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1- Dor oncológica: Tipos Etiologia Fisiopatologia Quadro clínico Fontes: Livro Dor- princípios e práticas Current A dor neoplásica, ou oncológica é resultado da percepção dolorosa associada à incapacidade física, isolamento social e familiar, preocupações financeiras, medo da morte... As dores físicas e psíquicas são intimamente relacionadas interdisciplinaridade na abordagem do paciente com dor oncológica OMS classificou a dor associada às neoplasias como emergência médica mundial; 1/3 dos pacientes apresentam dor no momento do diagnóstico e 2/3 com a doença no estágio avançado 50% de todos os pacientes portadores de neoplasia maligna apresentam dor em alguma fase de sua doença, 70% quando estão em estágios avançados Exibe alta taxa de mortalidade e morbidade ETIOLOGIA A realidade brasileira é o diagnóstico em fase avançada por isso a alta incidência de síndrome dolorosa por câncer; 62 – 78%: devido ao tumor (por infiltração ou invasão tumoral direta ou metástases) 19-28%: devido ao diagnóstico e tratamento (iatrogenia por ex) 3-10%: não relacionada ao tumor, nem ao tratamento; Dor Causada pelo Tumor Infiltração óssea: metástases ósseas são mais comuns nos cânceres de mama, próstata e pulmão, sendo a dor decorrente de estimulação nociva nos nociceptores no periósteo ou fraturas secundárias pelo crescimento tumoral, como pressão, tração ou laceração das estruturas nervosas, ocasionando dor isquêmica, dor neuropática periférica ou dor mielopática; Se manifesta localmente ou como dor referida, com sensação de dolorimento constante, profundo e incidental (ao movimento); Compressão ou infiltração de nervos periféricos: acontece principalmente em neoplasias de cabeça e pescoço, ou lesões metastáticas para linfonodos cervicais, onde se comprime os plexos cervicais; Se manifesta como aguda, em queimação, contínua, hiperestesia, disestesia, irradiada para região de nuca, ombro ou mandíbula; Infiltração do neuroeixo (SNC): dor por invasão tumoral na medula, encéfalo ou meninges, sendo a compressão medular de emergência médica (tratamento com radioterapia ou descompressão cirúrgica) Se manifesta com dor radicular, alteração motora, sensitiva e autonômica, fraqueza de membros inferiores, diminuição do tato e disfunção dos esfíncteres; Infiltração e oclusão de vasos sanguíneos e linfáticos: pode ocorrer vasoespasmo, linfangite, irritação de nervos aferentes perivasculares, isquemia arterial ou estase venosa decorrente da infiltração de células tumorais nos vasos sanguíneos e linfáticos Se manifesta com dor nas pernas (isquemia), edema (estase), difusa e intensidade progressiva com a evolução do problema; Infiltração de vísceras ocas ou sistemas ductais de vísceras sólidas: pode ocorrer oclusão dos sistemas digestório, urinário e reprodutivo, com obstrução do esvaziamento, contratura da musculatura lisa, espasmo e isquemia; Se manifesta com dor visceral difusa constante (tipo cólica), sensação de peso, localizada ou referida nas áreas de inervação Dor causada pelo tratamento do câncer Pós-cirúrgica: na fase aguda, se manifesta pelo processo inflamatório traumático da cirurgia, mas na crônica pelo câncer recidivado no local; Trauma ocasionado em estruturas nervosas durante o procedimento cirúrgico pode causar a neuralgia pós cirúrgica de origem traumática ou por fibrose cicatricial; Dor fantasma; Pós-radioterapia: apresenta-se como exacerbação aguda de dor crônica relacionada ao posicionamento para terapia, queimaduras cutâneas, neuropatia actínica, mucosite bucal, esofagite, tumores primários de nervos periféricos, obstrução intestinal, infarto ou isquemia; Também pode ocorrer fibrose de forma lenta e progressiva, ocasionando lesão nas adjacências dos nervos, com dor em queimação e disfunção do sistema somatossensorial; Pós- quimioterapia: relacionada com polineuropatias periféricas causadas pelas drogas imunossupressoras (oxaliplatina, paclitaxel) ou pelos corticoides (espasmos vesicais, necrose asséptica da cabeça do fêmur); T3M13 Pode ser de caráter transitório ou definitivo; Dor não relacionada ao tumor, nem ao tratamento Podem ser causadas por osteomielite, migrânea, cefaleia tensional, osteoartrite, osteoporose, neuropatia diabética, pós-alcoolismo, hérnia discal, entre outras, sem relação com a dor ocasionada pelo câncer FISIOPATOLOGIA possíveis mecanismos que explicam a complexa e múltipla fisiopatologia: - sensibilização do nociceptor aferente primário (por fatores inflamatórios, acidose induzida pelo tumor, compressão de tecidos por invasão tumoral) - nocicepção aguda (pós-operatório) - compressão - ou lesão de tecido nervoso e hiperalgesia devido a sensibilização central Fonte: Recursos fisioterapêuticos no controle da dor oncológica - O câncer pode lesar os receptores de dor e provocar dor somática, visceral, neuropática ou por desaferentação, através da invasão direta do tecido pela neoplasia, ou pela lesão do SNC e SNP - Os nociceptores podem ser ativados por estímulos nocivos, sejam eles: mecânicos, térmicos ou químicos e, sensibilizados por estímulos químicos endógenos, como a serotonina, substância P, bradicinina, prostaglandinas e histamina, liberados após lesão tecidual TIPOS DE DOR Aguda ou Crônica Aguda: causada por procedimentos invasivos, intervenções diagnósticas, efeitos da quimioterapia e outros tratamentos mucosite ou susceptibilidade à dor óssea; Crônica: com envolvimento dos ossos, tecidos moles, vísceras e sistema nervoso metástases contínua ou recorrente por meses ou anos Dor somática em latejamento e pulsação; Dor visceral tipo cãimbra ou cólica; Nociceptiva ou Neuropática Excesso de nocicepção: é a forma mais comum no câncer, onde são gerados estímulos aferentes de grande intensidade, nocivos ou lesivos, por processos inflamatórios ou infiltração de tecidos cutâneos e profundos pelo tumor atingem o alto limiar e geram a dor pelos nociceptores Dolorida ou em pontada; Neuropática: mantida por processos somatossensoriais anormais no SNC e SNP, por invasão tumoral ou pelo tratamento do câncer (quimioterápicos, cirurgia, radio) disfunção das vias transmissão crônica dos sinais dolorosos Latejante, queimação, choque ou ferroadas Psicogênica Psicogênica: evidência positiva de que os fatores psicológicos predominam na manutenção do sintoma sem nenhuma evidência de causa orgânica; Incidente, espontânea ou ao final do efeito da última dose Incidental: ocorre associado a atividades específicas como tossir ou caminhar; Deve-se fazer uso de analgésicos de ação rápida e duração curta antes de realizar essas atividades; Espontânea: ocorre de modo imprevisível sem relação com o tempo ou atividade; mais difícil de controlar Deve-se usar analgésicos coadjuvantes para dor neuropática e analgésico opioide potente de início rápido; Dor ao final do efeito da última dose: refere-se à dor que ocorre perto do final do intervalo habitual entre as doses de um analgésico administrado regularmente, quando o controle da dor basal é alcançado, mas ainda ocorrem picos de dor de início súbito e agudo; Atribuído à diminuição dos níveis sanguíneos do analgésico de ação prolongada, pouco antes da administração ou da captação da próxima dose programada; Deve-se aumentar a dose ou diminuir de intervalo; TRATAMENTO Inicialmente o tratamento primário do câncer: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonoterapia...; Fármacos analgésicos com base na escala analgésica da OMS: Antiinflamatórios não hormonais, opioides fracos e fortes e coadjuvantes; Métodos não-farmacológicos:neurocirurgias funcionais, estimulação elétrica do SN, dispositivos de analgésicos, medicina física, acupuntura, acompanhamento psicológico, hipnose, estratégias cognitivas comportamentais... Farmacológico AINE’s: anti-inflamatórios não esteroidais que agem na inibição reversível ou irreversível da ciclooxigenase (COX); Resultados na dor somática, de caráter inflamatório metástases ósseas; Excelente associação com opioides torna possível a redução da dose do opioide, melhora dos sintomas álgicos e redução de efeitos colaterais; Opioides: será falado detalhadamente mais a frente...; Adjuvantes: não tem a dor como indicação primária, embora sejam analgésicos em algumas situações; Antidepressivos, neuroepléticos, anticonvulsivantes, corticoides, calcitonina; Antineoplásicos: Bifosfonatos: inibem a reabsorção óssea pelos osteoclastos e corrigem a hipercalcemia atenuar a dor metastática óssea; Radioterapia: frações de substâncias para atenuação de tumores (estrôncio-89 e samário- 153 para ossos porém causam trombocitopenia e leucopenia) Quimioterapia: aliviar sintomas relacionados ao câncer (dor torácica na úlcera do câncer de mama; dispneia no câncer de pulmão) - Os tratamentos não-farmacológicos, como as técnicas cognitivo-comportamentais e as modalidades físicas, podem funcionar como coadjuvantes aos analgésicos - particularmente úteis para controlar os períodos de aumento da intensidade da dor, enquanto se aguarda o início da ac ̧ão dos analgésicos de liberação imediata 2- Caracterizar cuidados paliativos (aspectos biopsicossociais, objetivos e protocolos, indicação precoce, importância) Cuidados paliativos: é a abordagem que visa a promoção da qualidade de vida de pacientes e seus familiares, através da avaliação precoce e controle de sintomas físicos, sociais, emocionais, espirituais desagradáveis, no contexto de doenças que ameaçam a continuidade da vida - Realizado por uma equipe multiprofissional durante o período do diagnóstico, adoecimento, finitude e luto - Não se fala mais em terminalidade, mas em doença que ameaça a vida - Não falaremos também em impossibilidade de cura, mas na possibilidade ou não de tratamento modificador da doença, desta forma afastando a ideia de “não ter mais nada a fazer” - Abordagem deve incluir a espiritualidade dentre as dimensões do ser humano - A família é lembrada, portanto assistida também após a morte do paciente, no período de luto PRINCÍPIOS → Se baseia em princípios: 1. Promover o alívio da dor e outros sintomas desagradáveis É preciso conhecimento específico para a prescrição de medicamentos, adoção de medidas não farmacológicas e abordagem dos aspectos psicossociais e espirituais que caracterizam o “sintoma total”, plagiando o conceito de DOR TOTAL, criado por Dame Cicely Saunders, onde todos estes fatores podem contribuir para a exacerbação ou atenuação dos sintomas, devendo ser levados em consideração na abordagem 2. Afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da vida Morte como algo esperado na presença da doença, com ênfase na vida que ainda pode ser vivida; 3. Não acelerar nem adiar a morte Não tem a ver com eutanásia; 4. Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente As perdas (autonomia, autoimagem, segurança, capacidade...) devem ser tratadas juntas ao sujeito, suas crenças e princípios; O espírito conecta o ser humano à sua dimensão divina ou transcendente”. É mais este aspecto, o da transcendência, do significado da vida, aliado ou não à religião, que devemos estar preparados para abordar. Sempre lembrando que o sujeito é o paciente, sua crença, seus princípios 5. Oferecer um sistema de suporte que possibilite o paciente viver tão ativamente quanto possível, até o momento da sua morte qualidade de vida e bem-estar implicam a observância de vários aspectos da vida Problemas sociais, dificuldades de acesso a serviços, medicamentos e outros recursos podem ser também motivos de sofrimento e devem ser incluídos entre os aspectos a serem abordados pela equipe multiprofissional. Viver ativamente, e não simplesmente viver sobrevida “a qualquer custo” Ser facilitador na resolução de problemas do paciente; 6. Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e a enfrentar o luto Os familiares conhecem mais os pacientes que os profissionais, então deve-se cuidar deles também porque sofrem e devem ser acolhidos; Todo o núcleo familiar e social do paciente também “adoece” 7. Abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes e seus familiares, incluindo acompanhamento no luto Equipe multiprofissional abrangendo o paciente e familiares em todas as suas dimensões deve-se observar o paciente sob todas as suas dimensões 8. Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença Tendo respeito, sintomas controlados, desejos atendidos, convivência com familiares, resgate de pendências pode aumentar a sobrevida 9. Deve ser iniciado o mais precocemente possível, juntamente com outras medidas de tratamento da doença, como a quimioterapia e a radioterapia e incluir todas as investigações necessárias para melhor compreender e controlar situações clínicas estressantes Sendo utilizados de forma hierarquizada, levando em consideração os benefícios e malefícios; Sírio Libânes resume em: 1. Iniciar precocemente o acompanhamento junto ao tratamento, com toda a investigação necessária; 2. Reafirmar a vida e sua importância; 3. Compreender a morte como natural sem antecipar ou posterga-la; 4. Promover avaliação, reavaliação e alívio impecável da dor e outros sintomas; 5. Perceber o indivíduo em toda a sua completude (aspectos psicossociais e espirituais), com o papel da equipe multidisciplinar; 6. Melhor suporte com melhoria de qualidade de vida, auxiliando a viver ativamente; 7. Compreender os familiares com suporte e amparo durante o adoecimento e após o óbito; INDICAÇÕES Todos os pacientes de doenças graves, progressivas, que ameacem a continuidade da vida, deveriam receber cuidados paliativos desde o seu diagnóstico - Porém como não há disponibilidades de profissionais e serviços que consigam atender a toda essa população, foram estabelecidos alguns critérios de recomendação considerando a possibilidade de indicação para aqueles pacientes que esgotaram todas as possibilidades de tratamento de manutenção ou prolongamento da vida, que apresentam sofrimento moderado a intenso e que optam por manutenção de conforto e dignidade da vida Preferência para os pacientes que: Esgotaram-se todas as possibilidades de tratamento de manutenção ou prolongamento da vida. Apresentam sofrimento moderado a intenso. Optam por manutenção do conforto e dignidade. Evolução clínica oscilante. Grande impacto emocional ou social para o doente e sua família, relacionado de maneira explícita ou não à proximidade da morte. Prognóstico de vida reservado (estimado em menos de seis meses). Ser portador de uma doença progressiva e incurável e preferir não ser submetido a tratamento de prolongamento da vida Em pacientes oncológicos, usa-se a escala de performance de status de Karnofsky para medir o declínio funcional e clínico INDICAÇÃO PRECOCE EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO As ac ̧ões de controle do ca ̂ncer não se restringem à prevenção, detecção precoce, diagnóstico e tratamento Fases iniciais: tratamento agressivo, com objetivo de promover a cura; Estágio Avançado: abordagem paliativa deve entrar em cena no cuidado com os sintomas de difícil controle, e de alguns aspectos psicossociais associadosà doenc ̧a; Fase Terminal: tratamento paliativo é essencial garantir a qualidade de vida desse indivíduo e de sua família - É comum na prática médica (ou dos profissionais de saúde) prolongar a vida a qualquer custo (e muitas vezes com sucesso) - A morte, desta forma, passa a ser entendida como um fracasso e por este motivo deve ser “escondida” - Aprender a lidar com as perdas num contexto de uma doença crônica como o câncer é um desafio que poucos se propõem a discutir, e muito menos a enfrentar - Atualmente o câncer é responsável por 12% de todas as mortes no mundo - Em +- 20 anos, o número de mortes anuais por câncer irá quase que duplicar, com mais de 60% dos casos novos e mortes - Das doenças crônicas degenerativas, o câncer é uma das que mais trazem transtornos aos indivíduos e seus familiares - Perdas econômicas devidas ao câncer são óbvias: custos diretos (hospitalares, medicamentos, outros serviços de saúde) e custos indiretos (potencial produtivo perdido e sobrecarga do sistema previdenciário - Muitas vezes, um diagnóstico de câncer implica não somente em uma diminuição no salário, mas uma perda das reservas econômicas na busca por tratamentos que nem sempre aumentam a sobrevida - Além da dor (um dos sintomas + frequentes), outros sintomas acometem os indivíduos com câncer, como: anorexia, depressão, ansiedade, constipação, disfagia, dispnéia, fraqueza, entre outros - Todos diminuem de algum modo sua qualidade de vida, merecendo, portanto, a atenção dos profissionais de saúde OMS enfatiza que o tratamento ativo e o paliativo não devem ser dissociados cuidados paliativos devem ser aplicados mais cedo, juntamente com o tratamento ativo; Abordagem precoce permite prevenção de sintomas e complicações inerentes à doença; Também propicia diagnóstico e tratamento adequados de doenças que podem cursar paralelamente ao câncer →Objetivos: Melhorar o entendimento e manejo de complicações e sintomas estressantes, tanto do tratamento quanto da evolução da doença Diagnóstico precoce e condutas terapêuticas antecipadas, dinâmicas e ativas o Atuando em todas as dimensões dos sintomas Respeito aos limites do paciente →Modelo hospitalar: consultas ambulatoriais ou internações Manter controle dos sintomas e outros procedimentos No caso de internação, deve-se esclarecer que esta não é para curar a doença, mas para tratar as intercorrências que surgem qualidade de vida Rigor hospitalar horários e regras →Modelo domiciliar: Usado nos casos em que o paciente não consegue se locomover e sair de casa Deve ter autorização do paciente e da família ciência da possibilidade do óbito ocorrer em casa Paciente pode ter suas necessidades atendidas de acordo com suas preferências - Os modelos de programas e sua inserção no sistema de saúde podem se dar das seguintes formas (1) consultoria – consiste de avaliações de médico, enfermeiro e/ou assistente social, geralmente em um hospital, clínica, hospice, asilo ou em domicílio (home care) (2) unidade para pacientes internos – geralmente localizada num hospital, hospice ou asilo (3) consultoria e unidade para pacientes internos – geralmente localizado em um hospital, hospice ou asilo (4) unidade para pacientes externos e consultoria – geralmente localizada em um hospital, hospice ou clínica (com/sem home care) (5) unidade para pacientes externos e internos e consultoria – geralmente localizado em um hospital ou hospice (com/sem home care) BIOPSICOSOCIAL DA DOR CRÔNICA Alteração da rotina diária, dependência de cuidados de terceiros, mudança de hábitos, alteração da imagem corporal e isolamento social Pacientes com câncer e dor tem níveis significativamente mais elevados de ansiedade, depressão e raiva No caso de algumas patologias crônicas (falências funcionais; síndromes demenciais) o curso da doença é lento e cheio de intercorrências (crises de necessidades) Capacidade funcional declina Recuperação nunca remete ao patamar funcional anterior Chega ao estágio de alta dependência onde se os cuidados paliativos se impõem enfoque nas necessidades do doente e da família ao invés do esforço de cura Cuidador: peça fundamental para bom cuidado, relações com familiares e equipe de saúde, serviço prático e emocional; Pode se sentir sobrecarregado com o excesso de atividades; O estado de humor do paciente afeta diretamente o estado de humor do cuidador; Ansiedade do paciente é fator preponderante para a percepção de sobrecarga por parte do cuidador, diferente do que ocorre com os sintomas depressivos; Toda a equipe multidisciplinar deve estar atenta não só ao indivíduo enfermo, mas também aos seus familiares, especialmente àquele que desempenha o papel de cuidador; Médico: deve realizar os diagnósticos clínicos, conhecer a doença, sua história natural, os tratamentos já realizados e qual a evolução esperada para aquele paciente naquele momento Enfermeiro: responsável pela avaliação sistemática dos sinais e sintomas do paciente, atua com a equipe multiprofissional no estabelecimento de prioridades para cada doente/familiar, mediador da dinâmica familiar e, sobretudo, do reforço das orientações clínicas Psicólogo: garante que as necessidades do paciente, do familiar e da equipe possam ser reconhecidas e atendidas pela articulação de ações de diferentes naturezas. Pode oferecer escuta clínica qualificada Assistente social: deve conhecer o paciente, a família e os cuidadores considerando os aspectos socioeconômicos, buscando informações e orientações legais, burocráticas e de direitos, indispensáveis para a condução do cuidado ao paciente e a garantia de morte digna. Cabe a ele também avaliar as condições da rede de suporte social dos envolvidos nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, assistente espiritual e dentista; Cinesiofobia: o paciente com dor crônica que é levado ao repouso, passa não se mover e temer o movimento, com medo de sentir mais dor, o que só atrofia mais ainda a mobilidade sentimento de evitação e medo; Deve-se encorajar o paciente a manter os movimentos que lhe causam pouca ou nenhuma dor, de forma lenta e gradual Catastrofização: o paciente acredita que a dor é algo incapacitante e terrível; Isso leva a um descompasso emocional de tristeza, depressão, ansiedade e insônia; Hipervigilância: o problema é potencializado quando o paciente se preocupa muito com a dor, acreditando que é fruto de um “problema” 3- Descrever a ação farmacológica dos opioides (indicações) Fontes: Current e Tutorial de anestesia da semana farmacológica dos opioides (Soc Brasileira de Anestesiologia) Opiáceos: alcaloides (caráter básico) com potente ação analgésica - São todas as drogas, naturais ou sintéticas, com ação idêntica à morfina - divididos em opioides fracos (codeína e tramadol) e opioides fortes (morfina, fentanil, metadona, oxicodona, buprenorfina) - Narcótico: do grego “torpor” Termo utilizado como sinônimo de opióides, porém pode referir-se a diversas outras drogas de abuso que não pertencem à classe opióide Opióides - Opióides naturais: são encontrados em plantas (morfina) ou produzidos pelo corpo humano (opióides endógenos- OE), distribuídos por todo o SNC - Esses OE: diferentes potências e afinidades com cada grupo de receptores opioides Suas ações incluem a modulação da dor e controle do sistema cardiovascular, principalmente em situações críticas não possuem destaque clínico - Opióides sintéticos e semi-sintéticos são amplamente utilizados na prática clínica, especialmente pela sua ação analgésica MECANISMO DE AÇÃO - atuam a nível celular ligando-se aos receptores opioides presentes em todo SNC corno dorsalda medula espinhal (lâminas I e II) núcleo do trato solitário área cinzenta periaquedutal córtex cerebral tálamo substância gelatinosa da medula espinhal - -Os opioides são agonistas integrais, agonistas parciais e antagonistas de receptores diversos – opioides distintos, efeitos distintos...; - Efeitos em canais iônicos da membrana: Promovem abertura dos canais de K+: Hiperpolarização – redução da excitabilidade neuronal; inibição da abertura dos canais de Ca++: redução da liberação de neurotransmissores. Receptores opioides podem estar presentes em terminações nervosas aferentes periféricas e em diversos outros órgãos Existem 4 tipos de receptores opioides: o Mi (MOP); o Delta (DOP); o Kappa (KOP); o FQ de nociceptinas orfanina (NOP); Os receptores Mi são os mais significantes, seguido do delta e kappa; Receptores Mi: receptores de morfina percepção de dor emocional da dor; Receptores Kappa: presentes em maior número no nível medular recebem toda a aferência álgica que chega nesse nível Receptores Delta: receptores inibidores dos centros da tosse, respiração, TGI...; são ligados às proteínas G inibitórias A ativação dessa proteína desencadeia uma cascata de eventos: Fechamento de canais de cálcio voltagem dependentes (impedindo liberação dos NT), Redução na produção de monofosfato de adenosina cíclico (AMPs), Estímulo ao efluxo de potássio resultando em hiperpolarização celular efeito final: redução da excitabilidade neuronal resultando em redução da neurotransmissão de impulsos nociceptivos grande problema: sua ação indiscriminada em vários receptores, resultando em ações e/ou efeitos colaterais O receptor μ é responsável pela analgesia, mas também leva à sedação, à depressão do sistema respiratório, do SNC Ação Espinhal: inibem diretamente o neurônio transmissor de dor no corno dorsal opioides exercem efeito diretamente na medula espinhal; Ação Supra-espinhal: o opioide se liga aos receptores mi nas vias descendentes de modulação da dor ocorre então inibição de neurônios que travam essas vias descendentes ocorre liberação das vias; - Inibem interneurônios inibitórios Ação periférica: receptores “mu” funcionais em neurônios periféricos sensitivos são ativados pela ligação do opioides ocorre diminuição da atividade de liberação de neurotransmissores; - Além disso, podem interferir na interpretação afetiva da dor, devido sua ação ao nível do sistema límbico AÇÕES FARMACOLÓGICAS DOS AGONISTAS OPIÓIDES SNC Analgesia: alívio de dores contínuas e sem localização específica, provenientes de órgãos internos; o Por mecanismos espinal e supraespinal o Espinal: inibição da transmissão dos impulsos nociceptivos via corno dorsal inibição da liberação de substância P; inibição pré-sináptica sobre os neurônios aferentes nociceptivos o Supraespinhal: Reduz o componente afetivo da dor a nível do sistema límbico; Ação bem caracterizada sobre a substância cinzenta periaquedutal do mesencéfalo, por onde ocorre a passagem da via descente da analgesia Sedação: dificuldade de concentração e sonolência; Euforia e disforia: sensação de bem estar, mas se não houver dor, pode causar disforia; Alucinações; Tolerância e dependência: tratado mais à frente detalhadamente; Cardiovascular Bradicardia: pela redução do tônus simpático e efeito direto sobre o nó sinoatrial; Vasodilatação periférica: pela liberação de histamina pode levar a hipotensão; Respiratório Depressão respiratória: mediada pelos receptores MOP, pela dessensibilização dos quimiorreceptores centrais às alterações de pressão parcial de CO2; Supressão do reflexo da tosse: pela redução da pré-carga e do drive respiratório anormal; Gastrointestinal Náuseas e vômitos; Aumento do tônus da musculatura lisa e redução da motilidade, com hipertonia dos esfincteres constipação; Endócrino Inibição da liberação de ACTH, prolactina e gonadotróficos; Aumento de ADH; Oftalmológico Estimulação do nervo oculomotor pelos receptores MOP e KOP miose; Prurido Pela liberação de histamina; Musculoesquelético Altas doses podem enrijecer a musculatura da parede torácica, interferindo na ventilação; Imunidade Depressão da imunidade no uso prolongado; Gestação e neonatos Opioides atravessam a barreira placentária depressão respiratória no neonato e dependência física fetal, com síndrome da abstinência ao nascer; FARMACOCINÉTICA DOS AGONISTAS OPIOIDES - Os opiáceos apresentam uma absorção lenta e irregular T.G.I., sofrendo ainda metabolismo hepático de primeira passagem - Por possuírem pouca fixação à proteína plasmática, apresentam meia-vida curta - São eliminados por via renal. - A maioria dos opioides é de vida média curta, obrigando a várias tomadas ao dia TIPOS DE OPIOIDES Fracos 1. Codeína: opioide que atua nos receptores mi (µ) localizados no encéfalo e medula espinal; 2. Tramadol: atua nos receptores mi (µ) com ação mais fraca que a morfina; Também aumenta a liberação de serotonina pelos neurônios e inibe a receptação da mesma; Tem ação anti-inflamatória independente de inibição de COX; Fortes Em geral, são agonistas dos receptores mi (µ); Atua pelo menos mecanismo de ação citado anteriormente; Ex: morfina, oxicodona, hidromorfona, fentanila e metadona EFEITOS COLATERAIS - Todos os opioides te ̂m efeitos colaterais semelhantes - + comuns: náuseas, prisão de ventre e alterac ̧ão da cognic ̧ão (por exemplo, sedação, confusão mental) - - comuns: são disforia, delírio, mioclonia, convulsões, prurido, urticária e retenção urinária Constipação: prevenida com alimentos ricos em fibras e amolientes fecais (óleo, glicerina); Náuseas e vômitos: prevenidos com antieméticos (antidopa, neurolépticos, corticoides); Depressão Respiratória: prevenção com analéptico a própria dor; o A sedação excessiva é antecedente a depressão respiratória; o Em casos de urgência, administrar oxigênio, ventilação e antagonista opioides naloxona AGONISTAS DOS RECEPTORES OPIOIDES • Principal classe de fármacos empregada no controle agudo da dor moderada a intensa; o Tratamento da dor aguda e relacionada com o câncer; o Componente no manejo da dor crônica não cancerosa; MORFINA, A CODEÍNA (METILMORFINA) E SEUS DERIVADOS SEMISSINTÉTICOS • Opioides mais amplamente utilizados para o controle da dor; • Morfina é o opioide de referência; o Metabolismo hepático; ▪ Glicuronidação nas posições 3 (m3g) ou 6 (m6g); ▪ M3g é inativa e m6g apresenta atividade analgésica; ▪ M6g é excretada pelo rim → risco de toxicidade em pacientes com doença renal crônica; o Metabolismo de primeira passagem diminui a sua disponibilidade oral; o Vias diferentes para a administração de morfina: ▪ Preparações orais de liberação controlada; ➢ Contêm uma alta dose de opioide a ser liberada no decorrer de 12 a 24 h; ➢ Alto potencial de uso abusivo; ▪ Administração intravenosa ou subcutânea; ➢ Dispositivos de analgesia controlados pelo paciente (há uma dosagem limite); ▪ Administração epidural ou intratecal; ➢ Atinge concentrações locais altas no corno dorsal da me → analgesia altamente efetiva; ▪ Administração neuroaxial; ➢ Duração de ação muito mais longa que sua administração parenteral; • Codeína é um agonista dos receptores opioides de ocorrência natural; o Muito menos eficaz que a morfina para tratamento da dor; ▪ É usada por seus efeitos antitussígeno (i. E., supressor da tosse) e antidiarreico; o Ação analgésica da codeína → desmetilação hepática em morfina; ▪ Polimorfismos da p450 → ∆ resposta ao tratamento com codeína;o Compostos semissintéticos oxicodona e hidrocodona são análogos mais efetivos da codeína; ▪ Amplamente utilizados, muitas vezes em associação a paracetamol (acetaminofeno); ▪ Hidrocodona + acetaminofeno → vicodin ®; AGONISTAS SINTÉTICOS DOS RECEPTORES µ • Principais classes: fenileptilaminas (metadona) e as fenilpiperidinas (fentanila, meperidina); • Metadona; o Usada no tratamento da dependência química e no controle da dor; o Meia-vida na faixa de 25 a 35 h, é mais lipofílica que a morfina e liga-se aos tecidos e às proteínas plasmáticas → longa duração de ação; ▪ Utilizada para obter alívio prolongado da dor crônica em pacientes com câncer terminal; • Fentanila; o Agonista opioide sintético de ação curta; ▪ Meia-vida de eliminação comparável à da morfina; o 75 a 100 vezes mais potente que a morfina; o Alta afinidade por lipídios → biodisponível quando administrada por diversas vias; ▪ Pastilhas para administração pela mucosa bucal; ➢ Vantajoso para evitar o tratamento parenteral em pacientes pediátricos; ▪ Administração por via transdérmica – adesivo que libera lentamente o fármaco; ➢ Promove analgesia sistêmica de ação longa; 4- Descrever o mecanismo de tolerância e dependência aos fármacos DEPENDÊNCIA/ ADICÇÃO é definida como um padrão mal-adaptativo de uso de substância, levando a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, evidenciado por 3 (ou mais) dos seguintes critérios, ocorrendo a qualquer momento no mesmo período de 12 meses: 1. Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos: a. Necessidade de quantidades muito maiores da substância para que haja intoxicação ou o efeito desejado. b. Acentuada redução do efeito com o uso contínuo da mesma quantidade de substância. 2. Abstinência, manifestada por qualquer um dos seguintes aspectos: a. A síndrome de abstinência característica para a substância (definida pelos critérios da APA para abstinência de uma substância específica). b. A mesma substância (ou uma substância estreitamente relacionada) é consumida para aliviar ou evitar os sintomas de abstinência. 3. A substância frequentemente é consumida em maior quantidade ou durante um período mais longo do que o pretendido. 4. Um desejo persistente ou esforços malsucedidos para reduzir ou controlar o uso da substância. 5. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância (p. ex., consulta a vários médicos ou longas viagens de automóvel), no uso da substância (p. ex., fumar um cigarro atrás do outro) ou na recuperação de seus efeitos 6. Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância DEPENDÊNCIA FÍSICA É a necessidade da droga para manter o funcionamento normal do corpo; Na ausência da droga, revelam-se adaptações que produziram a tolerância; Quando um sistema de mensageiro secundário é suprarregulado ou um receptor de superfície é infrarregulado, uma quantidade normal do agonista endógeno pode provocar uma resposta supranormal ou subnormal; Ex: uma droga que causa tolerância por suprarregulação da via do AMPc, quando é interrompida subitamente permite o AMPc afete uma resposta supranomal; DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA Comportamento de recompensa: mediados pelos feixes prosencefálicos mediais e área tegmetal ventral no mesencéfalo, junto a um subgrupo de neurônios dopaminérgicos projetados da área tegmental ventral para o nucleus accumbens através dos feixes prosencefálicos mediais; Não há um mecanismo molecular diferente da dependência física, mas sim a droga afetando neurônios com diferentes funções; MECANISMO DE ADICÇÃO Mesmo após anos sem o uso da substância, o adicto pode apresentar grande fissura com estresse e um contexto em que a droga anteriormente foi usada recaída; A recaída é resultado de uma interação entre o circuito de recompensa e o circuito de memória atribui valor emocional a determinadas memórias Mas porque drogas como cocaína e anfetaminas não causam sintomas de dependência física, mas são grandes causadoras de dependência? A alostase é uma adaptação encefálica prolongada à presença crônica de uma droga, que cria uma homeostase alterada dependente da presença contínua da droga; Então, o adicto não se sente normal e sai em busca da droga para reestabelecer a homeostase droga- dependente; Os sintomas mais comuns são disforia, distúrbios do sono e estresse podem persistir por semanas ou até meses; Ex: em alguns pode ocorrer o predomínio dos fatores de recompensa onda de euforia motiva o uso; Ex: em outros, há predomínio dos fatores de alívio (álcool para reduzir o estresse) onde de disforia motiva o uso; Ex: ainda outros podem automedicar-se para reduzir sintomas psiquiátricos de um distúrbio concomitante SÍNDROME DE DEPENDÊNCIA • Provém da necessidade da presença da substância no cérebro para manter um funcionamento “quase normal”; • Dependência associa-se a alterações nas vias de sinalização da célula; o Exemplo 1: substância suprarregula via do ampc → contribui para a abstinência aguda que ocorre com a interrupção da substância → efeitos da adenilciclase suprarregulada produzem resposta “supranormal” nos neurônios quando quantidades fisiológicas do neurotransmissor estimulam o receptor acoplado ao ampc; ▪ Em síntese, se suprarregulado, em abstinência, promove respostas suprarreguladas a quantidades fisiológicas; o Exemplo 2: substância que produza dependência por diminuir quantidade ou sensibilidade de receptores → torna- os infrarregulados → insuficientemente estimulados após a interrupção da substância; ▪ Em síntese, se infrarregulado, em abstinência, promove respostas infrarreguladas; • Dependência pode ocorrer sem tolerância e vice-versa; o É um indicativo de alterações relacionadas com a aprendizagem; SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA AGUDA • Substância for eliminada do corpo → não ocupa seu local de ação → adaptações que produziram dependência revelam- se e manifestam-se → perdura até que o sistema se reequilibre ante a ausência da substância (dias); SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA DEMORADA • Subsequente a aguda → é caracterizada por compulsão pela droga; o Pode surgir e continuar indefinidamente (anos); • Abstinência demorada → se associa a desregulação sutil da aprendizagem, impulsos/motivação e recompensa; TOLERÂNCIA Refere-se a diminuição do efeito de uma droga com o uso contínuo; A administração repetida provoca um desvio da curva de dose-resposta para a direita, de modo que seja necessária uma maior dose (concentração) para produzir um mesmo efeito; TOLERÂNCIA INATA São as variações individuais na sensibilidade da droga; Decorrente de polimorfismos nos genes que determinam o receptor da droga ou nos genes que afetam a absorção, metabolismo ou excreção; Pode ser modificada pelo ambiente; - Ex: sensibilidade variável ao álcool entre duas pessoas que tomam a mesma quantidade de drinks; TOLERÂNCIA ADQUIRIDA Se desenvolve com o passar do tempo; Existem três mecanismos para o desenvolvimento de tolerância adquirida: Farmacocinética Surge quando há um aumento da capacidade de metabolizar ou excretar a droga ao longo do tempo; Síntese induzida de enzimas metabólicas (citocromo P450) aumento do metabolismo da droga; Resultado: menor concentração plasmática da droga em qualquer dose; Farmacodinâmica Causada por alterações na interação droga-receptor; Pode ocorrer diminuição do número de receptores ou modificação na vida de transdução de sinal; A curto prazo, pode ser causado por: o Inativação de receptores ex: uma quinase presente no citoplasma pode fosforilar (inativar) apenas a forma ligada ao agonista de um receptorde membrana; o Interiorização; o Degradação dos receptores de superfície; o Alteração da condutância de um canal iônico por fosforilação mediada pelo receptor; A longo prazo, as alterações no número de receptores ou em outras moléculas sinalizadoras costumam ser causadas por regulação dos genes que codificam as proteínas; Exemplo de administração aguda: a administração a curto prazo de morfina causa ligação com um receptor β- adrenérgico, inibindo a adenil ciclase essa enzima então transforma uma quantidade reduzida de ATP em AMPc ocorre menor ativação da proteína quinase A (PKA) então ocorre diminuição da condutância dos canais de sódio e da ativação do fator de transcrição CREB Diminui ainda mais a transcrição de adenil ciclase; - Já na administração crônica, ocorre supra-regulação do CREB, estimulando a transcrição da adenil ciclase restaura a produção de AMPc estimula a PKA ativa o canal de sódio voltagem –dependente; Pode aumentar a noradrenalina quando os opioides são retirados, é gerado uma supraregulação da noradrenalina, mas não suficiente para suprir os receptores dependentes abstinência Também pode ocorrer por endocitose ou degradação dos receptores da superfície celular; Aprendida A droga produz alterações compensatórias que não tem relação com sua ação; Tolerância comportamental: a pessoa aprende a modificar seu comportamento para ocultar os efeitos da droga; - Ex: um alcoolizado controlando a fala arrastada e a falta de coordenação; Tolerância condicionada: indícios ambientais induzem alterações compensatórias preventivas resposta de oposição condicionada; É um fenômeno inconsciente; - Ex: a visão dos acessórios usados no uso de cocaína (que causa taquicardia) pode provocar bradicardia preventiva Giovana Paula
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