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138 - APOSTILA - CONTABILIDADE E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

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Prévia do material em texto

Contabilidade e 
Planejamento Tributário
Professor Heric Garcia de Morais
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Eduardo Santini
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
André Oliveira Vaz
Revisão Textual
Kauê Berto
Web Designer
Thiago Azenha
UNIFATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.unifatecie.edu.br
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock
FICHA CATALOGRÁFICA
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFATECIE. 
Credenciado pela Portaria N.º 527 de 10 de junho de 2020, 
publicada no D.O.U. em 15 de junho de 2020.
Núcleo de Educação a Distância;
MORAIS, Heric Garcia de.
Contabilidade e Planejamento Tributário.
Heric. Garcia de Morais.
Paranavaí - PR.: UniFatecie, 2020. 91 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira dos Santos.
AUTOR
Prof. Heric Garcia de Morais
●	 Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual do Paraná – 
UNESPAR - Campus Paranavaí; 
●	 MBA (Master of Business Administration) em Custos e Controladoria pela Facul-
dade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná – UniFATECIE; 
●	 Pós-Graduado em Auditoria e Perícia Contábil pela Centro Universitário Cidade 
Verde – UniFCV;
●	 Mestrando em Ciências Contábeis na Universidade Estadual de Maringá - UEM 
- Linha de Pesquisa: Usuários Externos; 
●	 Servidor Público na Prefeitura Municipal de Paranavaí; 
●	 Professor de Graduação na Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do 
Paraná – UniFATECIE;
●	 Professor de Pós-Graduação EAD – UniFATECIE; 
●	 Professor conteudista/formador na EAD – UniFATECIE;
●	 Tutor Mediador nos cursos de Graduação e Pós-Graduação na modalidade 
EAD – UniFATECIE; 
●	 Professor de Graduação na Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR; 
●	 Professor de Graduação na Universidade Paranaense – UNIPAR; 
●	 Professor de Pós-Graduação na Universidade Paranaense – UNIPAR; 
●	 Professor	em	cursos	preparatórios	para	o	Exame	de	Suficiência	Contábil	-	CFC	
e Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE; 
●	 Ministra palestras e treinamentos para o segmento empresarial; 
●	 Sócio proprietário e Contador na SLOGAN Consultoria e Treinamentos Ltda - 
Maringá/PR; 
●	 Consultor empresarial credenciado ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e 
Pequenas Empresas - SEBRAE/PR; 
●	 Possui experiência na área de Auditoria, Perícia Contábil e Gestão Empresarial. 
Docência na educação presencial e educação a distância - EAD.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2730214457302756 Olá! 
http://lattes.cnpq.br/2730214457302756
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja bem-vindo (a) ao módulo de Contabilidade e Planejamento Tributário! 
Este material foi elaborado, de maneira especial, para seu estudo, para o qual bus-
camos abordar os principais pilares da Contabilidade Tributária, abrangendo suas inúmeras 
perspectivas,	a	fim	de	lhe	proporcionar	maior	aproveitamento	para	a	prática	profissional.	
Na unidade I deste módulo, abordaremos os aspectos conceituais sobre a Conta-
bilidade	Tributária.	Discutiremos	sobre	os	conceitos	e	definições	de	tributos,	a	classificação	
das espécies tributárias – conceitos básicos da legislação tributária – e tipos de tributos. 
Nesta unidade, compreenderemos a importância do planejamento e controle tributário, evi-
denciando a responsabilidade dos gestores no controle e mensuração da carga tributária 
empresarial.
A unidade II deste módulo apresentará as principais formas de apuração dos tribu-
tos federais, municipais e estaduais. Durante a referida unidade, estudaremos os aspectos 
gerais de cada esfera tributária, tais como os tributos da União (IR, IPI, CSLL, PIS, COFINS), 
tributo estadual (ICMS) e tributo municipal (ISS).
Já na unidade III, estudaremos as formas de tributação. Abordaremos os principais 
aspectos sobre o Simples Nacional e a apuração através do Lucro Presumido, Lucro Es-
timado, Lucro Real e Lucro Arbitrado. Nesta unidade, também entenderemos como será 
realizada a apuração do Custo de Mercadorias adquiridas por empresas de diferentes 
formas de tributação.
Por	fim,	na	unidade	IV,	apresentaremos	os	conceitos	e	objetivos	do	Planejamento	
Tributário Operacional. Estudaremos, ainda, sobre a importância do correto planejamento e 
controle	tributário	e	como	ele	impacta	nas	decisões	empresariais,	evidenciando	seu	controle	
com base na estratégia adotada pela empresa.
Caro (a) colega (a), esse será o conteúdo que estudaremos no decorrer das unida-
des e esperamos que esse material seja de grande utilidade para o aperfeiçoamento de seu 
conhecimento sobre a Gestão Orçamentária.
Qualquer dúvida, estarei à disposição junto a nossa equipe! Bons estudos! 
Prof. Heric Garcia
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 6
Introdução aos Tributos
UNIDADE II ................................................................................................... 23
Competência Tributária
UNIDADE III .................................................................................................. 42
Regimes de Incidência Tributária
UNIDADE IV .................................................................................................. 69
Planejamento Tributário
6
Objetivos de Aprendizagem:
●	 Compreender os principais conceitos de tributos; 
●	 Conhecer os tipos e espécies tributárias;
●	 Entender os conceitos básicos de legislação tributária;
●	 Definir	as	obrigações	principais	e	acessórias.
Plano de estudo:
1 CONCEITO DE TRIBUTOS
1.1 Conceito de Carga Tributária
1.2 Tributos Diretos e Indiretos, Regressivos e Progressivos
1.3 Obrigação Tributária – Principal e Acessória
1.4 Imunidade, Isenção e Suspensão do Crédito Tributário
1.4.1 Suspensão do crédito tributário
1.5 Substituição Tributária
UNIDADE I
Introdução aos Tributos
Professor Heric Garcia
7UNIDADE I Introdução aos Tributos
INTRODUÇÃO
Caro (a) aluno (a),
antes de nos aprofundarmos aos conceitos de contabilidade tributária, é necessária 
a compreensão dos principais aspectos do Sistema Tributário Nacional, isso porque tal co-
nhecimento detalhado nos proporcionará o real entendimento sobre os tributos e as normas 
expressas na Constituição Federal e em leis complementares, fazendo com que possamos 
sempre	tomar	as	melhores	decisões	no	plano	fiscal	ou	até	mesmo	avaliar	corretamente	as	
contribuições	e	os	impostos	incidentes	em	um	holerite	salarial,	como	um	funcionário.
Dessa forma, tal entendimento lhe proporcionará inúmeras vantagens. Além disso, 
possibilitará compreender que todo esse Sistema Tributário é o que “abastece” economi-
camente	um	país,	por	meio	de	suas	arrecadações	para	com	as	pessoas	e	organizações.
Portanto,	ao	final	dos	estudos	desta	unidade,	você	estará	apto	para	se	posicionar	
corretamente	no	âmbito	fiscal	que	o	envolve,	de	maneira	a	 tomar	as	melhores	decisões	
financeiras	e	poder	reivindicar	a	correta	utilização	dos	recursos	tributários,	os	quais,	por	sua	
vez, são arrecadados legalmente por parte dos poderes Executivo e Legislativo nas esferas 
federal, estadual e municipal.
8UNIDADE I Introdução aos Tributos
1 CONCEITO DE TRIBUTOS
O	Sistema	Tributário	é	um	conjunto	de	normas	e	instituições	que	têm	como	finali-
dade instituir e arrecadar os tributos, conforme a competência dos entes das unidades da 
Federação, isto é, da União, Estados (Distrito Federal) e Municípios.
As matérias Sistema Tributário e Finanças Públicas dividem um título completo da 
ConstituiçãoFederal, mais precisamente o título VI, que é composto dos artigos 145 a 169. 
Entre	os	artigos	145	a	162,	encontram-se	disposições	sobre	o	sistema	tributário	nacional,	
sendo	os	restantes	(artigos	163	a	169)	reservados	às	finanças.
A “Legislação Tributária” é entendida como o conjunto de normas que envolvem as-
suntos tributários. O art. 96 do CTN (Lei nº 5.172/66) traz a expressão “Legislação Tributária” 
com	o	destaque	de	que	compreende	as	leis,	os	tratados	e	as	convenções	internacionais,	os	
decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e 
as	relações	jurídicas	a	eles	pertinentes.
De acordo com o art. 3º do CTN (Lei nº 5.172/66), tributo é “toda prestação pecuniá-
ria compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção 
de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada”.
Assim,	a	fim	de	esclarecermos	o	conceito	de	tributo,	podemos	apresentar	tal	defi-
nição da seguinte forma:
9UNIDADE I Introdução aos Tributos
●	 “Prestação pecuniária”:	são	as	prestações	que	asseguram	ao	Estado	os	meios	
financeiros	de	que	necessita	para	a	consecução	de	seus	objetivos;
●	 “Compulsória”: o tributo nasce independentemente da vontade do contribuinte; 
●	 “Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”:	não	existe	a	figura	do	paga-
mento do tributo, que não em moeda corrente do país; 
●	 “Que não constitua sanção de ato ilícito”: a incidência do tributo é um ato lícito 
(difere-se de “penalidade”). As penalidades pecuniárias ou multas não se in-
cluem	no	conceito	de	tributo.	A	multa	por	infração	fiscal	é	considerada	sanção	
pela prática de ato ilícito e, portanto, não é tributo; 
●	 “Instituída por lei”: só a lei pode instituir o tributo, ou seja, nenhum tributo será 
exigido sem que a lei o estabeleça, conforme assegura o art. 150, inciso I, da 
CF; 
●	 “Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada”: a cobrança 
é administrativa e privativa, não pode ser realizada por outra pessoa e deve ser 
vinculada.
Neste contexto, vale destacar que o art. 3º do CTN, recepcionado com o status de 
lei	complementar,	traz	a	definição	de	tributos	exigida	pela	Constituição	Federal,	no	art.	146.	
Vejamos:
Art. 146. Cabe à lei complementar:
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especial-
mente sobre:
a)	 definição	 de	 tributos	 e	 de	 suas	 espécies,	 bem	 como,	 em	 relação	 aos	
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, 
bases de cálculo e contribuintes (BRASIL, 1988, on-line).
Resumidamente, tributo é uma prestação monetária compulsória, seja ela em 
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. Essa prestação é obrigatória e tem o dever de 
recolher valores em dinheiro para os cofres públicos. Dessa forma, há o direito do Poder 
Público de exigir o cumprimento dessa obrigação imposta por lei nacional. Assim, tributo 
não	é	uma	penalidade	que	o	Poder	Público	impõe	aos	cidadãos,	mas	sim	um	evento	lícito	
previsto em lei.
Ao analisarmos o art. 5º do CTN, vemos que o entendimento adotado pelo legisla-
dor, lá em 1966 (ano de publicação do CTN), foi a corrente tripartida, ou seja, havia apenas 
três	tributos:	impostos,	taxas	e	contribuições	de	melhoria.	Conforme	se	nota	no	art.	5º,	“os	
tributos	são	impostos,	taxas	e	contribuições	de	melhoria”	(BRASIL,	1966).
De acordo com os artigos 148/149 da Constituição Federal de 1988, os tributos 
passaram	a	ser	divididos	em	cinco	espécies:	impostos,	taxas,	contribuições	de	melhoria,	
10UNIDADE I Introdução aos Tributos
empréstimos	compulsórios	e	contribuições	especiais.	Nesse	contexto,	há	de	se	ressaltar	
uma importante alteração trazida pela Lei Complementar nº 104/2001, ao acrescentar o 
inciso XI ao art. 156 da Lei nº 5.172/1966 (CTN). O dispositivo prevê o seguinte:
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
[...]
XI	–	a	dação	em	pagamento	em	bens	imóveis,	na	forma	e	condições	estabe-
lecidas em lei (BRASIL, 1966, on-line).
Para	os	que	não	sabem,	dação	em	pagamento	significa	pagar	com	algo	que	não	
seja dinheiro. Assim, o contribuinte poderá quitar a sua dívida oferecendo bens imóveis, 
não	móveis,	ao	fisco.	Tal	hipótese	não	derroga	o	art.	3º	do	CTN,	tendo	em	vista	que	este	
afirma	que	a	quitação	do	tributo	pode	ser	feita	por	algo	que	possa	ser	expresso	em	moeda.	
No	entanto,	se	a	arrecadação	 tributária	 for	 insuficiente	ou	mal	administrada,	há	enorme	
risco de que os serviços prestados com essas receitas sejam falhos ou necessitem de 
um	financiamento	por	mecanismos	alternativos	(Operações	de	Crédito	por	Antecipação	da	
Receita	ou	FMI,	por	exemplo)	e	muito	mais	perigosos	para	a	saúde	financeira	do	Estado.	
Para	conhecermos	mais	sobre	as	formas	de	financiamentos,	segundo	Maria	e	Luchiezi	Jr	
(2010),	há	três	formas	de	financiamento	do	Estado,	as	quais	podem	ser:
● Via Emissão de moedas:	esse	modelo	de	financiamento	provoca	a	tão	“famo-
sa”	inflação,	pois	a	emissão	e	a	circulação	de	moeda	ocorrem	em	maior	nível	
com relação ao volume de bens e serviços produzidos pelo Estado.
● Por meio do endividamento: são gastos públicos superiores às receitas, 
destruindo a “saúde” do orçamento público. Assim, o Estado se torna cada vez 
mais dependente de novos empréstimos para fazer frente aos encargos e à 
amortização do principal da dívida já contraída, ou seja, quanto mais o tempo 
passa, maior se torna essa dívida. O Brasil é um bom exemplo desse tipo de 
financiamento,	pois,	segundo	o	Site	Folha	de	São	Paulo,	o	país	deve	bater	a	
marca de 87,3% de dívida pública com relação ao seu PIB.
● Pela geração de receitas próprias: são divididas em duas formas de receita - 
as originárias, que são provenientes do patrimônio estatal (prestação de serviço, 
alienação dos próprios bens, exploração de monopólios estatais, entre outros) 
e/ou as receitas derivadas, que são provenientes do Estado por meio de tributos 
ou	multas,	explorando-se	o	patrimônio	particular	para	financiar	suas	atividades.
Dessa	 forma,	o	 intuito	de	financiamento	do	Estado	deve	ser	 fundado	em	regras	
econômicas, as quais, por sua vez, apresentam um carácter socialmente justo e a geração 
de receitas próprias, pois um país que objetiva alcançar a erradicação da pobreza, a redu-
11UNIDADE I Introdução aos Tributos
ção da desigualdade social e a construção de uma sociedade livre, justa e solidária deve 
utilizar	o	sistema	tributário	como	mecanismo	de	repartição	de	recursos	financeiros.	
Para isso acontecer, há duas formas básicas: via gastos com programas sociais 
e via tributação, situação na qual são cobrados mais impostos das empresas e cidadãos 
que têm mais capacidade contributiva, diminuindo a carga dos mais pobres. O Imposto de 
Renda	é	um	grande	exemplo,	em	se	 tratando	de	 justiça	fiscal,	pois	apresenta	alíquotas	
estratificadas	por	faixa	de	renda,	comportando-se	de	forma	mais	“agressiva”	com	os	contri-
buintes	com	maior	capacidade	financeira,	onerando-os	muito	mais	em	relação	aos	menos	
desprovidos	de	recursos	financeiros.
A Receita Pública, contudo, é toda arrecadação em dinheiro que é administrada 
pelo Tesouro Nacional e, consequentemente, utilizada com intuito do investimento público e 
também para saldar as suas despesas. Essa arrecadação é originada por meio dos tributos 
pagos pelos cidadãos e empréstimos oferecidos pelo Governo, sendo constituída por dois 
tipos diferentes de receitas:
● As Receitas Públicas Originárias: são receitas públicas provenientes do 
patrimônio estatal, originando-se do próprio patrimônio público. Um grande 
exemplo desse tipo de receita é determinada venda de uma empresa pública 
que, por sua vez, origina receita para os cofres públicos, mediante essa venda, 
em licitação pública.
● As Receitas Públicas Derivadas: são receitas públicas que derivam do patrimônio 
particular (cidadãos) por meio de força, coação ou compulsão legal, podendo 
ser de forma tributária ou não tributária (multasde trânsito, por exemplo), sendo 
direcionadas aos cofres públicos (Tesouro Nacional).
12UNIDADE I Introdução aos Tributos
1.1 Conceito de Carga Tributária
Como	visto	anteriormente,	a	 função	principal	dos	 tributos	é	o	financiamento	das	
atividades e dos serviços do Estado, o qual tem a necessidade de arrecadar recursos para 
suprir essas necessidades coletivas que não podem depender exclusivamente do mercado, 
tais como saúde, educação, segurança, transporte, assistência social, entre outros (MARIA 
e LUCHIEZI JR, 2010).
Segundo	a	Receita	Federal	Brasileira,	a	Carga	tributária	é	definida	como	a	relação	
entre a soma da arrecadação federal, estadual e municipal, dividida pelo Produto Interno 
Bruto (PIB):
Carga tributária = Arrecadação Tributária
 Produto Interno Bruto
De formas simples, podemos entender a carga tributária brasileira como a relação 
entre tudo o que a sociedade paga em tributos dividido pela riqueza somada pelo governo.
A carga tributária é um indicador muito utilizado em todo o mundo para medir a 
relação entre o volume de recursos que o Estado obtém, provenientes da arrecadação dos 
tributos	da	sociedade	sob	a	forma	de	impostos,	tarifas,	taxas	e	contribuições,	para,	dessa	
forma,	financiar	as	atividades	que	se	encontram	dentro	do	quadro	de	sua	responsabilidade.	
O Produto Interno Bruto (PIB), por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços (incluindo 
desde o pãozinho da esquina até os carros e apartamentos mais luxuosos) produzidos em 
um	determinado	país,	subtraído	de	suas	importações	neste	mesmo	período.
13UNIDADE I Introdução aos Tributos
A seguir, pode-se observar a expressão matemática para cálculo do PIB:
PIB = Bens e Serviços Produzidos – Importações
Neste contexto, os bens e serviços produzidos em determinado país são calculados 
por meio da soma dos seguintes meios: consumo privado, totalidade de investimentos rea-
lizados	ao	longo	desse	período	de	tempo,	gastos	do	governo	e	o	volume	de	exportações.	
Dessa	forma,	para	obtermos	a	expressão	matemática	do	cálculo	do	PIB,	são	definidas	as	
seguintes letras para abreviaturas:
●	 C - Representa o consumo privado;
●	 I - Totalidade de investimentos;
●	 G - Gastos do Governo;
●	 X	-	Volume	das	exportações.
Em 2017, a Carga Tributária Bruta (CTB)1 atingiu 32,43% contra 32,29% em 2016, 
indicando variação positiva de 0,14 pontos percentuais. Essa variação resultou da combi-
nação dos acréscimos em termos reais de 0,99% do Produto Interno Bruto e de 1,4% da 
arrecadação tributária nos três níveis de governo.
Tabela 1 - Carga Tributária Brasileira (2016 e 2017)
Fonte: Brasil (s. d.).
1.2 Tributos Diretos e Indiretos, Regressivos e Progressivos
Os impostos podem ser segregados em diretos e indiretos:
a. Diretos
●	 são os tributos cujos contribuintes são os mesmos indivíduos que arcam com o 
ônus da respectiva contribuição;
●	 o ônus é exclusivamente do contribuinte (o contribuinte de fato é o de direito). 
14UNIDADE I Introdução aos Tributos
Ex.: Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Importação (II), Imposto sobre Expor-
tação (IEx), Imposto Territorial Rural (ITR), Imposto Transmissão Intervivos (ITBI), Imposto 
Predial Territorial Urbano (IPTU), Imposto Propriedade Veículos Automotivos (IPVA) etc.
b. Indiretos
●	 são os tributos cujo ônus os contribuintes podem transferir, total ou parcialmen-
te, para terceiros;
●	 são pagos pelo comprador, a empresa é somente a intermediária do imposto;
●	 existe	a	figura	do	contribuinte	de	fato	(aquele	que	efetivamente	está	pagando	o	
imposto - consumidor) e de direito (aquele que a lei determina que é o apurador, 
arrecadador - intermediário);
●	 o ônus não é do contribuinte de direito.
Ex.: IPI, ICMS e ISS, que são cobrados pelo Fisco (ente tributante) do Produtor e/ou 
Vendedor	(contribuinte	de	fato)	que	emite	a	nota	fiscal,	e	cujo	valor	do	tributo	é	transferido	
ao Comprador do produto/mercadoria/serviço (contribuinte de direito).
Neste	contexto,	vale	destacar	que	os	tributos,	também,	poderão	ser	classificados	
em Progressivos e Regressivos. Os Tributos regressivos são aqueles em que a alíquota 
diminui à proporção que os valores sobre os quais incide são maiores, ou seja, têm relação 
inversa ao nível de renda do contribuinte. Já os tributos progressivos são aqueles em que a 
alíquota aumenta à proporção que os valores sobre os quais incide são maiores, mantendo 
uma relação positiva com o nível de renda. Na medida em que a renda aumenta, o contri-
buinte paga mais imposto. Ex.: Tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, cuja alíquota 
varia de 15% a 27,5%, conforme a renda.
15UNIDADE I Introdução aos Tributos
1.3 Obrigação Tributária – Principal e Acessória
A obrigação tributária é a relação de Direito Público na qual o Estado (sujeito ati-
vo) pode exigir do contribuinte (sujeito passivo) uma prestação (objeto) nos termos e nas 
condições	descritas	na	lei	(fato	gerador).	Conforme	o	Código	Tributário	Nacional	(CTN),	a	
obrigação	tributária	é	tipificada	em	principal	e	acessória,	conforme	explicação	a	seguir:
●	 A principal, art. 113, § 1º, tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade 
pecuniária (em dinheiro). É a prestação à qual se obriga o sujeito passivo, é de 
natureza patrimonial.
●	 A acessória, art. 113, § 2º, é uma obrigação não patrimonial que decorre da 
legislação	tributária.	É	uma	obrigação	de	fazer,	não	fazer	e	tolerar.	Tem	como	fi-
nalidade	comprovar	a	existência	e	o	limite	das	operações	tributadas,	bem	assim	
a exata observância da legislação aplicável.
Ex.:	Emitir	nota	fiscal,	escriturar	um	livro,	inscrever-se	no	cadastro	de	contribuintes	
(de fazer); não receber mercadorias desacompanhadas da documentação legalmente exi-
gida	(não	fazer);	e	admitir	o	exame	de	livros	e	documentos	pelo	fiscal	(tolerar).
16UNIDADE I Introdução aos Tributos
1.4 Imunidade, Isenção e Suspensão do Crédito Tributário
De acordo com o art. 150, VI, da Constituição Federal (1988), não há tributação 
sobre:
• Patrimônio, renda ou serviços entre União, Estados, Distritos Federais e 
Municípios (ex.: o município não pode cobrar IPTU do Governo do Estado);
• Templos de qualquer culto;
•	Patrimônio,	renda	ou	serviços	de	partidos	políticos,	sindicatos	e	instituições	
de	educação	e	assistência	social	sem	fins	lucrativos;
• Livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão (BRASIL, 
1988, on-line).
A Isenção difere-se de Imunidade, uma vez que a Isenção concedida é temporária 
e deve ser estabelecida por lei. A Imunidade, por sua vez, é permanente e independe de lei 
ordinária, já que é estabelecida constitucionalmente.
1.4.1 Suspensão do Crédito Tributário
Após constituído o crédito tributário, por meio do competente lançamento, este 
passa a ser exigível, passível de inscrição em dívida ativa e executável. Todavia, pode o 
crédito tributário - devidamente constituído – ter sua exigibilidade suspensa nos termos do 
artigo 151 do Código Tributário Nacional. 
Suspender,	grosso	modo,	significa	paralisar	momentaneamente	e	depois	retomar	
de onde parou. Destarte, a causa suspensiva da exigibilidade do crédito é passageira e não 
induz a recontagem. É, pois, diferente da interrupção, uma vez que nesta - quando cessada 
causa interruptiva – a contagem reiniciará do zero.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10571538/artigo-151-da-lei-n-5172-de-25-de-outubro-de-1966
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984008/c%C3%B3digo-tribut%C3%A1rio-nacional-lei-5172-66
17UNIDADE I Introdução aos Tributos
De acordo com o artigo 151 do CTN, suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III	-	as	reclamações	e	os	recursos,	nos	termos	das	leis	reguladoras	do	proces-
so tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança;
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espé-
cies de ação judicial (Incluído pelaLcp nº 104, de 2001); 
VI – o parcelamento (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001). 
A hipótese de suspensão moratória versa sobre a dilação do prazo para pagamento 
do tributo. Logo, uma vez concedida, tem-se a extensão do prazo para adimplemento da 
obrigação tributária. A moratória é dada em circunstâncias excepcionais, como calamidade 
pública	e	desastres	naturais.	Vale	destacar	que	tais	situações	são	consideradas	excepcio-
nais pois – em regra – o ente público deve respeitar o princípio da indisponibilidade dos 
bens públicos, ou seja, ainda que não esteja renunciando o pagamento, o ente público 
reconhece que o seu retardamento impacta diretamente no orçamento.
O Parcelamento é a hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário in-
cluída ao CTN em 2001. Constitui instituto que visa a recuperação do crédito vencido. Deve 
ser	 instituído,	exclusivamente,	por	meio	de	 lei,	a	fim	de	 tentar	 recuperar	os	 tributos	que	
foram deixados de pagar. A lei dá benefício para incentivar o pagamento, como desconto 
na multa e juros e pagamentos em longo prazo. É diferente da moratória, pois, no parce-
lamento, o crédito já está vencido e, por isso, além da correção monetária, há a incidência 
de juros e multa.
Depósito de seu montante integral é a modalidade suspensiva do crédito tributá-
rio em que já há em andamento uma discussão administrativa ou judicial acerca do crédito. 
É um meio de suspender a exigibilidade do crédito tributário enquanto se discute a obriga-
ção tributária principal.
Reclamações	e	recursos	nos	termos	do	processo	administrativo	tributário	consiste	
na modalidade de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, em razão do processo 
administrativo iniciado.
Concessão de medida liminar ou tutela antecipada em mandado de segurança e 
outras espécies de ação judicial trata-se da concessão da liminar, igualmente, suspende a 
exigibilidade do crédito tributário, mas não cessa a correção monetária. Vale destacar que 
no direito tributário, é utilizado o termo “liminar” para qualquer decisão de cognição sumária.
Resumidamente, estas são as cinco hipóteses dispostas no art. 151 do CTN, capa-
zes de suspender a exigibilidade do crédito tributário, impedindo, durante a causa suspen-
siva, qualquer ato de cobrança.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984008/c%C3%B3digo-tribut%C3%A1rio-nacional-lei-5172-66
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10571538/artigo-151-da-lei-n-5172-de-25-de-outubro-de-1966
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984008/c%C3%B3digo-tribut%C3%A1rio-nacional-lei-5172-66
18UNIDADE I Introdução aos Tributos
1.5 Substituição Tributária
A modalidade de substituição tributária se dará por diferimento ou antecipação. 
A substituição por diferimento dar-se a quando o lançamento e o pagamento do imposto 
incidente sobre determinada operação ou prestação forem adiados para uma etapa pos-
terior, atribuindo-se a responsabilidade pelo pagamento do imposto diferido ao adquirente 
ou destinatário da mercadoria ou ao usuário do serviço na condição de sujeito passivo por 
substituição vinculado à etapa posterior de comercialização do produto.
Como exemplo, há as saídas internas de petróleo do estabelecimento produtor com 
destino	ao	refinador	(REFINARIA-PETROBRAS),	em	que	o	ICMS	devido	nessa	operação	
de saída tem seu lançamento e apuração transferidos para o momento da saída dos produ-
tos	resultantes	do	refino	dessa	matéria	prima	sob	a	responsabilidade	do	estabelecimento	
refinador.
A substituição tributária por antecipação, por sua vez, ocorrerá quando o contribuinte 
é	responsável	pelo	lançamento	e	recolhimento	do	ICMS	devido	na	operação	ou	operações	a	
serem realizadas pelos adquirentes das mercadorias ou dos serviços prestados, vinculados 
à etapa posterior de comercialização, aplicando a alíquota interna sobre base de cálculo 
acrescida da MVA (Margem de Valor Adicional).
De	uma	maneira	simplificada,	diz-se	que,	na	substituição	tributária	subsequente,	o	
primeiro	contribuinte	da	cadeia	produtiva	fica	responsável	pela	retenção	e	o	pagamento	do	
19UNIDADE I Introdução aos Tributos
imposto	referente	às	operações	subsequentes,	ou	seja,	o	sujeito	passivo	recolhe	dois	im-
postos,	aquele	devido	pelas	operações	próprias	e	o	devido	pelas	operações	subsequentes.
Com exemplo, há a AMBEV, produtora de bebidas (cervejas e refrigerantes), que 
recolhe	dois	 impostos:	aqueles	devidos	de	suas	operações	próprias,	que	é	a	venda	pro-
priamente dita ao comprador, no dia 9 de cada mês, chamado de ICMS normal; também, 
por	estar	vendendo	produto	da	substituição	tributária,	o	 imposto	devido	pelas	operações	
subsequentes,	ou	seja,	o	imposto	até	o	consumidor	final,	chamado	de	ICMS-ST,	no	dia	25	
de cada mês.
REFLITA
Após	esta	abordagem	sobre	o	tema	tributos,	fica	evidente	que	não	devemos	nos	pautar	
exclusivamente no valor que pagamos em tributos (em países desenvolvidos, a arreca-
dação é muito próxima ou até maior que a brasileira), mas, sim, na maneira como esses 
tributos são coletados e distribuídos à população. 
Além da enorme desigualdade na distribuição dos bens e serviços, o Brasil ainda en-
frenta um problema que está enraizado desde seu surgimento que é a tão famosa cor-
rupção,	pois	bilhões	e	bilhões	de	reais	são	desviados	aos	bolsos	dos	políticos	e	tirados	
das escolas, dos hospitais, dos abrigos, do investimento em saneamento básico, dentre 
outros.
Fonte: o autor.
20UNIDADE I Introdução aos Tributos
SAIBA MAIS
O consumidor brasileiro, ao adquirir um celular, por exemplo, acaba pagando por um 
valor que é composto pelo preço de custo somado aos impostos (tributos federais) e à 
margem de lucro que o empresário e proprietário da loja decide obter. Nos países de-
senvolvidos,	o	valor	final	dos	produtos	é	composto	apenas	pelo	preço	de	custo	somado	
à margem de lucro, pois a tributação, nesses países, incide principalmente sobre a ren-
da dos trabalhadores. 
Assim, o indivíduo, ao receber o seu salário, já paga a porcentagem de tributos, cabendo 
a	ele	usar	como	quiser.	Na	compra	de	um	carro,	por	exemplo,	ficaria	muito	mais	barato	
pagar os tributos referentes ao seu salário e não referentes ao valor do automóvel, por 
isso os veículos motores nos países desenvolvidos são tão mais baratos. 
Confira	no	link	abaixo	um	quadro	da	receita	da	fazenda	com	os	tributos	pagos	pelo	con-
sumidor dos principais produtos adquiridos. 
Link: http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/EducacaoFiscal/PrimeiroSeminario/22CARGATRIBUTA-
RIAPRODUTOSDECONSUMOPOPULAR.pdf
http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/EducacaoFiscal/PrimeiroSeminario/22CARGATRIBUTARIAPRODUTOSDECONSUMOPOPULAR.pdf
http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/EducacaoFiscal/PrimeiroSeminario/22CARGATRIBUTARIAPRODUTOSDECONSUMOPOPULAR.pdf
21UNIDADE I Introdução aos Tributos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos	últimos	anos,	 tem-se	observado	dificuldades	pelas	empresas	em	buscarem	
um	meio	estratégico	para	reduzir	seus	custos	e	aprimorar	a	atividade	financeira.	Em	meio	a	
um ambiente competitivo de negócios, um dos encargos que mais oneram o desempenho 
das	organizações	são	os	tributos,	de	modo	que	estes	são	recolhidos	pelas	organizações	
conforme o seu faturamento e enquadramento tributário.
Os	 tributos	 influenciam	 diretamente	 nos	 custos	 da	 organização	 no	 dia-a-dia	 e,	
consequentemente,	 nos	 resultados	econômicos	e	 financeiros,	 pois	 refletem	na	 vida	das	
empresas	de	forma	que	o	seu	desenvolvimento	não	seja	suficiente	para	alcançar	os	obje-
tivos. Em um mercado cada vez mais dinâmico, o Planejamento Tributário tornou-se uma 
ferramenta	indispensável	para	as	organizações,	pois	devido	à	complexidade	da	legislação	
brasileira,	constituída	por	 inúmeras	 leis	e	constantes	alterações,	verifica-se	a	ocorrência	
de	dificuldade	na	interpretação	íntegra	pelos	gestores,	além	de	se	manterem	atualizados	
perante	aslegislações	aplicáveis	no	que	se	refere	às	diversas	influências	relacionadas	à	
gestão empresarial.
22UNIDADE I Introdução aos Tributos
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Manual da Contabilidade Tributária – 9ª Edição
Autor: Paulo Henrique Pêgas
Sinopse: para entender como apurar e conciliar os tributos. Com 
explicações	sobre	como	fazer	cálculos,	o	Manual	de	Contabilidade	
Tributária conta com mais de 400 exercícios de múltipla escolha 
e apresenta a fundamentação legal de cada imposto e de cada 
contribuição. Além de apresentar os aspectos mais importantes 
dos principais tributos do Brasil e trazer um pouco da parte prática 
sobre legislação aplicada, o autor adaptou o manual de consulta 
às normas internacionais e uniu a complexa legislação tributária 
brasileira à contabilidade moderna. São 40 capítulos divididos em 
oito partes para facilitar a leitura. O livro é um manual de consulta 
para	o	profissional,	além	de	ser	usado	como	base	para	o	estudante.	
Link: http://bit.ly/pegas-contabilidade
FILME/VÍDEO
Título: Margin	Call	-	O	dia	antes	do	fim.
Ano: 2011
Sinopse: Peter Sullivan, Seth Bregman (Penn Badgley) e Will 
Emerson trabalham no setor de recursos humanos de uma empre-
sa, sendo responsáveis pelos trâmites burocráticos da demissão 
dos funcionários. Um dos demitidos é Eric Dale, que entrega a 
Peter um pendrive contendo um projeto no qual estava trabalhan-
do. Peter conclui o projeto em casa e descobre que ele excede 
os níveis históricos de volatilidade com os quais seu empregador 
trabalha.	Quando	o	projeto	entra	em	funcionamento,	logo	as	ações	
da empresa caem 25%. A situação faz com que os executivos que 
comandam a empresa se reúnam para encontrar uma solução o 
mais rapidamente possível.
http://bit.ly/pegas-contabilidade
23
Objetivos de Aprendizagem:
●	 Compreender os principais tributos arrecadados por cada ente federado; 
●	 Conhecer os tipos e espécies tributárias;
●	 Entender os conceitos básicos de legislação tributária aplicada a cada tributo;
Plano de estudo:
●	 1 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – UNIÃO
●	 1.1 Impostos Sobre a Renda – IR
●	 1.2 Imposto Aobre Produtos Industrializados - IPI
●	 1.3 Contribuição Social sobre Lucro Líquido - CSLL
●	 1.4 Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para a Seguridade Social (CO-
FINS) e Contribuição para a Previdência Social (CPS)
●	 2 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
●	 2.1	Imposto	Sobre	Operações	Relativas	a	Circulação	de	Mercadorias	e	Sobre	Presta-
ções	de Serviços	de	Transporte	Interestadual	e	Intermunicipal	e	de	Comunicações	-	ICMS
●	 2.1.1 Competência, fato gerador e base de cálculo do ICMS
●	 2.1.2 Alíquota do ICMS
●	 3 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – MUNICIPAL
●	 3.1 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN
●	 3.2 Alíquota ISS
UNIDADE II
Competência Tributária
Professor Heric Garcia
24UNIDADE II Competência Tributária
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Conhecer os tributos incidentes sobre o negócio é fundamental para o sucesso da 
empresa,	assim	como	é	importante	identificar	o	impacto	dos	tributos	na	apuração	do	resul-
tado. Com a alta carga tributária e para assegurar a lucratividade, as empresas buscam 
diminuir os custos e pagar menos impostos. Dentro deste contexto, algumas empresas 
acabam	praticando	a	sonegação	fiscal	como	forma	de	garantir	a	sua	permanência	no	mer-
cado, sendo que este ato é ilegal e constitui em crime, sujeito a multas com valores altos e 
demais	implicações.	
Diante deste cenário, é importante implantar um planejamento tributário, que pro-
porcione o entendimento sobre o assunto e o acompanhamento contínuo das mudanças 
na legislação tributária, podendo encontrar meios legais de reduzir custos relacionados aos 
tributos, visto que eles interferem nas atividades das empresas, desde a compra de matéria 
prima	com	o	fornecedor	até	a	parte	final	de	formação	do	preço	de	venda	dos	produtos	ou	
prestação de serviços, variando ainda em função do local no qual a empresa esteja situada, 
se tratando de alguns tributos estaduais e municipais.
Neste módulo, abordaremos as principais características do Imposto de Renda, Im-
posto sobre Produtos Industrializados, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, Imposto 
sobre Circulação de Mercadoria e Serviços e o Imposto sobre Serviço, apresentando seus 
fatos geradores, base de cálculo e alíquotas.
25UNIDADE II Competência Tributária
1 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – UNIÃO
A Constituição Federal não cria tributos, mas, sim, outorga competência para que 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio de lei, o façam. Desse 
modo,	é	possível	afirmar	que	competência	tributária	é	o	poder	ou	aptidão,	outorgado	cons-
titucionalmente aos entes políticos, para que editem leis que instituem tributos.
A Constituição Federal atribui a competência tributária aos entes políticos em seus 
artigos	153	a	156	e	outorga	a	cada	qual	o	poder	de	instituir	e	cobrar	exações	tributárias,	
devendo às pessoas jurídicas de Direito Público atuar nos ditames constitucionais, bem 
como nos limites de suas respectivas parcelas de poder.
A competência tributária se distingue da competência legislativa plena, artigo 6º do 
Código Tributário Nacional, também denominada de competência concorrente, vez que esta 
é genérica, pois atribui aos entes políticos a competência para legislarem sobre matérias de 
Direito Tributário, consoante delineia o artigo 24 da Constituição Federal. Já a competência 
tributária é restrita à atribuição constitucional do poder de instituição de tributos. Não se 
tratando do foco do presente trabalho, cumpre apenas mencionar que a competência le-
gislativa concorrente está sistematizada no artigo 24, §§ 1º ao 4º, da Constituição Federal.
26UNIDADE II Competência Tributária
1.1 Impostos Sobre a Renda – IR
O Imposto de Renda é mais um dos impostos de competência da União, previsto 
no	art.	153,	III,	da	CF/88.	Trata-se	de	imposto	com	finalidade	fiscal,	pois	o	objetivo	da	sua	
instituição é arrecadar recursos para o Estado. Neste artigo da Constituição, o legislador 
constituinte estabeleceu que o IR será informado pelos critérios de generalidade, universa-
lidade e progressividade, na forma da lei. 
● Generalidade:	significa	dizer	que	a	tributação	alcança	todas	as	pessoas.
● Universalidade:	significa	dizer	que	a	tributação	alcança	todas	as	espécies	de	
rendimentos.
● Progressividade:	significa	tributar	com	alíquotas	maiores	(progressivas)	rendi-
mentos mais elevados.
O fato gerador do imposto sobre a renda está fundamentado no artigo 43 do Código 
Tributário Nacional. Vejamos:
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos 
de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade 
econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combi-
nação de ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos 
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.
No tocante à base de cálculo do IR, o artigo 44 do CTN prevê que é o montante 
“real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis”. Nesse ponto, é válido 
27UNIDADE II Competência Tributária
destacar que o CTN apenas discriminou a base de cálculo aplicável ao Imposto de Renda 
das Pessoas Jurídicas. No entanto, como é sabido, tal imposto incide também sobre os 
rendimentos auferidos pelas pessoas físicas.
Em relação aos contribuintes do IR, o artigo 45 do CTN destaca que o contribuinte 
do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir 
a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos 
proventos tributáveis.
SAIBA MAIS
De acordo com o CTN, o conceito de renda pode ser entendido como produto do capital, 
do trabalho ou da combinação do trabalho e do capital. 
● Produto do capital: Jorge é acionista de uma grande empresa e recebe divi-
dendos decorrentes do lucro auferido por esta. Trata-se de produtodo capital, 
do dinheiro por ele investido na sociedade.
● Produto do trabalho:	Jorge	é	empregado	de	um	posto	de	gasolina.	Ao	final	do	
mês, recebe o produto do seu trabalho, ou seja, seu salário.
● Combinação de produto do capital com produto do trabalho: Jorge montou 
uma	 lanchonete,	onde	exerce	a	 função	de	sócio	e	administrador.	Ao	final	do	
mês, ele recebe rendimentos decorrentes do seu trabalho e do seu capital nela 
investido.
Fonte: O autor.
28UNIDADE II Competência Tributária
1.2 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
De acordo com o art. 46 do Código Tributário Nacional, o imposto, de competência 
da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador:
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do 
artigo 51;
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado 
o	produto	que	tenha	sido	submetido	a	qualquer	operação	que	lhe	modifique	a	
natureza	ou	a	finalidade,	ou	o	aperfeiçoe	para	o	consumo.
Resumidamente, são três os fatos geradores do IPI: a) o desembaraço aduaneiro, 
caso o produto seja de procedência estrangeira; b) a saída do produto industrializado do 
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial; c) a arrematação, quando apreendido 
ou abandonado e levado a leilão.
De acordo com a legislação do IPI, o importador, ao revender os produtos impor-
tados do exterior, se submete a duas incidências do imposto: uma na importação, com 
o desembaraço aduaneiro, e outra na revenda de tais produtos, com a saída deles do 
estabelecimento do importador.
A lógica da segunda incidência consiste na equiparação do estabelecimento im-
portador	à	industrial,	tornando-se	contribuinte	do	IPI	pela	segunda	vez,	afinal,	podem	ser	
contribuintes do IPI não só o estabelecimento industrial, mas também os que a lei a este 
equiparar.
29UNIDADE II Competência Tributária
Além disso, a Constituição Federal de 1988, também, estabeleceu no art. 153, § 3º, 
da CF/88, os seguintes regramentos para o IPI:
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação 
com o montante cobrado nas anteriores;
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo 
contribuinte do imposto, na forma da lei (BRASIL, 1988, on-line).
Anteriormente, vimos que há três fatos geradores para o IPI, correto? Para cada 
um	desses	fatos	geradores,	o	CTN	estabeleceu	uma	base	de	cálculo	específica.	Vejamos	
o que diz o art. 47 deste Código:
Art. 47. A base de cálculo do imposto é:
I	 -	no	caso	do	 inciso	I	do	artigo	anterior,	o	preço	normal,	como	definido	no	
inciso II do artigo 20, acrescido do montante:
a) do imposto sobre a importação;
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País;
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigí-
veis;
II - no caso do inciso II do artigo anterior:
a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria;
b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da 
mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente;
III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação.
Quanto aos contribuintes do IPI, o art. 51 do CTN, esclarece:
Art. 51. Contribuinte do imposto é:
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos con-
tribuintes	definidos	no	inciso	anterior;
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.
30UNIDADE II Competência Tributária
1.3 Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL)
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) foi instituída pela Lei no 
7.689/1988 e tem a mesma base de cálculo que o Imposto de Renda – Pessoa Jurídica 
(IRPJ). Entretanto, ao contrário do IRPJ, a arrecadação da CSLL não contribui para o Fun-
do de Participação dos Estados (FPE), nem para o Fundo de Participação dos Municípios 
(FPM). Sendo assim, do ponto de vista teórico, a CSLL é um imposto sobre o lucro das 
empresas. Porém, do ponto de vista do pacto federativo, é um imposto cuja arrecadação 
pertence totalmente à União. 
A CSLL pode ter impactos na decisão de inovação, no investimento e no cresci-
mento da economia. Pelo lado do pacto federativo, o fato de essa contribuição não entrar 
no cômputo das transferências pode levar a União a preferir reajustar alíquotas da CSLL, 
em	vez	de	alíquotas	do	IRPJ.	A	alíquota	da	CSLL	é	de	9%;	porém,	no	caso	de	instituições	
financeiras	e	empresas	de	seguro	privados	e	capitalização,	a	alíquota	é	de	15%.	A	base	de	
cálculo dessa contribuição pode ser o lucro auferido ou o lucro presumido, a depender da 
opção	da	empresa	para	fins	do	Imposto	de	Renda	–	Pessoa	Jurídica.	
As empresas que trabalham com lucro apurado pagam a CSLL em cima do valor 
auferido do lucro. Caso a empresa tenha optado pelo lucro presumido para o IRPJ, a contri-
buição	também	incidirá	sobre	o	lucro	presumido,	especificamente	12%	da	receita	bruta	nas	
atividades comerciais e industriais, bem como nos serviços hospitalares e de transportes. 
Para a prestação de serviços em geral – exceto a de serviços hospitalares e de transporte 
31UNIDADE II Competência Tributária
–, intermediação de negócios e administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis 
e direitos de qualquer natureza, o lucro presumido equivale a 32% da receita bruta. 
À base de cálculo, ainda devem ser adicionados: os ganhos de capital, as demais 
receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não compreendidas na atividade; 
os	rendimentos	e	os	ganhos	líquidos	auferidos	em	aplicações	financeiras	de	renda	fixa	e	
renda	variável;	o	resultado	do	cálculo	do	preço	de	transferência,	decorrentes	de	operações	
externas de exportação ou mútuo, com empresas vinculadas ou domiciliadas em países 
com tributação favorecida. Nessa hipótese, será somada 12% da diferença da receita de 
exportações	e	o	valor	integral	da	receita	com	mútuo	apurados,	segundo	as	regras	do	IRPJ.
1.4 Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para a Seguridade Social (CO-
FINS) e Contribuição para Previdência Social (CPS)
O PIS (Programa de Integração Social) e o PASEP (Programa de Formação do 
Patrimônio do Servidor Público) foram instituídos pelas Leis Complementares nº 07 e 08 
de	1970,	respectivamente.	A	Lei	9.715/98	trouxe	novas	regras	a	estas	contribuições.	Já	a	
COFINS	foi	instituída	pela	Lei	Complementar	n°	70/91.	Com	relação	a	estas	contribuições,	
necessário se faz trazer um histórico do regime de incidência, principalmente no que se 
refere aos seus critérios materiais.
A redação original da CF/88 dispunha, no artigo 195, inciso I, que 
a	seguridade	social	será	financiada	por	toda	a	sociedade,	de	forma	direta	e	
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes 
contribuições	 sociais:	 I	 —	 dos	 empregadores,	 incidente	 sobre	 a	 folha	 de	
salários, o faturamento e o lucro (BRASIL, 1988, on-line).
Nota-se	que,	na	sua	redação	original,	a	CF	autorizava	a	instituição	de	contribuições	
que tivessem por critério material e base de cálculo o faturamento da pessoa jurídica. Neste 
mesmo sentido, dispunham as leis do PIS/PASEP e COFINS. 
A Lei nº 9.715/98 dispunha, no seu art. 2º, que a contribuição para o PIS/PASEP 
será apurada mensalmente pelas pessoas jurídicas de direito privado [...] com base no 
faturamento	do	mês.	Já	o	art.	3º	definia	que	se	considera	faturamento	a	receita	bruta	prove-
niente	da	venda	de	bens	nas	operações	de	conta	própria,	do	preço	dos	serviços	prestados	
e	do	resultadoauferido	nas	operações	de	conta	alheia.
No	que	diz	respeito	à	COFINS,	o	artigo	2°	da	Lei	Complementar	n°	70/91	dispõe	
que a contribuição incidirá sobre o faturamento mensal, “assim considerado a receita bruta 
das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza”. 
32UNIDADE II Competência Tributária
Portanto, tanto pela redação original da CF/88 quanto pelas leis reguladoras do 
PIS/PASEP	e	da	COFINS,	o	critério	material	e	a	base	de	cálculo	destas	contribuições	eram	
o faturamento da pessoa jurídica; assim entendido, a receita bruta advinda da venda de 
mercadorias ou da prestação de serviços. Diante disso, não era toda e qualquer receita 
que estava submetida à incidência do PIS/PASEP e da COFINS, mas somente aquelas 
auferidas em contrapartida à venda de bens e prestação de serviços. Todas as demais 
receitas,	portanto,	não	deveriam	entrar	na	base	de	cálculo	destas	contribuições.
Ocorre que a Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, trouxe regra diversa àquela 
até	então	praticada.	Segundo	o	artigo	2º	desta	lei,	as	contribuições	para	o	PIS/PASEP	e	
a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base 
no seu faturamento. Até aí não havia incompatibilidade com o disposto pela Constituição 
Federal nem com a regra estampada na lei 9.715/98 e na LC 70/91. Ocorre que o artigo 3º 
e seu parágrafo primeiro conceituam faturamento como receita bruta da pessoa jurídica, 
entendida como “a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevan-
tes	o	tipo	de	atividade	por	ela	exercida	e	a	classificação	contábil	adotada	para	as	receitas”,	
ou	seja,	pela	redação	deste	dispositivo,	o	conceito	de	faturamento	não	deveria	mais	ficar	
restrito à receita bruta advinda da venda de mercadorias ou da prestação de serviço, mas 
deveria passar a ser considerado como a totalidade das receitas auferidas pela pessoa 
jurídica.
Percebe-se, portanto, que o disposto no referido artigo ampliou o conceito de fatura-
mento daquele até então praticado. Se, até então, a incidência do PIS/PASEP e COFINS se 
dava somente sobre a receita bruta da venda de mercadorias e da prestação de serviços, a 
partir	da	Lei	nº	9.718/98,	passou-se	a	admitir	a	incidência	destas	contribuições	sobre	toda	e	
qualquer receita auferida pela pessoa jurídica, seja decorrente de sua atividade operacional 
ou não.
Ocorre que, conforme vimos, a redação da Constituição vigente à época da Lei 
nº 9.718/98 somente permitia contribuição social sobre o faturamento da pessoa jurídica, 
conforme artigo 195. Assim, a Emenda Constitucional n° 20, de 15 de dezembro de 1998, 
modificou	dito	dispositivo,	no	sentido	de	permitir	a	instituição	de	contribuição	social	não	só	
sobre o faturamento, mas também sobre a receita da pessoa jurídica.
33UNIDADE II Competência Tributária
Figura 1	-	Alterações	da	Lei	9.718/98
Fonte: Brasil (1988).
Por	fim,	com	relação	aos	sujeitos	passivos	das	contribuições,	o	art.	1°	da	LC	70/91	
dispõe	que	a	COFINS	é	devida	pelas	pessoas	jurídicas	inclusive	as	a	elas	equiparadas	pela	
legislação	do	imposto	de	renda.	Já	o	art.	2°	da	Lei	9.715/98	dispõe	que	o	PIS	será	devido	
pelas pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação 
do imposto de renda, inclusive as empresas públicas e as sociedades de economia mista 
e suas subsidiárias, com base no faturamento do mês, e pelas pessoas jurídicas de direito 
público interno, com base no valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das trans-
ferências correntes e de capital recebidas.
34UNIDADE II Competência Tributária
2 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – ESTADOS E DISTRITO FEDERAL
2.1 Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Pres-
tações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações 
(ICMS)
A Constituição Federal de 1988 permitiu aos Estados e ao Distrito Federal insti-
tuírem	o	 Imposto	 sobre	operações	 relativas	à	Circulação	de	Mercadorias	e	Serviços	de	
transporte	intermunicipal	e	interestadual	e	de	comunicações	(ICMS),	conhecido	antes	como	
ICM e hoje como ICMS.
A	Constituição	Federal	dispõe	sobre	o	ICMS	no	capítulo	do	Sistema	Tributário	Na-
cional. O Art. 155 da Constituição Federal trata inicialmente da autorização para cobrança 
dos impostos estaduais, sendo o ICMS autorizado no Inciso II, conforme destaque a seguir:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
II	-	Operações	relativas	à	circulação	de	mercadorias	e	sobre	prestações	de	
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda 
que	as	operações	e	as	prestações	se	iniciem	no	exterior;	(Redação	dada	pela	
Emenda Constitucional nº 3, de 1993).
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é um tributo esta-
dual que incide sobre produtos de diferentes tipos, desde eletrodomésticos a parafusos, e 
que se aplica tanto à comercialização dentro do país como a bens importados.
Na prática, esse imposto é cobrado de forma indireta, ou seja, seu valor é adiciona-
do ao preço do produto comercializado ou do serviço prestado. Ao vender uma mercadoria 
35UNIDADE II Competência Tributária
ou realizar alguma operação em que se aplique o ICMS, é efetuado o fato gerador quando 
a titularidade deste bem ou serviço passa para o comprador, ou seja, o tributo só é cobrado 
quando a mercadoria é vendida ou o serviço é prestado para o consumidor, que passa a ser 
o titular deste item ou do resultado da atividade realizada.
2.1.1 Competência, fato gerador e base de cálculo do ICMS
É um imposto de competência dos Estados/Distrito Federal que incide sobre produtos 
de diferentes tipos, desde um automóvel a uma pipoca, e que se aplica tanto em relação à 
comercialização	dentro	do	país,	quanto	a	importações	de	bens	e	serviços	do	exterior.
De acordo com o artigo 155, inciso II, da Constituição Federal, compete aos Es-
tados	 e	 ao	Distrito	 Federal	 instituir	 impostos	 sobre	 operações	 relativas	 à	 circulação	 de	
mercadorias	e	sobre	prestações	de	serviços	de	transporte	interestadual	e	intermunicipal	e	
de	comunicação,	ainda	que	as	operações	e	as	prestações	se	iniciem	no	exterior.
O ICMS, conforme previsão constitucional, teve suas regras básicas, em nível 
nacional, reguladas pelo convênio ICM nº 66/88, o qual foi revogado em 13 de setembro de 
1996 pela Lei Complementar nº 87 (conhecida do público como Lei Kandir), que passou a 
balizar	o	assunto,	juntamente	com	os	convênios	firmados	entre	os	Estados.
Conforme a Lei Kandir, o fato gerador do ICMS corresponde à circulação de mer-
cadorias ou à prestação de determinados serviços, o que de acordo com o Art. 2º da LC 
87/96 compreende:
• saída de mercadorias, a qualquer título, de estabelecimento de contribuinte, 
comercial, industrial ou produtor, ainda que para outro estabelecimento do 
mesmo titular;
• prestação de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal e de 
comunicações	e	telecomunicações	(a	partir	da	CF/88);
• entrada de mercadorias importadas no estabelecimento de contribuinte, 
comercial, industrial ou produtor, e ainda que se trate de mercadorias para 
consumo ou bem do ativo imobilizado;
• fornecimento de mercadoria com prestação de serviços não compreendidos 
na competência tributária dos municípios;
• outros itens de incidência consulte o Art. 2º da LC 87/96.
A base de cálculo do ICMS, de modo geral, é o valor da operação com mercado-
rias, incluindo importâncias acessórias, tais como seguros e fretes pagos pelo comprador, 
excluídos os descontos incondicionais.
Sua base de cálculo está diretamente relacionada com a natureza da operação. O 
ICMS é um imposto “por dentro”, diferentemente do IPI, que é “por fora”, ou seja, o ICMS 
integra a sua própria base de cálculo, que é o valor da mercadoria incluindo importâncias 
acessórias.
36UNIDADE II Competência Tributária
2.1.2 Alíquota do ICMS
O ICMS é um imposto que tem muitas particularidadesna determinação da alí-
quota. A alíquota interna é determinada individualmente em cada Estado pela legislação 
estadual.	A	definição	da	alíquota	 interestadual	é	de	competência	do	Senado	Federal,	ou	
seja,	o	Senado	é	o	órgão	responsável	pela	definição	das	alíquotas	aplicadas	nas	operações	
interestaduais,	 bem	assim	fixar	 alíquotas	máximas	e	mínimas.	Vejamos	o	que	dispõe	o	
inciso V, Art. 115, da CF/88:
É facultado ao Senado Federal:
(a) estabelecer	alíquotas	mínimas	nas	operações	internas	[...]	
(b) fixar	alíquotas	máximas	nas	operações	para	resolver	conflito	específico	
que envolva interesse de Estados [...] (BRASIL, 1988, on-line).
37UNIDADE II Competência Tributária
3 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – MUNICÍPIOS
3.1 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN);
O	 Imposto	sobre	Serviços	de	Qualquer	Natureza,	 identificado	por	alguns	com	a	
sigla ISSQN – ou, simplesmente, ISS – é um tributo de competência dos Municípios e do 
Distrito Federal, conforme previsto no artigo 156 da Constituição Federal (CF) de 1988. 
É	a	Lei	Complementar	 (LC)	nº	116,	de	31/07/2013,	com	as	alterações	 trazidas	pela	Lei	
Complementar (LC) nº 157, de 29/12/2016, que trata desse tributo de forma geral nas 
unidades da Federação do Brasil. 
A cobrança do ISS, prevista no artigo 156 da CF/1988 e tratada, hoje, pela LC 
116/2013, é regulamentada por leis municipais editadas por cada um dos Municípios que 
compõem	a	unidade	Federativa	do	Brasil,	identificadas	como	Código	de	Rendas	dos	Muni-
cípios. É um tributo de competência dos municípios, que incide sobre os serviços prestados 
pelas	empresas	–	pessoas	jurídicas	–	ou	pelos	profissionais	autônomos,	desde	que	o	fato	
gerador do serviço não seja de competência tributária do Estado ou União.
O	ISS	tem	sua	estrutura	básica	definida	na	Constituição	Federal,	que	estabelece:
a. competência aos municípios para instituir a cobrança do imposto;
b. prestação de serviços como fato gerador da respectiva obrigação tribu-
tária;
c. o preço do serviço como base de cálculo do imposto;
d. o prestador de serviço como contribuinte;
e. os	 serviços	 onerados	 pelo	 imposto	 municipal	 são	 os	 definidos	 em	 lei	
complementar,	não	podendo	fazer	parte	da	lista	os	serviços	que	ficaram	
38UNIDADE II Competência Tributária
na competência dos Estados, como os serviços de transporte interesta-
dual e intermunicipal e de comunicação (ICMS); 
f. a necessidade de lei complementar federal para regular a forma e as con-
dições	como	isenções,	incentivos	e	benefícios	fiscais	serão	concedidos	e	
revogados. (Art. 156 da CF/1998).
O fato gerador do ISS é a prestação de serviços constantes da lista anexa 
à Lei Complementar nº 116/03, ainda que esses não se constituam como atividade 
preponderante do prestador. O que faz nascer a obrigação tributária de pagar o imposto é 
a prestação de serviço, qualquer que seja sua denominação.
O ISS tem como fato gerador a prestação de serviços constante da lista anexa 
à LC 116/2003, mesmo nos casos em que tais serviços não se constituam em atividade 
preponderante do prestador. O ISS também incide sobre o serviço proveniente do exterior 
ou cuja prestação de serviço se tenha iniciado no exterior.
Vejamos o que diz art. 1º da LC 116/2003:
Art. 1º O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de compe-
tência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador 
a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que es-
ses não se constituam como atividade preponderante do prestador. 
§ 1º O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País 
ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País.
§	 2º	 Ressalvadas	 as	 exceções	 expressas	 na	 lista	 anexa,	 os	 serviços	
nela	 mencionados	 não	 ficam	 sujeitos	 ao	 Imposto	 Sobre	 Ope-
rações	 Relativas	 à	 Circulação	 de	 Mercadorias	 e	 Prestações	 de	
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comu-
nicação ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de 
mercadorias.
§ 3º O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os 
serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explo-
rados economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com 
o	pagamento	de	tarifa,	preço	ou	pedágio	pelo	usuário	final	do	serviço.
§ 4º A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço 
prestado.
Destaca-se que a incidência do ISS não depende da denominação dada ao serviço 
prestado. O ISS também incide sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens 
e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou con-
cessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário.
Com relação às não incidências do ISS: 
 = Não incide sobre a prestação de serviços para o exterior (art. 2º, I, da LC 
116/03 c/c art. 156, § 3º, II);
 = Não incide sobre a prestação de serviços em relação de emprego, dos 
trabalhadores avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo 
ou	de	conselho	fiscal	de	sociedades	e	fundações,	bem	como	dos	sócios-
gerentes e dos gerentes-delegados (art. 2º, II, da LC 116/03);
 = Não incide sobre o valor intermediado no mercado de títulos e valores mo-
biliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos 
moratórios	 relativos	 a	 operações	 de	 crédito	 realizadas	 por	 instituições	
financeiras	(art.	2º,	III,	da	LC	116/03);
39UNIDADE II Competência Tributária
 = Não incide sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação (trata-se do campo de incidência do 
ICMS)(art. 2º da LC 116/03);
 = Não incide sobre a prestação de serviços pelo próprio Poder Público (a 
operação está imune com base no art. 150, VI, a, da CF/88);
 = Não	 incide	 sobre	 a	 prestação	 de	 serviço	 público	 específico	 e	 divisível	
(trata-se do campo de incidência das taxas de serviço)(art. 2º da LC 
116/03);
 = Não incide sobre a prestação de serviços a si próprio (descaracterização 
do fato gerador, com base no entendimento do STJ)(art. 2º da LC 116/03).
De acordo com a LC 116/2003, art. 7, a base de cálculo do ISS é o preço do serviço 
prestado, entendido como o valor total cobrado em virtude da prestação do serviço, sem 
qualquer dedução, nem do próprio valor do imposto.
3.1.1 Alíquota do ISS
A	Emenda	Constitucional	(EC)	nº	37/02	diz	que	cabe	à	Lei	Complementar	a	defi-
nição	das	alíquotas	máxima	e	mínima	do	ISS.	Não	pertence	à	União,	portanto,	a	definição	
das alíquotas, tarefa que cabe aos municípios. Apenas há limite mínimo e limite máximo, 
devendo a alíquota se situar entre os dois polos.
A	alíquota	máxima	definida	na	LC	116/2003,	conforme	art.	8º,	é	de	5%,	não	pre-
vendo alíquota mínima. Até a edição da LC157/2016, tomava-se como parâmetro para 
estabelecer a alíquota mínima do ISS a EC 37/02, que estabelecia a alíquota mínima em 
2%,	até	que	a	Lei	Complementar	fizesse	a	regulamentação.
Agora, com a inserção do art. 8º-A, na LC116/2003, por meio da LC 157/2016, a 
alíquota mínima do ISS é de 2%.
Nesse contexto, as alíquotas do ISS de determinado serviço devem observar as 
regras internas de cada município, estabelecidas nos seus Códigos de Rendas Municipais, 
vez que eles são livres para estabelecer alíquotas do ISS entre 2% e 5%. Para as empresas 
optantes	do	Simples	Nacional,	ver	regra	específica.
40UNIDADE II Competência Tributária
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente, tem se observado um crescente aumento de competitividade e a ques-
tão	 tributária	pode	ser	objeto	de	um	sucesso	volumoso.	Apesar	de	muitas	organizações	
poderem não estar preparadas para este estrondoso crescimento competitivo, buscar 
respostas que possam ajudar a melhorar o seu desempenho poderá contribuir na obtenção 
de uma solução mais rápida dos problemas, quando estes se tornam mais aparentes para 
as referidas. 
Embora o ambiente que circunda as entidades aponte para a necessidade de uma 
gestão	do	custo	tributário	eficaz,	muitas	destas	ainda,	apesar	de	preocupadascom	o	impacto	
tributário sobre si, não possuem a referida gestão, nem mesmo um planejamento tributário 
aplicável,	o	que	pode	comprometê-las	financeira	e	economicamente,	em	decorrência	do	
aumento	de	competitividade	que	tem	se	verificado.
Assim, se torna imprescindível a importância da atenção às leis tributárias, assim 
como o planejamento tributário dentro das empresas, auxiliando os gestores na escolha da 
melhor opção de regime tributário, buscando meios legais de redução de pagamento de 
tributos e alíquotas. Com a economia de tributos, a empresa poderá oferecer produtos ou 
serviços com preços mais competitivos, gerando melhores resultados e proporcionando o 
seu crescimento.
41UNIDADE II Competência Tributária
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Manual da Contabilidade Tributária – 9ª Edição
Autor: Paulo Henrique Pêgas
Sinopse: para entender como apurar e conciliar os tributos. Com 
explicações	sobre	como	fazer	cálculos,	o	Manual	de	Contabilidade	
Tributária conta com mais de 400 exercícios de múltipla escolha 
e apresenta a fundamentação legal de cada imposto e de cada 
contribuição. Além de apresentar os aspectos mais importantes 
dos principais tributos do Brasil e trazer um pouco da parte prática 
sobre legislação aplicada, o autor adaptou o manual de consulta 
às normas internacionais e uniu a complexa legislação tributária 
brasileira à contabilidade moderna. São 40 capítulos divididos em 
oito partes para facilitar a leitura. O livro é um manual de consulta 
para	o	profissional,	além	de	ser	usado	como	base	para	o	estudante.	
Link: http://bit.ly/pegas-contabilidade
FILME/VÍDEO
Título: A grande aposta
Ano: 2011
Sinopse: em 2008, o guru de Wall Street Michael Burry percebe 
que uma série de empréstimos feitos para o mercado imobiliário 
está em risco de inadimplência. Ele decide então apostar contra o 
mercado investindo mais de um bilhão de dólares dos seus inves-
tidores.	Suas	ações	atraem	a	atenção	do	corretor	Jared	Vennet,	
que percebe a oportunidade e passa a oferecê-la a seus clientes. 
Juntos, esses homens fazem uma fortuna tirando proveito do co-
lapso econômico americano.
http://bit.ly/pegas-contabilidade
42
Objetivos de Aprendizagem:
●	 Conhecer as principais formas de tributação;
●	 Entender os conceitos básicos da legislação aplicável a cada modalidade;
●	 Apresentar suas principais características.
Plano de estudo:
1 SIMPLES NACIONAL
2 LUCRO PRESUMIDO
3 LUCRO REAL
4 LUCRO ARBITRADO
UNIDADE III
Regimes de Incidência Tributária
Professor Heric Garcia
43UNIDADE III Regimes de Incidência Tributária
INTRODUÇÃO
Nos	últimos	anos,	 tem-se	observado	dificuldades	pelas	empresas	em	buscarem	
um	meio	estratégico	para	reduzir	seus	custos	e	aprimorar	a	atividade	financeira.	Em	meio	a	
um ambiente competitivo de negócios, um dos encargos que mais oneram o desempenho 
das	organizações	são	os	 tributos,	de	modo	que	eles	são	 recolhidos	pelas	organizações	
conforme o seu faturamento e enquadramento tributário, dentre eles o Lucro Real, Lucro 
Presumido ou Simples Nacional. 
Os	tributos	influenciam	diretamente	nos	custos	da	organização	no	dia-a-dia	e,	con-
sequentemente,	nos	resultados	econômicos	e	financeiros,	pois	refletem	na	vida	das	em-
presas	de	forma	que	o	seu	desenvolvimento	não	seja	suficiente	para	alcançar	os	objetivos.	
Em um mercado cada vez mais dinâmico, o Planejamento Tributário tornou-se uma 
ferramenta	indispensável	para	as	organizações,	pois	devido	à	complexidade	da	legislação	
brasileira,	constituída	por	 inúmeras	 leis	e	constantes	alterações,	verifica-se	a	ocorrência	
de	dificuldade	na	interpretação	íntegra	pelos	gestores,	além	de	se	manterem	atualizados	
perante	as	legislações	aplicáveis	no	que	se	refere	às	diversas	influências	relacionadas	à	
gestão empresarial.
De	maneira	geral,	o	profissional	contábil	é	quem	elabora	este	planejamento	e	auxilia	
na tomada de decisão quanto ao efeito da carga tributária nas atividades da empresa. As-
sim,	uma	vez	elaborado	e	definido	o	planejamento	tributário	destinado	a	nortear	o	exercício	
econômico, desempenha-se a etapa seguinte, considerada a gestão dos tributos: trata-se 
do	gerenciamento	e	da	emissão	de	documentos	comerciais	e	fiscais,	da	escrituração	con-
tábil-fiscal,	da	apuração	do	montante	devido	dos	tributos,	do	controle	de	diversos	prazos	
de	 pagamento	 e	 da	 prestação	 das	 dezenas	 de	 informações	 exigidas	 pelas	 autoridades	
tributárias federais, estaduais e municipais.
44UNIDADE III Regimes de Incidência Tributária
1 SIMPLES NACIONAL
A	Constituição	Federal	de	1988	definiu	em	seu	art.	179	que	
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às 
microempresas	 e	 às	 empresas	 de	 pequeno	 porte,	 assim	 definidas	 em	 lei,	
tratamento	jurídico	diferenciado,	visando	a	incentivá-las	pela	simplificação	de	
suas	obrigações	administrativas,	tributárias,	previdenciárias	e	creditícias,	ou	
pela eliminação ou redução destas por meio de lei (BRASIL, 1988, on-line). 
Por sua vez, o assunto foi regulamentado na Lei nº 9.841/99, que instituiu o esta-
tuto da microempresa e da empresa de pequeno porte, que assegurava a elas tratamento 
jurídico	 diferenciado	 e	 simplificado	 nos	 campos	 administrativo,	 tributário,	 previdenciário,	
trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial. O estatuto, contudo, não tinha 
aplicação	prática	no	campo	tributário,	que	era	regido	pela	Lei	nº	9.317/96,	com	alterações	
posteriores.
Em 2006, foi publicada a Lei Complementar nº 123, que revogou as Leis nº 9.317/96 
e	9.841/99	a	partir	de	julho	de	2007.	O	problema	é	que	uma	parte	significativa	da	LC	123/06	
dependia de regulamentação, que foi transferida para o Comitê Gestor de Tributação das 
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (CGSN), criado pelo Decreto nº 6.038, 
publicado no D.O.U. em fevereiro de 2007, e que publicou seu primeiro normativo efetivo 
apenas no dia 30 de maio de 2007, ou seja, praticamente 30 dias antes de o Simples 
Nacional entrar em funcionamento. Tal fato causou indignação na classe contábil na época, 
pois	a	entrada	em	vigor	do	modelo	ocorreu	no	meio	do	ano	fiscal,	exigindo	dos	profissionais	
45UNIDADE III Regimes de Incidência Tributária
de contabilidade a familiarização com uma legislação muito complexa em tão pouco tempo, 
o que os responsáveis pela regulamentação não conseguiram fazer. A prova conclusiva do 
equívoco	de	quem	impôs	a	entrada	em	vigor	da	lei	foi	sua	modificação	pela	Lei	Comple-
mentar nº 127, publicada em agosto de 2007. 
No	final	de	2008,	foi	publicada	a	LC	nº	128/08,	consolidando	finalmente	a	legislação	
do	Simples	Nacional.	Foram	três	leis	complementares	para	definir	um	modelo	de	tributação	
simplificado	para	microempresas	e	empresas	de	pequeno	porte.	Além	disso,	houve	mais	
uma	alteração	(LC	nº	133/10)	no	final	de	2010,	para	ajustar	empresas	do	setor	cultural.
Em	2011,	foi	publicada	a	Lei	Complementar	nº	139,	trazendo	mais	modificações	na	
legislação que rege a tributação das microempresas e empresas de pequeno porte. Nesta 
LC,	houve	a	elevação	dos	limites	para	uso	do	Simples	para	o	máximo	de	R$	3,6	milhões.	
Já em 2014, foi publicada a LC nº 147, incluindo novos prestadores de serviços no Simples, 
além	de	outras	alterações.	Por	fim,	a	LC	nº	154/16	permitiu	ao	Microempreendedor	Indivi-
dual (MEI) utilizar a residência como sede do estabelecimento. 
O conjunto de leis complementares do Simples (sete ao todo) representa uma 
pequena mostra de como o Poder Legislativo vem trabalhando de forma equivocada nos 
últimos	anos	no	Brasil.	Em	2012,	a	LC	nº	123/06	foi	republicada	no	Diário	Oficial	da	União,	
contemplando	 as	 alterações	 das	 quatro	 outras	 leis	 complementares	 sobre	 o	 tema	 que	
vieram depois.
46UNIDADE III Regimes de Incidência Tributária
1.1 Objetivos do Simples Nacional
De	acordo	com	Pegas	(2017,	p.461),	as	justificativas	apresentadas	pela	Secretaria	
da	Receita	Federal	do	Brasil	(RFB)	para	a	instituição	do	regime	simplificado	para	Microem-
presas (ME)e Empresas de Pequeno Porte (EPP) são as seguintes:
●	 Estas empresas possuem baixo potencial arrecadatório e, portanto, não 
devem ter um ônus excessivo nas atividades de controle exercidas pela 
administração.
●	 A concessão de benefícios tributários diretos (redução da carga tributária) 
deve observar uma transição suave, de tal sorte a não criar descontinui-
dades	acentuadas	que	induzam	à	prática	de	planejamento	fiscal.
●	 O	regime	simplificado	destina	se	a	buscar	um	ambiente	mais	competitivo	
entre grandes e pequenas empresas e não a conceder privilégios a deter-
minado grupo. O ingresso no regime deve ser destinado exclusivamente 
aos setores econômicos que estão sujeitos à concorrência assimétrica 
em razão da dimensão da empresa. Atividades econômicas que, por na-
tureza, encontram se pulverizadas e, portanto, não sofrem concorrência 
desigual não devem ter acesso ao regime.
●	 Dada a importância destas empresas (geração de empregos, inovação 
tecnológica, competição no mercado etc.), o custo de cumprimento das 
obrigações	tributárias	para	esse	segmento	deve	ser	minimizado,	de	modo	
a não comprometer sua sobrevivência.
●	 A relação entre o contribuinte e o Estado, sempre que possível, deve ser 
única, a despeito da existência de distintos níveis de governo e adminis-
tração tributária envolvidos.
A legislação do Simples teve como grande diferencial a inclusão no recolhimen-
to único dos encargos previdenciários, reduzindo o custo de pessoal e incentivando a 
contratação de mão de obra. Além disso, a ideia original era estender o Simples para os 
tributos estaduais e municipais, notadamente ICMS e ISS. 
47UNIDADE III Regimes de Incidência Tributária
Todavia, os estados e os principais municípios do país não aderiram ao modelo 
federal. Nenhum estado participava do convênio com a União e a maioria criou modelo 
próprio para essas empresas. Diante disso, pouco mais de 100 municípios participavam do 
Simples	federal,	a	maioria	representada	por	cidades	pequenas,	que	não	teriam	condições	
de	fiscalizar	e	cobrar	o	ISS,	sendo	mais	fácil	aderir	ao	modelo	federal	e	receber	um	valor	
ínfimo	do	que	nada	receber.	
No Simples Nacional, ISS e ICMS são incluídos obrigatoriamente, facilitando consi-
deravelmente o controle e a parte burocrática das empresas. Vale destacar também que as 
empresas	inscritas	no	Simples	devem	apresentar	declaração	simplificada	anualmente,	até	
o último dia útil do mês de maio do ano seguinte. 
O art. 25 da LC nº 123/06 manteve a obrigatoriedade da entrega, mas direcionou a 
definição	do	modelo,	do	prazo	e	das	regras	para	o	tal	do	Comitê	Gestor,	que	publicou,	no	
dia	28	de	junho	de	2007,	a	Resolução	nº	10,	que	definiu	o	prazo	de	entrega	da	Declaração	
Única	e	Simplificada	de	Informações	Socioeconômicas	e	Fiscais	como	o	último	dia	útil	de	
março do ano seguinte.
48UNIDADE III Regimes de Incidência Tributária
1.2 Tributos Unificados pelos Simples Nacional
O Simples Nacional consiste em fazer um único recolhimento mensal, aplicando-se 
um percentual estabelecido na lei, abrangendo os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS, 
COFINS, INSS, além do IPI para as empresas industriais ou equiparadas, ICMS e ISS para 
empresas contribuintes destes impostos.
A empresa inscrita no Simples Nacional continua desobrigada de efetuar o paga-
mento	das	contribuições	para	órgãos	como	SESC,	SESI	ou	SEST	(1,5%),	SENAC,	SENAI	
ou SENAT (1%), SEBRAE (0,6%), INCRA (0,2%), além do salário-educação (2,5%). Esta 
isenção é permitida a todas as empresas que se enquadrarem no Simples Nacional.
Então, mesmo aqueles prestadores de serviços que continuam pagando o INSS 
e	o	SAT	fora	do	modelo	simplificado	serão	contemplados	com	a	isenção	(LC	123/06,	art.	
13, § 3o). Por exemplo, uma academia de ginástica que optar pelo Simples Nacional terá 
que	pagar	INSS	e	o	SAT,	mas	não	pagará	5,8%,	que	é	a	alíquota	total	das	contribuições	da	
união (SESC, SENAC, INCRA, SEBRAE e Salário-Educação) incluídas no modelo.
49UNIDADE III Regimes de Incidência Tributária
1.3 Atualizações do Simples Nacional – a partir de 01.01.2018
Professor,	houveram	mudanças	significativas	na	 legislação	aplicável	ao	Simples	
Nacional recentemente? A resposta é sim!
O Simples Nacional, também conhecido como Supersimples, é um regime que 
unifica	oito	 impostos	municipais,	 estaduais	e	 federais	 em	uma	só	guia	 com	vencimento	
mensal.	O	regime	completou	dez	anos	em	2017	e	sofreu	mudanças	significativas	em	razão	
da Lei Complementar nº 155/2016, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2018.
Dentre	as	principais	alterações,	podemos	destacar:
●	 Novos tetos de faturamento e criação de sublimite para ICMS e ISS;
●	 Novas alíquotas, redução do número de anexos e faixas de receita bruta 
para apuração das alíquotas;
●	 Utilização de nova fórmula para apuração das alíquotas efetivas;
●	 Aplicação da razão entre folha de salário x faturamento para enquadra-
mento nos anexos;
●	 Inclusão de novas atividades. (elaborado pelo autor com base nas atua-
lizações	da	LC	123/2006).
1.3.1 Novo teto de faturamento
O teto de receita bruta (faturamento) para enquadramento no Simples Nacional foi 
majorado de R$ 3.600.000,00 para R$ 4.800.000,00. 
O Microempreendedor Individual (MEI) passa de um limite de R$ 60 mil para R$ 
81 mil por ano, uma média mensal de R$ 6,75 mil, e a Empresa de Pequeno Porte (EPP) 
passa	de	R$	3,6	milhões	para	R$	4,8	milhões	anuais,	média	mensal	de	R$	400	mil.
50UNIDADE III Regimes de Incidência Tributária
Entretanto,	as	EPPs	que	ultrapassarem	o	valor	anterior,	de	R$	3,6	milhões	de	fa-
turamento, terão o ICMS e o ISS calculados fora da tabela do Simples Nacional, conforme 
regras estabelecidas pela lei complementar 155/2016:
●	 Se	a	receita	bruta	ultrapassar	20%	do	limite	de	R$	3,6	milhões,	a	empresa	de-
verá comunicar sua exclusão com efeitos para o mês seguinte ao do excesso, 
podendo fazer novo requerimento em janeiro de 2018. Caso o excesso ocorra 
em dezembro de 2017, não será necessário comunicar a exclusão.
●	 Se	a	receita	bruta	não	ultrapassar	20%	do	limite	de	R$	3,6	milhões,	não	precisa-
rá comunicar sua exclusão. Caso a exclusão seja comunicada, será necessário 
novo requerimento.
51UNIDADE III Regimes de Incidência Tributária
1.3.2 Novas faixas de receita bruta e redução de tabelas
A partir de 2018, as tabelas do Simples passam de seis para cinco anexos (um 
para o comércio, um para a indústria e três para serviços). O número de faixas de alíquotas 
aplicadas diretamente no faturamento cai de 20 para seis.
Também haverá alteração do cálculo do imposto incidente sobre o faturamento. 
Antes, ele era feito pela multiplicação da alíquota e do faturamento. Agora, será considera-
do	o	valor	fixo	de	abatimento	da	tabela.	Todas	as	atividades	que	anteriormente	pertenciam	
ao anexo V, passam a ser tributadas pelo Anexo III. Já com a extinção do anexo VI, as 
atividades passam a ser tributadas pelo novo anexo V. Vejamos como era:
52UNIDADE III Regimes de Incidência Tributária
Quadro 1 - Faixas de receita bruta e redução de tabelas
Fonte: Simples Nacional (s. d.).
Como	ficou:
Quadro 2 - Novas faixas de receita bruta e redução de tabelas
Fonte: Simples Nacional (s. d.).
1.3.3 Nova fórmula de cálculo – alíquota efetiva
Pela regra da legislação em vigor, basta o contribuinte apurar sua faixa de fatu-
ramento e aplicar a alíquota nela prevista. A partir do próximo exercício, não será mais 
aplicada uma alíquota simples sobre a receita bruta mensal.
A alíquota a ser paga dependerá de um cálculo que leva em consideração a receita 
bruta	acumulada	nos	doze	meses	anteriores	e	o	desconto	fixo.	O	 resultado	desse	novo	
cálculo foi denominado alíquota efetiva. Veja:
(RBT12 x Alíquota) – PD
RBT12
Rbt12: receita bruta acumulada nos dozes meses anteriores;
Alíquota: alíquota nominal de acordo com os Anexos I a V;
PD: parcela a deduzir de acordo com os Anexos I a V.
Essas mudanças poderão aumentar ou reduzir a carga tributária para algumas 
empresas.

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