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Direito Previdenciario Miriam D Xavier A4

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DIREITO
PREVIDENCIÁRIO
Miriam Denise Xavier
DIREITO
PREVIDENCIÁRIO
Miriam Denise Xavier
Sumário
1 Seguridade Social .................................................................................................................................................... 4
2 Financiamento ......................................................................................................................................................... 7
3 Legislação, competência, regimes ......................................................................................................................... 11
4 Conceito previdenciário de empresa e empregador doméstico............................................................................ 18
5 Segurados da previdência social ............................................................................................................................ 20
6 Financiamento da previdência social .................................................................................................................... 30
6.1 Contribuição dos segurados ............................................................................................................................ 30
6.1.1 C ontribuição dos segurados empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico ........................30
6.1.2 C ontribuição dos segurados contribuinte individual e segurado facultativo ......................................... 37
6.1.3 Inclusão previdenciária .......................................................................................................................... 39
6.2 Contribuição das empresas – regra geral ........................................................................................................ 41
6.3 Contribuição das empresas - instituições financeiras ..................................................................................... 45
6.4 Contribuição das cooperativas ........................................................................................................................ 46
6.5 Contribuição do segurado especial e do empregador rural pessoa física (PRPF) ............................................ 48
6.6 Contribuição do empregador rural pessoa jurídica (PRPJ) .............................................................................. 52
6.7 Contribuição da agroindústria......................................................................................................................... 54
6.8 Contribuição da associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional .................................... 55
6.9 Contribuição do empregador doméstico ........................................................................................................ 56
6.10 Salário de contribuição ................................................................................................................................. 58
6.11 A rrecadação e recolhimento das contribuições ............................................................................................ 67
6.11.1 Prazos ......................................................................................................................................................... 67
6.11.2 Recolhimento fora do prazo ....................................................................................................................... 68
6.12 Cessão de mão de obra - Retenção ............................................................................................................... 71
6.13 Responsabilidade solidária............................................................................................................................ 74
6.14 Obrigações Acessórias................................................................................................................................... 76
6.15 Crimes contra a seguridade social................................................................................................................. 81
7 Regime Geral de Previdência Social....................................................................................................................... 85
7.1 Prestações ....................................................................................................................................................... 85
7.2 Manutenção da Qualidade de Segurado ........................................................................................................ 86
7.3 Carência ......................................................................................................................................................... 87
7.4 Salário de benefício e renda mensal do benefício ......................................................................................... 89
7.5 Reajustamento do valor dos benefícios .......................................................................................................... 93
7.6 Dependentes ................................................................................................................................................... 93
7.7 Conceito previdenciário de acidente do trabalho ........................................................................................... 96
7.8 Serviços do regime geral de previdência social ............................................................................................... 97
7.8.1 Serviço social ......................................................................................................................................... 97
7.8.2 Habilitação e reabilitação profissional .................................................................................................. 98
7.9 Plano de benefícios do regime geral de previdência social............................................................................. 98
7.9.1 Auxílio por incapacidade temporária ..................................................................................................... 98
7.9.2 Aposentadoria por incapacidade permanente .................................................................................... 101
7.9.3 Auxílio acidente ................................................................................................................................... 103
7.9.4 Aposentadoria programada ................................................................................................................ 104
7.9.5 Aposentadoria por tempo de contribuição.......................................................................................... 106
7.9.6 Aposentadoria especial ........................................................................................................................ 110
7.9.7 A posentadorias por Tempo de Contribuição e por Idade do Segurado com Deficiência .....................113
7.9.8 Salário-família ...................................................................................................................................... 114
7.9.9 Salário-maternidade ............................................................................................................................ 115
7.9.10 Pensão por morte .............................................................................................................................. 117
7.9.11 Auxílio reclusão .................................................................................................................................. 120
7.9.12 Abono anual ....................................................................................................................................... 121
7.10 Decadência e prescrição ............................................................................................................................. 121
7.11 Recurso das decisões administrativas ......................................................................................................... 121
7.12 Justificação administrativa ..........................................................................................................................122 Referências: ............................................................................................................................................................ 123
Seguridade Social
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social (CR/88, art. 194).
Organização e princípios (CR/88, art. 194, parágrafo único):
Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - equidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência social;
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
a. O princípio da solidariedade está apenas implícito no texto constitucional (artigos 194 e 195), embora seja o mais importante de todos. 
É a solidariedade que impõe que o financiamento seja por repartição simples, que todos que exercem atividade remunerada são obrigados a contribuir e que o fato de contribuir para o Regime Geral de Previdência Social – RGPS não é garantia de benefício futuro (as regras de concessão dos benefícios devem ser cumpridas para o seu gozo).
b. Universalidade
Este princípio incorpora a ideia de amparar todas as pessoas (universalidade do atendimento (necessidade) em todas as suas necessidades sociais (universalidade da cobertura (todos)).
c. Uniformidade e equivalência
A uniformidade significa um único regime de previdência para os trabalhadores urbanos e rurais.
A equivalência refere-se ao aspecto quantitativo dos benefícios desse mesmo regime, isto é, os valores dos benefícios devem ser calculados da mesma forma para ambas as populações.
d. Seletividade e distributividade
A seletividade significa que determinadas prestações podem ser asseguradas somente àqueles que se encontrem em estado mais grave de necessidade social, até como forma de realizar a isonomia, ou seja, de tratar desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades. 
Ex.: o salário-família.
A distributividade tem a ver com a principal função do sistema, que é a de funcionar como instrumento de distribuição de rendas. Não se coaduna muito com a previdência social, mas muito importante na área da saúde e, principalmente, na da assistência social.
Ex.: o Benefício de Prestação Continuada – BPC da Assistência Social. e. Irredutibilidade procurar slide
Refere-se, especificamente, à previdência social, e significa o óbvio, ou seja, que os valores nominais (valor absoluto) e reais (que exprime o poder de compra da moeda) dos benefícios não podem sofrer redução.
A Lei 8.213/91, no artigo 41-A, determina que o valor dos benefícios em manutenção será ajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário-mínimo, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. f. Equidade
Este princípio traduz a dimensão do princípio da capacidade contributiva no âmbito da seguridade social.
Deve ser analisado conjuntamente com o § 9º do art. 195 da CF/88:
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas “b” e “c” do inciso I do caput.
g. Diversidade
Ao mesmo tempo em que reflete a solidariedade (todos devem contribuir), este princípio, ao determinar que sejam estabelecidas diversas fontes de financiamento, visa imprimir maior garantia à sustentação econômica da seguridade social, já que, entrando em crise uma dessas fontes, as demais prosseguem transferindo recursos ao sistema.
h. Caráter democrático e descentralizado da administração
Visa à participação da sociedade na organização e no gerenciamento do sistema, mediante gestão quadripartite.
Este princípio é reflexo imediato do art. 10 da CF/88:
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Reflete, também, diretriz estabelecida na primeira convenção da OIT, em 1919, segundo a qual o Estado deve garantir esse tipo de participação.
Exemplos de observância desse princípio encontramos nos seguintes órgãos:
· Conselho Nacional de Previdência - CNP
· Conselho Nacional da Saúde - CNS
· Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS
· Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS
Slide 1: Seguridade Social 
 Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivo
Contribuição x Custeio 
Assistência Social 
 Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
VI - a redução da vulnerabilidade socioeconômica de famílias em situação de pobreza ou de extrema pobreza. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 114, de 2021)
ASSISTÊNCIA SOCIAL - BPC – Pagamento de um salário-mínimo mensal a pessoas com 65 anos ou pessoas com deficiência para a vida independente do trabalho. A renda per capita familiar seja igual ou inferior a 1\4 do salário-mínimo.
Financiamento
O financiamento da seguridade social está previsto na CR/88:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social; III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
A CR/88, no art. 167, inciso XI, determina que as contribuições dos empregadores sobre o rendimento do trabalho pago ou creditado e a dos trabalhadores e demais segurados da previdência social somente sejam destinadasao custeio da previdência social. Por isso tais contribuições são denominadas contribuições sociais previdenciárias.
Art. 167. São vedados:
[...]
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. 
A contribuição das empresas sobre a receita ou faturamento é a Cofins e o Pis e a contribuição sobre o lucro líquido é a CSLL.
O citado inciso III trata das parcelas dos valores arrecadados com as loterias (sorteios de números ou símbolos) destinados para a seguridade social.
E o inciso IV se refere às contribuições do importador (PIS-importação e Cofins-importação).
Breve análise dos parágrafos do artigo 195.
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
 Cada um dos entes federados (Estados, DF e Municípios) deverá destacar, em seus respectivos orçamentos anuais, os recursos destinados à prestação dos serviços relativos à seguridade social no seu próprio âmbito. 
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
Refere-se ao trabalho técnico que antecede a elaboração do orçamento anual da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, o qual deve ser feito conjuntamente por membros das três áreas da Seguridade Social (Saúde, Previdência Social e Assistência Social). A gestão dos recursos, todavia, é feita individualmente por cada uma das citadas áreas. 
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
Trata-se de sanção aos inadimplentes junto à Seguridade Social. Com base neste dispositivo, uma empresa em atraso com as suas contribuições sociais para a seguridade social não pode, por exemplo, participar de concorrência pública, nem usufruir de isenções tributárias, nem obter empréstimos concedidos por instituições financeiras públicas.
Obs: A EC 106, de 7/5/2020, que instituiu o regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para enfrentamento de calamidade pública nacional decorrente de pandemia, suspendeu a aplicação deste parágrafo durante a vigência de estado de calamidade pública nacional.
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
A qualquer momento, poderão ser criadas outras fontes destinadas ao financiamento ou expansão da seguridade social, além das atualmente previstas nos quatro incisos do próprio art. 195. Contudo, a criação da nova fonte deve ocorrer por meio de lei complementar, desde que seja não-cumulativa e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios de outra contribuição social.
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. 
Também conhecido como princípio da pré-existência da fonte de custeio, da reserva do possível ou da contrapartida. Significa que se um novo tipo benefício for criado, ou um benefício já existente for majorado ou estendido (isto é, assegurado a pessoas que a eles até então não tinham direito), deverá ser criada, simultaneamente, a fonte de custeio equivalente ao desembolso inédito que a previdência social terá que realizar, ou seja, deverá ser criado também um novo tipo de contribuição, ou majorada alguma contribuição já existente, via aumento de alíquota ou de base de cálculo.
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. 
A cobrança de contribuição nova ou aumentada torna-se possível dentro do mesmo ano em que publicada a lei que instituiu a novidade, bastando que dessa publicação se aguarde o lapso temporal de 90 (noventa) dias. 
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Não se cuida propriamente de isenção, mas de imunidade, já que o benefício está previsto na Constituição Federal.
A matéria encontra-se regulada pela Lei Complementar n° 187, de 16 de dezembro de 2021, DOU de 17/12/2021.
Para período anterior, quando da vigência do art. 55 da Lei 8.212/91 e, posteriormente, da Lei 12.101/09, vide decisão do STF proferida no Recurso Extraordinário (RE) 566622, com repercussão geral reconhecida, e na ADI 4480.
§ 8º - O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. 
Trata-se de pequenos produtores rurais pessoas físicas. A CF determina que a base de cálculo da contribuição dessas pessoas seja a receita de vendas da sua produção. 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas “b” e “c” do inciso I do caput.
A lei poderá dar tratamento diferenciado às pessoas indicadas no inciso I do caput (empregador, empresa e entidade a ela equiparada), no tocante à determinação das alíquotas das contribuições previstas no mesmo dispositivo (sobre as remunerações dos trabalhadores a seu serviço, sobre a receita ou o faturamento e sobre o lucro), em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
A partir da EC 103/19 a adoção de base de cálculo diferenciada passou a ser possível apenas para as contribuições sobre a receita ou o faturamento e sobre o lucro, ficando excluída as contribuições sobre as remunerações dos trabalhadores a seu serviço.
Exemplo prático disso é a contribuição adicional das instituições financeiras.
§ 10 – A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.
4 | Direito Previdenciário
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Caberá à lei ordinária a definição dos critérios a serem obedecidos para efeito de transferência de recursos da seguridade social para as áreas da saúde e assistência social. 
§ 11 – São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea “a” do inciso I e o inciso II do caput.
Resumidamente, em Direito Tributário “remissão” e “anistia” significam, respectivamente, perdão da dívida tributária e esquecimento da infração cometida pelo contribuinte. 
Para as contribuições sociais das empresas incidentes sobre a folha de salários e as contribuições dos trabalhadores (contribuições sociais previdenciárias), nenhum débito poderá ser remitido ou anistiado.
A partir da EC 103/19, não poderá ser concedida moratória nem parcelamento em período superior a 60 meses.
§ 12 – A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentesna forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.
Introduzido pela Emenda Constitucional nº 42, de 19/12/2003, este parágrafo abre a possibilidade de que lei ordinária defina os setores de atividade econômica que estarão protegidos contra a cumulatividade da contribuição sobre a receita ou o faturamento (art. 195, I, b), ou daquela devida pelo importador (ou equiparado) de bens ou serviços do exterior (art. 195, IV). Noutros termos, em relação às duas exações em apreço, os contribuintes que atuem nos setores eleitos pela lei, estarão imunes ao chamado “efeito cascata” (ou seja, da sobreposição do tributo cobrado numa operação sobre ele mesmo na operação seguinte). 
§ 13 – Este parágrafo foi revogado pela EC 103/19. 
A princípio, não seria mais possível que a contribuição patronal incidente sobre a folha de salários fosse substituída pela contribuição sobre a receita ou faturamento (desoneração da folha de pagamento).
Contudo, ela foi prorrogada para o ano de 2021 (Lei 14.020/2020) e, em seguida, até 2023 (Lei 14.288, de 31/12/2021).
§ 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social a competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições.
Este parágrafo foi introduzido pela EC 103/19 e impõe que para a contagem do mês como tempo de contribuição, o salário de contribuição mínimo mensal seja o mínimo estabelecido para a categoria do segurado, podendo agrupar contribuições de vários meses até atingir o mínimo e contar como um mês.
Legislação, competência, regimes
	Saúde
	MS/SUS
Lei 8.080/90 (LOS)
	Previdência Social
	ME/SRFB – custeio – Lei 8.212/91
ME/SPS/INSS – benefícios – Lei 8.213/91
Decreto 3.048/99 – Regulamento da Previdência Social - RPS
	Assistência Social
	Ministério da Cidadania/INSS
Lei 8.742/93 (LOAS)
Decreto 6.214/07 - BPC
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
Autarquia federal que tem por atribuição gerir, acompanhar e avaliar a concessão e manutenção dos benefícios do RGPS e da assistência social.
ASSISTÊNCIA SOCIAL
8.742/93 (alterada pela Lei 13.982, de 2/4/20) e Decreto 6.214/07
O benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC/LOAS consiste no pagamento de 1 (um) salário mínimo mensal a pessoas com 65 anos ou mais de idade e a pessoas com deficiência incapacitante para a vida independente e para o trabalho, onde em ambos os casos a renda per capita familiar seja igual ou inferior a ¼ do salário mínimo.
O Benefício é gerido pelo Ministério da Cidadania – Secretaria Especial do Desenvolvimento Social a quem compete sua gestão, acompanhamento e avaliação e, ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a sua operacionalização.
Os recursos para custeio do BPC provêm do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
São consideradas membros da família, para o cálculo da renda per capita, as pessoas que vivem sob o mesmo teto com o mesmo parentesco dos dependentes descritos na Lei 8.213/91, artigo 16, ou seja, conjunto de pessoas composto pelo requerente, o cônjuge, o companheiro, a companheira, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados.
Entram no cálculo da renda mensal bruta familiar: a soma dos rendimentos brutos auferidos mensalmente pelos membros da família composta por salários, proventos, pensões, pensões alimentícias, benefícios de previdência pública (exceto se o valor for de até 1 salário mínimo) ou privada, seguro-desemprego, comissões, pró-labore, outros rendimentos do trabalho não assalariado, rendimentos do mercado informal ou autônomo, rendimentos auferidos do patrimônio, Renda Mensal Vitalícia e Benefício de Prestação Continuada.
O valor do Benefício de Prestação Continuada concedido a idoso ou pessoa com deficiência não será computado no cálculo da renda mensal bruta familiar para fins de concessão do Benefício de Prestação Continuada a outro idoso ou pessoa com deficiência da mesma família.
Não entram no cálculo da renda mensal bruta familiar: benefícios e auxílios assistenciais de natureza eventual e temporária, bolsas de estágio curricular, rendas de natureza eventual ou sazonal, remuneração da pessoa com deficiência na condição de aprendiz, benefício previdenciário no valor de até 1 salário-mínimo.
A acumulação do benefício com a remuneração advinda do contrato de aprendizagem pela pessoa com deficiência está limitada ao prazo máximo de dois anos.
O Benefício de Prestação Continuada deverá ser revisto a cada dois anos.
O Benefício de Prestação Continuada não está sujeito a desconto de qualquer contribuição e não gera direito ao pagamento de abono anual, é intransferível, não gerando direito à pensão por morte aos herdeiros ou sucessores.
Do indeferimento do benefício caberá recurso à Junta de Recursos do Conselho de Recursos da Previdência Social, no prazo de trinta dias, a contar do recebimento da comunicação.
Os beneficiários e suas famílias deverão ser cadastrados no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico.
O Benefício de Prestação Continuada será suspenso em caráter especial quando a pessoa com deficiência exercer atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual, mediante comprovação da relação trabalhista ou da atividade empreendedora. O pagamento do benefício suspenso será restabelecido mediante requerimento do interessado que comprove a extinção da relação trabalhista ou da atividade empreendedora, e, quando for o caso, o encerramento do prazo de pagamento do seguro-desemprego, sem que tenha o beneficiário adquirido direito a qualquer benefício no âmbito da Previdência Social. 
PREVIDÊNCIA SOCIAL
A PREVIDÊNCIA SOCIAL É O SEGURO SOCIAL PARA A PESSOA QUE CONTRIBUI. É uma instituição pública que tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus segurados. A renda transferida pela Previdência Social é utilizada para substituir a renda do trabalhador contribuinte, quando ele perde a capacidade de trabalho, seja por incapacidade temporária ou permanente, idade avançada, desemprego involuntário, maternidade, morte e prisão.
A contribuição é calculada sobre o teto previdenciário e o valor dos benefícios também está limitado ao mesmo teto.
REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RPPS (CF88, art. 40)
Servidores públicos concursados ocupante de cargos efetivos. 
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo (todo mundo) e solidário (Repartição simples, pacto de gerações), mediante contribuição do respectivo ente federativo, de Servidores Ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. [...]
Tem que garantir, no mínimo, aposentadoria e pensão.
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS (CF88, art. 201)
Cemig, copasa, correio, caixa, banco do brasil
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro (receita = despesa), e atuarial (prever riscos precificando) e atenderá, na forma da lei, a: 
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade avançada;
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º.
§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados:
I – com deficiência,previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar;
II – cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
Este parágrafo impõe que os únicos motivos para a concessão de aposentadorias pelo RGPS com idades e tempos de contribuição inferiores aos demais segurados são a deficiência e o trabalho com exposição a agentes nocivos.
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei.
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência.
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano.
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:
I – 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição;
II – 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar.
§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes próprios de previdência social, e destes entre si, observada a compensação financeira (entre os regimes), de acordo com os critérios estabelecidos em lei.
§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de previdência social terão contagem recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação financeira será devida entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição aos demais regimes.
§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não programados, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência Social e pelo setor privado.
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.
§ 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de informalidade, e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda.
§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário-mínimo.
§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de concessão dos benefícios previdenciários e de contagem recíproca.
§ 15. Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários.
§ 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão aposentados compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma estabelecida em lei.
RGPS x RPPS – exclusão dos segurados do RPPS – Lei 8.213/91, art. 12. Caso o servidor público que pertença a RPPS exerça atividade abrangida pelo RGPS, é segurado obrigatório também do RGPS e terá direito às coberturas dos dois regimes.
O RGPS oferece treze coberturas, sendo 11 benefícios (pagos em dinheiro) e 2 serviços, a saber:
Serviços
· Reabilitação profissional
· Serviço social
Benefícios
Estes 8 benefícios são oferecidos ao próprio segurado:
· Auxílio por incapacidade temporária
· Aposentadoria por incapacidade permanente
· Auxílio acidente
· Aposentadoria por tempo de contribuição (revogada pela EC 103/2019) – ainda possível para aqueles para os quais se aplicam as regras de transição
· Aposentadoria programada (por idade)
· Aposentadoria especial
· Salário família
· Salário maternidade
Estes 2 benefícios são oferecidos aos dependentes do segurado:
· Pensão por morte
· Auxílio reclusão
Segurados e dependentes fazem jus ao abono anual (equivalente ao 13º salário). 
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR (CF88, art. 202) - facultativa
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. [...] LC 109/01 (geral) e LC 108/01 (especificas).
Como se vê, são características da previdência complementar:
· Autônomo em relação à previdência oficial
· Filiação facultativa
· Para financiamento da aposentadoria programada o regime financeiro deve ser de capitalização.
	Previdência complementar aberta (BANCOS)
	Previdência complementar fechada (GRUPO, ASSOCIAÇÃO)
	Disponível a qualquer pessoa.
Planos instituídos por entidades abertas de previdência complementar. Pode ser patrocinado.
Ex. BB previdência, PGBL
	Trabalhadores de uma empresa ou que pertencem a uma categoria de profissionais.
Instituído (só o funcionário) ou patrocinado (empregador deposita)
Ex EFPC: Forluz, Previ, Desban, Funpresp, OAB - prev
Formas de recebimento/transferência dos recursos.
· Resgate – das contribuições vertidas pelo participante para o plano.
· Portabilidade – levar o direito acumulado para outro plano (pelo menos valor do resgate)
· Benefício proporcional diferido (tempo de contribuição) – benefício proporcional ao tempo contribuitivo a ser concedido quando cumpridos os requisitos de elegibilidade.
· Auto patrocínio – faculdade de o participante manter-se vinculado ao plano contribuindo com a sua parte e a do patrocinar (se houver), fazendo jus ao benefício pleno quando cumpridos os requisitos de elegibilidade. (sair da empresa e continuar pagando valor meu e da empresa) 
LC 108/01 – Para planos patrocinados por órgãos do poder público, empresas públicas e sociedades de economia mista, a contribuição do patrocinador é, no máximo, igual à do participante.
Previdência Complementar do Servidor Público Concursado CR/88:
Art. 40 [...]
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16. 
Criada pelo ente federado a previdência complementar para seus servidores, os benefícios do RPPS estarão limitados ao mesmo teto do RGPS.
RPPS – União e Funpresp 
Os servidores públicos concursados, ocupantes de cargo efetivo na União – administração direta, autarquia ou fundação pública – pertencem ao RPPS da União.
Para os que tomaram posse até dez/2003, a contribuição é calculada sobre a remuneração bruta e para o cálculodo valor dos benefícios, há paridade e integralidade.
Já os que tomaram posse entre jan/2004 e jan/2013, a contribuição também é calculada sobre a remuneração bruta, contudo, o benefício é calculado pela média das remunerações, sem teto, e o reajuste ocorre em janeiro pelo INPC acumulado do período.
Quanto aos servidores que tomaram posse a partir de fev/2013, para fins de contribuição, aplica-se o mesmo teto do RGPS.
Assim, ao conceder os benefícios, será garantido ao servidor, pelo RPPS, o valor também limitado ao teto.
De forma complementar, pode o servidor público contribuir, se quiser, para o fundo de previdência complementar fechado, criado especialmente para ele.
No caso da União, tal fundo é o Funpresp, instituído pela Lei 12.618/2012. Definido o valor de contribuição do participante (servidor optante), a União garante a contribuição no mesmo montante para a constituição da reserva matemática do fundo.
Ao se tornar elegível, o servidor receberá uma aposentadoria do RPPS no valor máximo do teto previdenciário, calculada segundo as regras de concessão de benefícios estabelecida em lei, e um valor adicional, que será pago pelo Funpresp, calculado em função do montante acumulado durante o período de contribuição e conforme opção de recebimento do participante.
Outros fundos de previdência complementar de servidores públicos:
· MG – Prevcom-MG – jan/2014
· SP – Prevcom – jan/2013
· RJ – RJPrev – set/2013
· Prefeitura de SP – 28/12/18 – gerido pela Prevcom
· DF – Previcom – mar/2019
· ES – Preves – set/2013
Conceito previdenciário de empresa e empregador doméstico
A Lei 8.212/91, no artigo 15, traz os conceitos de empresa e de empregador doméstico, no âmbito previdenciário:
Art. 15. Considera-se:
I - empresa - a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional;
II - empregador doméstico - a pessoa ou família que admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.
Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para os efeitos desta Lei, o contribuinte individual e a pessoa física na condição de proprietário ou dono de obra de construção civil, em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras. 
Assim, consideram-se empresa:
· a firma individual;
· a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não;
· os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional.
Equiparam-se a empresa:
· o contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço;
· a pessoa física ou dono de obra de construção civil em relação a segurado que lhe presta serviço;
· o operador portuário e o órgão gestor de mão de obra;
· a cooperativa;
· a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade;
· a missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras.
Em resumo, para a previdência social existem somente dois tipos de empregadores: as “empresas” (no conceito previdenciário de empresa, o que inclui os equiparados) e os empregadores domésticos (o serviço doméstico não gera receita para o seu empregador).
Todas as informações trabalhistas, previdenciárias e tributárias deverão ser prestadas pelas empresas e equiparados no eSocial.
Os declarantes pessoa jurídica são identificados pelo seu CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas. 
As pessoas físicas que exercem atividade econômica devem se cadastrar no CAEPF – Cadastro de Atividades Econômicas da Pessoa Física (vinculado ao seu CPF – Cadastro de Pessoas Físicas).
As obras de construção civil devem ser cadastradas no CNO – Cadastro Nacional de Obras (vinculado ao um CPF ou CNPJ).
Segurados da previdência social
1. SEGURADOS OBRIGATÓRIOS (todos que contribui com a previdência social) – Lei 8.212/91, art. 12; RPS, art. 9º (com atualizações do Decreto 10.410/20).
Trabalhadores urbanos e rurais que exercem atividade remunerada (a partir de 16 anos)
Sobre a idade mínima, onde se lê 14 (quatorze anos) na Lei 8.212/91, deve-se ler 16 (dezesseis) anos, pois esta é a atual idade mínima, prevista na Constituição Federal após a Emenda nº 20/98, para que alguém possa ingressar no mercado de trabalho (exceto na condição de menor aprendiz, em que tal limite é de 14 anos) Além disso, a LC 150/2015 estabeleceu a idade mínima de 18 anos para empregados domésticos.
I – Empregado (RPS, art. 9º, I)
Aqueles contratados por empresas urbanas ou rurais para prestar serviços em caráter não eventual, sob subordinação e mediante remuneração.
Pressupostos: pessoa física (pessoalidade), trabalhando para uma empresa (no conceito previdenciário de empresa), não eventualidade (relacionado ou não a atividade fim do empregador), subordinação e onerosidade.
Não eventualidade - relaciona-se com a natureza do serviço (e não com a frequência) - entende-se por serviço prestado em caráter não eventual aquele relacionado direta ou indiretamente com as atividades normais da empresa (RPS, art. 9º, §4º).
Subordinação - Subordinação jurídica - o direito do empregador de dirigir e fiscalizar a prestação do trabalho e dispor dos serviços contratados como melhor lhe aprouver.
Também é considerado segurado empregado o aprendiz, com idade entre 14 e 24 anos, sujeito à formação profissional metódica do ofício em que exerça seu trabalho.
Alíneas do inciso I do artigo 9º do RPS:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, na forma prevista em legislação específica, por prazo não superior a cento e oitenta dias, consecutivos ou não, prorrogável por até noventa dias, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço de outras empresas;
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado no exterior, em sucursal ou agência de empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração no País;
d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior com maioria do capital votante pertencente a empresa constituída sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração no País e cujo controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou de entidade de direito público interno; 
- Contrato brasileiro 
- Empresa brasileira 
- brasileiro ou domiciliado
e) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;
NOTA: diferentemente da alínea anterior, neste caso o brasileiro e o estrangeiro são contratados por outro país, mas prestam serviços no Brasil, ficando excluídos (1) o estrangeiro sem residência permanente no Brasil e (2) o brasileiro amparado por regime próprio de previdência do país contratante.
f) o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por regime próprio de previdência social;
g) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições governamentais brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que, em razão de proibiçãolegal, não possa filiar-se ao sistema previdenciário local;
h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em desacordo com a Lei no 11.788, de 
25 de setembro de 2008; 
i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, 
ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas autarquias e fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não esteja amparado por regime próprio de previdência social;
l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como pelas respec-
tivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal; 
m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante de emprego público;
n) revogado;
o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdência Social, em conformidade com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994;
p) aquele em exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, desde que não seja vinculado a regime próprio de previdência social;
q) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;
r) o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei no 
5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza temporária por prazo não superior a dois meses dentro do período de um ano.
A MP 410, de 28/12/07, convertida na Lei 11.718, de 20/06/08, acrescentou o art. 14-A à Lei 5.889, de 08/06/73, dispondo sobre o contrato de trabalhador rural por pequeno prazo, normas de sua filiação e inscrição.
s) aquele contratado como trabalhador intermitente para a prestação de serviços, com subordinação, de forma não contínua, com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, em conformidade com o disposto no § 3º do art. 443 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
II – Empregado doméstico (RPS, art. 9º, II)
Aquele que presta serviço de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos, por mais de dois dias por semana.
III – Contribuinte individual (autônomo, empresário) (RPS, art. 9º, V)
Trabalhadores que exercem atividades por conta própria ou prestam serviços a empresa sem relação de emprego.
Alíneas do inciso V do artigo 9º do RPS.
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área, contínua ou descontínua, superior a quatro módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 8º e 23 deste artigo;
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua;
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa;
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;
NOTA: este brasileiro civil difere do citado na alínea “f” do inciso I do mesmo artigo (que é considerado empregado) pelo simples fato de não prestar serviços para a União, mas para os citados organismos internacionais do qual o Brasil seja membro efetivo (Ex. ONU). Deixará, no entanto, de ser segurado do RGPS, caso esteja amparado por regime próprio de previdência social.
e) desde que receba remuneração decorrente de trabalho na empresa:
1. o empresário individual e o titular de empresa individual de responsabilidade limitada, urbana ou rural;
2. o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima;
3. o sócio de sociedade em nome coletivo; e
4. o sócio solidário, o sócio gerente, o sócio cotista e o administrador, quanto a este último, quando não for empregado em sociedade limitada, urbana ou rural; f) revogado;
g) revogado;
h) revogado;
i) o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração;
quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego;
l) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não;
m) o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado da Justiça Eleitoral, na forma dos incisos II do art. 119 ou III do §1º do art. 120 da Constituição Federal;
n) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado;
o) revogado;
p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais.
q) o médico participante do Projeto Mais Médicos para o Brasil, instituído pela Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013, exceto na hipótese de cobertura securitária específica estabelecida por organismo internacional ou filiação a regime de seguridade social em seu país de origem, com o qual a República Federativa do Brasil mantenha acordo de seguridade social;
r) o médico em curso de formação no âmbito do Programa Médicos pelo Brasil, instituído pela Lei nº 13.958, de 18 de dezembro de 2019.
São, portanto, características do contribuinte individual (autônomo):
· a pessoalidade na prestação dos serviços;
· a profissionalidade;- a assunção de riscos; - a independência.
Segundo o Regulamento da Previdência Social (art. 9º, §15), enquadram-se como segurados contribuintes individuais, dentre outros:
1. aquele que trabalha como condutor autônomo de veículo rodoviário, inclusive como taxista ou motorista de transporte remunerado privado individual de passageiros, ou como operador de trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados, sem vínculo empregatício;
2. aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974;
3. aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, exerce pequena atividade comercial em via pública ou de porta em porta, como comerciante ambulante, nos termos da Lei nº 6.586, de 6 de novembro de 1978;
4. o trabalhador associado a cooperativa que, nessa qualidade, presta serviço a terceiros;
5. o membro de conselho fiscal em sociedade por ações (de acordo com o § 1º do art. 161 da Lei nº 6.404/76, “o conselho fiscal será composto de, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, e suplentes em igual número, acionistas ou não, eleitos pela assembléia-geral.”);
6. a quele que presta serviço de natureza não contínua, por conta própria, a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos, até dois dias por semana (“diarista”);
7. o notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, titular de cartório, que detêm a delegação do exercício da atividade notariale de registro, não remunerados pelos cofres públicos, admitidos a partir de 21 de novembro de 1994;
8. aquele que, na condição de pequeno feirante, compra para revenda produtos hortifrutigranjeiros ou assemelhados;
9. a pessoa física que edifica obra de construção civil;
10. o médico-residente de que trata a Lei nº 6.932, de 7 de julho de 1981, com as alterações da Lei nº 8.138, de 28 de dezembro de 1990.
11. o pescador que trabalha em regime de parceria, meação ou arrendamento, em embarcação de médio ou grande porte, nos termos da Lei nº 11.959, de 2009;
12. o incorporador de que trata o art. 29 da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964;
13. o bolsista da Fundação Habitacional do Exército contratado em conformidade com a Lei nº 6.855, de 18 de novembro de 1980; 
14. o árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade com a Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998;
15. o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando remunerado;
16. o interventor, o liquidante, o administrador especial e o diretor fiscal de instituição financeira, empresa ou entidade referida no § 6º do art. 201;
17. o transportador autônomo de cargas e o transportador autônomo de cargas auxiliar, nos termos do disposto na Lei nº 11.442, de 5 de janeiro de 2007; 
18. o repentista de que trata a Lei nº 12.198, de 14 de janeiro de 2010, desde que não se enquadre na condição de empregado, prevista no inciso I do caput, em relação à referida atividade; e
19. o artesão de que trata a Lei nº 13.180, de 22 de outubro de 2015, desde que não se enquadre em outras categorias de segurado obrigatório do RGPS em relação à referida atividade.
IV – Trabalhador avulso (RPS, art. 9º, VI)
Trabalha para empresa, sem vínculo empregatício. A contratação é feita por órgão gestor de mão de obra – OGMO ou sindicato da categoria.
Aquele que:
a) sindicalizado ou não, preste serviço de natureza urbana ou rural a diversas empresas, ou equiparados, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos termos do disposto na Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013, ou do sindicato da categoria, assim considerados:
1. o trabalhador que exerça atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga e vigilância de embarcação e bloco;
2. o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério;
3. o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios);
4. o amarrador de embarcação;
5. o ensacador de café, cacau, sal e similares;
6. o trabalhador na indústria de extração de sal;
7. o carregador de bagagem em porto;
8. o prático de barra em porto;
9. o guindasteiro; e
10. o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos; e
b) exerça atividade de movimentação de mercadorias em geral, nos termos do disposto na Lei nº 12.023, de 27 de agosto de 2009, em áreas urbanas ou rurais, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria, por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho, nas atividades de:
1. cargas e descargas de mercadorias a granel e ensacados, costura, pesagem, embalagem, enlonamento, ensaque, arrasto, posicionamento, acomodação, reordenamento, reparação de carga, amostragem, arrumação, remoção, classificação, empilhamento, transporte com empilhadeiras, paletização, ova e desova de vagões, carga e descarga em feiras livres e abastecimento de lenha em secadores e caldeiras;
2. operação de equipamentos de carga e descarga; e
3. pré-limpeza e limpeza em locais necessários às operações ou à sua continuidade.
V – Segurado Especial (RPS, art. 9º, VII)
Pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colaboração, na condição de: 
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou 
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; 
b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida, desde que não utilize embarcação ou utilize embarcação de pequeno porte, nos termos da Lei 11.959, de 29/6/09 (RPS, art. 9º, §14, com a redação dada pelo Decreto 8.424/15).
A Lei 11.959/09, no art. 10, §1º, I, define o que é embarcação de pequeno porte: quando possui arqueação bruta - AB igual ou menor que 20 (vinte).
Assemelham-se ao pescador o mariscador, o caranguejeiro, o eviscerador (limpador de pescado), o observador de cardumes, o pescador de tartarugas, o catador de algas.
Considera-se assemelhado ao pescador artesanal aquele que realiza atividade de apoio à pesca artesanal, exercendo trabalhos de confecção e de reparos de artes e petrechos de pesca e de reparos em embarcações de pequeno porte ou atuando no processamento do produto da pesca artesanal.
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de dezesseis anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas “a” e “b” deste inciso, que, comprovadamente, tenham participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar. 
A Lei 11.718, de 23/6/08, incluiu os parágrafos 7º a 13 no artigo 12 da Lei 8.212/91 (o Decreto nº 6.722, de 30/12/2008, alterou a redação do §8º e incluiu os parágrafos 18 a 25 no artigo 9º do RPS).
Resumindo, atualmente, o segurado especial pode:
· exercer atividade remunerada, não superior a cento e vinte dias, corridos ou intercalados, no ano civil;
· utilizar de empregado, à razão de, no máximo, cento e vinte pessoas dia dentro do ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho, à razão de oito horas/dia e quarenta e quatro horas/semana;
· explorar a propriedade rural para turismo, inclusive com hospedagem, por não mais de cento e vinte dias ao ano;
· exercer atividade artesanal (com matéria prima adquirida) ou artística desde que a renda mensal obtida na atividade não exceda um salário-mínimo. Se a atividade artesanal for realizada com matéria prima própria, não há limite para a renda mensal com esta atividade.
Não descaracteriza a condição de segurado especial:
· a associação a cooperativa agropecuária ou de crédito rural;
· a incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI sobre o produto das atividades desenvolvidas nos termos do disposto no inciso VIII; e
· a participação do segurado especial em sociedade empresária ou em sociedade simples ou a sua atuação como empresário individual ou como titular de empresa individual de responsabilidade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou agroturístico, considerada microempresa nos termos do disposto na Lei Complementar nº 123, de 2006, desde que, mantido o exercício da sua atividade rural na forma prevista no inciso VII do caput e no § 5º, a pessoa jurídica seja composta apenas por segurados especiais e sediada no mesmo Município ou em Município limítrofe àquele em que ao menos um deles desenvolva as suas atividades.
Lei 13.846/2019:
Art. 38-A O Ministério da Economia manterá sistema de cadastro dos segurados especiais no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), observado o disposto nos §§ 4º e 5º do art. 17 desta Lei, e poderá firmar acordo de cooperação com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com outros órgãos da administração pública federal, estadual, distrital e municipal para a manutenção e a gestão do sistema de cadastro. 
§ 1º O sistema de que trata o caput deste artigo preverá a manutenção e a atualização anual do cadastro e conterá as informações necessárias à caracterização da condição de segurado especial, nos termos do disposto no regulamento. 
[...]
§ 4º A atualizaçãoanual de que trata o § 1º deste artigo será feita até 30 de junho do ano subsequente.
§ 5º É vedada a atualização de que trata o § 1º deste artigo após o prazo de 5 (cinco) anos, contado da data estabelecida no § 4º deste artigo.
§ 6º Decorrido o prazo de 5 (cinco) anos de que trata o § 5º deste artigo, o segurado especial só poderá computar o período de trabalho rural se efetuados em época própria a comercialização da produção e o recolhimento da contribuição prevista no art. 25 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. 
Vide art. 106 da Lei 8.213/91 e art. 19-D do RPS – comprovação de atividade rural.
Aquele que exerce, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social - RGPS é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma dessas atividades.
O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata a Lei 8.212/91, para fins de custeio da Seguridade Social. 
O vínculo empregatício mantido entre cônjuges ou companheiros não impede o reconhecimento da qualidade de segurado do empregado, excluído o doméstico, observado o disposto no art. 19-B (art. 9º, § 27). 
SEGURADO FACULTATIVO – Lei 8.212/91, art. 14; RPS, art. 11.
Pessoa com mais de 16 anos de idade, que não recebe remuneração e opta por se filiar à previdência social. Somente poderá inscrever-se nesta condição aquele que não é segurado obrigatório.
Ex: dona de casa, estudante, desempregado, síndico que não recebe pró-labore (se recebe é CI), estagiário.
A CR/88 (art. 201, § 5º) excetua da possibilidade de filiar-se facultativamente a pessoa participante de regime próprio de previdência social.
É vedada a filiação facultativa ao RGPS de servidor público aposentado, qualquer que seja o regime de previdência social a que esteja vinculado. 
Observe que o RPS dispõe que “o segurado facultativo somente poderá recolher contribuições em atraso quando não tiver ocorrido perda da qualidade de segurado, conforme o disposto no inciso VI do art. 13” – seis meses de período de graça.
É segurado facultativo o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social. E também o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria.
FILIAÇÃO X INSCRIÇÃO – Lei 8.213/91, art. 17, RPS, art. 18.
Filiação - vínculo estabelecido com a previdência social, da qual decorre direitos e obrigações.
Automática: independentemente de formalização material (inscrição), quando exerce atividade remunerada sujeita à filiação obrigatória (RPS, art. 20).
Segurado facultativo: depende de inscrição e recolhimento da primeira contribuição (RPS, art. 11, §3º).
Inscrição – comprovação dos dados pessoais e elementos que caracterizam a condição de segurado (RPS, art. 18).
NIT – número de identificação do trabalhador (atribuído pelo INSS); NIS – número de identificação social (atribuído pela CEF).
Como é feita:
Empregado: pelo empregador, por meio da formalização do contrato de trabalho e, a partir da obrigatoriedade do uso do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas - eSocial, instituído pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, ou do sistema que venha a substituí-lo, por meio do registro contratual eletrônico realizado nesse Sistema.
Com a CTPS digital, para o trabalhador, basta informar o CPF no momento da contração. Para o empregador, as informações prestadas no eSocial substituem as anotações que eram realizadas na CTPS física.
Trabalhador avulso: pelo cadastramento e pelo registro no órgão gestor de mão de obra, no caso de trabalhador portuário, ou no sindicato, no caso de trabalhador não portuário, e a partir da obrigatoriedade do uso do eSocial, ou do sistema que venha a substituí-lo, por meio do cadastramento e do registro eletrônico realizado nesse Sistema.
Empregado doméstico: pelo empregador, por meio do registro contratual eletrônico realizado no eSocial.
Contribuinte individual:TEM EVENTUALIDADE E NÃO TEM SUBORDINAÇÃO.
a) por ato próprio, por meio do cadastramento de informações para identificação e reconhecimento da atividade, hipótese em que o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS poderá solicitar a apresentação de documento que comprove o exercício da atividade declarada;
b) pela cooperativa de trabalho ou pela pessoa jurídica a quem preste serviço, no caso de cooperados ou contratados, respectivamente, se ainda não inscritos no RGPS; e
c) pelo MEI, por meio do sítio eletrônico do Portal do Empreendedor;
Segurado especial: preferencialmente, pelo titular do grupo familiar que se enquadre em uma das condições previstas no inciso VII do caput do art. 9º, hipótese em que o INSS poderá solicitar a apresentação de documento que comprove o exercício da atividade declarada, observado o disposto no art. 19-D.
Segurado facultativo: por ato próprio, por meio do cadastramento de informações pessoais que permitam a sua identificação, desde que não exerça atividade que o enquadre na categoria de segurado obrigatório.
O número de inscrição é um só – comunica ao INSS apenas se mudar de categoria (ex. CI para empregado).
Atividades concomitantes: ex. empregado e contribuinte individual – filiação em cada uma delas.
A inscrição pós-morte é admitida para o segurado especial.
Financiamento da previdência social
Contribuição dos segurados
Contribuição dos segurados empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico
Os segurados empregados, trabalhadores avulsos e empregados domésticos, contribuem para a previdência social, mediante a aplicação, sobre o valor da sua remuneração, limitado ao teto, de alíquotas progressivas. Lei 8.212/91, art. 20.
No período anterior à EC 103, de novembro de 2019, as alíquotas eram de 8%, 9% ou 11% de acordo com a faixa salarial, sendo estas aplicáveis até a competência fevereiro/2020, pois por força da anterioridade nonagesimal, as novas alíquotas, instituídas pela EC 103/19, somente poderiam ser exigidas a partir de março/2020.
Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para pagamento a partir de 1º de janeiro de 2020 (Portaria Ministério da Economia no 914, de 13/01/2020, DOU de 14/01/2020):
	Salário de contribuição (R$)
	Alíquota para fins de recolhimento (%)
	até 1.830,29
	8%
	de 1.830,30 até 3.050,52
	9%
	de 3.050,53 até 6.101,06
	11%
Para um empregado cuja remuneração era de R$ 3.000,00, era este o seu salário de contribuição – SC. A alíquota aplicável era de 9%, e a sua contribuição era determinada pela multiplicação entre o SC e a alíquota:
contribuição = 3000,00 x 9% = 270,00
O valor de R$ 270,00 deveria ser arrecadado (descontado) do empregado, mensalmente, pela empresa, por ocasião do pagamento da remuneração.
Para um trabalhador cuja remuneração é maior que o teto, o salário de contribuição está limitado ao teto.
Para um segurado que recebe R$ 15.000,00 no mês, a contribuição dele, a ser descontada pela empresa, é calculada da seguinte forma:
contribuição = 6101,06 x 11% = 671,11
A partir de março/2020, com a alteração dada pela EC 103/19, a tabela de salários de contribuição passou a ser:
	Salário de contribuição (R$)
	Alíquota para fins de recolhimento (%)
	até 1.045,00
	7,5%
	de 1.045,01 até 2.089,60
	9,0%
	de 2.089,61 até 3.134,40
	12,0%
	de 3.134,41 até 6.101,06
	14,0%
Mas desde então, as alíquotas passaram a ser não cumulativas.
Assim, para o empregado cuja remuneração era de R$ 3.000,00, a contribuição a ser arrecada pela empresa, ou seja, descontada da sua remuneração, deve ser assim apurada:
	Faixa do salário
	Alíquota
	Contribuição
	R$ 1.045,00
	7,5%
	R$ 78,37
	R$ 1.044,60
	9,0%
	R$ 94,01
	R$ 910,40
	12,0%
	R$109,24
	Salário total
	Alíquota efetiva
	Contribuição 
	R$ 3.000,00
	9,38%
	R$ 281,62
O cálculo deve ser feito com truncamento na segunda casa decimal, ou seja, deve ser desprezado o resultado obtido a partir da terceira casa decimal.
As alíquotas passaram a ser aplicadas por faixa, até o limite da remuneração do trabalhador.
Assim, aplica-se 7,5% sobre o valor até o do salário mínimo, 9% sobre o valor que ultrapassa o salário mínimo até o limite da segunda faixa, 12% na faixa seguinte e, finalmente, 14% na faixa seguinte até o teto.
A alíquota efetiva é obtida pela divisão entre a contribuição e a remuneração.
Veja o exemplo considerando a remuneração de R$ 5.000,00:
	Faixa do salário
	Alíquota
	Contribuição
	R$ 1.045,00
	7,5%
	R$ 78,37
	R$ 1.044,60
	9,0%
	R$ 94,01
	R$ 1.044,80
	12,0%
	R$ 125,37
	R$ 1.865,60
	14,0%
	R$ 261,18
	Salário total
	Alíquota efetiva
	Contribuição 
	R$ 5.000,00
	11,17%
	R$ 558,93
Na mesma época da correção dos benefícios (e do salário mínimo), ou seja, em janeiro de cada ano, os valores das faixas de salário de contribuição são corrigidos pelo mesmo índice – INPC acumulado do período.
Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para pagamento a partir de 1º de janeiro de 2021 (Portaria SEPRT/ME nº 477, de 12/1/2021, DOU de 13/1/2021).
	Salário de contribuição (R$)
	Alíquota para fins de recolhimento (%)
	até 1.100,00
	7,5%
	de 1.100,01 até 2.203,48
	9,0%
	de 2.203,49 até 3.305,22
	12,0%
	de 3.305,23 até 6.433,57
	14,0%
Assim, para um empregado que no mês de abril de 2021 recebeu uma remuneração de R$ 5.000,00, a sua contribuição é apurada da seguinte forma:
	Faixa do salário
	Alíquota
	Contribuição
	R$ 1.100,00
	7,5%
	R$ 82,50
	R$ 1.103,48
	9,0%
	R$ 99,31
	R$ 1.101,74
	12,0%
	R$ 132,20
	R$ 1.694,78
	14,0%
	R$ 237,26
	Salário total
	Alíquota efetiva
	Contribuição 
	R$ 5.000,00
	11,03%
	R$ 551,27
Na hipótese de o trabalhador ter múltiplos vínculos de trabalho, ele deve informar aos múltiplos empregadores a existência das várias remunerações para fins da aplicação da correta alíquota e para limitação do salário de contribuição ao teto previdenciário.
Veja o exemplo:
Na empresa A, o empregado tem um salário de R$ 5.000,00 e é retido da sua remuneração o valor de R$ 551,27.
Na empresa B, ele recebe mais R$ 5.000,00.
Logo, sua remuneração total (R$ 10.000,00) ultrapassa o teto, em 2021, de R$ 6.433,57.
Se ele não informar o fato à empresa B, ela agirá como se este fosse o único vinculo do segurado e irá reter também o valor de R$ 551,27.
Neste caso, haverá contribuição acima do teto e a única solução é o segurado apresentar, na Receita Federal do Brasil, pedido de restituição.
O procedimento correto é o segurado comunicar à empresa B que já recolhe sobre R$ 5.000,00 na empresa A, entregando cópia do contra-cheque ou outro documento que comprove o vínculo e a remuneração recebida na empresa A.
Desta forma, a empresa B vai apurar somente a contribuição que falta sobre o valor que excede a remuneração da empresa A, até o teto. 
No caso, se ele recebe R$ 5.000,00 da empresa A, falta R$ 1.433,57 para alcançar o teto.
O eSocial efetua o cálculo considerando a remuneração total, até o teto, e as contribuições a partir da remuneração que excede a recebida na empresa A. Ou seja, no exemplo, apura a contribuição da seguinte forma:
contribuição B = 1.433,57 x 14% = 200,69
Outro exemplo, agora considerando três vínculos:
Na empresa A, o empregado tem um salário de R$ 2000,00. Na empresa B, recebe R$ 3.000,00. E ainda tem um terceiro vínculo, com a empresa C, na qual recebe de remuneração o valor de R$ 2.500,00.
Logo, sua remuneração total (R$ 7.500,00) ultrapassa o teto, em 2021, de R$ 6.433,57.
 A primeira empresa deve efetuar a retenção desconsiderando os demais vínculos:
	Faixa do salário
	Alíquota
	Contribuição
	R$ 1.100,00
	7,50%
	R$ 82,50
	R$ 900,00
	9,00%
	R$ 81,00
	Contribuição empresa A
	
	R$ 163,50
A empresa B, sabendo da remuneração recebida na empresa A, deve apurar as contribuições para o que excede R$ 2.000,00, até R$ 5.000,00 (R$ 2.000,00 + R$ 3.000,00), da seguinte forma:
	Faixa do salário
	Alíquota
	Contribuição
	R$ 203,49
	9,00%
	R$ 19,31
	R$ 1.101,74
	12,00%
	R$ 132,20
	R$ 1.694,77
	14,00%
	R$ 237,26
A empresa C, deve apurar a contribuição sobre o que ultrapassa R$ 5.000,00 até o teto:
contribuição C = 1.433,57 x 14% = 200,69
No caso, basta a empresa informar a existência dos múltiplos vínculos, a remuneração por ela paga ao empregado e a remuneração recebida nas empresas anteriores. O eSocial já calcula a contribuição a ser arrecada (descontada) do empregado e recolhida pela empresa (vide Manual de Orientação do eSocial, Capítulo III, Evento S-1200, Informação Adicional 5).
Uma forma alternativa de a própria empresa calcular o valor a ser retido, já que após somar as várias remunerações, a remuneração total para qualquer trabalhador pode atingir qualquer uma das faixas da tabela de salários de contribuição, é a empresa seguinte apurar a contribuição sobre o valor total das remunerações e subtrair desse resultado a contribuição já paga nas empresas anteriores.
No exemplo numérico em análise, a empresa C apura a contribuição sobre o teto, conforme já explicado:
	Faixa do salário
	Alíquota
	Contribuição
	R$ 1.100,00
	7,5%
	R$ 82,50
	R$ 1.103,48
	9,0%
	R$ 99,31
	R$ 1.101,74
	12,0%
	R$ 132,20
	R$ 3.128,35
	14,0%
	R$ 437,96
	Salário total
	Alíquota efetiva
	Contribuição 
	R$ 6.433,57
	11,68%
	R$ 751,97
Do valor encontrado, subtrai o valor já recolhido nas empresas A e B, ou seja, R$ 551,27.
contribuição C = 751,96 – 551,27 = 200,70
Desta forma, a empresa B deverá reter do seu trabalhador o valor de R$ 200,70.
(obs: a diferença de 1 centavo se deve aos truncamentos)
Na hipótese de múltiplos vínculos e o trabalhador já recolhe sobre o teto em um deles, ele deverá informar a situação, devidamente comprovada, para o segundo empregador, que não reterá nenhuma contribuição.
Deve-se estar atento às alterações dos valores no mês de janeiro de cada ano.
Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para pagamento a partir de 1º de janeiro de 2022 (Portaria Interministerial MTP/ME nº 12, de 17/1/2022, DOU de 20/1/2022).
	Salário-de-contribuição (R$)
	Alíquota para fins de recolhimento (%)
	até 1.212,00
	7,5%
	de 1.212,01 até 2.427,35
	9,0%
	de 2.427,36 até 3.641,03
	12,0%
	de 3.641,04 até 7.087,22
	14,0%
A partir da EC 103/2019, com a introdução do § 14 no art. 195 da CR/88, restou estabelecido que para a contagem do mês como tempo de contribuição, o salário de contribuição mínimo mensal seja o mínimo estabelecido para a categoria do segurado, podendo agrupar contribuições de vários meses até atingir o mínimo e contar como um mês.
Referido mínimo é o salário mínimo.
Assim, caso o valor recebido no mês pelo segurado empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico, seja inferior a um salário mínimo (hipótese possível para serviços prestados por dia ou por hora), a contribuição apurada sobre a diferença entre o salário mínimo e o valor recebido deve ser recolhida pelo próprio trabalhador.
Sobre a questão, o RPS, no art. 216, com inclusões feitas pelo Decreto nº 10.410, de 2020, dispõe:
Art. 216 [...]
§ 27-A. O segurado que, no somatório de remunerações auferidas no período de um mês, receber remuneração inferior ao limite mínimo mensal do salário de contribuição poderá solicitar o ajuste das competências pertencentes ao mesmo ano civil, na forma por ele indicada, ou autorizar que os ajustes sejam feitos automaticamente, para que o limite mínimo mensal do salário de contribuição seja alcançado, por meio da opção por
I - complementar a sua contribuição, observado que: 
a) o recolhimento da complementação deverá ser efetuado pelo próprio segurado até o dia quinze do mês seguinte ao da competência de referência e, após essa data, com incidência dos acréscimos legais de que tratam os art. 238 e art. 239;
b) para o empregado, o empregado doméstico

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