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COMPARTIMENTOS DOS LÍQUIDOS CORPORAIS E EDEMA · A mulher tem menos água corpórea do que o homem, pelo fato de ter mais massa de gordura; · Com o envelhecimento, perde-se quantidade de água corporal – idosos tem cerca de 50%, enquanto crianças/RN podem ter 80%; · 2/3 de todo o líquido está no espaço intracelular e 1/3 no extracelular – o que separa esses dois compartimentos é uma membrana celular que mantém esse equilíbrio; · Espaço extracelular: 3/4 no intersticial e 1/4 no capilar/plasma; · Sódio (cátion) e cloro (ânion); · Espaço intracelular: potássio (cátion); · Febre e ventilação mecânica aumentam as perdas insensíveis de água – associação com diarreia perde muito mais; · Paciente em hemodiálise não pode ingerir água nem líquidos; · Membrana capilar (entre espaço intravascular e intersticial): permeável a água e solutos – pouco permeável a proteínas; · Membrana celular (entre espaço intracelular e espaço intersticial): permeável à água, mas é mais resistente ao soluto; regulação dos líquidos entre os compartimentos · Seletividade da membrana celular: água x solutos – permite que se crie gradientes entre um compartimento e outro; · Forças hidrostáticas e coloidosmóticas: fazem que a água vá pra um lado ou pra outro; · Osmose: passagem de água através de membrana semipermeável de uma região de maior concentração de água (menor de soluto) para uma menor concentração de água (maior de soluto); · Capacidade de dissociação das moléculas: fornece ou não mais força osmótica ou não (NaCl se dissocia, formando 2 mols, enquanto a glicose tem um mol de força por que não se dissocia); · Soro fisiológico (NaCl): 0,9g/100ml – 58,5g/mol; · Osmolaridade NaCl é de 308, enquanto a do sangue é 282; efeitos das diferentes concentrações das soluções sobre as células · Solução isotônica (soro fisiológico): célula deixa passar a água e não permite a saída de solutos – como a concentração é igual (intracelular e no frasco), fica tudo igual; · Solução hipotônica: água passa por osmose – célula edemacia (a osmolaridade dos compartimentos extra e intracelular diminui); · Solução hipertônica: célula murcha/desidrata (aumenta a concentração dos compartimentos extra e intracelular); · Dois princípios 1. Água se move rapidamente através da membrana celular; 2. Membrana celular é extremamente seletiva a solutos (por isso é mais lento);Caso clínico Paciente de 60km (30L de água – 20L intracelular e 10L extracelular), com osmolaridade de 247 (está baixa, o normal é 282). Foi usado 2L de soro a 2,9% (2,9g/100ml), o que aconteceu? Como o soro é injetado na veia (extracelular), expande o volume extracelular, e diminui o volume intracelular, fazendo a osmolaridade aumentar nos dois compartimentos – esse processo deve ser feito de maneira lenta para não causar desequilíbrio. Manutenção do volume intersticial · Forças de Starling; · Forças que puxam a água pra dentro do vaso: pressão oncótica, que é determinada pela proteína de dentro do vaso (albumina), e a força do interstício; · Ao contrário, a pressão hidrostática joga a força pra dentro do interstício, para criar o edema – isso não é tão forte porque passa bastante água, mas não passa proteínas; Sódio como indicador de status volêmico · Isso ocorre porque ele sempre acompanha a água (é necessário ter um equilíbrio entre os dois); · Hipernatremia: concentração plasmática de sódio > 145mEq/L – ou tem perda de água ou tem excesso de sódio; · Hiponatremia: concentração plasmática de sódio < 135mEq/L – ou tem excesso de água ou tem perda de sódio; causa das disnatremias · Paciente com sódio baixo: edema ou perda de sal pela urina, suor ou fezes; · Paciente com sódio alto: diabetes insipitus (perda excessiva de água, fazendo com que haja alta concentração de sódio) ou diarreia e suor (perda de água); edema · Preocupações: risco de infecção, inchaço e hiponatremia (água vai para intracelular, onde tem mais sódio – pernas e coxas edemaciadas tem como expandir, mas o cérebro não, podendo causar desorientação, coma e morte); · Espaço intracelular: 1. Alteração sistema metabólico tecidual: processo inflamatório, com ação sobre transportadores celulares (barra a saída livre de soluto da célula); 2. Diminuição nutricional celular: baixa oxigenação/fluxo sanguíneo pra manter a vitalidade dos transportadores – isquemia celular; 3. Hiponatremia: água vai pra dentro da célula. · Espaço extracelular: 1. Leakage/vazamento anormal do plasma para o interstício; 2. Falha do sistema linfático; Causas · Aumento da pressão capilar: com o aumento da volemia do intravascular, o extracelular amplia o volume para compensar; · Insuficiência renal: não urina, acumulando líquido; · Retenção de água e sal (IRC, IRA, mineralocorticóides); · Pressão venosa elevada (ICC, insuficiência venosa, obstruções); · Diminuição da resistência arteriolar (drogas, calor, disautonomias); · Diminuição de proteínas plasmáticas (diminuição da pressão oncótica); · Síndrome nefrótica: albumina baixa, perde grande quantidade na urina e diminui pressão oncótica; · TGI (doenças desabsortivas): diarreias e não absorve proteínas; · Hepatopatias: não produz albumina; · Aumento da permeabilidade capilar: capilar perde a capacidade de reter por desregulação da membrana; · Toxinas (picada de abelha), sepses/inflamação, queimaduras; · Bloqueio do retorno linfático: tumores, parasitoses, cirurgia; O que impede o edema · Sistema linfático: pode aumentar em 10 a 50 vezes a capacidade de absorver água – aumenta à medida em que começa a edemaciar; · Diluição/lavagem das poucas proteínas intersticiais: água que cai no linfático drena pelo sistema linfático água e proteínas – se drena proteínas, diminuindo a pressão oncótica do interstício; · Baixa complacência do interstício/matriz intersticial (rede de proteoglicanos e colágeno que faz esse interstício entrelaçado não complacente): como tem resistência pra não deixar a água ficar ali, tem que drenar pelos poros do sistema linfático – não acumula água porque ele é não complacente. Isso ocorre até um limite, depois disso a água se acumula porque a pressão aumenta daí se torna complacente;
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