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* DIREITO DO CONSUMIDOR Prof. Ronaldo Abud Cabrera * BIBLIOGRAFIA INDICADA: --------------------------------------------------------------------------------- CÓDIGO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR COMENTADO PELOS AUTORES DO ANTEPROJETO. ADA PELLEGRINI GRINOVER; ANTÔNIO HERMAN DE VASCONCELLOS E BENJAMIN; DANIEL ROBERTO FINK, JOSÉ GERALDO BRITO FILOMENO; KAZUO WATANABE; NELSON NERY JÚNIOR; ZELMO DENARI. Editora FORENSE UNIVERSITÁRIA. --------------------------------------------------------------------------------- MANUAL DE DIREITOS DO CONSUMIDOR. JOSÉ GERALDO BRITO FILOMENO. Editora ATLAS. --------------------------------------------------------------------------------- * BIBLIOGRAFIA INDICADA: --------------------------------------------------------------------------------- CURSO DE DIREITO DO CONSUMIDOR. RIZZATTO NUNES. Editora SARAIVA. --------------------------------------------------------------------------------- PROGRAMA DE DIREITO DO CONSUMIDOR. SÉRGIO CAVALIERI FILHO. Editora ATLAS. --------------------------------------------------------------------------------- CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ANOTADO E COMENTADO. JAMES EDUARDO OLIVEIRA. Editora ATLAS. --------------------------------------------------------------------------------- * BIBLIOGRAFIA INDICADA: --------------------------------------------------------------------------------- CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA. Editora LEMOS E CRUZ. --------------------------------------------------------------------------------- DIREITOS DO CONSUMIDOR. HUMBERTO THEODORO JÚNIOR. Editora FORENSE. --------------------------------------------------------------------------------- MANUAL DE DIREITO DO CONSUMIDOR. JOÃO BATISTA DE ALMEIDA. Editora SARAIVA. --------------------------------------------------------------------------------- * EVOLUÇÃO HISTÓRIA DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICA ABSOLUTISMO – Concentração de poder na elite Dominante (realeza). População: SÚDITOS à disposição dos interesses dos governantes. LAISSEZ FAIRE (ESTADO LIBERAL) – ausência do controle estatal. Liberdade social. WELFAIRE STATE (ESTADO SOCIAL) – dirigismo estatal (protecionismo) ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO * EVOLUÇÃO HISTÓRIA DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICA ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO – Todos os cidadãos têm o DIREITO de obter do ESTADO a proteção e a realização dos elementos garantidores da sua dignidade (princípio da dignidade da pessoa humana). * DIREITO DO CONSUMIDOR Fundamentos do surgimento Massificação das relações econômicas Modelo industrial de produção Preocupação com o distanciamento do consumidor face ao fornecedor no mercado de consumo Enfraquecimento da autonomia da vontade do consumidor * PRINCÍPIOS DO DIREITO DO CONSUMIDOR NORMAS PRINCIPIOLÓGICAS, DECORRENTES DE COMANDO EMANADO EXPRESSAMENTE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (1988) * Constituição Federal de 1988 Art. 5º XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; (Liberdade pública) * Constituição Federal de 1988 Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: V – defesa do consumidor; * ADCT da CF/88 Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor. * Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE * Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990 Publicada em: 12 de setembro de 1990 Vacatio legis 180 dias (Art. 118) Início da contagem: 12 de setembro de 1990 Entrada efetiva em vigor: 11 de março de 1991 * LEI ou CÓDIGO ? * C Ó D I G O MICROSSISTEMA JURÍDICO AUTÔNOMO: princípios próprios; direitos materiais; âmbito de incidência específico; institutos processuais próprios; conteúdo normativo na ordem civil, administrativa e penal; * PRINCÍPIOS DO DIREITO DO CONSUMIDOR: * Princípio da DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA DO CONSUMIDOR: PROTEÇÃO DA SAÚDE, DA PERSONALIDADE, DA SEGURANÇA, CONDIÇÃO ECONÔMICA, DA QUALIDADE DE VIDA. * CDC, Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo: o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, [...] * STJ, Súmula 370 Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. * STJ, Súmula 388 A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral * Princípio da TRANSPARÊNCIA INFORMAÇÃO ADEQUADA, COMPLETA E COMPREENSÍVEL PROTEÇÃO PUBLICITÁRIA ACESSIBILIDADE A INFORMAÇÕES * Princípio da VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR PROTEÇÃO GOVERNAMENTAL DA VONTADE DO CONSUMIDOR LIMITES DE ORDEM PÚBLICA E DE INTERESSE SOCIAL * POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO: Artigo 4º [...] I – reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; O consumidor é a parte mais fraca da relação de consumo. * DIREITO DO CONSUMIDOR Concentração dos BENS DE PRODUÇÃO nas mãos do fornecedor Enfraquecimento da vontade do consumidor diante do fornecedor no mercado de consumo V U L N E R A B I L I D A D E * RELAÇÃO DE CONSUMO CONSUMIDOR (VULNERÁVEL) FORNECEDOR (DOMINANTE) X CONSUMIDOR (PROTEGIDO) * Princípio da BOA-FÉ OBJETIVA CONDUTA LÍCITA LEALDADE COMERCIAL (LUCRO “JUSTO”) COIBIÇÃO DE PRÁTICAS E CLÁUSULAS ABUSIVAS * CDC, Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo: III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; * STJ, Súmula 130 A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento. * Princípio da HARMONIA E DO EQUILÍBRIO DA RELAÇÃO DE CONSUMO EQUILÍBRIO CONTRATUAL PROPORCIONALIDADE ENTRE PRESTAÇÃO E CONTRAPRESTAÇÃO CONTROLE DAS RELAÇÕES DE CONSUMO * CDC, Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo: [...] a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: * STJ, Súmula 302 É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado. * Princípio da CONFIANÇA CONSUMIDOR DESCONFIADO DEIXA DE CONSUMIR Exemplos freqüentes de violação: insetos ou sujeira em alimentos; erro médico; acidentes em ambientes de consumo; * OBJETO DE PROTEÇÃO DO CDC RELAÇÃO DE CONSUMO A * Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 Art. 1° NORMAS DE ORDEM PÚBLICA E INTERESSE SOCIAL * O fato do Art. 1º do CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990) estabelecer que suas normas são de ordem pública autoriza o judiciário a conhecer e aplicar suas normas de ofício ? * STJ, Súmula 381 Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas. * RELAÇÃO DE CONSUMO FORNECEDOR CONSUMIDOR Produto ou Serviço REMUNERAÇÃO DESTINATÁRIO FINAL INTUITO COMERCIAL (PROFISSIONALMENTE) Direta ou Indireta Busca lucro: “Meio de vida” * RELAÇÃO DE CONSUMO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR: Art. 2° CONSUMIDOR é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Art. 3° FORNECEDOR é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. § 1° PRODUTO é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. § 2° SERVIÇO é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. * DESTINATÁRIO FINAL Uso particular = Consumidor Aplica-se o CDC * DESTINATÁRIO FINAL Uso Comercial não é Consumidor Não se aplica Ex.: corretor autônomo o CDC REVENDOR * Cadeira de dentista: Quem é o destinatário final ? * CONSUMIDOR INTERMEDIÁRIO: CAMINHONEIRO Quem é o destinatário final ? * O QUE SÃO DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR ? * DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR Art. 6º I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; * DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR Art. 6º II – a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; * DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR Art. 6º III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei nº 12.741, de 2012) * DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR Art. 6º IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; * CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR PUBLICIDADE x PROPAGANDA * CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR PUBLICIDADE ENGANOSA: Por omissão Por ação * CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR PUBLICIDADE ABUSIVA: * CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR CIGARROS (fumígeros), BEBIDAS ALCÓOLICAS, e MEDICAMENTOS ? Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996 * PUBLICIDADE (Fumígeros, bebidas alcóolicas e medicamentos) ANTINOMIA DE NORMAS Lei 8.078, de 11-SET-1990 (CDC) Critério: HIERARQUIA = LEI FEDERAL CRONOLÓGICO = NORMA ANTERIOR ESPECIALIDADE = NORMA GERAL Lei 9.294, de 15-JUL-1996 Critério: HIERARQUIA = LEI FEDERAL CRONOLÓGICO = NORMA POSTERIOR ESPECIALIDADE: NORMA ESPECIAL * DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR Art. 6º V – a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; * REVISÃO CONTRATUAL O CDC prevê o dirigismo estatal para os contratos de consumo; Mitigação do princípio da Teoria Clássica: pacta sunt servanda A autonomia da vontade passa a ser apreciável mediante intervenção do Estado-juiz * CODECON, Art. 6º VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais individuais, coletivos e difusos. PRINCÍPIO RESTITUTIO IN INTEGRUM * RESPONSABILIDADE CIVIL NOVO CÓDIGO CIVIL:LEI nº 10.406, de 10/1/2003 Resp. civil SUBJETIVA (casos em geral) e Resp. civil OBJETIVA (em alguns casos) CDC: LEI 8.078, de 11/9/1990 Resp. civil OBJETIVA: (casos em geral) Resp. civil SUBJETIVA: (No caso de Profissional Liberal) * RESPONSABILIDADE CIVIL NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DO PRODUTO DO SERVIÇO ACIDENTE DE CONSUMO DO PRODUTO DO SERVIÇO GARANTIA LEGAL FATO VÍCIO * GARANTIA LEGAL Todo PRODUTO (inclusive usado) e SERVIÇO; Cobertura TOTAL; PRAZOS: PRODUTOS e SERVIÇOS 30 DIAS NÃO DURÁVEIS DURÁVEIS 90 DIAS * GARANTIA LEGAL CONTAGEM DO PRAZO: VÍCIO APARENTE (ou de FÁCIL CONSTATAÇÃO): DO RECEBIMENTO PELO CONSUMIDOR PRODUTO SERVIÇO DO TÉRMINO DA EXECUÇÃO * DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR Art. 6º VII – o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; * CDC, Art. 6º Inciso VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência. * JURISDIÇÃO: FATO CONSEQÜÊNCIA DIREITO PROVA “da mihi factum, dabo tibi jus” “Jura novit curia” * INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA ÔNUS: (latim) significa carga, fardo, peso, gravame, dever, obrigação. * A QUEM INCUMBE O ÔNUS DE PROVAR ? * REGRA GERAL O ÔNUS DA PROVA INCUMBE ÀQUELE QUE AFIRMA A EXISTÊNCIA DE UM FATO E DE UM DIREITO PORTANTO: Ao autor incumbe provar o fato constitutivo do direito pretendido. * DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA CPC, Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. * INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA CDC, Art. 6º VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência. * REQUISITOS DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA: AÇÃO DE CONSUMO PROCESSO CIVIL AUSÊNCIA ou INSUFICIÊNCIA DE PROVA EM FAVOR DO CONSUMIDOR A CRITÉRIO DO JUIZ: VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO HIPOSSUFICIÊNCIA DO CONSUMIDOR O B J E T I V O S S U B J E T I V O S * CPC, Art. 333. O ônus da prova incumbe: II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; * MOMENTO DA APLICAÇÃO DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA: 3 CORRENTES: NO DESPACHO INICIAL NO DESPACHO SANEADOR NO JULGAMENTO (SENTENÇA) * * * * * * * *
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