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APOSTILA Doenças Transmissíveis Contágio, principais sintomas e prevenção 2022. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR 1ª EDIÇÃO – 2022 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610). FOTOS Banco de imagens do Senar Shutterstock Getty Images iStock INFORMAÇÕES E CONTATO Senar Administração Central SGAN 601 – Módulo K Edifício Antônio Ernesto de Salvo – 1º andar Brasília – CEP 70830-021 Telefone: 61 2109-1300 https://www.cnabrasil.org.br/senar PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO DO SENAR João Martins da Silva Junior DIRETOR GERAL DO SENAR Daniel Klüppel Carrara DIRETORA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E PROMOÇÃO SOCIAL Janete Lacerda de Almeida COORDENADORA DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Ana Ângela de Medeiros Sousa COORDENADORA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL (FIC) E PROMOÇÃO SOCIAL Deimiluce Lopes Fontes Coaracy EQUIPE TÉCNICA SENAR Larissa Arêa Sousa Marcelo Rebello Mendonça https://www.cnabrasil.org.br/senar Sumário Apresentação Módulo 1 – Introdução às Doenças Transmissíveis Aula 1 – Introdução às doenças transmissíveis Aula 2 – Método de controle das doenças transmissíveis Aula 3 – Bases epidemiológicas das doenças transmissíveis Conclusão do módulo Atividade de aprendizagem Módulo 2 – Classificação das Doenças Transmissíveis Aula 1 – Doenças causadas por bactérias Aula 2 – Doenças causadas por vírus Aula 3 – Doenças causadas por fungos Aula 4 – Doenças causadas por protozoários Aula 5 – Infecções sexualmente transmissíveis Conclusão do módulo Atividade de aprendizagem Módulo 3 – Prevenção de Doenças Transmissíveis e Promoção da Saúde Aula 1 – Prevenção de doenças transmissíveis Aula 2 – Promoção da saúde Conclusão do módulo Atividade de aprendizagem Encerramento 4 6 7 13 23 27 28 33 34 46 59 68 78 87 88 94 95 98 102 103 107 4 APRESENTAÇÃO Doenças Transmissíveis Contágio, principais sintomas e prevenção Introdução Olá! Boas-vindas ao curso Doenças Transmissíveis: contágio, principais sintomas e prevenção! Aqui você terá a oportunidade de aprender sobre as doenças transmissíveis! O conteúdo do curso vai lhe fornecer condições para a adoção de boas condutas, podendo prevenir e detectar precoce- mente os sinais e sintomas de determinadas doenças. Assim você saberá de todos os cuidados e poderá evitar sua transmissão! Antes de dar início aos estudos, veja como o curso está organizado: Estrutura do curso O curso está dividido em três módulos. Veja a seguir os principais temas que compõem cada um deles: No módulo 1 será oferecida uma visão geral sobre as doenças transmissíveis, desde a sua história até como elas se desenvolvem e são transmitidas. Esses conteúdos estão divididos em três aulas: Aula 1 – Introdução às doenças transmissíveis Aula 2 – Método de controle das doenças transmissíveis Aula 3 – Bases epidemiológicas das doenças transmissíveis MÓDULO 1 – Introdução às Doenças Transmissíveis Canal de podcast Um Giro no Agro No Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), ao final de cada módulo, você encontrará áudios para fazer download e salvar em seu computador. Eles estão no canal de podcast Um Giro no Agro e contêm os principais pontos tratados durante o curso. No módulo 2 serão apresentadas as principais doenças transmissíveis, causadas por agen- tes como bactérias, vírus, fungos, protozoários, além das infecções sexualmente transmis- síveis (IST). O conteúdo do segundo módulo também está distribuído em cinco aulas: Aula 1 – Doenças causadas por bactérias Aula 2 – Doenças causadas por vírus Aula 3 – Doenças causadas por fungos Aula 4 – Doenças causadas por protozoários Aula 5 – Infecções sexualmente transmissíveis MÓDULO 2 – Classificação das Doenças Transmissíveis No módulo 3 serão expostas as formas de prevenção de doenças transmissíveis e tam- bém será abordada a promoção da saúde. Veja as aulas que compõem o terceiro módulo: Aula 1 – Prevenção de doenças transmissíveis Aula 2 – Promoção da saúde MÓDULO 3 – Prevenção de Doenças Transmissíveis e Promoção da Saúde Atenção! A participação nas aulas, dentro do AVA, é obrigatória para conseguir baixar os podcasts do canal Um Giro no Agro. Além disso, ao final de cada módulo, você encontrará a atividade de aprendi- zagem. Vale reforçar que você só terá acesso à apostila do módulo seguinte depois de respondê-la. Para concluir o curso, as regras são simples: você deverá navegar por todas as telas, realizar as ativi- dades de aprendizagem e, depois de cumprir essas duas etapas, responder à pesquisa de satisfação. Portanto, organize-se e acesse o AVA! Boa leitura! DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 5 6 MÓDULO 1 Introdução às Doenças Transmissíveis Abertura do Módulo 1 Boas-vindas ao módulo 1 do curso Doenças transmissíveis: contágio, principais sintomas e prevenção! Neste primeiro módulo, você aprenderá conceitos relacionados às doenças transmissíveis. Serão trabalhadas três temáticas principais, que são a introdução, os métodos de controle e as formas de desenvolvimento das doenças transmissíveis. Fique atento ao conteúdo deste módulo, pois ele será fundamental para você compreender as do- enças transmissíveis e o restante do curso. Estude o conteúdo da primeira aula, seguindo com a leitura! 7 Introdução às doenças transmissíveis no Brasil O Brasil passou por diversas transformações relacionadas à sua população. Entre essas transforma- ções podemos citar o número populacional, que atingiu a marca dos 200 milhões de habitantes, além do envelhecimento da população, que traz inúmeras novas necessidades. A área da saúde tem desta- que nesse sentido. Quando se fala em doenças transmissíveis, mesmo com esse aumento populacional expressivo, houve uma redução na proporção de óbitos associados a elas, estando em 5% atualmente. A que se deve essa diminuição? Acompanhe no infográfico: Redução de óbitos, que pode ser explicada pelas estratégias e políticas de saúde pública. Adoção de políticas voltadas para a preven- ção e a promoção da saúde. A Constituição Federal de 1988 tornou essas políticas obrigatórias, definindo a saúde “como um direito de todos e um dever do Estado”. MÓDULO 1 | AULA 1 Introdução às Doenças Transmissíveis Algumas doenças transmissíveis que, por um certo período foram controladas ou eliminadas, volta- ram a surgir, mostrando um aumento no número de casos nos últimos tempos, como a doença de Chagas, a dengue, a malária e a febre amarela, cujo ressurgimento pode estar associado a alguns fatores. Conheça-os analisando as informações a seguir. A Secretaria de Vigilância em Saúde no Brasil, vinculada ao Ministério da Saúde, emitiu um alerta informando que cerca de 1 milhão de pessoas contraíram infecções sexualmente transmissíveis (IST) no Brasil em 2019. Você sabia que a área rural recebe atenção especial nas ações de controle de doenças transmissí- veis? Isso acontece considerando os riscos de exposição existentes, em função das atividades desenvolvidas. Alterações climáticas. Mudanças genéticas. Resistência dos agentes causadores aos medicamentos disponíveis. Promovendo saúde Esse alerta destaca que, apesar de existirem políticas e campanhas de saúde específicas para essas doenças, a população precisa se cons- cientizar da necessidade de que os cuidados para a prevenção das doenças transmissíveis sejam contínuos, em especial o uso de preser- vativos nas relações sexuais. DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 8 DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 9 Atualmente existem órgãos governamentais e não governamentais específicos para a promoção e prevenção de doenças no meio rural, o que impactou positivamente no controle dessas doenças, bem como na diminuição de casos de adoecimento. Doenças transmissíveis: o que são? Para que você fique por dentro do significado de diversos termos utilizados quandofalamos de do- enças transmissíveis, criamos o glossário a seguir. Você pode fazer uma leitura inicial agora, mas não se preocupe, quando ao longo do curso você tiver alguma dúvida sobre os termos, poderá clicar no botão na parte superior da tela para abrir o glossário. Esses termos podem ser novidade para você, mas com o glossário fica mais fácil, não é? Não podemos deixar de mencionar o papel das vacinas neste cenário de transformações das doenças transmissíveis. A primeira vacina a che- gar no Brasil foi a da varíola, em 1804, e a mais recente foi a da covid-19, no ano de 2021. É inquestionável a relevância da vacinação da população para a prevenção específica de do- enças que possuem vacinas à disposição. Glossário das doenças transmissíveis Agente etiológico Pode ser vírus, bactéria, protozoário ou fungo, entre outros agentes que causam uma doença ou infecção. Também pode ser chamado de agente infeccioso ou agente patogênico. Anticorpo Quando uma substância estranha entra no nosso organismo, o nosso sistema imune logo responde, produzindo células de defe- sa, que são os anticorpos. DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 10 Antígeno É aquilo que invade e atinge o organismo, dando início à produ- ção de anticorpos. Contaminação Invasão de um agente etiológico causador de infecção em deter- minado ambiente e/ou local. Doença infecciosa ou transmissível Doença transmitida pelo contato entre indivíduos, ou pelo con- tato com objetos e substâncias contaminadas, ou por veículos transmissores da doença, como um mosquito. Exemplos: sepse, dengue, febre amarela e hepatite B, entre outras. Endemia São casos de uma doença que ocorrem com frequência em uma região ou em uma população específica, mas com o número de casos dentro do esperado, sem ultrapassar o que era previsto. Como exemplo temos a dengue, que em certas regiões do Brasil acontece com maior frequência, principalmente onde faz calor. Epidemia Número de casos inesperadamente elevados de uma doença, podendo ser em uma população ou região específica, ou por um determinado período de tempo. Etiologia É o estudo da causa da doença. Hospedeiro É um organismo que abriga ou carrega sobre si outro organismo. Atua como “moradia temporária” para outro organismo. DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 11 Imunidade É o estado de defesa do organismo. Incidência É o número de casos novos de uma doença que ocorrem durante um determinado espaço de tempo. Infecção É a invasão e multiplicação de um agente infeccioso no organismo. Morbidade É a porcentagem de pessoas doentes em comparação à popula- ção total estudada, em um local e momento específicos. Mortalidade É a relação entre o número de mortos de uma população e um determinado período de tempo. Pandemia É uma epidemia que se dissemina pelo mundo. Período de incubação É o tempo entre a entrada do microrganismo no organismo hu- mano até o aparecimento dos sinais e sintomas da doença. DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 12 Agora, siga com a leitura para a próxima aula e aprenda a reconhecer as formas de controle das doenças transmissíveis! Bom estudo! Prevalência É o número de casos existentes de uma doença em um período específico. Profilaxia São as medidas de prevenção ou atenuação de doenças. Exem- plos: higienização das mãos e uso de máscara. Transmissão É a forma como uma doença é passada para o hospedeiro. Vacina Substância produzida em laboratório que tem como principal função desenvolver o sistema imunológico para a proteção con- tra determinadas doenças infectocontagiosas. Vetor Veículo de transmissão, ou seja, é o organismo capaz de trans- mitir o ser vivo que realmente causa a doença. Por exemplo: o mosquito Aedes é o vetor não só para o vírus causador da den- gue, como também para diferentes vírus causadores de outras doenças, como zika, chikungunya e febre amarela. 13 Estratégias para o controle de diversas formas de transmissão Você conhece as principais formas de transmissão das doenças classificadas como transmissíveis? E como os microrganismos que causam essas doenças entram e saem do organismo humano? No AVA, na sessão de vídeo Atenção à saúde, você assiste às diferentes formas de transmissão das doenças. Mas para que você não perca nenhuma informação importante, trouxemos todo o conteúdo desse vídeo aqui também, na apostila. Sendo possível, visite a página do curso e assista ao vídeo, pois lá as informações são apresentadas de forma mais interativa. Caso você esteja conectado à internet e quiser acessar a página do portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado. MÓDULO 1 | AULA 2 Método de controle das doenças transmissíveis http://ead.senar.org.br/ DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 14 Atenção à saúde Diferentes formas de transmissão das doenças Transmissão direta e indireta. Porta de entrada e de saída. Você conhece esses termos? Não se preocupe, pois aqui vamos explicar o que são e mostrar alguns exemplos, para ficar mais fácil a sua compreensão. Transmissão direta e indireta A transmissão direta também é conhecida como transmissão de pessoa a pessoa. Ela pode acontecer por um contato direto com uma pessoa que esteja contaminada, ao tocar, beijar ou ter relação sexual com ela. Ou ainda, por gotículas respiratórias que ficam no ar quando essa pessoa espirra, tosse, cospe ou, às vezes, até mesmo fala. A transmissão indireta ocorre pelo contato de uma pessoa com objetos, materiais ou substâncias contaminadas. DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 15 Como exemplo de objetos e materiais contaminados que podem transmitir indiretamente algumas doenças temos os brinquedos e os instrumentos cirúrgicos. Além disso, alguns materiais muitas vezes são de uso compartilhado, como os aparelhos de barbear e os alicates de unha. DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 16 Já as substâncias contaminadas podem ser a água, alimentos e até mesmo o sangue. Você sabe como os microrganismos que causam doenças entram e saem do organismo humano? Porta de entrada e de saída Chamamos de porta de entrada a via pela qual um agente causador de alguma doença entra no organismo. Já a porta de saída é a via pela qual o agente etiológico é eliminado do seu hospedeiro prévio. As principais vias de entrada e saída são: Muitas vezes, a porta de entrada do microrganismo é a mesma por onde ele foi eliminado, ou seja, a porta de saída do hospedeiro anterior. Quer ver um exemplo? Nas doenças respiratórias, como a pneumonia, a via aérea é a porta de entrada e de saída do micror- ganismo. Respiratória GeniturináriaDigestivaPele Sangue DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 17 Ou seja, pode ser por meio do espirro da pessoa doente que o microrganismo sai para o ambiente, fica no ar e entra em outro organismo pela mesma via, causando novamente a doença. Mas isso não é uma regra, pois como no caso das intoxicações alimentares, essas portas podem ser diferentes. Outro exemplo é a hepatite A, cuja transmissão é pela via fecal-oral, ou seja, pelo consumo de ali- mentos e água contaminados por fezes de pessoas doentes. Aplicação das medidas preventivas ou de controle As medidas preventivas ou de controle de uma doença transmissível podem ter o foco em um indiví- duo ou na coletividade, ou, ainda, ter um cenário específico de atuação, seja de controle ou de elimi- nação. Quanto à sua abrangência, essas medidas podem ser gerais ou específicas. Outra diferença está no tempo que elas duram, podendo ser pontuais, em situações específicas, como surtos ou alertas epidemiológicos, ou permanentes/contínuas, e devem ser adotadas diariamente. Agora que você já conhece as principais formas de transmissão e as portas de entrada e saída, vamos pensar em maneiras para controlar as diversas formas de transmissão que existem? Para que as medidas preventivas ou de controle de uma doença transmissível sejam aplicadas de maneira efetiva, é preciso que elas sejam pensadas conforme a cadeia de transmissão de um agen- te infeccioso.Acompanhe o infográfico a seguir para ver a cadeia de transmissão dos agentes infecciosos: Agora vamos conhecer as medidas preventivas ou de controle de uma doença transmissível, especí- ficas para cada fator da cadeia de transmissão, conforme o infográfico acima. Voltadas ao agente As medidas precisam estar voltadas para a destruição do agente infeccioso ou para o seu distan- ciamento do hospedeiro. Veja exemplos dessas medidas: cadeia de transmissão É o nome dado aos fatores que favorecem ou impedem o desenvolvi- mento de uma doença. CADEIA DE TRANSMISSÃO AGENTE INFECCIOSO FORMA DE TRANSMISSÃO FONTE HOSPEDEIRO SUSCETÍVEL PORTA DE SAÍDA PORTA DE ENTRADA Fonte: Adaptado de saúde.sp.gov.br DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 18 Voltadas ao reservatório Quando mencionamos reservatórios, estamos falando dos reservatórios humanos, animais ou am- bientais. Conheça as medidas de prevenção/controle para cada tipo: DESTRUIÇÃO DOS AGENTES • Cloração da água. • Pasteurização do leite. • Esterilização de material cirúrgico. DISTANCIAMENTO DOS AGENTES • Aplicação dos protocolos de segurança do paciente em serviços de saúde. • Isolamento de pacientes com covid-19. • Controle do acúmulo de água. • Dedetização. • Uso de repelente. Usar medicamentos que eliminam o agente infeccioso do organismo, assim como isolar o paciente, quando necessário, e disponibilizar vacina específica para o agente infeccioso, entre outras. Humanos Imunizar animais com vacinas, fazer o controle sanitário determinado pela Agência Na- cional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dos alimentos de origem animal consumidos pelos humanos, adotar medidas de higiene específicas aos animais domésticos, entre outras. Animais DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 19 Dedetização e desinfecção de áreas conforme as respectivas necessidades, vigilância de locais/estruturas que podem servir de espaço para acomodação, desenvolvimento e reprodução de agentes infecciosos ou vetores, desinfecção de bancadas com álcool 70%, entre outras. No ambiente Voltadas à porta de saída As vias de eliminação de agentes infecciosos mais frequentes são as vias respiratória, urinária, digestiva, sanguínea, pela pele e através do contato sexual. Conheça as medidas para cada porta de saída: A via respiratória é a mais difícil de se controlar, pois a medida de pre- venção mais efetiva para ela é o isolamento dos pacientes. Para as vias de eliminação urinária e digestiva, são indicadas medidas de higiene rigorosas, em especial a higiene íntima, assim como a higieni- zação das mãos e a desinfecção do ambiente. Para a prevenção/controle pela via urinária, é necessário o uso de preservativo nas relações sexuais, pois infecções sexualmente transmissíveis podem ser transmitidas por esta via. Para as doenças transmitidas pela pele, a ausência de contato é a forma de prevenção indicada. DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 20 Para evitar a contaminação via sanguínea, é recomendado que se tenha muito cuidado na utilização de materiais presentes nos serviços de saúde, com destaque para os cortantes. Também se orienta o uso de preservativo nas relações sexuais, assim como cuidados específicos com algumas atividades profissionais, como dentista e tatuador. Voltadas à via de transmissão Para a via de transmissão, o meio ambiente merece atenção, pois ele tem uma forte influência na transmissão de doenças infectocontagiosas. Entre as principais medidas de prevenção e controle das doenças transmissíveis relacionadas ao meio ambiente, podemos destacar, entre outras: • Prevenir a contaminação da água, do solo e dos alimentos. • Interromper a transmissão por meio de vetores, principalmente insetos. • Definir as pessoas com maior probabilidade de desenvolver a doença e afastar delas as princi- pais fontes de infecção. • Imunizar os animais que podem se infectar e posteriormente contaminar o ambiente. Voltadas à porta de entrada Na maioria das situações, a porta de entrada do agente infeccioso é similar à porta de saída, o que faz com que as medidas de prevenção e controle das doenças transmissíveis sejam semelhan- tes. Veja exemplos, entre outros, de algumas das condutas possíveis: • Cobertura de feridas e lesões abertas. • Uso de preservativo. • Higiene dos alimentos antes do consumo. • Eliminação de reservatórios de água desprovidos dos devidos cuidados sanitários. • Uso de máscara nas doenças respiratórias. Voltadas ao hospedeiro suscetível As medidas de prevenção e controle das doenças transmissíveis podem ser de dois tipos: inespecífi- cas ou inespecíficas. Conhecer mais sobre cada uma delas: DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 21 Nas medidas específicas, se encaixam aquelas com foco em melhorar as condições de resistência do hospedeiro ao agente infeccioso causador da doença, seja aumentando a sua imunidade, seja diminuindo sua exposição. Como exemplo, neste caso, temos as va- cinas, que protegem contra doenças específicas, e a alimentação saudável, que estimula as defesas do organismo. Medidas específicas Mas é necessário compreender que quanto mais específicas e acertadas forem as medidas de pre- venção e controle, mais positivos e impactantes de maneira favorável serão os resultados. Muito interessante aprender o que pode ser feito para prevenir e controlar as doenças transmissí- veis, não é? Conheça as bases epidemiológicas das doenças transmissíveis na aula 3! Nas medidas inespecíficas, encaixam-se aquelas com o objetivo de influenciar os hábi- tos de vida no indivíduo ou na coletividade. A preocupação central é desenvolver com- portamentos saudáveis. Entre alguns exemplos, podemos mencionar a adoção de dieta pobre em gorduras e calorias, hidratação adequada, atividade física regular, medidas de higiene, entre outras. Medidas inespecíficas DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 22 23 Cadeia epidemiológica A cadeia epidemiológica é um conjunto de elementos que, interrelacionados, resultam no desenvolvi- mento de uma doença transmissível. Neste grupo de elementos estão: • agente causador ou agente infeccioso; • reservatório; • modo de transmissão do agente; • portas de saída do agente; • portas de entrada no hospedeiro; e • hospedeiro com tendência ao adoecimento. Vamos tentar compreender como uma doença transmissível se desenvolve? Veja na imagem abaixo um exemplo de cadeia epidemiológica. Os fatores apresentados neste exemplo servirão de norte para que possamos compreender o que é necessário para o desenvolvimento de uma doença. MÓDULO 1 | AULA 3 Bases epidemiológicas das doenças transmissíveis CADEIA DE TRANSMISSÃO AGENTE INFECCIOSO FORMAS DE TRANSMISSÃO FONTESINDIVÍDUO PORTAS DE SAÍDA PORTAS DE ENTRADA Local onde micror- ganismos vivem, multiplicam-se e utilizam como veículo para atingir o indivíduo. Ex.: pessoas, água, superfícies etc. • secreções; • gotículas; • outros fluidos. Boca, nariz, olhos etc. Agente infeccioso e fontes de infecção O termo agente não está ligado a algo em específico, mas depende do contexto em que está inserido. Nas doenças transmissíveis, o agente é um fator determinante que, em excesso ou em falta, pode causar uma doença. O mosquito Aedes aegypti, por exemplo, é o agente causador da doença febre amarela. DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 24 Os agentes podem ser divididos em dois grupos: biológicos e não biológicos. Os agentes não biológicos são os químicos, como os pesticidas, os aditivos de alimentos e os medicamentos, e os físicos, como a força mecânica, os extremos de temperatura, a radiação, os ruídos e outros. Modos de contágio e vias de penetração As formas de contágio e vias de penetração são diferentes para cada doença, porém se assemelham quando atacam o mesmo sistema. Como exemplo, podemos citar a pneumonia e a tuberculose: No grupo dos biológicos encontramos os organismos vivos com potencialidade de causar uma infecção ou doença no ser humano e nos animais, como o vírus HIV no desenvolvimento da aids.DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 25 Acompanhe um exemplo de doença com seu respectivo modo de contágio e via de penetração, para que a compreensão fique mais fácil: Você chegou ao final da terceira e última aula do módulo 1. Prossiga e veja a conclusão! FORMAS DE CONTÁGIO São as formas que o futuro hospedeiro pode entrar em contato com o agente infectante e então se infectar. VIAS DE PENETRAÇÃO São as portas de entrada que o agente infectante vai utilizar para invadir o organismo do futuro hospedeiro. Esporotricose O microrganismo causador, que é um fungo, pode estar presente no solo e sua entrada no organis- mo humano ocorre a partir de um machucado na pele. Ou seja, um trabalhador rural que possui contato direto com o solo, ao apresentar algum tipo de machucado na pele, fica com maiores riscos de desenvolver a doença. DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 26 27 MÓDULO 1 Conclusão do módulo Parabéns! Você finalizou o estudo do primeiro módulo do curso! Esperamos que você tenha conseguido compreender os conteúdos e fixado o conhecimento. Para o estudo dos outros módulos, é importante não esquecer de alguns pontos-chaves: • A retrospectiva histórica de desenvolvimento das doenças transmissíveis, assim como os resulta- dos positivos alcançados ao longo dos anos com a adoção de estratégias de controle e eliminação destas doenças. • A compreensão dos conceitos relacionados com o cenário das doenças transmissíveis. • A epidemiologia das doenças transmissíveis, com o reconhecimento da cadeia epidemiológica e dos fatores que a constituem e que são determinantes para o desenvolvimento de uma doença. E lembre-se de que na tela de conclusão do AVA é possível baixar o áudio no canal de podcast Um Giro no Agro, cujo tema é: Introdução às Doenças Transmissíveis! A seguir, você poderá analisar as questões da atividade de aprendizagem do módulo 1. 28 MÓDULO 1 Atividade de aprendizagem Muito interessante poder aprender um pouco mais sobre as doenças e como elas se desenvolvem, não é mesmo? Além disso, neste módulo, você também conheceu o histórico das doenças transmissí- veis no Brasil. Antes de analisar as atividades, vamos rever o tema? No AVA, você pode acompanhar a revisão em um vídeo, não deixe de assistir! E atenção! O conteúdo do módulo 2 só será liberado após a conclu- são da atividade dentro do AVA. As respostas devem ser enviadas obrigatoriamente por lá. Dessa for- ma, você terá um feedback confirmando se você respondeu correta- mente ou se deverá tentar novamente. Depois da segunda tentativa, a resposta correta será apresentada. Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para a página do Portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado. http://ead.senar.org.br/ DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 29 Revendo o tema A transmissão das doenças pode ser direta, de pessoa a pessoa, ao se abraçarem, terem relações sexuais, ou entra- rem em contato com gotículas respiratórias que ficam no ar. Ou indireta, que é pelo contato da pessoa com objetos ou substâncias contaminadas, como um aparelho de barbear. A transmissão ocorre pelas portas de entrada e saída que podem ser diferentes, como em algumas intoxicações alimentares, ou iguais, como em doenças respiratórias. A porta de entrada é a via pela qual os microrganismos entram no corpo humano. E a porta de saída é a via de eliminação do agente etiológico do seu hospedeiro prévio. Para as medidas preventivas, é preciso pensar na cadeia de transmissão: nome dado ao conjunto de fatores que favorecem ou impedem o desenvolvimento de uma doença. Vamos então relembrar esses fatores? No fator agente infeccioso, as medidas são focadas na destruição do agente ou no seu distanciamen- to do hospedeiro. No fator reservatório, quando este for um humano ou animal, a medida pode ser focada em criar defesas do organismo, imunizando-o com vacinas. MÓDULO 1 DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 30 No fator porta de saída, o exemplo de medida é o isolamento de pacientes. Já para o fator porta de entrada é o uso de preservativos. No fator via de transmissão temos a prevenção da contaminação da água e a interrupção da trans- missão por vetores. Nas medidas voltadas ao fator hospedeiro suscetível, além de melhorar as condições de resistên- cia do hospedeiro com a imunização, encaixa-se influenciar os hábitos de vida. As formas de contágio são as maneiras que o futuro hospedeiro pode entrar em contato com o agente infectante. DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 31 E por último, as vias de penetração dizem respeito às portas de entrada que o agente infectante vai utilizar para invadir o organismo. Assim, terminamos a revisão deste tema. 1. Marcos tem 55 anos e trabalha como produtor rural. Já foi vacinado com as duas doses da vacina contra o coronavírus, no entanto segue tomando todos os cuidados. Por vezes ele se sente preocupado por não ter certeza se o seu organismo realmente adquiriu defesas contra o vírus após a vacinação. Com base no caso acima, qual é o nome dado às defesas do organismo humano? a. Incidência. b. Imunidade. c. Período de incubação. d. Vacina. 2. Quando pensamos em formas de transmissão das doenças transmissíveis precisamos nos lem- brar de que existem basicamente duas: direta e indireta. A seguir, trouxemos as perguntas da atividade de aprendizagem. Assim, antes de respondê-las no AVA, você poderá voltar e estudar algum conteúdo novamente, caso precise. Maria foi ao médico e teve o diagnóstico de sífilis e precisa iniciar imediatamente o seu tratamento e de seu parceiro. A partir disso, assinale a opção que traz a forma de transmissão direta pela qual Maria se contaminou: a. Relação sexual sem preservativo. b. Ingestão de água contaminada. c. Contato com instrumental cirúrgico contaminado durante cirurgia. d. Ingestão de leite não pasteurizado. 3. As nossas mãos são consideradas um dos veículos mais frequentes de transmissão de infecção. João foi visitar um familiar no hospital e desde a portaria de entrada encontrou vários cartazes pe- las paredes com orientações aos visitantes sobre bons comportamentos em ambientes de saúde. Considerando que os familiares podem tocar no paciente ao cumprimentá-lo, qual das medidas a seguir é a que interrompe a cadeia epidemiológica de doenças transmissíveis transmitidas pelo contato? a. Uso de máscara. b. Vacina contra covid-19. c. Higienização das mãos. d. Vacina contra tuberculose. Você finalizou a análise da atividade de aprendizagem do módulo 1. Siga com a leitura do módulo 2! DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS 32
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