da fórmula. Tenho agora que mostrar os cinco tipos de elasticidade representados grafica- mente, pois isso pode ser cobrado na sua prova. Observe: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 49 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Calma! Sei que não é fácil! É assim mesmo! O estudo da microeconomia exige boa vontade com fórmulas e gráficos. Não tem jeito! A Elasticidade-preço cruzada da demanda mede o efeito que a mudança no preço de um produto provoca na quantidade demandada de outro produto (“coete- ris paribus”). Ou seja, a elasticidade-preço cruzada da demanda aponta a variação na demanda por um bem de acordo com a variação do preço do outro bem. Nessa pegada, guarde que se os bens A e B são complementares, então um aumento do preço de A gera uma redução na demanda por B, de maneira que a elasticidade-preço cruzada é negativa. Mas se os bens A e B são substitutos, então um aumento do preço de A gera um aumento na demanda por B, de maneira que a elasticidade-preço cruzada é positiva. Ressalte-se ainda que, no caso de bens independentes, a elasticidade cru- zada é nula! Veja: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 50 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon 5.2. Elasticidade-Renda da Demanda Vamos agora ver aquele outro tipo de elasticidade: a chamada elasticidade ren- da da procura/demanda. A elasticidade renda da demanda mede o quanto a quantidade demandada de um bem muda com uma alteração na renda dos indivíduos. Na prática, é o resultado da divisão entre a mudança percentual na quantidade sobre a mudança percentual na renda. Aqui, precisamos relembrar aqueles tipos básicos de bens: bens normais e bens inferiores, pois a reação da demanda varia em função de qual bem, estamos tra- balhando. Um aumento na renda dos indivíduos aumenta a quantidade demandada de bens normais (lembra da carne de 1ª), mas diminui a de bens inferiores (aqui re- presentados pela carne de 2ª). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 51 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Por outro lado, bens que consumidores consideram como necessários tendem a ter uma demanda inelástica, como por exemplo: comida, combustíveis, serviços de saúde etc. Já os considerados como sendo de luxo ou supérfluos, tendem a ter uma de- manda elástica, como por exemplo: roupas de marca, perfumes importados, lan- chas etc. No mais, as fórmulas e gráficos seguem a mesma linha de raciocínio da elasti- cidade preço da demanda. 5.3. Elasticidade-Preçoda Oferta Já vimos o efeito da alteração do preço e da renda na demanda. Vamos ver ago- ra como o efeito que a alteração de preço causa na oferta. A chamada Elasticidade preço da oferta mede o aumento ou diminuição em per- centagem da quantidade ofertada devido a uma mudança percentual nos preços. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 52 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Essa variação, normalmente é afetada, ou melhor, determinada pelos seguintes fatores: • Habilidade dos produtores de mudar a quantidade produzida de um determi- nado bem. Exemplo: naquela nossa propriedade podemos deixar de produzir uvas e passar a produzir mangas. • Tempo. A oferta é mais elástica no longo prazo, pois desse modo os produto- res/empresários têm mais tempo para se adaptar. Questão 15 (CESPE/CGE-PI/AUDITOR/2015) Julgue o seguinte item, relativo aos axiomas e às hipóteses que regem as preferências do consumidor. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 53 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Se o coeficiente da elasticidade preço da demanda for menor que a unidade, então o bem demandado será insensível a alterações no seu preço. Certo. A demanda é insensível à mudança de preço, ou seja, é inelástica, quando o coefi- ciente de elasticidade, em módulo, é inferior a 1. Questão 16 (CESPE/ANTAQ/ESPECIALISTA/2014) Julgue: A elasticidade de procura de uma empresa é determinada pela relação de concor- rência dessa empresa com as demais empresas atuantes no mercado, pelo número de empresas concorrentes e pela elasticidade de demanda de mercado. Certo. Questão de nível considerado difícil! Perceba que o examinador não quer saber sobre a elasticidade-preço da demanda. Ele quer saber sobre a elasticidade de procura da firma. Isso é estudado quando conhecemos o poder de monopólio de uma empresa mo- nopolista, onde podemos inferir porque algumas empresas possuem uma curva de demanda menos elástica. Existem três fatores determinam a elasticidade de demanda de uma empresa: 1) A elasticidade da demanda de mercado. Como a demanda da empresa será pelo menos tão elástica quanto a demanda do mercado, a elasticidade da demanda de mercado limita o poder de monopólio. 2) O número de empresas atuando no mercado. Se existirem muitas empresas, será pouco provável que qualquer uma delas tenha possibilidade de influenciar sig- nificativamente no preço de mercado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 54 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon 3) Interação entre as empresas. Mesmo que duas ou três empresas estejam atu- ando no mercado, nenhuma delas terá a possibilidade de elevar o preço com lucro caso exista uma concorrência entre elas. Questão 17 (CESPE/ANTT/ESPECIALISTA/2013) Julgue o item a seguir, acerca de microeconomia. A essencialidade e a restrição de mercado de determinado bem são os principais elementos que motivam a elasticidade preço da demanda. O horizonte temporal não é um desses elementos, pois permite que os consumidores de determinada mercadoria encontrem outras formas de substituí-la, quando seu preço aumenta. Errado. Quando estivermos falando em elasticidade preço da demanda, guarde a ideia de que o horizonte temporal também é um fator determinante. Isso é verdade porque permite aos consumidores de determinada mercadoria usa- rem substitutos quando seu preço aumenta, gerando, assim, a regra geral de que a demanda tende a ser mais elástica no longo prazo. E não somente a existência de bens substitutos exerce influência, pois existe certa demora para que os consumidores mudem hábitos de consumo, por exemplo. Pense, por exemplo, no caso do combustível, quando seu preço está sempre sendo elevado, o mais provável é que os consumidores diminuam pouco a sua demanda, mas no longo prazo tais elevações de preços podem fazer com que os consumido- res procurem outras alternativas e alterem seus hábitos. As preferências da socie- dade como um todo podem se alterar devido a esta alta. Podemos concluir, portanto, que uma elasticidade preço da demanda é maior à me- dida que o horizonte temporal é ampliado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 55 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon RESUMO Podemos identificar os dois elementos fundamentais do mercado: a demanda (procura/compradores/consumidores), e a oferta (produtores/vendedores)! Teoria Elementar da Demanda A Demanda é a quantidade de um determinado bem que os consumidores es- tão aptos e dispostos a adquirir, em determinado período de tempo, aos diversos preços alternativos. A quantidade demandada de um determinado bem é inversamente pro- porcional ao seu preço, tudo o mais permanecendo constante (o velho “ceteris paribus”). Existe uma distinção sutil, mas muito importante entre os termos Demanda e Quantidade Demandada. Demanda é toda a escala ou curva que relaciona os possíveis preços a deter- minadas quantidades demandadas de um bem ou serviço. Já o termo quantidade demandada é um ponto específico na curva que relaciona um preço a uma quantidade demandada de um bem ou serviço. Sofre alterações somente quando é alterado o preço do produto que está sendo estuda- do. Assim, o consumidor se desloca para cima (↑P e ↓Qd) e para baixo (↓P e ↑Qd) ao longo da curva de demanda do produto. Ou seja, estamos falando da demanda para aquele produto nos seus vários níveis de preços dentro da mesma curva. Classificação dos Bens Bens substitutos: são aqueles bens que atendem a necessidade do consumi- dor no mesmo nível de satisfação. São bens, digamos, concorrentes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NATALIA DINIZ LIMA - 06292345319, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 56 de 100www.grancursosonline.com.br ECONOMIA Microeconomia - Parte II Prof. Manuel Piñon Bens Complementares: são aqueles bens que dependem um do outro para satisfazer a necessidade do consumidor, são demandados em conjunto, necessa- riamente. Bens Independentes: aumenta o preço do bem “y” e a quantidade procurada do bem “x” não se altera, e vice-versa. Bem inferior: é aquele cuja quantidade demandada diminui quando aumenta a renda. Exemplo clássico: carne de 2ª. Bem normal: é aquele cuja quantidade demandada aumenta quando aumenta a renda. Exemplo clássico: carne de 1ª. Bem de primeira necessidade: é aquele que ao aumentar a renda, a quanti- dade demandada do bem aumenta em menor proporção. Bem de luxo: é aquele que ao aumentar
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