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Nefropatia hipertensiva Nefroesclerose hipertensiva ➜ É uma importante causa de doença renal em fase terminal. ➜ Primeira causa no Brasil de “rim terminal” na população geral ➜ Nos EUA e Europa é a segunda causa ↳ Essa diferença se deve ao fato dos diabéticos falecerem precocemente por complicações macrovasculares antes de evoluírem para nefropatia diabética. ➜ Lesão decorrente do efeito da hipertensão arterial sistêmica sobre os rins, afetando as pequenas artérias, as arteríolas aferentes e os glomérulos. ↳ Onde tem vaso arterial, será acometido, podendo causar AVC, acometer os olhos, pode pior ou agravar uma coronariopatia, maltratar os rins, dentre muitas outras coisas ➜ Nefroesclerose hipertensiva maligna e benigna ↳ Maligna: Bem definida ↳ Benigna: Não é bem definida! ➜ Patogênese ↳ Acometimento das pequenas artérias interlobulares e das artérias aferentes são as principais estruturas renais a sofrer com o aumento da pressão hidrostática intraluminal ↪ Os vasos mais distais são os primeiros a sofrerem com as alterações HAS - Artéria interlobular e arteríola aferente são as mais acometidas ↳ A redução do lúmen desses vasos provoca graus variados de isquemia glomerular e tubulointersticial, como é menos vascularizado fica hipoperfundido pela mudança na parede da artéria por acometimento de uma das camadas, sendo elas adventícia, média ou íntima. Com a hipertrofia de uma dessas camadas o lúmen diminui ainda mais ➜ Nefroesclerose benigna ↳ A incidência de IRC PROGRESSIVA em hipertensos é rara. ↪ A maioria destes tem hipertensão arterial ↪ Maior risco de nefroesclerose: ➤ HAS severa ➤ Outra nefropatia subjacente ➤ Negros → Relacionado ao gene da ECA ↳ Paradoxo: Apesar de ser considerada a primeira causa de doença renal terminal nos c e n t r o s d e d i á l i s e , s a b e - s e q u e a nefroesclerose é uma complicação rara da hipertensão, ocorrendo em 0,5 a 1,5 % após 5 anos de acompanhamento ↪ Explicações: ➤ O número de HAS é tão grande que mesmo uma pequena porcentagem de nefropatia hipertensiva nesse grupo, resulta em número expressivo de renais crônicos ↳ Com a hipoperfusão constante tem-se aumento da pressão, podendo romper alguns vasos sanguíneos causando hemorragia. Com isso, pode gerar uma hipotrofia renal, podendo-se encontrar áreas infartadas ↳ Aumento da pressão a longo prazo lesa diretamente as artérias renais ↳ A lesão endotelial é um dos fatores implicados neste processo ↳ Dois tipos de resposta vascular são observados: ↪ Hipertrofia da camada média e espessamento da íntima das pequenas artérias renais para poupar os glomérulos do aumento pressórico ↪ Arterioloesclerose hialina: Deposição de material hialino na parede das arteríolas aferentes com a redução progressiva do lúmen e isquemia glomerular ↳ Lesão vascular ↳ A i s q u e m i a g l o m e r u l a r l e v a a glomeruloesclerose que por sua vez leva a perda do néfron ↳ Como inicialmente alguns glomérulos são acometidos pela esclerose global, os remanescentes começam a hiperfiltrar o que provoca uma nova lesão : a esclerose segmentar ↳ A glomeruloesclerose focal e segmentar (GESF) é uma lesão secundária ao processo de nefroesclerose hipertensiva ↪ Contribui para a progressão da proteinúria e da insuficiência renal ↪ GESF Primária → Uma doença no rim causando GESF ↪ GESF Secundária → Uma doença sistêmica causando GESF ↪ GESF causando HAS ou HAS causando disfunção renal... ↳ Alterações histológicas também podem ser encontradas em indivíduos idosos e diabéticos não hipertensos. ↳ Confusão: Quem é o causador da disfunção renal: nefroesclerose hipertensiva ou GESF ↳ Será que uma glomerulopatia poderia estar por trás de uma de boa parte dos supostos casos de nefroesclerose benigna… ↳ A taxa de progressão da insuficiência renal é lenta na nefroesclerose benigna, não aparecendo após 5 anos. ↳ Boa parte do grupo de nefroesclerose hipertensiva em diálise, na verdade, teriam uma nefropatia primária agravada pela hipertensão arterial. ↳ Retinopatia grau I ou II ↳ Hipertrofia ventricular esquerda ↳ Sedimento urinário normal ↳ Proteinúria menor que 1,5 gramas ↳ Leve redução do tamanho renal ↳ Insuficiência renal lentamente progressiva ↳ Tratamento: Benigna ↪ Controle a HAS ↪ Antagonistas de canal de cálcio, inibidores da ECA (reduzem a hipertensão glomerular por agirem preferencialmente na dilatação na arteríola eferente) , tiazídicos. ↪ Meta : PA < 130/80 mmHg ➜ Nefroesclerose maligna ↳ Entidade extremamente bem documentada. ↳ Aumento abrupto da PAd: 120 - 130 mmHg e da PAs: 200 - 220 mmHg. ↳ Provoca graves lesões de órgão alvo: ↪ Retinopatia hipertensiva grau III ou IV ↳ Na macroscopia: Rins em ’’picada de pulga” decorrente da rotura de vasos ↳ Dois tipos de lesão surgem na parede das aa. aferentes e interlobulares. ↪ Necrose fibrinóide: Depósito de material eosinofílico composto por fibrina contendo infiltrado inflamatório. ↪ Arter ioesc le rose h iperp lás ica : Espessamento da íntima devido proliferação concêntrica de células musculares lisas (que d e v e r i a m e s t a r n a c a m a d a m é d i a ) entremeadas a depósito laminar de colágeno - “lesão em bulbo de cebola”. ↳ A insuficiência renal rapidamente progressiva se instala pela acentuada isquemia glomerular difusa provocando síndrome urêmica (Aumento da ureia creatinina, azotemia, vômito, confusão mental) ↳ Os glomérulos apresentam necrose isquêmica, trombose intracapilar e infiltração neutrofílica – glomerulonefrite necrosante ↳ Hematúria, proteinúria significativa, cilindros leucocitários ou hemáticos ↳ A trombose pode contribuir para a degradação de hemácias - microangiopatia trombótica e o aparecimento de esquizócitos ↳ A isquemia glomerular estimula o SRAA que pode contribuir para a HAS ↳ Hipocalemia + acidose metabólica pela elevação da aldosterona ↳ Se não tratada evolui para rim terminal ↳ Manifestações clínicas: Maligna ↪ Hipertensão muito grave ↪ Proteinúria acentuada ↪ Hematúria macroscópica ou não ↪ Lesões retinianas grau III ou IV ↪ Sinais de lesão glomerular: cilindros hemáticos, piocitários e granulosos ↳ Tratamento: Maligna ↪ Deve ser considerada como emergência hipertensiva ↪ Tratamento agressivo da PA ↪ PAD deve ser reduzida em 25% nas primeiras 2 - 6 horas tendo como alvo 100 - 105 mmHg ↪ Em seguida deve ser reduzida a 140/90mmHg paulatinamente ↪ Queda maior da PA pode provocar isquemia cerebral, miocárdica ou renal ↪ Pode ocorrer uma piora na função renal devido a isquemia glomerular ↪ Fase inicial: Nitroprussiato de sódio ↪ Segunda fase do tratamento: Uso de medicamentos orais em horários regulares
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