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INTRODUÇÃO É uma rara neoplasia vascular. Tem uma maior propensão em indivíduos infectados pelo HIV. O sarcoma de Kaposi é causado pela infecção com o herpes-vírus humano 8 (HHV8; herpes-vírus associado ao sarcoma de Kaposi [KSHV]). Acredita-se que a lesão se origine de células endoteliais, as quais podem expressar marcadores para diferenciação tanto linfática quanto de vasos sanguíneos. São reconhecidas 4 apresentações clínicas: 1.Clássica 2.Endêmica(africana) 3.Iatrogênica associada a imunossupressão 4.Relacionada a AIDS TIPO CLÁSSICO O sarcoma de Kaposi clássico (crônico) é basicamente uma doença da vida adulta, com 70% a 95% dos casos ocorrendo em homens. Afeta principalmente indivíduos de descendência italiana, judia ou eslava. Múltiplas máculas e pápulas azul- arroxeadas estão presentes na pele das extremidades inferiores. Essas lesões crescem lentamente por muitos anos e se desenvolvem como nódulos indolores. As lesões orais são raras e mais frequentemente acometem o palato. Alguns relatos sugerem que os pacientes com sarcoma de Kaposi apresentam uma elevada prevalência de malignidades linforreticulares, mas outras análises questionam a significância desta associação. TIPO ENDÊMICO Antes do advento do HIV/AIDS, o sarcoma de Kaposi endêmico já havia sido reconhecido como uma neoplasia relativamente comum em pacientes adultos jovens e crianças na África Subsaariana. O curso da doença pode ter grande variação; alguns pacientes desenvolvem lesões cutâneas indolentes, semelhantes ao padrão observado no sarcoma de Kaposi clássico, enquanto outros exibem lesões mais agressivas que envolvem tecidos mais profundos, ossos e vísceras. Uma forma linfadenopática particularmente agressiva também é reconhecida em crianças, a qual é caracterizada por crescimento rápido nos linfonodos, ocasionalmente lesões viscerais e envolvimento cutâneo esparso. Embora o sarcoma de Kaposi endêmico costumasse ser o tipo mais comum da doença visto na África, o sarcoma de Kaposi epidêmico (relacionado com a AIDS) é atualmente considerado mais frequente. TIPO IATROGÊNICO O sarcoma de Kaposi iatrogênico (associado a transplante) ocorre em pacientes que receberam transplante de órgãos. Afeta 0,5% dos pacientes transplantados renais, em geral muitos meses a alguns anos após a realização do transplante. Provavelmente, está relacionado com a perda da imunidade celular, a partir da terapia imunossupressora dada para prevenir a rejeição do órgão. Assim como o sarcoma de Kaposi clássico, os casos iatrogênicos associados à imunossupressão são mais comuns em indivíduos de descendência italiana, judia e eslava; entretanto, tal doença pode seguir um curso mais agressivo. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS O sarcoma de Kaposi evolui através de 3 estados: 1.Mancha(macular) 2.Placa Sarcoma de Kaposi 3.Nodular O estágio macular é caracterizado por uma proliferação de minúsculos vasos sanguíneos. Isto resulta em uma rede vascular irregular, denteada, que circunda vasos preexistentes. O estágio de placa mostra uma proliferação adicional desses canais vasculares em conjunto com o desenvolvimento de um componente de células fusiformes. No estágio nodular, há um aumento do número de células fusiformes formando aumentos de volume nodulares que lembram um fibrossarcoma ou outros sarcomas de células fusiformes. Entretanto, estão presentes numerosos eritrócitos extravasados, e podem ser identificados espaços vasculares semelhantes a fendas. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O tratamento do sarcoma de Kaposi depende do subtipo clínico e do estágio da doença. Para lesões cutâneas na forma clássica da doença, geralmente é usada a radioterapia (especialmente com emissão de elétrons). Para as lesões orais, a radioterapia deve ser usada com cautela, devido ao desenvolvimento de uma mucosite grave incomum. A excisão cirúrgica pode ser realizada para o controle de lesões individuais da pele ou mucosa. A quimioterapia sistêmica também pode ser útil. A injeção intralesional de vimblastina é usada para controlar lesões individuais. O prognóstico é variável, dependendo da forma da doença e do estado imunológico do paciente. A forma clássica da doença é lentamente progressiva, e apenas 10% a 20% dos pacientes desenvolvem lesões disseminadas. A média de sobrevida é de 10 a 15 anos, e os pacientes geralmente morrem de causas não relacionadas. Alguns pacientes que apresentam a forma endêmica da doença desenvolvem lesões indolentes de comportamento semelhante ao sarcoma de Kaposi clássico não africano. Entretanto, as outras formas endêmicas africanas são mais agressivas, e o prognóstico é ruim. A forma linfadenopática segue um curso particularmente fulminante, resultando usualmente na morte do paciente dentro de dois a três anos. Nos pacientes transplantados, a doença também pode ser um pouco mais agressiva, embora os tumores possam regredir, caso a terapia imunossupressora seja interrompida ou reduzida. REFERÊNCIAS
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