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PATOLOGIA BUCAL – BÁRBARA ALBUQUERQUE AZEVEDO SARCOMA DE KAPOSI INTRODUÇÃO o Sarcomas são neoplasias que se desenvolvem a partir de tecidos moles como osso, cartilagem, tecido adiposo, vasos sanguíneos ou tecidos fibrosos. o Rara neoplasia vascular. o Tornou-se comum devido à sua propensão ao desenvolvimento em indivíduos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). → Com a introdução da terapia antirretroviral combinada (cART), declinou. o Causado pela infecção com o herpes-vírus humano 8 (HHV8). o HHV-8 exibe tropismo pelas células orais e orofaríngeas. o Fatores de risco: → Infecções (HIV, Epstein-Barr, H. pylori, hepatites B e C). → Histórico familiar. → Imunossupressão e doenças autoimunes. → Radiação e agentes químicos (fumo). o 4 formas de apresentação: → Clássica. → Endêmica (africana). → Iatrogênica (associada a transplante). → Epidêmica (relacionada com AIDS). CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS TIPO CLÁSSICO o Doença da vida adulta. o 70 a 95% dos casos ocorre em homens. o Afeta principalmente indivíduos de descendência italiana, judia ou eslava. o Múltiplas máculas e pápulas azul- arroxeadas na pele das extremidades inferiores. o Crescimento lento por muitos anos. o Desenvolvem-se como nódulos indolores. o Lesões orais são raras. → Frequentemente acomete o palato. TIPO ENDÊMICO o África equatorial e central. o Curso da doença com grande variação. o Alguns desenvolvem lesões cutâneas indolentes, outros exibem lesões mais agressivas que envolvem tecidos mais profundos, ossos e vísceras. TIPO IATROGÊNICO o Ocorre em pacientes que receberam transplante órgão. o Provavelmente relacionado a perda da imunidade celular pela terapia imunossupressora. o Lesões pequenas e com tempo de evolução longo. o Suspensão da terapia causa involução das lesões. SARCOMA DE KAPOSI ASSOCIADO AO HIV o Segunda neoplasia maligna mais comum nos pacientes com AIDS nos Estados Unidos. o Múltiplas lesões de pele ou mucosa oral. o Pode ocorrer envolvimento visceral e de linfonodos. o Em 22%, a cavidade oral é o local inicial de envolvimento. → O palato duro, a gengiva e a língua são os sítios mais afetados. o No início, as lesões são como máculas vermelho-purpúreas ou marrons. o Com o tempo, as máculas se tornam placas ou nódulos. o Biopsia é necessária para diagnóstico definitivo. o Iniciar a cART pode induzir a regressão das lesões. o Geralmente as lesões estão associadas a diminuição de CD4+ e aumento da carga viral. o Assintomático. o Crescimento rápido. o Sangrante à palpação. o Localmente invasivos (podem levar a destruição óssea e perda dentária). CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS o Estágio macular: proliferação de minúsculos vasos sanguíneos. → Rede vascular irregular, denteada, que circunda vasos preexistentes. o Estágio de placa: proliferação adicional dos canais vasculares e desenvolvimento de um componente de células fusiformes. o Estágio nodular: aumento do número de células fusiformes. → Fendas vasculares. → Extravasamento de hemácias e macrófagos. o Infiltrado inflamatório crônico. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO o Depende do subtipo clínico e do estágio da doença. o Para lesões cutâneas na forma clássica da doença, geralmente é usada a radioterapia. o Para as lesões orais, a radioterapia deve ser usada com cautela, devido ao desenvolvimento de uma mucosite grave incomum. o A excisão cirúrgica pode ser realizada para o controle de lesões individuais da pele ou mucosa. o Quimioterapia sistêmica. o Injeção intralesional de vimblastina é usada para controlar lesões individuais. o Prognóstico variável: → Depende da forma da doença e do estado imunológico do paciente. → Tipo endêmico africano são mais agressivos (prognostico ruim). o Nos transplantados, pode ser mais agressivo. → Tumores podem regredir, caso a terapia imunossupressora seja interrompida ou reduzida. o Lesões associadas ao HIV: início ou modificação da terapia HAAR são suficientes para o controle e regressão da lesão.
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