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Introdução às Síndromes Nefrológicas Diagnóstico em Nefrologia Revisão de Anatomia e Fisiologia Funções do Rim • Eliminação das escórias nitrogenadas e outros produtos orgânicos • Manutenção do Equilíbrio Ácido-Básico – elimina os ácidos não voláteis. Joga o H+ fora e gera Bicarbonato. E também recupera o Bicarbonato filtrado, sendo absorvido no Túbulo Proximal. - Tubo Coletor – bomba de próton = elimina os ácidos fixos. • Manutenção do Equilíbrio Hidroeletrolítico e VEC - O distúrbio mais temido é a hiperpotassemia, pois faz o coração parar. O rim elimina 90% do potássio e apenas 10% são nas fezes. • Metabolização de hormônios – Insulina • Função Hormonal - Renina – Aparelho Justaglomerular - Eritropoietina = anemia secundária ao rim é sinal de insuficiência renal crônica, já que a meia vida da hemácia é 120 dias, esse rim já não funciona há pelo menos 3 ou 4 meses. - Vitamina D ativa – Calcitriol. Se não acontece, há a perda de cálcio, de massa óssea e o hiperparatireoidismo secundário (aumenta o paratormônio como mecanismo compensatório). • Gliconeogênese Localização dos rins • Situados no espaço retroperitoneal • Lateral à coluna vertebral (seu eixo longitudinal corre paralelamente ao músculo psoas maior): - Posição ortostática: (L1-L4) - Decúbito dorsal: (T12 – L3) • Rim direito mais baixo e discretamente menor que o esquerdo. • Os rins mudam de posição durante a respiração: cerca de 2cm; até 4cm durante a inspiração profunda. Com lobulações. Rins (morfologia externa) Camadas de revestimento: • Fáscia renal (de Gerota) - Túnica fibrosa, de parede dupla que se divide em fáscias anterior e posterior e envolve a gordura perirrenal. • Cápsula adiposa (gordura perirrenal) - Proteção renal (permite a visualização radiológica da silhueta renal) • Cápsula renal (verdadeira) - Membrana fibroelástica que envolve toda a superfície renal, sendo contínua com o peritônio. Rins (Anatomia interna) - Córtex: área externa (colunas renais) - Medula: área interna (pirâmides renais) - Cálices: menor (drenagem das papilas) e maior (convergem para formar a pelve) Hemodinâmica Renal: - Artérias Renais – Ramos da aorta (únicas em 80%) - Fluxo sanguíneo renal (FSR) = 1.200ml/min (25% do DC) - Fluxo Plasmático (FPR) = 500 a 600 ml/min (1/2 FSR) - Ritmo de Filtração glomerular (RFG) + 90 – 130 ml/min (20% do FPR) - Fração de Filtração (FF): RFG/FPR = 0,20 – 20%. - Glomérulos filtram 180L por dia. Filtração Glomerular Formação da Urina » Filtração Glomerular – ultrafiltrado do plasma (plasma isento de macroproteínas) » Reabsorção de substâncias dos túbulos renais para o sangue. » Secreção de substância do sangue para os túbulos renais. Excreção Urinária = Filtração – Reabsorção + Secreção Unidade Funcional do Rim: Néfron 700.000 a 1.200.000 em cada rim » Corpúsculo Renal (Malpighi): - Glomérulo (Filtração) – “não se regenera” - Cápsula de Bowman » Túbulos - Contorcido proximal - Alça de Henle - Contorcido distal - Ducto Coletor » A uretra tem 3 estreitamentos naturais: a Junção Pieloureteral (JUP), o cruzamento com os vasos ilíacos e a Junção vesicoureteral (JUV): são onde geralmente os cálculos são retidos. Etapas para o diagnóstico em nefrologia 1) Reconhecer a presença de nefropatia ou uropatia (anamnese, exame físico, laboratório/imagem, achados histológicos). 2) Estabelecer um diagnóstico sindrômico 3) Isolar o fator etiológico da síndrome 4) Determinar o diagnóstico funcional (função glomerular) • Anamnese - Alterações na micção - : dificuldade/dor à micção – pode ser Disúria Uretrites. - : micção dolorosa devido à estenose Estrangúria uretral. - Polaciúria: aumento da frequência da micção. Processos inflamatórios/infecciosos na bexiga, próstata e uretra. - : (noite > dia) Hiperplasia Nictúria ou Nocturia Prostática Benigna, IRC. Outras: ICC e DM. - perda involuntária da Incontinência urinária: urina, sem padrão ritmado de micção. TGU geralmente anormal. - Esforço: uretrocistocele. - Paradoxal: transbordamento; geralmente HBP, bexiga neurogênica. - Enurese (diurna/noturna): emissão involuntária de urina – perda ritmada de urina (controle voluntário: > 2 - 3 anos). TGU geralmente normal na noturna. - Diurna: acima de 3 anos - Noturna: acima de 5 anos (meninas); acima de 6 anos (meninos). Que é a idade que já se tem o despertar noturno. - Alterações no volume urinário • Diurese normal Crianças e adultos: 400 – 2000 ml/dia RN, Lactentes: 0,5 a 5 ml/kg/hora (24hrs) - : quando se mensura a diurese é menor Oligúria que os valores normais. » Pode ser apenas funcional – IRA pré- renal. Pode ser apenas privação de líquido. » Pode corresponder a uma nefropatia. : quando se mensura a diurese é maior - Poliúria que os valores normais. » Causas: Fase diurética da IRA – D. mellitus – D. insipidus » DRC fase compensada: perda dos mecanismos de concentração urinária. Nota: D. mellitus, o tubo proximal não consegue mais absorver a glicose, aumentando a osmolaridade na luz tubular, diminuindo a passagem de absorção da água, e há a perda na urina. : parcial (<50 ml) ou Zero (total) - Anúria » Anúria total de instalação aguda: Causas obstrutivas (mais comum), necrose cortical renal bilateral, trombose arterial ou venosa bilateral (raro) “Toda vez que o volume urinário de 24h é inferior a 400 ml, podemos afirmar que há um comprometimento orgânico ou funcional do rim. Entretanto uma diurese normal não significa função renal normal.” - Alterações da cor da urina - Alterações no odor da urina (normal: odor leve sui generis) » Amoniacal - Urina armazenada (fermentação da urina por bactérias desdobradoras de ureia – uréase, que libera amônia). - Infecção urinária - Cetoacidose diabética» Acetona - Fenilcetonúria» Mofo - Doença do Xarope de bordo » Adocicado (cetoacidúria de cadeia ramificada) - Urina espumosa (espumuria) » Albuminuria maciça – Síndrome nefrótica - Dor de origem Reno-urológica » Em peso - Distensão aguda da cápsula renal: pielonefrites, glomerulonefrites, trombose de veia renal. - Efeito de massa: Rins policísticos, Rins multicísticos, tumores, grandes hidronefroses. » Em pontada – intensa: infarto renal » Em cólica intensa – Obstrução ureteral - Litíase ureteral (principal causa) - Necrose de papila (pielonefrite nos DM, cirróticos, falcêmicos) - Coágulos - Bola fúngica Cólica nefrítica - Dor em região lombar, flanco, ou fossa ilíaca. - Irradiada para trajeto ureteral, bexiga e genitália externa. - De acordo com o sítio de obstrução: - Pelve ou ureter superior (dor em flanco) - Ureter baixo (irradiação para testículo ou grande lábio) - Bexiga ou uretra (disúria e urgência) Infarto Renal Segmentar – CT de abdome: - História familiar (causas genéticas + frequentes) de Doença renal crônica/Diálise/Transplante • Doença renal Policística Autossômica Dominante (Adulto) - Causa genética monogênica mais frequente de DRC dialítica. - Doença cística bilateral – inicia na puberdade - Diálise/Transplante: 5º e 6º década (5º causa mais frequente de IRC nos EUA) - Cistos hepáticos: 40% /Aneurismas intracranianos: 10% - Defeito nos genes PKD1 - cromossomo 16 (mais agressiva) 85% / PKD2 – cromossomo 4 – 15%. - São responsáveis pela integridade do epitélio tubular. Sem eles, ficam frágeis e geram cistos. • Doença renal Policística Autossômica Recessiva (Infantil) – Rara - Doença microcística bilateral – vida intrauterina. - Diálise/Transplante: Infância – Baixa sobrevida. - Fibrose hepática– hipertensão portal – 85%. - Cromossomo 6 – defeito no gene da fibrocístina. - Uma doença de baixa sobrevida. Já nos primeiros dias de vida, a criança necessita de diálise. - Grande parte não evolui na gravidez. Nota: Formação do Líquido amniótico Antes da 15º semana fetal - Urina fetal pouco significante - Exdusadação corioamnióticas e epiderme fetal. Após 15º-17º semana fetal - 90%: Urina fetal. – O rim já está funcionando. - 10%: TGI, pele e pulmões (líquor: se defeito aberto do SNC). Oligodrâmio severo – Insuficiência renal fetal - Defeito na produção urinária: - Agenesia/Hipoplasia renal bilateral - Displasia renal bilateral - Rins policísticos/multicísticos - Obstrução do trato urinário – uropatia obstrutivas Papel do Líquido Amniótico no desenvolvimento pulmonar: » Impede a compressão da parede uterina sobre o tórax. – para não amassar o feto. » Estabelece equilíbrio entre a pressão intratorácica (pulmonar) e a pressão externa (uterina), permitindo o desenvolvimento dos alvéolos e vasos terminais do pulmão. » Produção de substâncias que induzem o desenvolvimento do sistema pulmonar (prolina – formação cartilaginosa da árvore brônquica). • Síndrome de Potter (Oligodrâmnio severo – Insuficiência Renal Fetal) - Hipoplasia pulmonar: “tórax em sino” - “Fácies de Potter”: nariz plano, dobras epicantais, orelhas grandes, moles e com implantação baixa, micrognatia, pescoço curto. - Anomalias de extremidades: pernas em “geno varo” e pés em “taco de golfe”. - Aspecto senil • Síndrome de Alport 2º causa genética monogênica mais frequente de DRC dialítica - Ausência da cadeia alfa-3 (COL4A3), Alfa-4 (COL4A4) ou Alfa-5 (COL4A5) do colágeno tipo IV da MBG – MBG defeituosa. A membrana basal defeituosa deixa proteína passar, hemácia, etc. - 85% herança ligada ao sexo (X) / 15% autossômica. - Hematúria, Proteinúria e perda de função renal. - Pacientes que podem ter Surdez – miopia – lenticone. • Glomeruloesclerose Segmentar e Focal Familiar: 3º causa mais comum. - Ausência da CD2AP proteína/Alfa- actina/TPR6 (fendas podócitos/pedicelos) - Diálise/Transplante: Idade variável - Proteinúria maciça – perda de função renal – Herança autossômica. - Interrogatório complementar • Hipertensão arterial - Causa ou consequência de nefropatia – o que veio primeiro? Checar os outros órgãos-alvo da HAS. • Diabetes Mellitus - DM tipo I: nefropatia após 14 a 16 anos de doença. • Colagenoses - Lúpus (50% dos casos – acometimento renal clínico), Esclerodermia, G. Wegener e Poliarterite Nodosa. • Neoplasias - Pélvicas (obstrutivas), linfomas e mieloma (Glomerulopatias) • Infecções recentes - Orofaringe, pele e shunts ventrículo- peritoneais (Glomerulonefrites). - Virais: B, C e HIV / Protozoários / Sífilis (Glomerulonefrites) Exame Físico • Edema/Anasarca - Síndrome nefrótica – início em MMII. - Proteinúria maciça – hipoalbuminemia. - Glomerulonefrites agudas – início em face. - Retenção hidrossalina - Injúria Renal Aguda ou Doença renal crônica - Retenção hidrossalina • Hálito urêmico – Amoniacal – Níveis muito elevados de ureia. - Bactérias na saliva – hidrólise da uréia em amônia. - LRA ou DRC • Pele: Palidez na DRC avançada - Cor “amarelo-palha”: retenção de urocromos e anemia (deficiência de eritropoietina). • Unha - Lindsay – DRC: Metade proximal é pálida/distal: acastanhada/rósea. - Muehrke – Nefrótico: linhas brancas transversais. • Atrito pericárdico na Insuficiência Renal Grave: pericardite urêmica. • Pressão arterial • Fundo de olho • Orvalho ou neve urêmica Rins não são palpáveis normalmente Palpação abdominal – massas palpáveis em flancos. » Crianças - Rim multicísticos displásico - Tumor de Wilms - Grande Hidronefroses - Doença renal policística autossômica recessiva (Tumor Bilateral) » Adultos - Hidronefroses - Hipernefroma – Carcinoma de céls renais - Doença renal policística autossômica dominante (Tumor bilateral) - Piohidronefroses - Grandes Cistos Renais Manobras de Palpação
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